Técnica e prática 42

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Edição 42 | www.europanet.com.br

A R E V I S T A Q U E V A L E P O R U M A A U L A DE F O T O G R A F IA

Ensaios

Pré-casamento Contar a história do casal é o segredo, ensinam os profissionais Fernando Lutterbach e Laertes Soares

Aprenda a

posicionar o bebê

para fotos de newborn Saiba como proceder para produzir imagens e conheça as principais poses com truques valiosos de duas especialistas

Retratos de pessoas Dicas de como convencer um personagem a posar para a foto por Evandro Teixeira, Luiz Garrido, Tiago Santana, André François e Fabio Elias

Imagens de gastronomia Macetes para fotografar carnes e peixes com produção profissional

e ainda ual Como criar a identidade vis afia da sua empresa de fotogr lhar O que é preciso para traba com fotografia de viagem Os passos para fazer um livro design de álbum ou foto Fotografia criativa de em americano divide a imag em fatias do tempo


CAsAmenTo

A recordação

antes do sim

Os ensaios pré-casamento têm se popularizado entre os noivos. Dois especialistas no assunto falam sobre como produzir belas imagens que tenham a ver com a história do casal

Alguns casais optam por fazer o ensaio de Pré-Wedding vestidos com o traje de noivos

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POR KARINA SÉRGIO GOMES

B

atizados com nomes em inglês como “Pré-Wedding”, “Engagement Session”, “E-Session” ou “Save the Date” , os ensaios com os noivos antes do casamento é hoje quase uma unanimidade entre os casais modernos que querem guardar uma recordação dos tempos de namoro. Até o início dos anos 2000, o que se oferecia eram retratos feitos em estúdios e geralmente um deles ganhava uma grande ampliação para ficar na entrada do salão da festa. De meados de 2007 para cá, os casais

começaram a aceitar ensaios em locações externas que tinham a ver com a história deles. Hoje, muitos fotógrafos aproveitam essa tendência para fazer trabalhos mais criativos e personalizados, como é o caso do paranaense Laertes Soares, 35 anos, com 15 anos de carreira, e do mineiro Fernando Lutterbach, 40, que se dedica à fotografia de casamento há quase uma década. A sessão deve ser feita de dois a seis meses antes do casamento. Esse tempo é recomendável para que o fotógrafo tenha prazo o suficiente para


Laertes Soares

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Fotos: Fernando Lutterbach

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Detalhes, como um instrumento musical, podem contar muito sobre a história de um casal

entregar as imagens editadas e tratadas. E também para que o casal tenha tempo de planejar como vai querer usá-las na decoração da festa, seja no álbum, na recepção ou no site do casamento. O ensaio pode ou não estar vinculado ao pacote de cobertura de casamento. No caso de Fernando, esse trabalho sempre faz parte do contrato. Já Laertes, às vezes, é contratado somente para fazer esses registros. “Quando o casal não consegue me contratar para fazer o casamento a gente negocia apenas o Pré-Wedding”, conta. Segundo Fernando, essa é uma ótima oportunidade para conhecer

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melhor os noivos antes da cobertura do casamento. “É um momento de criar vínculos com o casal, o que faz diferença para o dia da cerimônia. No dia do evento, eles já terão recebido as fotos do ESession e ficarão mais à vontade porque confiam no seu trabalho. E você também já conhece o casal e sabe o que esperar deles”, explica. Para os dois fotógrafos, o segredo para fazer um E-Session autêntico está na conversa.

BATE-PAPO Certa vez, Laertes foi fotografar uma noiva que queria fazer um ensaio em uma cachoeira, pois tinha gostado de uma foto que ele tinha feito de um casal naquele tipo de ambiente. Ao chegar ao local, ela não parou de reclamar dos pernilongos, do calor, da água fria...

“Ela não combinava com aquele ambiente. Hoje, já não deixo mais acontecer isso. Antes da sessão, tenho uma boa conversa com os noivos para saber o que combina com eles”, conta Laertes. Fernando também passou por uma situação parecida quando os noivos chegaram com balões de gás hélio para o ensaio. “Fiz algumas fotos, mas não ficou natural porque não era um objeto que tinha a ver com o casal”, lembra. Para evitar esses incidentes, os dois profissionais procuram ter um bate-papo de pelo menos uma hora com o casal para conhecer a história deles. Esse contato pode acontecer dias antes do ensaio ou quando eles assinam o contrato das fotos. Nessa conversa, o fotógrafo precisa descobrir onde os noivos se conheceram, o que gostam de fazer


juntos, quais são suas profissões e outros detalhes. Alguns casais costumam levar referências de fotos que acham na internet. Isso pode até servir de orientação para o fotógrafo, mas o profissional deve ter sensibilidade para saber se aquilo combina ou não com os clientes e também ter liberdade para fazer o que acredita que trará um melhor resultado.

