autora LetĂcia Loureiro orientadora Raquel Blumenschein
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Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Projeto, Expressão e Representação Trabalho Final de Graduação Caderno de Projeto 1º/2016 Letícia Melo e Loureiro | 09/0121457 Orientadora: Raquel Naves Blumenschein Banca examinadora: Bruno Capanema Pereira Cláudia da Conceição Garcia
Resumo: O presente caderno reúne as informações de base necessárias para o projeto, e seu desenvolvimento, como objeto de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.
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Ele apresenta justificativas contextuais, técnicas e urbanísticas norteadoras das decisões de projeto e suas análises para implantação do tema proposto. O objeto projetado é uma Escola Técnica de Imagem Pessoal, composta pelo centro de formação técnica com salas de aula e laboratórios e a parte prática representada pelo Centro de Beleza. O projeto reúne as ideias do Desenho Universal e utiliza critérios de sustentabilidade do BREEAM.
Abstract: The following workbook presents all of the basic information required for the development of the project presented as a final course graduation assignment as an Architecture and Urbanism graduate student at the University of BrasĂlia, Brazil. The workbook contains in-depth contextual, technical and urbanistical rationale which guided the decisions made during the development of the proposed project, while also showcasing the analysis made in order to realistically carry-out the actual implementation of the project. The proposed project is a Beauty School, which is comprised of a TechnicalTheoretical Learning Center composed of regular classrooms and laboratories, as well as a Beauty Center, which is where all of the hands-on practice will ensue, and is composed of a real-life Beauty Salon. This project has been created based on the ideas of Universal Design and, also, following the bases and standards of sustainability set out by BREEAM.
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Agradecimentos A Deus, por todas essas pessoas que Ele colocou no meu caminho; À minha família, que pacientemente me aguentou em meus piores momentos e me deu todo o suporte para chegar até aqui e ser quem eu sou hoje; À família Galletti, pelo abrigo, cuidado, alimentação, cafeína, por tudo; À família Perfeito, por todo o apoio, ajuda emocional, espiritual e motivacional; A todos do Seleção Social, por terem me ajudado em meus piores momentos e fazerem parte dos melhores; Aos amigos Ana Paula Seraphim, Carol Leite, Eduardo Duarte, Giulia Igliori, Jéssica Oliveira, Layan Souza, Letícia Claro, Manuela Marcelino, Talita Córdova por toda a ajuda e suporte ao longo dessa jornada. À minha equipe: Marcelo Braga, Alyne Perfeito, Ludmylla Barbosa, Julia Galletti, Ingrid Siqueira e Jack Sivyer. Esse trabalho não teria sido possível sem vocês, e não sei nem por onde começar a agradecer! Não há pão de queijo no mundo que pague a ajuda de vocês! Thank you, thank you, thank you! A minha orientadora-psicóloga Raquel Blumenschein, que iniciou e fechou o meu ciclo na FAU, sempre acreditando no meu potencial e me incentivando a nunca desistir. Serei eternamente grata!
Tudo tem sua beleza. Mas nem todo mundo consegue enxergĂĄ-la.
ConfĂşcio
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Sumรกrio
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SUMÁRIO 8 INTRODUÇÃO 10 FUNDAMENTAÇÃO 14 REFERÊNCIAS 20 LOCALIZAÇÃO 26 PROJETO 30 BIBLIOGRAFIA 58
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introdução
CONTEXTO
Fonte: http://www.avedainstitutelosangeles.com/about-beauty-school/
Brasília vivencia, atualmente, uma dualidade no assunto cosmética e estética. Por um lado, existe cada vez mais um aumento na demanda de serviços na área da beleza, com uma clientela cada vez mais exigente, no entanto, por outro lado, este mercado se encontra saturado de estabelecimentos desse setor, mas com escassez de profissionais qualificados. A carreira nesse setor está cada vez mais valorizada e vem, especialmente na história recente, quebrando antigos paradigmas, fazendo com que os profissionais busquem qualificação técnica e teórica em suas áreas de atuação, o que leva grande número destes profissionais a buscar cursos fora da cidade ou até fora do país. Atualmente, as ofertas de cursos para profissionais do segmento são, em sua maioria, provindas de marcas de produtos ou de profissionais atuantes que acabam ministrando cursos, às vezes se mostrando como treinamentos superficiais. É relativamente recente a busca por uma melhor formação, que pudesse se aproximar de uma
formação acadêmica, sendo que, em Brasília, a oferta desse tipo de profissionalização ainda é muito pequena e muitas vezes desconhecida, resultando em profissionais iniciantes muito despreparados.
