avaliação da qualidade da
habitação
de interesse social
projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade construtiva
organizadoras | autoras | Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio autores | Cláudia Naves David Amorim, Débora Félix Rodrigues Ikeda, Liza Andrade, Márcio Buson, Natália Lemos, Vanda A. G. Zanoni
Universidade de Brasília
organizadoras | autoras
Edital MCTI/CNPq/MCIDADES No 11/2012
Reitor: Ivan Marques de Toledo Camargo
Raquel Naves Blumenschein
Vice-reitora: Sonia Báo
Colaboração:
Decana de extensão: Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da
Arquitetas Ayla Sauerbronn Gresta, Marina Lima de Fontes e
Costa
Talita da Silva Sá
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB
Elane Ribeiro Peixoto Cristiane Guinancio autores
Estagiárias Lara Araújo Garcia, Shinelle Delice Hills e Tais Alves
Cláudia Naves David Amorim
Oliveira
Débora Félix Rodrigues Ikeda
Diretor: José Manoel Morales Sánchez
Liza Andrade
Vice-diretora: Luciana Sabóia Fonseca Cruz
Projeto gráfico
Márcio Buson
Coordenador de pós-graduação: Daniel Richard Sant’Ana
Gabriela Bílá e Marilia Alves | GRUPO Arquitetura etc.
Natália Lemos Vanda A. G. Zanoni
A945
Avaliação da qualidade da habitação de interesse social : projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade construtiva / organizadoras, Raquel Naves Blumenschein, Elane Peixoto, Cristiane Guinancio. – Brasília : UnB, FAU,
Avaliação da qualidade da habitação de interesse social:
2015. 214 p. : il. ; 21 x 23 cm. ISBN 978-85-60762-20-0. 1. Habitação de interesse social. 2. Planejamento urbano. 3. Arquitetura e urbanismo. 4. Projeto urbanístico. 5. Projeto arquitetônico. 6. Sustentabilidade urbana. I. Blumenschein, Raquel Naves, org. II. Peixoto, Elane, org. III. Guinancio, Cristiane, org. CDU 351.778.532(81)
projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade construtiva
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de Brasília - UnB Instituto Central de Ciências - ICC Norte - Gleba A Campus Universitário Darcy Ribeiro - Asa Norte - Caixa postal 04431 CEP: 70904-970 - Brasília / DF - E-mail: fau-unb@unb.br
1ª edição
Fone: +55 61 3107 6630 / Fax: +55 61 3107 7723 Faculdade de Arquitetura e Urbanismo faunb
Faculdade de Arquitetu ra e Urbanismo UnB
Universidade de Brasília Brasília, 2015
sumário 8 apresentação [ Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio ] 12 o desenvolvimento da metodologia de avaliação do pmcmv [ Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio ]
16 referências
19
1 qualidade de projeto urbanístico /// sustentabilidade e qualidade da forma
104
2.2.2 funcionalidade
114
2.2.3 habitabilidade
121
2.2.4 uso sustentável de energia e água
122
2.2.5 acessibilidade
124
2.2.6 satisfação do usuário
126
2.2.7 ferramenta operacional consolidada
134 2.3 considerações à avaliação da qualidade de projeto arquitetônico 135
notas de rodapé
136
listas de figuras e quadros
136 referências
139
urbana [ Liza Andrade e Natália Lemos ]
3
qualidade construtiva [ Márcio Buson e Vanda A. G. Zanoni ]
20 23
1.1 introdução 1.2 métodos e procedimentos
140 3.1 introdução 143 3.2 fundamentação conceitual 147 3.3 princípios, critérios, indicadores e verificadores da qualidade construtiva
23
1.2.1 análise de impacto ambiental (AIA)
147
3.3.1 segurança da unidade habitacional
27
1.2.2 princípios de sustentabilidade ambiental para reabilitação de assentamentos urbanos
148
3.3.2 habitabilidade
33
1.2.3 dimensões morfológicas dos lugares para análise de projetos em arquitetura e urbanismo
149
3.3.3 sustentabilidade construtiva
37
1.2.4 análise das certificações, naturezas e finalidades
151
3.3.4 responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
40
1.3 a metodologia de avaliação
152
3.3.5 satisfação do usuário com a qualidade construtiva
46
1.3.1 sustentabilidade ambiental
48
1.3.2 sustentabilidade social
166 3.4 procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva sob o ponto de vista do usuário
49
1.3.3 sustentabilidade econômica
168
3.4.1 Instrumento de coleta de dados - questionário
50
1.3.4 sustentabilidade cultural e emocional
173
3.4.2 quadro geral da avaliação da satisfação dos usuários
91
notas de rodapé
94
listas de figuras e quadros
178 3.5 procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva por meio de vistorias e levantamento documental
94 referências
99
2
qualidade de projeto arquitetônico [ Cláudia Naves David Amorim, Cristiane Guinancio,
Débora Félix Rodrigues Ikeda, Elane Ribeiro Peixoto ]
184
3.5.1 instrumento de coleta de dado - vistoria e levantamento
196
3.5.2 instrumento de coleta de dado – responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
200
3.5.3 apresentação final das avaliações dos indicadores da qualidade construtiva
202 3.6 considerações à avaliação da qualidade construtiva 204
listas de figuras e quadros
100 2.1 introdução 103 2.2 conceitos, definições e procedimentos metodológicos
204 referências
103
208 conclusão
2.2.1 flexibilidade
8
apresentação
9
Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio
A partir da segunda metade do século XX, a urbanização brasileira, em sincronia com o que ocorre no mundo, acelerou-se surpreendentemente. A explosão das cidades, tanto no que tange à população quanto à extensão sobre o território, tornou-se um fato consumado.
No Brasil, desde o estabelecimento da propriedade
conjunto ensaiava a configuração de uma unidade de vizi-
taram em custos sociais expressivos. Na década de 1980,
fundiária rural e urbana em 1850, observa-se a exclusão
nhança, assim como expressava em termos de arquitetura e
a crise econômica enfrentada pelo país levou à extinção
de parcelas menos favorecidas da população do acesso
proposição urbana os debates da primeira geração brasileira
do BNH em 1986. Os problemas de moradia agravaram-se
à terra. Não que antes isto não ocorresse, mas a lei é um
de arquitetos e urbanistas modernos.
em função do empobrecimento da população e da drástica
marco de institucionalização da exclusão socioespacial
A partir da segunda metade do século XX, a urbaniza-
redução dos financiamentos habitacionais.
dessas populações (BONDUKI, 1998, 2010; SEVCENKO,
ção brasileira, em sincronia com o que ocorre no mundo,
O período pós os anos de 1980 caracterizou-se pela
1998; CORREIA, 2004).
acelerou-se surpreendentemente. A explosão das cidades,
atuação dos estados e municípios, mediante uma orientação
Em fins do século XIX e início do século XX, na transição
tanto no que tange à população quanto à extensão sobre o
de maior autonomia dessas instâncias no enfrentamento
da economia agrícola para a industrial, a segregação socio-
território, tornou-se um fato consumado. Dentre os princi-
da questão. Seja com recursos próprios ou oriundos do
espacial nas cidades se traduz pela expulsão da população
pais problemas resultantes desta situação, destacou-se o
Governo Federal, programas que envolviam as comunidades
pobre para as periferias não urbanizadas. Neste período, a
expressivo incremento da demanda habitacional. O quadro
locais na produção da habitação foram estimulados, dando
população proveniente do campo em busca de melhores
de forte crise de moradia, dentre outros fatores da conjuntura
origem às cooperativas e aos mutirões de autoconstrução.
condições de vida tinha por opções de moradia apenas as
política, levou à criação, em 1964, do Banco Nacional de
Há também neste período um esforço para responder aos
vilas operárias ou as moradias de aluguel oferecidas pela
Habitação – BNH. Suas ações, ao longo de décadas, favo-
desafios das ocupações irregulares, caracterizadas por
iniciativa privada. Somente a partir de 1930, o Estado inicia
receram a produção de unidades habitacionais em grande
moradias construídas de forma precária em áreas de risco
ações visando à produção de moradias. Os Institutos de
escala. Todavia, a adoção de soluções burocráticas, pauta-
ou de proteção ambiental. Porém, essas experiências por
Aposentadorias e Pensões tornaram-se referência na pro-
das na ideia de casas embriões ou em espaços mínimos de
mais exitosas que tenham sido não foram prosseguidas.
dução habitacional, assim como órgãos governamentais,
moradia, situados em conjuntos a grandes distâncias dos
Com a criação do Ministério das Cidades em 2003,
como foi o caso do Departamento de Habitação do Dis-
centros das cidades, originou vazios urbanos, transforma-
novas orientações foram dadas à questão habitacional,
trito Federal, responsável pela execução do Conjunto do
dos em estoque de terra para a especulação imobiliária. As
considerada tema indispensável para a concepção de um
Pedregulho, construído no Rio de Janeiro. Este importante
respostas à demanda habitacional dadas pelo BNH resul-
desenvolvimento urbano integrado. Mesmo alçada a um
10
novo patamar de importância, o financiamento de unidades
à habitação vincula-se à inclusão socioeconômica da po-
novas unidades habitacionais ou requalificação de imóveis
dois bilhões de reais. Estes números oferecem uma ideia
era restrito. Com o agravamento da crise financeira interna-
pulação atendida. Além disso, os processos construtivos
urbanos para famílias com renda até dez salários mínimos.
da magnitude do programa de habitação envolvendo as
cional no final de 2008, o governo federal adotou medidas
foram postos em debates e, ao menos em discursos, con-
As fontes de financiamento são: o Fundo de Garantia por
instâncias federal, estadual e municipal.
mitigadoras do impacto na economia nacional, entre essas
siderou-se a utilização de tecnologias não tradicionais, que
Tempo de Trabalho (para renda até dez salários mínimos);
O PMCMV estabelece uma série de requisitos que de-
medidas, encontrava-se o lançamento do Programa Minha
visam melhorar a qualidade, o desempenho e a redução de
o Fundo de Arrendamento Residencial – FAR (para renda
vem ser atendidos pelos empreendimentos. Todavia estas
Casa Minha Vida – PMCMV.
impactos ambientais causados pela geração de resíduos
até três salários); Fundo de Atendimento Social (para renda
exigências não têm se mostrado suficientes para garantir
Ao longo dessa história, observam-se diferenças ex-
e pelo uso excessivo de matérias-primas, entre outros.
até três salários mínimos e organizado em cooperativas ou
a qualidade dos projetos arquitetônicos e urbanísticos e a
pressivas nas soluções habitacionais. Evidenciam-se espe-
Embora as iniciativas neste sentido nem sempre cumpram
instituições sem fins lucrativos); e oferta pública de recursos
qualidade construtiva dos empreendimentos produzidos.
cificidades na inserção urbana das unidades habitacionais
o que anunciam, o fato de serem discutidas aponta para
(atendimento às famílias com renda até três salários mínimos
Grande parte das realizações é anacrônica em relação às
assim como de sua produção. Um contexto multifacetado
perspectivas futuras.
para municípios de até 50.000 habitantes).
questões da habitação de interesse social. Elas não consi-
desenhou-se compreendendo habitações espontâneas em
Quanto à solução habitacional, tem-se fortalecido ao
Quanto à segunda modalidade, o Programa de Habi-
deram os modos de vida dos grupos sociais e tampouco a
lugares impróprios, modelos habitacionais pré-determinados
longo dos últimos anos a compreensão de que esta deve
tação Nacional de Habitação Rural, seu principal objetivo
composição de grupos familiares. Os modelos de residência
e, muito pontualmente, soluções que procuraram responder
responder à diversidade de composição das famílias. Apesar
é a produção ou reforma de imóveis de agricultores. São
não se caracterizam por uma flexibilidade adequada permi-
a particularidades espaciais de grupos sociais específicos.
do aprofundamento das reflexões acerca do assunto , os
três faixas de renda consideradas, grupos com renda anual
tindo ajustes às necessidades de seus futuros moradores.
Em graus diferenciados de atuação, a produção habitacio-
resultados são questionáveis, o que comprova a comple-
até vinte e cinco salários mínimos; grupos com renda entre
Além das limitações da casa, a inserção urbanística dessas
nal foi assumida tanto pela iniciativa privada quanto pela
xidade da problemática habitacional e a necessidade de
vinte e cinco e cinquenta salários mínimos; e grupos com
habitações ignora sua continuidade com a cidade onde se
iniciativa pública. Em decorrência da grandeza da demanda
estudos multidisciplinares. É neste quadro que se apre-
renda até cem salários mínimos.
encontram. Em geral, tornam-se urbanizações monofun-
por habitações e da pressão que exercem, as políticas pú-
sentou o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV),
No caso das habitações urbanas, objetos específicos
cionais, aprofundando velhos problemas de dependência
blicas historicamente caracterizaram-se por soluções que
cujas realizações abrangem o país como um todo e susci-
dos estudos aqui apresentados, são duas as formas básicas
com centros distantes de serviços e comércio e agravam
priorizavam grandes quantidades de unidades, geralmente
ta questionamentos sobre a qualidade e propriedade dos
de sua produção. Na primeira delas, a produção da habita-
os problemas de mobilidade e ambientais. A qualidade
sacrificando sua qualidade.
empreendimentos. Seu lançamento marca a retomada da
ção concerne à participação das construtoras contratadas
construtiva das moradias do PMCMV é outro aspecto que
Atualmente a questão habitacional implica um amplo
gestão do processo produtivo da habitação de interesse
pelo agente financeiro do governo federal, Caixa Econômica,
exige atenção, pois em parte de realizações pesquisadas
espectro de ações na esfera governamental, tais como regu-
social pelo governo federal, que assumiu como diretriz a
para a execução dos serviços. Depois de concluídas, as
o seu desempenho está comprometido pela precoce ne-
larização fundiária, melhorias habitacionais, urbanização de
perspectiva quantitativa, demonstrada pela meta inicial de
unidades são vendidas às famílias que atendem aos critérios
cessidade de manutenções.
assentamentos precários e reabilitação de edifícios desocu-
contratar a construção de 1 milhão de unidades de 2009 a
estabelecidos. Na segunda modalidade de atendimento,
Avaliar e monitorar realizações de programas de enver-
pados, além da produção de novas unidades habitacionais.
2010, e mais 2,4 milhões de 2011 a 2014. Curiosamente, o
o financiamento é direto às famílias que, organizadas em
gadura nacional é um desafio que exige a participação de
Avaliações das experiências consolidadas apontam
PMCMV parece contrariar os mais recentes debates sobre
entidades sem fins lucrativos, assumem a produção das
profissionais de áreas distintas. Sociólogos, antropólogos,
abordagens interessantes, visando a garantir qualidade às
a habitação social, ao optar por modelos de urbanização e
moradias. Nesse caso, as unidades podem ser produzidas
assistentes sociais, arquitetos e urbanistas, engenheiros,
habitações. Entre as questões tratadas merece atenção a
de arquitetura que parecem remeter às práticas do antigo
por administração direta, pela contratação de empresas,
entre outros, em trabalho de colaboração, podem oferecer
compreensão de que o morar relaciona-se ao pertencimen-
BNH, evidenciando seu papel de dinamizador da economia.
por mutirão assistido ou autoconstrução (ROLNIK, 2010).
uma visão mais clara sobre eles, indicando suas conquistas
to, o que implica considerar os beneficiários de políticas
Estruturalmente, o Programa Minha Casa Minha Vida
As formas de produção vinculam-se, como esclarecido,
e limites. Tem-se consciência de que o presente trabalho é
públicas de habitação em suas redes sociais e essas es-
divide-se em duas modalidades: o Programa Nacional de
aos níveis de renda das famílias atendidas. Até o final de
uma visão parcial sobre o tema, pois são reflexões de um
tendidas a outras atividades, como o trabalhar (SANTOS,
Habitação Urbana e o Programa Nacional de Habitação
2014 foi estimada a construção de um total de 2.750 mi-
grupo de arquitetos e engenheiros.
1983). Compreendeu-se que o sucesso das ações voltadas
Rural. À primeira, compete a produção ou aquisição de
lhões de casas, contabilizando um investimento superior a
11
12
o desenvolvimento da metodologia de avaliação do pmcmv
13
Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio
O PMCMV visa a atender as famílias cuja renda limita-se
Essas metodologias possibilitariam ao poder público, prin-
realizadas por professores da Faculdade de Arquitetura
no máximo a dez salários mínimos. Para que essas famílias
cipalmente aquele de pequenas cidades, capacitar seus
e Urbanismo da Universidade de Brasília, no âmbito da
possam arcar com pagamento do financiamento da casa
funcionários para o cumprimento do que é de sua compe-
Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº 11/2012,
própria, foram definidos três grupos de atendimento, consi-
tência: zelar pela qualidade das realizações no seu sentido
cujo objetivo é oferecer apoio financeiro a estudos para o
derando as faixas de renda. Assim, tem-se: faixa 1 – famílias
mais amplo. Isto só é possível a partir de avaliações contí-
monitoramento, a avaliação e o aprimoramento do Programa
com renda até três salários mínimos; faixa 2 – famílias com
nuas que possam alimentar todo o processo da produção
Minha Casa Minha Vida, vinculado à Secretaria Nacional
renda entre três e seis salários mínimos; faixa 3 – famílias
de habitações de interesse social (HIS). Em síntese, essas
de Habitação do Ministério das Cidades. Visa a contribuir
com renda entre seis e dez salários mínimos.
avaliações implicam percorrer desde a escolha do local para
para o desafio de se construir casas de interesse social com
Para a execução de um projeto concebido para ser
a instalação das HIS, o projeto de arquitetura, a qualidade
qualidade, com especial ênfase no entendimento que elas
executado em escala nacional envolvendo diferentes ato-
construtiva, o nível de satisfação dos usuários, qualidade do
são partes da construção das cidades. Embora seu ponto
res, pressupõe-se a necessidade de municiar os agentes
projeto urbanístico/sustentabilidade e qualidade da forma
de partida tenha sido o programa Minha Casa, Minha vida,
institucionais de recursos que possibilitem avaliar e mo-
urbana, entre outros aspectos. As avaliações nesta ampli-
a metodologia elaborada não se restringe a ele, podendo
nitorar a qualidade dos empreendimentos, independen-
tude, quando tornadas uma prática corrente, promovem
ser aplicada em outras circunstâncias ou programas. Seu
temente da capacidade ou das iniciativas dos gestores
revisões críticas, ajustes, possibilitando resultados melhores.
objetivo é oferecer informações necessárias para evitar a
institucionais locais em fazê-lo. Apesar do relativo avanço
O monitoramento e avaliação da produção das habita-
repetição de soluções ou procedimentos inadequados que
no monitoramento e avaliação do que até o momento foi
ções de interesse social são, portanto, determinantes para o
comprometam os recursos econômicos, além dos aspectos
realizado, ainda são poucas as iniciativas institucionais
controle de qualidade dos empreendimentos. Desta forma,
ambientais e sociais. Por esta razão, contempla duas esca-
com este propósito e, mais raro ainda, é o conhecimento
os estudos cujos interesses contribuem para aperfeiçoar
las de análise: a urbanística e a arquitetônica, abrangendo a
sistematizado de metodologias de avaliação. Ainda não se
a qualidade arquitetônica, urbanística e construtiva dos
avaliação de impactos urbanos e ambientais, a concepção
tem um conhecimento sólido das práticas de avaliação e,
empreendimentos são imprescindíveis. Acredita-se que
dos projetos e a realização dos empreendimentos, sua
tampouco, se conhecem os seus resultados, pois eles não
instrumentos de monitoramento e avaliação que possam
ocupação e uso.
são divulgados amplamente.
ser disseminados e replicados nacionalmente fortaleçam a
A metodologia foi concebida para ser replicada em
prática da avaliação de resultados dos programas e ações
contextos diferenciados, constituindo-se em um documento
gerados por meio de recursos públicos.
de referência para a avaliação de empreendimentos. Foi
A carência de metodologias avaliativas de fácil domínio destinadas à produção habitacional demanda esforços, tendo em vista otimizar os subsídios de recursos públicos.
A metodologia que se apresenta resulta de pesquisas
aplicada em situações reais visando a testá-la. O propósito
14
era verificar sua adequação e facilidade de aplicação. Para
arquitetônico (equipe 2); qualidade construtiva arquitetônica
critério pode ser entendido como um segundo nível de prin-
Estas questões orientaram as pesquisas bibliográficas
tal, selecionou-se como local de aplicação o PMCMV na
(equipe 3). Embora os trabalhos tenham sido desenvolvidos
cípio, sem ser diretamente uma medida ou uma performance.
e as discussões entre equipes. A resposta a elas resultou
Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito
pelas três equipes, não se perdeu de vista a interação entre
É um ponto intermediário no qual as informações dadas
na concepção da metodologia de avaliação aqui apresen-
Federal (RIDE-DF). Os casos selecionados responderam a
elas, pois um projeto arquitetônico de qualidade responde à
pelos indicadores podem ser integradas e interpretadas.
tada, que foi traduzida em quadros de averiguação das
critérios prévios de escolha: realização concluída, dois ou
qualidade de sua inserção urbana e ambas repercutem na
Indicador – Variável ou componente usado para inferir o
exigências consideradas necessárias para uma razoável
mais anos de uso das moradias, residências destinadas a
qualidade construtiva do urbano e vice-versa. A interação
status particular de um critério. Um indicador deve exprimir
qualidade de Habitações de Interesse Social. Espera-se
faixas de renda distintas. Os testes foram necessários para
das equipes foi garantida por reuniões periódicas a cada
uma única informação. Representa um conjunto de um ou
que o resultado apresentado possa orientar as práticas
o ajuste da metodologia, pois mostraram seus problemas e
quinze dias, possibilitando a inter-relação de todas as vari-
mais dados com algumas relações estabelecidas.
e fortalecer o sistema de aprendizagem dos atores que
dificuldades sanados na versão aqui apresentada.
áveis a serem observadas em cada âmbito de abordagem,
Verificador - Dados que apuram a especificidade e ca-
participam de empreendimentos semelhantes àqueles do
Sobre a metodologia, cabem algumas considerações ge-
de tal forma a superar contradições e fomentar interações.
pacidade avaliativa dos indicadores. Como um quarto nível
programa Minha Casa, Minha Vida, além de estimular o
rais. Estudos históricos sobre a habitação de interesse social
Além das linhas mestras para a orientação das pes-
de especificidade, os verificadores oferecem detalhes que
debate no âmbito acadêmico e contribuir para a formação
permitiram identificar linhas mestras de orientação para a
quisas, foi necessária a definição de uma linguagem co-
indicam a condição desejada de um Indicador, ao qual
de novos profissionais.
análise das HIS. Elas foram sintetizadas em duas escalas: a
mum aos grupos, tendo em vista a unidade pretendida da
atribuem significado e precisão.
da moradia e de sua inserção urbana. No caso da primeira,
metodologia de avaliação. Optou-se por uma estrutura
A definição de cada um destes níveis de informação deu-
é importante observar que se orientou pela capacidade de
composta pela definição de princípios e critérios de avalia-
se a partir de revisão bibliográfica, constituída por autores
O primeiro capítulo, “Qualidade de projeto urbanístico/
as moradias responderem às necessidades individuais dos
ção e monitoramento, posteriormente, desdobrados em
que problematizam a Habitação de Interesse Social, cuja
sustentabilidade e qualidade da forma urbana”, discute a
grupos familiares. Para que isso seja possível, conclui-se
instrumentos operativos na forma de quadros de mais fácil
leitura permitiu articular na metodologia avaliativa questões
inserção e a forma urbana de urbanizações destinadas às
que a casa devesse ser pensada como um processo de tal
manejo e visualização para os responsáveis pela avaliação
que contemplassem a qualidade dos empreendimentos de
habitações de interesse social, considerando os impactos
forma que ela se realizasse ao longo do tempo, permitindo
e monitoramento de projetos do PMCMV.
tal forma que permitisse a programas de magnitude como
ambientais por elas causados.
Os três capítulos que constituem este trabalho sintetizam os resultados obtidos pelas equipes nele envolvidas.
ajustes, modificações de uso, ampliações, enfim adaptações
Cabem explanações sobre o que se considerou como
de ordem funcional e simbólica. Na segunda dimensão, a
princípios, critérios, indicadores e verificadores, termos-
da inserção urbana, considerou-se que a construção de
chaves que nortearam a concepção do método de
Em síntese, pode-se apresentar a problematização para
os princípios indispensáveis para a avaliação dos projetos,
HIS não se limita a objetos arquitetônicos, mas que elas
avaliação proposto. As definições a seguir foram baseadas
pensar uma metodologia de avaliação e monitoramento da
considerando as potencialidades da habitação de responder
são parte do todo – a cidade. Portanto, questões como
no Guidelines for Applying Multi-Criteria Analysis to the
qualidade das realizações do PMCMV a partir de perguntas,
à demanda de diferentes composições de grupos familiares.
oferecimento de serviços, equipamentos públicos, mobili-
Assessment of Criteria and Indicators (1999), documento
considerando a habitação como um processo e a construção
O terceiro e último capítulo, “Qualidade construtiva”,
dade, qualidade morfológica, qualidade ambiental, relações
elaborado pelo Center for International Forestry Research
de HIS como construção de cidades. Tem-se, na escala da
apresenta os princípios considerados na avaliação do as-
entre bairros, entre bairros e centralidades ou centralidade
(CIFOR). Estas definições foram concebidas especificamente
habitação – o que implica pensar uma casa-processo? Que
pecto construtivo da habitação, tendo em vista evitar erros
são imprescindíveis.
o PMCMV superar a quase sempre oposição entre quantidade e qualidade.
O segundo capítulo, “Qualidade do projeto arquitetônico”, tem por interesse o projeto de arquitetura e visa a definir
para responder ao manejo florestal e foram, para o propósito
questões devem ser priorizadas? Na escala urbanística,
que conduzem inevitavelmente em patologias, envelheci-
O entendimento da HIS segundo as escalas referidas
do presente trabalho, adaptadas. De forma geral, tem-se:
por sua vez, tem-se: como pensar as inserções urbanas de
mento precoce e manutenção constante das moradias.
orientou as reflexões desenvolvidas pelas três equipes for-
Princípios – Verdade ou lei fundamental base para a
empreendimentos do PMCMV? Que questões e relações
Por fim, o último texto realiza um balanço da experiência
madas pelos pesquisadores e bolsistas da Universidade
reflexão ou ação. São eles que justificam os critérios, in-
seriam importante privilegiar na concepção de um projeto
que reuniu os pesquisadores envolvidos no trabalho e pon-
de Brasília, responsáveis pelo trabalho. Cada uma reuniu
dicadores e verificadores, estabelecendo entre eles uma
de qualidade de tal forma que se integre ao todo urbano?
dera sobre os limites e garantias da metodologia proposta
especialistas de tal forma a contemplar a avaliação da: qua-
hierarquia coerente de dados e informações.
No âmbito da qualidade construtiva, a pergunta mestre é:
de avaliação e monitoramento de habitações de interesse
como aferir desempenho construtivo dessas habitações?
social, além de apresentar diretrizes para sua disseminação.
lidade do projeto urbanístico (equipe 1); qualidade do projeto
Critérios – Padrão pelo qual uma coisa é avaliada. Um
15
16
referências BONDUKI, Nabil Georges. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. 2. ed. São Paulo: Estação Liberdade: Fapesp, 1998. BONDUKI, Nabil Georges; KOURY, Ana Paula. Os pioneiros da habitação social. São Paulo: Unesp, 2010. CORREIA, Telma de Barros. A construção do habitat moderno no Brasil: 1870-1950. São Paulo: Rima Editora, 2004. Center for International Forestry Research (Ed.). Guidelines for applying multi-criteria analysis to the assesment of criteria and indicators. Jakarta: Cifor, 1999. Disponível em: <http://www.cifor.org/livesinforests/publications/pdf_files/toolbox-9c.pdf>. Acesso em: 26 dez. 2014. ROLNIK, Raquel. Como produzir moradia bem localizada com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida: implementando os instrumentos do estatuto da cidade. Brasília: Ministério das Cidades, 2010. SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos. Habitação: o que é mesmo que pode fazer quem sabe? In: VALLADARES, Licia do Prado. Repensando a habitação no Brasil. v. 3. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. Sevcenko, Nicolau. In: BONDUKI, Nabil Georges; KOURY, Ana Paula. Os pioneiros da Habitação Social. São Paulo: Unesp, 2010. (Texto da orelha do livro).
qualidade de projeto urbanĂstico /// sustentabilidade e qualidade da forma urbana
Liza Andrade e NatĂĄlia Lemos
20
1.1 introdução
As questões relacionadas ao ambiente construído, no qual são produzidos e gestados os empreendimentos imo-
21
A evidência do marketing da sustentabilidade da habitação nos empreendimentos imobiliários demonstra claramente que a sustentabilidade se tornou um pretexto na conquista da casa própria de modo incoerente com a noção de desenvolvimento sustentável.
e ordenamento, função anteriormente preenchida por ar-
do consumo e da cidade auxiliam na análise do modo com-
damente afastadas dos centros urbanos, muito em função
quitetos e urbanistas.
portamental do mercado e da sustentabilidade urbana por
do preço da terra, fato impresso no Programa Minha Casa
meio de três ramificações.
Minha Vida - PMCMV. No PMCMV os empreendimentos
biliários, compõem um dos setores econômicos em maior
Tais profissionais do marketing “habitacional”, que es-
ascensão no cenário atual do país. De modo paradoxal, é
colhem e definem o terreno a ser adquirido bem como o
A primeira é a comunicação publicitária, que traz suporte
um dos campos que causa maior impacto ao meio ambiente
plano do empreendimento habitacional, geralmente, com
ao consumo tendo o meio urbano como base territorial; a
e aos aspectos socioculturais das comunidades, dimensões
base em estudos de mercado, não atentam para a sensibi-
segunda, os ritmos e fluxos urbanos determinantes aos
Nos estudos de Santana (2013), verificou-se que a con-
muitas vezes ignoradas por envolver estratégias e ações
lidade inerente às necessidades ambientais e urbanas, que
modos de morar e viver na sociedade urbana do consumo. E
quista da casa própria tornou os consumidores condizentes
para a redução do déficit habitacional e a conquista da
compreendem as edificações e a configuração de relações
por fim, outra ramificação, talvez a mais incidente na questão
com os processos de devastação de lugares e com a noção
casa própria.
entre as habitações e com seu entorno, cujos conhecimen-
habitacional, abrange novos conceitos e produtividade do
do desenvolvimento atual, na qual se prevalece o desejo
tos técnicos especializados fazem parte da formação dos
atual sentido de habitar e morar, podendo ser variável em
de ter e não o de ser.
designers de lugares.
função do contexto, da camada socioeconômica e realidade
Neste contexto da necessidade de se produzir uma gigantesca quantidade de moradias, o grande desafio está
da qual o indivíduo faz parte.
são locados em áreas de valor inferior com menor acesso aos meios de transporte e infraestrutura.
No Brasil, os programas habitacionais como PMCMV,
em conciliar o atendimento das demandas às exigências re-
Desta maneira, as escolhas sustentáveis de terrenos que
lacionadas à qualidade construtiva do imóvel, ao significado
se fazem fundamentais para a mobilidade, potencialização
Assim, tais empreendimentos, de um modo geral, são
no país. As avaliações do programa nos estudos de Villa e
e ao valor da unidade para o usuário e às visões sistêmicas
de áreas com infraestruturas consolidadas e redução de
lançados por incorporadoras e construtoras renomadas
Ornstein (2013) demonstram que, frente aos objetivos da
atuais dos estudos da ecologia urbana.
gastos públicos deixam demasiadamente a desejar.
no mercado e que lançam estilos e modas. Essas mesmas
superação do déficit habitacional, as ações priorizam as
apresentam objetivos para redução do déficit habitacional
Na visão de Santana (2013), o marketing da habitação
Para além da necessária responsabilidade social com o
empresas ao empreender para classes de menor poder
relações quantitativas como números de famílias atendidas,
traz uma importância demasiada as empresas e profissio-
local do empreendimento habitacional, tais escolhas susten-
aquisitivo se segmentam no mercado dentro de um mesmo
faixa econômica e o impacto das edificações sobre as ques-
nais do marketing e propaganda, dando-lhes o papel de
táveis, também, estão ligadas ao controle do ciclo de vida
grupo empresarial para que possam atender esse público
tões do déficit habitacional local, descuidando totalmente
criador das melhores locações, conceitos e necessidades
dos materiais e produtos empregados, reaproveitamentos e
sem perder a imagem de marca de luxo (SANTANA, 2013).
do contexto da qualidade global do produto.
habitacionais. Esses novos atores oferecem consultorias
redução, fontes renováveis e menos poluidoras de energia,
especializadas sobre o melhor terreno e localização para
e usos eficientes de água e energia.
empreendimentos, e até mesmo a definição de programas
Segundo Santana (2013), o enfoque entre as questões
Para essas camadas sociais a produção habitacional é
As questões levantadas para a satisfação do usuário
condicionada por políticas subsidiadas pelo governo, o que
não apresentam relações com os elementos específicos de
justifica as localizações habitacionais em regiões demasia-
qualidade do ambiente urbano como a inserção, equipamen-
22
tos e serviços urbanos disponíveis, implantação qualitativa,
arquitetônica, urbana e ambiental.
sirva de instrumento de negociação dos agentes envolvidos
cruzamento das informações referentes à avaliação da sus-
desenho e paisagismo urbano do bairro. Na qualidade das
Por outro lado, na visão de Andrade (2014) a certificação
nos projetos, de acordo com Absy (1995) em muito pouco
tentabilidade e da qualidade da forma urbana, identificadas
edificações, também, não são consideradas questões como
de empreendimentos verdes no Brasil, que estão sendo
contribui para o aperfeiçoamento da concessão de projetos
nas metodologias e nos modelos de certificação, que foram
dimensões espaciais, acabamentos e níveis de conforto,
importadas dos países desenvolvidos, vem favorecendo
propostos e para a gestão ambiental no todo.
sistematizadas no formato princípios/critérios/indicadores/
todos oriundos do projeto arquitetônico.
o marketing habitacional e bairros para elites, isolados do
Segundo (Costa, Campanate e Araújo, 2011, p.178),
verificadores, buscando assim, atender as atribuições que
Assim, Villa e Ornstein (2013) afirmam que esse tipo de
contexto social e urbano, estruturados como condomínios
em geral, os Planos Diretores não integram as Agendas
melhor se adéquam as realidades e necessidades brasileiras,
avaliação não impacta na qualidade da prática profissional
de luxo. São distantes da realidade socioeconômica das
Verde e Marrom, por abordar ações de preservação como
tendo como foco, principalmente, as populações contem-
da construção e do projeto, perdendo-se oportunidades
cidades dos países em desenvolvimento e fortalecem o
sinônimo de “não ocupação”, e questões de habitabilidade
pladas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.
de inserção de melhorias nos processos produtivos de
modo de produção capitalista por meio de estratégias de
do espaço urbano como atividades “não ambientais”. Os
habitações. O aumento do impacto das construções de
economia e tecnologias verdes.
instrumentos legais devem ser revistos para que o governo
conjuntos habitacionais em centros urbanos e da qualidade da moradia deveria ser o objeto principal das avaliações.
Nos países desenvolvidos as problemáticas ambien-
federal na implementação de seus programas e ações de
tais urbanas locais da Agenda Marrom, como saneamento
grandes investimentos na área de habitação, regularização
Os métodos de avaliação deveriam instigar os gestores
ambiental, poluição do ar, da água e do solo, coleta e reci-
fundiária e infraestrutura, por intermédio do PAC e do PM-
nesse direcionamento utilizando produtos, conceitos e pro-
clagem do lixo, ordenamento territorial e acesso a moradia
CMV, adotem padrões urbanos mais sustentáveis.
cessos novos. Deveriam incluir metodologias que avaliam
adequada, já foram superadas com políticas de bem estar
O método de avaliação da sustentabilidade urbana que
as expectativas sociais quanto ao desempenho da quali-
social ao longo da história e, atualmente, exibem um modelo
foi adotado nesta pesquisa está baseado em quatro estu-
dade dos espaços urbanos, lembrando Holanda (2013), os
de desenvolvimento poluidor em nível global em termos de
dos, a saber:
“efeitos da arquitetura” sobre o modo de vida das pessoas,
pegada ecológica e se concentram em ações da Agenda
dos ecossistemas e dos processos biogeoquímicos (AN-
Verde.
DRADE, 2014).
(1) as inovações-chave para aproximar a sinergia entre as agendas Verde e Marrom do documento Informe Global
De acordo com o documento da ONU-Habitat (2009)
da ONU-Habitat de 2009 e ferramentas de avaliação de im-
No que tange às questões de mercado e sustentabilidade
“Planejamento de Cidades Sustentáveis: orientações para
pactos ambientais no contexto urbano (AIA, EIA-Rima, EIV).
na área da habitação, Santana (2003) conclui que os empre-
políticas” é importante encontrar formas de integrar as
(2) os princípios de sustentabilidade estudados por An-
endedores priorizam a venda do imóvel por meio do marke-
agendas respeitando mutuamente o ambiente natural e as
drade (2005) para mediar conflitos entre os atributos pró-
ting do “produto sustentável e ecológico” em detrimento
melhorias no ambiente humano.
prios das agendas Verde e Marrom no Brasil e promover a
da oferta de uma sustentabilidade sistêmica e verdadeira.
