Edição 41 | www.europanet.com.br
A R E V I S TA Q U E VA L E P O R U M A A U L A D E F O T O G R A F I A
FOTOGRAFIA DE
newborn
Aprenda como devem ser usados os acessórios nas fotos com duas especialistas
Imagens aéreas Dicas de Joás Souza
para fotografar a partir de avião ou de helicóptero
Panorâmicas O premiado Marcio Cabral mostra os segredos para fazer imagens espetaculares
Casamentos Os conceitos para diagramar álbuns e fotolivros
MAIS dinheiro Aprenda a administrar o rafia og fot da sua empresa de
Entenda o processo da estabilização óptica Ensaio de surfe com light painting e flash Como explorar a beleza em imagens de moda
Saiba como montar um
portfólio para casamento e moda
Os fotógrafos Marcio Sheeny, Vinícius Matos, Dorival Zucatto e Primo Tacca ensinam como montar um portfólio físico e digital adequado para os segmentos em que atuam. Confira as dicas POR KARINA SÉRGIO GOMES
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inte minutos. Esse é o tempo médio que os clientes dispõem para avaliar o trabalho de quem fotografa casamento ou moda. Por isso, não adianta colocar as cem melhores fotos que você já fez na vida de diferentes segmentos. É preciso ter foco. O profissional não deve misturar, no portfólio, ensaios de famílias com books de modelos e festas de criança, por exemplo. Ele deve escolher o que gosta de fazer e investir nisso. Mesmo vivendo em um mundo em que as plataformas digitais ganham cada vez mais
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Técnica&Prática
espaço, fotografias impressas e bem editadas ainda conquistam os clientes. Mas, claro, isso não dispensa ter um site organizado, com as melhores fotos feitas, e perfis nas redes sociais — imprescindíveis para divulgar o trabalho de quem trabalha com casamento e moda. Inclusive, o primeiro contato com o fotógrafo, muitas vezes, parte do compartilhamento de imagens feitas por clientes no Facebook. Confira as dicas de quatro especialistas para caprichar na apresentação de seu trabalho antes de ele ganhar notabilidade nos mundos real e virtual.
Marcio Sheeny
Marcio Sheeny gosta de dirigir as noivas: essa característica é notável no portfólio do fotógrafo
Técnica&Prática
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PorTfólio
Ensaio de trash the dress (acima) é um dos segmentos que fotógrafos de casamento podem explorar
Menos é mais. Um portfólio pode ter poucas fotos, desde que as imagens causem impacto Vinícius Matos
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Técnica&Prática
A HORA DO SIM Ao contrário de fotojornalismo, de fotografia documental ou de arte – temas da próxima aula – em que o profissional irá apresentar um portfólio para pessoas experientes no mercado, o fotógrafo de casamento tem um compromisso direto com os clientes, que provavelmente estão tendo o primeiro contato com esse universo naquele momento. A partir da avaliação do portfólio de alguns profissionais e de acordo com gostos pessoais, eles irão escolher (ou não) quem irá registrar um dos momentos mais importantes da vida de um casal. Para o fotógrafo Marcio Sheeny, que trabalha com casamentos há oito anos no Rio de Janeiro (RJ), as redes sociais são a melhor forma para divulgar o
trabalho. A maioria dos clientes que o procuram vem por meio delas. “É importante montar álbuns com fotos de casamento que registrou em sua página no Facebook e marcar as pessoas para que o trabalho seja compartilhado na time line dos noivos. Recebo cerca de quatro mensagens de pessoas interessadas em fazer um orçamento comigo depois dessa ação”, diz. Essas imagens, no entanto, já precisam ter sido previamente tratadas e editadas. Das cerca de quatro mil imagens que Sheeny faz durante o evento, ele seleciona cem para postar no Facebook. Após verem as fotos na rede social, os clientes visitam o site do fotógrafo, que, segundo Sheeny, deve ter, além de fotos, um blog em que o profissional conte um pouco sobre a história de cada
Fotos: Marcio Sheeny
O portfólio físico e o site devem conter fotos de vários momentos: cerimônia (acima), making of (ao lado) e book da noiva (abaixo)
casal que fotografou ou até divida experiências pessoais. “É importante mostrar o seu lado humano”, afirma ele. Já Vinícius Matos, que atua também há oito anos no mesmo segmento, mas em Belo Horizonte (MG), acredita que poucas pessoas têm paciência para ficar navegando muito tempo. Por isso, alerta que é importante selecionar muito bem as imagens que serão colocadas no site e nas redes sociais. Para ele, 30 boas fotos são o suficiente. “São dois momentos: geralmente o cliente vai chegar a você pelo que ele já viu em seu site. Se ele gostou, pedirá para ver álbuns impressos, que deverão conter fotos de todos os momentos do casamento. Sou da filosofia ‘menos é mais’. Podem ser poucas fotos, desde que tenham impacto”, explica.
