Liderança Os erros que as mulheres cometem | 1 Por que ler: Entender quais as barreiras que afetam a carreira de mulheres na liderança.
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Neste artigo: • Os deslizes clássicos que as mulheres cometem ao assumir uma posição de liderança • Os diferentes critérios de julgamento para homens e mulheres líderes • O conceito de teto invisível (glass ceiling)
Se você pensava que a jornada até o topo era dura, nada se compara à dificuldade de permanecer lá. Eu vejo muitas mulheres competentes alcançar o topo, apenas para falhar e vir despencando abaixo. O que elas fazem de errado? Quando são chefes no clube dos meninos ou em um clube de homens esclarecidos, não podem esquecer que eles
continuam sendo homens. Quando homens permitem que uma mulher os lidere, há restrições envolvidas. Elas não são um deles, e os homens ficam cautelosos com mulheres – pelo menos por um tempo. É como se esperassem que a mulher cometesse um deslize para dizer: “Aha! Eu sabia que ela ia falhar!”
2 | Os erros que as mulheres cometem
Os
5 erros clássicos
que as mulheres cometem Elas falham quando cometem um ou mais dos cinco erros clássicos:
1
Ficam embriagadas pelo poder. Quando alcançam o topo, parece que elas esquecem todas as habilidades de negociar que as levou até lá. A democrática paciência “feminina” é substituída pelo mais eficiente despotismo “masculino”. Parece muito mais fácil apenas dizer às pessoas o que têm de fazer do que manter a negociação para uma colaboração pacífica. Ninguém espera que um homem seja protetor, então ele não é punido quando falha em acolher. Espera-se que as mulheres sejam cuidadosas e colaborem quando chegam ao topo; e quando falham quanto a isso, é como se tivessem traído uma confiança. Aí perdem seus seguidores. Eu já vi acontecer. Já promovi mulheres por sua capacidade de liderança só para vê-las tornarem-se pessoas diferentes ao assumir o comando. Lealdade torna-se mandatório para elas – não algo que têm de tentar conquistar. Grandes líderes sabem disso para liderar, eles devem ter seguidores ávidos e com vontade. Isso é crucial, especialmente para mulheres. Mas não se pode achar que isso é um direito ou uma coisa certa, mesmo que venha com a sala especial da Diretoria.
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Param de ler o ambiente. Já vi isso acontecer repetidas vezes. Há uma arrogância que surge em ser o cão que comanda. De repente todo mundo está tentando ler você, tentando prever as suas intenções, puxando o seu saco. Esse poder imediato dá a você um falso senso de segurança, e você baixa a guarda. Mas só porque você possui um papel de liderança não significa que você seja invencível. As pessoas que seguem você podem (e vão) agarrar você se não fizer o trabalho que elas esperam que você faça. Nunca pare de interpretar o ambiente e de fazer a distinção entre as pessoas que observam você para proteger e as que fazem isso com a intenção de atingir você. Se você foi trazida de fora, sua habilidade em entender a nova cultura é a primeira lição de sobrevivência. Se você atuar de forma dominadora com os homens que deve liderar, eles sempre vão encontrar formas de desacreditar você, às vezes com insinuações. É a arma do covarde, porque você nunca pode prever. Se você é muito dura e não os faz ricos o mais rápido possível, eles encontrarão
uma forma de remover você. Você sabe que é assim. Isso sai todos os dias na imprensa.
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Tornam-se verdadeiras “megeras”*. Não estou falando de ser dura ou firme. Estou falando de ser uma verdadeira “megera” mesmo. Às vezes esta é uma característica escondida e não aparece até que a mulher ocupe uma posição de liderança, mas esse tipo de mulher é fácil de detectar. Elas tratam seus subordinados mal e os mantém fora das principais ações, longe do grupo de influência. Em vez de delegar responsabilidade, elas fazem microgestão e não permitem que as pessoas que trabalham para elas façam seu trabalho. Mulheres que são “megeras” não escutam ninguém e fazem estoque de informação porque informação é poder. Mas a pior coisa que essas mulheres fazem é tratar as mulheres que trabalham para elas pior do que tratam os homens. As mulheres podem ser fortes e mesmo adotar muitas das características masculinas que admiram nos homens; só não podem abandonar suas características femininas. Há atributos masculinos que são essenciais para serem aprendidos no caminho acima, mas eles devem ser moderados quando finalmente se assume o controle. Ser decidida é importante porque a liderança top–down funciona bem, mas há diferentes expectativas quanto a gênero. Este é um critério duplo: existe uma expectativa quanto ao comportamento das mulheres, espera-se que elas se comportem de uma certa maneira e, quando não correspondem à essa expectativa, são criticadas. Por exemplo, uma mulher pode ser acusada de ser muito mandona porque espera-se que ela seja colaborativa. Assim, quando é mais decidida as pessoas se ressentem. Essas qualidades de liderança são distintivos de honra para um homem. Em uma chefe mulher, isso é considerado antipático. Tudo bem ser decidida, corajosa e focada – desde que seja também colaborativa, cuidadosa e tenha empatia. É o preço que as mulheres têm de pagar.
