EXPERIÊNCIAS EM ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA UNIVERSIDADE Vol 7

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EXPERIÊNCIAS EM ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA

Universidade Caminhos e Perspectivas Volume 7


Experiências em Ensino, Pesquisa e Extensão na Universidade: caminhos e perspectivas – Volume 7 © 2022 Copyright by Geranilde Costa e Silva (Organizadora) Impresso no Brasil / Printed in Brazil Efetuado depósito legal na Biblioteca Nacional TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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Experiências em ensino, pesquisa e extensão na Universidade: caminhos e perspectivas – v. 7 / Geranilde Costa e Silva (org). – Fortaleza: Imprece, 2022. 448p. il: Incluem gráficos, tabelas e figuras. ISBN: 978-65-87212-67-8 1. Ensino Superior – Brasil – História. 2. Extensão Universitária. 3. Pesquisa Educacional. 4. Ensino e Aprendizagem. 5. Silva, Geranilde Costa e. I. Título. CDD: 378


GERANILDE COSTA E SILVA

O r g a n i z a d o r a

EXPERIÊNCIAS EM ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA

Universidade:

Caminhos e Perspectivas Volume 7 ADRIANA MOREIRA DE SOUZA CORRÊA ALESSANDRA SÁVIA DA COSTA MASULLO ALINE PEIXOTO BEZERRA AMADEU ÉRICO ALVES BRAGA ANA CÉLIA DIÓGENES SOARES LIMA ANAISA ALVES DE MOURA ANA PAULA LIMA BARBOSA ANDRIALEX WILLIAM DA SILVA ÂNGELA CLÁUDIA REZENDE DO NASCIMENTO REBOUÇAS ANTONIO LUCIANO PONTES APARECIDA CARNEIRO PIRES BIBIANE DE SOUZA LINHARES CARLA FERNANDA DE LIMA CÍCERA NUNES CLÁUDIA DE OLIVEIRA DA SILVA CRISTINE LIMA PIRES DIANA ISIS ALBUQUERQUE ARRAES FREIRE EGLE KATARINNE SOUZA DA SILVA ELSA MARIA FREDERICO LIVO FRANCISCO GIVALDO PEREIRA FRANCISCO HUMBERLAN ARRUDA DE OLIVEIRA FRANCISCO JOSÉ DA SILVA SOARES FRANCISCO PEREIRA GARDEN KILVIA MORAES FRANCO GEICE MARIA PEREIRA DOS SANTOS GERANILDE COSTA E SILVA GISAFRAN NAZARENO MOTA JUCÁ HANNA ALMEIDA SOUZA IRINEUMA RIBEIRO DA SILVA ISAIAS JULIO DE OLIVEIRA IZABEL CRISTINA DOS SANTOS TEIXEIRA JAMMARA OLIVEIRA VASCONCELOS DE SÁ

JESSYKA DA SILVA RODRIGUES JOÃO PAULO ROCHA SILVA JOSEANE FÁTIMA DE ALMEIDA ARAÚJO JOSÉ RICARDO CASSIMIRO COSTA LUANA CRISTINA FERNANDES RODRIGUES LUCIANA DE MOURA FERREIRA LUCINEIDE MATOS LOPES LUÍS CARLOS FERREIRA (APRESENTAÇÃO) MAILANE VINHAS DE S. BONFIM MAKLINA DOS SANTOS ALMEIDA MARCELLE ARRUDA CABRAL COSTA MÁRCIA CRISTIANE FERREIRA MENDES MÁRCIA SOCORRO FLORÊNCIO VILAR MARIA AURICÉLIA DA SILVA MARIA CECILIA DE PAULA SILVA MARIA DEUZIENE PEREIRA DE SOUSA MARIA DO CARMO DE SOUSA SILVA MARÍLIA ANGÉLICA BRAGA DO NASCIMENTO MARLA VIEIRA MOREIRA DE OLIVEIRA PATRÍCIA PEREIRA DE MATOS RAIMUNDA DE FÁTIMA NEVES COÊLHO RITA DE CÁSSIA BARBOSA PAIVA MAGALHÃES ROBERTA BAHIENSE S. SANDES NUNES SANDRA HAYDÉE PETIT SANDRA M. M. SIQUEIRA SIZANETE DA SILVA SANTOS STEFAN LEONEL JANEIRO MUSSA VALDEMIRO SEVERIANO FILHO VIVIANE GUIDOTTI ZILDA MARIA DA SILVA DUTRA ZILDENE FRANCISCA PEREIRA