PAPEL PASSADO Se o cliente gostou do que está no Facebook e no site, chegou o
Técnica&Prática
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PorTfólio As fotos do portfólio devem ser atualizadas anualmente
5 dicas para portfólio de casamentos 1
Procure por referências e profissionais que você admire
Descubra o seu estilo e direcione os clientes para a sua especialidade
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Só divulgue o que você tem de melhor
Conheça muito bem o equipamento que tem e saiba o que você pode extrair de melhor dele
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Mantenha o portfólio on-line e impresso sempre atualizado
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momento de mostrar o trabalho impresso. “No portfólio físico deve haver uma seleção das melhores fotos do site. Você pode mostrar no passe-partout ou em um fotolivro, que, para os noivos, talvez seja mais interessante ao ver como o álbum pode ficar quando pronto”, explica o premiado Vinícius – ele venceu o Wedding Awards 2012 na categoria Ideia Criativa e foi selecionado em três edições de outro prêmio internacional, o Best of The Best Wedding. Sheeny costuma levar três modelos de portfólio: o simples, o intermediário e o mais sofisticado. “Contrato um diagramador para fazer todo o design do álbum. Recomendo que
não coloque mais do que três fotos por dupla de páginas, que deve contar um momento completo do evento, como a entrada da noiva ou o corte do bolo”, diz Sheeny. No portfólio, o fotógrafo precisa deixar claro como gosta de trabalhar. Sheeny, por exemplo, prefere dirigir os noivos. Já Vinícius é reconhecido por fazer registros mais espontâneos. “Você precisa direcionar o trabalho para onde você quer. É importante descobrir o seu estilo e deixá-lo claro no portfólio”, diz Sheeny. E, para quem quer entrar na área e precisa montar um portfólio, ambos recomendam que o iniciante procure um profissional com o qual se
identifique para trabalhar como assistente dele, mesmo que de graça. “É preciso que você entenda como é a dinâmica de um casamento. A maioria das pessoas está vivendo aquilo pela primeira vez e o experiente tem de ser você para pegar os melhores ângulos”, explica Sheeny. De acordo com ele, para entrar no mercado leva cerca de três anos.
Fotos: Vinícius
Matos
O fotógrafo Vinícius Matos acredita que o portfólio precisa ter poucas e boas imagens que causem impacto, elas podem ser de detalhes (acima) ou de momentos espontâneos (ao lado e abaixo)
Técnica&Prática
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Fotos: Primo Tacca
PorTfólio
Em fotos para books, o fotógrafo deve destacar o que as modelos têm de melhor
A rede social é o primeiro contato com um possível cliente. Depois de ver fotos no Facebook, ele vai olhar o site e, se gostar, marcará uma reunião para analisar o seu portfólio físico Dorival Zucatto
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MUNDO FASHION O profissional de fotografia de moda também deve direcionar os clientes para os segmentos que gosta de atuar. Conforme Primo Tacca, de Bruque (SC), que trabalha há cinco na área, o mercado de moda no Brasil é regional e com peculiaridades. “Há polos de empresas que precisam de alguém para fazer catálogos; o que é diferente de lugares em que a maior parte do mercado é de lojistas, que buscam profissionais que retratem bem o conceito da marca; e há as modelos que procuram por fotógrafos que façam e atualizem books”, explica. Tacca ressalta ainda que é importante entender muito bem o mercado com o qual vai trabalhar porque para cada trabalho é necessário esmero em algum detalhe. Quem está a fim de fazer um portfólio voltado para catálogos deve apresentar bem os detalhes técnicos das confecções, por exemplo. Em casos de book, é preciso valorizar o que a modelo tem de melhor