No Brasil essas tentativas de integração ocorrem por
A evidência do marketing da sustentabilidade da habi-
mecanismos integrados da regularização ambiental em nível
(3) a metodologia das Dimensões Morfológicas do Pro-
tação nos empreendimentos imobiliários demonstra cla-
nacional, estadual e municipal, pelo licenciamento ambiental
cesso de Urbanização do grupo DIMPU (Holanda e Kohl-
ramente que a sustentabilidade se tornou um pretexto na
de empreendimentos urbanos – Estudo de Impacto de Vizi-
sdorf 1984; Kohlsdorf, 2006; Holanda, 2013), que consiste
conquista da casa própria de modo incoerente com a noção
nhança, instituído pelo Estatuto da Cidade (Lei 10257/01), e
na avaliação do espaço quanto ao desempenho da forma
de desenvolvimento sustentável, tornando-se uma alavan-
do projeto de lei que altera a Lei Federal de Parcelamento
urbana incidente nas expectativas sociais; e por fim,
ca dos processos de devastação de lugares no contexto
do Solo (PL no. 3.057/00) que introduz a licença urbanística
urbano e ambiental com apoio dos compradores, os quais
e ambiental integrada do parcelamento.
em grande parte não tem o conhecimento necessário para
Embora o EIA-RIMA auxilie os órgãos ambientais na
discernir se a habitação de fato agrega sustentabilidade
decisão de concessão das licenças ambientais, e também
reabilitação sustentável dos assentamentos urbanos;
(4) alguns critérios de certificação de empreendimentos verdes que estão sendo aplicados no Brasil (Selo Azul da Caixa e AQUA para Bairros da Fundação Vazolini, 2012). Após o levantamento das referências, foi realizado um
23
24
a certificação de empreendimentos verdes no Brasil, que estão sendo importadas dos países desenvolvidos, vem favorecendo o marketing habitacional e bairros para elites, isolados do contexto social e urbano, estruturados como condomínios de luxo
1.2 métodos e procedimentos 1.2.1 Da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) aos Princípios de Sustentabilidade aplicados ao desenho de assentamentos urbanos A ferramenta de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é baseada numa política de gestão urbana do governo norte-americano criada em 1969 – o Environment Impact Assessment (EIA) –, que é a exata tradução para o inglês da AIA brasileira. Dessa forma, portanto, existe uma coincidência de siglas, pois este EIA americano é diferente (e precedente) do EIA brasileiro, que significa Estudo de Impacto Ambiental e é parte integrante da AIA. Essa ferramenta auxilia o processo de desenvolvimento de projetos de crescimento urbano, analisando e identificando os impactos nas esferas ambiental, social e cultural, propondo respostas em curto, médio e longo prazo. A AIA deve identificar os processos socioeconômicos, conhecer os ecossistemas, definir os tópicos ambientais que sejam relevantes a um determinado empreendimento e gerar informações que possibilitem a tomada de decisões considerando a participação da sociedade. “Métodos de AIA são mecanismos estruturados para identificação, coleção e organização de dados sobre impactos ambientais” (ERICKSON apud RODRIGUES, 2003). A AIA é um conjunto de procedimentos concatenados de maneira lógica, com a finalidade de analisar a viabilidade ambiental de projetos, planos e programas, e fundamentar
25
26
uma decisão a respeito. As etapas a serem seguidas para
de identificar, prever, avaliar e mitigar os efeitos relevantes
confecção da AIA são: apresentação da proposta com me-
de ordem biofísica, social ou outros de projetos ou
morial descritivo do projeto incluindo o levantamento de
atividades antes que decisões importantes sejam tomadas.
dados; plano de trabalho com definição da abrangência
(IAIA, 1999).
e conteúdo do EIA que será o que foi identificado como provável impacto pelo empreendimento na etapa anterior;
O EIA e o RIMA são documentos integrantes do proces-
elaboração do EIA com a previsão dos impactos identifi-
so de AIA, portanto não são métodos de classificação de
cados anteriormente; publicação do relatório com as con-
empreendimentos, mas apenas de avaliação.
clusões alcançadas (RIMA); decisão da aprovação ou não
Existe um Termo de Referência para preparação de
do empreendimento em questão; caso positivo, execução
Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que deve ser seguido
da obra com o devido programa de acompanhamento,
por equipe multidisciplinar independente do empreendedor
monitoramento e auditorias. Os impactos ambientais cau-
e custeado por este. Neste documento existe uma série de
sados pela implantação e operação do empreendimento,
tópicos que devem ser pesquisados e levantados, além de
identificado nos meios físico, biótico e antrópico, são qua-
muitas informações a respeito do projeto e o local onde
lificados e hierarquizados, segundo critérios que devem
ele será implantado. É tão particular para cada caso, que
ser combinados e ponderados, tais como: magnitude do
se torna um trabalho complexo único, não havendo um
impacto, probabilidade de ocorrência do impacto, exten-
questionário objetivo que se possa preencher e se possa
são espacial e temporal, possibilidade de recuperação do
comparar efetivamente um empreendimento com outro.
ambiente afetado, importância do ambiente afetado, nível
Na lista de atividades em que é exigida a licença ambien-
de preocupação pública, repercussões políticas etc. (NE-
tal para instalar e operar, projetos urbanísticos aparecem no
GREIROS; ABIKO, 2007).
final, sem muito destaque e com restrições para aplicabi-
Em suma, a AIA é o processo de identificar as consequ-
lidade, tais como área mínima de 100 hectares e ser áreas
ências futuras de uma ação presente ou proposta e possui
de relevante interesse social. Isso indica que o sistema de
um caráter prévio e preventivo.
avaliação é de fato voltado para o meio ambiente e sua
A norma de brasileira para EIA foi implantada pela Re-
preservação. O foco está sempre nos impactos ambientais
solução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que
em si, independente do tipo de empreendimento, seja um
apresenta uma lista de empreendimentos com potencial
assentamento urbano, seja uma indústria petroquímica.
de degradação ou poluição que passam a ser sujeitos à
Nesse sentido, segundo Rezende (2009), tanto o EIA
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) como condição para
quanto o RIMA, e até mesmo a AIA, não possuem logomarca
licenciamento ambiental.
ou selo que os identifiquem em um empreendimento, têm sua necessidade de aplicação exigida por lei e, portanto,
O EIA consiste na elaboração de um documento resultante
constituem uma obrigação que não tem retorno para o in-
do desenvolvimento de uma Avaliação de Impacto
vestidor, que arcará com altos custos durante a elaboração
Ambiental (AIA) que, por sua vez, corresponde ao processo
dos estudos. Dessa maneira, os estudos exigidos, apesar de
a AIA auxilia o desenvolvimento de projetos de crescimento urbano, analisando e identificando os impactos nas esferas ambiental, social e cultural, propondo respostas a curto, médio e longo prazo
28
obrigatórios, fazem com que o processo de licenciamento
cados diretamente em áreas urbanas, apresentam alguns
ambiental seja algo malvisto pela sociedade como contra-
problemas operacionais que comprometem sua credibilida-
Quando o projeto urbanístico tem a chance de ser de-
no lugar dos órgãos e entidades públicas, e favorecer a
partida de investimento, pois não oferecem nada em troca
de e sua eficácia de avaliação: primeiramente, a necessida-
senvolvido em regiões que já foram estudadas por meio de
gestão privada das comunidades, em vez de promover
ao empreendedor, podendo ainda gerar mais custos para
de de avaliação da hipótese de não realização do projeto
EIA-RIMA, ou qualquer outro estudo similar, à semelhança
novas formas de gestão da administração pública local. Este
o montante da obra, com exigências projetuais ou atitudes
analisado ou suas alternativas de localização.
do EIVI, não são levadas em consideração as informações
processo de certificação pode se tornar excludente, uma
obtidas, por justamente existir uma lacuna na análise des-
vez que não incorpora os problemas urbanos já existentes,
ses dados.
visto que o modelo, na maioria das vezes, é empregado em
mitigadoras e compensatórias.
Em prosseguimento, trata da rotina processual de aprovação ou emissão de licenças – a prévia, a de instalação e
tico preliminar.
as estratégias de mercado aos empreendedores privados,
Para que o tratamento dos possíveis impactos causados
a de operação. Na visão desse autor, a licença de operação
Era de se esperar que da interface de informações do
pelo projeto proposto seja eficaz, o EIA propõe medidas
não se aplica à dinâmica urbana, uma vez que, ao implantar
meio físico, biótico e antrópico, obtidas na etapa do diag-
Neste caso, torna-se importante um estudo aprofundado
de adequação ao princípio da sustentabilidade ambiental,
o loteamento (desmatamento, abertura de vias, implantação
nóstico ambiental, surgissem estratégias sustentáveis de
da sustentabilidade urbana do empreendimento voltado para
divididas em três tipos básicos: medidas valorizadoras
de infraestrutura), a operação já está sendo iniciada.
uso e ocupação do solo urbano, isto é, soluções alternativas
o meio ambiente e para sociedade, além do mercado. Sob
ao espaço urbano em áreas protegidas.
este ponto de vista, enquadra-se melhor nesta pesquisa uma
dos impactos positivos; medidas mitigadoras que buscam
Por fim, apresenta o problema de estruturação meto-
novos empreendimentos.
a diminuição e a proporção dos impactos ambientais
dológica de avaliação de impactos, pois são estabelecidos
O que se pode observar nos projetos, entretanto, são
avaliação do projeto (ou assentamento constituído) por meio
negativos; e medidas compensatórias para os impactos
pesos iguais para atributos de naturezas diversas, resul-
proposições de tecnologias imediatistas tradicionais e res-
dos Princípios de Sustentabilidade propostos por Andrade
ambientais negativos cuja mitigação é impossível ou
tando em conclusões hipotéticas e gerando documentos
trições de uso, que muitas vezes só adiam os problemas.
(2005).(ou assentamento constituído) por meio dos Princí-
insuficiente.
conclusivos ilegítimos, verdadeiras enciclopédias de dados,
Consequentemente, não contribuem para acelerar o pro-
pios de Sustentabilidade propostos por Andrade (2005).
O EIA-RIMA é um instrumento fundamental aos órgãos
muitas vezes irrelevantes e, quase sempre, onerosos para
cesso de licenciamento ambiental.
de meio ambiente competentes a conceder licenças
o agente empreendedor.
Segundo Andrade (2005), nos projetos urbanísticos, a
Esses estudos, em sua maioria, não evitam conflitos no
ênfase ainda é dada ao tipo de uso do espaço e suas malhas
no processo de criação de novos projetos, assim como
processo de licenciamento e, consequentemente, esten-
viárias e não à capacidade de suporte do regime hídrico de
para gestão ambiental no geral. (REZENDE, 2009).
dem-se por muito tempo, privando a população carente
cada região, estabelecendo uma unidade hidrográfica como
dos benefícios da urbanização da área. O processo de li-
unidade de planejamento.
ambientais, porém é insuficiente para proporcionar desafios
1.2.2 princípios de sustentabilidade ambiental para reabilitação de assentamentos urbanos
Segundo Absy (1995, p. ), o EIA-RIMA “tem contribuído
cenciamento ambiental de assentamentos urbanos torna-se
Portanto, segundo Rezende (2009), um sistema de
Estudo desenvolvido por Andrade (2005) para mediar
muito pouco para aperfeiçoar a concepção dos projetos
cada vez mais complexo, muitas vezes o projeto urbanístico
certificação ambiental através de um selo que lhe confi-
conflitos entre os atributos próprios das agendas Verde e
propostos e para a gestão ambiental no seu todo”
é desenvolvido pelo órgão municipal por profissionais da
ra credibilidade “perante o mercado”, que pode propor
Marrom no Brasil comprovou que deve haver uma aproxi-
Mesmo funcionando como um elo entre o componente
área de arquitetura e urbanismo que tratam das questões
uma revolução no desenvolvimento de projetos para as-
mação ecológica para os profissionais que trabalham o meio
político e social, responsável pela execução das diretri-
relacionadas à Agenda Marrom, e o licenciamento ambien-
sentamentos urbanos, como também “puxar para cima”
ambiente construído e uma aproximação urbanística para
zes ambientais, e o componente técnico, científico e legal
tal é assegurado pelo órgão ambiental por pesquisadores
os assentamentos existentes que tenham interesse em
os profissionais que trabalham o meio natural.
desses instrumentos, existe um distanciamento entre as
que estão preocupados com questões da Agenda Verde
serem certificados através de profundos retrofites em suas
Os princípios de Andrade (2005) também trazem abor-
informações obtidas nos estudos de impactos ambientais
no âmbito federal.
instalações para se adequarem ao checklist proposto pela
dagens provenientes de uma análise que discorre sobre a
empresa auditora do processo.
legislação ambiental brasileira e os instrumentos de gestão
e as análises e proposições para as intervenções urbanas,
Os projetos urbanísticos, por sua vez, não se apropriam
ou seja, apresentam um caráter mais enciclopédico do que
das informações obtidas nos EIAs para a formulação do
De acordo com Rezende (2009), porém, apesar de o
ambiental urbana dentro do processo de licenciamento am-
analítico (ANDRADE, 2005).
desenho dos assentamentos, pois usualmente os estudos
processo de certificação ser muito conveniente, talvez se
biental para empreendimentos urbanos. A autora evidencia
de impactos são feitos posteriormente ao estudo urbanís-
mostre um tanto superficial e pode contribuir para direcionar
que os instrumentos de gestão ambiental urbana, como o
Segundo Ribas (2003), quando os EIAs-RIMAs são apli-
29
de acordo com os princípios da rede europeia para cidades sustentáveis, é importante encontrar soluções simples, sobretudo, capazes de resolver vários problemas de uma só vez ou várias soluções combináveis entre si
31
EIA-RIMA não dinamizam a execução de estudos coerentes e objetivos entre suas fases de dimensionamento do problema a estudar, proposição de mitigação e controle dos impactos.A análise do autor evidencia que os instrumentos de gestão ambiental urbana, como o EIA-RIMA, não dinamizam a execução de estudos coerentes e objetivos entre suas fases de dimensionamento do problema a estudar, proposição de mitigação e controle dos impactos. Andrade (2005) desenvolveu estudos no Brasil sobre a visão sistêmica ou ecossistêmica para aplicação de princípios de sustentabilidade ambiental, que podem ser adotados no planejamento e desenho das cidades brasileiras. Eles formam uma estrutura sistêmica e integrada que nos ajuda a entender o potencial para implantar assentamentos urbanos sustentáveis. De acordo com os princípios da Rede Europeia para Cidades Sustentáveis, é importante encontrar soluções simples, sobretudo, capazes de resolver vários problemas de uma só vez ou várias soluções combináveis entre si. Tais princípios estudados por Andrade (2005) são baseados em autores1 que estudam a visão sistêmica dos assentamentos humanos e das cidades, a saber: proteção ecológica (biodiversidade), adensamento urbano, revitalização urbana, implantação de centros de bairro e desenvolvimento da economia local, implementação de transporte sustentável e habitações economicamente viáveis, comunidades com sentido de vizinhança, tratamento de esgoto alternativo, drenagem natural, gestão integrada da água, energias alternativas e, finalmente, políticas baseadas nos 3Rs (reduzir, reusar e reciclar). Andrade (2008, p. 389), dentro da visão sistêmica, fez a adaptação para a realidade brasileira dos princípios para reabilitação ambiental de assentamentos urbanos. quadro 1.1
32
quadro 1.1
princípios de sustentabilidade desenvolvidos por Andrade (2005). Fonte: autores.
princípio
33
implantação de centros de bairro
Verificar se o comércio está centralizado dentro de distâncias caminháveis da maioria das edificações. Se for um condomínio isolado, por exemplo, a ausência de um centro comercial, dentro do empreendimento ou nas proximidades, é um dos incentivos para as pessoas usarem carros, o que tem efeito negativo na interação social com a vizinhança, dada a ausência
descrição
de oportunidades para as pessoas se encontrarem. Centralizar a região de comércios dentro de distâncias caminháveis da maioria das casas do empreendimento. A ausência de um cen-
proteção ecológica (biodiversidade)
tro comercial, dentro dos empreendimentos ou nas proximidades, é um dos incentivos para Fazer um diagnóstico ambiental e um levantamento da legislação ambiental da região e verifi-
as pessoas usarem carros, o que tem efeito negativo na interação social com a vizinhança,
car se há aplicação da lei, bem como planos de recuperação de nascentes ou florestas. Verifi-
em virtude da ausência de oportunidades para as pessoas se encontrarem.
car se há respeito ao Código Florestal e às Resoluções do Conama 302, 303 e 369. Identificar a relação da superfície pavimentada e cobertura vegetal. Verificar também se há propostas de agricultura urbana na cidade: hortas comunitárias, hortas individualizadas.
adensamento urbano – “adensar para proteger e incluir”
Evitar a expansão urbana de modo a conter: a ocupação urbana de terras agrícolas, o enfraquecimento do sentido de comunidade e o aumento de emissões de dióxido de carbono com viagens locais. Verificar a densidade do bairro (baixa, média, alta). Se estiver em áreas centrais com baixa densidade, certificar se a expansão urbana ocorre em áreas de proteção permanente – APPS – ou em terras agrícolas, se enfraquece o sentido de comunidade e se aumenta as
desenvolvimento da economia local
implementação de transporte sustentável
Estabelecer estratégias práticas para o empreendimento da economia local nos planejamentos em sintonia com o planejamento de transportes (moradia-trabalho).
Verificar se há provisão de caminhos para bicicleta com vegetação, interconectados com as ruas ou redes de transporte público. Certificar se o transporte público é eficiente. Verificar se há ruas mais estreitas em oposição às ruas largas, típicas da expansão suburbana, para redução de área de superfície pavimentada, diminuindo os efeitos de ilhas de calor. Estabele-
emissões de dióxido de carbono com viagens locais. Se estiver em áreas com altas densida-
cer estratégias de desenho incluindo a provisão de caminhos para bicicleta, com vegetação
des, identifique os problemas de ilhas de calor, problemas de conforto térmico, canalização de
e interconectados com as ruas ou redes de transporte público. Sugere-se a existência de
córregos, ausência de áreas verdes e poluição do ar e das águas. Identificar possíveis corre-
conexões atrativas para pedestres, redutores de velocidade para a travessia de indivíduos
dores ecológicos que possam ser recuperados, juntamente com a recuperação dos córregos.
de modo a incentivar as pessoas a caminharem ou andarem de bicicleta, o que promove a redução de CO2.
revitalização urbana
Verificar se há áreas urbanas degradadas ou patrimônios culturais abandonados, se há possibilidade de recuperação para reaproveitar a infraestrutura existente e valorizar a cultura de sua cidade. Recuperar áreas urbanas, para reaproveitar uma infraestrutura existente (sustentabilidade). Essa iniciativa celebra a cidade viva, trazendo novos moradores, comércio e atividades para a vizinhança em áreas abandonadas.
moradias economicamente viáveis
Certificar os tipos de classes sociais, se há diversidade de classes. As estratégias precisam vir acompanhadas do desenho urbano como zoneamento inclusivo, bônus de densidade e fundos para terra, incentivando habitações econômicas. Uma comunidade sustentável necessita de diversidade e mistura de classes com variedade de moradias e custos diferentes.
34
princípio
comunidades com sentido de vizinhança (habitáveis)
tratamento de esgoto alternativo e drenagem natural gestão integrada da água
energias alternativas
descrição Verificar se há espaços públicos adequados e instalações comunitárias que gerem oportunidades para a sociabilidade e desenvolvimento pessoal. Proporcionar espaços que gerem oportunidades para a sociabilidade e desenvolvimento pessoal por meio de instalações comunitárias e do tratamento dos espaços públicos. Ex: Village Homes.
35
políticas baseadas nos 3R’s (Reduzir, Reusar, Reciclar)
Verificar se há coleta seletiva e reciclagem do lixo orgânico, dos resíduos da construção entre outros. Verificar se há espaços para a compostagem de lixo e hortas comunitárias e individuais. Para o desenho de empreendimentos sustentáveis, os 3R’s incluem redução do gasto de energia, reuso das edificações e reciclagem de resíduos de construção.
Verificar os problemas e soluções dentro da bacia hidrográfica, em relação à drenagem e ao esgotamento sanitário. A abordagem sustentável caminha em duas escalas: sistemas de tratamentos de águas residuais com plantas para as casas (zona de raízes) ou para o empreendimento como um todo (wetlands).
1.2.3 dimensões morfológicas dos lugares para análise de projetos em arquitetura e urbanismo Holanda e Kohlsdorf (1994) e Kolhsdorf (2006) propõem
tura e Urbanismo da Universidade de Brasília, inicialmente
Verificar as condições de abastecimento de água em seu bairro e de onde vem a água dentro
entender arquitetura como qualquer espaço socialmente
utilizada pelos professores Frederico de Holanda, Maria
da bacia hidrográfica. Identificar se há exemplos de aplicação dos princípios da gestão ecoló-
utilizado e, portanto, como situação relacional e dimensio-
Elaine Kolhsdorf e Gunter Kohsdorf e, posteriormente, pelas
gica do ciclo da água. Se não houver, proponha soluções, os empreendimentos de natureza
nal. A qualidade de um mesmo espaço arquitetônico pode
professores de projeto de urbanismo Liza Maria Souza de
mais compacta podem utilizar menos água, se preparados tecnicamente, que loteamentos
variar conforme cada expectativa/dimensão considerada;
Andrade e Gabriela Tenório. Anteriormente, foi empregada
suburbanos com densidades mais baixas. Tecnologias como coberturas ajardinadas, estacio-
seu juízo global é uma ponderação entre avaliações parciais,
na disciplina de Projeto de Habitação de Interesse Social
namentos e vias com pisos permeáveis, além de tanques ou cisternas para reaproveitamento
pois as expectativas/dimensões recebem priorizações dife-
(PROJETO IV) na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do
de água da chuva ou águas servidas, podem reduzir o consumo de água.
rentes para cada indivíduo ou grupo social considerado. A
Centro Universitário Euroamericano em Brasília.
classificação de expectativas sociais gera taxonomia dos
A teoria agrupa seis dimensões equânimes: funcionais,
lugares que são as dimensões com várias descrições de
bioclimáticas (conforto térmico, acústico, luminoso e qua-
Verificar de onde vem a energia gerada utilizada, se há energia vinda de fontes renováveis
um mesmo lugar, segundo diferentes atributos (categorias
lidade do ar), econômicas (infraestrutura urbana), expres-
como o sol, o vento e a biomassa e, em segundo lugar, sob o viés do gasto de combustíveis
e elementos analíticos).
sivo-simbólicas, sociológicas (facilidade de encontros não
fósseis se há um gasto excessivo de energia utilizada no transporte individual. A eficiência
Essa metodologia de projetação se fundamenta em
programados no espaço público) e topoceptivas (orientação
energética pode ser colocada sob dois aspectos. Primeiramente, para as moradias, sob a
respostas dimensionais originadas a partir da pesquisa
e identificação). Não existem, em princípio, diferenças de
ótica de uso da energia utilizada, vinda de fontes renováveis como o sol, o vento e a biomas-
Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização de
valor entre elas. Considerar uma ou outra mais importante
sa. Em segundo lugar, sob o viés da redução de combustíveis fósseis utilizados nas moradias,
Holanda, F.; Kohlsdorf, G.; Kohlsdorf, M.E. e Villas Boas,
é questão dependente de pessoas, grupos e contextos
carros e indústrias.
M., Brasília: FAU-UnB / FINEP / CNPq, 1985 – 1994. Essa
culturais.
metodologia vem sendo utilizada na Faculdade de Arquite-
A metodologia é divida em três movimentos recorrentes,
36
análise da situação existente, avaliação de desempenho
Por meio dessa análise e avaliação é possível ponderar,
quanto às expectativas sociais, às dimensões morfológicas
em função de um estudo do lugar, qual aspecto deve ser
e propostas de programa de necessidades em todas as
enfatizado pelo projeto: social ou ambiental. Esse entendi-
dimensões analisadas, descritos no Quadro 3 - Cronograma
mento resulta do fato de que os dois aspectos não recebem
dos movimentos de atribuição crítica-técnica segundo as
o mesmo peso em um projeto, ou seja, em função das
Dimensões Morfológicas.
características do lugar um deles deve ser priorizado.
Além de vínculos pessoais e espaciais da cidade, se tornam explícitas relações abrangentes do cotidiano, apesar de essas não envolverem, de modo necessário, as articulações estabelecidas entre usuários e lugares.
quadro 1.2
descrição das dimensões morfológicas Fonte: adaptado Andrade et. al (2010), apud Queiroz, 2000. Kohlsdorf (2006)
dimensões morfológicas
expectativas sociais para as dimensões morfológicas
caracterização dos atributos morfológicos
funcional
respostas espaciais para com a realização de determinadas
funcionais
Isso ocorre por processos sociais que se evidenciam
atividades: configuração do espaço disponível; quantificação de
em todas as situações, tempos, por consequência das re-
espaço disponível; e as relações locacionais entre as unidades
lações existentes entre pessoas, usuários e meio ambiente,
funcionais
e pessoas e o mundo simbólico.
bioclimática
Com tudo isso, desenvolveram-se áreas de conhecimento para o tratamento de cada “macrodimensão”, nas
resposta do espaço ao conforto luminoso, higrotérmico, acústi-
copresencial
ecologia e, as terceiras, da estética. Essas macrodimensões
resposta do espaço para a facilidade de encontros casuais e
englobam as descrições do Quadro 4 - Macrodimensões das
não programados em áreas livres públicas, analisando vida
dimensões morfológicas. A dimensão ecológica aplicada
social e espacial, além de padrões espaciais
estuda como realizar conceitos do homem como natureza
topoceptiva
e da própria natureza nas relações de modo geral. Essas
resposta espacial para orientabilidade e identificabilidade dos
relações mudam com o tempo de acordo com a sociedade
lugares, analisando representações secundárias, imagens men-
em questão, as quais podem ter maior ou menor impacto
tais e percepção
na transformação do meio herdado.
econômica
Os valores ecológicos demonstram o modo pelo qual
resposta espacial aos custos de sua construção e manutenção,
características do lugar são incorporadas no projeto, tais
fundamentadas nos custos de formação (origem: planificação e
como recursos regionais, clima, relevo, cultura; além de fato-
construção); custos fundamentais de utilização (manutenção) quadro 1.2
Essa metodologia proposta pelas dimensões morfológicas permite que se estabeleça um modo de elaborar um
quadro 1.3
projeto coerente entre as partes, permitindo que as propostas sejam analisadas e avaliadas durante o desenvolvimento do processo projetual.
bioclimáticas
co e de qualidade do ar
quais as primeiras são objeto da ética; as segundas, da
res socioeconômicos do usuário e do gestor da construção.
37
expressiva e simbólica
resposta do espaço quanto às representações simbólicas e à forma física dos lugares para a satisfação emocional, a partir de qualidades semânticas; fenômenos da configuração e a plastici-
quadro 1.4
dade da composição
copresenciais
topoceptivas
econômicofinanceiras expressivassimbólicas
38
quadro 1.3
cronograma dos movimentos de atribuição criticatécnica segundo as dimensões morfológicas
1.2.4 análise das certificações, naturezas e finalidades
39
Fonte: adaptação de Andrade et. al (2010), apud Kohlsdorf 2006.
movimento análise avaliação proposição novo ciclo
definição
A avaliação da sustentabilidade urbana é um tema ainda
dada a cada um deles nas certificações.
bastante complexo e com diferentes abordagens em vários
As certificações representam uma ação de acreditar, de
países do mundo, seja pelo nível de desenvolvimento eco-
maneira documental e fiel, que um determinado produto
explicar fenômenos e situações de acordo com suas várias dimensões, descrevendo elementos e cate-
nômico de cada país ou pela diversidade de legislações am-
ou serviço cumpre os requisitos e exigências definidas em
gorias incidentes em cada dimensão
bientais existentes que geram uma vasta gama de métodos
normas ou especificações técnicas, emitidas pelo certificado
para avaliação ambiental, cada qual adaptado à realidade
de um organismo autorizado.
julgar, tanto individual como global, a bondade do fenômeno e da situação quanto ao desempenho
local. Faz-se necessário, no entanto, avaliar a aplicabilida-
Para este trabalho, dentre os sistemas de certificação
afetivo e expressivo, econômico, topoceptivo, copresencial, funcional e bioclimático
de dos métodos de certificação ambiental estrangeiros no
internacionais, foram selecionados os critérios utilizados
contexto brasileiro, considerando as desigualdades sociais
no método Alta Qualidade Ambiental (AQUA) para Bairros,
existentes no país.
adaptado do referencial técnico francês HQE – Haute Qualité
sugerir uma nova situação superando os problemas detectados na avaliação iniciar outro ciclo de análise e avaliação da proposta, caso necessário elaborar nova proposição
Essas certificações ou guias são ações que procuram
Environnementale –, que está sendo difundido no Brasil,
colaborar com a sustentabilidade no setor urbano e da
desde setembro de 2011 pela Fundação Vanzolini (2011), e
construção, visando a uma elevação da qualidade dos ser-
o método lançado pela Caixa Econômica Federal em 2009,
viços e produtos, decorrentes de estímulos à competição
o selo Casa Azul, sintetizados no Quadro 5 a seguir.
“verde” no mercado. Sua utilização se diversifica como instrumento de políticas administrativas, ambientais e até mesmo contratuais. Na direção da construção de edificações, as certifica-
quadro 1.4
macrodimensões das dimensões morfológicas Fonte: Andrade et. al (2010). Kohlsdorf (2006)
ções atuam de modo a orientar a conduta técnica e arquitetônica na busca pela eficiência energética do projeto. Ao urbanismo implicam pautas e critérios ambientais e sustentáveis para com os processos de planejamento e projetual
macrodimensões
expectativas sociais
ética
o espaço para com o balizamento das relações entre os indivíduos
de novos bairros e com as reabilitações espaciais urbanas. Para o urbano, as certificações são recentes, sendo poucas com essa abordagem. No desenvolvimento do tema de certificações, houve um desenvolvimento propriamente urbano através de uma des-
ecológica
espaço ao balizamento das relações entre indivíduos e meio natural
estética
o espaço quanto às expectativas pelo belo nas relações entre os indivíduos e o mundo
crição, ampla metodologia e o procedimento de avaliação que consideram a análise comparativa final, identificando os critérios de base da sustentabilidade e a importância
quadro 1.5
40
quadro 1.5
métodos de avaliação - movimentos para a sustentabilidade urbana
AQUA para Bairros Referencial Técnico de Certificação para a Qualidade Ambiental Selo Azul da Caixa
métodos de certificação abordados pelo trabalho
41
princípios norteadores, critérios e categorias de avaliação
Integração e a coerência do bairro: território e contexto local; densidade; mobilidade e
tecnológicos; saúde.
acessibilidade; patrimônio, paisagem e identidade; adaptabilidade e potencial evolutivo.
Vida social e dinâmicas econômicas: economia do projeto; funções e pluralidade; ambientes e espaços públicos; inserção e forma-
Recursos naturais, qualidade ambiental e sanitária do bairro: água; energia e clima; mate-
ção; atratividade, dinâmicas econômicas e estruturas de formação locais.
riais e equipamentos urbanos; resíduos; ecossistemas e biodiversidade; riscos naturais e
Consiste em verificar, durante a análise de viabilidade técnica do empreendimento, o
iluminação natural de áreas comuns, ventilação natural de banheiros, adequação às condições físicas do terreno.
atendimento dos critérios estabelecidos pelo instrumento, a fim de estimular a adoção de
Os de eficiência energética: lâmpadas de baixo consumo, dispositivos economizadores, sistema de aquecimento solar, sistemas de
práticas direcionadas à sustentabilidade dos empreendimentos habitacionais.
aquecimento a gás, medição individualizada de gás, elevadores eficientes, eletrodomésticos eficientes, fontes alternativas de energia.
Os atributos são divididos em: qualidade urbana; projeto e conforto; eficiência energética;
Para conservação de recursos materiais: coordenação modular, qualidade de materiais e componentes, componentes industrializa-
conservação de recursos e materiais; gestão da água; práticas sociais. O método abrange
dos ou pré-fabricados, formas e escoras reutilizáveis, gestão de resíduos de construção e demolição (RCD), concreto com dosagem
três classificações: bronze, prata e ouro–, as quais serão contempladas em função do
otimizada, cimento de alto-forno e pozolânico, pavimentação com RCD, facilidade de manutenção da fachada, madeira plantada ou
número mínimo de critérios que o empreendimento atende.
certificada, Para gestão da água: medição individualizada de água, dispositivos economizadores, sistema de descarga, dispositivos economiza-
Critérios de avaliação
dores – arejadores e registro regulador de vazão, aproveitamento de águas pluviais, retenção de águas pluviais, infiltração de águas
Os critérios da qualidade urbana estão subdivididos em: qualidade do entorno, infraestru-
pluviais, a áreas permeáveis.
tura; qualidade do entorno, impactos, melhoria do entorno, recuperação de áreas degra-
Práticas sociais: educação para a gestão de RCD, educação ambiental dos empregados, desenvolvimento pessoal dos empregados,
dadas, reabilitação de imóveis.
capacitação profissional dos empregados, inclusão de trabalhadores locais, participação da comunidade na elaboração do projeto,
Os de projeto e o conforto abrangem: paisagismo, flexibilidade de projeto, relação com
orientação aos moradores, educação ambiental dos moradores, capacitação para gestão do empreendimento, ações para mitigação
a vizinhança, solução alternativa de transporte, local para coleta seletiva; equipamentos
de riscos sociais, ações para a geração de emprego e renda.
de lazer, sociais e esportivos, desempenho térmico (vedações, orientação solar e eólica),
42
1.3 a metodologia de avaliação
43
ficações Ambientais Selo Azul, Aqua, Leed-ND e Breeam; o UN-HABITAT (Planning Sustainable Cities: Global Report on Human Settlements, 2009); o trabalho do Grupo de Pesquisa Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº 11/2012 – “Princípios, critérios, indicadores, verificadores”; a tese de doutorado da Prof. Liza Andrade, Conexões dos padrões espaciais nos ecossistemas urbanos: desenho urbano sensível à água e infraestrutura verde (2014). O fluxograma, a seguir, apresenta o processo construtivo da avaliação proposta a partir das correlações entre as visões teóricas selecionadas. Pelo fluxograma se demonstra
Quanto à metodologia de análise decidiu-se adotar a
que os grupos teóricos, representados no fluxograma por
integração dos Princípios de Sustentabilidade (Andrade,
quadros individuais, evidenciam que a abordagem de cada
2005) com o Desempenho Morfológico dos Lugares (trata-
um estabelece algumas relações com outros, contribuindo
se das expectativas sociais) proposto pelo Grupo DIMPU,
no todo do processo de construção da metodologia.
composto por Maria Elaine Kohlsdorf, Gunter Kohlsdorf e Frederico de Holanda, da FAU/UnB.
No âmbito da qualidade de projeto urbanístico/sustentabilidade e qualidade da forma urbana foram traçadas
A partir da integração dessas visões, chegou-se ao que
quatro dimensões: sustentabilidade ambiental (que abran-
denominamos Dimensões da Sustentabilidade e Dimensões
ge os princípios proteção ecológica e agricultura urbana,
Morfológicas, construindo uma abordagem integrada da
infraestrutura verde, conforto ambiental, promoção dos
sustentabilidade, urbanidade e habitabilidade, sendo esta
sistemas alternativos de energia, saúde, redução, reutili-
oriunda das pesquisas da Profª. Liza Andrade, da FAU/UnB,
zação e reciclagem de resíduos), sustentabilidade social
juntamente com outros pesquisadores nas disciplinas de
(urbanidade, comunidade com sentido de vizinhança, mo-
Projeto de Habitação de Interesse Social e Urbanismo 1.
radias adequadas, mobilidade e transportes sustentáveis),
Para que esse conjunto de abordagens teóricas se
sustentabilidade econômica (adensamento urbano, dinâmica
viabilizasse com uma metodologia de análise aplicada,
urbana, desenvolvimento da economia local em centros de
construíram-se quatro quadros, divididos em Sustentabili-
bairros) e sustentabilidade cultural e emocional (revitalização
dade Ambiental, Sustentabilidade Social, Sustentabilidade
urbana, legibilidade e orientabilidade, identificabilidade e
Econômica e Sustentabilidade Cultural e Emocional dentro
afetividade e simbologia).
do grupo que denominamos Princípios das Dimensões da Sustentabilidade e das Dimensões Morfológicas.
Em conjunto global, a avaliação da Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana trabalha sobre 17 princípios,
Ao construirmos os quadros de aplicação para análise,
41 critérios, 92 indicadores e 104 verificadores, que ao
sintetizamos em critérios, indicadores e verificadores: as
serem quantificadas por sustentabilidade sintetizam-se na
contribuições da Legislação Urbana e Ambiental; as Certi-
figura 1.2.
figura 1.1
figura 1.2
44
Figura 1.1 - Fluxograma: correlações entre visões teóricas
45
DESEMPENHO MORFOLÓGICO DOS LUGARES – EXPECTATIVAS SOCIAIS Bioclimática, funcional, econômica, copresencial, topoceptiva, expressiva-simbólica (Grupo DIMPU: M. E. Kohlsdorf; G. Kohlsdorf; F. Holanda).
FORMA URBANA Gera impacto no modo de vida das pessoas e no meio ambiente (F. Holanda).
PRINCÍPIOS DE SUSTENTABILIDADE Princípios associados
SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE DA FORMA URBANA
à morfologia urbana (Andrade, 2005).