Fortaleza | Ceará | 2022


Sumário


APRESENTAÇÃO • 11 Luís Carlos Ferreira

Ensino FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ENSINO EM TURMAS COM SURDOS: EXPERIÊNCIAS DE TRADUÇÃO DE MÚSICAS NA UFCG • 17 Adriana Moreira de Souza Corrêa Egle Katarinne Souza da Silva A LITERATURA NUMA PERSPECTIVA DAS METODOLOGIAS ATIVAS: A CRIAÇÃO DE UM CLUBE DE LEITURA • 33 Aline Peixoto Bezerra Ângela Cláudia Rezende do Nascimento Rebouças Francisco Humberlan Arruda de Oliveira Marília Angélica Braga do Nascimento Valdemiro Severiano Filho FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS) E GESTORES(AS) DE ESCOLAS QUILOMBOLAS DE CAUCAIA/CE: TECENDO SABERES NA CONSTRUÇÃO DE UM CURRÍCULO AFRORREFERENCIADO • 49 Cláudia de Oliveira da Silva O LEITOR LITERÁRIO E SUA FORMAÇÃO, EM UMA ESCOLA DO ENSINO FUNDAMENTAL II, EM REDENÇÃO-CE • 66 Maklina dos Santos Almeida Izabel Cristina dos Santos Teixeira A NATUREZA NO COTIDIANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: A ESCUTA DAS CRIANÇAS COMO CAMINHO PARA O DESEMPAREDAMENTO • 81 Marcelle Arruda Cabral Costa Diana Isis Albuquerque Arraes Freire FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL: RECURSOS DIGITAIS E INOVAÇÕES NO CENÁRIO DE PANDEMIA • 96 Maria Auricélia da Silva José Ricardo Cassimiro Costa Hanna Almeida Souza


“OS FILÓSOFOS APENAS INTERPRETARAM O MUNDO DE DIFERENTES MANEIRAS; PORÉM, O QUE IMPORTA É TRANSFORMÁ-LO”: O LEMARX E A FORMAÇÃO MARXISTA • 112 Sandra M. M. Siqueira Francisco Pereira IMPACTOS DO ENSINO REMOTO NA EDUCAÇÃO: UM CONTEXTO DE MUDANÇAS E POSSIBILIDADES DE AÇÃO • 130 Sizanete da Silva Santos Raimunda de Fátima Neves Coêlho PRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA • 146 Sandra Haydée Petit Cláudia de Oliveira da Silva Alessandra Sávia da Costa Masullo Patrícia Pereira de Matos Francisco José da Silva Soares

Pesquisa ACESSIBILIDADE, PESSOA COM DEFICIÊNCIA E ENSINO SUPERIOR NO CARIRI CEARENSE: MAPEAMENTO PRELIMINAR PÓS POLÍTICA DE COTAS • 169 Ana Paula Lima Barbosa Andrialex William da Silva Marla Vieira Moreira de Oliveira Rita de Cássia Barbosa Paiva Magalhães A FORMAÇÃO INICIAL DO PEDAGOGO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL: UMA ANÁLISE CURRICULAR DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS LOCALIZADAS NO NORDESTE • 186 Ana Paula Lima Barbosa Andrialex William da Silva Marla Vieira Moreira de Oliveira Rita de Cássia Barbosa Paiva Magalhães


NARRATIVAS AUTO (BIOGRÁFICAS) DE PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR: CONSTRUÇÃO DOS SABERES DOCENTE ATRAVÉS DE SUAS EXPERIÊNCIAS COTIDIANAS • 204 Anaisa Alves de Moura Márcia Cristiane Ferreira Mendes LEITURA INTERATIVA DIALÓGICA EM POEMA INFANTIL NO LIVRO DIDÁTICO EM ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL • 218 Bibiane de Souza Linhares Lucineide Matos Lopes EDUCAÇÃO E PRÁXIS PEDAGÓGICA: UM CAMINHO POSSÍVEL PARA EMANCIPAÇÃO • 233 Cristine Lima Pires Maria Cecilia de Paula Silva DIVERG.IR, CONVERG.IR... INSURG.IR: VEZ E VOZES DE PROFESSORAS/ES PESQUISADORAS/ES PRETAS/OS INQUIETAS/OS EM/COM SEU LUG.AR • 250 Francisco Givaldo Pereira Cícera Nunes SEMINÁRIO DA PRAINHA/CE: UMA MEMÓRIA INDIVIDUAL COMO EXPRESSÃO DA MEMÓRIA SOCIAL ANTE O MODELO IDEAL DE ESCOLA E A REALIDADE PRÁTICA DA EDUCAÇÃO • 264 Gisafran Nazareno Mota Jucá Luciana de Moura Ferreira RELAÇÕES INTERPESSOAIS E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: UM BREVE DIÁLOGO • 290 Irineuma Ribeiro da Silva Zildene Francisca Pereira SISTEMA DE AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA NO ESTADO DE PERNAMBUCO FRENTE AS NECESSIDADES DOS ESTUDANTES SURDOS • 305 Isaias Julio de Oliveira Joseane Fátima de Almeida Araújo


O PROCESSO REFERENCIAL ANAFÓRICO EM POSTAGENS DA REDE SOCIAL TWITTER • 322 Jammara Oliveira Vasconcelos de Sá João Paulo Rocha Silva Luana Cristina Fernandes Rodrigues CONTRIBUIÇÃO DA NEUROCIÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA HIPÓTESE DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA • 336 Mailane Vinhas de S. Bonfim Roberta Bahiense S. Sandes Nunes A PRÁTICA PEDAGÓGICA NUMA PERSPECTIVA INCLUSIVA: ALUNOS COM DEFICIÊNCIA EM TEMPOS DE PANDEMIA • 352 Márcia Socorro Florêncio Vilar Joseane Fátima de Almeida Araújo Isaías Júlio de Oliveira POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO DO\NO CAMPO: EM DUAS ESCOLAS MULTISSERIADAS DE SÃO DOMINGOS-PB • 369 Maria Deuziene Pereira de Sousa Viviane Guidotti Aparecida Carneiro Pires MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO DOS LÍDERES COMUNITÁRIOS DO DISTRITO DE NHAMATANDA • 385 Stefan Leonel janeiro Mussa Elsa Maria Frederico Livo DICIONÁRIO E DISCURSO: ONDE OS DOIS SE ENCONTRAM NA OBRA “QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA” • 403 Zilda Maria da Silva Dutra Antonio Luciano Pontes