PRÉ-ENSAIO Com o perfil traçado, fotógrafo e noivos começam a pensar em locações possíveis, objetos cenográficos e uma breve história que irá delinear a sessão de fotos. “É um estilo de fotografia mais parecido com o documental. A gente passa um dia com o casal registrando momentos deles. Não precisa ser numa praia paradisíaca, pode ser no apartamento que eles estão montando para morar, por exemplo. Mas tem de ser algo que tenha a ver com a história dos dois”, explica Fernando. Escolhido o local ideal para o ensaio, o fotógrafo ou os noivos, em caso de locação privada, como um restaurante ou

um bar, fazem contato com o dono do estabelecimento. Caso seja cobrado alguma taxa para uso do espaço, a despesa fica a cargo do casal. “É importante ser um local com o qual os noivos se identifiquem e que se sintam à vontade. Principalmente os homens, que geralmente participam do ensaio para agradar à namorada e demoram para se soltar”, comenta Laertes.

Para conseguir poses espontâneas, uma dica é pedir para que os noivos se movimentem, como se dançassem

A casa do casal também pode ser um cenário a ser explorado na sessão de fotos


Fotos: Laertes Soares

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Use a criatividade: os acessórios usados nas fotos devem fazer parte da rotina do casal

Laertes Soares Paranaense de Ponta Grossa, Laertes Soares, 35 anos, trabalha como fotógrafo há mais de 15. Na última década se especializou em casamentos e ensaios de família. Atualmente, além de fotografar, ministra workshops em Curitiba (PR) sobre fotografia e ensaios de Pré-Wedding. Em 2014, na primeira edição do prêmio de fotografia de casamento Inspiration Award, Laertes teve duas fotografias premiadas. Para saber mais www.laertessoares.com.br

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PRODUÇÃO Os objetos em cena devem fazer parte do cotidiano do casal. Se eles gostam de andar de bicicleta, se tocam algum instrumento musical ou se têm cachorro... Esses podem ser elementos interessantes que podem ajudar a contar a história dos dois. Outra parte importante é o figurino. Fernando conta com a ajuda da mulher, Carolina, 35 anos, que auxilia os noivos na escolha das roupas para o ensaio. Eles fotografam as possíveis peças e enviam para Carolina, que opina sobre quais combinam mais com a locação escolhida. Laertes pede para que eles levem de duas a quatro trocas de roupas e juntos, fotógrafo e noivos, decidem o que ficará melhor para o ensaio. “Alguns noivos optam por fazer esse ensaio já vestidos com trajes parecidos com o que irão usar no casamento. Se eles se sentem confortáveis dessa forma, para mim, não há problema. O

importante é que eles se identifiquem com o resultado final”, diz Laertes. Para as mulheres, Fernando recomenda que venham maquiadas para a sessão. A maquiagem deve ser básica e leve, pois geralmente os ensaios ocorrem durante o dia. Laertes, em alguns casos, quando a noiva pede, leva junto uma maquiadora para ajudá-la. “Quando não temos um maquiador, eu as oriento sobre o estilo de maquiagem que devem fazer. É muito importante um fotógrafo estudar um pouco sobre o assunto para poder ajudar as clientes”, ensina.

DIREÇÃO O melhor horário para iniciar o ensaio, segundo os dois fotógrafos, é às 15h. “Geralmente começo nesse horário para o casal ter tempo para se acostumar com a minha presença. Às 16h é o momento de melhor luz e, depois de uma hora de fotos, eles já se sentem mais à


