“A memória é a mãe de toda a sabedoria”
Aeschylus
Sumário 6......................................Introdução 8......................Conceito de Criação 10..............................Público-Alvo 12....................Personas Primárias 18...............Personas Secundárias 22...................................O Projeto 24.......................Identidade Visual 25..............................Mapa Mental 26................................Moodboard 27...................................Tipografia 28.........................Paleta de Cores 30..........................................Logo
32.......................................Vestível 38....................................Aplicativo 40....................................Landpage 42........................Vídeo Conceitual 43.........................................Cartaz 44................................Rede Social
Introdução Aproximar a terceira idade e a tecnologia não é uma tarefa fácil, mas se bem sucedida pode trazer inúmeros benefícios para a qualidade de vida daqueles que ajudaram a construir o mundo em que vivemos hoje. Esse desafio, aliado ao estudo do design aplicado na área de saúde, move não só este projeto, como também diversos outros que vêm surgindo no mercado com o mesmo objetivo: ampliar os benefícios que a tecnologia pode trazer à nossa vida. O estudo do mal de Alzheimer, doença ainda sem cura, implica na utilização de tecnologias como a computação vestível, abordada em diversas áreas desse projeto, para auxiliar no cotidiano de portadores da doença, cuidadores e familiares.
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Conceito de Criação 8
Memória significa aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas; lembrança, reminiscência. Já Cuidado significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. Como então conceitos tão distintos podem se fazer presentes em ocorrência de uma única doença? É em torno dessa pergunta central que nos baseamos para delimitar os objetivos e conceitos que envolvem esse projeto. A difícil tarefa de ajudar os idosos a terem uma qualidade de vida que lhes é tirada, aos poucos, pelo Alzheimer, assim como toda e qualquer lembrança de seu passado. Aqueles que desempenham o papel de auxiliar no cuidado desses idosos merecem nossa atenção, porque infelizmente não é possível trazer de volta o que foi esquecido, mas é possível através da atenção, dedicação, carinho, e todos os conceitos relacionados ao cuidado, ter respeito e melhorar a qualidade de vida dos jovens de ontem. 9
O público alvo do projeto é dividido em público primário e secundário. Destina-se ao público primário a utilização e manutenção do sistema proposto neste projeto, já que esse é constituído por cuidadores, parentes, médicos e pessoas envolvidas no cuidado dos portadores de Alzheimer. Já o público secundário é formado pelos portadores de DA (Demência de Alzheimer), que serão utilizadores passivos na interação, garantindo que não seja disperso demasiado nível de esforço cognitivo para a realização de tarefas propostas pelo sistema.
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Público Alvo 11
Personas Primário O público primário é dividido em duas categorias: profissionais da área de saúde, e parentes e cuidadores de portadores de Alzheimer, para especificar e detalhar melhor as necessidades de cada um.
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Parentes e Cuidadores Baseado em pesquisas qualitativas com cerca de 20 pessoas - entre cuidadores e parentes de portadores da doença, entre 18 e mais de 45 anos, constituído na maior parte por mulheres pudemos assim tirar conclusões mais precisas. A média de tempo que esse público cuida de um portador de Alzheimer varia entre 1 à 20 anos, dependendo da idade do entrevistado. A maioria é filho ou neto do portador, e mais da metade mora na mesma residência, alegando não ter profissionais contratados para auxiliar no cuidado do paciente. A casa, assim como os hábitos diários, tiveram de ser alterados por motivo de segurança do
portador de DA, como retirar do alcance objetos cortantes, adicionar barras de ferro em banheiros e corredores, adaptar portas e escadas para acomodar cadeiras de rodas, entre outros. Em geral, não se sentem capacitados para desempenhar o papel de dar assistência aos portadores, e utilizariam sim alguma tecnologia que ajudasse em tarefas diárias, mas que fossem fáceis e eficazes para o dia a dia, como um aplicativo para dispositivo móvel.
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Felipe, 45 anos, filho de portadora de Alzheimer Felipe divide seu tempo entre trabalhar e cuidar da mãe, que tem Alzheimer. Ele conta com a ajuda de uma cuidadora profissional, mas sente dificuldades financeiras para continuar contratando esse serviço, já que os remédios necessários também são caros. Diz que sente-se abandonado pela família, composta por mais cinco irmãos, que não o auxiliam nos cuidados com sua mãe. Utiliza aplicativos móveis para realizar tarefas do cotidiano, como acessar o banco e fazer compras.