Extensão QUEM SABE ENSINA: PARCERIA EXTENSIONISTA ENTRE A UNILAB E SME DE REDENÇÃO (CE) • 419 Geranilde Costa e Silva Maria do Carmo de Sousa Silva Amadeu Érico Alves Braga Ana Célia Diógenes Soares Lima Garden Kilvia Moraes Franco NEGRACT: UMA EXPERIÊNCIA DE RESISTÊNCIA E RE-EXISTÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA • 436 Carla Fernanda de Lima Alessandra Sávia da Costa Masullo Jessyka da Silva Rodrigues Geice Maria Pereira dos Santos



146

PRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA Sandra Haydée Petit1 Cláudia de Oliveira da Silva2 Alessandra Sávia da Costa Masullo3 Patrícia Pereira de Matos4 Francisco José da Silva Soares5 RESUMO

Construído por mãos pretagógicas, o artigo traz a vivência da componente curricular “Introdução à Pretagogia”, ministrada 1

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Sandra Haydée Petit, filha das águas doces, mãe de Kanyin, escritora, professora pretagoga da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará/FACED-UFC, Coordenadora do Núcleo de Africanidades Cearenses – NACE/UFC. Professora orientadora deste artigo. Cláudia de Oliveira da Silva, filha do chão do quilombo da Serra do Juá, Caucaia-CE. Pedagoga, especialista em Formação de Professores de Quilombo, mestra e doutoranda pela FACED-UFC, integrante do Núcleo de Africanidades Cearenses – NACE/UFC; Alessandra Sávia da Costa Masullo é filha do Mar, mulher negra brincante, assistente social e educadora, mestra e doutoranda em Educação pela FACED- UFC, pesquisadora da Pretagogia, das Oralidades e Africanidades. Integrante do Núcleo de Estudos em Gênero, Raça, Classe e Trabalho – NEGRACT/UFDPar e do Núcleo de Africanidades Cearenses – NACE/UFC. Patrícia Pereira de Matos, mulher de Axé, multiartista, escritora, pedagoga, especialista em metodologias, professora e supervisora escolar da Prefeitura Municipal de Fortaleza, assessora pedagógica da Coordenadoria Especial de Promoção das Políticas de Igualdade Racial - COPPIR, mestranda em educação e integrante do NACE/UFC Francisco José da Silva Soares, músico, ator, artesão, escritor, poe­ta, malabarista sonoro das melodias pulsantes dos tambores que repercutem a corporeidade aprendiz. Mestrando em educação pela FACED-UFC, integrante do NACE/UFC

SANDRA HAYDÉE PETIT • CLÁUDIA DE OLIVEIRA DA SILVA • ALESSANDRA SÁVIA DA COSTA MASULLO PATRÍCIA PEREIRA DE MATOS • FRANCISCO JOSÉ DA SILVA SOARES


147 pela professora Sandra Haydée Petit, na pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Ceará no semestre 2021.1, durante o período da pandemia do Corona vírus. O texto apresenta de forma sucinta a Pretagogia, contextualizando seu surgimento, mostrando seus referenciais e princípios teórico-metodológicos, enfatizando algumas atividades que foram realizadas. Nessa experiência de ensino remoto, notamos o quanto foi importante trazer para nosso conceito de pretagogia dimensões como o afroafeto, a corporeidade e a musicalidade. Damos exemplos dessas dimensões e trazemos nossos resultados através de depoimentos das pessoas estudantes que relatam os aprendizados e reflexões em sala de aula, ressaltando a necessidade da corporeidade, transversalização dos conhecimentos, afrorreferenciamento, ancestralidade e pertencimento afro para a construção de um currículo inovador. Palavras-chave: Pretagogia, Afroafeto, Ensino remoto na pandemia.

ABSTRACT

Built through Pretagogy (in portuguese Pretagogia is Black Pedagogy), this paper narrates our experience in the curriculum subject called Introduction to Pretagogy, lectured by professor Sandra Haydée Petit at Education post-graduate studies at the Universidade Federal do Ceará in Northeast of Brazil, in the first semestre of 2021, during Corona vírus pandemics. This paper first explains in what context Pretagogy aroused, presenting summarly its theoretic-metodological principles and references and describing some of its activities. In this experience whith remote learning we noticed how important it was to bring to our pretagogy concept the dimensions of afroendearment, corporeity and musicality. We give examples os how we realized these dimensions e we show our results through student´s statements on the learnings and reflections during class, that emphasize the need of corporeity, transversal knowledge, afroreferences, ancestrality and afrobelonging while constructing innovative curricula. Key words: Pretagogy – Afroendearment – remote learning during pandemics

INTRODUÇÃO Esse artigo expressa a vontade de compartilhar a experiência animadora que vivenciamos no semestre 2021.1 na pós-graduação da Universidade Federal do Ceará duPRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA


148 rante a componente Introdução à Pretagogia na modalidade remota, em função da Pandemia de Coronavirus-19 que trouxe grande aflição ao nosso país, num momento de retrocesso das conquistas sociais e políticas mais democráticas. Apesar dessa travessia desoladora, encontramos na nossa componente um sentimento de refúgio. Mais que metodologia, a Pretagogia é uma abordagem com amplo referencial teórico que perpassa cosmopercepções, filosofias e epistemologias cuja particularidade é de serem indissociáveis de um modo de agir em conexão com éticas afroancestrais. O ensino da Pretagogia tende a se dar de forma específica devido à metodologia que ela propõe: aprender sobre as didáticas e currículos afrorreferenciados realizando-os de modo concreto e de forma integrada ao seu referencial teórico. Ou seja, aprender Pretagogia fazendo Pretagogia. É sobre alguns desses aspectos específicos que iremos discorrer aqui, com ênfase nas dimensões do sentir (afetividade, corporeidade e musicalidade) que se tornaram ainda mais importantes nesse difícil período pandêmico, mas antes, convém situar a componente Introdução à Pretagogia no seu contexto de surgimento e apresentar brevemente seu propósito.