CONFLITOS ENTRE AS QUESTÕES URBANAS E AS QUESTÕES AMBIENTAIS
DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE E DIMENSÕES MORFOLÓGICAS Sustentabilidade, Urbanidade e Habitabilidade. Fonte: Pesquisas acadêmicas realizadas pela professora Liza Andrade e outros pesquisadores no âmbito da disciplina de Projeto de Habitação de Interesse Social e de Urbanismo 1
PRINCÍPIOS DAS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE E DAS DIMENSÕES MORFOLÓGICAS SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL (SA) – A. Proteção ecológica e agricultura urbana. B. Infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgoto alternativo. C. Conforto ambiental. D. Promoção dos sistemas alternativos e diminuição da pegada ecológica. E. Saúde. F. Redução, reutilização e reciclagem de resíduos. SUSTENTABILIDADE SOCIAL (SS) – A. Urbanidade B. Comunidade com sentido de vizinhança. C. Moradias adequadas. D. Mobilidade e transportes sustentáveis. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA (SE) – A. Adensamento urbano. B. Dinâmica urbana. C. Desenvolvimento da economia local em centros de bairros. SUSTENTABILIDADE CULTURAL E EMOCIONAL (SCE) – A. Revitalização urbana B. Legibilidade e orientabilidade. C. Identificabilidade D. Afetividade e simbologia.
CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO DE PESQUISA Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº 11/2012. Princípios, critérios, indicadores, verificadores, descritores. Cristiane Guinâncio, Elane Ribeiro, Liza Andrade, Natália Lemos, Raquel Blumenshein
TESE DE DOUTORADO Profª. Liza Andrade Conexão dos padrões espaciais dos ecossistemas urbanos: a construção do método com enfoque transdisciplina para o desenho urbano sensível à água no nível da comunidade e da paisagem.
Parâmetros de Projeto Padrões espaciais
Agenda Marrom e Agenda Verde. Diferença de prioridades entre os países desenvolvidos e em
Avaliação de impactos
desenvolvimento.
socioambientais (não
CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
Regularização Fundiária.
considera os efeitos da
SELO AZUL, AQUA, LEED-ND,
forma urbana)
BREEAM. Avaliação do desempe-
EIA-RIMA
nho da sustentabilidade ambiental desvinculado da forma urbana.
LEGISLAÇÃO URBANA E AMBIENTAL Parâmetros urbanísticos e ambientais. Normas da ABNT
UN-HABITAT (ONU-HABITAT). Planning Sustainable Cities: Global Report On Human Settlements 2009. Londres: Earthscan, 2009
CRITÉRIOS INDICADORES VERIFICADORES DESCRITORES: Parâmetros urbanísticos e Parâmetros ambientais - Normas
Figura 1.2 - Fluxograma: correlações entre visões teóricas
Os quadros apresentados a seguir demonstram as avaliações atribuídas para cada uma das sustentabilidades envolvidas na avaliação do contexto geral para a Sustenta-
sustentabilidade e qualidade da forma urbana
17
princípios
41
bilidade e Qualidade da Forma Urbana. As sustentabilidades
sustentabilidade ambiental
sustentabilidade econômica
6 princípios
SA
15 critérios 32 indicadores
3 princípios
SE
55 verificadores
10 critérios 23 indicadores 23 verificadores
se dividem em quatro quadros, os quais têm uma abordagem específica para seu conjunto de princípios, critérios, indicadores e verificadores. Inicialmente estão apresentados os princípios norteadores da metodologia. Em seguida estão estruturados em um quadro referencial os princípios, critérios, indicadores e seus verificadores. Estão apresentados em planilhas especificas os meios de verificação, seus respectivos instrumentos de coleta de dados, procedimentos e forma de apresentação dos resultados. Para aplicação e teste da metodologia foram selecionados empreendimentos identificados na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE/DF, sendo eles: Jardins Mangueiral no Distrito Federal e Residencial Bethel no Goiás. Nesta fase contou-se com o apoio
critérios
das estagiárias Natália Rios e Julia Kano, ambas da FAU/ UnB para avaliação de desempenho da sustentabilidade
92
sustentabilidade social
indicadores
104
verificadores
SC
sustentabilidade cultural e emocional
4 princípios
4 princípios
12 critérios
7 critérios
25 indicadores 35 verificadores
SCE
urbana dos empreendimentos.
12 indicadores 14 verificadores
quadro 1.6
47
48
quadro 1.6
princípios de sustentabilidade e qualidade da forma urbana
49
1
1
1
1.3.1 sustentabilidade ambiental
1
proteção ecológica e agricultura urbana Respeito aos ecossistemas, atendimento ao Código Florestal, às Resoluções do Conama 302, 303 e 369, e às leis ambientais respectivas a cada região, bem como aos planos de recuperação de nascentes ou florestas. Existência de agricultura urbana
2
2
na cidade: hortas comunitárias, hortas individualizadas.
infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgoto alternativo
2
Observação da bacia hidrográfica, em relação à drenagem e ao esgotamento sanitário. A abordagem sustentável caminha em duas escalas: sistemas de tratamentos de águas residuais com plantas para as casas (zona de raízes) ou para o empreendimento como um todo (wetlands). Os empreendimentos de natureza mais compacta podem utilizar menos água, se preparados tecnicamente, que loteamentos suburbanos com densidades mais baixas.
3 4 5 6
conforto ambiental Resposta do espaço com relação ao desempenho luminoso, térmico, acústico e de qualidade do ar.
3
3
promoção dos sistemas alternativos de energia e diminuição da pegada ecológica A eficiência energética pode ser colocada sob dois aspectos. Primeiramente, para as moradias, sob a ótica de uso da energia utilizada, vinda de fontes renováveis como o sol, o vento e a biomassa. Em segundo lugar, sob o viés da redução de combustíveis fósseis utilizados nas moradias, carros e indústrias.
saúde O ambiente não deve apresentar vulnerabilidade ambiental, decorrente de materiais tóxicos e poluição do ar, do solo e das águas.
redução, reutilização e reciclagem de resíduos Para o desenho de empreendimentos sustentáveis, os 3Rs incluem redução do gasto de energia, reuso das edificações e reciclagem de resíduos de construção, e compostagem do lixo orgânico.
4
4
5
6
50
1.3.2 sustentabilidade social
1 2 3 4 1
3
1.3.3 sustentabilidade econômica
urbanidade Desempenho do espaço urbano, considerando a interação social por meio do desenho da malha viária e das macroparcelas com maior integração, conectividade, espaços externos positivos, constitutividade dos espaços, diversidade de uso do solo e acessibilidade.
comunidade com sentido de vizinhança Oportunidades para a sociabilidade, participação no processo, e desenvolvimento pessoal em espaços públicos e instalações comunitárias.
moradias adequadas Diversidade e mistura de classes sociais, estabelecidas com variedade de moradias, custos diferenciados e acessibilidade universal garantida.
1 2 3
51
adensamento urbano Uso do solo intensificado numa relação equilibrada entre densidade e infraestrutura verde, de modo a evitar a expansão urbana com a ocupação de terras agrícolas, o enfraquecimento do sentido de comunidade com grandes espaços públicos, e o aumento de emissões de dióxido de carbono com viagens locais.
dinâmica urbana Economia de recursos financeiros no processo de construção e manutenção dos espaços urbanos com o uso efetivo desses espaços, resultante de condições adequadas de infraestrutura, mobiliário urbano, iluminação e sistema viário.
desenvolvimento da economia local em centros de bairros Espaços que favoreçam a existência de centralidades na malha viária e mescla de funções, e atividades localizadas a distâncias caminháveis.
mobilidade e transporte sustentáveis Existência de estruturas adequadas a diferentes modais de mobilidade (pedestres, ciclistas e automobilistas) e inibidoras do uso de combustíveis fósseis, aliada à disponibilidade de transporte público eficiente.
1
2
4
4
1
2
3
52
1.3.4 sustentabilidade cultural e emocional
1
revitalização urbana
2 3 4
legibilidade e orientabilidade
Recuperação e valorização de infraestrutura existente em áreas urbanas degradadas ou patrimônios culturais abandonados, promovendo o incremento da ocupação dessas áreas.
desenvolvimento da economia local em centros de bairros
Os espaços devem responder à necessidade de orientação dos usuários nos lugares, obtidos com a conectividade entre bairros e diferenciação entre bairros e continuidade de caminhos.
identificabilidade Reconhecimento de características particulares ao espaço urbano resultantes de diversidade tipológica em pequenos agrupamentos e efeitos visuais que promovam imagens mentais e percepção da paisagem urbana.
afetividade e simbologia A forma física dos lugares promove satisfação emocional quando laços afetivos se estabelecem pelo reconhecimento de qualidades e plasticidade da configuração urbana.
1
2
$ 3
4
54
quadro 1.7
síntese da metodologia de avaliação de sustentabilidade e qualidade da forma urbana
sustentabilidade ambiental princípios
critérios
indicadores
A.
A.1
A.1.1
proteção ecológica e agricultura urbana
cumprimento da legislação ambiental
existência de diagnóstico e avaliação ambiental urbana (EIA e EIV)
A.1.2
ocupação urbana respeitando às APPs com aplicação da legislação para projetos de regularização fundiária sustentável
A.2
compatibilização dos zoneamentos (urbano, ambiental e balanço hídrico)
A.3
proposição e respeito à corredores ecológicos
A.4
provimento de áreas para agricultura urbana e paisagismo produtivo
A.2.1
limites de crescimento urbano sobre áreas agrícolas e de preservação ambientalmente sensíveis
A.3.1
conectividade das áreas verdes (manchas) de acordo com zonas de vida silvestre dos planos de manejos em áreas urbanas não consolidas
A.4.1
existência de espaços livres públicos que possibilitem o cultivo
A.4.2
existências de hortas em lotes privados e áreas comunitárias
A.4.3
pomares urbanos
verificadores aplicado no processo de desenvolvimento projetual para minimizar o impacto ambiental da forma urbana3 ocupações topos de morro, margens de cursos d’água, código florestal; conformidade com as atribuições estabelecidas nos Plano de Regularização Fundiária Sustentável - Resolução CONAMA 369 e Lei nº 11.977/20094
B. infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgoto alternativo
B.1
desempenho eficiente do ciclo da água no solo urbano
B.1.1
atendimento à capacidade de suporte da bacia hidrográfica de acordo com o plano de gestão integrada de recursos hídricos
B.1.2
presença de sistemas naturais para retenção de águas pluviais
B.1.3
existência de captação e armazenamento de água da chuva nos espaços públicos e nas edificações.
B.1.4
reaproveitamento de águas servidas
invasão e parcelamento do solo em zona rural e áreas ambientalmente sensíveis
B.2 disposição dos corredores entrelaçados em zona rural, urbana e de preservação ambiental, em afetar e integrar positivamente a capacidade de dispersão das espécies para manutenção da biodiversidade cultivos em canteiros de vias, beira de estradas, linhas de transmissão, parques, praças, jardins de escolas públicas cultivos em quintais, tetos, paredes, trepadeira
árvores frutíferas dispersas no espaço urbano
equilíbrio entre vazões de cheias, altas e vazões de seca
B.2.1
respeito à condição natural dos cursos d’água perenes e intermitentes e recuperação de córregos
B.2.2
respeito às áreas de inundações
B.3
B.3.1
B.4
B.4.1
desenho urbano adequado ao terreno natural
provimento da ecoeficiência e biodiversidade
respeito à topografia e aos córregos como limites entre bairros
capacidade de suporte das estações de tratamento existentes
atendimento à restrição do PGIRH não ocupando áreas ambientalmente sensíveis e adensamento em outra área da bacia
jardins de chuva, canteiros pluviais, canais de infiltração, bacias de retenção e retenção, wetlands, tetos verdes, piso permeável cisternas para armazenamento, cisternas comunitárias, telhados com calhas para captação. Atentar para o atendimento ao Código de Obras Local, se não houver consultar técnico especializado para avaliação cisternas para armazenamento e tratamento com filtros de areia e plantas aquáticas (zonas de raízes) em atendimento à normas para qualidade da água, se não houver consultar técnico especializado para avaliação córregos não aterrados, não estreitados, não canalizados e distâncias adequadas das áreas edificadas aos corpos hídricos
projeto de prevenção aos riscos eventuais de inundações nos espaço urbano. Consultar técnico especializado para avaliação desenho de vias e macroparcelamento acompanhando as curvas de nível associadas às infraestruturas verdes
relatório de oferta – demanda - vazão existentes, consultar o plano municipal de saneamento
55
56
princípios
B.
critérios B.4
indicadores B.4.2
tratamento ecológico e reaproveitamento de águas cinzas(chuveiros, máquinas de lavar) para usos não potáveis
B.4.4
promoção da vida silvestre
conforto
C.1
conforto térmico, luminoso e acústico
C.
C.1
uso de wetlands, biodigestores e ecofossas
tratamento ecológico e reaproveitamento das águas negras(esgoto) para usos não potáveis
B.4.3
C.
verificadores
C.1.1
conformidade ao relevo
ambiental C.1.2
composição dos espaçamentos entre edificações e aberturas e fechamentos das edificações quanto à orientação solar e eólica para o conforto térmico e luminoso
C.1.3
coerência da densidade construtiva e edificada em relação a orientação solar e eólica
C.1.4
otimização ou redução da quantidade de luz proveniente do céu visível
C.1.5
materiais de superfície adequados ao conforto térmico, acústico e luminoso
C.1.6
obstáculos adequados das fontes geradoras e receptoras de ruídos
C.1.7
zonas de raízes, bacia de evapotranspiração, cisternas de bananeiras
proximidade entre corredor ecológico e o saneamento ecológico
ocupações em vales, morros e planos conforme orientação às condições climáticas, à topografia e áreas aquíferas usando como parâmetros as diretrizes do zoneamento bioclimático brasileiro
distanciamentos entre edificações, largura da caixa viária, massa de vegetação (arbustiva e arbórea) em vias usando como referência a NBR15220
a massa edificada na relação com a área total considerada deve propiciar ventilação e insolação adequadas através de saliências e reentrâncias na horizontal e na vertical. Atentar para os parâmetros da norma de zoneamento bioclimático brasileiro
adequabilidade da quantidade de luz proveniente do céu visível e a quantidade de luz refletida externa à edificação5
minimização do de efeito vale (caixa de via estreita com altura superior a largura)
D. promoção dos sistemas alternativos de energia e diminuição da pegada ecológica
saúde
distâncias mínimas de fontes de ruídos, aplicação de obstáculos para propagação do som segundo atributos da norma6 paralelismo entre superfícies (não potencializar a reflexão do som)
D.1
D.1.1
D.2
D.2.1
D.3
D.3.1
presença de abordagens de base comunitária e planejamento da gestão local centralizada
aparição de sistemas de infraestrutura projetada em um desenho direcionado para o controle integrado das companhias de energia e água
E.1
E.1.1
poluição dos solos
redução do uso de energia
aplicação de sistemas alternativos
integração da água e energia: sistemas integrados para distribuição da energia e água
E.
materiais com baixo nível de reflexão da luz solar e calor, e absorvedores do som
vulnerabilidade ambiental
aplicação de sistemas para redução do uso de energia, incorporação de energia renovável e compensação de CO2
existência de sistemas instalados em unidades em bairros e usinas de geração de energia comunitária
risco de poluição e materiais tóxicos
existência de sistemas de automação, sistemas alternativos interligados ou independentes ao sistema tradicional e substitutos
existência e infraestrutura voltada para técnicas passivas com orientação adequada ao aproveitamento do potencial das energias solar, eólica, hídrica e biomassas, desvinculadas de uma central única
poluição da água poluição atmosférica parcela da população exposta à poluição e toxidade
57
58
princípios
critérios
indicadores
F.
F.1
F.1.1
redução, reutilização e reciclagem de resíduos
F.2
F.2.1
promoção da redução da pegada ecológica
destinação adequada e reaproveitamento de resíduos
instalação de usinas de reciclagem e compostagem dentro da microbacias
presença de coleta seletiva de resíduos e destinação adequada dos resíduos orgânicos
F.2.2
destinação adequada e reaproveitamento dos resíduos da construção
verificadores
sustentabilidade social
59
existência de proximidade entre a usina de reciclagem e compostagem
existência de infraestrutura para a coleta seletiva e compostagem local, setorial ou regional
existência de relatórios de resíduos de impacto da construção
princípios
critérios
indicadores
A.
A.1
A.1.1
proteção ecológica e agricultura urbana
interação social
configuração que possibilite encontros não programados
A.1.2
adequabilidade da relação de ilhas espaciais e permeabilidade versus barreiras
A.2
A.2.1
A.3
A.3.1
acessibilidade
centralidade
adequabilidade da permeabilidade versus barreiras ao desenho universal
áreas de inserção de empreendimentos do PMCMV em regiões de centralidade integrada à malha viária
A.3.2
inserção de subcentros com comércio: núcleos integradores
A.4
vigilância: olhos para ruas
A.4.1
constituição das aberturas nas fachadas
verificadores configuração de espaços livres públicos menores que promova a probabilidade, intensidade e constância de pessoas7 percentual da área de espaços abertos sobre o espaço total (y/A): área dos espaços abertos (y) dividida pela superfície total da área considerada (A) – quanto menor o percentual de espaços abertos, maior urbanidade será observada a configuração espacial é favorável aos deslocamentos e acessibilidade quanto desenho universal, atentar para os parâmetros da NBR90508 maior presença de vias integradas que favoreçam ao percurso mínimo
maior presença de interconectividade entre bairros e localização de subcentros a cada agrupamento entre 5 - 7 mil pessoas porcentagem de aberturas voltadas para espaços públicos e vias, evitando paredes sem entradas (x/C): número total de entradas (x) dividida pelo número total de espaços em que se possa caminhar em linha reta entre quaisquer pontos (C). Quanto maior o percentual, maiores possibilidades de interface entre os espaços serão observadas
60
princípios
A.
critérios A.5
operacionalidade
indicadores A.5.1
diversidade de atividades
verificadores provimento de comércio e serviços na vizinhança: (correio, bancos, casas lotéricas, postos de serviços municipais, mercados, feiras livre, farmácia)9, mercearias na esquina
C. moradias adequadas
C.1
variedade de moradias com adequabilidade ao padrão das faixas socioeconômicas
diversidade socioeconômica e de faixa etária
C.1.4
atendimento das habitações adaptadas às pessoas com mobilidade reduzida
equipamentos de segurança em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal12
abrangência e temporalidade das atividades
B. comunidade com sentido de vizinhança
B.1
promoção do sentimento de pertencimento
B.2
inserção da comunidade no processo de planejamento do empreendimento
B.1.1
continuidade de laços sociais previamente existentes
B.1.1
ações de fomentos a promoção de modelos comunitários sustentáveis (PMCMV Entidades)
atividades locais, subcentrais, centrais ou regionais em períodos diurnos, noturnos, diuturnos, constantes, esporádicas ou sazonais
D. mobilidade e transporte sustentáveis
D.1
sistema de transporte público eficiente
D.1.1
coerência da demanda e oferta de transporte público
D.1.2
composição adequada dos pontos de ônibus
implementação de núcleos sociais afetivos e empresariais14
ações de educação para sustentabilidade
C.1.2
C.1.3
equipamentos de saúde em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal11
A.5.2
adoção de tecnologias apropriadas ao uso com ênfase na redução de recursos econômicos e financeiros
diversidade de macroparcelas e tipos edilícios
equipamentos educacionais em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal10
oportunidades de atividades diárias ou semanais organizadas dentro da própria vizinhança: praças, áreas de práticas esportivas e lazer13
C.1.1
D.1.3
existência de corredores de sustentabilidade
D.2
sistema viário
D.2.1
dimensionamento adequado de acordo com a hierarquia viária.
aplicação de sistemas construtivos mais sustentáveis: biodegradáveis, baixa energia embutida, agregadores de facilidade de corte e mobilidade do canteiro de obras, concreto ultraleve, e materiais à base de terra apresenta diversidade de quadras e tipologias habitacionais com habitação uni e multifamiliar e também usos mistos apresenta mesclas de faixas socioeconômicas e de faixas etárias15
a cada 100 unidades habitacionais, ao menos 3 devem estar totalmente adaptadas para pessoas com mobilidade reduzida segundo os padrões da NBR 9050
distribuição equilibrada, acessibilidade, integração das redes de transporte público; existência de mobiliário urbano especifico para cada rede16
distribuição equilibrada dos pontos de ônibus17
existência de integração entre transporte, uso do solo e tecnologia18
passeios de pequeno porte passeios de médio e grande porte ciclovias e ciclofaixas vias locais vias coletoras vias arteriais vias expressas
61
62
princípios
critérios
indicadores
D.
D.2
D2.2
D.3
existência de estruturas propícias aos diferentes modais de mobilidade (pedestres, ciclistas e automobilistas)
D.4
existência de estruturas inibidoras do uso de combustíveis fósseis
arborização e canteiros pluviais de acordo com a hierarquia viária
D.3.1
distinção clara das áreas de fluxo de pedestres, ciclistas e carros.
D.3.2
mobilidade garantida
D.3.3
malha urbana permeável
D.4.1
menor dependência da infraestrutura baseada em veículos particulares
D.4.2
ordenamento dos espaços e das atividades urbanas para menor dependência do deslocamento motorizado
verificadores existência de árvores em canteiros lineares com no mínimo 1.8m de largura. As árvores com tronco de Ø ≥ 90cm, espaçadas a cada 4.5 a 9m. As árvores oferecem sobreamento. Sem linhas aéreas de serviços públicos19
sustentabilidade econômica
princípios
sinalização correta gerindo e articulando os diversos modais20
A.
ciclovia e ciclofaixa, passeios nas vias, vias de pedestres e vias para automotores21
adensamento urbano
para a conectividade entre as atividades interbairros a conexão deve ocorrer com a via principal sendo o limite entre os bairros e não transversal
a maioria das quadras é acessada por vias locais, sem acessos privativos para veículos, possuem unidade de habitação ou outros meios de vigilância23
critérios
indicadores
A.1
A.1.1
A.2
A.2.1
respeito aos gradientes de densidade crescente em direção ao centro de bairro
existência de adensamento responsável
a maioria das conexões entre quadras por veículos a cada 120m com velocidade controlada. As quadras são mais longas, favorecendo as trilhas e outros passeios para com as conexões necessárias22
63
coerência da densidade construtiva com o espaço urbano e o espaço natural.
preenchimento dos subúrbios
A.2.2
existência de uma relação equilibrada entre densidade e infraestrutura urbana
A.2.3
edifícios com limites de altura – de 4 a 5 pavimentos
B. dinâmica urbana
B.1
B.1.1
B.2
B.2.1
provimento de infraestruturas diversificas
especificação de mobiliário urbano adequado
respeito às taxas de ocupação do solo
existência de mobiliário urbano
B.2.2
especificação de materiais resistentes
B.2.3
desenho confortável e ergonômico do mobiliário
verificadores aplicabilidade do gradiente de densidade decrescendo em sentido ao subúrbio
ocupação em áreas urbanas disponíveis sem necessidade de ampliar o limite urbano proporção unidade habitacional por hectare24
edificações baixas para redução de custos, redução de elevadores e melhorar o contato direto com a rua respeito aos índices de ocupação do solo, devendo atentar para as regulamentações das normas locais
existência de equipamentos e mobiliários urbanos listados pela norma NBR 9283/8625 materiais com baixa energia incorporada e recicláveis empregados nos equipamentos e mobiliário urbano dimensionamento adequado ao usuário e à funcionalidade
64
princípios
B.
critérios B.3
sistema de Iluminação pública eficiente
indicadores B.3.1
garantia de segurança viária, citadina e orientação visual
B.3.2
respeito aos valores adequados de iluminância e ofuscamento
B.3.3
temporalidade da iluminação
B.3.4
adequação da capacidade de instalada
B.4
sistema viário compatível com os materiais empregados
B.5
eficiência da rede de água, esgoto e drenagem
B.4.1
revestimentos adequados à hierarquia viária
B.5.1
sistema da rede pluvial completo (tubulação, canais de infiltração, canteiros pluviais e bocas de lobo para a correta infraestrutura verde)
B.5.2
correto desenho, localização e dimensionamento da rede de acordo com a topografia e o sistema viário.
B.5.3
poços de visitas acessíveis
B.6
projeto adequado para a rede de abastecimento de energia elétrica
B.4.1
correto desenho, localização e dimensionamento da rede
verificadores
B.
reconhecimento de obstáculos e da presença de pessoas a uma distância máxima de 4m adequabilidade da iluminância e ofuscamento para orientabilidade no espaço de acordo com a capacidade instalada iluminação ativa durante o período necessário altura dos postes apropriada a iluminação do espaço
materiais com baixa energia incorporada e recicláveis empregados nas vias de circulação
existência de todos os equipamentos necessário à funcionalidade do sistema com dimensionamento adequado
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de vazão
localização de modo a possibilitar acesso aos condutos para limpeza e inspeção adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de distribuição.
B.7
projeto adequado para a rede de abastecimento de gás
B.7.1
existência de Estações Reguladoras de Pressão
B.7.2
correto desenho, localização e dimensionamento da rede
C. desenvolvimento da economia local em centros de bairros
C.1
centralidades com mescla de funções e atividades em distâncias caminháveis
C.1.1
completude das centralidades em relação à população atendida
C.1.2
concentração de destinos (comércio/ serviços) para os pedestres e usos do solo urbanizado
C.1.3
coexistência de comércio/serviço e habitação
C.1.4
espaços para atividades comunitárias de crescimento profissional
união entre linha de transmissão e rede suporte e entre a rede-suporte e distribuição, sendo necessário 1 para cada 80 ha adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de distribuição
existência para bairros de 16 -80 hectares em raios de 400m a partir do ponto central
oferta de espaços para atividades corriqueiras e essenciais ao cotidiano da vida urbana
proximidade entre atividades proporcionando a multifucionalidade
oferta de espaços para atividades
65
66
C.
sustentabilidade cultural e emocional
princípios
critérios
indicadores
verificadores
A.
A.1
A.1.1
respeito ao patrimônio existente
revitalização urbana
patrimônio, paisagem e identidade
desenho responsável contra a padronização e a banalização do espaço construído existente
A.1.2
singularidade do projeto de acordo com a geografia e com a história
A.2
proposição de economia de solo urbano
B.
A.2.1
possibilidade de reuso de terras ou edifícios em áreas degradadas ou abandonadas
B.1
B.1.1
legibilidade e orientabilidade B.2
B.2.1
continuidade de caminhos conectividade entre bairro, definição de bairros heterogêneos e agrupamentos
implantação de caminhos conectados para livre circulação no espaço urbano coerência entre os limites de quadra
B.2.2
B.2.3
presença de características de conjunto nas quadras
identificabilidade
C.1
agrupamentos com unidade e diversidade
identificação de elementos marcantes e implantação que permita sua contemplação
reaproveitamento dos espaços e/ ou reabilitação de moradias, equipamentos públicos e empreendimentos
presença de continuidade e integração no tecido urbano aspecto de diálogo entre os limites das quadras: praças, parques, pequenos comércios, áreas verdes, etc adequabilidade do gabarito entre os bairros
apresentação de características de conjunto nas quadras, marcos visuais e pontos focais
C.
emergência de uma identidade própria
C.1.1
presença de diversidade tipológica e unidade de pequenos agrupamentos
presença de elementos que se destacam visualmente nas áreas limítrofes entre bairros como marcos visuais e pontos focais existência de partes ou porções que se expressam por configurações próprias ou conjuntas unidade de conjunto entre tipologias dentro de um agrupamento de 20 habitações e diversidade de conjuntos no contexto do bairro
C.2
identificação de efeitos visuais observados no campo visual do percurso do pedestre
C.2.1
reconhecimento de efeitos visuais no percurso do pedestre na caixa de via entre o observador e a linha da massa construída na calçada
C.2.2
reconhecimento de efeitos visuais pelo ângulo visual do pedestre da massa construída na caixa de via e entre vias
D. afetividade e simbologia
D.1
laços afetivos através da agradabilidade visual e da simbologia
D.1.1
reconhecimento de cenas quanto à agradabilidade do lugar
D.1.2
reconhecimento de cenas quanto à simbolização do lugar
identificação de efeitos visuais no percurso do pedestre entre o observador e a linha da massa construída e: estreitamento, enclausuramento, alargamento, amplidão e envolvimento identificação de efeitos perspectivos: conexão, direcionamento, realce, emolduramento, impedimento e efeito y
diz respeito à fruição pela contemplação de coisas belas. Percepção de conjuntos formados por sínteses Capacidade de recordar um espaço pela memorização, planos de composição, ligação entre espaços soltos, similaridade, continuidade, clareza, originalidade, simplicidade ou complexidade e dominância26 desperta sentimentos e evoca significados de natureza simbólica. Capacidade de recordar um espaço pela simbologia, conotação, evocação de proximidade ou semelhança, originalidade, volumetria, ornamentação e significância27
67
68
quadro 1.8
síntese da metodologia de avaliação de sustentabilidade e qualidade da forma urbana
A.3 proposição e respeito a corredores ecológicos
sustentabilidade ambiental
indicador
A. proteção ecológica e agricultura urbana
A.3.1
A.1 cumprimento da legislação ambiental indicador A.1.1
existência de diagnóstico e avaliação ambiental urbana (EIA e EIV)
A.1.2
ocupação urbana respeitando às APPs com aplicação da legislação para projetos de regularização fundiária sustentável
desempenho não não se aplica
sim
aplicado no processo de desenvolvimento projetual para minimizar o impacto ambiental da forma urbana28
não aplicado no processo
pequenos empreendimentos
ocupações topos de morro, margens de cursos d’água, código florestal Conformidade com as atribuições estabelecidas nos Plano de Regularização Fundiária Sustentável – Resolução Conama nª 369 e Lei nº 11.977/2009 29
presença de ocupações nessas áreas; fora da área estabelecida
verificador
pequenos empreendimentos
conectividade das áreas verdes (manchas) de acordo com zonas de vida silvestre dos planos de manejos em áreas urbanas não consolidadas
ocupações anteriores previstos nas legislações
ausência de ocupações nessas áreas; inserido em área estabelecida
A.2 compatibilização dos zoneamentos (urbano, ambiental e balanço hídrico)
A.2.1
limites de crescimento urbano sobre áreas agrícolas e de preservação ambientalmente sensíveis
verificador invasão e parcelamento do solo em zona rural e áreas ambientalmente sensíveis
verificador
desempenho não não se aplica
disposição dos corredores entrelaçados em zona rural, urbana e de preservação ambiental, em afetar e integrar positivamente a capacidade de dispersão das espécies para manutenção da biodiversidade
percentuais abaixo de 20% em relação a um raio de 1 km
em áreas urbanas não consolidadas
sim maior que 20% e ≤ 60% em relação a um raio de 1 km
A.4 provimento de áreas para agricultura urbana e paisagismo produtivo indicador A.4.1
existência de espaços livres públicos que possibilitem o cultivo
A.4.2
indicador
69
desempenho não não se aplica não houve sobreposição dos planos do território
empreendimentos em áreas urbanas consolidadas
existências de hortas em lotes privados e áreas comunitárias
verificador
A.4.3
pomares urbanos
sim
cultivos em canteiros de vias, beira de estradas, linhas de transmissão, parques, praças, jardins de escolas públicas
ausência de hortaliças e frutas no espaço urbano
área menor que 16 ha com hortaliças e frutas anualmente
área igual ou maior que 1,1 ha com hortaliças e frutas anualmente
cultivos em quintais, tetos, paredes, trepadeiras
ausência de cultivos privados, hortaliças e frutas no espaço urbano
área menor que 16 ha com hortaliças e frutas anualmente
áreas aproximadas a 11 ha para cultivos comunitários e 0,25 ha para cultivos privados de hortaliças e frutas anualmente
árvores frutíferas dispersas no espaço urbano
ausência de árvores frutíferas no espaço urbano
área menor que 16 ha com hortaliças e frutas anualmente
área igual ou maior que 0,1 ha com árvores frutíferas apropriadas para região
sim houve sobreposição dos planos do território
desempenho não não se aplica
70
71
B. infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgoto alternativo
indicador
B.1 cumprimento da legislação ambiental indicador B.1.1
atendimento à capacidade de suporte da bacia hidrográfica de acordo com o plano de gestão integrada de recursos hídricos
B.1.2
presença de sistemas naturais para retenção de águas pluviais
B.1.3
existência de captação e armazenamento de água da chuva nos espaços públicos e nas edificações
B.1.4
reaproveitamento de águas servidas
verificador atendimento à restrição do PGIRH não ocupando áreas ambientalmente sensíveis e adensamento em outra área da bacia
B.2 equilíbrio entre vazões de cheias, altas e vazões de seca
desempenho não não se aplica não houve consulta PGIR
inexistência de plano de bacia (PGIR)
B.2.1 sim consulta ao PGIR
respeito à condição natural dos cursos d’água perenes e intermitentes e recuperação de córregos
B.2.2 jardins de chuva, canteiros pluviais, canais de infiltração, bacias de retenção e retenção, wetlands, tetos verdes, piso permeável
ausência dos sistemas naturais
deve ser aplicado em qualquer empreendimento
presença dos sistemas naturais
cisternas para armazenamento, cisternas comunitárias, telhados com calhas para captação. atentar para o atendimento ao Código de Obras Local. se não houver, consultar técnico especializado para avaliação
não aproveitamento máximo da cobertura para captação, e considerar demanda diária por pessoa
se for em área de poluição atmosférica, considerar uso para demandas de água não potáveis
aproveitamento máximo da cobertura para captação, e considerar demanda diária por pessoa
ausência de instalações para reaproveitamento e tratamento
quando a oferta for maior que a demanda
cisternas para armazenamento e tratamento com filtros de areia e plantas aquáticas (zonas de raízes) em atendimento às normas para qualidade da água. se não houver, consultar técnico especializado para avaliação
apresenta instalações para reaproveitamento e tratamento
respeito às áreas de inundações
verificador
desempenho não não se aplica
sim
córregos não aterrados, não estreitados, não canalizados e distâncias adequadas das áreas edificadas aos corpos hídricos
desrespeito e não preservação do desenho natural dos cursos e limites de corpos hídricos
a condição básica para a manutenção do ciclo da água e do ecossistema aquático é a não alteração do desenho
respeito e preservação do desenho natural dos cursos e limites de corpos hídricos
projeto de prevenção aos riscos eventuais de inundações nos espaço urbano. consultar técnico especializado para avaliação.