“Existem mais de 5 mil salões de beleza formalizados no Distrito Federal, mas, quando se trata de estabelecimentos informais, o número chega a 8 mil, segundo o Sincaab-DF. O setor se caracteriza pelo microempreendedorismo. (...) Para formalizar um salão de beleza, a Agência
Segundo Elaine Furtado, 2013, a presidente do Sindicato dos Salões e Institutos de Beleza, Barbeiros, Cabelereiros e Profissionais Autônomos na Área de Beleza do Distrito Federal (Sincaab-DF), está havendo uma evolução na maneira de se pensar no cuidado estético: “Nosso setor tem se formado de maneira não organizada, pois essa era a tendência. A carência por qualificação, hoje, se dá em função da exigência do cliente, que é muito bem informado.” Existe então, para Brasília, uma proposta inédita de incentivo à abertura de novos cursos de formação, com a colocação dos alunos à disposição do mercado, porque “(...) não adianta melhorar só um salão ou apenas um curso. A proposta é ajudar a aumentar a rede de formação de profissionais.”
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige um responsável técnico para cada estabelecimento. Como a formação em cursos profissionalizantes não é obrigatória para os demais funcionários,
nacionais e atraindo multinacionais ao país para o usufruto desse mercado consumidor em ascensão. Os profissionais de beleza e estética se mostram com grande possibilidade de crescimento e independência nesse cenário, começando em casa, avançando para a contratação em um estabelecimento, onde conseguem exposição para abrir seu próprio negócio, passando a precisar de profissionais, dando início ao ciclo novamente.
a maioria não tem certificação.” CORREIO BRAZILIENSE, 2013
Alguns dos cursos mais formais tem certificação de abrangência nacional, permitindo o aluno atuar como profissional de beleza e estética, assim como ser responsável técnico de estabelecimento do segmento. Segundo Eduardo Tegeler, gestor de operações do instituto Embelleze, a procura pelos serviços de salão de beleza gera influência e movimentação na indústria de cosméticos, fazendo com que esta também cresça, dando maior abrangência à empresas
Em 2012 foi sancionada, pela presidente Dilma Rousseff, a lei nº 12.592, que reconhece, em todo o território nacional, o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador, como sendo profissionais que exercem atividades de higiene e embelezamento capilar, estético, facial e corporal dos indivíduos, obedecendo as normas sanitárias. Entretanto, o artigo que exigia ensino fundamental ou habilitação específica legalmente reconhecida como requisito foi vetado.
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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
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POR QUE A ESCOLA?
POR QUE A SUSTENTABILIDADE?
POR QUE O DESENHO UNIVERSAL?
Para suprir a necessidade de formação de profissionais qualificados, para um necessário aumento da qualidade dos serviços, contribuindo com uma maior valorização do setor de estética e cosmética como carreira. Um centro de formação que possibilite o desenvolvimento técnico-profissional, trazendo desde uma base teórica até a prática profissional supervisionada, englobando temas que vão além daqueles tradicionalmente apresentados para a área, tais como noções de biossegurança e empreendedorismo. Um projeto de iniciativa privada, mas que seja aberto à comunidade e estimule a presença e ocupação de pessoas. Um espaço que estimule a interação social entre alunos, professores, funcionários e clientes de maneira confortável possibilitando uma troca de conhecimentos sem hierarquização e sem segregação.
De acordo com descobertas recentes, o consumo de energia vai crescer em 40% ao longo dos próximos vinte anos, e o planeta já é incapaz de sustentá-lo: o consumo de recursos naturais pelos seres humanos excede a capacidade da Terra de renová-los. Toda a atividade humana produz emissões de dióxido de carbono. Atualmente, a energia fornecida por fontes renováveis compreende apenas 19% da produção mundial, por conseguinte, é extremamente importante almejar um estilo de vida que evite emissões de CO2.