ALGUNS ASPECTOS CONTEXTUAIS Pretagogia é uma abordagem teórico-metodológica que parte de referências das filosofias que atravessam as tradições africanas e os estudos africanos e afrodiaspóricos embasados em Bâ (2010), Munanga (2009), Sodré (1988; 2012), Cunha (2007), Lopes (2004; 2006), Oliveira (2006; 2007), Silva (2013), Cruz (2011), Meijer (2012), Videira (2010), Luz (1998), Machado (2017), Somé (2003) SANDRA HAYDÉE PETIT • CLÁUDIA DE OLIVEIRA DA SILVA • ALESSANDRA SÁVIA DA COSTA MASULLO PATRÍCIA PEREIRA DE MATOS • FRANCISCO JOSÉ DA SILVA SOARES


149 dentre outras e outros. É uma pedagogia que bebe na fonte africana mas atualiza seus princípios nas culturas afro-brasileiras e afrodiaspóricas, a partir dos seguintes fundamentos: 1) o autorreconhecimento afrodescendente; 2) a tradição oral africana; 3) a apropriação dos valores das culturas de matriz africana; 4) a circularidade; 5) a religiosidade de matriz africana entrelaçada nos saberes e conhecimentos; 6) o reconhecimento da sacralidade; 7) o corpo como produtor espiritual, produtor de saberes; 8) a noção de território como espaço-tempo socialmente construído; e 9) o reconhecimento e entendimento do lugar social atribuído ao negro. Entendemos que na nossa formação inicial a universidade ensinou predominantemente uma racionalidade e prática técnica eurocêntrica que produz invisibilidade, esquecimento e desvalorização das contribuições histórico-culturais africanas e afro-brasileiras e até distorções de fatos que produzem uma impressão de quase ausência de conhecimentos antigos ou contemporâneos africanos ou afrodescendentes valiosos para a humanidade, gerando o que Sueli Carneiro qualifica de epistemicídio. Trata-se de uma postura recorrente, que exige formações docentes antirracistas nos cursos de ensino superior. Em sua tese (2005), Sueli Carneiro resume como se processa esse racismo intelectual: o aparelho educacional tem se constituído, de forma quase absoluta, para os racialmente inferiorizados, como fonte de múltiplos aniquilamentos ou subordinação da razão. Dinâmica e produção que tem se feito pelo rebaixamento da autoestima que compromete a capacidade cognitiva e a confiança intelectual, pela negação aos negros da condição de sujeitos de conhecimento, nos instrumentos pedagógicos ou nas relações sociais no cotidiano escolar, pela deslegitimação dos saberes dos negros sobre si mesmos PRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA


150 e sobre o mundo, pela desvalorização, ou negação ou ocultamento das contribuições do Continente Africano ao patrimônio cultural da humanidade, pela indução ou promoção do embranquecimento cultural, etc. A esses processos denominamos, nesta tese, de epistemicídio”. (CARNEIRO, 2005, p.324)

Dessa forma, a Pretagogia se insere no movimento insurgente de tendências filosóficas e pedagógicas afrorreferenciadas (tais como: afrocentricidade, afroperspectivismo, pedagogia do encantamento, pedagogia Irê Ayó, pedagoginga, dentre outras) que vêm acontecendo há décadas na educação em resposta ao epistemicídio negro. Tal movimento se fortaleceu com a conquista histórica da primeira política curricular de ação afirmativa de combate à discriminação sofrida pela população negra, até então ausente dos projetos político-pedagógicos das escolas e universidades, uma vez que suas histórias, culturas filosofias, autorias, conhecimentos, produções intelectuais, científicas e tecnológicos eram omitidos ou desqualificados. A lei 10.639/2003, conquista do movimento negro, instituiu a obrigatoriedade da história e cultura africana e afro-brasileira em todas as escolas, ganhando um embasamento legal nas Diretrizes de 2004 de Educação para as Relações Etnicorraciais e Ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira. Essa legislação impulsionou imensamente a criação e/ou consolidação de NEAB´s (Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros) e NEABIS (Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas). O Núcleo de Africanidades Cearenses – NACE, vinculado à Universidade Federal do Ceará – UFC, surge em 2004 com oficialização em 2008. Na UFC, esse Núcleo tem se voltado para o diálogo desde/com os valores e saberes afrorreferenciados, com intuito de provocar e fortalecer as mudanças nos currículos escolares e nas SANDRA HAYDÉE PETIT • CLÁUDIA DE OLIVEIRA DA SILVA • ALESSANDRA SÁVIA DA COSTA MASULLO PATRÍCIA PEREIRA DE MATOS • FRANCISCO JOSÉ DA SILVA SOARES