não houve projeto preventivo às possibilidades eventuais de inundações
o empreendimento não deve estar em áreas sujeitas às inundações
houve projeto preventivo às possibilidades eventuais de inundações
B.3 desenho urbano adequado ao terreno natural indicador B.3.1
respeito à topografia e aos córregos como limites entre bairros
verificador desenho de vias e macroparcelamento acompanhando as curvas de nível associadas às infraestruturas verdes
desempenho não não se aplica desenho incompatível com a composição do traçado das curvas de nível
em casos em que o parcelamento urbano está definido previamente pelo plano diretor
sim desenho acompanhando a composição do traçado das curvas de nível
C. conforto ambiental
72
73
C.1 conforto térmico e luminoso indicador C.1.1
conformidade ao relevo
B.4 provimento da ecoeficiência e biodiversidade indicador B.4.1
capacidade de suporte das estações de tratamento existentes
B.4.2
verificador
tratamento ecológico e reaproveitamento de águas cinza (chuveiros, máquinas de lavar) para usos não potáveis
B.4.4
promoção da vida silvestre
desempenho não não se aplica
sim está adequada à capacidade de suporte
relatório de oferta-demanda-vazão existentes, consultar o plano municipal de saneamento
está ultrapassando a capacidade de suporte
uso de wetlands, biodigestores e ecofossas
ausência de infraestrutura para o tratamento dessa água
o saneamento ecológico – problema como solução
infraestrutura para o tratamento dessa água
ausência de infraestrutura para o tratamento dessa água
o saneamento ecológico – problema como solução
infraestrutura para o tratamento dessa água
saneamento ecológico não localizado em áreas de vida silvestre
quando estiver localizado em áreas centrais
tratamento ecológico e reaproveitamento das águas negras (esgoto) para usos não potáveis
B.4.3
C.1.230
zonas de raízes, bacia de evapotranspiração, cisternas de bananeiras
proximidade entre corredor ecológico e o saneamento ecológico
composição dos espaçamentos entre edificações e aberturas e fechamentos das edificações quanto à orientação solar e eólica para o conforto térmico e luminoso
C.1.3
coerência da densidade construtiva e edificada em relação à orientação solar e eólica
C.1.4
otimização ou redução da quantidade de luz proveniente do céu visível saneamento ecológico está localizado em áreas de vida silvestre
C.1.5
materiais de superfície adequados ao conforto térmico, acústico e luminoso
verificador
desempenho não não se aplica
sim ocupação do relevo adequada aos fatores climáticos, topográficos e aquíferos
ocupações em vales, morros e planos conforme orientação às condições climáticas, à topografia e áreas aquíferas usando como parâmetros as diretrizes do zoneamento bioclimático brasileiro
ocupação em áreas já do relevo consolidadas inadequada às implicações climáticas, topográficas e aquíferas
distanciamentos entre edificações, largura da caixa viária, massa de vegetação (arbustiva e arbórea) em vias usando como referência a NBR 15220
quando a altura dos edifícios for menor ou maior que a metade da caixa viária (distância entre os edifícios) 0 ≤ w/h ≤ 1 ou 5 ≤ w/h ≤ 7, não é satisfatório
a massa edificada na relação com a área total considerada deve propiciar ventilação e insolação adequadas através de saliências e reentrâncias na horizontal e na vertical. atentar para os parâmetros da norma de zoneamento bioclimático brasileiro
quando houver maior porcentagem de massa edificada sobre os espaços públicos sem possibilidade ventilação e insolação
quando houver menor porcentagem de massa edificada sobre os espaços públicos com possibilidade de ventilação e insolação
adequabilidade da quantidade de luz proveniente do céu visível e a quantidade de luz refletida externa à edificação31
ausência de limites dos incômodos visuais
limites dos incômodos visuais pelo gabarito, prospectos, planos de massas
materiais com baixo nível de reflexão da luz solar e calor, e absorvedores do som
materiais com limites inadequados alta reflexão e para os incômodos baixa absorção visuais
quando o empreendimento não apresentar continuidade na massa edificada paralela às vias
limites inadequados para os incômodos visuais
quando a altura dos edifícios for metade da caixa viária (distância entre os edifícios) 2 ≤ w/h ≤ 4, é satisfatório
materiais com baixa reflexão e alta absorção
74
indicador C.1.6
obstáculos adequados das fontes geradoras e receptoras de ruídos
C.1.7
minimização do efeito de vale (caixa de via estreita com altura superior à largura)
verificador
não
não se aplica
sim
distâncias mínimas de fontes de ruídos, aplicação de obstáculos para propagação do som segundo atributos da norma32
Raios menores que 2.500 m
Raios maiores que 2.500.m
paralelismo entre superfícies (não potencializar a reflexão do som)
quando a altura dos edifícios for maior que a metade da caixa viária (distância entre os edifícios) 2 ≤ w/h, é insatisfatória
quando a altura dos edifícios for menor que metade da caixa viária (distância entre os edifícios) 2 ≤ w/h, é satisfatória
D.3 integração da água e energia: sistemas integrados para distribuição de energia e água desempenho 35 não não se aplica indicador verificador sim indisponibiem regiões onde não disponibilidade nas aparição de sistemas de infraestrutura D.3.1 presença de abordagens de base comunitária e planejamento da gestão local centralizada
projetada em um desenho direcionado para o controle integrado das companhias de energia e água
D. promoção dos sistemas alternativos de energia e diminuição da pegada
lidade nas edificações comuns de dispositivos ou equipamentos mais eficientes que garantam economia em relação aos consumos convencionais
houver possibilidades de adaptação
edificações comuns de dispositivos ou equipamentos mais eficientes, garantindo economia de ao menos 20% em relação aos consumos convencionais
ecológica D.1 redução do uso de energia indicador D.1.1
aplicação de sistemas para redução do uso de energia, incorporação de energia renovável e compensação de CO2
verificador
desempenho não não se aplica
existência de sistemas de automação, sistemas alternativos interligados ou independentes ao sistema tradicional e substitutos
habitações não em regiões onde não equipadas ao houver possibilidades uso de energia de adaptação renovável
33
D.2 redução do uso de energia verificador34 indicador existência e infraestrutura voltada para D.2.1 existência de sistemas instalados em unidades em bairros e usinas de geração de energia comunitária
técnicas passivas com orientação adequada ao aproveitamento do potencial das energias solar, eólica, hídrica e biomassas, desvinculadas de uma central única
desempenho não não se aplica ausência de energia renovável cobrindo o consumo de energia elétrica dos equipamentos públicos
em regiões onde não houver possibilidades de adaptação
sim adesão de 50%–80% das habitações equipadas ao uso de energia renovável
E. saúde E.1 vulnerabilidade ambiental indicador E.1.1
verificador
36
poluição dos solos
risco de poluição e materiais tóxicos
sim uso de energia renovável cobrindo 10% do consumo de energia elétrica dos equipamentos públicos
desempenho não não se aplica
sim
potencial de poluição identificada, sem adoção de algumas medidas mitigadoras
aplicável a qualquer fator de risco – “justiça ambiental”
potencial de poluição moderada e adoção de medidas mitigadoras
riscos significativos sem as proteções necessárias
aplicável a qualquer fator de risco – “justiça ambiental”
identificação de riscos moderados e proteções necessárias
poluição da água poluição atmosférica parcela da população exposta à poluição e toxidade
75
76
77
sustentabilidade social
F. redução, reutilização e reciclagem de resíduos
A. urbanidade
F.1 promoção da redução da pegada ecológica
A.1 interação social
indicador F.1.1
instalação de usinas de reciclagem e compostagem dentro da microbacias
verificador
desempenho não não se aplica
existência de proximidade entre a usina de reciclagem e a de compostagem
não tem instalações
em pequenos empreendimentos considerar o nível das moradias
sim tem instalações
indicador F.2.1
presença de coleta seletiva de resíduos e destinação adequada dos resíduos orgânicos
F.2.2
destinação adequada e reaproveitamento dos resíduos da construção
verificador existência de infraestrutura para a coleta seletiva e compostagem local, setorial ou regional
existência de relatório de resíduos de impacto da construção
A.1.1
configuração que possibilite encontros não programados
A.1.2
F.2 destinação adequada e reaproveitamento de resíduos desempenho não não se aplica
indicador
sim
adequabilidade da relação de ilhas espaciais e permeabilidade versus barreiras
verificador
sim
configuração de espaços livres públicos menores que promova a probabilidade, intensidade e constância de pessoas37
ausência pequenos de pessoas empreendimentos utilizando os espaços públicos como pequenas praças, limites entre bairros
pequenos empreendimentos
percentual da área de espaços abertos sobre o espaço total (y/a): área dos espaços abertos (y) dividida pela superfície total da área considerada (a) – quanto menor o percentual de espaços abertos, maior urbanidade será observada
acima de 50%
abaixo de 50%.
desempenho não não se aplica
sim
inexistência de infraestrutura para a coleta da massa de resíduos orgânicos e renováveis produzidos
previsão de coleta da massa de resíduos orgânicos e renováveis produzidos
A.2 acessibilidade
não existe esse relatório
existe esse relatório
indicador A.2.1
adequabilidade da permeabilidade versus barreiras ao desenho universal
desempenho não não se aplica
verificador a configuração espacial é favorável aos deslocamentos e acessibilidade quanto desenho universal. Atentar para os parâmetros da NBR905038
com barreiras ao desenho universal
sem barreiras ao desenho universal
78
79
A.5 operacionalidade indicador
A.3 centralidade indicador A.3.1
áreas de inserção de empreendimentos do PMCMV em regiões de centralidade integrada à malha viária
A.3.2
inserção de subcentros com comércio: núcleos integradores
verificador
A.5.1
desempenho não não se aplica
diversidade de atividades
sim
maior presença de vias integradas que favoreçam ao percurso mínimo
vias com poucas conexões no sistema
vias com muitas conexões no sistema
maior presença de interconectividade entre bairros e localização de subcentros a cada agrupamento entre 5 e 7 mil pessoas
inexistência de um centro por agrupamento
um centro por agrupamento
A.4 vigilância: olhos para ruas indicador A.4.1
constituição das aberturas nas fachadas
verificador
desempenho não não se aplica
porcentagem de aberturas voltadas para espaços públicos e vias, evitando paredes sem entradas (x/c): número total de entradas (x) dividido pelo número total de espaços em que se possa caminhar em linha reta entre quaisquer pontos (c). quanto maior o percentual, maiores possibilidades de interface entre os espaços serão observadas
inexistência de portas, varandas, janelas, galerias em um percentual abaixo de 50%.
sim existência de portas, varandas, janelas, galerias em um percentual acima de 50%.
A.5.2
abrangência e temporalidade das atividades
verificador
desempenho não não se aplica
sim
provimento de comércio e serviços na vizinhança (correio, bancos, casas lotéricas, postos de serviços municipais, mercados, feiras livre, farmácia) , mercearias na esquina
não atende ao raio estipulado
existência dessas atividades em raios de abrangência menores ou igual a 1 km
equipamentos educacionais em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal39
não atende ao raio estipulado
c.e.infantil em raio ≤ 300.m; c.e. fundamental em raio ≤ 1.050 m; c.e. médio em raio ≤ 1.440 m; c.e. especial em raio ≤ 10.000 m
equipamentos de saúde em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal40
não atende ao raio estipulado
posto de saúde em raio ≤ 2.500 m; centro de saúde em raio ≤ 3.000 m; hospital regional em raio ≤ 20.000 m
Equipamentos de segurança em conformidade com a norma urbanística e decreto municipal41
não atende ao raio estipulado
posto policial em raio ≤ 2.000 m
Oportunidades de atividades diárias ou semanais organizadas dentro da própria vizinhança: praças, áreas de praticas esportivas e lazer42
não existem os equipamentos
praças ≤ 600m; parques ≤ 2400 m; playground ≤ 600 m; equipamentos de esporte em raio ≤ 600 m.
atividades locais, subcentrais, centrais ou regionais em períodos diurnos, noturnos, diuturnos, constantes, esporádicas ou sazonais
usos exclusivamente diurnos ou noturnos, e somente local ou regional
usos diuturnos locais centrais e regionais
80
81
B. comunidade com sentido de vizinhança
C. moradias adequadas
B.1 promoção do sentimento de pertencimento indicador B.1.1
continuidade de laços sociais previamente existentes
verificador implementação de núcleos sociais afetivos e empresariais43
desempenho não não se aplica nenhum espaço relacionado à integração social
sim abranger ao mínimo três espaços relacionados à integração social
B.2 inserção da comunidade no processo de planejamento do empreendimento indicador
verificador
B.2.1
ações de educação para sustentabilidade
ações de fomentos à promoção de modelos comunitários sustentáveis (PMCMV Entidades)
B.2.2
projetar em parceria com a comunidade
participação da comunidade no projeto desde a elaboração à aprovação do projeto
desempenho não não se aplica
C.1 variedade de moradias com adequabilidade ao padrão das faixas socioeconômicas indicador C.1.1
ausência de centro de educação ambiental
centro de educação ambiental
não houve participação no desenvolvimento do projeto
houve participação no desenvolvimento do projeto
desempenho não não se aplica
sim
aplicação de sistemas construtivos mais sustentáveis: biodegradáveis, baixa energia embutida, agregadores de facilidade de corte e mobilidade do canteiro de obras, concreto ultraleve, e materiais à base de terra
não usos de materiais ecológicos e tecnologias construtivas apropriadas
usos de materiais ecológicos e tecnologias construtivas apropriadas
apresenta diversidade de quadras e tipologias habitacionais com habitação uni e multifamiliar, e também usos mistos
não há mescla desses tipos edilícios
mescla desses tipos edilícios
C.1.3
apresenta mesclas de faixas socioeconômicas e de faixas etárias44
oferta de edificações acessíveis para 1 classe socioeconômica
oferta de edificações acessíveis para 4 classes socioeconômicas
C.1.4
a cada 100 unidades habitacionais, ao menos 3 devem estar totalmente adaptadas para pessoas com mobilidade reduzida segundo os padrões da nbr 9050
habitações não realizadas
habitações realizadas
adoção de tecnologias apropriadas ao uso com ênfase na redução de recursos econômicos e financeiros
C.1.2 sim
verificador
diversidade de macroparcelas e tipos edilícios diversidade socioeconômica e de faixa etária
atendimento das habitações adaptadas às pessoas com mobilidade reduzida
82
D. mobilidade e transporte sustentáveis D.1 sistema de transporte público eficiente indicador D.1.1
coerência da demanda e oferta de transporte público
D.1.2
composição adequada dos pontos de ônibus
D.1.3
existência de corredores de sustentabilidade
verificador
desempenho não não se aplica
distribuição equilibrada, acessibilidade, integração das redes de transporte público; e existência de mobiliário urbano específico para cada rede45
distribuir previsão de uso para um único modal
distribuir previsão de usos para cada modal
distribuição equilibrada dos pontos de ônibus46
não possui pontos a cada 800 m
Pontos a cada 800 m
Existência de integração entre transporte, uso do solo e tecnologia47
mapas de trajetos e distância > 400 m
mapas de trajetos e distância ≤ 200 m
D.2 sistema viário indicador D.2.1
dimensionamento adequado de acordo com a hierarquia viária48
verificador passeios de pequeno porte
desempenho não não se aplica não atende à largura média
passeios de médio e grande porte ciclovias e ciclofaixas
vias coletoras vias arteriais vias expressas
arborização e canteiros pluviais de acordo com a hierarquia viária
existência de árvores em canteiros lineares com no mínimo 1.8 m de largura. As árvores com tronco de ø ≥ 90 cm, espaçadas a cada 4.5 a 9m. As árvores oferecem sobreamento. Sem linhas aéreas de serviços públicos49
D.3.1
distinção clara das áreas de fluxo de pedestres, ciclistas e carros
D.3.2
mobilidade garantida
D.3.3
vias locais
D.2.2
sim
D.3 existência de estruturas propícias aos diferentes modais de mobilidade (pedestres, ciclistas e automobilistas) desempenho não não se aplica sim indicador verificador
não atende
malha urbana permeável
sim largura média de 1.8 m largura média de 2.1 m largura média de 1.05 m largura média de 2.85 m largura média de 3.3 m largura média de 3.45 m largura média de 3.75 m atende
sinalização correta gerindo e articulando os diversos modais50
ausência de sinalização de advertência
sinalização de advertência para atentar a prioridade do transporte
ciclovia e ciclofaixa, passeios nas vias, vias de pedestres e vias para automotores51
rede de pedestre e ciclistas paralela à de automotores sem tratamento adequado aos diferentes modais
rede de pedestre e ciclistas paralela à de automotores com tratamento adequado aos diferentes modais
para a conectividade entre as atividades interbairros a conexão deve ocorrer com a via principal sendo o limite entre os bairros e não transversal
a via principal corta os limites
mapas de trajetos e distância ≤ 200 m
D.4 existência de estruturas inibidoras do uso de combustíveis fósseis indicador D.4.1
menor dependência da infraestrutura baseada em veículos particulares
D.4.2
ordenamento dos espaços e das atividades urbanas para menor dependência do deslocamento motorizado
verificador
desempenho não não se aplica
sim
a maioria das conexões entre quadras por veículos a cada 120 m com velocidade controlada. As quadras são mais longas, favorecendo as trilhas e outros passeios para com as conexões necessárias52
não atende aos 120 m
atende aos 120 m
a maioria das quadras é acessada por vias locais, sem acessos privativos para veículos, possuem unidade de habitação ou outros meios de vigilância53
indisponibilidade de sistema de transporte (tipo circular) sem uso de combustível fóssil
disponibilidade de sistema de transporte (tipo circular) sem uso de combustível fóssil
83
84
B. dinâmica urbana
sustentabilidade econômica
B.1 provimento de infraestruturas diversificas
A. adensamento urbano A.1 respeito aos gradientes de densidade crescente em direção ao centro de bairro indicador A.1.1
coerência da densidade construtiva com o espaço urbano e o espaço natural
verificador aplicabilidade do gradiente de densidade decrescendo em sentido ao subúrbio
85
indicador B.1.1
desempenho não não se aplica
sim
empreendimentos em gradiente de densidade não áreas consolidadas decrescente em sentido ao subúrbio
densidade alta em áreas centralizadas com queda (média a baixa) no sentido do subúrbio
Respeito às taxas de ocupação do solo
verificador
desempenho não não se aplica
respeito aos índices de ocupação do solo, devendo atentar para as regulamentações das normas locais
não atinge os índices estipulados
empreendimento em área consolidada
sim 40% público – sendo 10% equipamentos públicos, 15% áreas verdes e livres; e 15%vias e circulação. 60% privado – sendo acima de 5% comercial e 55% habitações
A.2 existência de adensamento responsável indicador A.2.1
preenchimento dos subúrbios
A.2.2
verificador ocupação em áreas urbanas disponíveis sem necessidade de ampliar o limite urbano
proporção unidade habitacional por hectare54
existência de uma relação equilibrada entre densidade e infraestrutura urbana
A.2.3
edifícios com limites de altura – de 4 a 5 pavimentos
edificações baixas para redução de custos, redução no de elevadores e melhorar o contato direto com a rua
desempenho não não se aplica
sim
quando houver ampliação do tecido urbano – espraiamento para fora dos limites
quando o empreendimento for inserido dentro dos limites urbanos sem espraiamento
abaixo de 25 uni/ha – casas unifamiliares com recuos (até dois pavimentos) em vias locais
menor ou igual 112,5 uni/ ha – blocos habitacionais baixos (2 ou 3 pavimentos) em vias locais
edificações de apartamentos com mais de 5 pavimentos
edificações de apartamentos em até entre 4 e 5 pavimentos
B.2 especificação de mobiliário urbano adequado desempenho indicador verificador não não se aplica B.2.1
existência de mobiliário urbano
B.2.2
especificação de materiais resistentes
B.2.3
d esenho confortável e ergonômico do mobiliário
sim
existência de equipamentos e mobiliários urbanos listados pela norma NBR 9283/8655
não se empreendimentos em identifica a áreas consolidadas presença desses equipamentos no espaço urbano
identifica-se a presença desses equipamentos no espaço urbano
materiais com baixa energia incorporada e recicláveis empregados nos equipamentos e mobiliário urbano
equipamentos instalados não utilizam esses materiais
equipamentos instalados utilizam esses materiais
dimensionamento adequado ao usuário e à funcionalidade
dimensionamento não adequado
empreendimentos em áreas consolidadas nas quais já constam equipamentos públicos
dimensionamento adequado
86
B.5 eficiência da rede de água, esgoto e drenagem
B.3 sistema de iluminação pública eficiente indicador B.3.1
garantia de segurança viária, citadina e orientação visual
B.3.2
respeito aos valores adequados de iluminância e ofuscamento
B.3.3
verificador
desempenho não não se aplica
sim
reconhecimento de obstáculos e da presença de pessoas a uma distância máxima de 4 m
iluminação não adequada
iluminação adequada
adequabilidade da iluminância e ofuscamento para orientabilidade no espaço de acordo com a capacidade instalada
não se identificam nomes das ruas, números de edifícios e outros elementos do entorno urbano pela capacidade instalada
identificam-se nomes das ruas, números de edifícios e outros elementos do entorno urbano pela capacidade instalada
iluminação pública ativa em partes do período noturno e eventualmente durante o período diurno
iluminação pública ativa durante todo o período noturno, sem desperdícios no período diurno
altura dos postes não apropriada à luminosidade necessária
altura dos postes ≥ 4m e ≥ a metade da altura da edificação mais próxima
iluminação ativa durante o período necessário
temporalidade da iluminação
B.3.4
adequação da capacidade de instalada
altura dos postes apropriada à iluminação do espaço
B.4 sistema viário compatível com os materiais empregados indicador B.4.1
revestimentos adequados à hierarquia viária
verificador materiais com baixa energia incorporada e recicláveis empregados nas vias de circulação
desempenho não não se aplica materiais com empreendimentos em elevado custo áreas consolidadas à necessidade de manutenção
indicador B.5.1
sistema da rede pluvial completo (tubulação, canais de infiltração, canteiros pluviais e bocas de lobo para a correta infraestrutura verde)
B.5.2
correto desenho, localização e dimensionamento da rede de acordo com a topografia e o sistema viário
B.5.3
poços de visitas acessíveis
verificador
87
desempenho não não se aplica
sim
existência de equipamentos e mobiliários urbanos listados pela norma NBR 9283/8656
não se empreendimentos em identifica a áreas consolidadas presença desses equipamentos no espaço urbano
identifica-se a presença desses equipamentos no espaço urbano
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de vazão
aplicação não apropriada
empreendimentos em áreas consolidadas
aplicação apropriada
localização de modo a possibilitar acesso aos condutos para limpeza e inspeção
poços não acessíveis
empreendimentos em áreas consolidadas
poços acessíveis
B.6 projeto adequado para a rede de abastecimento de energia elétrica sim materiais com custo compatível à necessidade de manutenção
indicador B.6.1
correto desenho, localização e dimensionamento da rede
verificador
desempenho não não se aplica
sim
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de distribuição
aplicação não apropriada
aplicação apropriada
empreendimentos em áreas consolidadas
88
B.7 projeto adequado para a rede de abastecimento de gás indicador B.7.1
existência de estações reguladoras de pressão
B.7.2
correto desenho, localização e dimensionamento da rede
verificador
desempenho não não se aplica
união entre linha de transmissão e redesuporte e entre a rede-suporte e distribuição, sendo necessário 1 para cada 80 ha
Não atende
adequação da localização, do tipo de rede e cálculo das instalações de distribuição
aplicação não apropriada
89
sim
empreendimentos em áreas consolidadas
Atende
empreendimentos em áreas consolidadas
Aplicação apropriada
A. revitalização urbana
C. desenvolvimento da economia local em centros de bairros
C.1 centralidades com mescla de funções e atividades em distâncias caminháveis desempenho indicador verificador não não se aplica sim C.1.1
completude das centralidades em relação à população atendida
existência para com bairros de 16-80 hectares em raios de 400 m a partir do ponto central
C.1.2
oferta de espaços para atividades corriqueiras e essenciais ao cotidiano da vida urbana
C.1.3
proximidade entre atividades proporcionando a multifuncionalidade
concentração de destinos (comércio/ serviços) para os pedestres e usos do solo urbanizado coexistência de comércio/serviço e habitação
C.1.4
espaços para atividades comunitárias de crescimento profissional
oferta de espaços para atividades
centros locais com distanciamento entre si maiores que 400 m
empreendimentos em áreas consolidadas
ausência de empreendimentos em atividades para áreas consolidadas atendimento das necessidades primárias da população local quando não houver proximidade entre comércio/ serviço e habitação dentro do parcelamento
empreendimentos em áreas consolidadas
nenhum centro de desenvolvimento comunitário local no bairro
empreendimentos em áreas consolidadas
sustentabilidade cultural e emocional
centros locais com distanciamento entre si de até 400m atividades que atendam às necessidades primárias da população local quando houver proximidade entre comércio/serviço e habitação dentro do parcelamento
ao menos um centro de desenvolvimento comunitário local no bairro
A.1 patrimônio, paisagem e identidade desempenho não não se aplica
indicador
verificador
A.1.1
respeito ao patrimônio existente
ausência ou desrespeito às diretrizes e restrições locais
emergência de uma identidade própria
banalização do espaço sem identificação da cultura e saberes locais
identificação da cultura e saberes locais e tradicionais aplicados à arquitetura
identificação de elementos marcantes e implantação que permita sua contemplação
ausência de elementos marcantes e valorização do sítio físico
elementos marcantes e valorização do sítio físico
desenho responsável contra a padronização e a banalização do espaço construído existente
A.1.2
singularidade do projeto de acordo com a geografia e com a história
em áreas fora do conjunto tombado
sim identificação e preservação de patrimônios à conservação e regulamentação
A.2 proposição de economia de solo urbano indicador A.2.1
possibilidade de reuso de terras ou edifícios em áreas degradadas ou abandonadas
verificador reaproveitamento dos espaços e/ ou reabilitação de moradias, equipamentos públicos e empreendimentos
desempenho não não se aplica destruição dos espaços e edifícios existentes
em áreas sem ocupação
sim reaproveitamento dos espaços e reuso dos edifícios
90
B. legibilidade e orientabilidade
C. identificabilidade
B.1 continuidade de caminhos
C.1 agrupamentos com unidade e diversidade
indicador B.1.1
implantação de caminhos conectados para livre circulação no espaço urbano
verificador presença de continuidade e integração no tecido urbano
desempenho não não se aplica malha não integrada ao entorno do empreendimento
sim malha integrada ao entorno do empreendimento
indicador C.1.1
presença de diversidade tipológica e unidade de pequenos agrupamentos
verificador unidade de conjunto entre tipologias dentro de um agrupamento de 20 habitações e diversidade de conjuntos no contexto do bairro
91
desempenho não não se aplica sem unidade e sem diversidade
sim unidade a cada 20 habitações e diversidade tipológica no conjunto
B.2 conectividade entre bairro, definição de bairros heterogêneos e agrupamentos indicador B.2.1
coerência entre os limites de quadra
B.2.2
apresentação de características de conjunto nas quadras, marcos visuais e pontos focais
B.2.3
presença de características de conjunto nas quadras
verificador
desempenho não não se aplica
aspecto de diálogo entre os limites das quadras: praças, parques, pequenos comércios, áreas verdes, etc
sem limites de quadras e bairros bem definidos
adequabilidade do gabarito entre os bairros
incoerência entre os gabaritos de bairros
presença de elementos que se destacam visualmente nas áreas limítrofes entre bairros como marcos visuais e pontos focais
existência de partes ou porções que se expressam por configurações próprias ou conjuntas
limites de quadras e bairros bem definidos em áreas densamente ocupadas
coerência entre os gabaritos de bairros
existência de marcos visuais e pontos focais nos limites entre bairros ou agrupamentos
ausência de marcos visuais e pontos focais nos limites entre bairros ou agrupamentos sem divisão em partes menores diversificadas
sim
em pequenos empreendimentos
divisão em partes menores diversificadas
C.2 identificação de efeitos visuais observados no campo visual do percurso do pedestre indicador C.2.1
reconhecimento de efeitos visuais no percurso do pedestre na caixa de via entre o observador e a linha da massa construída na calçada
C.2.2
reconhecimento de efeitos visuais pelo ângulo visual do pedestre da massa construída na caixa de via e entre vias
verificador identificação de efeitos visuais no percurso do pedestre entre o observador e a linha da massa construída e estreitamento, enclausuramento, alargamento, amplidão e envolvimento
identificação de efeitos perspectivos: conexão, direcionamento, realce, emolduramento, impedimento e efeito y
desempenho não não se aplica menos que 50% de efeitos
sim 50% de efeitos
notas de rodapé
92
1. Capra (2002), Mollissom (1998), Rueda (2000), Rogers (2001), Register (2002) e Dancey e Peck (2002). 2. Desenhos de alunos da disciplina de Projeto urbano 1, ministrada pela Prof. Liza Andrade na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. 3. Esses levantamentos devem ser elaborados conforme regulamentação do Plano Diretor da região. Verificar Lei nº 5.022/2013 do Governo do Distrito Federal. 4. Lei Federal nº 11.977/2009, que possibilita a regularização fundiária em APPs anterior a 31 de dezembro de 2007. E se o assentamento estiver inserido em área urbana consolidada, estudo técnico deve comprovar que a intervenção programada implicará “melhoria das condições ambientais” relativamente à situação de ocupação irregular anterior. 5. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011. 6. Norma técnica sobre o Desempenho de Edificações Habitacionais – NBR 15575. 7. Fatores de desempenho adaptados da tese de doutorado Ao desocupado em cima da ponte: Brasília, arquitetura e vida pública (TENORIO, 2012). “Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização” (HOLANDA; KOHLSDOR; KOHLSDORF; VILLAS BOAS, 1985 - 1994). 8. Consultar Norma Técnica de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços E Equipamentos Urbanos – NBR 9050. 9. Serviços e comércio exigidos pelo Selo Azul da Caixa. 10. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
D. afetividade e simbologia
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
D.1 laços afetivos através da agradabilidade visual e da simbologia58 desempenho indicador verificador não não se aplica sim D.1.1
reconhecimento de cenas quanto à agradabilidade do lugar
D.1.2
reconhecimento de cenas quanto à simbolização do lugar
diz respeito à fruição pela contemplação de coisas belas. Percepção de conjuntos formados por sínteses. Capacidade de recordar um espaço pela memorização, planos de composição, ligação entre espaços soltos, similaridade, continuidade, clareza, originalidade, simplicidade ou complexidade e dominância59 desperta sentimentos e evoca significados de natureza simbólica. Capacidade de recordar um espaço pela simbologia, conotação, evocação de proximidade ou semelhança, originalidade, volumetria, ornamentação e significância60
sem percepção dos conjuntos (agrupamentos e quadras)
percepção de conjuntos nos agrupamentos (20 habitações) ou quadras formados por sínteses
Federal. 11. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n°4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n° 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito Federal. 12. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n° 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito Federal. 13. Norma para Equipamentos urbanos – NBR9284. 14. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16. 15. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16.
percepção de conjuntos nos agrupamentos (20 habitações) ou quadras evocando significados de natureza simbólica
16. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5. 17. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 104). 18. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5. 19. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148). 20. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24). 21. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
93
94
22. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
Federal.
23. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
43. Norma para Equipamentos Urbanos – NBR 9284.
24. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 96).
44. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p 16.
25. Norma para Equipamentos urbanos – NBR 9.284.
45. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16.
26. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Leis da Gestalt: figura como unidade, ligações entre partes
46. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, .p 5.
soltas, elementos visualmente agrupados, similaridade (tamanho, forma, textura, cor).
47. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável:desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 104).
27. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Qualidade semântica: relação de significado entre o objeto,
48. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
seu sinal e o observador: facilidade de apreensão, realce morfológico, singularidade da configuração ou característica, presença de poucos e
49. Esses dimensionamentos foram extraídos do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006).
semelhantes elementos de composição, diversidade e abundância de elementos, continuidade, vínculos entre composições associadas.
50. Esses dimensionamentos foram extraídos do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006).
28. Esses levantamentos devem ser elaborados conforme regulamentação do Plano Diretor da região. Verificar Lei nº 5.022/2013 do Governo
51. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
do Distrito Federal
52. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
29. Lei Federal nº 11.977/2009: possibilita a regularização fundiária em APPs anterior a 31 de dezembro de 2007. E se o assentamento esti-
53. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
ver inserido em área urbana consolidada, estudo técnico deve comprovar que a intervenção programada implicará “melhoria das condições
54. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
ambientais” relativamente à situação de ocupação irregular anterior.
55. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
30. O item C.1.2 teve como parâmetro de referência a tese do prof. Caio Frederico Silva. “ O conforto térmico de cavidades urbanas:
56. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 96).
contexto climático do Distrito Federal
57. Norma para Equipamentos Urbanos – NBR 9284.
31. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011.
58. KOHLSDORF, 2006.
32. Norma técnica sobre o Desempenho de Edificações Habitacionais – NBR 15575.
59. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Leis da Gestalt: figura como unidade, ligações entre partes
33. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9.
soltas, elementos visualmente agrupados, similaridade (tamanho, forma, textura, cor).
34. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9.
60. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Qualidade semântica: relação de significado entre o objeto,
35. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9.
seu sinal e o observador: facilidade de apreensão, realce morfológico, singularidade da configuração ou característica, presença de poucos e
36. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 13.
semelhantes elementos de composição, diversidade e abundância de elementos, continuidade, vínculos entre composições associadas.
37. Fatores de desempenho adaptados da tese de doutorado Ao desocupado em cima da ponte: Brasília, arquitetura e vida pública (TENORIO, 2012). “Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização” (HOLANDA; KOHLSDOR; KOHLSDORF; VILLAS BOAS, 1985, 1994). 38. Consultar Norma Técnica de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos – NBR 9050. 39. Serviços e comércio exigidos pelo Selo Azul da Caixa. 40. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n° 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito Federal. 41. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n° 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito Federal. 42. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n° 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
* A fase de aplicação da metodologia contou com o apoio das estudantes Julia Kano e Natália Rios.
95
96
listas de figuras e quadros
97
ANDRADE, Liza Maria Souza de; COSTA E SILVA, Erika da; MEDEIROS, A. M.; TIMO, C. R. F. Sustentabilidade e urbanidade para Projeto de Figura 1. 1 Fluxograma: correlações entre visões teóricas
p.42
Habitação de Interesse Social Multifamiliar: Análise crítica e proposta para um novo modelo Par/Caixa em Samambaia – DF. In XIII Encontro
Figura 1. 2 Síntese dos princípios, critérios, indicadores e verificadores da Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana
p.44
Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído – ENTAC 2010.
Quadro 1. 1 Princípios de Sustentabilidade desenvolvidos por Andrade (2005, p. ).
p.30
Quadro 1. 2 Descrição das dimensões morfológicas. Fonte: Queiroz (2000). Adaptado por Andrade et al. (2010).
p.35
BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT – BRE. Building Research Establishment Environmental Assessment Methodology. BREEAM
Quadro 1. 3 Cronograma dos movimentos de atribuição crítica-técnica segundo as Dimensões morfológicas.
p.36
Communities Assessor Manual. Development Planning Application. 2009.
Quadro 1. 4 Macrodimensões das dimensões morfológicas. Fonte: Andrade et al. (2010).
p.36
Quadro 1. 5 Métodos de Certificação adotados pelo método proposto
p.38
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF. Guia Selo Casa Azul: Boas práticas para habitação mais sustentável. São Paulo: Páginas & Letras -
Quadro 1. 6 Princípios de Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana
p.46
Editora e Gráfica, 2010.
Quadro 1. 7 Síntese da metodologia de avaliação de Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana
p.52
Quadro 1. 8 Meios de verificação
p.66
referências
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qualidade de projeto arquitetônico
Cláudia Naves David Amorim, Cristiane Guinancio, Débora Félix Rodrigues Ikeda, Elane Ribeiro Peixoto
102
2.1 introdução
103
A dimensão histórica da casa e seu significado lançam luz à habitação de interesse social.
Ao apresentarmos a metodologia desenvolvida para
século XVIII e chave para compreender a casa burguesa do
e convinha às demandas de uma sociedade de massa. Os
máticas. No caso do Brasil podem-se considerar como
a avaliação e o monitoramento da qualidade de projetos
século XIX como o apogeu de um longo percurso. À casa
grandes conjuntos habitacionais surgiram nas periferias
período áureo dessas realizações os conjuntos financia-
de arquitetura, acreditamos ser necessário tecer algumas
burguesa somaram-se outras duas importantes noções: a
de importantes cidades e nos anos de 1970 tornaram-se
dos pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões dos In-
considerações históricas sobre a habitação em geral e da
de salubridade, com criativas soluções para arejar, ventilar
objeto das mais ferrenhas críticas, pois eram vistos como
dustriários – IAPIs – e as iniciativas nos anos de 1980 de
habitação de interesse social, tendo em vista o entendimento
os cômodos enfumaçados pelo fogo das lareiras; e o de efi-
desumanizados, destituídos de qualidades agregadoras de
soluções situadas na esfera dos municípios e organizadas
dos problemas que lhe são inerentes.
ciência, proveniente das contribuições de inúmeros atores,
comunidades e de identidade.
em cooperativas para a construção de residências para
A história da casa estende-se na longa duração. O ponto de referência para a compreensão da moradia ocidental no
entre os quais as mulheres americanas e seus manuais de bem gerir uma casa (RIBCZYNKI, 1996).
No âmago dessas críticas, encontra-se a consciência
comunidades específicas.
de que o sentido da morada humana definido ao longo
Porém, parece que os insucessos são mais numerosos,
século XX reporta-se ao Renascimento, momento em que a
Na mesma medida em que a casa adquiria uma cres-
de séculos havia se perdido. A casa burguesa do século
bastando recordar as realizações do BNH, criado em 1964
casa inicia o processo de divisão e especialização funcio-
cente especialização de seus espaços, ela também se
XIX era e é ainda a referência que povoa o imaginário do
para interromper a produção de habitações informais e a
nal de seus espaços. A casa renascentista na sua grande
mecanizou. A presença das máquinas provocou mudan-
homem ocidental. Privacidade e intimidade, salubridade e
expansão desordenada das cidades. As soluções massifi-
maioria ainda pouco se diferenciava da casa medieval,
ças dimensionais e técnicas nas moradias e não cessaram
eficiência tornaram-se valores implícitos no conceito de boa
cadas, expressas, sobretudo, pela construção de conjuntos
nelas as funções se sobrepunham em um único espaço, os
de causá-las em decorrência das rápidas mudanças tec-
moradia. A eles somam-se os valores estéticos, orientados
habitacionais em grande escala, suas desvantajosas loca-
móveis eram poucos e a eles também correspondia uma
nológicas que caracterizam o século XX. A casa foi me-
pelo desejo de distinção e reconhecimento que a casa, no
lizações, a falta de qualidade arquitetônica e construtiva
indeterminação equivalente ao espaço da casa. Todavia,
taforicamente definida como uma máquina de morar. As
sentido amplo de abrigo, atribui a quem a habita.
demonstraram a fragilidade de uma gestão centralizadora
os primeiros passos para as noções de privacidade e in-
experiências das vanguardas arquitetônicas do século XX
A dimensão histórica da casa e seu significado lançam
timidade foram definitivamente dados neste momento da
buscaram inventar novas tipologias, tais como as unidades
luz à habitação de interesse social. Desde o século XIX
balanço sobre a história das habitações de interesse social
história da casa no Ocidente e são concomitantes com o
de habitação de Corbusier, as casas coletivas soviéticas,
foram incontáveis as tentativas de responder às exigências
no Brasil, não seria absurdo dizer que a opção sempre re-
surgimento do conceito de indivíduo. Porém, muito havia
chamadas de condensadores sociais, ou ainda os estudos
de populações urbanas inéditas em termos numéricos na
caiu na quantidade de unidades produzidas, mais do que
ainda para se caminhar até que as noções de domesticidade
ergonômicos desenvolvidos para racionalizar os espaços
história das cidades. Leis higienistas, proposições de so-
na qualidade delas.
e comodidade surgissem e ensejassem novas distribuições
e atividades da moradia com proposições como a cozinha
cialistas utópicos e ações de industriais filantropos ou de
É ainda importante considerar que as políticas públi-
espaciais da casa. Primeiramente, deu-se a distinção dos
de Frankfurt ou o conceito de espaço mínimo ideal. Muitas
capitalistas interessados na obtenção de renda de aluguel
cas de produção de habitação de interesse social (HIS)
ambientes de acesso público daqueles reservados à priva-
dessas ideias foram testadas no segundo pós-guerra. A casa
ou ainda políticas públicas proporcionaram versões dife-
extrapolam o atendimento exclusivo de famílias carentes,
cidade da família, esses se multiplicaram e os seus móveis
produzida por processos industriais parecia ser a resposta
rentes de moradias.
pois estão imbricadas numa ordem macroeconômica que
especializaram-se para propiciar conforto, noção datada do
mais indicada para a urgência de reconstrução da Europa
Muitas foram bem-sucedidas e tornaram-se paradig-
que ignorava qualquer partição popular.