Dependendo da história do casal, mesmo se o tempo estiver chuvoso pode ser uma oportunidade para fazer belas imagens

vontade com a câmera”, conta Fernando. Laertes usa a mesma técnica. Ele não recomenda chegar muito mais cedo porque o casal pode ficar cansado antes do horário da melhor luz. Três horas normalmente é um bom tempo de ensaio para que o fotógrafo consiga boas imagens e os noivos não se cansem. Para conseguir cliques que transpareçam naturalidade, Fernando sugere aos noivos que façam movimentos como se abraçar, dançar, caminhar... “Antes de começar o ensaio, planejamos breves situações que possam contar uma história, como um dia no parque, o noivo tocando uma música para a noiva... A partir dessa ideia, criamos situações que possam ilustrar esse acontecimento e transparecer um clima de cumplicidade e amor do casal”, explica. Laertes adverte que não é recomendável dirigir os noivos como se fossem bonecos, colocando-os nas poses desejadas. Essa atitude

pode transparecer nas imagens que o casal não tem entrosamento. O fotógrafo procura ir conversando com o casal e pede que eles troquem carinhos. “Tento fazer com que eles se divirtam e vão

produzindo sozinhos poses e gestos que transmitam a cumplicidade”, diz. Ambos preferem trabalhar sozinho, pois acreditam que gente demais atrapalha e tira a intimidade do casal.

Se os noivos tiverem um bicho de estimação, ele também pode participar do ensaio

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Fernando Lutterbach

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O horário do começo do entardecer é o melhor momento para fazer o ensaio

Fernando Lutterbach Formado em Jornalismo pela PUC-MG, o mineiro Fernando Letterbach, 40 anos, atuou no fotojornalismo por quatro anos. Chegou a trabalhar com cobertura de eventos corporativos de grandes empresas e na área de moda. Começou a fotografar casamentos em 2008, se especializando no segmento. Em 2011, 2012 e 2013 ficou entre os cinco melhores no concurso nacional Wedding Awards, promovido pelo portal Yes Wedding. Para saber mais www.lutterbachfotografia.com.br

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EQUIPAMENTOS Para conseguir captar a intimidade, os dois fotógrafos usam poucos equipamentos. Fernando trabalha com uma Nikon D4 e com as lentes 35 mm f/1.4, 50 mm f/1.8 e 85 mm f/1.8. Laertes também prefere objetivas fixas para a sua Canon EOS 5D Mark III. As favoritas são 28 mm f/1.8, 85 mm f/1.8 e 50 mm f/1.8. “Opto pelas lentes fixas porque são mais leves, mais luminosas e estimulam a minha criatividade. Pois, como não tenho o auxílio do zoom, preciso me movimentar para enquadrar a cena”, justifica Fernando. Laertes partilha da mesma opinião: “meu zoom são as minhas pernas”, define. Os dois profissionais fotografam apenas com luz natural e geralmente em ambientes abertos. Em casos de dias de chuva, tentam remarcar a

sessão, embora conciliar a agenda do fotógrafo com a dos noivos seja uma tarefa complicada. O mais comum é esperar para ver se a chuva passa, procurar por uma locação fechada que tenha a ver com o casal ou aproveitar a chuva como elemento cênico. Durante a sessão, eles também evitam mostrar as fotos aos noivos. “Às vezes, você gosta de uma foto, mas o noivo prefere outra que não está tão boa. Por isso, eles só veem as que eu seleciono e entrego prontas para eles”, diz Laertes. Caprichar na edição e no tratamento dessas imagens é importante, pois esse pode ser o primeiro de muitos outros ensaios que o fotógrafo pode vir a fazer com o casal. “Às vezes, sou chamado para fazer um ensaio de um ano de casamento, de gestante e de família. É uma parceria que você firma com o casal”, explica ele.



design

Conceito e edição Etapas importantes para diagramar fotos Seja de casamento ou de festa de aniversário, álbuns e fotolivros ajudam a contar e a guardar momentos importantes. Confira POR KARINA SÉRGIO GOMES

T

odo fotógrafo que pretende ganhar dinheiro com fotografia de eventos sociais – segmento em que a cobertura de casamento é o filé mignon – precisa saber como apresentar bem para o cliente o resultado de seu trabalho. E um dos pontos básicos é ter noção de como diagramar um álbum fotográfico ou um fotolivro. São versões modernas

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dos antigos álbuns, em que as ampliações das fotos eram colocadas em encadernações, sem muitas possibilidades de criatividade. Na era digital, fazer um álbum ou fotolivro com estilo pode render mais até que a cobertura do casamento, tais as possibilidades que existem para diagramação e impressão. “O álbum é como se fosse o documento, a comprovação de que o