151 práticas de sala de aula no estado do Ceará, contribuindo com o curso de graduação em Pedagogia e com o curso de pós-graduação de mestrado e doutorado em Educação Brasileira. Entre 2012 e 2015 acontece uma sistematização da Pretagogia em livros, artigos e pesquisas do NACE, e ela se torna componente curricular nos cursos de mestrado e doutorado em Educação Brasileira, da linha de Movimentos Sociais, Educação Popular e Escola, através do eixo hoje denominado Cultura, História, Filosofia e Pedagogias Afrorreferenciadas. Professora Sandra Petit fica então à frente da componente “Introdução à Pretagogia” com uma carga horária de 64 horas-aula, inicialmente com colaborações das então Professoras da UNILAB Geranilde Costa e Rebeca Meijer. Em 2021.1, essa componente é reformulada em função da Pandemia de Coronavirus-19 e o consequente ensino remoto. Diante do crescente acervo de pesquisas nessa área, objetivou nesse semestre, dentre outros: introduzir a Pretagogia enquanto referencial teórico-metodológico que se insere no conjunto das Pedagogias Afrorreferenciadas no Brasil; apresentar seus conceitos operatórios; divulgar e estudar o acervo acadêmico bem como suas autoras e autores; exercitar alguns dispositivos pretagógicos para compreensão dos seus princípios e das fases do seu método. O acervo estudado no semestre trouxe obras fundantes da Pretagogia, como o trabalho da professora Geranilde Costa e Silva (2013) “Pretagogia: construindo um referencial teórico-metodológico de matriz africana para a formação de professores/as”, o trabalho da professora Rebeca de Alcântara e Silva Meijer (2012)“Valorização da cosmovisão africana na escola: narrativa de uma pesPRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA


152 quisa-formação com professoras piauienses”, e o livro da professora Sandra Petit (2015) “Pretagogia: Pertencimento, corpo-dança afroancestral e tradição oral africana na formação de professoras e professores”. Além destes, estavam vários trabalhos de estudantes que integraram o NACE mais recentemente, tais como: “Formação de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental em Iguatu-CE: desafios da construção do pertencimento afro através da pretagogia” (2021), de Cristiane Félix. “Dor linda: da Pretagogia ao Parangadinkra – encruzilhando cosmossensações com conhecimentos didáticos afrorreferenciados”, de Wagner Ventura (2020); “Pretagogizando a contação de histórias africanas e afro-brasileiras: caminhos pedagógicos para a construção do pertencimento afro”, de Sávia Augusta Régis de Oliveira (2017); “Construindo o pertencimento afroquilombola através das contribuições da pretagogia no Quilombo de Serra do Juá – Caucaia/CE”, de Claudia Oliveira e Silva (2016); e “Na pisada feminina do coco cearense: saberes, lutas, batuques ancestrais e contemporâneos”, de Alessandra Masullo (2015).

A seguir, relatamos algumas especificidades da maneira como foi ministrada e vivenciada a Pretagogia como componente curricular do curso de pós-graduação Universidade Federal do Ceará, em 2021, ainda em contexto pandêmico.

AFROAFETO, VIVÊNCIAS E CORPOREIDADES As aulas aconteciam sempre tendo os saberes afrorreferenciados como orientadores do caminho e a compreensão do corpo na produção desses saberes como ponto SANDRA HAYDÉE PETIT • CLÁUDIA DE OLIVEIRA DA SILVA • ALESSANDRA SÁVIA DA COSTA MASULLO PATRÍCIA PEREIRA DE MATOS • FRANCISCO JOSÉ DA SILVA SOARES


153 de partida. Dessa forma, a aula iniciava sempre com a exibição de vídeos das oralidades, com a leitura de textos poéticos e/ou performáticos, ou com o cantar batucante de alguma canção pelas pessoas estudantes da componente. O trabalho com as oralidades, na Pretagogia, é também entendido com o pensamento de Leda Maria Martins, para além do texto escrito, tendo o corpo como lugar de inscrição da memória (MARTINS, 2021). Assim como para a Rainha de Nossa Senhora das Mercês, para a Pretagogia música e dança são expressões fundantes da humanidade, do ser gente, pessoa, ser humana e humano (MARTINS, 2021). O trabalho com a musicalidade se expressa de forma viva, na tradição africana, como percebe Sandra Petit. Traduzindo Finnegan (1976, p.517), ela nos diz que “um aspecto que parece transversalizar quase todas as performances africanas é a predominância da música e da dança e a importância secundária da palavra verbalizada [...] a importância dada às verbalizações parece variar: mas o constante é a ênfase na dança, canto e mímica (Tradução Livre)”. (­PETIT, 2015, p. 119).

