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Sistema Agroflorestal

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Sociedade Engajada

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PRÁTICA CONCILIA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS COM RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS E FORMAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS

Coordenação geral: Gustavo Jose Soares (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal – Ibram). Coordenação executiva: Gustavo Jose Soares (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal – Ibram) e Bernardo Ramos Correa (mestrando do Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural da Universidade de Brasília – UNB, Campus Planaltina). Gestão de recursos e gerenciamento: Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal – Ibram; Juan Pereira (Sítio Semente).

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A especulação imobiliária com parcelamentos irregulares é uma ameaça à Zona de Amortecimento do Parque Nacional de Brasília, assim como o perfil da atividade econômica que ainda domina a região. “As práticas agrícolas do pacote tecnológico do agronegócio são responsáveis pela deterioração do ecossistema, degradação do solo e de nascentes, além da segmentação entre as matas ciliares; vulnerabilizando o fluxo de animais silvestres e sementes. Existe um consenso de que a região ocupada pela savana brasileira representa um rico patrimônio nacional, tanto do ponto de vista ecológico como econômico”, pontua Gustavo José Soares, analista de atividade de Meio Ambiente do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram).

Foto: Gustavo José Soares PERFIL

Parque Nacional de Brasília com mais de 42 mil hectares, abrange as regiões administrativas de Brasília, Sobradinho e Brazlândia e o município goiano de Padre Bernardo. A área de influência do Parque Nacional de Brasília compreende pouco mais de 1/3 do território do Distrito Federal e a maior parte da área urbana. Em termos de volume, as águas superficiais do sistema de captação das bacias dos córregos Santa Maria e Torto contribuem atualmente com cerca de 20% do abastecimento público do DF. As principais atividades econômicas no entorno são as decorrentes da intensificação da ocupação urbana, como a construção civil, comércio e serviços e especulação imobiliária.

OBJETIVOS

Identificar serviços ambientais gerados pela restauração ecológica, a partir de Sistemas Agroflorestais inseridos em área de sensibilidade ambiental, mais precisamente em um Mosaico de Unidades de Conservação no Distrito Federal.

Foto: Gustavo José Soares

RESULTADOS

ࡿ Evidência de que a vegetação arbórea associada ao manejo agroflorestal melhora a qualidade do solo. A descoberta tem como base a avaliação dos atributos físicos, químicos e da matéria orgânica em dois Sistemas Agroflorestais (SAFs), de 3 e 5 anos - que apresentaram índices superiores de qualidade do solo - em comparação a uma área em repouso, utilizada como testemunha. ࡿ O microclima agroflorestal reduziu a evapotranspiração, o que está associado a dois serviços ambientais: controle da erosão e economia no uso da água para irrigação. ࡿ Incremento de 50% na estabilização de espécies arbóreas nativas dentro da área de SAF, por via natural ou pela incorporação antrópica por sementes ou mudas. Formação de corredor ecológico entre o divisor de água das bacias hidrográficas Ribeirão Ribeiro e Rio da Palma. ࡿ Acesso a um modelo mais sustentável de agricultura que favorece aspectos sociais e concilia a produção de alimentos aos serviços socioambientais.

METODOLOGIA

O Sítio Semente localizado na Zona de Amortecimento de três Unidades de Conservação - Parque Nacional de Brasília, Área de Proteção Ambiental da Cafuringa e Área de Proteção Ambiental do Planalto Central - a cerca de 40 km de Brasília, tem despontado como difusor de tecnologias de produção de alimentos agroflorestais. Para validar a percepção de que os serviços ambientais fornecidos pelo Sistema Agroflorestal (SAF) são benéficos ao equilíbrio ambiental da região e, por isso a prática seria recomendada nas áreas no entorno das Unidades de Conservação, foi desenvolvido projeto que mobilizou órgão público e instituição acadêmica. A escolha dos métodos utilizados deu início à parceria entre o Instituto do Meio Ambiente e dos

INSPIRE-SE!

ࡿ Atividades agroecológicas em propriedades no entorno das Unidades de Conservação auxiliam na manutenção dos recursos naturais necessários ao equilíbrio das áreas protegidas e proporcionam benefícios econômicos e sociais aos agricultores. Valorize iniciativas como essa na região e busque criar um movimento que incentive a adoção das práticas. ࡿ Conhecer as experiências agroecológicas realizadas nas proximidades das Unidades de Conservação pode revelar uma série de oportunidades para trabalho em parceria, tanto de implantação, quanto na formação das comunidades tradicionais e de outros parceiros. ࡿ Práticas agroflorestais podem ser absorvidas pelas diretrizes das Unidades de Conservação, nos Planos de Manejo e no estímulo ao desenvolvimento de pesquisa que avaliem os benefícios a curto, médio e longo prazo para as áreas protegidas.

Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram) e o Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural, da Universidade de Brasília/Faculdade de Planaltina (PPG-MADER/FUP/ UnB).

Visitas ao sítio permitiram análise estatística de crescimento de espécies-chave com medição de CAPs (Circunferência a Altura do Peito) em janeiro, abril, julho e outubro. O monitoramento identificou volume de biomassa em área viva, estoque de carbono e volume de CO2 fixado pelo componente arbóreo. O projeto comparou duas análises laboratoriais completas de solo (dezembro de 2016 e outubro de 2017) com os dados da área em repouso. Aspectos ambientais qualitativos a respeito das funções

ecossistêmicas dos cultivos estudados, como relações dos SAFs, água, fauna, flora e incêndios florestais também foram considerados.

Em quinze saídas de campo, os pesquisadores verificaram o comportamento das variáveis em análise, realizaram entrevistas com o empreendedor e relatório fotográfico. Há 15 anos, o território onde o sistema agroflorestal foi implementado não possui ocorrência de incêndios florestais.

Imagem: Google Earth

PERÍODO

Janeiro de 2016 a setembro de 2017.

PARCEIROS DO PROJETO

Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram); Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural, da Universidade de Brasília/Faculdade de Planaltina (PPG-MADER/FUP/UnB); e Sítio Semente.

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