“Acho que o mais difícil é aceitar que a doença não tem cura ainda, então é psicologicamente pesado pensar nisso.”
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Juliana, 35 anos, neta de portadora de Alzheimer Juliana mora com sua avó à 7 anos, e recentemente mudou seu horário de trabalho para poder passar mais tempo cuidando dela, já que não tem condições de pagar um cuidador. Ela acredita que o suporte de familiares e pessoas próximas é o que ajuda a lidar com a doença mais facilmente. Também gostaria de ter mais recursos para lhe ajudar nas tarefas do cotidiano. “Minha avó parece não ter mais consciência do que acontece ao seu redor, é uma doença que parece castigar muito mais os cuidadores. É como se a presença dela fosse apenas uma imagem de alguém que existiu um dia. No começo, existiam momentos que ela parecia presente, então era interessante cuidar. Nessa fase final é muito desgastante e sem retorno. Como é triste de qualquer maneira acho que é necessário discutir a eutanásia para esses casos.”
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Profissionais da Área de Saúde
São responsáveis por prescrição de remédios, exames e atendimentos tanto emergenciais, como consultas de rotina de portadores de Alzheimer. Esse público foi constituído através de pesquisas na área médica específicas à doença, e com o embasamento do conselho estadual de medicina do estado de São Paulo.
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Dra. Márcia, 40 anos, médica neurologista no Hospital das Clínicas em São Paulo Dra. Márcia trabalha a cerca de 6 anos com o tratamento e diagnóstico da doença de Alzheimer. Ela encontra problemas ao receber pacientes sem acompanhantes, muitas vezes perdidos, que não tem os últimos exames, ou informações sobre alergias e medicamentos que já consome. Diz que esse processo diminui a velocidade no atendimento, já que é necessário fazer exames que, muitas vezes, já foram feitos por outros médicos. Ainda conta que utiliza prontuários médicos digitais, por considerá-los mais práticos e organizados. “O Alzheimer é uma doença que não tem cura, a família é a parte que mais sofre por perder aos poucos um ente querido.”
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Secundário É formado pelos portadores de Alzheimer. Mesmo sendo os beneficiários indiretos do projeto, possuem particularidades muito distintas. A construção dessas personas foi feita através de relatos de cuidadores e profissionais de saúde, além de experiências na visita à asilos, onde tentou-se extrair algumas informações importantes sobre o cotidiano dessas pessoas.
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Maria Aparecida, 62 anos, portadora de Alzheimer Maria está no estágio intermediário da doença, não se lembra de acontecimentos recentes e se confunde na maior parte das tarefas cotidianas. Não sabe que tem a doença, já que a família decidiu não contá-la, para que não sofra mais. Depende de ajuda para realizar tarefas simples do dia a dia, como higiene pessoal, alimentação, entre outros, mas não aceita a ajuda de cuidadores profissionais nessas atividades. Vive com a filha, mas frequentemente esquece seu grau de parentesco com ela, e muda de humor com frequência ao se sentir contrariada. “Eu sempre fico confusa, é ruim estar assim. Eu não gosto disso.”
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Pedro, 75 anos, portador de Alzheimer Pedro não tem família, mora em um abrigo de idosos há 3 anos. Menciona filhos e netos que nunca foram encontrados, e acaba se confundindo com seus nomes, mesmo estando nos estágios iniciais da doença. Depende parcialmente de ajuda para executar as tarefas cotidianas, tenta sair do abrigo constantemente, e já desapareceu duas vezes. Sabe que tem a doença, mas acaba se esquecendo disso. Apresenta comportamento agressivo, que é um dos sintomas da doença, e não aceita ajuda facilmente. “Nós nos conhecemos de algum lugar? Quando eu era da prefeitura talvez...”
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Com o objetivo de público-alvo, foi criada computação vestível uma usada pelos portadores de
suprir as necessidades do a partir das diretrizes da pulseira inteligente, para ser Alzheimer e facilitar o dia a dia
de seus cuidadores. SAVE tem como função carregar o histórico clínico do paciente, assim como identificar sua geolocalização em caso de desaparecimento. Também possui outras funções como um botão de emergência, que envia um alerta para o celular cadastrado no sistema, e identificação de quedas. Para tanto, foram criados dois dispositivos: a pulseira, que atuará como emissora, e um aplicativo para celular, que será o receptor de informações.