Nesse chão, que foi a componente Introdução à Preta­ gogia, merece refletirmos sobre a necessidade da musicalidade, do “afroafeto” e da arte como parte do afrorreferenciamento que a Pretagogia constrói. No seu livro, PETIT (2015) ressalta a importância da musicalidade e da dança na sua vida ao relatar as lembranças de quando pequena, nos momentos de realizar suas atividades escolares sempre escutava músicas e muitas vezes a canção imprimia uma força energética em seu corpo fazendo-a dançar, ela dançava e depois voltava a fazer suas tarefas. Com essa inspiração, vivenciamos na sala de aula a música e a dança harmoniosamente, aprendendo artisticamente, por meio

PRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA


154 do que viemos a chamar de afroafeto, tentando nesse artigo uma primeira aproximação conceitual desse termo. Em virtude do distanciamento social ocasionado pela pandemia, a aula de forma virtual não nos afastou, estávamos todas conectadas e vinculadas pela arte e pelo afroafeto, o que também se revelou cura e remédio. Várias pessoas se permitiram doar suas canções e nos convidar a cirandar através da plataforma virtual. Fomos percebendo e entendendo a relevância do cuidado mútuo, das criações artísticas, dos videoclipes de música negra que promoveram interações poéticas, imprimindo nesta prática pretagógica uma singularidade cheia de encantamento. Assim, as aulas sempre iniciaram com música, poemas, videoclipes, pequenas apresentações de canções, toques de tambores e pandeiros ao vivo e também dança. Com uma acolhida musicalizada, ritmada, e a partir de nossas casas, sem contato físico, Sandra Petit fez questão de nos receber em nossa primeira aula, com uma performance dançante, na qual nos cativou e convidou a nos levantar das cadeiras, e dançar, acordando todos os músculos, deixando o corpo pronto para receber e construir coletivamente os conhecimentos. Cantamos, dançamos e nos afroafetamos aos sons afrodiaspóricos de músicas como “Caridad” de John Santos y el Grupo folclórico Kindembo, “FREEDOM” de Jon Batiste, “De Donde Vengo Yo” de Choc Quib Town, “Stand Up” de Cynthia Erivo, “Não Mexe Comigo” de Maria Bethânia, “Respira” de Drik Barbosa e Péricles, dentre outras. Destacamos a importância deste ato artístico, da experiência de mover nosso corpo em sala de aula, reduzindo o distanciamento do ensino remoto, externando e expressando o afroafeto. As práticas artísticas, afetivas e brincantes passaram a fazer parte do nosso repertório de saberes, e certamente não serão limiSANDRA HAYDÉE PETIT • CLÁUDIA DE OLIVEIRA DA SILVA • ALESSANDRA SÁVIA DA COSTA MASULLO PATRÍCIA PEREIRA DE MATOS • FRANCISCO JOSÉ DA SILVA SOARES


155 tadas ao período pandémico. A disposição de entender a construção do conhecimento na inteireza do Corpo-dança afroancestral (PETIT 2015), com a musicalidade negra, as artes plásticas, o teatro e o cinema, se constitui característica inerente ao fazer e pensar pretagógico. Consideramos que esses elementos estão imbricados nas histórias do povo negro, que tem no corpo a ferramenta para expressar sentimentos, sabores, saberes e ensinamentos, inclusive com brincadeiras de teatro. Mais do que arte, as estéticas compõem nossa corporeidade negra favelada, periférica, o cotidiano dos becos e vielas dos bairros negros gera aprendizado (JUNIOR, 2021) pois “a rua nos ensina, é escola”. O corpo negro malandramente brinca, gingando com a possibilidade de fazer dessas encruzas ciência e arte, promovendo senso afrocomunitário e pertencimento. As aulas foram se estruturando com muita musicalidade, entrelaçando os estudos sobre o acervo de pesquisas pretagógicas, nos provocando a vivenciar concretamente como se materializam as investigações afrorreferenciadas nessa abordagem teórico-metodológica. Assim, com música também nos despedíamos, já contando os dias para o reencontro. A relação com essa arte vivenciada, praticada e trocada entre os corpos nos aproximou espiritualmente pois “a arte agrega, transforma, embeleza a vida, a rua, o coração. Nos ajuda a superar as mágoas, tristezas, rancores e desilusões.” (DANTAS, 2020, p. 36). Na pandemia, essas dimensões ganharam um valor simbólico e transcendente significativo, pois mesmo com as limitações desta realidade nova e todo o contexto adoecedor gerado por ela, aliado às dificuldades tecnológicas e a falta de capacitações necessárias para o uso de ferramentas virtuais, encontramos força na arte-afro-afetiva proporcionada pela componente, que assim apaziguou nossos corações, nos ajudando na superação de tantos desafios. PRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA


156 Em um destes dias a Professora Sandra Petit perguntou para a turma o que esse momento de dançar juntas significou, as respostas foram diversas e profundas, revelando como as pessoas se afetam diante da estética negra, desse encantamento africano (OLIVEIRA, 2005). A estudante Geice Santo, respondeu “Mexeu e aqueceu o corpo. E acorda todo o corpo.” Patrícia Adjokè Matos disse: “Fiquei com enorme vontade de dançar. E dancei mesmo sentada.” Percebemos a importância da estética para as oralidades africanas, compreendendo a oralidade como atitude diante da vida, e não simples verbalização. (PETIT 2015, p.140). Jamila Marques, outra participante da componente, sintetizou lindamente: As danças negras são uma forma de linguagem, uma maneira de se comunicar e perceber o mundo, de celebrar as fases da vida e da comunidade. Dançar é um portal de comunicação consigo e com o mundo sutil, com a história e memória da comunidade. Dançar para mim é um ritual de afeto, conhecimentos e amor.

