Revista tudo a ver 54

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tudo a ver

eDIÇÃO 54 2015

ORGÂNICOS

X TRANSGÊNICOS



Revista Tudo a Ver

( Editórial ) ( Expediente ) Revista Tudo a Ver, nº 52 - 2015 Antonio Henriques Filho Diretor Presidente Denise Sales de Lima Diretora Administrativa e Comercial Colaboradores Antonio Henriques Júnior Juliana Figueiredo Henriques Adauto Neto Naiá Figueiredo de Freitas Anderson Almeida de Freitas Contato: (83) 98639-3023 | 99605-0999 revistatudoaver@gmail.com Sistema Paraíbano de Comunicação CNPJ: 22.557.194.0001-63 Tiragem: 3.000 exemplares

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Dilma tira o que deu Sete programas sociais sofrem cortes

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TRANSGÊNICOS Ruim para quem produz e para quem consome

A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes, e o aumento dramático no uso de agrotóxicos. Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores reféns das empresas que detêm a tecnologia, além de colocar em risco a saúde de agricultores e consumidores. Defendemos um modelo de agricultura baseado na biodiversidade agrícola e que não se utilize ou se utilize minimamente produtos químicos, por entender que só assim poderemos uma agricultura para todos e para sempre. Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza, como, por exemplo, arroz com bactéria. Por meio de um ramo de pesquisa relativamente novo (a engenharia genética), fabricantes de agroquímicos criam sementes resistentes a seus próprios agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas. As empresas ga6

nham com isso, mas nós pagamos um preço alto: riscos à nossa saúde e ao ambiente onde vivemos. O modelo agrícola baseado na utilização de sementes transgênicas é a trilha de um caminho insustentável. O aumento no uso de agroquímicos decorrentes do plantio de transgênicos é exemplo de prática que coloca em cheque o futuro dos nossos solos e de nossa biodiversidade agrícola,e é uma realidade, infelizmente. Diante da crise climática em que vivemos, a preservação da biodiversidade funciona como um seguro, uma garantia de que teremos opções viáveis de produção de alimentos no futuro e estaremos prontos para os efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura. Nesse cenário, os transgênicos representam um duplo risco. Primeiro por serem mais resistentes ou possuírem propriedades inseticidas, o uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de ervas daninhas e insetos, o que por sua vez leva o agricultor a utilizar uma quantidade cada vez maior de agrotóxicos. Não por acaso o Brasil se

tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos em 2008 – depois de cerca de dez anos de plantio de transgênicos – sendo mais da metade deles destinados à soja, primeira lavoura transgênica a ser inserida no nosso país. Além disso, o uso de transgênicos representa um alto risco de perda de biodiversidade, tanto pelo aumento no uso de agroquímicos (que tem efeitos sobre a vida no solo e ao redor das lavouras), quanto pela contaminação de sementes naturais por transgênicas. Neste caso, um bom exemplo de alimento importante, que hoje se encontra em ameaça, é o nosso bom e tradicional arroz. A diversidade do arroz brasileiro congrega desde o arroz branco plantado no Rio Grande do Sul, que é adaptado a temperaturas amenas, àquele plantado no interior do nordeste, vermelho, resistente a climas quentes e secos. Ambos são necessários, em seus respectivos climas e solos, para garantir que o cidadão brasileiro tenha sempre arroz em seu prato, em qualquer região do país.


Revista nºTudo 101 - a2015 Ver

Rotulagem como direito básico “É melhor prevenir do que remediar”. Consumimos hoje diversos alimentos com ingredientes transgênicos, produzidos para matar insetos e resistir a agrotóxicos. Você deve achar que exaustivos testes foram feitos, e todas as pesquisas que apontam possíveis riscos foram levadas em consideração, para que transgênicos fossem liberados. No entanto, isso não acontece. Não existe consenso na comunidade científica sobre a segurança dos transgênicos para a saúde humana e o meio ambiente. Testes de médio e longo prazo, em cobaias e em seres humanos, não são feitos, e geralmente são repudiados pelas empresas de transgênicos. Desde que os transgênicos chegaram clandestinamente ao Brasil, em 1997, o Greenpeace trabalhou para que o consumidor pudesse identificá-los e decidir se compraria ou não. Em 2003, foi publicado o

decreto de rotulagem (4680/2003), que obriga empresas da área da alimentação, produtores, e quem mais trabalha com venda de alimentos, a identificarem, com um “T” preto, sobre um triangulo amarelo, o alimento com mais de 1% de matéria-prima transgênica. A resistência das empresas foi muito grande, e muitas permanecem até hoje sem identificar a presença de transgênicos em seus produtos. O cenário começou a mudar somente após denúncia do Greenpeace, anos atrás, de que diversas empresas usavam transgênicos sem rotular, como determina a lei. O Ministério Público Federal investigou e a justiça determinou que as empresas rotulassem seus produtos, o que começou a ser feito em 2008. A partir de 2007, parlamentares da bancada ruralista, impulsionados pela indústria da alimentação e empresas de transgênicos, propuseram projetos de lei que visam aca-

bar com a rotulagem. É preciso ficarmos atentos para esta questão. A rotulagem de produtos transgênicos é um direito básico dos consumidores. Todos nós temos o pleno direito de saber o que consumimos. Os defensores dos transgênicos dizem que eles podem ser uma solução ao problema da fome no mundo, pois podem levar ao aumento da produção de alimentos. Mas realidade é bem diferente. A totalidade dos transgênicos plantados no Brasil, e a quase totalidade dos transgênicos plantados no mundo são plantas resistentes a agrotóxicos ou com propriedades inseticidas. A produtividade dos transgênicos não é superior à dos convencionais e orgânicos, e a semente é mais cara por conta dos royalties a serem pagos, o que aumenta o custo de produção. Considerando isso, e somando-se seus impactos sobre a biodiversidade agrícola e aumento no uso de agrotóxicos, só uma conclusão é possível: os transgênicos são um problema, e não a solução, para a fome no mundo.