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Assumem o controle, mas não fazem chover. Ser um CEO tornou-se uma ocupação perigosa. Dizem que, no topo, homens e mulheres são mantidos pelos mesmos critérios: Faça dinheiro ou caia fora. Roube dinheiro e vá
*No texto original, “bitch” refere-se à mulher com personalidade forte que, em geral, tem mais foco nos próprios interesses.
Os erros que as mulheres cometem | 3
o teto invisível
Isadora Marques*
“Teto invisível” (glass ceiling) é um conceito que surgiu como metáfora do preconceito e da discriminação contra a mulher, segundo a qual uma barreira invisível – resultante de uma série complexa de estruturas em organizações dominadas por homens – impede que as mulheres avancem na carreira e ocupem cargos mais importantes. Esse termo “teto invisível” surgiu nos Estados Unidos, na década de 1980, a partir de um artigo publicado no Wall Street Journal, identificando o fenômeno de uma barreira impenetrável que impedia as mulheres de ascender a níveis mais altos no mundo empresarial, apesar de seus méritos e realizações. Mais tarde, a metáfora foi estendida para fazer referência a obstáculos que impedem o avanço de outras minorias como hispânicos, asiáticos e negros. Políticas e práticas organizacionais podem sutilmente perpetuar o teto invisível ao manter apenas homens nas posições de poder da empresa, por exemplo. Outros exemplos do “teto invisível” são:
A Forbes publicou uma lista com as 100 mulheres mais poderosas do mundo. A lista incluía nomes como: Indra Nooyi (Chief executive, PepsiCo), Irene Rosenfeld (Chief executive, Kraft Foods), Ellen Kullman (Chief executive, DuPont), Carol Bartz (Chief executive, Yahoo), Anne Mulcahy (Chairman, Xerox), Safra Catz (President, Oracle), Hyun Jeong-eun (Chairman, Hyundai), Sharon Allen (Chairman, Deloitte LLC), entre outras. Quanto mais oportunidades forem dadas às mulheres para que ganhem experiência em posições de gestão, mais elas servirão de exemplo para as futuras gerações.
Outros termos associados ao “teto invisível”: • Teto de concreto (Concrete ceiling) – tipo de barreira mais poderosa. Para mulheres de nível social mais baixo ou de etnias discriminadas (negra, asiática, etc.), o teto invisível tende a ser mais resistente e difícil de ultrapassar.
–D iscriminação ou perseguição por etnia, gênero, raça, etc. no ambiente de trabalho.
• Teto de bambu (Bamboo ceiling) – exclusão de asiáticos de cargos executivos e papéis de gestão.
– F alha da alta liderança em promover o progresso profissional de mulheres e outras minorias.
• Montanha invisível (Glass cliff ) – situação em que uma pessoa é promovida a assumir um trabalho arriscado e difícil, em que as chances de falhar são grandes.
–R emuneração diferente para trabalhos iguais ou similares. – Reforço de estereótipos e preconceito com minorias. Embora o teto invisível persista, muitas mulheres têm conseguido ultrapassar esse obstáculo. As razões estão associadas ao fato de haver cada vez mais mulheres ocupando posições de liderança.
preso. Vi um blog na internet com a seguinte declaração: “Como cinco mulheres CEOs destruíram a confiança na economia dos EUA.” Não há uma lista de cinco homens que estragaram tudo. Há dois pesos e duas medidas, e ninguém discute com o homem todo-poderoso.
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Esquecem que têm de ser melhores que os homens. Quando as mulheres chegam ao topo, se esquecem disso. Enquanto homens e mulheres forem diferentes e lutarem uns com os outros por altas posições, sempre haverá um duplo critério. Tudo o que os homens e as mulheres fizerem será julgado de forma diferente. Você pode se ressentir disso, lamentar a respeito, mas isso nunca vai mudar. As mulheres devem sempre ser mais inteligentes no trabalho, pensar melhor, gerenciar com mais humanidade e ser mais pacientes que os homens. Muitos dos nossos atributos femininos são exclusivamente nossos. Ou os homens não podem ser como as mulheres (não têm a mesma intuição, por exemplo) ou não querem ser como elas (lembre-se, a empatia não é seu forte – eles
*Isadora Marques é responsável pela área de Pesquisa do LAB SSJ identificando tendências e conteúdos de Educação & Negócios que fundamentam nossas soluções de aprendizagem.
dão menos atenção aos sentimentos alheios). Ao manter suas qualidades femininas, as mulheres podem governar um lugar mais feliz do que qualquer homem. Não importa quem sejam, as mulheres devem lutar com equilíbrio. Em um discurso, Jim Patterson disse: “Pense a vida como se fosse um jogo de malabarismo com cinco bolas: Trabalho, Família, Saúde, Amigos e Integridade. Você tenta manter todas as bolas no ar. Um dia você nota que Trabalho é uma bola de borracha. Você a deixa cair e ela quica de volta. As outras quatro bolas são feitas de vidro – deixe uma cair e ela ficará irrevogavelmente marcada, arranhada, trincada ou estilhaçada. Quando você enxerga isso, você se empenha pelo equilíbrio em sua vida.” O maior perigo para mulheres que batalham pelo sucesso nos negócios é misturar as bolas. *Nina DiSesa é Creative Management Consultant na R3:JLB e autora do livro “Seduzindo o Clube do Bolinha” (Seducing the Boy’s Club). Tradução: LAB SSJ, 2012.
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