Outras experiências foram a elaboração de um poema coletivo em homenagem a uma de nossas companheiras estudantes que estava aniversariando no dia da aula e as canções poéticas cantadas por José Soares de autorias de Ray lima (2013), tais como: “Corpo meu, minha morada, desde que o sol explodiu minha alma em estilhaços. A natureza estende os braços, renasce o mundo em desafio”; Escuta, o outro, a outra já vem. Escuta e acolhe, cuidar do outro faz bem”. Refletir sobre a componente de Introdução a Pretagogia na UFC é certamente pensar as estéticas africanas como possibilidades metodológicas e políticas, sobretudo como caminho de afrorrefenciamento das práticas pedagógicas em sala de aula. É afirmar que a sala de aula pode virar círculo, mesmo no virtual, e trazer amorosidade,

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157 sentimento e sensação, não se reduzir ao exercício de uma razão cognitiva e bitolada. A Pretagogia é um convite para a vivência da coletividade dançante, onde de mãos dadas na grande roda, a ciranda gira realizando a troca, a partir de nossos corpos unidos, em vozes e ritmos diversos, mas sem perdermos nossas particularidades e saberes que carregamos dentro de nós, trazidos pela nossa ancestralidade, e sempre nos fundamentando nos estudos da área.

EXEMPLIFICANDO A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NESSA COMPONENTE Outra característica marcante dos nossos encontros foi o fato de a própria componente trazer o estudo de músicas como proposta inicial das aulas, antes mesmo de nos aprofundarmos no acervo acadêmico. Um exemplo dessa prática em sala de aula foi o trabalho com a música Olho de boi, do rapper RAPadura Xique-Chico, e o grupo B ­ aianaSystem. Para a elaboração das propostas pretagógicas foram formados quatro subgrupos. Cada subgrupo ficou com um trecho da longa letra da música e o refrão. Aqui, pelo limite de espaço, traremos apenas uma síntese dos principais afrossaberes encontrada na fase de levantamento junto com as áreas de conhecimentos escolares, mas que no desenho final seriam necessariamente encruzilhadas e transversalizadas. Destacamos: • Ciências biológicas/matemáticas: as energias, o conhecimentos dos profetas dos sertão, a astrologia e astrofísicas afrorreferenciadas, propriedades terapêuticas do olho de boi e de plantas curativas usadas nos terreiros, remédios, a afroecologia, agroecologia, relação com autocuidado e saúde pública, o cultivo da cana,a fabriPRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA


158 cação da rapadura; o elemento fogo com propriedades físicas e espirituais; a caverna e os usos que fizeram delas os/as escravizados/as; a caverna Olumo Rock na Nigéria, no Estado de Ogum; a Caverna do Diabo (onde foi feito o videoclipe) e sua história no tempo escravista em Minas Gerais; as cidades de Juazeiro e Senhor do Bonfim no Nordeste e seus marcadores de africanidades comuns, a métrica dos raps enquanto matemática, • Letras/literaturas: trava-línguas, mitos africanos, contos africanos e afro-brasileiros, estudo das metáforas, com exemplo do pássaro carcará como resistência que também nomeia um quilombo no Ceará, estudar a poética cordelista do Mestre Bule-Bule, as rimas sincopadas do rap, da embolada, dos cocos a métrica dos raps enquanto matemática; o trabalho com as obras Um defeito de cor, e Morte e Vida Severina, dentre outras. • Artes/estéticas: brincadeiras tradicionais, contos, o sound system e as origens jamaicana e estadounidense, os paredões, bailes funk, a dança afrodiaspórica como resistência, as danças do boi, as danças urbanas negras, a capoeira, barril dobrado, estilos de versos rap flow/slow, cultura hip hop, festivais de música e dança nordestinos, os maracatus pernambucanos e cerarense, os reage maranhenses e baianos, o carnaval, as máscaras em territórios do Oeste Africano, os Caretas no Nordeste, o grupo BaianaSystem e sua proposta musical afroplural, o Ilê Aiyé, Quimera, Bacu Exu, outras obras e fatos do MC Rapadura. • Ciências sociais: Feiras de países africanos e feiras brasileiras, seus significados e relações, os produtos da afroculinária, o olho de boi em África e nas Américas, orixás da cultura yorubá e os nkisis bantu, o valor da dança afro, compreensão sobre termo mandinga que é uma etnia da Costa Oeste Africana. SANDRA HAYDÉE PETIT • CLÁUDIA DE OLIVEIRA DA SILVA • ALESSANDRA SÁVIA DA COSTA MASULLO PATRÍCIA PEREIRA DE MATOS • FRANCISCO JOSÉ DA SILVA SOARES


159 A música olho de boi refere-se a uma semente encontrada na caatinga e serrado nordestino e que possui várias propriedades desde espirituais e físicas pois é anti-oxidante, previne o AVC, pode ser calmante ou energético. O Cantor de Rap nordestino cearense MC Rapadura compôs essa música que nos oferece uma série de marcadores das africanidades brasileiras, particularmente nordestinas, que é perfeita para o estudo afrorreferenciado, permitindo transversalizar as matérias escolares, como tanto apraz a Pretagogia e sua concepção circular do currículo. A atividade pretagógica com a música exigiu um trabalho de pesquisa que se deu também com encontros de produção coletiva em subsalas da plataforma digital. Para ilustrar o quanto esse estudo foi valioso no entendimento da circularidade no currículo pensado pela Pretagogia, contemplemos uma das produções que o estudo dessa música gerou:

Várias participantes ressaltaram quantos conhecimentos afro conseguiram levantar a partir da música Olho de Boi. As estudantes Cláudia Oliveira e Alessandra Masullo, já conheciam a semente olho de boi com o nome de mucunã. Cláudia conhecia como parte das brincadeiras no quilombo Serra do Juá no Ceará, mas não sabia que era também PRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA


