Livro: O novo Social Learning Autores: Tony Bingham e Marcia Conner Editora: Évora Coleção Lab SSJ - Educação & Negócios Prefácio Você já pensou por que este livro trata do novo Social Learning? Aprender sempre foi um ato social. Pessoas aprendendo com outras pessoas e suas experiências, por meio de observação, reflexão e influência. O novo aqui é a forma como podemos fazer isso. Temos acompanhado o avanço da tecnologia e, com ele, o surgimento das mídias sociais. Podemos dizer que elas aceleraram o processo de aprendizagem social que já existia e o ampliaram para todos os ambientes, dentro e fora das organizações. O conceito de aprendizagem social é pesquisado há décadas. Desde os anos 1960, o pesquisador canadense Albert Bandura analisa o impacto e a presença do grupo no desenvolvimento do indivíduo. Escrevendo sobre sua Teoria Social Cognitiva, ele demonstra que é pelas interações no mundo sociocultural que o indivíduo se desenvolve, nele atua, transformando-o e sendo por ele transformado. Aprendizagem social pode ser definida também como aprendizagem em rede, quando pessoas interagem entre si, sendo mediadas, ou não, pela tecnologia. Por isso, a questão vai além de responder se temos que deixar as mídias sociais liberadas na empresa. Não consigo me lembrar de quantas vezes ouvi isso nos últimos anos em conferências que participei pelo mundo. No fundo, não se trata somente disso, permitir ou não o acesso, mas de compreender realmente se estamos falando de mais um tema da moda ou se este é efetivamente um novo paradigma na maneira como a sociedade interage. Estamos inclinados à segunda opção, pois, assim como Bandura, acreditamos na transformação do indivíduo pelas interações. Pensando nisso, selecionamos este livro e o trouxemos para o Brasil em nossa coleção com o objetivo de aprofundar a discussão do tema, pois ele cumpre dois papéis importantes: o de explicar o uso das mídias sociais e também revelar os verdadeiros conceitos de aprendizagem que estão por trás delas. Precisamos aprender a pensar além da ferramenta, que, por si só, é incapaz de gerar mudanças. As pessoas é que fazem isso. É nesse sentido que alguns tópicos – como cultura organizacional aberta ou fechada, segurança da informação, produtividade e gestão do conhecimento – têm estado presentes em nossas reflexões quando discutimos sobre o papel estratégico da aprendizagem nas empresas. E, a meu ver, devemos encarar todas as perguntas como grandes oportunidades. Independentemente de opiniões, dois aspectos são indiscutíveis neste assunto: as mídias sociais já fazem parte da vida de um número grande de pessoas e as oportunidades que elas trazem para o processo de aprendizagem são igualmente crescentes. As pessoas estão habituadas ao uso das ferramentas e o conhecimento já circula informalmente pelas redes, o que torna mais fácil a criação e implementação das comunidades dentro das organizações. Por isso, seguimos convictos de que a aprendizagem é estratégica para renovar e aprimorar os negócios. No fim das contas, é disso que estamos falando.