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O Projeto 23
Identidade Visual 24
Mapa Mental
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Moodboard
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Tipografia Helvetica é uma das fontes mais tradicionais, presente em diversos sistemas e em representações de placas, sinalizações e informativos. Foi escolhida por ser neutra, ideal para uma leitura clara e precisa, principalmente em assuntos que remetem à saúde e precisam transparecer seriedade. A Helvetica Thin traz a suavidade explorada no projeto, com o conceito de algo frágil e delicado, que a qualquer momento pode se desfazer.
Helvetica ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVXZ abcdefghijklmnopqrstuvxz 1234567890 Helvetica ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVXZ abcdefghijklmnopqrstuvxz 1234567890
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Paleta de Cores As cores escolhidas para o projeto são análogas, dialogando muito bem entre si e proporcionando uma continuidade visual. O violeta é a cor que representa o Alzheimer, utilizada por diversas instituições que tratam a doença e em campanhas como o “Setembro Violeta”, mês destinado à prevenção da doença. Já o azul remete à medicina, cuidado e honestidade. O verde-água representa clareza, calma, naturalidade, e vem como apoio para o desenvolvimento visual do projeto.
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Logo Baseando-se na iconografia, estudo de formas e símbolos que representam os conceitos do projeto, formou-se a base para a criação do logo. O logo consiste em um dente-de-leão, representando o Alzheimer, através da maneira como a flor “perde” partes de si mesma, assim como o portador da doença perde suas memórias e lembranças. É formado por cruzes, que representam o cuidado e a saúde. Também é inspirado por redes de conexões, tanto de neurônios quanto redes de pessoas e da Internet, que ilustram a conectividade do projeto.
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Vestível
A linha estética foi baseada nos conceitos do designer alemão Dieter Rams, que produziu diversos produtos premiados para a empresa Braun, levando em consideração seus 10 princípios para um bom design. Funciona de forma síncrona com dispositivos móveis, através de uma aplicação que recebe e exibe seus dados. Suas principais funções foram identificadas com base em pesquisa com usuários.
Armazenamento de Dados Clínicos Dados pessoais e médicos para rápido atendimento, com consulta através de smartphone.
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Estratégia de Comunicação 33
Alerta de Quedas e Horário de Remédios Através de um circuito integrado com acelerômetro, a pulseira consegue identificar a queda ou impacto do paciente, e envia um alerta para o celular de seu cuidador. Também podem ser cadastrados horários de remédios pelo aplicativo, e o sistema avisará quando estiver na hora de tomá-los, assim como as doses.
Geolocalização Através de um GPS integrado à pulseira, é possível para o cuidador acessar a localização do portador de Alzheimer, especialmente em casos de desaparecimentos.
Botão de Emergência Envia um alerta para o celular cadastrado, após ser pressionado por 5 segundos.
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Aplicativo
O aplicativo para dispositivos móveis está inicialmente disponível apenas para sistema Android. Atua como base do produto, recebendo os dados do dispositivo vestível. Foi projetado de modo a garantir a melhor usabilidade possível, já que a maior parte dos pertencentes ao público-alvo não necessariamente têm uma grande afinidade com novas tecnologias.
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Landing Page Infográfico explicativo com as principais funções da pulseira e sua interação com o aplicativo móvel. Possui função tanto informativa para os usuários da pulseira, quanto de divulgação do projeto e do produto.
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Vídeo Conceitual O projeto conta com dois vídeos: um promocional e outro demonstrativo. O primeiro é um comercial de trinta segundos, que serve para a divulgação do projeto em canais de televisão. O vídeo, que não revela exatamente qual a funcionalidade da pulseira, toca o telespectador com suas cenas de preocupação, angústia e sua frase de impacto, aguçando a curiosidade do mesmo para buscar mais informações disponíveis na landpage. O segundo é um vídeo que mostra todas as funcionalidades da pulseira, ensinando o usuário a como utilizá-la corretamente junto com o aplicativo, que contém as informações do paciente. Esse vídeo pode ser visualizado na landpage, onde também há um infográfico explicativo sobre o uso do produto.
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Cartaz
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Rede Social Existem hoje diversas páginas e grupos de discussão na Internet sobre o Alzheimer, onde a maioria dos usuários procuram por soluções e respostas aos problemas enfrentados por eles diariamente. Visando a divulgação do projeto para auxiliar esses cuidadores, foi criada uma página na rede social Facebook, que contém conteúdos informativo e respostas às principais questões desses usuários.
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Universidade Anhembi Morumbi Bacharelado em Design Digital - 2015 | 2 Projeto SAVE