Seleção LAB SSJ - Fazer da gestão de talento uma prioridade estratégica

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Desenvolvimento Gestão de Talento | Por que ler: Entender a importância estratégica do desenvolvimento de talentos para os resultados do negógio. Neste artigo: • Os desafios da escassez de talentos • O papel do RH na gestão de talentos • O compromisso da alta liderança para o sucesso das iniciativas de desenvolvimento

Fazer da

gestão de talento uma prioridade estratégica

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A maioria dos líderes concorda que os colaboradores são sua maior fonte de vantagem competitiva. Ainda assim, a maioria também é despreparada para o desafio de encontrar, motivar e reter trabalhadores capazes.

Foto: Vern Evans

por Matthew Guthridge, Asmus Komm e Emily Lawson

Empresas gostam de promover a ideia de que os funcionários são sua maior fonte de vantagem competitiva. No entanto, a realidade surpreendente é que a maioria deles é tão despreparada para o desafio de encontrar, motivar e reter trabalhadores capazes como era há uma década. Dez anos depois de a McKinsey conduzir sua pesquisa “War for Talent” (o estudo de 1997 chamando a atenção para o apagão iminente de líderes), o problema permanece intenso — senão pior. As empresas enfrentam um panorama dominado pela chegada da aposentadoria dos Baby Boomers e pela escassez de pessoas mais jovens entrando no mercado de trabalho na Europa Ocidental. Ao mesmo tempo, permanecem interrogações sobre a adequação do talento em muitos mercados emergentes. A julgar por duas pesquisas globais da McKinsey Quarterly, os líderes de negócios estão profundamente preocupados. A primeira, em 2006, indicou que os respondentes consideraram “encontrar pessoas talentosas” como a preocupação de gestão mais importante desta década.

A segunda, conduzida em novembro de 2007, revelou que quase metade dos respondentes espera que a intensificação da competição por talento — e o aumento global da natureza dessa competição — tenha um efeito massivo em suas companhias nos próximos cinco anos. Nenhuma outra tendência mundial foi considerada tão significativa. A crença disseminada de que esforços dispendiosos para solucionar o problema tenham falhado incrivelmente produz a frustração de muitos altos executivos. Na década passada, as organizações investiram pesado para implementar sistemas e processos de recursos humanos, e as questões a respeito de talento entraram inquestionavelmente na pauta da diretoria. Embora essas mudanças tenham mérito e sejam necessárias, elas foram, no mínimo, insuficientes e, no pior dos casos, superficiais. Muitas organizações ainda rejeitam a gestão de talentos, a consideram algo de curto prazo, como um problema tático em vez de ser uma parte integral da estratégia de longo prazo do negócio, que requer atenção dos níves mais altos da gestão e de recursos substanciais. “Todo mundo gasta tempo nos negócios de hoje — atribuímos pouco valor em fazer qualquer outra coisa”, um COO europeu lamenta. “Gestão de talento coloca você sob pressão porque ela impede que você faça aquilo pelo o que é recompensado.” Em nosso trabalho, altos executivos frequentemente se dão conta de sua falha (e da de seus gestores) em não dar atenção suficiente para essas questões. Nossa pesquisa ressaltou

* Este artigo foi traduzido e reproduzido pelo LAB SSJ com a permissão da Rotman magazine.

os obstáculos que os executivos enfrentam, inclusive mentalidade de curto prazo, colaboração mínima e falta de compartilhamento de talento entre as unidades de negócio, gestão ineficiente e confusão sobre o papel dos profissionais de RH. Para fazer a gestão de talentos com sucesso, os executivos devem reconhecer que suas estratégias de talento não podem focar apenas naqueles que têm alto desempenho; que coisas diferentes fazem pessoas de diferentes gêneros, idades e nacionalidades quererem trabalhar para uma companhia; e que o RH precisa ter habilidades adicionais e coragem de desenvolver soluções efetivas.

Desafios crescentes Três fatores externos — mudanças demográficas, globalização e o surgimento do trabalhador do conhecimento — estão forçando as organizações a levar o talento

mais a sério. Mas as ameaças não vêm apenas de fora; as próprias empresas têm piorado as coisas. Enquanto o mundo desenvolvido luta contra a queda da natalidade e o aumento nos níveis da aposentadoria, mercados emergentes têm produzido um excedente de jovens talentos; de fato, eles formam mais que o dobro do número de profissionais com nível universitário que o mundo desenvolvido produz. Muitas organizações vêem essa fonte de talentos com entusiasmo, mas navegar pela nova maré demográfica não é uma linha reta. Profissonais de RH de empresas multinacionais em mercados emergentes como a China, Hungria, Índia e Malásia nos disseram que os


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