Ao se fazer um
ativa uma poderosa rede de produção da construção civil,
104
com geração de renda e trabalho. Portanto, equacionar
HIS não se limitam a construir objetos arquitetônicos isola-
quantidade e qualidade no âmbito da HIS requer considerar
dos, mas de pensá-los a partir do todo, a cidade. Portanto,
questões em geral desprezadas: à casa somam-se valores
questões como oferecimento de serviços, equipamentos
que ultrapassam sua função de abrigo. Esses valores devem
públicos, mobilidade, qualidade morfológica, qualidade am-
ser entendidos como indispensáveis para a concepção de
biental, relações entre bairros, entre bairros e centralidades
uma metodologia de avaliação de realizações e políticas
ou centralidade são imprescindíveis nesta escala.
públicas que visem responder à demanda de HIS.
2.2 conceitos e definições
A par das linhas mestras consideradas, a metodolo-
São os valores definidos na história dos estabelecimen-
gia apresentada para a avaliação da qualidade do projeto
Os conceitos e definições que apresentamos estão
tos humanos que devem ser considerados numa definição
arquitetônico considera a qualidade de informação dada
organizados de forma hierárquica, segundo uma ordem
de qualidade para as políticas habitacionais. Portanto, a
pelos documentos técnicos. As referências para avaliação
decrescente de complexidade.
casa deve ser entendida como morada, respondendo a
e aferição dessas informações são dadas, no caso da ar-
Pensar a casa como um processo implica concebê-la
dimensões individuais das famílias, pertencentes a grupos
quitetura, pelas Normas Técnicas Brasileiras (NBR 13531,
com qualidades que permitam sua alteração ao longo do
sociais que partilham crenças, hábitos e modos de vida. Mas
NBR 13532), que determinam os conteúdos relacionados
tempo, garantindo sua individualização, envolvendo as
a casa-morada não existe autônoma. Ela só se completa
a cada fase de desenvolvimento de projetos. Interessa-nos
questões distributivas do espaço, de acréscimo, de con-
na integração de um espaço social maior que extrapola a
o que define o conteúdo do projeto executivo, implicando
forto e salubridade e de expressão estética para responder
dimensão da vizinhança imediata, para se conectar à cidade,
documentos técnicos e documentos escritos. As exigências
adequadamente aos grupos familiares.
seus lugares de trabalho, de lazer de serviços e de exercício
discriminadas nesses documentos foram organizadas na
político. Considerada nesta abrangência, não se está diante
forma de quadro, constituindo um checklist, tendo em vista
de um problema simples, pois não se trata de construir um
conferir as informações apresentadas, conforme Quadro-
abrigo, mas de construir cidades, invertendo-se a lógica
Síntese da Metodologia.
modernista que considerava a cidade a somatória de suas
2.2.1 flexibilidade
Esclarecemos que nossa proposição de metodologia de
O primeiro princípio considerado é o da flexibilidade.
avaliação da qualidade de projeto de arquitetura adotou o
Antes de defini-lo é preciso esclarecer que seu significado
Das recuperações históricas, extraímos linhas mestras
que foi consensual entre as três equipes que desenvolveram
não é fixo e dado, mas foi construído no decorrer da história
orientadoras para o desenvolvimento da metodologia de
o conjunto dos trabalhos aqui apresentados. Em decorrência
da arquitetura, respondendo às prerrogativas de diversos
avaliação e monitoramento da qualidade de projetos ar-
desta opção definimos seis princípios – flexibilidade, funcio-
períodos. Paiva (2002, p.167) considera um conceito de
quitetônicos. Estas linhas podem ser sintetizadas em duas
nalidade, habitabilidade, uso sustentável de energia e água,
flexibilidade que, aqui, tomamos como referência. Ele está
dimensões: a da moradia e de sua inserção urbana. No caso
acessibilidade e satisfação do usuário –, que se desdobram
orientado por três linhas: a primeira pauta-se pelo reconhe-
da primeira, é importante observar que ela deve ser capaz
em critérios de avaliação, indicadores e verificadores, estru-
cimento e capacidade de trabalhar com situações prévias,
de responder mais especificamente às necessidades indivi-
turando os níveis de informação necessários à análise dos
em termos físicos e emocionais; a segunda implica todas as
duais dos grupos familiares. Para isso, a casa-morada deve
projetos de arquitetura. A seleção dos princípios citados é
proximidades com a construção de tal forma que a estrutura
ser concebida como um processo a se realizar ao longo do
referenciada na bibliografia que discute a moradia, tanto em
se adapte às necessidades espaciais e não que essas sejam
tempo, permitindo ajustes, modificações de uso, ampliações,
sua historicidade quanto atualidade, com especial interesse
por ela ditadas; a terceira, por fim, diz respeito à capacidade
enfim, adaptações de ordem funcional e simbólica. Na se-
em autores que abordam as habitações de interesse social.
concreta de conectar espaços, proporcionando condições
células habitacionais.
gunda dimensão, a da inserção urbana, como frisamos, as
de fácil uso. O conceito de flexibilidade dado por Paiva foi
105
106
ampliado, visando à proposição de espaços polivalentes e
A verificação das questões de ampliabilidade e de adap-
versáteis que permitem a individualização não só em termos
tabilidade necessita de desenho para testar alternativas de
funcionais, ou de lógica produtiva, mas também de valores
novas configurações da unidade habitacional. Para isso,
simbólicos e estéticos.
elaboramos, por meio de estudos morfológicos, um ins-
Os estudos mais recentes sobre flexibilidade classificamna em dois tipos: a inicial e a permanente. A inicial relacio-
trumento que nos possibilite especular sobre os limites e possibilidades de alteração das moradias (Figura 2.1).
na-se ao momento de concepção do projeto, construção
Para este propósito é indispensável avaliar o sistema
e escolha da habitação. No momento de concepção, duas
estrutural da habitação, sua cobertura, os sistema de es-
condições se estabelecem, sendo elas as estratégias proje-
gotamento sanitário e abastecimento de água e energia, as
tivas do partido arquitetônico e/ou a participação do usuário
circulações e a distribuição dos cômodos de forma que as
na definição do programa. No momento da construção,
alterações possam ser realizadas sem riscos à estabilidade,
considera-se a participação do usuário por autoconstrução.
funcionalidade e estética da moradia.
E por fim, no momento da escolha, implica a oferta de variações de tipologias acessíveis aos interessados. A flexibilidade permanente é a que se adéqua à concepção de uma casa processo ou casa evolutiva e envolve
2.2.2 funcionalidade
uso múltiplo dos espaços (neutralidade e mutabilidade) e alterações físicas da habitação, dentro ou fora de seu perímetro (PAIVA, 2000).
O segundo princípio considerado é o da funcionalidade. A funcionalidade pode ser entendida como a especialização
Com este entendimento do princípio de flexibilidade,
dos compartimentos da casa em decorrência do atendimen-
assumida como permanente, consideramos dois critérios
to a atividades específicas. Deve-se ter em consideração
para aferir a capacidade de individualização das habitações
que essas compartimentações ocorreram ao longo de tempo
aos diferentes grupos sociais: adaptabilidade e ampliabi-
e foram consequência de valores culturais, conquistas tec-
lidade. Cada um deles desdobra-se em verificadores com
nológicas e valores simbólicos traduzidos na espacialidade
níveis de informação mais detalhadas. Temos:
das habitações. Como referido, a noção de privacidade,
Adaptabilidade – a capacidade da edificação de ajustar-
sincrônica à de indivíduo, as noções de higiene e conforto,
se às necessidades de seus usuários; para isso é necessário
as conquistas das engenharias, a produção do maquinário
que haja cômodos neutros e que possibilitem usos múltiplos.
doméstico contribuíram para a conformação de tipologias
Ampliabilidade – capacidade da habitação de sofrer
de habitações ocidentais no século XIX. Basicamente, nesse
alterações com acréscimo de área ou não. No caso des-
século podem-se identificar duas tipologias dominantes:
sas alterações, é imprescindível avaliar a concepção e o
a casa burguesa e a casa operária. O que em especial as
dimensionamento estrutural, as instalações e o desenho
diferencia são o número e o grau de especialização de
da cobertura e as alternativas apresentadas em manual
cômodos, suas dimensões, o nível de mecanização, entre
dedicado ao usuário.
outros. Para essas diferenças, a casa operária foi pensada,
Figura 2.1 - Adaptabilidade e Ampliabilidade
Figura 2.2 - Rigor dimensional / Mobiliário com áreas de circulação
109
em certa medida, como uma réplica da casa burguesa em menor escala, guardando seus esquemas distributivos e suas funções básicas à morada humana.
Palermo / ABNT NBR 15.575
Para o princípio de funcionalidade consideramos dois critérios: o programa arquitetônico e o rigor dimensional dos ambientes da residência. O programa arquitetônico à especialização de cômodos ou ambientes para determinados fins. Para efeito deste trabalho, consideramos os ambientes julgados essenciais para uma habitação de interesse social, tendo por referência os estudos de Palermo (2007) e do que é definido pela NBR 15575 – Edificações Habitacionais: Desempenho. Elaboramos, portanto, um rol de ambientes considerados indispensáveis às HIS, sendo eles: ambientes para o repouso, para o convívio social, para a preparação de alimentos, higiene pessoal, higiene e manutenção geral, estudos e atividades afins e para o armazenamento de pertences diversos. Todavia, a presença desses ambientes não garante em si o bom desempenho da moradia. É necessário que os espaços sejam corretamente dimensionados. Por esta razão consideramos outro critério: o rigor dimensional. Para verificar os ambientes, são necessários estudos ergonômicos que relacionem a eles um mobiliário mínimo, recomendado pelo documento NBR 15575 – Edificações Habitacionais Desempenho”, e os espaços para sua correta utilização. Verificar se os ambientes estão corretamente dimensionados demanda experimentar as possibilidades de layout que eles permitem. Para isso, propusemos um instrumento de desenho apresentado como anexo à metodologia e que servirá para responder se os ambientes são apropriados às atividades para os quais foram propostos (Figura 2.2). Esclarecemos que o mobiliário é padrão e os espaços de utilização correspondem aos recomendados pela norma mencionada (Quadros 2.1, 2.2, 2.3).
quadro 2.1
110
quadro 2.1
disponibilidade de espaço para o mínimo necessário de móveis/equipamentos-padrão tabela F1/ NBR 15575: Móveis e Equipamentos Padrão
atividades essenciais/cômodo dormir/ dormitório de casal
móveis e equipamentos-padrão
quadro 2.2
dimensões mínimas de mobiliário e circulação quadro F.2/ABNT – NBR 15575
ambiente
cama de casal + guarda – roupa + criado-mudo
mobiliário móvel ou equipamento
duas camas de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo ou
dormir/dormitório para uma pessoa (3º dormitório)
cama de solteiro + guarda-roupa +
alimentar/tomar refeições fazer higiene pessoal lavar, secar e passar roupas
circulação
observações
P
1,7 0,7
sofá de 2 lugares com braço-
1,2 0,7
mesa de estudo mesa de estudo
a largura mínima da
criado-mudo
sala de estar deve ser
sofá de dois ou três lugares + armário/estante
0,8 0,7
+ poltrona fogão + geladeira + pia de cozinha + armário sobre a pia + gabinete + apoio para refeição (2 pessoas)
sala de estar
sofá de 3 lugares sem braço
1,5 0,7
prever espaço de
de 2,40 m.
0,50 m na frente do
número mínimo de
assento, para sentar,
assentos determinado
levantar e circular
pela quantidade de habitantes da unidade, considerando o número
sofá de 2 lugares sem braço
1,0 0,7
poltrona sem braço
0,5 0,7
poltrona sem braço
0,5 0,7
de leito
mesa + quatro cadeiras lavatório + chuveiro (box) + vaso sanitário. no caso de lavabos, não é necessário o chuveiro tanque (externo para unidades habitacionais térreas) + má-
1 unidade, considerando o número de leito
quina de lavar roupa estante/armário para tv
estudar, ler, escrever, costurar, reparar e guardar objetos diversos
L
sofá de 3 lugares com braço
poltrona com braço
cozinhar
dimensões [m]
(mínimo 1)
dormir/dormitório para duas pessoas (2º dormitório)
estar
111
0,8 0,5
0,5 m
espaço para o móvel
-
-
espaço para o móvel
obrigatório
escrivaninha ou mesa + cadeira mesinha de centro ou cadeira
-
opcional
112
mesa redonda para 4 lugares
estar/ jantar jantar/ copa copa/ cozinha
mesa redonda para 6 lugares
-
ø 0,95 ø 1,2
largura mínima estar/
-
jantar ou jantar isolado:
dormitório principal
mesa quadrada para 4 lugares
mesa quadrada para 6 lugares
1,0 1,0 1,2 1,2
de 0,75 m a partir
mínimo: 1 mesa para 4
da borda da mesa
pessoas. O lado menor
(espaço para afastar
da mesa pode ser
a cadeira e levantar)
encostado na parede,
criado-mudo
desde que haja espaço mesa retangular para 4 lugares
para seu afastamento,
1,2 0,8
quando de sua utiliza-
mesa retangular para 6 lugares
1,2 0,8
pia
1,2 0,5
fogão
geladeira
armário sob a pia e gabinete
apoio para refeição (2 pessoas).
0,55 0,6
camas de solteiro
dormit. para 2 pessoas 2º dormitório
0,5 0,5
largura mínima de cozi-
de 0,85 m frontal à
nha: 1,50 m
pia, fogão e gela-
mínimo: pia, fogão e
deira
geladeira e armário
guarda-roupa
0,7 0,7 -
-
-
espaço obrigatório para
-
-
-
espaço opcional para
cama de solteiro
dormit. para 1 pessoa
3º dormitório
É permitido somente
entre o mobiliário e/ou
1 criado-mudo, quando
paredes de 0,50 m
o 2º interferir na abertura de portas do
1,6 0,5
guarda-roupa
0,8 1,9 0,5 0,5 1,5 0,5
entre as camas de
mínimo: 2 camas, 1
0,60 m. demais cir-
criado-mudo e 1 guar-
culações, mínimo de
da-roupa
0,50 m
0,8 0,6
-
espaço para o móvel opcional
0,8 1,9 circulação mínima
criado-mudo
armário
móvel
móvel
circulação mínima
circulação mínima criado-mudo
mesa de estudo circulação mínima
criados-mudos e 1 guarda-roupa
guarda-roupa
circulação mínima
mínimo: 1 cama, 2
1,4 1,9
2,40m
ção.
cozinha
dormit. casal
cama de casal
mesa de estudo
0,5 0,5 1,2 0,5 0,8 0,6
entre as camas de
mínimo: 1 cama,
0,60 m. demais cir-
1 guarda-roupa e 1
culações, mínimo de
criado-mudo
0,50 m
-
espaço para o móvel opcional
113
114
lavatório
banheiro
0,39 0,29
lavatório com bancada
0,8 0,55
vaso sanitário (caixa acoplada)
0,6 0,7
vaso sanitário
box quadrado
quadro 2.3
0,6 0,6
nheiro: 1,10 m, exceto
de 0,4 m frontal ao
no box.
lavatório, vaso e
mínimo: 1 lavatório, 1
bidê
vaso e 1 box.
0,5
0,5
dormir/dormitório para duas
mínimo exigido + criado- mudo
0,5
0,5
0,5
mínimo exigido + criado- mudo
0,5
0,5
0,5
mínimo exigido + poltrona com
0,8
0,7
0,5
estar bidê
-
0,6 0,6
P
0,5
pessoa (3º dormitório)
0,7 0,9
L
circulação mínima exigida (m)
mínimo exigido + criado- mudo
pessoas (2º dormitório)
0,8 0,8
dimensões mínimas
dormir/dormitório de casal
dormir/dormitório para uma box retangular
inclusão de novo mobiliário
atividades essenciais/ cômodos
largura mínima do bacirculação mínima
disponibilidade de espaço para inclusão de novo mobiliário
braço
Peça Opcional cozinhar
mínimo exigido + armário
1,2
0,5
0,5
alimentar/tomar refeições
mínimo exigido + armário
0,4
0,4
0,35
fazer higiene pessoal
+ bancada com pia
0,8
0,55
0,5
lavar, secar e passar roupas
mínimo exigido + armário
1,2
0,5
0,5
segundo o mobiliário previsto, evitando conflitos com legislações estaduais
estudar, ler, escrever, costurar,
mínimo exigido + mesa de
ou municipais que versam sobre dimensões mínimas dos ambientes.
reparar e guardar objetos diversos
estudos
0,8
0,6
0,7
área de serviço
tanque
máquina de lavar roupa
0,52 0,53 0,6 0,65
circulação mínima
mínimo: 1 tanque e 1
de 0,50 m frontal ao
máquina (tanque de no
tanque e máquina
mínimo
de lavar
20 l).
NOTA 1. Esta Norma não estabelece dimensões mínimas de cômodos, dei-
NOTA 2. Em caso de adoção em projeto de móveis opcio-
xando aos projetistas a competência de formatar os ambientes da habitação
nais, as dimensões mínimas devem ser obedecidas.
115
116
Figura 2. 3
2.2.3 habitabilidade O princípio da habitabilidade aplicado à moradia en-
Habitacionais), o RTQ-R (Regulamento Técnico da Quali-
volve as questões de conforto, segurança e salubridade.
dade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações
Segundo Bonduki (1998), este conceito diz respeito ao
Residenciais), a NBR 15220-3 (Desempenho Térmico de
zoneamento bioclimático brasileiro
conjunto de aspectos que interferem na qualidade de vida
Edificações – Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes
(NBR 15220-3)
e na comodidade dos moradores, bem como na satisfação
Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse
de suas necessidades físicas, psicológicas e socioculturais.
Social) e o Guia Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal.
Por meio desse conceito, poder-se-iam visualizar questões
No caso desse último, a referência adotada foi a obtenção
como a do conforto ambiental: luminoso, térmico, acústico
da qualificação de categoria bronze. A partir da análise
e táctil; segurança do usuário e salubridade domiciliar e do
feita com os referidos documentos foram identificadas as
seu entorno, que seriam as mesmas questões envolvidas
recomendações que devem ser seguidas para se obter
na fruição, usufruto e construção do espaço arquitetural.
adequadas condições de conforto térmico, ventilação e
O conceito de Habitabilidade da Unidade Habitacional está
iluminação naturais.
associado ao conceito de ambiência, vinculado à neces-
Essas recomendações consideram desde a orientação
sidade de se estar confortável em termos de: adequação
da edificação, os materiais que compõem as paredes e co-
sociocultural (materiais locais em que foram feitos móveis,
berturas, a existência e ângulos mínimos de proteção solar
utensílios e em que foram elaborados pisos, paredes e tetos)
das aberturas, a proporção de aberturas para iluminação e
e adequação ambiental (temperatura, ventilação, luminosi-
ventilação naturais e porosidade mínima da edificação para
dade e da quantidade e qualidade do ruído inserido dentro
se obter o mínimo de ventilação natural.
do espaço arquitetural).
De acordo com a NBR 15575 e NBR 15220-3, as estraté-
No âmbito da presente pesquisa, selecionaram-se como
gias de condicionamento térmico passivo são apresentadas
critérios mínimos derivados do princípio de habitabilidade:
em conjunto com o Zoneamento Bioclimático Brasileiro que
a existência de instalações prediais, o conforto ambiental
compreende oito diferentes zonas (Figura AII.4).
e a estanqueidade à umidade.
A NBR 15220-3 define para cada zona bioclimática3
Para as instalações hidrossanitárias, consideramos a
diretrizes e parâmetros de projeto relativos ao tamanho
Z1 - 00,8%
existência de sistemas de abastecimento de água e coleta
das aberturas para ventilação, necessidade de existência
Z2 - 06,4%
de esgoto, efetuados por redes públicas ou alternativas.
de proteção das aberturas, vedações externas (tipo de
Z3 - 06,5%
parede externa e tipo de cobertura) bem como estratégias
Z4 - 02,0%
de condicionamento térmico passivo.
Z5 - 05,6%
Nas questões de conforto, especificamente relacionadas ao conforto térmico, ventilação e iluminação naturais quatro documentos foram as bases para a definição do que considerar na avaliação do projeto tendo em vista a obtenção de condições espaciais favoráveis. Esses documentos são: a ABNT NBR 15575 (Norma de Desempenho – Edificações
Z6 - 12,6% Z7 - 12,6% Z8 - 53,7%
117
118
A NBR 15575 e Selo Azul da CAIXA indicam qual é a correta composição das paredes e cobertura objetivando atender
A proteção solar dos ambientes em relação à orientação
utilizados em fachadas, dentre os quais pórticos, varandas,
à transmitância térmica4 visando ao desempenho térmico da habitação em padrões aceitáveis. De acordo com a NBR
solar é uma recomendação dada pelo RTQ-R. Protetores
beirais, marquises, brises, cobogós e pergolados. Os prote-
15575, as transmitâncias das paredes e coberturas devem seguir o recomendado nos Quadros.5 e.6.
solares são elementos utilizados para barrar os raios solares
tores solares podem ser verticais (representados pelo ângulo
sem impedir a visão e a ventilação, reduzindo o excesso
beta), horizontais (representados pelo ângulo alfa) e mistos
de luminosidade nos ambientes internos (BITTENCOURT,
(representados pelos ângulos alfa e beta em conjunto),
2004, p.20). Pilotto Neto (1980, p. 54) afirma que os pro-
podendo ser fixos ou móveis. Os protetores solares móveis
tetores solares são elementos construtivos utilizados para
devem ser manipulados pelos usuários para serem posi-
atenuar a ação dos raios solares, modificando os ângulos de
cionados de acordo com a necessidade (BITTENCOURT,
incidência de modo a permitir uma iluminação por reflexão
2004; AMORIM, 2007).
quadro 2.4
transmitância térmica da cobertura (NBR 15220-3)
transmitância térmica (U) - W/m² . K zonas 1 e 2
zonas 3 a 6 α ≤ 0,6
U ≤ 2,30
(IKEDA, 2012, p. 37).
U ≤ 2,3
zonas 7 e 8
α > 0,6
α ≤ 0,4
U ≤ 1,5
U ≤ 2,3 FV
α > 0,4 U ≤ 1,5 FV
α é a absortância à radiação solar da superfície externa da cobertura.
transmitância térmica de paredes externas
U ≤ 2,5 αa é
teção solar, por isso deve-se primeiramente identificar os
janelas dos ganhos térmicos solares e, ao mesmo tempo,
azimutes (ângulos formados com a normal de cada fachada
preservar a visibilidade celeste e reduzir o ofuscamento;
em relação ao norte geográfico) para se propor quais os
no entanto, podem diminuir os níveis de iluminação natural
ângulos de proteção são adequados para cada uma.
internamente. Como a luz refletida pelas proteções solares é
Com relação aos ângulos de proteção solar, o RTQ-R
uma fonte potencial de ofuscamento, devem ser cuidadosa-
apresenta um quadro com os ângulos mínimos que garan-
mente localizados, para evitar o campo visual dos usuários
tem a proteção solar para cada fachada, considerando a
(BROWN; DEKAY, 2004, p. 283; IKEDA, 2012, p. 37).
dimensão das janelas.
quadro 2.6
ângulos mínimos indicados para protetores solares para a cidade de Brasília Fonte: BRASIL, 2010
(NBR 15220-3)
transmitância térmica (U) - W/m² . K zonas 1 e 2
As proteções solares nas fachadas podem proteger as
Existem vários tipos de proteção solar que podem ser
NOTA: O fator ventilação (FV) é estabelecido na ABNT NBR 15220-2
quadro 2.5
Cada fachada tem uma necessidade diferente de pro-
zonas 3, 4, 5, 6, 7 e 8 αa ≤
0,6
U ≤ 3,7
a absortância à radiação solar da superfície externa da parede.
αa >
fachada Norte Brasília edificações residenciais
área da janela < 25% área do piso área da janela > 25% área do piso
α
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
α
βd
βe
γd
γe
-
-
30º
-
30º
α
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
α
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
0,6
U ≤ 2,5
fachada Sul Brasília edificações residenciais
área da janela < 25% área do piso área da janela > 25% área do piso
119
120
fachada Leste Brasília edificações residenciais
fachada Oeste Brasília edificações residenciais
fachada Nordeste Brasília edificações residenciais
fachada Sudeste Brasília edificações residenciais
fachada Noroeste Brasília
área da janela < 25% área do piso área da janela > 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso área da janela > 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso área da janela > 25% área do piso
entre a profundidade e a altura da abertura em ambientes
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
moradia, o RTQ-R apresenta outras recomendações pro-
α
βd
βe
γd
γe
jetuais que têm o mesmo fim. Dentre elas, podemos subli-
Com relação ao atendimento à proporção entre a área
-
-
30º
-
30º
nhar o atendimento à proporção entre a área de abertura
de abertura para ventilação com relação à área do piso, o
para ventilação em relação à área do piso; a proporção de
RTQ-R recomenda que as unidades habitacionais devam
aberturas para propiciar a ventilação natural cruzada nas
atender aos seguintes pré-requisitos de ventilação natural: a) As áreas mínimas de abertura para ventilação para
de permanência prolongada.
α
βd
βe
γd
γe
fachadas; o atendimento à porosidade5 mínima para pelo
-
-
-
-
-
menos duas das fachadas; o atendimento ao percentual
ambientes de permanência prolongada e cozinhas devem
α
βd
βe
γd
γe
de abertura para iluminação natural em relação à área do
obedecer às áreas mínimas de abertura considerada a área
-
-
-
-
-
piso; adequada refletância do teto; atendimento à relação
de piso dos ambientes.
α
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
α
βd
βe
γd
γe
-
-
30º
-
30º
quadro 2.7
percentual de áreas mínimas para ventilação em relação à área de piso Fonte: adaptado de NBR 15575-4, ABNT, 2013
área da janela < 25% área do piso área da janela > 25% área do piso
área da janela < 25% área do piso
edificações residenciais
área da janela > 25% área do piso
fachada Sudoeste Brasília
área da janela < 25% área do piso
edificações residenciais
Além dos protetores solares visando ao conforto da
α
área da janela > 25% área do piso
α
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
α
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
α
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
α
βd
βe
γd
γe
-
-
30º
-
30º
α
βd
βe
γd
γe
-
-
-
-
-
Nota: Nas ZB 1 a 7 e nas cidades que possuam médias mensais das temperaturas mínimas abaixo de 20°C, as aberturas
α
βd
βe
γd
γe
para ventilação devem ser passíveis de fechamento durante o período de frio (excetuam-se as áreas de ventilação de segu-
-
-
-
-
-
rança como as relativas às instalações de gás).
ambiente ambientes de permanência prolongada e cozinha
percentual de abertura para ventilação em relação à área de piso (A) ZB 1 a 6
ZB 7
ZB 8
A≥8
A≥5
A ≥10
121
122
O percentual de abertura para ventilação (A) é calculado
a seguir:
de acordo com a equação a seguir:
dos lavabos (50% mais 1), deve ser garantido por uma
Com a apresentação destas recomendações concluímos
ou mais aberturas para o exterior. A soma das áreas de
a indicação de algumas das principais formas de verificar
aberturas para iluminação natural desses ambientes deve
o atendimento mínimo de conforto térmico e luminoso no
corresponder a no mínimo 1/10 da área do piso. Para o
projeto de unidades habitacionais.
Em que:
cômputo desta área é considerada apenas a área passível
A1: somatório das áreas efetivas de aberturas para ven-
de desobstrução total, excluindo caixilhos.
relacionado ao princípio da habitabildade: estanqueidade
Podemos, então, tratar de um outro critério de análise
Em que:
tilação localizadas nas fachadas com maior área de abertura
Observação: Em cozinhas iluminadas pela área de
à umidade. A partir das NBR 15.575 – Edificações Habita-
A: percentual de abertura para ventilação em relação à
para ventilação (m²);
serviço, a abertura para iluminação da área de serviço
cionais – Desempenho, são indicadores importantes para
deve corresponder a no mínimo 1/10 da área do piso,
a qualidade do projeto de arquitetura, considerando este
considerando a soma das áreas de piso da cozinha e da
critério, a impermeabilização de componentes construtivos,
área de serviço. (RTQ-R, 2012 p. 30, 31).
escoamento e proteção contra infiltração de água em áreas
área de piso (%); AA: área efetiva de abertura para ventilação (m2), sendo
A2: somatório das áreas efetivas de aberturas para ventilação localizadas nas demais fachadas (m²).
que para o cálculo desta área somente são consideradas as aberturas, as quais permitem a livre circulação do ar, devendo ser descontadas as áreas de perfis, vidros e de
Com relação ao atendimento à porosidade6 mínima o
em verificadores que podem ser observados no projeto
recomenda ainda que cada ambiente de permanência pro-
executivo, nos memoriais e recomendações. A título de
[...] unidade habitacional de até dois pavimentos deve
longada, cozinha e área de serviço/lavanderia deve ter re-
exemplo, podemos citar a especificação ou indicação de
comprovar a existência de porosidade mínima de 20%
fletância do teto acima de 60%.
barras impermeáveis em paredes, caimento de pisos de áre-
quaisquer outros obstáculos; Ap: área de piso do ambiente (m2). Com relação ao atendimento à proporção de aberturas
molhadas e cobertura. Os indicadores foram desdobrados Para garantir adequada iluminação natural, o RTQ-R
RTQ-R (2012, p. 132) recomenda que:
em pelo menos duas fachadas com orientações distintas,
Para o atendimento à relação entre a profundidade e a
para propiciar a ventilação natural cruzada nas fachadas o
expressa pela relação entre a área efetiva de abertura para
altura da abertura em ambientes de permanência prolon-
RTQ-R recomenda que:
ventilação e a área da fachada (a verificação da porosidade
gada, o RTQ-R orienta que:
é feita para cada fachada). [...] unidade habitacional deve possuir ventilação cruzada proporcionada por sistema de aberturas compreendido
[...] a profundidade de ambientes de permanência prolongada,
Para o atendimento ao percentual de abertura para
as molhadas, impermeabilização de fundações, entre outros.
2.2.4 uso sustentável de energia e água
cozinha e área de serviço/lavanderia (50% mais 1) com
Seria um equívoco grosseiro não considerar os aspectos
pelas aberturas externas e internas. Portas de acesso
iluminação natural com relação à área do piso o RTQ-R
iluminação natural proveniente de aberturas laterais deve ter
principal e de serviço não serão consideradas como
orienta que:
profundidade máxima calculada através da Equação xx. Caso
de sustentabilidade nos empreendimentos do programa Mi-
existam aberturas em paredes diferentes em um mesmo
nha Casa, Minha Vida. O conceito de sustentabilidade é muito
aberturas para ventilação. O projeto de ventilação natural deve promover condições de escoamento de ar entre
[...] o acesso à iluminação natural em ambientes de
ambiente, deverá ser considerada a menor profundidade.
amplo e sua vulgarização nada contribuiu para seu esclareci-
as aberturas localizadas em pelo menos duas diferentes
permanência prolongada deve ser garantido por uma
(SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL, 2010, p. 105, 106).
mento. Muito pelo contrário, terminou por borrar fronteiras e
fachadas (opostas ou adjacentes) e orientações da
ou mais aberturas para o exterior. A soma das áreas de
tornar os limites do termo menos nítidos. Na construção civil,
edificação, permitindo o fluxo de ar necessário para
aberturas para iluminação natural desses ambientes deve
sustentabilidade abrange desde a concepção do projeto, com
atender condições de conforto e higiene. As aberturas
corresponder a no mínimo 1/8 da área do piso. Para o
as implicações de ordem espacial e técnica, a construção de
devem atender à proporção indicada na equação [...],
cômputo desta área é considerada apenas a área passível
Em que:
edifícios, o tratamento dos resíduos, o uso dos materiais, a
(RTQ-R, 2012, p. 29),
de desobstrução total, excluindo caixilhos. O acesso
P: profundidade do ambiente (m);
logística construtiva, o aspecto social dos trabalhadores, até
à iluminação natural em cozinhas, áreas de serviço/
ha: distância medida entre o piso e a altura máxima da
o seu ciclo de vida, manutenção e demolição. Os estudos
lavanderias e na maioria dos banheiros, com exceção
abertura para iluminação (m), excluindo caixilhos.
de Ken Yeang (2006) são referências importantes, pois eles
123
124
ilustram a complexidade que o uso do termo “sustentabili-
Quase metade da energia elétrica consumida no País é
dade” na arquitetura pode adquirir. Para o arquiteto malaio,
usada nos edifícios, seja em iluminação, seja no condiciona-
o edifício deve ser concebido como ser vivo e inserido numa
mento térmico dos ambientes ou no funcionamento de ele-
matriz inspirada nas cadeias alimentares.
trodomésticos. Portanto, além de grandes investimentos na
No processo de concepção, construção, uso e manuten-
melhoria da captação de água, da produção de energia, e da
ção do edifício e seu fim são considerados os aportes ener-
educação da população urbana a respeito do uso sustentável
géticos que o sustentam. A matriz ao lado sintetiza a energia
de recursos naturais é necessário que o projeto arquitetônico
necessária à construção do edifício, à sua manutenção, as
esteja comprometido com este princípio.
trocas que realiza com o meio em que se encontra. Esse
Cientes dos limites do que propomos, consideramos
tipo de avaliação é de fato uma grande contribuição para as
como princípio de avaliação o uso sustentável de recursos
questões ambientais. Mas considerar abordagens semelhan-
naturais, restringindo-nos ao de controle do consumo de água
tes como condição necessária para uma boa qualidade das
e energia na fase de uso das residências. Nos projetos de
construções de habitação de interesse social reprovaria toda
habitação de interesse social, em especial, pode-se verificar a
a experiência que até o momento se realizou no País. Por esta
eficiência no consumo de energia e água por meio da especi-
razão, buscou-se um mínimo de exigência a considerar no
ficação de componentes economizadores de energia e água,
âmbito da metodologia de avaliação da qualidade do projeto
entre os quais podemos lembrar os sensores de presença, as
de arquitetura que ora se apresenta. Tomamos por documento
minuterias ou lâmpadas eficientes, medidores individuais de
de referência o Guia do Selo Casa Azul.
gás e de água e especificação de bacias sanitárias dotadas
Considerando os 53 critérios apresentados nesse docu-
L11
L12
L21
L22
de sistema de descarga econômico.
mento, organizados em seis categorias, elegemos, além dos
Ou por meio da previsão da implementação de sistemas
obrigatórios, outros que podem mais facilmente ser respon-
alternativos economizadores de energia e recursos naturais,
didos pelos construtores das moradias. Ressalta-se que as
como: aquecimento solar com reservatório acoplado com
categorias referidas limitam-se àquelas que dizem respeito à
volumes mínimos proporcionais à quantidade de dormitórios
sustentabilidade do edifício, como objeto a ser construído e
da residência, coletores e reservatórios de água pluvial e
nas demandas sociais que lhe são inerentes. Essas implicam
sistema de aproveitamento de águas pluviais com dispositivo
incluir os trabalhadores do canteiro de obras, assim também
de descarte de águas iniciais, entre outros sistemas.
como seus futuros moradores. A água potável e a energia elétrica, recursos necessários para a sobrevivência humana, dão suporte ao modo de vida
2.2.5 acessibilidade
contemporâneo. A vida urbana, confortável e prática depende diretamente do acesso a esses recursos. Sua produção ocorre
O princípio da Acessibilidade baseia-se nos propósitos ex-
com grandes custos para a natureza – sua fonte original é
pressos na Norma Brasileira NBR 9050, que visa a proporcionar
finita. Racionalizar o seu consumo é uma das melhores for-
“[...] à maior quantidade possível de pessoas, independente-
mas de garantir que os recursos estarão sempre disponíveis.
mente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percep-
L11 = trocas energéticas externas L22 = trocas energéticas internas L12 = trocas do meio externo com o interno L21 = trocas do meio interno com o externo (YEANG, 1999)
126
ção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente,
direta e fácil, pois o morador responderá à avaliação a partir de
edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos”.
sua experiência de habitar a nova casa.
Cabe frisar que para responder aos selos de qualidade da Caixa
Ambas as circunstâncias, portanto, consideram que um prin-
Econômica Federal é necessário que, do total de unidades do
cípio básico da avaliação da qualidade do projeto de arquitetura
empreendimento, 3% respondam às exigências da NBR 9050.
é dado a partir do ponto de vista do usuário (GARVIN,1992).