160 carregada de significados ancestrais, espirituais e de proteção. Alessandra conhecia como amuleto de proteção, usado também na feitura das guias da Umbanda, nos terreiros em Parnaíba – PI. A conexão com o sagrado de religiões e filosofias de matriz africana foi trazida e contextualizada nas áreas de conhecimentos, foi comentado o quanto seria motivador realizar as aulas das escolas com tais saberes afrorreferenciados, lúdicos, encantadores e cheios de alacridade. A seguir, trazemos um breve apanhado das autoavaliações da turma, para frisar os aportes dessa forma de ministrar os conteúdos (em grifos nossos): Os novos conhecimentos – conceitos, possibilidades de atuação na escola, currículo inovador e motivador que desconstrói a colonialidade concretamente: As corporeidades, o afroafeto e outras formas motivadoras de comunicar o conhecimento incluído dos textos:

Aprendi que as vivencias são muito importantes para o desenvolvimento do trabalho. As práticas/ações deixam marcas nas vidas de todos e continuam germinando como uma árvore dando frutos; Foram tantos conceitos, experiencias vivenciais. Coisas tão próximas que eu não tinha conhecimento e como foi bom me apropriar deles; Muito bom ver os produtos das teses. Maravilhosas ideias para se aplicar em sala de aula; Aprendi novas possibilidades de atuação na escola. (...) possibilidades de um currículo inovador que atende aos alunos de forma subjetiva, trazendo conhecimentos sociais, culturais e pedagógicos; Aqui na Pretagogia, eu tenho aprendido a cada sexta a desconstruir muitas coisas: comportamentos coloniais que introduziram dentro de mim; Aprender com o corpo todo e os sentidos que ele move me emociona bastante porque eu fui feliz com o corpo dançando; Eu ouvia, me emocionava, como tem sido as apresentações. Fico mexida (dentro) de uma forma que me encorajo a pensar na minha pesquisa com mais carinho (porque rola um desânimo). Não é a minha pesquisa, é a pesquisa dos afetos que me constroem; E a poética das três apresentações, dos trabalhos, dos conhecimentos profundos que foram socializados e que se desdobram em cada um de nós. Convidavam a gente à imaginação. Os mapas apresentados trazendo mais possibilidades de se ler a experiencia da irmã/do irmão, de se aproximar mais ao lugar, desejando conhecer o lugar. As imagens ajudam muito. Trabalhos imagéticos, profundos, poéticos (eu gosto da poética porque é onde habita o encanto).

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Fortalecimento político-espiritual – o pertencer-me/nos pertencermos/força afirmativa, que faz olhar para o conhecimento ancestral, identificando-o e percebendo como pode virar currículo:

Aprendi mais sobre a Pretagogia, de como ela nos fortalece, nos aproxima e nos transforma. Assim levarei aos meus alunos/as uma proposta de Árvore da Ancestralidade que oportunizará o encontro com a intergeracionalidade; Aprendi que diversos conhecimentos ancestrais são recursos de ensino e de valorização a serem aplicados nos espaços escolar e na comunidade; Olhar para nosso território e ver conhecimento/ensino em tudo, registrá-los, a partir das nossas escritas. Esses trabalhos me ajudam a refletir sobre isso e trazendo as apresentações para atravessar a minha vida aos poucos, fazendo associações/ confluências; Aprendi mais um pouco, porque a gente sabe lá dentro (...) que as escritas de si são escritas coletivas. E como é bom que tenham muitas narrativas afirmando e escrevendo o mundo; Achei todos os processos metodológicos da disciplina excelentes, sempre trazendo o conhecimento de forma simples e lúdica, onde não se sentia o processo de aprendizagem de forma pesada, mas leve, natural, tirando de nós conhecimentos que nem sabíamos que tínhamos enraizados.

CONCLUSÃO Por essas escritas/falas sentimos a importância das vivências pretagógicas e dos referenciais que a fundamentam. Percebemos a partir de cada relato autoavaliativo a força do afroafeto e corporeidade, de possibilidades das pessoas estudantes/educadoras se entenderem como agentes transformadores de práxis educacionais curriculares, refletindo a partir de si, realizando as afroescrevivências que se fazem coletivas, descobrindo seus corpo-territórios dançantes como legítimas fontes construtoras de conhecimentos pedagógicos assim como todas as sabedorias afroancestrais do corpo memória. Nosso acervo acadêmico pretagógico atesta junto com alguns estudos de abordagem sociopoética que também foram apresentados na componente, a importância de transversalizar conhecimentos científicos pluriversais com sentimento e corporeidade. Assim, a componente de Introdução à Pretagogia PRETAGOGIZANDO O ENSINO NA UNIVERSIDADE: AFROAFETO, CORPOREIDADE E MUSICALIDADE NA SALA DE AULA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA


162 constrói uma outra relação com o que convencionamos chamar de “Academia” que tanta dureza tende a produzir quando se mostra pouco sensível, reduzindo nossos conhecimentos apenas à razão. Já as vivências afrorreferenciadas e permeadas de intencionalidade pretagógica tendem a potencializar nossos aprendizados, bem como expandir nossa existência. São laços que curam e entrelaçam saberes, fazeres, afetos, sentimentos, sensações, ações, libertações, encantos, coragens, forças, espiritualidade. Escutas e compartilhamentos sensíveis, acolhedores, motivadores, repletos de abraços com axé: ABRAXÉS!

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