(sorriso, pele, olhar...). Mas uma regra vale para todos: “a foto tem de prender a atenção do espectador primeiro e, depois, vender o produto”, ensina Tacca. Escolhida a área de atuação, chega o momento de montar o portfólio. No caso de books de modelos, o fotógrafo Dorival Zucatto, com 15 anos de experiência, recomenda que o profissional faça parcerias. “Você deve procurar por um bom produtor, uma boa modelo e um bom maquiador que estão precisando renovar ou mesmo montar um portfólio e façam um acordo que fique bom para todo mundo. Geralmente, você compartilha as fotos com eles e não precisa pagar pela mão de obra dos envolvidos”, explica Zucatto. Depois de selecionar a equipe, o fotógrafo precisa fazer um briefing bem completo para todos os envolvidos. Essas fotos devem ser compartilhadas nas redes sociais da equipe e servirá como vitrine para os profissionais. Quem não tiver verba disponível para
alugar um estúdio pode optar por fazer um ensaio ao ar livre em um parque para explorar bem a luz natural. Um dos momentos mais difíceis e que merece mais atenção é a hora da edição. “Às vezes, é melhor selecionar apenas cinco imagens incríveis do que dez, caso alguma possa jogar para baixo o seu trabalho”, alerta Zucatto. Para facilitar esse processo, ele recomenda que o fotógrafo leve sempre consigo algumas imagens impressas em tamanho 10 x 15 cm para mostrar para amigos em encontros casuais. “Logo, você vai perceber que algumas imagens chamam mais a atenção das pessoas”, conta. Os profissionais de fotografia de moda recomendam selecionar cerca de 12 fotos para cada área – book, foto conceito e catálogo – e fazer um portfólio diferente para cada uma.
Primo Tacca sugere que sejam feitos portfólios separados para os diferentes segmentos, como catálogos, editoriais e books de modelos
Feita a seleção, capriche na impressão das imagens. Se necessário, contrate um designer para dar uma unidade visual ao portfólio. “Muitas vezes, o cliente vai pedir para você fazer fotos para o catálogo dele. Por isso, é importante apresentar um portfólio bem-feito para ele ver a qualidade das fotos impressas”, alerta Zucatto. Ele recomenda ainda que as imagens sejam levadas soltas com um passe-partout e dentro de uma caixa, porque muitas
PorTfólio
Desfiles de moda também rendem bons portfólios no segmento
5 dicas para portfólio de book e moda 1
Foque no segmento em que você pretende atuar
Escolha um material humano bacana. Não se prenda a uma modelo porque você a conhece desde a infância. Procure pela profissional certa para o tipo de trabalho que deseja realizar
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Explore a rede social para fazer contatos
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Tenha um design diferenciado no site e no portfólio impresso
Não se importe em ter um portfólio vasto. Monte-o com imagens de qualidade
Fotos: Dorival Zucatto
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vezes a reunião é feita com mais de uma pessoa, e os envolvidos na análise podem ir trocando as imagens entre si. Tacca e Zucatto também aconselham o fotógrafo a ter um CD/DVD personalizado, com capa estilizada e mais trabalhos, e o deixar com o cliente para que ele possa olhar outras vezes. Outra dicas é levar um folder bem diagramado e impresso com os contatos e o endereço do site do fotógrafo (que deve ser atualizado com frequência). Tacca indica que cada foto fique publicada no site no máximo um ano, porque as coleções mudam a cada seis meses. O profissional ressalta ainda que o site tem de ser bem desenhado, o endereço deve ser curto e evitar palavras estrangeiras. É importante investir em alguém que crie uma identidade visual no portfólio on-line, que pode ser reproduzido no físico. Para quem não puder fazer esse investimento, Zucatto sugere o site ttp://pt.wix.com/, que tem
templates criativos direcionados para páginas de fotógrafos.