Como esta norma é muito abrangente e detalhada, selecio-
Com base nesse princípio, a avaliação da qualidade focaliza o
nou-se o que especificamente diz respeito ao espaço arquitetô-
produto, o usuário e a produção. Para isso são estabelecidas
nico, sendo as questões relativas ao espaço urbano tratados em
combinações das dimensões de desempenho, características,
capítulo próprio. O espaço arquitetônico compreende o interior
confiabilidade, conformidade, durabilidade, atendimento, estética
dos edifícios e os espaços de uso coletivo.
e qualidade percebida. A abordagem baseada no produto relacio-
quadro 2.8
quadro síntese - qualidade do projeto arquitetônico
princípios
critérios
indicadores
flexibilidade
adaptabilidade às neces-
possibilidade de alteração de usos e expansão
sidades do usuário
funcionalidade habitabilidade
atendimento às principais
existência e correto dimensionamento dos ambientes segundo a norma de
necessidades humanas
desempenho
instalações prediais
existência de sistema domiciliar de abastecimento de água, energia elétrica e gás,
adequadas
coleta de esgoto, escoamento de águas pluviais e segurança contra incêndio
Dessa forma, para o interior da residência, consideramos
na as dimensões de desempenho, características e durabilidade.
como indicador o correto dimensionamento dos elementos
A abordagem baseada no usuário fundamenta-se na dimensão
construtivos, com atenção às portas, circulação, rampas, pa-
estética e qualidade percebida. Para os objetivos da avaliação do
tamares, sanitários e dimensão de dormitórios.
produto unidade habitacional são aplicáveis os focos no produto e
conforto ambiental
adequada utilização de estratégias de condicionamento térmico passivo, orien-
No espaço coletivo, o indicador adotado foi a sinalização
no usuário. No caso da metodologia proposta, consideramos que
satisfatório
tação e proteção solar de ambientes e composição dos elementos construtivos
específica, verificada em portas de sanitários e sinalização tátil
o produto foi contemplado na avaliação dos princípios anteriores,
nos percursos, além de sua presença nos banheiros adaptados,
cabendo, portanto, considerar a avaliação por parte do usuário.
portas, rampas.
adequado desenho e dimensionamento das aberturas e especificação de
Assim, incluímos a apreciação da qualidade arquitetônica a
dispositivos para ventilação e iluminação conforme RTQ-R
partir da ótica do usuário, envolvendo as dimensões da estética
2.2.6 satisfação do usuário
e da qualidade percebida. A consulta sobre o grau de adequação
estanqueidade à
adequada impermeabilização de componentes construtivos, escoamento e
da moradia às necessidades da família e de sua beleza indica o
umidade
proteção contra infiltração de água em áreas molhadas e cobertura
eficiência de consumo
especificação de componentes economizadores de energia e água e medição
de energia e água
individualizada
nível de satisfação. As necessidades da família estão relacionadas A qualidade de projeto arquitetônico, além de responder
à existência dos ambientes para o acolhimento das diferentes
aos parâmetros técnicos, conceituais e legais aplicáveis, deve
atividades humanas e a particularidades relativas a hábitos e
igualmente considerar a Satisfação das expectativas dos usuá-
modos de vida. A satisfação com a beleza encontra-se no âmbito
rios. Consideramos duas possibilidades para a avaliação deste
da subjetividade do usuário.
uso sustentável de recursos naturais
sistemas alternativos economizadores de energia e recursos naturais.
princípio. A primeira antes de a residência estar construída e a
Os princípios e critérios apresentados são os que permane-
segunda, quando estiver pronta e habitada. No primeiro caso, a
ceram na versão final da metodologia depois de ter sido posta
avaliação recai sobre o entendimento que o morador tem de sua
à prova. Com este último princípio, fechamos a metodologia de
norma técnica brasileira nbr 9050
futura casa, o que pode ser aferido pelos documentos que lhe
avaliação da qualidade do projeto de arquitetura que apresenta-
para o total das unidades
são oferecidos, tais como cadernos informativos com desenho
mos a seguir, na forma de quadros-sínteses de razoável amplitude,
facilmente legíveis de tal forma a garantir a compreensão funcional
todavia, de fácil leitura.
da casa, suas possibilidades de uso e sua qualidade plástica.
Apresentamos a seguir a ferramenta operacional completa da
No caso da segunda, com a moradia pronta, a avaliação é mais
Metodologia de Avaliação da Qualidade de Projeto Arquitetônico.
acessibilidade
satisfação do usuário
atendimento das exigências da
efetividade da concepção
corretos dimensionamentos de elementos construtivos e sinalização
satisfação do usuário com a adequação da moradia
de projeto Satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
127
128
2.2.6 ferramenta operacional consolidada
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
s | n | na
c) preparação de alimentos
princípios flexibilidade
critérios
indicadores
verificadores
s | n | na
espaço de utilização *
s | n | na
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
s | n | na
adaptabilidade às neces-
possibilidade de
cômodos neutros
s | n | na
d) higiene pessoal
sidades do usuário
alteração de usos e
previsão de espaço de trabalho
s | n | na
mobiliário mínimo exigido pela norma *
s | n | na
- ver figura 2.1 adaptabili-
expansão
independência entre vedação e estrutura
s | n | na
espaço de utilização *
s | n | na
cobertura permite ampliação
s | n | na
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
s | n | na
da-de e ampliabilidade
e) limpeza e manutenção geral
ampliação sem prejuízo da iluminação e ventilação
s | n | na
mobiliário mínimo exigido pela norma *
s | n | na
fossa e sumidouro dimensionados prevendo-se
espaço de utilização *
s | n | na
ampliação da unidade habitacional – anexo qua-
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
s | n | na
natural dos ambientes internos
dro de dimensionamento de fossa
s | n | na
f) estudo e atividades afins
previsão de novos circuitos elétricos
s | n | na
mobiliário mínimo exigido pela norma *
s | n | na
espaço de utilização *
s | n | na
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
s | n | na
previsão de ampliação da capacidade de armazenamento de água potável
s | n | na
altura mínima de pé-direito direito para
manual de utilização da habitação com alternativas de expansão da unidade habitacional
funcionabilidade
mobiliário mínimo exigido pela norma *
s | n | na
corredores é de 2,30 m
habitabilidade
atendimento às principais
existência e correto
a.1) repouso dormitório do casal
necessidades humanas
dimensionamento
mobiliário mínimo exigido pela norma *
s | n | na
* ver figura 2.2 e quadros
dos ambientes
espaço de utilização *
2.1, 2.2 e 2.3
segundo a norma
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
de desempenho
instalações prediais ade-existência de sistema domi-
projeto de segurança contra incêndio
quadas
ciliar de abastecimento de
aprovado nos órgãos competentes
s | n | na
s | n | na
água, energia elétrica e gás,
rede pública de abastecimento de água
s | n | na
s | n | na
coleta de esgoto, escoa-
poço
s | n | na
a.2) repouso dormitório 2 pessoas
mento de águas pluviais e
rede pública de coleta de esgoto
s | n | na
mobiliário mínimo exigido pela norma *
segurança contra incêndio
sistema alternativo
s | n | na
adequada utilização de
zona 4 e 6 (estratégias
existência de sombre-
estratégias de condicio-
de condicionamento
amento das aberturas
namen-to térmico passi-
térmico passivo a serem
verão: h) resfriamento evaporativo
analisadas pela zona
e massa térmica para resfriamento
bioclimática específica)
s | n | na
espaço de utilização *
s | n | na
conforto ambiental
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
s | n | na
satisfatório
a.3) repouso dormitório 1 pessoa
s | n | na
mobiliário mínimo exigido pela norma *
s | n | na
vo, orientação e proteção
espaço de utilização *
s | n | na
solar de ambientes e
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m
s | n | na
composição dos elemen-
verão: j) ventilação seletiva (nos
tos construtivos
períodos quentes em que a tem-
b) convívio familiar e social
s | n | na
mobiliário mínimo exigido pela norma *
s | n | na
peratura interna seja superior à
espaço de utilização *
s | n | na
externa)
s | n | na
129
130
princípios habitabilidade
critérios
indicadores
verificadores
adequado desenho e dimen-
zona
ambientes
sionamento das aberturas e
anexo 3 - quadro
sala de estar
especificação de dispositivos
de desconto das
quarto 1
para ventilação e iluminação
esquadrias RTQ-R
quarto 2
conforme RTQ-R.
zona 4 e 6: aberturas
cozinha
conforto ambiental
adequada utilização de
zona 4 e 6 (estratégias
inverno: b) aque-
satisfatório
estratégias de condicio-
de condicionamento
cimento solar da
namento térmico passivo,
térmico passivo a serem
edificação
orientação e proteção solar
analisadas pela zona
inverno: c) vedações
médias em que a≥ 7%
de ambientes e compo-
bioclimática específica)
internas pesadas (inér-
da área do piso
s | n | na
atendimento à porosi-
fachadas
dade mínima de 20%
fachada 1
s | n | na
para pelo menos 2 das
fachada 2
fachada leste
s | n | na
fachadas (RTQ-R)
fachada 3
rios) recebem insolação direta
fachada sul
s | n | na
durante o inverno.
fachada oeste
s | n | na
cia térmica)
sição dos elementos construtivos
s | n | na
zona 4 e 6: as aberturas dos
cômodos
cômodos de permanência
fachada norte
prolongada (salas e dormitó-
proteção cômodos
s
n
ângulo antende
ñ antende
atende
ñ atende
atende
ñ atende
fachada 4 A2/A1 ≥ 0,25 em que: A1: somatório das áreas de aberturas para ventilação localizadas nas fachadas da orientação
quartos
com maior área de abertura para ventilação (m²)
salas
A2: somatório das áreas de aberturas para
cozinha
ventilação localizadas nas fachadas das demais
banheiro
orientações (m²)
serviço
zonas
pelo menos 50% dos banheiros, com exceção
antende
ñ antende
de lavabos, devem possuir ventilação natural.
correta composição da parede segundo
utilização de dispositivos especiais (como
a norma 15.575/selo casa azul caixa
venezianas móveis, peitoris ventilados, torres de
ver anexo 3: quadro 3, 3.a e 4 zona 4 e
vento e outros), que favoreçam o desempenho da
6: absortância ≤ 0,6 u ≤ 3,7 w/m2.k
ventilação natural, da incidência de chuvas e dos
absortância > 0,6 u ≤ 2,5 w/m2.k
raios solares e a manutenção da privacidade
zonas
s | n | na
antende
ñ antende
s | n | na
s | n | na
na zona bioclimática 8, as aberturas intermediárias
correta composição da cobertura se-
(portas, rasgos, etc.) devem apresentar permeabi-
gundo norma 15575/selo azul caixa
lidade em relação à circulação do ar, quer seja na
ver anexo 3: quadro 3.b e 5 zona 4 e 6:
própria folha da esquadria, quer na forma de ban-
absortância ≤ 0,6 u ≤ 2,3 w/m2.k
deiras móveis ou rasgos verticais. a área livre desses
absortância > 0,6 u ≤ 1,5 w/m2.k
componentes deve corresponder a, no mínimo, 30% da área da abertura intermediária quando esta estiver fechada e devem ser passíveis de fechamento
s | n | na
131
132
princípios habitabilidade
critérios
indicadores
verificadores atende
estanqueidade a
adequada impermeabili-
existência de impermeabilização da fundação
umidade
zação de componentes
apresentação de barras de impermeabilização em
construtivos, escoamento e
regiões sujeitas à deposição de água
ñ atende
s | n | na s | n | na
conforto ambiental
adequado desenho e
1 - aberturas para
ambientes
satisfatório
dimensionamento das
iluminação natural em
sala de estar
proteção contra infiltração
existência de impermeabilização do contrapiso das
aberturas e especifica-
ambientes de perma-
quarto 1
de água em áreas molha-
áreas externas e molhadas.
ção de dispositivos para
nência prolongada:
quarto 2
das e cobertura
existência de caimento
pisos externos => 0,5%
s | n | na
ventilação e iluminação
a soma das áreas de
adequado de piso:
pisos internos => 0,5 a 1%
s | n | na
conforme RTQ-R.
aberturas deve corres-
box chuveiro => 1 a 2%
s | n | na
s | n | na
ponder a, no mínimo,
pias de cozinha e lavatórios: especificação de
1/8 da área do piso
rodabanca e azulejo
atende
ñ atende
s | n | na
2 - aberturas para
ambientes
iluminação natural
cozinha
secas demarcadas por soleira.
s | n | na
em cozinhas, área de
a. de serviço
inclinação adequada dos telhados
s | n | na
diferença de nível entre áreas molhadas e áreas
serviço e lavanderias:
cobertura em telha cerâmica: especificação de
a soma das áreas de
rufos e beiral mínimo
aberturas deve corres-
cobertura em telha plana: especificação de rufos e
ponder a, no mínimo,
pingadeiras
1/10 da área do piso
especificação e detalhamento dos encontros entre
atende
refletância do teto deve
ñ atende
cômodos
didade do ambiente e a
salas
altura da abertura: p≤ 2,6 h
cozinha (em cozinha
p = profundida-
integrada com área
de do ambiente
de serviço, conside-
h = altura do piso ao topo
rar a profundidade
da janela
dos dois ambientes). s | n | na
s | n | na
s | n | na
quartos antende
ñ antende
uso sustentável de recursos naturais
esquadrias
s | n | na
estanqueidade a águas pluviais na cobertura
s | n | na
pingadeiras e/ou frisos nas fachadas
s | n | na
inclinação e pingadeira em peitoril nas janelas
s | n | na
diferença de nível na soleira da porta de entrada
s | n | na
eficiência de consu-
especificação de compo-
sensores de presença, minuterias ou lâmpadas
mo de energia e água
nentes economizadores de
eficientes em áreas comuns dos condomínios
energia e água e medição
medidores individuais de gás, certificados pelo
individualizada.
inmetro, para todas as unidades habitacionais
s | n | na
sistema de medição individualizada de água
s | n | na
janelas: a cota do peitoril deve estar
especificação em todos os banheiros e lavabos,
posicionada a, no máximo, 100,cm do
de bacia sanitária dotada de sistema de descarga
piso interno, e a cota da testeira do vão
com volume nominal de seis litros e com duplo
no máximo a 220 cm a partir do piso
acionamento (3/6 L)
interno
s | n | na
planos de telhados, calhas, rufos, pingadeiras e
ser maior que 60%. relação entre a profun-
s | n | na
s | n | na
s | n | na
133
134
princípios
critérios
indicadores
verificadores
sanitários
135
as barras de apoio devem ter diâmetro de 3 cm e distante a 4,5cm da parede.
uso sustentável de recursos naturais
eficiência de consu-
sistemas alternativos eco-
unidades habitacionais dotadas de sistema individual
mo de energia e água
nomizadores de energia e
de aquecimento solar com reservatório acoplado
recursos naturais
casa com 1 a 2 dormitórios, reservatório do
cm) a uma altura de 46 cm do chão
sistema de aquecimento solar com capacidade
lavatório com barra de proteção a 80 cm
mínima de 200 litros
dentro do box do chuveiro deverá ter um
s | n | na
banco de dimensões mínimas (45 x 70
s | n | na
existência de barras de apoio auxiliando
de aquecimento solar com capacidade mínima
a utilização de pias, bacias sanitárias e
s | n | na
coletores e reservatórios de água pluvial
s | n | na
atendimento das
corretos dimensionamen-
exigências da Norma
tos de elementos construti-
Técnica Brasileira
vos e sinalização
s | n | na
chuveiros dimensiona- área de manobra em 360º com raio de
sistema de aproveitamento de águas pluviais com
acessibilidade
s | n | na
do chão
casa com 3 dormitórios, reservatório do sistema
de 250 litros
s | n | na
mento dos
150 cm
dispositivo de descarte de águas iniciais
s | n | na
dormitórios
portas
vão livre mínimo de 80 cm
s | n | na
portas de
informação visual, localizada no centro da
demarcação nítida de soleiras
s | n | na
sanitários
porta ou na parede adjacente
circulação
largura útil entre 90 cm e 120 cm
s | n | na s | n | na
devidamente sinalização tátil em braile ou texto em
NBR 9050 para o
(corredores, rampas e escadas)
s | n | na
sinalizadas
relevo
total das unidades
rampas
s | n | na
sinalização
sinalização tátil direcional em áreas de circu-
tátil nos
lação na ausência ou interrupção da guia de
percursos
balizamento ou da linha-guia identificável
inclinação máxima de 8,33% largura da rampa recomendada entre 120 cm e 150 cm
s | n | na s | n | na
perpendicularmente ao sentido de deslocamento (faixa tátil direcional), nas seguintes situações:
existência do prolongamento do
portas
s | n | na
corrimão
s | n | na
no início e término de escadas e rampas
Piso antiderrapante nas rampas
s | n | na
ao longo de toda a extensão onde houver
maçanetas do tipo alavanca e puxador horizontal
sanitários
s | n | na
a existência de piso tátil de alerta implantado
comprimento do patamar no mínimo de 150 cm
s | n | na
s | n | na
medida de área ideal para box de bacia sanitária 150 L x 170 C
s | n | na
satisfação
efetividade da con-
satisfação do usuário com
atendimento
atende
atende
atende
do usuário
cepção de projeto
a adequação da moradia
às necessida-
satisfato-
parcial-
insatisfato-
des da família
riamente
mente
riamente
altura da descarga de 1,00 do seu eixo
s | n | na
satisfação do usuário com
beleza da mora-
box chuveiro: largura mínima livre de 90
a dimensão estética da
dia quanto aos
x 90 cm.área de transferência: avanço
moradia
aspectos físicos
ao piso
da parede de 30 cm
s | n | na
risco de queda
s | n | na
da construção
136
2.3
137
considerações à avaliação da qualidade de projeto arquitetônico Os princípios apresentados, desdobrados em critérios,
em gráficos simples, como os do tipo “pizza”, que depois
indicadores e verificadores, foram organizados em qua-
podem ser unidos em um único, cujo objetivo é visualizar
dro-síntese objetivando a construção de um instrumento
o desempenho global da qualidade de projeto.
orientador da avaliação e monitoramento da qualidade do
Consideramos importante demonstrar o desempenho
projeto arquitetônico. Para aplicá-lo é preciso primeiramente
específico de cada princípio, assim como o do conjunto
que toda a documentação técnica exigida pelas Normas
formado por eles. Vale ressaltar que os gráficos resultam
Brasileiras 13531 esteja reunida e disponível para os avalia-
de uma soma numérica de respostas SIM, NÃO E NÃO
dores7. Para refinar o que propusemos, submetemos nosso
SE APLICA aos verificadores de cada princípio, ou seja,
instrumento a testes que nos permitissem avaliá-lo. Esta
o 100% de cada gráfico corresponde ao número total de
experiência demonstrou a necessidade de simplificação do
verificadores que cada princípio possui, e esse número de
quadro, implicando a exclusão de critérios que demandariam
verificadores pode variar de um princípio para o outro.
notas de rodapé 3. Região geográfica homogênea quanto aos elementos climáticos que interferem nas relações entre ambiente construído e conforto humano
conhecimentos teóricos mais exigentes, como, por exemplo,
As sucessivas simplificações permitiram atingir um re-
noções de topologia. Além dessa decisão, revisamos os
sultado mais sintético. Mesmo assim, é importante ressaltar
4. Transmitância térmica (U) [W/(m²K)] é a transmissão de calor em unidade de tempo e através de uma área unitária de um elemento ou
textos para que, de maneira mais econômica, eles pudes-
que sua aplicação demandaria a preparação prévia de seus
componente construtivo; neste caso, dos vidros e dos componentes opacos das paredes externas e coberturas, incluindo as resistências
sem comunicar objetivamente seu conteúdo. A verificação
executores. Isto poderia ser feito a partir de treinamentos
superficiais interna e externa, induzida pela diferença de temperatura entre dois ambientes (RTQ-R, p.13).
da metodologia foi, portanto, orientada pela preocupação
e cursos preparatórios que poderiam ser ministrados a
5. Para o RTQ-R, porosidade é a relação entre as áreas efetivamente abertas para ventilação e as áreas impermeáveis à passagem do vento.
com sua aplicação, que possivelmente será feita pelos
distância, ou mesmo por meio de material didático auto-
6. Para o RTQ-R, porosidade é a relação entre as áreas efetivamente abertas para ventilação e as áreas impermeáveis à passagem do vento.
agentes públicos, responsáveis pelo financiamento e gestão
explicativo, como são exemplos os bons tutoriais. Somente
7. Desenhos: planta geral de implantação, planta de terraplenagem, cortes de terraplenagem, plantas de coberturas, plantas de pavimento,
das moradias. Na aplicação do quadro, os percentuais de
com pessoal devidamente preparado, competente para
cortes, elevações, plantas, cortes e elevações de ambientes especiais, detalhes (plantas, cortes, elevações e perspectivas) de elementos da
respostas aos verificadores SIM, NÃO ou NÃO SE APLI-
aplicação e leitura dos resultados da metodologia proposta,
edificação e de seus componentes construtivos ( portas, janelas, bancadas, grades, forros, beirais, parapeitos, revestimentos e seus encon-
CA permitem visualizar um cenário de desempenho para
poder-se-ia vislumbrar uma alteração positiva no quadro
tros, impermeabilização e proteções).
cada princípio (contabilizando seus respectivos critérios e
que hoje se desenha acerca das políticas habitacionais de
Textos: memorial descritivo da edificação, memorial descritivo dos elementos da edificação, das instalações prediais (aspectos arquitetôni-
indicadores), apontando o grau de desempenho da con-
âmbito nacional.
cos), dos componentes construtivos e dos materiais de construção, memória quantitativa dos componentes construtivos e dos materiais de
cepção arquitetônica. As respostas podem ser traduzidas
de acordo com a NBR 15220-3.
construção, perspectivas (opcionais), maquetes (opcionais), fotografias etc. (opcionais), recursos audiovisuais (opcionais).
138
listas de figuras e quadros
IKEDA, Débora Félix R. Análise de projeto com foco em iluminação natural: aprimoramento e validação de um método. 2012. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, 2012.
Figura 2.1 Adaptabilidade e Ampliabilidade
p.105
Figura 2.2 Rigor dimensional / Mobiliário com áreas de circulação
p.106
JOHN, Vanderley Moacyr; Prado, Racine Tadeu A. (Coord.). Boas práticas para habitação mais sustentável. São Paulo: Páginas & Letras,
Figura 2. 3 Zoneamento bioclimático brasileiro (NBR 15220-3)
p.115
2010.
Quadro 2.1 Disponibilidade de espaço para o mínimo necessário de móveis/equipamentos-padrão (Tabela F1/ NBR 15575)
p.108
Quadro 2. 2 Dimensões mínimas de mobiliário e circulação (Quadro F.2/ABNT – NBR 15575)
p.109
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
Quadro 2. 3 Disponibilidade de Espaço para Inclusão de Novo Mobiliário
p.113
Regulamento Técnico da Qualidade – RTQ para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais. Brasília: MDIC, 2012.
Quadro 2. 4 Transmitância térmica da cobertura (NBR 15220-3)
p.116
Quadro 2. 5 Transmitância térmica de paredes externas NBR 15220-3)
p.116
PAIVA, Alexandra Luísa Severino de Almeida e. Habitação flexivel: analíse de conceitos e soluções. Lisboa: Faculdade de Arquitectura da
Quadro 2. 6 Ângulos mínimos indicados para protetores solares para a cidade de Brasília (Fonte: BRASIL, 2010)
p.117
Universidade Técnica de Lisboa, 2002.
Quadro 2. 7 Percentual de áreas mínimas para ventilação em relação à área de piso (Fonte: adaptado de NBR 15575-4, ABNT, 2013)
p.119
Quadro 2. 8 Quadro Síntese - Qualidade do Projeto Arquitetônico
p.125
PALERMO, C. E. Habitação social: uma visão projetual. In: COLÓQUIO DE PESQUISAS EM HABITAÇÃO “COORDENAÇÃO MODULAR E MUTABILIDADE”, 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: EAUFMG, abr. 2007. Disponivel em: <http:/www.arq.ufmg.br/mom/coloquio-
referências
mom/>. Acesso em: 17 abr. 2013. PILLOTO NETO, Egydio. Cor e iluminação nos ambientes de trabalho. São Paulo: Liv. Ciência e Tecnologia,1980.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15220-3. Desempenho térmico de edificações. Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e estratégias de condicionamento térmico passivo para habitações de interesse social. Rio de Janeiro: ABNT, 2005
RIBCZYNKI, Witold. Casa: pequena história de uma ideia. Tradução de Betina von Staa. Rio de Janeiro: Record, 1996
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575. Edificações habitacionais: desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
AMORIM, Cláudia Naves David. Paranoá: Cadernos em Arquitetura e Urbanismo 3. (número temático Luz Natural). Brasília: PPG/FAU, UnB,
Tecnologia – INMETRO Portaria n.º 449 , de 3 de outubro de 2014.
2007. YEANG, Ken. Proyectar com la naturaleza. Barcelona: Gustavo Gili, 2006. BITTENCOURT, Leonardo. Uso das cartas solares: diretrizes para arquitetos. Maceió: EdufaL, 2004. BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo: Fapesp, 1998. BROWN, G. Z.; DEKAY, Mark. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Tradução de Alexandre Ferreira da Silva. Porto Alegre: Bookman, 2004. GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva, Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992.
139
qualidade construtiva
Mรกrcio Buson Vanda A. G. Zanoni
142
3.1 introdução
Os ciclos avaliativos devem permear todo o ciclo de vida do empreendimento, de forma contínua, integrada e sistematizada
A metodologia de monitoramento e avaliação da qua-
diversas fases e etapas do ciclo de vida do empreendimento.
lidade construtiva, aqui apresentada, é resultado de uma
Os ciclos avaliativos devem permear todo o ciclo de
série de etapas cumpridas ao longo dos processos de con-
vida do empreendimento, de forma contínua, integrada e
cepção, desenvolvimento, aplicação piloto e consolidação
sistematizada (Figura 3.1), retroalimentando o processo de
da metodologia, como uma ferramenta concebida para
melhoria da qualidade construtiva nas diversas esferas de
ser capaz de avaliar a qualidade construtiva, na fase de
responsabilidade (institucional, empresarial e do usuário).
uso, das unidades habitacionais produzidas por meio do
A metodologia proposta, neste capítulo, enquadra-se
Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), em todo o
no desenvolvimento de uma ferramenta que visa avaliar
território nacional.
o produto na escala da unidade habitacional, na etapa de
Os empreendimentos de habitação de interesse social
uso, operação e manutenção (Etapa 7 da Figura 3.1), sem,
apresentam grande variabilidade, tanto no processo de
no entanto, deixar de considerar aspectos das etapas an-
produção como nos produtos. Vários pesquisadores, entre
teriores e posterior.
eles Formoso et al. (2003), Formoso e Ino (2003), Picchi
O objetivo é avaliar o produto na fase de uso, isto é,
(1993), Souza e Abiko (1997), Ioshimoto (1998), Barros Neto
avaliar a qualidade da produção habitacional após certo
(1999), Sabbatini (2003), Fiess et al. (2004), Bartz (2007),
período de vida útil em serviço. Sugere-se que a avaliação
Richter (2007), Zanoni e Basso (2007, 2009), Berr e Formo-
seja realizada entre dois e cinco anos de uso da unidade
so (2012), Balbim et al. (2012), Thomaz e Del Mar (2013),
habitacional, ainda dentro dos prazos de garantia legal.
discutem aspectos da complexidade da cadeia produtiva
O período proposto para a realização das avaliações,
da construção e da diversidade dos contextos regionais e
por meio de vistorias, na fase pós-ocupação, atende às
locais, a grande incidência de manifestações patológicas, a
exigências da NBR 15575-1 quanto aos prazos mínimos
ausência ou deficiência de mecanismos sistematizados para
decorridos para as avaliações de campo: “Do ponto de
monitoramento e avaliação da qualidade construtiva, nas
vista da durabilidade, as avaliações de campo só devem
figura 3.1 Sistematização das fases e etapas dos ciclos avaliativos
fase 1
agentes institucionais
fase 2
agentes empresariais
fase 3
etapa 1
políticas habitacionais
etapa 2
instrumentos das políticas habitacionais: planos, programas, ações e atividades
etapa 3
planejamento e concepção
etapa 4
projetos
etapa 5
produção
etapa 6
entrega do produto
etapa 7
uso, operação e manutenção (pós ocupação)
etapa 8
final da vida útil do projeto
usuários
144
ser aceitas se a construção ou instalação tiver ocorrido há pelo menos dois anos” (ABNT, 2013). A concepção desta metodologia foi fundamentada no conjunto de normas brasileiras, principalmente, no conjunto de normas NBR 15575 – Edifícios Habitacionais – Desempenho (ABNT, 2013). As normas de desempenho constituem-
3.2 fundamentação conceitual
se, no estágio atual, na mais importante base referencial de critérios para a qualidade construtiva na produção habitacional brasileira. Visto que as normas de desempenho reportam-se às outras normas brasileiras, por vinculação, considera-se que as normas citadas também integram a base referencial para a avaliação da qualidade construtiva.
A qualidade construtiva pode ser entendida como a
Os princípios, critérios, indicadores e verificadores se-
ausência de defeitos, a conformidade com os requisitos (es-
lecionados para compor esta metodologia de avaliação e
pecificações) e a adequação ao uso. A ausência de defeitos
monitoramento foram baseados em referenciais consagra-
e o atendimento aos requisitos estabelecidos junto ao cliente
dos na área da qualidade construtiva, entre eles Formoso e
podem ter um impacto positivo em termos de diminuição
Ino (2003), Ornstein e Romero (1992), Formoso et al. (2003),
dos custos e redução no número de reclamações, aumen-
Picchi (1993), Wood Jr. e Urdan (1994), Souza e Abiko (1997),
tando a satisfação dos usuários. A adequação ao uso mostra
Juran e Godfrey (1998), Arditi e Gunaydin (1999), Abiko e
que as necessidades e as expectativas dos clientes foram
Ornstein (2002), Roméro e Ornstein (2003), IEE/PUCSP
atendidas, gerando satisfação (JURAN; GODFREY, 1998).
(2006), Mitidieri, Cleto e Weber (2007), Bartz (2007), Richter
Para Garvin (1992) a qualidade é obtida quando são
(2007), Berr e Formoso (2012), Brasil (2004, 2014), Thomaz
preenchidos os seguintes quesitos: desempenho, carac-
e Del Mar (2013).
terísticas especificadas, durabilidade, atendimento aos
Este capítulo foi estruturado de forma a apresentar as
requisitos, estética, qualidade percebida, conformidade e
principais partes que constituem uma metodologia, a saber:
confiabilidade. Para Arditi e Gunaydin (1999), o atendimento
princípios, critérios de análise, indicadores e seus verifi-
aos requisitos deve satisfazer as expectativas do usuário, os
cadores, meios de verificação, instrumentos de coleta de
atributos e especificações dos projetos, dos construtores e
dados, procedimentos e critérios de avaliação dos dados
das exigências legais.
e forma de apresentação dos resultados.
Considera-se que a população atendida pelos programas de interesse social, principalmente da faixa 1, possui baixa capacidade de se posicionar em relação às dimensões da qualidade, porque dispõe de pouca referência ou experiência vivenciada quanto à qualidade de uma construção. Parte da produção habitacional de interesse social atende
145
146
a uma população oriunda de áreas de extrema precarieda-
e corretiva da unidade habitacional, a serem realizadas
de do habitat, em condições inadequadas de salubridade
ao longo da vida útil da edificação, para conservar a sua
ambiental, oriunda de áreas de risco ou de irregularidade
capacidade funcional e de seus sistemas constituintes, de
urbanística, além de baixo nível de instrução. Assim, no
forma a garantir o tempo de vida útil previsto em projeto. A
que tange à qualidade, essas populações exercitam baixo
adequação ao uso, assim como as demandas por manuten-
nível de exigência, pois não possuem experiência anterior
ção, está diretamente relacionada à qualidade construtiva.
ou conhecimento tácito para avaliar comparativamente o
A qualidade construtiva dos empreendimentos de inte-
produto adquirido. Por isso, a metodologia apresentada
resse social e de suas unidades habitacionais começa a ser
neste trabalho está ancorada na avaliação dos resultados do
delineada quando são estabelecidas, no âmbito da esfera
produto final, na fase de pós-ocupação, quando se verifica
pública, as Políticas Habitacionais, seus programas, ações
o efetivo atendimento das necessidades dos usuários na
e instrumentos, que resultam em produtos habitacionais.
fase de uso, buscando tutelar uma população que apresenta
Esta fase caracteriza-se pela determinação dos condicio-
fragilidade na defesa das garantias de seus direitos.
nantes institucionais. Trata-se dos requerimentos indutores
Historicamente, as trincas e a umidade estão entre as
da qualidade construtiva da fase subsequente, que ocorre
principais patologias que ocorrem nas habitações de in-
sob a responsabilidade e interesses dos empreendedores.
teresse social. No entanto, com a entrada dos sistemas
Portanto, a qualidade construtiva não depende somente dos
construtivos inovadores devem-se avaliar outras ocorrên-
agentes empresariais, mas também das decisões tomadas
cias, além das trincas e umidade.
pelos agentes institucionais.
Considerando a falta de histórico de manutenção para os
No âmbito local e na escala do empreendimento, as
sistemas inovadores, os desembolsos financeiros requeridos
etapas de planejamento, concepção do produto, elaboração
para pagar os gastos com as operações e manutenções
de projetos, processo de produção e entrega do produ-
preventivas das edificações devem ser de conhecimento
to resultam em produtos de maior qualidade construtiva
dos intervenientes e devem ser explicitados nos contratos e
na medida em que os empreendedores (incorporadoras
outros documentos técnicos. As operações e manutenções
e construtoras) sejam aderentes aos compromissos com
preventivas geram custos que não são do conhecimento
a sistematização e controle de cada etapa do processo,
do usuário quando da escolha e aquisição do imóvel. Esse
buscando a efetividade e a melhoria contínua por meio da
equacionamento entre os custos de venda e os custos de
retroalimentação baseada na avaliação e monitoramento da
manutenção e operação exigidas pelo imóvel compõe o
sua produção. A rigor, essas fases caracterizam-se pelos
custo global da edificação e deve ser declarado para que
condicionantes econômicos e financeiros que exercem forte
o comprador possa fazer escolhas conscientes ao adquirir
influência nas decisões sobre o empreendimento. Portanto,
a sua casa própria.
a qualidade construtiva depende de uma maior exigência
A fase de uso, operação e manutenção envolve direta-
no cumprimento das obrigações e responsabilidades ine-
mente o usuário que passa a ter responsabilidades sobre
rentes aos construtores e incorporadores durante o prazo
as condições de ocupação e de manutenção preventiva
de garantia legal e ao longo da vida útil do imóvel.
a avaliação da produção habitacional deve ser um mecanismo de proteção ao consumidor e de monitoramento das construtoras
148
Os indicadores selecionados para compor esta meto-
toramento da qualidade construtiva não substitui, em ne-
dologia de avaliação da qualidade construtiva foram pen-
nhum momento, os procedimentos obrigatórios de Inspeção
sados com o propósito de servir como referência para a
Predial padronizados pelas normas brasileiras como uma
retroalimentação das políticas e ações visando à melhoria
exigência a ser cumprida pelos usuários. Os resultados
da produção de habitação de interesse social no país.
das avaliações da qualidade construtiva não devem ser
Normalmente, os indicadores de desempenho para as
usados como justificativa da ausência ou suspensão dos
etapas de planejamento, concepção de projeto e constru-
procedimentos padronizados de Inspeção Predial para ma-
ção do empreendimento são contemplados amplamente
nutenção das edificações que são obrigações normativas
pelos mecanismos dos sistemas de gestão da qualidade
dos proprietários e síndicos.
que operam nas fases que antecedem a entrega do empreendimento. Na etapa pós-entrega da unidade habitacional, cabe
3.3 princípios, critérios, indicadores e verificadores da qualidade construtiva
aos usuários exigir o atendimento às ocorrências (falhas ou danos), fazendo cumprir os aspectos legais dos prazos de garantia. A solução ágil das ocorrências depende da efeti-
Neste item são descritos os princípios e os critérios de
vidade dos mecanismos relacionados à assistência técnica
análise a serem considerados na avaliação dos indicadores
da construtora e do compromisso empresarial em cumprir
e seus verificadores. Para cada princípio são estabelecidos
as suas responsabilidades. Caso a assistência técnica não
os critérios de análise que norteiam as observações e as
seja tratada como prioridade na política da empresa, o
avaliações da qualidade construtiva. No Quadro 3.1 são
consumidor fica desprotegido.
apresentados os indicadores e seus respectivos verifica-
Por isso, a avaliação da produção habitacional deve
dores, e no Quadro 3.2 os meios de verificação e os instru-
ser um mecanismo de proteção ao consumidor e de mo-
mentos de coleta de dados adotados para a metodologia.
nitoramento das construtoras quanto ao atendimento às demandas de assistência técnica na fase pós-ocupação. Deve ser de interesse empresarial atender às solicitações ou reclamações do consumidor, preservando assim a sua
3.3.1 segurança da unidade
habitacional
imagem e as relações legais e contratuais com os agentes promotores.