Cada álbum requer um conceito e uma edição especial que tenha a ver com o evento e com o cliente


design

Sempre pergunte aos noivos se eles querem um documento familiar, em que você deve explorar amigos e parentes (ao lado), ou um registro geral do evento, com opções de fotos mais artísticas (acima)

evento ocorreu. É um momento de celebração ver as fotos impressas, pois a emoção é diferente. E há pessoas dispostas a pagar mais pelo álbum do que pela cobertura fotográfica”, diz Willians Moraes, fotógrafo e professor de diagramação de álbuns e fotolivros no Instituto Internacional de Fotografia, em São Paulo (SP). Ele também alerta que muitos clientes,

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além de conferir as fotos no site do profissional, querem ver um exemplo de álbum físico para saber como o trabalho será entregue. E o serviço está tão em alta que há até pessoas dedicadas só à diagramação, como a gaúcha Aline Budzyn, 25 anos, que desde 2009 produz álbuns para diferentes profissionais. “Encontrei essa profissão por acaso. Fui fazer um

curso para tratamento de fotos com os fotógrafos Joel e Isa Richter e eles estavam precisando de uma pessoa que diagramasse para eles e fui fazer esse trabalho. Acabei gostando, estudei o assunto e me especializei”, conta ela, que hoje cursa Publicidade e Propaganda e toca o seu próprio negócio, a empresa Aline B. – Design de Álbuns.


O formato fotolivro é mais recomendado para fotos de crianças

O CONCEITO Um álbum, porém, não pode ser apenas um livro com fotos impressas. “É um trabalho artesanal que deve ser pensado cliente a cliente”, define Willians. Os dois profissionais destacam que é preciso pensar em um conceito para cada edição que norteará a criação e deverá combinar com o estilo de fotos do fotógrafo e com o evento que cobriu. “Não dá para fazer o mesmo álbum para um casamento rústico e para um mais luxuoso, ou para um ensaio infantil e um newborn. Cada momento pede um tipo de diagramação. Por isso, sempre peço um briefing para os fotógrafos. Às vezes, dá para entender o estilo dos noivos ou da festa pelas fotografias”, explica Aline. Para cada conjunto de registros, o enfoque das fotos será diferente. Em um casamento, valoriza-se mais os noivos; em álbum de festa infantil, mais as crianças e depois os pais com o filho; um álbum de newborn geralmente é menor e com poucas fotos que explorem as melhores expressões do bebê.

É importante criar um conceito para a diagramação de cada álbum, um book de gestante (acima) não pode ser parecido com um ensaio de newborn (abaixo)

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design

DICA

Concentre temas e personagens em uma única lâmina, como padrinhos (ao lado); ou mesmo a sequência de um movimento (abaixo)

O álbum ou fotolivro deve contar uma história com começo, meio e fim. E cada lâmina pode conter um assunto específico

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Willians, que fotografa mais casamento, ensina que é importante perguntar para os noivos qual é a importância do registro para eles. “Você deve trabalhar com a ideia de ‘desconstrução’. Esse é um conceito muito usado na arquitetura e na engenharia. Você precisa saber primeiro o tipo de álbum que o cliente espera receber e trabalhar desde o começo da cobertura já pensando no projeto final. Isso vai

ajudá-lo na hora da cobertura do evento”, diz. Se o intuito for um documento familiar, na edição, deve-se valorizar mais as fotos com parentes e com os amigos. Se os noivos querem um registro geral da cerimônia, é possível dar mais destaque há detalhes e fazer fotos mais artísticas. E essa escolha vai mudar totalmente um álbum de outro, afirma o especialista. Há também diferenças entre o fotolivro e o álbum fotográfico. No primeiro, não é usado papel fotográfico, a impressão é em papel couchê, que é mais fino. É geralmente usado para eventos menores e com menos fotos. Aline indica que para imagens de criança seja feito o fotolivro, por ser mais leve, o que facilita para os pequenos folheá-lo e interagir com a publicação. Já o álbum é mais pesado e feito com papel fotográfico, que tem cerca de 1 mm de espessura e é encadernado. Costuma ser mais usado para fotos de casamento por ser mais sofisticado. No entanto, a atenção na diagramação para os dois modelos deve ser a mesma.