NO FACEBOOK Depois de ter um portfólio bem definido, o próximo passo é compartilhar as fotos nas redes sociais. Essa é uma boa maneira de divulgar o trabalho. Zucatto recomenda ter uma fan page atualizada e com as fotos organizadas por álbum – por exemplo: book, ensaio, catálogo – e todos os envolvidos nas produções marcados. “A rede social é o primeiro contato com um possível cliente. Depois de ele ver o trabalho no Facebook, vai olhar o site e, se gostar, marcará uma reunião onde você terá de levar o seu portfólio físico”, explica. Tacca ensina também que o fotógrafo pode criar uma rotina na rede social, cativando clientes e provocando uma interação. “Cerca
As modelos devem ser escolhidas de acordo com o trabalho que será feito, como estas para os segmentos de joias, beleza e moda verão
de 95% dos meus clientes vêm da rede social. Mas muita gente gasta energia demais de forma errada no Face. Você precisa usá-lo de forma profissional para agregar valor ao seu trabalho e evitar gastar tempo falando da sua vida
pessoal ou reclamando de alguma coisa”, ensina o profissional. Já para os portfólios de fotojornalismo, fotografia documental e arte a rede social não é primordial. Mas esse é o assunto da próxima aula.
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design
Conceito e edição Etapas importantes para diagramar fotos Seja de casamento ou de festa de aniversário, álbuns e fotolivros ajudam a contar e a guardar momentos importantes. Confira POR KARINA SÉRGIO GOMES
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odo fotógrafo que pretende ganhar dinheiro com fotografia de eventos sociais – segmento em que a cobertura de casamento é o filé mignon – precisa saber como apresentar bem para o cliente o resultado de seu trabalho. E um dos pontos básicos é ter noção de como diagramar um álbum fotográfico ou um fotolivro. São versões modernas
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dos antigos álbuns, em que as ampliações das fotos eram colocadas em encadernações, sem muitas possibilidades de criatividade. Na era digital, fazer um álbum ou fotolivro com estilo pode render mais até que a cobertura do casamento, tais as possibilidades que existem para diagramação e impressão. “O álbum é como se fosse o documento, a comprovação de que o
Cada álbum requer um conceito e uma edição especial que tenha a ver com o evento e com o cliente
design
Sempre pergunte aos noivos se eles querem um documento familiar, em que você deve explorar amigos e parentes (ao lado), ou um registro geral do evento, com opções de fotos mais artísticas (acima)
evento ocorreu. É um momento de celebração ver as fotos impressas, pois a emoção é diferente. E há pessoas dispostas a pagar mais pelo álbum do que pela cobertura fotográfica”, diz Willians Moraes, fotógrafo e professor de diagramação de álbuns e fotolivros no Instituto Internacional de Fotografia, em São Paulo (SP). Ele também alerta que muitos clientes,
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além de conferir as fotos no site do profissional, querem ver um exemplo de álbum físico para saber como o trabalho será entregue. E o serviço está tão em alta que há até pessoas dedicadas só à diagramação, como a gaúcha Aline Budzyn, 25 anos, que desde 2009 produz álbuns para diferentes profissionais. “Encontrei essa profissão por acaso. Fui fazer um
curso para tratamento de fotos com os fotógrafos Joel e Isa Richter e eles estavam precisando de uma pessoa que diagramasse para eles e fui fazer esse trabalho. Acabei gostando, estudei o assunto e me especializei”, conta ela, que hoje cursa Publicidade e Propaganda e toca o seu próprio negócio, a empresa Aline B. – Design de Álbuns.
O formato fotolivro é mais recomendado para fotos de crianças
O CONCEITO Um álbum, porém, não pode ser apenas um livro com fotos impressas. “É um trabalho artesanal que deve ser pensado cliente a cliente”, define Willians. Os dois profissionais destacam que é preciso pensar em um conceito para cada edição que norteará a criação e deverá combinar com o estilo de fotos do fotógrafo e com o evento que cobriu. “Não dá para fazer o mesmo álbum para um casamento rústico e para um mais luxuoso, ou para um ensaio infantil e um newborn. Cada momento pede um tipo de diagramação. Por isso, sempre peço um briefing para os fotógrafos. Às vezes, dá para entender o estilo dos noivos ou da festa pelas fotografias”, explica Aline. Para cada conjunto de registros, o enfoque das fotos será diferente. Em um casamento, valoriza-se mais os noivos; em álbum de festa infantil, mais as crianças e depois os pais com o filho; um álbum de newborn geralmente é menor e com poucas fotos que explorem as melhores expressões do bebê.