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Festival do Turismo de João Pessoa: empresários apontam o turismo como saída para a crise

A realização do 5º Festival do Turismo de João Pessoa, no Centro de Convenções de João Pessoa, foi marcada pelo otimismo e a certeza de que o turismo é uma saída para a crise econômica que atinge o Brasil. O evento foi considerado o maior das regiões Nordeste e Norte, cresceu 25% em relação ao número de empresas participantes em relação a 2014. Foram mais de 180 expositores participantes e a perspectiva dos organizadores do evento foi superada com a participação de mais de 3 mil profissionais do setor , agentes de viagem e operadores de turismo, empresários e representantes de órgãos públicos durante a realização do festival. O secretário estadual de Turismo e Desenvolvimento (Setde), Laplace Guedes, destacou a importância do festival para consolidar o ‘Destino Paraíba’ como uma realidade no cenário nacional. Ele também não tem dúvidas de que

graças ao aumento do fluxo turístico pelo país, decorrente da alta do dólar, a região Nordeste deverá receber um número recorde de visitantes nesta alta temporada/2015. “A prova de que teremos um resultado positivo no setor, apesar da grave crise econômica, são os números do Festival do Turismo de João Pessoa. Aumentou o número de empresas expositoras”, disse. Para a presidente da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Ruth Avelino, graças aos turistas que vêm à Paraíba, o setor está conseguindo sobreviver a crise econômica atual. “Está provado que investir no turismo não é gasto. Claro que todos os setores da economia estão sendo atingidos pela crise, mas no turismo há movimentação nos hotéis, restaurantes, aeroportos e rodoviárias. E com a alta do dólar, quem pretendia viajar para o exterior virá com certeza para a região Nordeste”, declarou.

O diretor comercial do Festival do Turismo de João Pessoa, Cláudio Júnior, destacou o apoio de todo o trade paraibano para a realização do evento. Na opinião do empresário, a cada ano o festival vem se consolidando, aumenta o número de empresas expositoras e de agentes de viagem. “Caravanas de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará e Sergipe. Sem falar no número de jornalistas especializados de todo o país que cobriram os dois dias do evento”. Novidades - Os agentes de viagem presentes ao festival puderam participar de capacitações oferecidas pelas prefeituras paraibanas, redes hoteleiras, operadoras de turismo e companhias aéreas. Um dos destaques da edição deste ano, foram os estandes montados pelo Sebrae-PB, divulgando o turismo de experiência implantado em algumas cidades do litoral e interior da Paraíba.


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Renda

renascença

paraibana inspira coleção de estilista paulista

Cianinha, mosca, pipoca, esteirinha, corrente e até abacaxi. Esses são nomes de alguns pontos da renda renascença produzida na Paraíba que atraíram a atenção da estilista paulista Fernanda Yamamoto. A partir do trabalho das artesãs, ela criou a coleção inverno 2016, que vai ser apresentada ao público durante o desfile na São Paulo Fashion Week, no mês de outubro. A estilista visitou no Cariri paraibano, as localidades de maior expressão , produção e representatividade da renda renascença, como as cidades de Camalaú, Monteiro, São Sebastião do Umbuzeiro, Zabelê e São João do Tigre. A busca por mãos habilidosas nas associações e cooperativas envolve o trabalho de 40 artesãs que desenvolvem as peças para a coleção da grife. Com a visita de Fernanda Yamamoto, buscou-se a realização de novos experimentos, novas técnicas para aliá-los aos trabalhos já desenvolvidos das rendeiras, que perpetuam a tradição e o requinte do artesanato. “O colorido e os tons pasteis vão predominar nas peças, algumas com aplicações para deixarem os looks mais sofisticados. Muita modelagem, tecidos, bordados, feltragem e o manual muito forte”, adiantou a estilista. Ela disse ainda que a persona-

lidade das paraibanas está presente em cada ponto. “ Existe uma força por trás de cada uma delas. Foi muito revelador, por isso surgiu essa vontade de descobri-las, entendê-las e mostrar isso ao mundo aliado ao trabalho que já desenvolvo”, explicou a estilista. Para a gestora do Programa de Artesanato da Paraíba, Lu Maia, a parceria é importante para evidenciar nas passarelas, mais uma vez, a renda renascença que sempre se reinventa. Os grupos envolvidos nessas parcerias buscam se capacitar, se reinventar com cursos ,novos estilos de fazer peças, novos conceitos, o que concorre para valorizar ainda mais o trabalho das rendeiras, preservando e agregando mais valor ao trabalho das artesãs . Além da renda renascença, do macramê, um outro produto que tem se sobressaído é o trabalho de biojoias das Sereias da Penha nas passarelas da São Paulo Fashion Week através do estilista Ronaldo Fraga. Isso é o reconhecimento que o artesanato paraibano tem ganhado do mundo da moda. Podemos dizer que também gera uma fonte de renda/independência à essas mulheres artesãs, além do aspecto psicológico, com a elevação da autoestima de todas elas, mulheres guerreiras, habilidosas e vencedoras. 9


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