A EDIÇÃO Um álbum clean de 60 páginas deve ter 75 fotos, de acordo com Aline. “Esse é um bom número de fotos, que permite deixar um respiro nas páginas e não fica cansativo”, diz. Geralmente, os fotógrafos enviam para ela todas as imagens a ser colocadas no projeto gráfico, já editadas e numeradas na ordem que devem entrar. Mas em geral é a designer que escolhe o tamanho e o destaque de cada foto. “Eles confiam no meu trabalho e sabem que sei hierarquizar bem os fatos. Em um

casamento, dou mais destaque para as fotos de alianças e dos noivos. Em um álbum de festa infantil, tento destacar, além da criança, os detalhes da comemoração”, ensina. Já Willians tem dois modelos de edição. No primeiro, seleciona as imagens-chave que não podem faltar no álbum e o cliente escolhe as demais fotos para compôr o projeto. No segundo, ele escolhe sozinho as fotos e já entrega o trabalho pronto. O importante, em qualquer um dos dois, é que seja contada a história em uma

Cada dupla de páginas deve contar uma história ou conter um assunto, como decoração, na primeira, e o noivo esperando a noiva e o encontro, acima

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design

Não se deve misturar fotos preto e branco com coloridas nas lâminas, pois a única P&B ou colorida vai se destacar no conjunto fazendo as demais passarem despercebidas

narrativa linear. O álbum deve ser como um livro, com começo, meio e fim. E cada lâmina também deve contar uma passagem inteira do evento ou mostrar seus personagens. Em um casamento, por exemplo, apresentar os padrinhos na pista de dança com os noivos, depois os irmãos. Em uma festa de criança, uma lâmina com os pais, depois com os avós, e

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assim por diante. É nesse processo também que você deve ter cuidado para não misturar fotos preto e branco com colorida em uma mesma página dupla. Esse zelo não se deve apenas por ser considerado pouco estético. De acordo com Aline, se há uma foto preto e branco entre quatro coloridas, o cérebro vai se ater apenas à monocromática e

processar que já viu as demais. O mesmo ocorre se for o contrário. “O peso entre as fotos fica desigual. A única preto e branco ou colorida vai se destacar e fazer com que as outras passem despercebidas”, explica. Na próxima edição, os dois profissionais darão dicas práticas de diagramação, cores de fundo e tipos de fontes de letras.


design

Com recursos de assimetria (acima) e simetria (abaixo) é possível criar uma diagramação mais dinâmica para álbuns e fotolivros, o que irá destacar o trabalho do fotógrafo de eventos sociais

Bibliografia básica A linguagem da tipografia Autor: Pierre Duplan Primeiros socorros em tipografia Autor: Friedrich Forssman A arte da tipografia – composiçao tipográfica Autor: Hermann Zapf Tipografia e design gráfico Autor: Joaquim da Fonseca Grid – construção e desconstrução Autor: Timothy Samara Composição visual Autor: Luiz Claudio Gonçalves Gomes Geometria do design Autor: Kimberly Elam Sistemas de grelhas Autor: Josef Müllerbrockmann Diagramação de álbum de casamento (videoaula) Autor: Fernanda Marques Diagramação com InDesign CC Autor: Maurício Brancalion

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já prontos nos programas das gráficas, os dois profissionais não recomendam utilizá-los para diagramação porque esse recurso pode deixar o trabalho muito limitado. “O fotógrafo corre o risco de usar sempre os mesmos templates para diferentes tipos de álbum e isso pode comprometer o resultado. Uma das formas de você se diferenciar dos demais é fazer algo personalizado para o cliente. Isso agrega valor ao trabalho”, afirma Willians. Os dois especialistas usam o InDesign, programa do Adobe, para diagramar. Quando todas as páginas estão prontas, exportam o arquivo em JPEG e usam os programas das gráficas apenas para subirem as imagens. Contudo, ambos afirmam que para fazer um bom álbum é necessário estudo.

Uma das leituras fundamentais para Aline foi o livro Design para quem não é designer, de Robim Willians. “Não existem livros de diagramação de álbuns ainda, mas para fazer esse trabalho é importante ler sobre estudo das cores, tipografia, design. Esse conhecimento vai ajudá-lo a criar álbuns melhores”, diz ela. Willians também ressalta a importância de estudar. “Quando me deparei com a necessidade de diagramar o primeiro álbum, só tive um caminho: respirar diagramação. Fui para as livrarias ler tudo que podia sobre o assunto para entregar um bom álbum para o cliente”, conta. Veja as dicas do que ler sobre o tema (box ao lado) e empenhe-se na criação, pois certamente seu trabalho ganhará mais destaque.


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