Inovação Designful Company | Por que ler: Utilizar o design thinking para solucionar as questões complexas da atualidade. Neste artigo: • Os conceitos que embasam o design thinking • Uma nova perspectiva para identificar soluções efetivas • O papel do design thinking no século 21
Designful
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Company
Marty Neumeier
O design contém os atributos para identificar futuros possíveis, estabelecer conexão com os clientes e solucionar problemas complexos.
Foto: Vern Evans
O pensamento da era industrial fez surgir algumas competências admiráveis, incluindo o poder de produzir produtos de alta qualidade a preços acessíveis. No entanto, ele também nos aprisionou em um emaranhado daquilo que o teórico do design Horst Rittel chamou de “problemas complexos”: problemas tão persistentes, difusos ou escorregadios que parecem insolúveis. Diferente dos problemas relativamente controláveis encontrados na matemática, no xadrez e na contabilidade, os problemas complexos tendem a mudar de forma desconcertante a cada tentativa de resolvê-los. Além disso, as soluções nunca são certas ou erradas, apenas melhores ou piores. Os problemas complexos do mundo nos cercam como um cardume de piranhas. Você conhece a lista: poluição, superpopulação, escassez de recursos naturais, aquecimento global, guerra tecnológica e uma distribuição desigual de poder que falhou em suas tentativas de lidar com a fome do terceiro mundo.
No mundo dos negócios, os gestores enfrentam uma série de questões relacionadas a esses problemas: mudanças vertiginosas, clientes oniscientes, mercados fragmentados, acionistas vorazes, funcionários desleais, impedimentos burocráticos e pressão sobre os preços gerada por concorrentes globais desesperados com pouco a perder e tudo a ganhar. Em uma pesquisa de 2008 patrocinada pela Universidade de Stanford, 1.500 altos executivos foram convidados a identificar os problemas complexos que afligiam suas empresas no momento. Ainda que os dez executivos mais importantes incluíssem as figuras de sempre em termos de crescimento e lucros, a pesquisa também revelou preocupações que ainda não haviam aparecido nos radares corporativos: como alinhar estratégia e a experiência do cliente, lidar com a sustentabilidade, colaborar em estruturas de silos e abraçar a responsabilidade social. O problema complexo mais citado por líderes de
* Este artigo foi traduzido e reproduzido pelo LAB SSJ com a permissão da Rotman magazine.
empresas foi o conflito entre os objetivos de longo prazo e as demandas de curto prazo. É claro que essas não eram as preocupações dos gestores do século XX. A última obsessão de gestão do século XX foi o Six Sigma, o movimento da qualidade total inspirado pelo Dr. W. Edwards Deming e seu trabalho com os japoneses no pós-guerra. O Six Sigma foi tão bem-sucedido que a qualidade praticamente tornou-se uma commodity. Agora os clientes esperam que cada produto e serviço seja confiável, o que não dá espaço para nenhuma empresa ter vantagem competitiva. Infelizmente, os elementos mais progressistas da filosofia de Deming foram simplesmente ignorados por uma mentalidade empresarial que preferiu o que é mensurável ao que tem significado.
Mentes de uma nota só Ao olhar ao redor e ver as empresas e marcas de hoje cercadas de desconfiança por parte de clientes, colaboradores desmotivados e comunidades desconfiadas, podemos ligar esses problemas a um