Independente do sistema estrutural ou dos materiais
Os indicadores selecionados para esta metodologia
constituintes a unidade habitacional deve apresentar esta-
são sinalizadores de processo, portanto, o objetivo não é
bilidade e segurança da construção frente às cargas gra-
o rigor técnico da medição, considerando que os critérios
vitacionais, à ação do vento, ações decorrentes do uso e
de avaliação possuem muitos aspectos subjetivos para a
ocupação do imóvel ou outras condições de exposição,
avaliação.
apresentando durabilidade prevista de acordo com a vida útil
Esta proposta de metodologia para avaliação e moni-
de projeto, desde que as condições de uso e manutenção
149
150
especificadas sejam atendidas.
pessoas assim como a durabilidade do bem imóvel. As
necessidades de seus moradores. As intervenções, quando
são a vida útil e a manutenção das edificações. A durabilidade
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Segurança estrutural: a uni-
condições de habitabilidade melhoram a qualidade de vida
efetuadas, devem garantir as características e integridade
como expressão qualitativa da vida útil é representada por:
dade habitacional não deve apresentar danos que compro-
fortalecendo a dignidade dos moradores e as relações de
da habitação original.
metem a sua integridade estrutural, tais como:
pertencimento e propriedade necessárias para a valorização
a) Perda de estabilidade ou ruína no todo ou em qualquer uma de suas partes estruturantes; b) Presença de fissuras decorrentes de afundamentos ou recalques de fundação; c) Presença de fissuras excessivas em elementos estruturais, de vedação, entre os elementos de vedação ou entre
e conservação do bem imóvel. CRITÉRIO DE ANÁLISE – Estanqueidade: a unidade habitacional não deve apresentar umidade ou outros defeitos relacionados com a perda da estanqueidade. O comprometimento da estanqueidade é representado por:
A falta de adequação da unidade habitacional quanto aos aspectos funcionais relacionados à construção pode ser observada quando ocorrem:
montagem, no uso ou na manutenção bem como problemas
da família;
que não decorram do envelhecimento natural) de acordo com
b) Adaptações de materiais, componentes ou elemen-
como resultado de estados inaceitáveis de deslocamentos,
drecimento, mofo ou bolor, empolamento ou descascamento
da família (colocação de piso, instalações de sistemas de
deformações, impactos ou vibrações;
no revestimento ou pintura decorrentes da umidade;
comunicação, dispositivos de segurança, colocação de
tos decorrentes de rompimento, desencaixe ou falhas nas
subsistemas da edificação decorrente das deformações
ligações das instalações;
estruturais; e) Interações não previstas entre a edificação e o solo,
c) Infiltração por falhas nos sistemas de impermeabilização;
que podem provocar recalques de fundação, presença de
d) Umedecimento da edificação por falhas nos sistemas
afundamento ou trincas no sistema de piso no nível do solo;
de drenagem responsáveis pelo afastamento das águas
f) Presença de abaulamentos, descolamentos, empenamentos ou flechas excessivas em componentes ou elementos estruturais ou de vedação;
de chuva; e) Falhas de vedação nas interfaces ou ligações entre
g) Situação de sobrecarga em lajes, tetos ou parede
f) Infiltrações ou vazamentos por falhas ou ausência de detalhes construtivos que assegurem a estanqueidade de
inclusive aquelas ocasionadas por reformas inadequadas
partes do edifício, interfaces e juntas entre componentes
que geram cargas não previstas em elementos estruturais
(pingadeiras, rufos, selantes, etc.);
ou de vedação.
3.3.2 habitabilidade
grades de proteção);
a NBR 15575-1 (2013); c) Ausência de obsolescência funcional, de partes ou do todo, decorrente de estado insatisfatório de desempenho; d) Sistemas construtivos cujos materiais, componentes e elementos são compatíveis com as condições de exposição;
c) Modificações, extensões ou adaptações no sistema ou
e) Sistemas construtivos com detalhes construtivos, so-
dispositivos elétricos ou dispositivos hidrossanitários para
luções construtivas e dispositivos adequados para assegurar
melhor adequação às necessidades da família;
a vida útil de projeto;
d) Reformas: modificações internas sem acréscimo de área para melhor adequação às necessidades da família;
f) Condições ambientais sem alterações que afetem a vida útil de projeto, tais como mudanças do microclima, níveis de
e) Ampliações: reformas com acréscimo de área para
poluição no local, mudanças no entorno ao longo do tempo
ampliar a unidade habitacional acrescentando novos am-
(trânsito de veículos, rebaixamento do nível do lençol freático,
bientes ou aumentando os existentes.
obras de infraestrutura, expansão urbana etc.). CRITÉRIO DE ANÁLISE – Manutenibilidade: a manutenção
os diversos elementos ou componentes da construção;
ocasionada por mau uso ou mudança de uso ou função,
dades que se manifestam no produto em função de falhas
tos para melhor atender aos padrões e às necessidades
tos para melhor atender aos padrões e às necessidades
das esquadrias ou de outros componentes, elementos ou
b) Ausência de patologias (ausência de não conformino projeto, na fabricação, na instalação, na execução, na
a) Presença de manchas, eflorescência, corrosão, apo-
b) Gotejamento ou escorrimento de água por vazamen-
projeto;
a) Substituição de materiais, componentes ou elemen-
os elementos de vedação e a estrutura que se configuram
d) Dificuldade de operação, funcionamento ou manuseio
a) Estado de conservação compatível com a vida útil de
3.3.3 sustentabilidade construtiva
é uma das expressões quantitativas da durabilidade e depende da manutenibilidade, ou seja, do grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente ser mantido ou recolocado
Expressa pela durabilidade, manutenibilidade e adequa-
no estado no qual possa executar suas funções requeridas,
g) Gotejamento ou escorrimento de água decorrente de
ção ambiental, a sustentabilidade construtiva deve promover
sob condições de uso especificadas, quando a manutenção
infiltração da água de chuva pelas fachadas e seus com-
o equilíbrio entre os aspectos técnicos, econômicos, sociais
é executada de acordo com as recomendações do Manual
ponentes.
e de preservação ambiental, em todo o ciclo produtivo.
do Proprietário. A manutenibilidade é representada por:
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Funcionalidade: as unida-
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Durabilidade: a unidade habita-
a) Facilidade em realizar as inspeções prediais bem como
des habitacionais e os ambientes de uso coletivo (áreas
cional deve apresentar estado satisfatório de desempenho e
as intervenções de manutenção previstas no Manual do
A habitabilidade da unidade habitacional é uma condição
condominiais) devem apresentar condições construtivas
conservação de acordo com a vida útil de projeto e com as
Proprietário;
necessária para garantir a saúde, a integridade física das
adequadas para o uso e manutenção de acordo com as
funções esperadas. As medidas quantitativas da durabilidade
b) Facilidade de substituição ou reposição de componen-
151
a sustentabilidade construtiva deve promover o equilíbrio entre os aspectos técnicos, econômicos, sociais e de preservação ambiental, em todo o ciclo produtivo
tes, elementos ou sistemas mantendo as mesmas características estéticas e de desempenho da habitação original;
3.3.4 responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
c) Facilidade de acesso para manutenção, considerando acessos às instalações prediais, aos telhados, áticos, lajes de cobertura ou quaisquer partes elevadas da construção;
Os empreendedores de habitação de interesse social devem ter o compromisso com a qualidade construtiva,
d) Procedimentos de execução das manutenções com-
traduzida na incessante busca pela elevação do patamar
patíveis com as especificações, quantificações, instruções
de excelência na construção civil e pelo empenho pela
técnicas e respectivos custos de desembolso financeiro,
adequação ambiental.
todos previstos no Manual do Proprietário;
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Compromisso com a qualidade
e) Adequação ao uso e função com base nas condições
construtiva: o compromisso com a qualidade construtiva
satisfatórias de manutenções realizadas sobre condições
requer responsabilidades quanto aos aspectos técnicos,
determinadas, procedimentos e meios prescritos;
organizacionais, legais, normativos e socioambientais. Essas
f) Cumprimento das exigências normativas quanto à rea-
condições são representadas por:
lização das inspeções prediais elaboradas por profissionais
a) Cumprimento dos termos e prazos de garantia;
habilitados e devidamente preparados, como ferramenta que
b) Adoção de Planos de Seguro;
propicia uma avaliação sistêmica da edificação, facilitando
c) Procedimentos sistematizados para entrega da unida-
assim as manutenções preventivas, visto que classifica as
de habitacional, acolhimento das reclamações do usuário
não conformidades constatadas na edificação quanto a sua
e registro dos atendimentos e manutenções (preventivas e
origem, grau de risco e indica orientações técnicas neces-
corretivas) realizados pós-venda por meio dos Serviços de
sárias à melhoria da manutenção dos sistemas e elementos
Assistência Técnica ao usuário;
construtivos.
d) Fornecimento do Manual do Proprietário com infor-
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Adequação ambiental: as unida-
mação sobre itens de manutenção e a periodicidade das
des habitacionais devem ser produzidas e usadas de forma
manutenções, formas de realização (técnicas, processos,
a minimizar alterações adversas no meio ambiente. Essas
equipamentos, materiais etc.) e forma de registro das ins-
condições são representadas por:
peções prediais;
a) Ausência de alterações no ambiente local decorrentes
e) Fornecimento de Planos de Manutenção com previ-
de desconfinamento do solo, além de outros riscos similares
são quantitativa de todos os materiais necessários para as
decorrentes da implantação e das formas de uso e operação
diferentes modalidades de manutenção e a estimativa do
da unidade habitacional (individual ou coletiva) na escala
desembolso financeiro para pagar os respectivos gastos;
do lote;
f) Recomendações gerais para reforma e ampliações,
b) Ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto,
inclusive sobre prevenção de danos, situações de sobre-
vazamentos ou lançamentos indevidos de águas servidas
cargas não previstas no projeto estrutural, abertura de vãos
provenientes dos sistemas hidrossanitários, evitando a con-
de portas ou janelas em paredes estruturais, perfuração de
taminação do ambiente local.
peças estruturais para passagem de dutos, entre outros;
153
154
g) Existência e disponibilidade de projetos completos
órgãos ambientais;
e outros documentos técnicos, incluindo os mecanismos
s) Aquisição de materiais, componentes, elementos e
institucionais que facilitam o acesso a projetos, documen-
equipamentos cuja declaração de vida útil é fornecida pelos
tação técnica e assistência técnica ao usuário;
fabricantes e compatíveis com a vida útil de projeto;
lidando a permanência no lugar, o desenvolvimento local e
a sua influência no nível de satisfação quanto à qualidade
a convivência harmônica da comunidade local.
construtiva;
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Adequação ao uso: a qualidade
b) Cuidados com a limpeza, conservação e reparo da
construtiva é percebida pelos usuários por atender melhor
unidade habitacional e do conjunto habitacional como um
h) Declaração do Custo Global como resultado da soma
t) Utilização de produtos certificados pelo Programa Bra-
aos seus desejos e necessidades e corresponde às prefe-
todo como uma forma de reconhecimento do valor do bem
das parcelas Custo de Venda + Custo de Manutenção e
sileiro de Qualidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H);
rências e modos de vida dos moradores com base na sua
imóvel e dos significados da casa como morada.
u) Adoção de sistemas de gestão e organização do
experiência vivenciada e nos seus valores. A adequação
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Inserção dos moradores no
canteiro de obra e logística com implantação de sistema de
ao uso mostra que as necessidades e as expectativas dos
contexto do empreendimento. Uma das condições neces-
gestão de resíduos no canteiro de obras, de forma a mini-
usuários foram atendidas, gerando satisfação. Essas con-
sárias para concretizar a efetividade do programa habi-
j) Adesão às normas técnicas;
mizar sua geração e possibilitar a segregação de maneira
dições são representadas por:
tacional e dos investimentos públicos no atendimento às
k) Adoção de documentos de referência que fundamen-
adequada para facilitar o reuso, a reciclagem ou a disposição
Operação; i) Fornecimento da composição dos Custos de Operação e Manutenção Preventiva;
tam a excelência construtiva;
necessidades e expectativas da população-alvo é a inserção
cipais partes ou subsistemas da edificação percebida por
dos moradores no contexto urbano e social gerado pelo
l) Cumprimento integral dos projetos na execução da
v) Adoção de sistemas construtivos e processos produti-
corresponder ao desempenho no uso ou operação. As
empreendimento e, em uma escala ampliada, no bairro
obra considerando que os projetos cumprem integralmente
vos racionalizados ou industrializados que indiquem a busca
principais partes ou subsistemas da edificação, aqui con-
onde está localizada a intervenção.
as normas nacionais;
pelo aumento da produtividade decorrente da elevação
sideradas, são: telhado ou cobertura, teto (lajes ou forros),
a) A satisfação com o lugar e a intenção de permanência
do grau de inovação, racionalização e industrialização do
paredes, pisos internos, áreas externas (quintal, calçadas,
são condições necessárias para a fixação da família à casa
sistema de produção;
muros, áreas condominiais), esquadrias (portas e janelas),
e contribuem com a valorização do imóvel na medida em
instalações elétricas (fiação e peças elétricas), instalações
que estimulam a sua conservação.
m) Adoção de sistemas gerenciais que visem à saúde e à segurança dos trabalhadores; n) Adesão aos Sistemas da Qualidade ou outros sistemas gerenciais que visem à diminuição das não conformidades
final em locais específicos;
a) Satisfação quanto à qualidade construtiva das prin-
w) Aperfeiçoamento de seus produtos por meio da introdução de inovações para o aumento da produtividade;
hidráulicas (tubulação de água, louças e metais), instalações
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Aspectos relacionados à manu-
x) Equipe técnica com qualificação profissional e expe-
sanitárias (tubulação e esgoto, sistemas de fossa, caixas
tenção: a qualidade construtiva é percebida pelo usuário por
o) Cumprimento dos requisitos relacionados à seleção,
riência comprovada e atualizada para o projeto, execução
de inspeção), partes externas da edificação ou das áreas
demandar menos manutenção. As ações de manutenção
especificação e certificação dos materiais de acordo com
e fiscalização, de acordo com o tipo de empreendimento;
condominiais (quintais, calçadas, acessos, muros, equipa-
exigem dupla responsabilidade: do usuário e dos constru-
as exigências normativas e legais para as condições de
y) Adoção sistemática e frequente de programas de
mentos coletivos etc.);
tores. Essas condições são representadas por:
pela incessante busca pela melhoria contínua;
exposição encontrada;
b) Satisfação quanto à qualidade construtiva em virtude
a) Disponibilidade e facilidade de obtenção de informa-
da ausência de problemas ou defeitos que comprometem o
ções necessárias para as ações de manutenção contidas
cujos inventários de ciclo de vida de produtos são fornecidos
desempenho ou a durabilidade dos materiais, componentes
nos projetos e Manual do Proprietário;
pelos fabricantes;
e elementos.
p) Aquisição de materiais, componentes e equipamentos
q) Especificação de insumos que causem menor degradação ambiental, menor consumo de água, de energia
qualificação técnica e capacitação/treinamento das equipes de mão de obra.
3.3.5 satisfação do usuário com a qualidade construtiva
do indivíduo e, consequentemente, as relações afetivas e
e de matérias-primas, desde as fases de exploração dos recursos naturais à sua utilização final;
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Dimensão estética: a satisfação com a dimensão estética do bem imóvel reflete o bem-estar
A qualidade construtiva, além de entender aos parâme-
sociais no âmbito da família e da comunidade. Esta condição
r) Utilização de madeiras cuja origem possa ser com-
tros técnicos e legais, deve corresponder às expectativas
provada mediante apresentação de certificação legal ou
dos usuários que, satisfeitos nas suas necessidades e de-
a) Correspondência da dimensão estética com os valo-
sejam provenientes de plano de manejo aprovado pelos
sejos, buscam conservar e valorizar o bem imóvel, conso-
res da família e suas referências anteriores, considerando
é representada por:
b) Plano de manutenção com informações referentes às manutenções a serem realizadas e seus prazos; c) Cumprimento pelos construtores dos prazos de garantia legais; d) Efetividade da assistência técnica quanto ao atendimento às solicitações de manutenção feitas pelo usuário; e) Efetividade das ações de manutenção feitas tanto pela construtora como aquelas realizadas pelo usuário.
155
a qualidade construtiva, além de atender aos parâmetros técnicos e legais, deve corresponder às expectativas dos usuários
quadro 3.1
quadro geral dos princípios, indicadores, verificadores e meios de verificação da qualidade construtiva
princípio 1 - segurança da unidade habitacional critério de análise 1.1 – segurança estrutural indicador 1.1.1
presença de trincas
verificador 1.1.1.1
presença de fissuras em elementos estruturais do tipo pilares, vigas,
verificador 1.1.1.2 verificador 1.1.1.3 verificador 1.1.1.4 verificador 1.1.1.5
presença de fissuras em elementos de vedação vertical com função
indicador 1.1.2 verificador 1.1.2.1
presença de deformações
verificador 1.1.2.2
lajes, escadas e rampas
vistoria
estrutural presença de fissuras em elementos de vedação vertical sem função estrutural presença de fissuras em sistemas de piso presença de fissuras na interface entre os elementos estruturais e/ou vedação
ocorrência de deformações ou flechas excessivas em elementos estruturais do tipo pilares, vigas, lajes, escadas e rampas ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descolamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de vedação com função estrutural
verificador 1.1.2.3
meio de verificação
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descolamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de vedação sem função estrutural
verificador 1.1.2.4
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descola-
verificador 1.1.2.5
ocorrência de afundamento ou recalque no sistema de piso sobre o solo
mentos, destacamentos em sistemas de revestimentos ou forros
meio de verificação
vistoria
157
158
princípio 2 - habitabilidade
verificador 2.2.1.5
critério de análise 2.1 – estanqueidade
reforma da unidade habitacional
meio de verificação
indicador 2.2.2 verificador 2.2.2.1
vistoria
verificador 2.2.2.2
modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da
indicador 2.1.1 verificador 2.1.1.1
presença de umidade
verificador 2.1.1.2
presença de umidade por infiltração de água de chuva pela fachada
verificador 2.1.1.3
presença de umidade por infiltração de água de chuva pela cobertura
verificador 2.1.1.4 verificador 2.1.1.5 verificador 2.1.1.6 verificador 2.1.1.7
presença de umidade por vazamentos de instalações hidrossanitárias
presença de umidade ascendente (do solo)
verificador 2.2.2.3
modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da unidade habitacional, mas com alterações em elementos estruturais
meio de verificação
vistoria
unidade habitacional e sem alterações em elementos estruturais adaptação da habitação para adequação aos padrões ou necessidades da família (colocação de pisos, grades, muros, calçadas, suportes etc.)
ou telhado
indicador 2.2.3 verificador 2.2.3.1 indicador 2.2.4 verificador 2.2.4.1
presença de umidade de condensação presença de umidade por água de lavagem decorrente do uso ou manutenção
ampliação da unidade habitacional
meio de verificação
acréscimo de área da unidade habitacional original
vistoria
adequação das intervenções efetuadas
meio de verificação
adequação das intervenções efetuadas de acordo com os padrões mínimos da construção original (substituições, reformas ou acréscimos)
vistoria
presença de umidade decorrente das condições inadequadas de escoamento das águas pluviais (caimento) e falta de drenagem das
princípio 3 - sustentabilidade construtiva
águas de chuva (inundação)
critério de análise 2.2 – funcionalidade indicador 2.2.1
159
substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas elétricos
substituições de materiais, componentes ou dispositivos
verificador 2.2.1.1 verificador 2.2.1.2
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de revesti-
verificador 2.2.1.3 verificador 2.2.1.4
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de esqua-
mentos de piso, parede ou teto substituições de materiais ou componentes dos sistemas de cobertura ou telhado
critério de análise 3.1 – durabilidade indicador 3.1.1 meio de verificação
vistoria
verificador 3.1.1.1 verificador 3.1.1.2
drias substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas hidrossanitários
estado de conservação compatível com a vida útil de projeto estado de conservação da fachada (estrutura, vedação, revestimento e pintura das paredes de fachada; esquadrias externas; impermeabilizações e proteções do sistema de fachada) estado de conservação da cobertura ou telhado, inclusive seus sistemas de impermeabilização estado de conservação dos ambientes internos (estrutura principal
verificador 3.1.1.3
e auxiliares dos ambientes internos; esquadrias internas; vedação, revestimento e pintura das paredes dos ambientes internos, inclusive seus sistemas de impermeabilização e proteção).
meio de verificação
vistoria
160
indicador 3.1.1 verificador 3.1.1.4 indicador 3.1.2 verificador 3.1.2.1 verificador 3.1.2.2
estado de conservação compatível com a vida útil de projeto estado de conservação das instalações prediais e seus componentes (instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, metais, louças, acessó-
meio de verificação
vistoria
rios e equipamentos)
condições satisfatórias de exposição aos agentes de degradação materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos compatíveis com as condições de exposição
meio de verificação
vistoria
presença de soluções construtivas adequadas para a proteção aos agentes externos de degradação
critério de análise 3.2 – manutenibilidade indicador 3.2.1 verificador 3.2.1.1
condições satisfatórias para as atividades de uso e manutenção condições adequadas de acesso e facilidade no uso e operação de equipamentos, dispositivos de manobra, acessórios, esquadrias, e facilidade de substituição ou reposição de materiais, componentes,
verificador 3.2.1.3
facilidade de manutenção
critério de análise 4.1 – compromisso com a qualidade construtiva indicador 4.1.1 verificador 4.1.1.1 verificador 4.1.1.2
fornecimento de termos e prazos de garantia
verificador 4.1.1.3
procedimentos sistematizados para acolhimento das reclamações do
verificador 4.1.1.4
registro dos atendimentos e manutenções (preventivas e corretivas)
meio de verificação
vistoria
verificador 4.1.1.5 verificador 4.1.1.6 indicador 4.1.2 verificador 4.1.2.1
elementos ou sistemas da habitação
critério de análise 3.3 – adequação ambiental indicador 3.3.1
ausência de situações que comprometem o meio ambiente (na escala do lote)
verificador 3.3.1.1
ausência de vazamentos ou transbordamentos dos sistemas de es-
verificador 3.3.1.2
ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto, no âmbito do lote
verificador 3.3.1.3
ausência de alteração das condições topográficas do lote inicialmente pre-
gotamento sanitário da unidade habitacional no âmbito do lote
vistas em projeto que comprometem as condições de vizinhança e entorno
compromisso com a garantia da qualidade construtiva
meio de verificação
documentos procedimentos sistematizados para entrega da unidade habitacional
usuário realizados na pós-venda por meio dos serviços de assistência técnica ao usuário
sistemas de instalações e equipamentos (elétricos, de gás etc.)
verificador 3.2.1.2
princípio 4 - responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
meio de verificação
vistoria
indicador 4.1.3 verificador 4.1.3.1 verificador 4.1.3.2
fornecimento do manual do proprietário disponibilização de projetos ao usuário
declaração do custo global da unidade habitacional (custo de venda + custo de mantutenção) declaração da previsão de custos para operação e manutenção preventiva da habitação ao longo da vida útil de projeto
adesão a sistemas de qualidade e/ou certificação adoção de normas técnicas e outros documentos técnicos e de referência adoção de sistemas integrados de saúde e segurança do trabalho
verificador 4.1.3.3
adoção de sistemas de gestão da qualidade ou outros sistemas de
verificador 4.1.3.4
adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais,
certificação componentes e equipamentos que possuam inventários de ciclo de vida ou vida útil declarada
meio de verificação
documentos meio de verificação
documentos
161
162
indicador 4.1.3 verificador 4.1.3.5 verificador 4.1.3.6 indicador 4.1.4
adesão a sistemas de qualidade e/ou certificação adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais, componentes e equipamentos cuja origem possa ser comprovada
princípio 5 - satisfação do usuário com a qualidade construtiva meio de verificação
documentos
critério de análise 5.1 – adequação ao uso
mediante apresentação de certificação legal comprovação da utilização de produtos produzidos de acordo com as normas técnicas ou certificados pelo Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H)
ações de combate às perdas, despercícios e diminuição de consumo
meio de verificação
indicador 5.1.1 verificador 5.1.1.1 verificador 5.1.1.2 verificador 5.1.1.3
satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional
opinião do usuário teto (lajes ou forros)
adoção de procedimentos sistematizados de gestão e organização
verificador 4.1.4.2
adoção de plano de gestão de resíduos sólidos
verificador 5.1.1.4
pisos internos
adoção de sistemas de controle de consumo na fase de produção
verificador 5.1.1.5 verificador 5.1.1.6
portas e janelas
verificador 5.1.1.7 verificador 5.1.1.8 verificador 5.1.1.9
instalações elétricas
verificador 5.1.1.10
unidade habitacional como um todo
verificador 4.1.4.3 indicador 4.1.5 verificador 4.1.5.1
documentos
(redução do consumo de água e energia, das emissões e da geração de resíduos)
procedimentos para a inovação do sistema de produção
meio de verificação
adoção de sistemas de controle de consumo na fase de produção (redução do consumo de água e energia, das emissões e da geração
documentos
de resíduos)
verificador 4.1.5.2 verificador 4.1.5.3 indicador 4.1.6 verificador 4.1.6.1 verificador 4.1.6.2
adoção de sistemas construtivos e processos produtivos racionalizados adoção de sistemas construtivos e processos produtivos industrializados
procedimentos para qualificação técnica das equipes e profissionais adoção de programas de capacitação e treinamento das equipes de mão de obra experiência e qualificação profissional comprovada da equipe técnica de acordo com o tipo de empreendimento
meio de verificação
documentos
indicador 5.1.2 verificador 5.1.2.1 verificador 5.1.2.2
meio de verificação
telhado ou cobertura
verificador 4.1.4.1
do canteiro de obra e logística
163
paredes
parte externa da unidade habitacional (quintal, calçadas, muros)
instalações hidráulicas instalações sanitárias
percepção positiva do usuário quanto à ausência de problemas ou defeitos existentes na construção
meio de verificação
ausência de trincas ou rachaduras
opinião do usuário ausência de umidade por infiltrações ou vazamentos
164
indicador 5.1.2 verificador 5.1.2.3 verificador 5.1.2.4 verificador 5.1.2.5 verificador 5.1.2.6 verificador 5.1.2.7
percepção positiva do usuário quanto à ausência de problemas ou defeitos existentes na construção
condomínio
critério de análise 5.3 – inserção dos moradores no contexto do empreendimento satisfação do usuário com o conjunto habitacional
ausência de problemas nas instalações elétricas
indicador 5.3.1 intenção de permanência no conjunto habitacional verificador 5.3.1.1 satisfação com o conjunto habitacional como um todo verificador 5.3.1.2 critério de análise 5.4 – aspectos relacionados à manutenção
ausência de ocorrência de queda ou falta de energia da habitação ausência de vazamentos nas tubulações e registro de água ausência de ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques, tornei-
meio de verificação
opinião do usuário
ras e caixa d’água ausência de ocorrência de falhas no abastecimento de água
verificador 5.1.2.10
ausência de problemas na pintura
verificador 5.1.2.11
ausência de falta de segurança contra intrusão e roubo da unidade
verificador 5.1.2.12
ausência de falta de isolamento acústico adequado permitindo ruídos
verificador 5.1.3.1
165
cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote ou
meio de verificação
ausência de problemas nas portas e janelas
verificador 5.1.2.8 verificador 5.1.2.9
indicador 5.1.3
verificador 5.2.1.2
indicador 5.4.1
percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção
verificador 5.4.1.1 verificador 5.4.1.2 verificador 5.4.1.3 verificador 5.4.1.4 indicador 5.4.2
recebimento dos projetos da unidade habitacional quando da entrega
verificador 5.4.2.1 verificador 5.4.2.2
solicitação feita à assistência técnica da construtora (serviço de aten-
ausência de problemas na tubulação de esgoto e fossa
habitacional externos ou internos
satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família
meio de verificação
adequação da moradia às necessidades da família
opinião do usuário
critério de análise 5.2 – dimensão estética indicador 5.2.1
satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
verificador 5.2.1.1
beleza da habitação quanto aos aspectos físicos da construção
meio de verificação
opinião do usuário
do imóvel
meio de verificação
opinião do usuário
recebimento do manual do proprietário quando da entrega do imóvel conhecimento sobre os prazos de garantia para reclamações conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção previstos no manual do proprietário
efetividade do serviço de assistência técnica da construtora dimento ao usuário) para algum tipo de manutenção ou reparo solicitações ou reclamações feitas à assistência técnica da construtora (serviço de atendimento ao usuário) foram efetivamente atendidas
meio de verificação
opinião do usuário
a habitabilidade da unidade habitacional é uma condição necessária para garantir a saúde das pessoas
quadro 3.2
meios de verificação
167
identificação
meios de verificação
instrumento de coleta de dados
documento
levantamento documental: coleta de dados documentais
checklist
disponíveis em projetos e outros documentos técnicos
matriz de achados
observação visual (in loco) da unidade habitacional
roteiro de vistoria
vistoria
matriz de achados registro fotográfico
opinião do usuário
pesquisa de satisfação para obtenção da opinião dos usuários
questionário
por meio de questões fechadas e questões abertas
entrevista
168
3.4 procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva sob o ponto de vista do usuário Para que a metodologia de avaliação e monitoramento da qualidade construtiva possa ser aplicada em todo o
ções que contribuem com as análises qualitativas e escla-
satisfação (quando todas a médias são iguais a 1) o indica-
recem as avaliações quantitativas. Segundo Balbim et al.
dor recebe a pontuação mínima de 20 pontos de satisfação.
(2012), há casos em que o dado pode ser quantitativo ou
Nas questões fechadas, quando os respondentes opi-
qualitativo; as duas formas garantem que o item seja aferido
nam, concordando ou discordando sobre as questões apre-
de forma satisfatória. Os critérios de avaliação da satisfação
sentadas, as avaliações dos verificadores são feitas pelos
do usuário são dados no Quadro 3.3.
percentuais de respostas positivas (sim). Neste caso, a
Quando os respondentes expressam suas opiniões por
avaliação do indicador baseia-se na soma dos percentuais
meio de notas (números inteiros variando de 1 a 5), as ava-
obtidos nos verificadores. Na condição de máxima satis-
liações dos verificadores com notas são feitas pelas médias
fação (quando todos os percentuais são iguais a 100% de
simples. Neste caso, a avaliação do indicador baseia-se na
resposta sim) o indicador recebe uma pontuação máxima,
soma das médias dos verificadores, isto é: na condição de
atingindo a meta 100 pontos de satisfação. Para a condição
máxima satisfação (quando todas as médias são iguais a
de mínima satisfação (quando todos os percentuais são
5) o indicador recebe uma pontuação máxima, atingindo a
iguais a 100% de resposta não, ou seja, 0% de respostas
meta 100 pontos de satisfação; para a condição de mínima
sim), o indicador recebe a pontuação mínima de 0 ponto.
quadro 3.3
critérios de classificação para a avaliação da opinião do usuário
território nacional e seus resultados possam ser analisados comparativamente, de forma integrada, nos diversos contextos produtivos e de localização, é importante que os procedimentos sejam sistematizados e os instrumentos de coleta de dados sejam padronizados. A coleta de dados da opinião do usuário deve ser realizada em uma amostra estatisticamente representativa do universo amostral. O questionário, com questões fechadas e questões abertas (conforme formulário padrão), deve ser aplicado preferencialmente à(o) proprietária(o) da casa. Nas questões fechadas, os respondentes atribuem notas, ou então concordam (sim) ou discordam (não) com a questão apresentada. As questões abertas são respondidas espontaneamente pelos respondentes; fornecem informa-
notas
escala de satisfação
escala de avaliação
intervalo de médias
5
fortemente satisfeito
atende muito satisfatoriamente
4,1 a 5
4
satisfeito
atende satisfatoriamente
3,1 a 4
3
neutro
atende parcialmente
3
2
insatisfeito
atende insatisfatoriamente
2 a 2,9
1
fortemente insatisfeito
atende muito insatisfatoriamente
1 a 2,9
169
170
3.4.1 Instrumento de coleta de dados - questionário
quadro 3.4
171
instrumento de coleta de dados
avaliação da qualidade construtiva – ponto de vista do usuário 1
identificação do exemplar da amostra
2
empreendimento
3
endereço da unidade habitacional
4
nome do respondente
5
posição na família
6
número de moradores da habitação
7
tempo de moradia (em meses)
8
condição de propriedade primeiro propietário segundo proprietário
Qual a sua opinião sobre a qualidade construtiva da sua moradia (o todo e as partes)? Unidade habitacional como um todo
10
Telhado ou cobertura
11
Teto (lajes ou forros)
12
Paredes
13
Pisos internos
escala de satisfação
14
Portas e janelas
fortemente satisfeito
15
Parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros)
satisfeito
16
Instalações elétricas (fiação, tomadas, interruptores, etc.)
17
Instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa d’água, vasos, pias, tanques, torneiras)
18
Instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura)
considere a seguinte escala de avaliação por notas variando de 1 a 5 pontos:
1 2
indicador – satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional
9
inquilino invasor
pesos
atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas:
3
neutro
4
insatisfeito
5
fortemente insatisfeito
nota
justificativa
172
atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas indicador – satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família 19
a habitação é adequada às necessidades da família?
20
quais as melhorias e manutenções já efetuadas na sua moradia? por que foram realizadas?
21
sobre a construção da sua moradia, o que você teria construído diferente ou melhor?
173
nota assinalar a concordância (sim) ou a discordância (não) e apresentar as justificativas indicador – percepção do usuário quanto aos problemas ou defeitos existentes na construção quais os principais problemas ou defeitos que existem na construção da sua moradia?
atribuir nota variando de 1 a 5 indicador – satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia 22
beleza da moradia quanto aos aspectos físicos da construção
23
cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote ou condomínio
nota
atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas indicador – satisfação do usuário com o conjunto habitacional 24
qual a sua opinião sobre o conjunto habitacional como um todo?
25
você deseja continuar morando neste imóvel?
nota
justificativa
26
presença de trincas ou rachaduras
27
presença de umidade por infiltrações ou vazamentos
28
problemas nas portas e janelas
29
problemas nas instalações elétricas
30
ocorrência de queda ou falta de energia da habitação
31
vazamentos nas tubulações e registro de água
32
ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques, torneiras e caixa d’água
33
ocorrência de falhas no abastecimento de água
34
problemas na tubulação de esgoto e fossa
35
problemas na pintura
36
falta de segurança contra intrusão e roubo da unidade habitacional
37
falta de isolamento acústico adequado permitindo ruídos externos ou internos
sim
não
justificativa
174
assinalar a concordância (sim) ou discordância (não)
175
indicador – percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção
sim
38
no ato de recebimento da unidade habitacional foram entregues todos os projetos?
39
no ato de recebimento da unidade habitacional foi entregue o manual do proprietário?
40
você tem conhecimento sobre os prazos de garantia para reclamações?
41
você tem conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção previstos no manual do proprietário?
não
3.4.2 quadro geral da avaliação da satisfação dos usuários
quadro 3.5
assinalar a concordância (sim), a discordância (não) ou não de aplica (n/a)
indicador
indicador – percepção positiva do usuário quanto à efetividade do serviço de assistência técnica da construtora
5.1.1
42
43
sim
não
depois do recebimento da unidade habitacional você já solicitou algum tipo de manutenção ou reparo para a assistência técnica da construtora (serviço de atendimento ao usuário)? caso tenha solicitado algum tipo de manutenção ou reparo para a assistência técnica da construtora, as reclamações foram efetivamente atendidas?
Anotações do entrevistador: Horário: - início: - término:
Data:
Assinatura do entrevistador:
n/a
resultados da avaliação da satisfação dos usuários
satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional verificadores
5.1.1.1
unidade habitacional como um todo
5.1.1.2
telhado
5.1.1.3
teto (lajes ou forros)
5.1.1.4
paredes
5.1.1.5
pisos internos
5.1.1.6
portas e janelas
5.1.1.7
parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros)
5.1.1.8
instalações elétricas (fiação, quadros de energia, tomadas, interruptores)
5.1.1.9
instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa d’água, vasos, pias, tanques, torneiras)
5.1.1.10
instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura)
nota
avaliação geral (20 a 100 pontos)
176
indicador 5.1.2
177
percepção positiva do usuário quanto à ausência de problemas ou defeitos existentes na construção verificadores
avaliação geral (0 a 100 pontos)
%
5.1.2.1
ausência de trincas ou rachaduras
5.1.2.2
ausência de umidade por infiltrações ou vazamentos
5.1.2.3
ausência de problemas nas portas e janelas
5.1.2.4
ausência de problemas nas instalações elétricas
5.1.2.5
ausência de ocorrência de queda ou falta de energia da habitação
5.1.2.6
ausência de vazamentos nas tubulações e registro de água
5.1.2.7
ausência de ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques, torneiras e caixa d’água
5.1.2.8
ausência de ocorrência de falhas no abastecimento de água
5.1.2.9
ausência de problemas na tubulação de esgoto e fossa
5.2.1.1
beleza da moradia quanto aos aspectos físicos da construção
5.1.2.10
ausência de problemas na pintura
5.2.1.2
5.1.2.11
ausência de falta de segurança contra intrusão e roubo da unidade habitacional
cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote ou condomínio
5.1.2.12
ausência de falta de isolamento acústico adequado permitindo ruídos externos ou internos
indicador 5.2.1
satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia verificadores
nota
avaliação geral (20 a 100 pontos)
indicador indicador 5.1.3
5.3.1 satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família verificadores
5.1.3.1
adequação da moradia às necessidades da família
nota
avaliação geral (20 a 100 pontos)
satisfação do usuário com o conjunto habitacional verificadores
5.3.1.1
satisfação do conjunto habitacional como um todo
5.3.1.2
intenção de permanência no conjunto habitacional
nota
avaliação geral (20 a 100 pontos)
satisfação do usuário
178
figura 3. 2 - exemplo de diagrama de resultados da satisfação do usuário
indicador 5.4.1
179
percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção verificadores
5.4.1.1
recebimento dos projetos da unidade habitacional quando da entrega do imóvel
5.4.1.2
recebimento do manual do proprietário quando da entrega do imóvel
5.4.1.3
conhecimento sobre os prazos de garantia para reclamações
5.4.1.4
conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção previstos no manual do proprietário
avaliação geral (0 a 100 pontos)
%
1,0 unidade habitacional como um todo
3,43
cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote
4,67
telhado
4,53
a habitação é adequada às necessidades da família?