É importante criar um conceito para a diagramação de cada álbum, um book de gestante (acima) não pode ser parecido com um ensaio de newborn (abaixo)
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design
DICA
Concentre temas e personagens em uma única lâmina, como padrinhos (ao lado); ou mesmo a sequência de um movimento (abaixo)
O álbum ou fotolivro deve contar uma história com começo, meio e fim. E cada lâmina pode conter um assunto específico
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Willians, que fotografa mais casamento, ensina que é importante perguntar para os noivos qual é a importância do registro para eles. “Você deve trabalhar com a ideia de ‘desconstrução’. Esse é um conceito muito usado na arquitetura e na engenharia. Você precisa saber primeiro o tipo de álbum que o cliente espera receber e trabalhar desde o começo da cobertura já pensando no projeto final. Isso vai
ajudá-lo na hora da cobertura do evento”, diz. Se o intuito for um documento familiar, na edição, deve-se valorizar mais as fotos com parentes e com os amigos. Se os noivos querem um registro geral da cerimônia, é possível dar mais destaque há detalhes e fazer fotos mais artísticas. E essa escolha vai mudar totalmente um álbum de outro, afirma o especialista. Há também diferenças entre o fotolivro e o álbum fotográfico. No primeiro, não é usado papel fotográfico, a impressão é em papel couchê, que é mais fino. É geralmente usado para eventos menores e com menos fotos. Aline indica que para imagens de criança seja feito o fotolivro, por ser mais leve, o que facilita para os pequenos folheá-lo e interagir com a publicação. Já o álbum é mais pesado e feito com papel fotográfico, que tem cerca de 1 mm de espessura e é encadernado. Costuma ser mais usado para fotos de casamento por ser mais sofisticado. No entanto, a atenção na diagramação para os dois modelos deve ser a mesma.
A EDIÇÃO Um álbum clean de 60 páginas deve ter 75 fotos, de acordo com Aline. “Esse é um bom número de fotos, que permite deixar um respiro nas páginas e não fica cansativo”, diz. Geralmente, os fotógrafos enviam para ela todas as imagens a ser colocadas no projeto gráfico, já editadas e numeradas na ordem que devem entrar. Mas em geral é a designer que escolhe o tamanho e o destaque de cada foto. “Eles confiam no meu trabalho e sabem que sei hierarquizar bem os fatos. Em um
casamento, dou mais destaque para as fotos de alianças e dos noivos. Em um álbum de festa infantil, tento destacar, além da criança, os detalhes da comemoração”, ensina. Já Willians tem dois modelos de edição. No primeiro, seleciona as imagens-chave que não podem faltar no álbum e o cliente escolhe as demais fotos para compôr o projeto. No segundo, ele escolhe sozinho as fotos e já entrega o trabalho pronto. O importante, em qualquer um dos dois, é que seja contada a história em uma
Cada dupla de páginas deve contar uma história ou conter um assunto, como decoração, na primeira, e o noivo esperando a noiva e o encontro, acima
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design
Não se deve misturar fotos preto e branco com coloridas nas lâminas, pois a única P&B ou colorida vai se destacar no conjunto fazendo as demais passarem despercebidas
narrativa linear. O álbum deve ser como um livro, com começo, meio e fim. E cada lâmina também deve contar uma passagem inteira do evento ou mostrar seus personagens. Em um casamento, por exemplo, apresentar os padrinhos na pista de dança com os noivos, depois os irmãos. Em uma festa de criança, uma lâmina com os pais, depois com os avós, e
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assim por diante. É nesse processo também que você deve ter cuidado para não misturar fotos preto e branco com colorida em uma mesma página dupla. Esse zelo não se deve apenas por ser considerado pouco estético. De acordo com Aline, se há uma foto preto e branco entre quatro coloridas, o cérebro vai se ater apenas à monocromática e
processar que já viu as demais. O mesmo ocorre se for o contrário. “O peso entre as fotos fica desigual. A única preto e branco ou colorida vai se destacar e fazer com que as outras passem despercebidas”, explica. Na próxima edição, os dois profissionais darão dicas práticas de diagramação, cores de fundo e tipos de fontes de letras.