4,40
você deseja continuar morando nesse imóvel?
4,17
beleza da casa quantos aos aspectos físicos da construção
4,00
instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura)
3,97
instalações elétricas (fiação, tomadas, interruptores, etc.)
3,70
instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa d’água, vasos, pias...)
3,63
teto (lajes ou forros)
3,63
qual a sua opinião sobre o conjunto habitacional como um todo?
3,62
parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros)
3,52
portas e janelas
2,73
paredes
2,73
pisos inernos
2,30
indicador 5.4.2
efetividade do serviço de assistência técnica da construtora verificadores
%
avaliação geral (0 a 100 pontos)
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
figura 3. 3 - exemplo de gráfico de resultados da satisfação do usuário atende muito insatisfatoriamente
5.4.2.1
5.4.2.2
solicitação à assistência técnica da construtora (serviço de atendimento ao usuário) para algum tipo de manutenção ou reparo solicitações ou reclamações feitas à assistência técnica da construtora (serviço de atendimento ao usuário) foram efetivamente atendidas
26%
29%
atende insatisfatoriamente atende parcialmente
10% 29%
6%
atende satisfatoriamente atende muito satisfatoriamente
180
3.5
procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva por meio de vistorias e levantamento documental
deformações e umidade, buscando identificar os danos que
de risco (risco mínimo se PR ≤ 16; risco moderado se 16 <
comprometem a integridade estrutural e a estanqueidade
PR ≤ 36; risco crítico se 36 < PR ≤ 100).
das unidades habitacionais. Para cada situação observa-
A Figura 3.4 mostra a representação dos resultados da
da, são apresentadas as evidências, possíveis causas e
avaliação quanto ao grau de risco, plotados na Matriz de
efeito (falhas ou danos). Após identificar e caracterizar a
Criticidade.
situação encontrada são feitas as análises, segundo os
A avaliação do indicador é a síntese da avaliação do
princípios e critérios de análise já pré-estabelecidos (BSI,
conjunto de seus respectivos verificadores. Os quadros 3.6
2006). Os dados obtidos para cada verificador e as análises
e 3.7 mostram os critérios para classificação dos índices
de causa-efeito permitem avaliar a situação encontrada em
de ocorrência e de severidade.
cada unidade habitacional. Cada indicador é avaliado de acordo com as evidências, a frequência de ocorrência e a severidade dos danos. A análise do grupo de verificadores permite avaliar o indicador do respectivo grupo. Os índices de ocorrência e de severidade, que variam de 1 a 10, além de permitirem classificar a criticidade dos indicadores e seus verificadores, também permitem quantificar a Prioridade de Risco (PR) para cada uma das variáveis. Para a avaliação do indicador, deve ser atribuído um índice
Por meio da observação in loco, em vistoria à unidade
de severidade em conformidade com a sua gravidade, ex-
habitacional, são verificados as falhas e os danos, suas
tensão e impacto dos efeitos da falha. Da mesma forma,
tipologias, localizações e extensões. Seguindo o roteiro para
é atribuído para cada indicador um índice de ocorrência.
as vistorias (formulário padrão no item 3.5.1 e 3.5.2), as ma-
Para a classificação, deve-se considerar sempre a situação
trizes de achados devem ser preenchidas. As ocorrências
mais crítica apresentada pela falha e suas consequências
devem ser anotadas em registro fotográfico.
ou danos (SAKURADA, 2001; BSI, 2006; SILVA; FONSECA;
Todas as fontes de dados devem ser devidamente re-
BRITO, 2006).
gistradas para que seja possível rastrear a informação. Para
De acordo com o número de Prioridade de Risco (PR),
os levantamentos de dados documentais e observações
cada exemplar da amostra pode ser plotado em um diagra-
in loco, devem ser consultados os projetos arquitetônicos,
ma de criticidade. A Matriz de Criticidade mostra a avaliação
projetos estruturais e projetos de instalações prediais, entre
de todos os exemplares da amostra, para cada indicador.
outros. Os documentos técnicos, entre eles o Memorial
Deve-se aferir a porcentagem de unidades habitacionais
Descritivo e o Manual do Proprietário, também devem ser
classificadas para cada categoria de risco. Em síntese, os
consultados. Outras informações necessárias devem ser
indicadores Trinca, Deformação e Umidade são avaliados
solicitadas às empresas construtoras.
pelo procedimento que determina o número da Prioridade
Devem ser realizados os levantamentos das trincas,
de Risco (PR), e classificados de acordo com os critérios
quadro 3.6
quadro 3.7
181
183
figura 3. 4 - exemplo de matriz de criticidade obtida para o indicador umidade
grau de risco - umidade
10 9 8 7 6 5 4
!
índice de ocorrência
182
3 2 1
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
9
18
27
36
45
54
63
72
81
90
8
16
24
32
40
48
56
64
72
80
7
14
21
28
35
42
49
56
63
70
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
critério de classificação de risco:
2
3
4
5
6
7
8
9
quadro 3.6
critério de classificação do índice de ocorrência de trincas, deformações e umidade
frequência da falha
índice de ocorrência
critério de classificação do índice de ocorrência
I-
1
ausência de ocorrências visualmente observáveis
muito baixa
2
II -
3
baixa
4
20
III -
5
10
moderada
6
IV -
7
alta
8
V-
9
muito alta
10
10
índice de severidade
risco mínimo ≤ 16 16 < risco moderado ≤ 36 36 < risco crítico ≤ 100
amosta
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
í. de ocorrência í. de severidade grau de risco - umidade
6 6 2 7 6 3 3 3 3
3
2
4
2
5
2
4
4
2
2
3
4
6
3
5
4
2
2
2
6 6 2 6 6 3 3 3 3
3
2
4
2
5
2
6
7
2
2
6
4
6
3
6
5
2
2
2
36 36 4 42 36 9 9 9 9
9
4
16
4 24
4
24 28
4
24 18 16 36
9
30 20
4
4
4
ocorrências pontuais eventuais e de pequena extensão
ocorrências de características lineares: a soma de todas as extensões não ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das paredes e fachadas ocorrências de características bidimensionais: a soma total das áreas afetadas não ultrapassa 5 % das áreas de todas as paredes, incluindo as fachadas ocorrências de características lineares: a soma de todas as extensões ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das paredes e fachadas ocorrências de características bidimensionais: a soma total das áreas afetadas ultrapassa 5% das áreas de todas as paredes, incluindo as fachadas ocorrências de características lineares: a soma das extensões ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das paredes ou das fachadas ocorrências de características bidimensionais: a soma total das áreas afetadas ultrapassa 5% das áreas de paredes ou das fachadas
184
quadro 3.7
critério de classificação do índice de severidade de trincas, deformações e umidade
categoria de risco
índice de severidade
critério de classificação do índice de severidade
I
1
desprezível
2
riscos que não causam nenhum prejuízo às pessoas, ao edifício ou ao meio ambiente. Qualquer tipo de falha sem gravidade que não se enquadra nas condições apresentadas nas outras categorias, desde que ocorra de maneira pontual, esporádica e não sistêmica
II
3
mínimo
4
III
5
moderado (regular)
6
IV
7
crítico
8
V
9
catastrófico
10
risco de causar pequenos prejuízos à estética, sem a probabilidade de ocorrência dos riscos moderados e críticos, além de baixo comprometimento do valor imobiliário. Falhas de pequeno grau de gravidade, com causas bem definidas e que não afetam os elementos estruturantes ou a estanqueidade da edificação risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade da edificação e deterioração precoce. Danos de pequeno grau de gravidade, mas que podem vir a ocasionar consequências mais graves decorrentes da sua evolução, para um ou mais componentes do sistema
risco de provocar danos contra a saúde dos moradores ou segurança das pessoas, do edifício ou do meio ambiente; perda de desempenho e funcionalidade com comprometimento sensível da vida útil. Danos graves que afetam um ou mais componentes do sistema comprometimento de todo o sistema, necessitando intervenção imediata. As situações de ruína ou perda de estabilidade no todo ou em qualquer uma de suas partes estruturantes sinalizam categoria de risco catastrófico, em qualquer situação
Alguns indicadores que medem a qualidade construtiva
A avaliação do indicador baseia-se na soma das médias
são avaliados por meio de notas. Com base nas vistorias e
das notas dadas para os respectivos verificadores. Com
na identificação das situações relacionadas à durabilidade
base na proporção entre a pontuação máxima prevista
e vida útil das unidades habitacionais, são apresentadas as
para o indicador e a pontuação obtida pelo indicador, é
evidências, possíveis causas e efeito (falhas ou danos). Após
feita a avaliação quanto ao grau de atendimento da meta
identificar e caracterizar a situação encontrada são feitas
estabelecida (Quadro 3.5).
as análises, segundo os princípios e critérios de análise já
Para os indicadores e seus respectivos verificadores
preestabelecidos. Os dados obtidos para cada verificador
avaliados por meio do atendimento (sim) ou não atendimento
e as análises de causa-efeito permitem avaliar a situação
(não) dos princípios e critério estabelecido (formulário padrão
encontrada em cada unidade habitacional, atribuindo uma
no Quadro 3.5), a avaliação deve ser feita considerando
nota (números inteiros variando de 1 a 5), de acordo com
proporcionalmente os percentuais de itens respondidos po-
os critérios de avaliação do Quadro 3.5. Com base na ava-
sitivamente. Portanto, para o indicador atingir a pontuação
liação dos verificadores é feita a avaliação do indicador
máxima de 100 pontos, 100% dos verificadores devem ter
correspondente.
sido assinalados positivamente no checklist.
quadro 3.8 critério de avaliação
critérios de avaliação por meio de notas e por escala de atendimento dos verificadores e indicadores
avaliação do verificador
avaliação do(a) indicador(a)
atende muito satisfatoriamente
5
A > 90%
atende satisfatoriamente
4
90 % ≥ A > 70 %
atende parcialmente
3
70 % ≥ A > 50 %
atende insatisfatoriamente
2
50 % ≥ A > 30%
atende muito insatisfatoriamente
1
A ≤ 30 %
185
186
3.5.1 instrumento de coleta de dado - vistoria e levantamento
quadro 3.9
roteiro para vistoria
identificação do exemplar da amostra empreendimentos endereço da unidade habitacional
ficha 1 - V
matriz de achados - vistoria
187
base de dados para avaliação do indicador 1.1.1 trincas
n/a
verificador 1.1.1.1
presença de fissuras em elementos estruturais do tipo pilares, vigas, lajes, escadas e rampas
verificador 1.1.1.2
presença de fissuras em elementos de vedação vertical com função estrutural
verificador 1.1.1.3
presença de fissuras em elementos de vedação vertical sem função estrutural
verificador 1.1.1.4
presença de fissuras em sistemas de piso
verificador 1.1.1.5
presença de fissuras na interface entre os elementos estruturais e/ ou vedação
situação observada
evidências, análises, possíveis causas e efeitos (falhas ou danos)
avaliação do indicador I.I.I trincas
índice de ocorrência
índice de severidade
índice do risco
risco mínimo
risco moderado
avaliação sim
não
risco crítico
188
ficha 1 - V
matriz de achados - vistoria
ficha 1 - V
base de dados para avaliação do indicador 1.1.2 deformações
n/a
verificador 1.1.2.1
ocorrência de deformações ou flechas excessivas em elementos estruturais do tipo pilares, vigas, lajes, escadas e rampas
verificador 1.1.2.2
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descolamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de vedação com função estrutural
verificador 1.1.2.3
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descolamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de vedação sem função estrutural
verificador 1.1.2.4
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descolamentos, destacamentos em sistemas de revestimentos ou forros
verificador 1.1.2.5
ocorrência de afundamento ou recalque no sistema de piso sobre o solo
situação observada
avaliação sim
não
verificador 2.1.1.1
presença de umidade ascendente (do solo)
verificador 2.1.1.2
presença de umidade por infiltração de água de chuva pela fachada
verificador 2.1.1.3
presença de umidade por infiltração de água de chuva pela cobertura ou telhado
verificador 2.1.1.4
presença de umidade por vazamentos de instalações hidrossanitárias
verificador 2.1.1.5
presença de umidade de condensação
verificador 2.1.1.7
avaliação do indicador 1.1.2 deformações
índice de ocorrência
índice de severidade
índice do risco
risco mínimo
risco moderado
risco crítico
189
base de dados para avaliação do indicador 2.1.1 umidade
verificador 2.1.1.6
evidências, análises, possíveis causas e efeitos (falhas ou danos)
matriz de achados - vistoria n/a
avaliação sim
não
presença de umidade por água de lavagem decorrente do uso ou manutenção
presença de umidade decorrente das condições inadequadas de escoamento das águas pluviais (caimento) e falta de drenagem das águas de chuva (inundação)
situação observada
evidências, análises, possíveis causas e efeitos (falhas ou danos)
avaliação do indicador 1.1.2 deformações
índice de ocorrência
índice de severidade
índice do risco
risco mínimo
risco moderado
risco crítico
190
191
ficha 2 - V
matriz de achados - vistoria pontuação
base de dados para avaliação do indicador 2.2.1 substituições de materiais, componentes ou dispositivos
sim
não
verificador 2.2.1.1
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de revestimentos de piso, parede ou teto
ficha 2 - V
verificador 2.2.1.2
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de cobertura ou telhado
base de dados para avaliação do indicador 2.2.2 reforma da unidade habitacional
verificador 2.2.1.3
substituições de materiais ou componentes dos sistemas de esquadrias
verificador 2.2.2.1
modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da unidade habitacional, mas com alterações em elementos estruturais
verificador 2.2.1.4
substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas hidrossanitários
verificador 2.2.2.2
modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da unidade habitacional e sem alterações em elementos estruturais
verificador 2.2.1.5
substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas elétricos
verificador 2.2.2.3
adaptação da habitação para adequação aos padrões ou necessidades da família (colocação de pisos, grades, muros, calçadas, suportes etc.)
avaliação do indicador
pontuação média prevista para o indicador
avaliação do indicador
pontuação obtida pelo indicador comentários
matriz de achados - vistoria pontuação sim
pontuação média prevista para o indicador pontuação obtida pelo indicador
comentários
não
192
193
ficha 2 - V
matriz de achados - vistoria
ficha 3 - V pontuação
base de dados para avaliação do indicador 2.2.3 ampliação da unidade habitacional verificador 2.2.3.1
sim
base de dados para avaliação do indicador 2.2.4 adequação das instervenções efetuadas
avaliação
n/a
verificador 2.2.4.1
adequação das intervenções efetuadas de acordo com os padrões mínimos da construção original (substituições, reformas ou acréscimos)
pontuação média prevista para o indicador
situação observada
evidências e análises
pontuação obtida pelo indicador
avaliação do indicador
acréscimo de área da unidade habitacional original
avaliação do indicador
não
matriz de achados - vistoria
5 4 3 2 1
pontuação média prevista para o indicador
comentários
pontuação obtida pelo indicador atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
194
195
ficha 3 - V
matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador 3.1.1 estado de conservação compatível com a vida útil de projeto
n/a
verificador 3.1.1.1
estado de conservação da fachada (estrutura, vedação, revestimento e pintura das paredes de fachada; esquadrias externas; impermeabilizações e proteções do sistema de fachada)
verificador 3.1.1.2
estado de conservação da cobertura ou telhado, inclusive seus sistemas de impermeabilização
verificador 3.1.1.3
estado de conservação dos ambientes internos (estrutura principal e auxiliares dos ambientes internos; esquadrias internas; vedação, revestimento e pintura das paredes dos ambientes internos, inclusive seus sistemas de impermeabilização e proteção
verificador 3.1.1.4
estado de conservação das instalações prediais e seus componentes (instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, metais, louças, acessórios e equipamentos)
situação observada
evidências e análises
avaliação do indicador
avaliação 5 4 3 2 1 ficha 3 - V
matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador 3.1.2 condições satisfatórias de exposição aos agentes de degradação
pontuação média prevista para o indicador
materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos compatíveis com as condições de exposição
verificador 3.1.2.2
presença de soluções construtivas adequadas para a proteção aos agentes externos de degradação
situação observada
evidências e análises
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
5 4 3 2 1
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador atende muito satisfatoriamente
n/a
verificador 3.1.2.1
avaliação do indicador
avaliação
pontuação obtida pelo indicador atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
196
197
ficha 3 - V
matriz de achados - vistoria
ficha 3 - V
base de dados para avaliação do indicador 3.2.1 condições satisfatórias para as atividades de uso e manutenção
avaliação
n/a
5 4 3 2 1
matriz de achados - vistoria
base de dados para avaliação do indicador 3.3.1 ausência de situações que comprometem o meio ambiente local (na escala do lote)
verificador 3.2.1.1
condições adequadas de acesso e facilidade no uso e operação de equipamentos, dispositivos de manobra, acessórios, esquadrias, e sistemas de instalações e equipamentos (elétricos, de gás etc.)
verificador 3.3.1.1
ausência de vazamentos ou transbordamentos dos sistemas de esgotamento sanitário da unidade habitacional no âmbito do lote
verificador 3.2.1.2
facilidade de substituição ou reposição de materiais, componentes, elementos ou sistemas da habitação
verificador 3.3.1.2
ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto, no âmbito do lote
verificador 3.2.1.3
facilidade de manutenção
verificador 3.3.1.3
ausência de alteração das condições topográficas do lote inicialmente previstas em projeto que comprometem as condições de vizinhança e entorno
situação observada
evidências e análises
situação observada
evidências e análises
avaliação do indicador
pontuação média prevista para o indicador
avaliação do indicador
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
5 4 3 2 1
pontuação média prevista para o indicador
pontuação obtida pelo indicador atende muito satisfatoriamente
avaliação
n/a
pontuação obtida pelo indicador atende muito satisfatoriamente
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
atende muito insatisfatoriamente
198
3.5.2 instrumento de coleta de dado – responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
quadro 3.10
indicador 4.1.3
avaliação dos indicadores e verificadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
compromisso com a garantia da qualidade construtiva verificadores
4.1.1.1
fornecimento de termos e prazos de garantia
4.1.1.2
procedimentos sistematizados para entrega da unidade habitacional
4.1.1.3
procedimentos sistematizados para acolhimento das reclamações do usuário
4.1.1.4
registro dos atendimentos e manutenções (preventivas e corretivas) realizados na pós-venda por meio dos serviços de assistência técnica ao usuário
4.1.1.5
fornecimento do manual do proprietário
4.1.1.6
disponibilização de projetos ao usuário
4.1.2
4.1.2.1
sim não
avaliação geral (0 a 100 pontos)
declaração do custo global da unidade habitacional avaliação (custo de venda + custo de manutenção) geral (0 a 100 pontos) verificadores sim não declaração da previsão de custos para operação e manutenção preventiva da habitação ao longo da vida útil de projeto
adesão a sistemas de qualidade e/ou certificação verificadores
sim não
4.1.3.1
adoção de normas técnicas e outros documentos técnicos e de referência
4.1.3.2
adoção de sistemas integrados de saúde e segurança do trabalho
4.1.3.3
adoção de sistemas de gestão da qualidade ou outros sistemas de certificação
4.1.3.4
adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais, componentes e equipamentos que possuam inventários de ciclo de vida ou vida útil declarada
4.1.3.5
adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais, componentes e equipamentos cuja origem possa ser comprovada mediante apresentação de certificação legal
4.1.3.6
comprovação da utilização de produtos produzidos de acordo com as normas técnicas ou certificados pelo programa brasileiro de qualidade e produtividade no hábitat (pbqp-h)
4.1.4
ações de combate às perdas, desperdícios e diminuição de consumo
indicador 4.1.1
199
verificadores 4.1.4.1
adoção de procedimentos sistematizados de gestão e organização do canteiro de obra e logística
4.1.4.2
adoção de plano de gestão de resíduos sólidos
4.1.4.3
adoção de sistemas de controle de consumo na fase de produção (redução do consumo de água e energia, das emissões e da geração de resíduos)
sim não
avaliação geral (0 a 100 pontos)
avaliação geral (0 a 100 pontos)
200
indicador 4.1.5
procedimentos para a inovação do sistema de produção verificadores
sim não
4.1.5.1
sistematização e adoção de boas práticas no projeto e produção dos empreendimentos habitacionais
4.1.5.2
adoção de sistemas construtivos e processos produtivos racionalizados
4.1.5.3
adoção de sistemas construtivos e processos produtivos industrializados
4.1.6
procedimentos para qualificação técnica das equipes e profissionais verificadores
4.1.6.1
adoção de programas de capacitação e treinamento das equipes de mão de obra
4.1.6.2
experiência e qualificação profissional comprovada da equipe técnica de acordo com o tipo de empreendimento
sim não
avaliação geral (0 a 100 pontos)
avaliação geral (0 a 100 pontos)
os empreendedores de habitação de interesse social devem ter o compromisso com a qualidade construtiva
202
3.5.3 apresentação final das avaliações dos indicadores da qualidade construtiva
quadro 3.11
quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com os critérios de segurança estrutural e estanqueidade da unidade habitacional
avaliação global - grau de risco
indicadores
risco mínimo
risco moderado
risco crítico
quadro 3.13
quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
indicadores
avaliação global - 0 a 100 pontos
4.1.1 compromisso com a garantia da qualidade construtiva 4.1.2 declaração do custo global da unidade habitacional (custo de venda + custo de manutenção) 4.1.3 adesão a sistemas da qualidade e/ou certificação
1.1.1 trincas
4.1.4 ações de combate às perdas, desperdícios e diminuição de consumo
1.1.2 deformações
4.1.5 procedimentos para a inovação do sistema de produção
2.1.1 umidade
4.1.6 procedimentos para qualificação técnica das equipes e profissionais
quadro 3.12
quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a sustentabilidade construtiva
indicadores
atende satisfatoriamente
atende parcialmente
atende insatisfatoriamente
quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a satisfação do usuário com a qualidade construtiva
indicadores
avaliação atende muito satisfatoriamente
quadro 3.14
atende muito insatisfatoriamente
avaliação global - 0 a 100 pontos
5.1.1 satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional 5.1.2 percepção negativa do usuário quanto aos problemas ou defeitos existentes na construção
2.2.4 adequação das intervenções efetuadas 5.1.3 satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família 3.1.1 estado de conservação compatível com a vida útil de projeto 5.2.1 satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia 3.1.2 condições satisfatórias de exposição aos agentes de degradação 5.3.1 satisfação do usuário com o conjunto habitacional 3.2.1 condições satisfatórias para as atividades de uso e manutenção 5.4.1 percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção
3.3.1 ausência de situações que comprometem o meio ambiente local (na escala do lote)
5.4.2 opinião do usuário quanto à efetividade do serviço de assistência técnica da construtora
203
204
3.6 considerações à avaliação da qualidade construtiva
205
A proposta de Metodologia para Monitoramento e Ava-
mas inovadores, validados pelo Sistema Nacional de Avalia-
da por meio de recursos subsidiados pelo poder público,
liação da Qualidade Construtiva, apresentada neste capítulo,
ções Técnicas – SINAT (MITIDIERI; CLETO; WEBER, 2007).
espera-se que os municípios, principalmente das cidades
é resultado da consolidação de uma ferramenta que foi
A mediação dos resultados entre os interesses econô-
de pequeno porte que são mais carentes de instrumentos
concebida, ajustada, testada e validada por meio de dois
micos e financeiros e a busca pela qualidade construtiva
de controle, possam capacitar-se para os processos de
estudos de caso realizados em Conjuntos Habitacionais de
depende não só do atendimento aos condicionantes insti-
aprendizagem e melhoria contínua proporcionados pelos
Interesse Social. A aplicação da metodologia em dois testes-
tucionais e técnicos, mas também da satisfação do usuário
resultados dos processos avaliativos, quando devidamente
piloto permitiu torná-la mais sucinta e intuitiva. Os resultados
e do compromisso e responsabilidade dos empreendedores
apreendidos e aplicados.
da sua aplicação mostraram-se capazes de detectar os
com a qualidade construtiva.
Para garantir a imparcialidade da avaliação, e em con-
principais aspectos que avaliam a qualidade construtiva,
Neste contexto, pressupõe-se a necessidade de mu-
cordância com os pesquisadores Balbim et al. (2012), re-
na escala da unidade habitacional, principalmente em em-
niciar os agentes institucionais de uma ferramenta que
comenda-se que os processos avaliativos sejam realizados
preendimentos com construções em série.
possibilite avaliar e monitorar a qualidade construtiva dos
por meio de contratação de equipe externa à execução,
Como forma de retroalimentar as Políticas Habitacionais
produtos gerados por meio das políticas e recursos pú-
estimulando assim a formação de equipes independentes
e seus instrumentos, na busca da melhoria contínua, uma
blicos destinados às habitações de interesse social, de
daquelas que tiveram a responsabilidade pela execução da
das alternativas é avaliar os resultados, isto é, o compor-
forma sistematizada, unificada e de abrangência nacional,
política, programa, projeto ou execução.
tamento em uso do produto final.
abarcando a diversidade da produção em cada cidade do
Entende-se que o processo de monitoramento e avalia-
Considera-se que esta proposta de Metodologia para
país, independente da capacidade ou das iniciativas dos
ção deve ser estabelecido como fluxo contínuo pela perma-
Monitoramento e Avaliação da Qualidade Construtiva vem
gestores institucionais locais de manterem instrumentos
nente apropriação das análises realizadas como referenciais
minimizar a ausência de ferramentas sistematizadas para a
próprios de controle da qualidade construtiva dos empre-
para retroalimentação de decisões e aprimoramento de
avaliação na fase de pós-ocupação, de unidades habitacio-
endimentos produzidos.
resultados em novos empreendimentos, fortalecendo a
nais construídas em série, à luz de importantes conceitos
Rompendo com a lacuna histórica da falta de mecanis-
consagrados pelo conjunto de normas de desempenho
mos de monitoramento e avaliação da produção habitacional
(ABNT, 2013) e da recente introdução no mercado dos siste-
brasileira fomentada pelas políticas públicas e provisiona-
cultura da avaliação de resultados dos programas e projetos gerados por meio de alocação de recursos públicos.
206
listas de figuras e quadros
207
BALBIM, Renato; BECKER, Maria Fernanda; CASSIOLATO, Martha; KRAUSE, Cleandro; NADALIN, Vanessa. Meta-avaliação: estudos e proFigura 3. 1 – Sistematização das fases e etapas dos ciclos avaliativos
p.141
posições metodológicas a partir da avaliação de políticas de urbanização de assentamentos precários. Texto para Discussão, n. 1704. Institu-
Figura 3. 2 - Exemplo de diagrama de resultados da satisfação do usuário
p.177
to de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. Rio de Janeiro: IPEA, 2012. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php>.
Figura 3. 3 - Exemplo de gráfico de resultados da satisfação do usuário
p.177
Figura 3. 4 - Exemplo de Matriz de Criticidade obtida para o indicador umidade .
p.180
BARROS NETO, José de Paula. Proposta de um modelo de formulação de estratégias de produção para pequenas empresas de construção
Quadro 3. 1 Quadro geral dos princípios, indicadores, verificadores e meios de verificação da qualidade construtiva
p.155
habitacional. 1999. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Quadro 3. 2 - Meios de verificação e coleta de dados
p.165
Alegre, 1999.
Quadro 3. 3 - Critérios de classificação para a avaliação da opinião do usuário
p.177
Quadro 3. 4 - Instrumento de coleta de dados
p.168
BARTZ, Cíntia Fassbender. Proposta de procedimentos para identificação de melhorias no processo de controle da qualidade de empreendi-
Quadro 3. 5 Resultados da avaliação da satisfação dos usuários
p.173
mentos habitacionais de baixa renda. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Quadro 3. 6 Critério de classificação do índice de ocorrência de trincas, deformações e umidade
p.181
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
Quadro 3. 7 Critério de classificação do índice de severidade de trincas, deformações e umidade
p.182
Quadro 3. 8 Critérios de avaliação por meio de notas e por escala de atendimento dos verificadores e indicadores
p.183
BERR, Letícia Ramos; FORMOSO, Carlos Torres. Método para avaliação da qualidade de processos construtivos em empreendimentos habi-
Quadro 3. 9 Roteiro para vistoria
p.184
tacionais de interesse social. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 12, n. 2, p. 77-96, abr.-jun. 2012.
Quadro 3.10 Avaliação dos indicadores e verificadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
p.196
Quadro 3.11 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com os critérios de segurança estrutural e estanqueidade
p.200
-h.cidades.gov.br/index.php>.
da unidade habitacional Quadro 3.12 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a sustentabilidade construtiva
p.200
Quadro 3.13 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade
p.201
BRASIL. Ministério das Cidades. Matriz de Indicadores para avaliação do pós-ocupação dos projetos piloto de investimento intervenção em favelas. São Paulo: Secretaria Nacional de Habitação e Instituto de Estudos Especiais da PUC-SP, 2004. Disponível em: <http://www. cida-
construtiva Quadro 3. 14 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a satisfação do usuário com a qualidade construtiva
BRASIL. Ministério das Cidades. Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat: PBQP-H. 2014. Disponível em: <http://pbqp
p.201
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dinho – HBB (Relatório de Pesquisa).Prefeitura Municipal de Campo Grande: EMHA,, 2009.
209
210
conclusão
211
resposta a uma situação de emergência
O trabalho apresentado resulta de um esforço coletivo,
indigência e carência.
nos espaços públicos, como a proliferação de urbanizações
gestores municipais e suas respectivas equipes precisam
visando a contribuir para o avanço das questões habita-
Tem-se a convicção de que as questões da habitação
monofuncionais e o desequilíbrio da distribuição de serviços
ter consciência dos seus papéis e das responsabilidades
cionais e da qualidade das cidades no Brasil. Diante da
e de nossas cidades requerem transformações sociais a
e equipamentos públicos e ambientais. É preciso admitir:
como gestores de programas de habitação social, assim
complexidade que elas implicam, tem-se ciência dos limites
muito longo prazo, pois demandam uma alteração social
as cidades brasileiras são injustas, violentas e feias.
como da importância do monitoramento e avaliação de
da metodologia de avaliação e monitoramento elaborada no
de base que exige revisão da tradição cultural brasileira
Diante de um quadro tão pouco animador, como pen-
resultados. Uma vez assumida a responsabilidade de
decorrer de dois anos de estudos e trabalhos.
patrimonialista e hierárquica. Todavia, compreender a origem
sar respostas possíveis? Uma primeira alternativa seria a
monitorar e avaliar resultados, passa-se à necessidade
A questão habitacional pressupõe, sobretudo, a distri-
cultural dos problemas habitacionais e urbanos em cida-
descentralização das políticas habitacionais com maiores
de capacitar equipe técnicas municipais no uso dos ins-
buição de renda no país. Uma distribuição de renda mais
des brasileiras não significa impedir a busca de respostas
exigências de participação dos estados e município nas
trumentos propostos.
igualitária possibilitaria, por exemplo, que o déficit habita-
possíveis, mesmo que se reconheçam nelas ineficiências.
decisões do onde e do que construir, apostando, sobretu-
O sucesso da apreensão dos instrumentos de avalia-
cional pudesse ser minimizado pela iniciativa da própria
Faz-se necessário questionar as políticas de âmbito
do, na autonomia dessas instâncias na avaliação do que é
ção e monitoramento depende do cumprimento de dois
sociedade, caracterizada por grupos distintos, com neces-
nacional que tratam a habitação como um modelo universal,
realizado. Ao pensar nesta alternativa, depara-se com outra
requisitos: os gestores municipais devem reconhecer a
sidades espaciais e hábitos diversos, distribuída num Brasil
replicável em âmbito nacional, sem considerar as diferenças
dificuldade: a ausência de capital humano, no âmbito da
importância de assumirem esses instrumentos, integran-
com variações climáticas continentais. A distribuição de
regionais. A inadequação de tal concepção da moradia é
administração pública, preparado para o exercício dessas
do-os à gestão dos programas habitacionais; as equipes
renda mais justa permitiria aos grupos sociais construir suas
agravada pela desconsideração de que essas são partes
funções. Dessa forma, urge investir na formação de equipes
técnicas municipais devem ser capacitadas para a aplica-
moradias em consonância com suas aspirações particulares.
integrantes de cidades, cujo planejamento urbano tem, a
técnicas municipais, o que implica educação e valorização
ção e o potencial de uso dos instrumentos, permitindo que
Essa mesma desigualdade de renda se expressa no
cada dia, assumido uma orientação “flexível” e se associa-
dos profissionais.
contribuam de maneira efetiva para a melhoria contínua
espaço urbano, acarretando problemas graves que difi-
do ao capital privado, originando adensamentos obtusos
Para a disseminação do método de monitoramento e
cultam ainda mais a vida das populações. A mobilidade
e expansões urbanas perdulárias, ao se considerar o solo
avaliação da Qualidade de Projeto Urbanístico e Arquitetôni-
urbana, o acesso aos equipamentos públicos e serviços,
urbano. Os efeitos da gestão urbana, calcada em modelo
co e da Qualidade Construtiva, aqui proposto, é imprescin-
entre outros, corroboram para a conformação das cidades
que acentua a segregação espacial da população, apre-
dível contar com um corpo técnico apto, plenamente capaz
1. Publicação da ferramenta – os testes realizados
como arquipélagos onde uns concentram riquezas e outros,
sentam consequências deletérias facilmente identificáveis
de lidar com os instrumentos de avaliação. Para tanto, os
para ajuste dos instrumentos demonstram seu potencial
dos programas de habitação de interesse social. Portanto, como etapas para assegurar a absorção dos instrumentos propostos têm-se:
para oferecer diagnóstico e subsídios para o desenho de
o reforço de uma participação mais exigente dos agentes
estratégias de melhoria contínua de programas de habita-
financiadores dessas políticas. As políticas habitacionais
ção social.
estão, em geral, atreladas às políticas econômicas, pois
2. Apresentação dos instrumentos aos municípios e
elas geram emprego e dinamizam a economia com a cir-
respectivas equipes técnicas em eventos organizados com
culação de capital. Todavia, essa associação nem sempre
a participação do Ministério das Cidades, Caixa Econômica,
resulta no efeito desejado, enredando com frequência na
Banco do Brasil e Associação Nacional dos Municípios,
transferência de recursos públicos para a iniciativa privada,
entre outros agentes identificados como relevantes à sua
com lucros vantajosos para esta. Não se advoga aqui pela
disseminação.
não participação da iniciativa privada na solução do déficit
3. Capacitação das equipes técnicas municipais, in-
habitacional e da qualidade das cidades. Pelo contrário,
cluindo elaboração de material técnico para este fim. A
ela é bem-vinda e necessária, contanto que também esteja
capacitação envolve a orientação para o conhecimento
sobre avaliações competentes e constantes, podendo ser de
dos instrumentos de análise e suas respectivas fundamen-
responsabilidade dos órgãos de financiamento juntamente
tações conceituais, tanto para o planejamento e realização
com as instâncias de gestão municipal e estadual. E aqui se
do trabalho de análise quanto para a avaliação dos resul-
esbarra em mais uma vez dificuldade: a integração desses
tados obtidos. As particularidades relativas à avaliação da
poderes com a gestão das cidades.
qualidade de projeto e da qualidade construtiva exigem
As dificuldades e os desafios são muitos, quando as
abordagens diferenciadas, resultando em estratégias gerais
questões são habitação e cidades, e não dependem de
e específicas.
respostas técnicas, embora sejam imprescindíveis. A me-
É ainda preciso que os órgãos de planejamento urbano
lhoria das cidades, no seu sentido mais amplo, só pode
retomem seu papel de mediador entre os atores urbanos.
ser vislumbrada na coordenação de frentes múltiplas e
Ainda que a legislação existente, como o Estatuto da Cidade,
interdisciplinares de trabalho. O que se apresenta como
tenha oferecido importantes instrumentos de controle do
resultado dos estudos realizados e apresentados nesta
solo urbano, visando a uma justiça espacial, os órgãos de
publicação não pode fazer as vezes de um checklist, que
planejamento e as instâncias participativas, como os Con-
quando respondido ateste a validade de um empreendi-
selhos Municipais de Política Urbana, não têm conseguido
mento. Espera-se que ele sirva como um instrumento que
fazer frente aos especuladores, como bem o demonstra o
apoie e sustente a avaliação das políticas relativas à habi-
estado de nossas cidades: degradação de regiões centrais,
tação social e cumpra o papel de realimentar um processo
descuido com o patrimônio edificado, espaços públicos
de produção da moradia, minimizando erros de origem à
abandonados, equipamentos degradados, entre outros que
conclusão. E para cumprir este objetivo é preciso que se
poderiam ser enumerados.
torne de domínio pelos responsáveis pelas avaliações. O
Descentralização das políticas habitacionais, com o apoio do governo federal, e atuação de órgãos estadual e municipal apontam para uma luz no fim do túnel, com
domínio não significa posse, mas ciência e entendimento.
faunb
Faculdade de Arquitetu ra e Urbanismo UnB