Trata-se da concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico, e de uso facilitado.
Dessa forma, para que o conceito de sustentabilidade, suas possiblidades e consequências sejam mais amplamente divulgadas para o público em geral, fazse necessária a exemplificação com um projeto que visa a diminuição de gastos com água e energia elétrica, bem como a redução da produção de lixo, considerandose que o projeto proposto envolve elevado uso de produtos descartáveis. Tendo em vista a proposta de desenvolverse um projeto sustentável, buscou-se o atendimento da certificação BREEAM.
Pela necessidade de mais iniciativas e exemplos do que deveria, sem questionamentos, ser aplicado integralmente em todos os projetos de produções de arquitetura, objetos e ambientes para que fossem inerente e facilmente acessíveis a pessoas com ou sem incapacidades de qualquer tipo. Com o intuito de realizar um projeto acessível, os parâmetros do Desenho Universal foram norteadores para as decisões de projeto, assim como a NBR 9050, que diz respeito à acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
CONCEITOS E DIRETRIZES
SUSTENTABILIDADE
DESENHO UNIVERSAL
Conceito que, para atingir seu objetivo, está presente desde a concepção do projeto, envolvendo seu uso e solucionando ainda problemas pós ocupacionais.
Os princípios do desenho universal foram norteadores de decisões de projeto como circulações, dimensões, escolha de materiais e sinalizações.
Fonte: http://portaldodivanah.com.br/o-super-movimento-dos-saloes-de-beleza/
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Fonte: http://news.missouristate.edu/2015/03/24/disability-studies-universal-design-shed-light-on-issues/
Fonte: http://avalon.edu/student-instructor/
FLEXIBILIDADE
PERMEABILIDADE
A grande rotatividade de alunos e profissionais, assim como a acessibilidade, requer um projeto flexível.
O espaço deve incentivar o acesso e a permanência, reduzindo as barreiras físicas e pessoais por meio da integração exterior/ interior com espaços abertos.
Fundamentação
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CURSOS TÉCNICOS
Para fundamentação do objeto é necessário o entendimento de cursos técnicos, que são de nível médio e qualificam com conhecimentos teóricos e práticos em diversas áreas. Seu foco é a formação de profissional com currículo abrangendo as grandes áreas de atuação. Requerem conclusão do Ensino Fundamental para cursar e conclusão do Ensino Médio para obtenção do diploma. São 220 cursos contemplados no catálogo nacional de cursos técnicos, distribuídos em 13 eixos tecnológicos. Os cursos tem, em média, dois anos de duração e apresentam a vantagem de serem mais curtos e mais baratos que cursos de graduação, com possibilidade de acesso rápido ao mercado de trabalho. Servem como possibilidade de atualização para o profissional que já esteja inserido no mercado de trabalho ou para o estudante que deseja focar na especialização em sua área de interesse. Segundo o Pronatec, a categoria de “Técnico em Imagem Pessoal” está inserida no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, no eixo tecnológico de Ambiente e Saúde, possuindo uma carga de 1.200 horas, cuja abordagem é assim explicada:
Possibilidades de temas abordados na formação
a
serem
Anatomia e fisiologia do couro cabeludo Proporções da figura humana
Cosmetologia
Visagismo
Tricologia e colorimetria
revitalização dos fios e couro cabeludo a partir da identificação da estrutura e textura do cabelo.”
Adicionalmente ao que é colocado pelo Pronatec como técnico em imagem pessoal, os seguintes assuntos também serão abordados na formação, seguindo as disposições da Resolução CNE/CEB Nº 04/99 (p. 12-13), que institui as diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional de nível técnico em imagem pessoal :
• Identificar
e
analisar
técnicos,
econômicos,
aspectos
estéticos,
mercadológicos,
psicológicos, históricos e socioculturais no desenvolvimento da atividade profissional. • Identificar as características e necessidades do cliente.
Maquiagem
• Identificar, analisar e aplicar as tendências da
Equipamentos
e
produtos
cosméticos
moda. • Coordenar o desenvolvimento de protótipos de coleções.
Técnicas de corte, penteados
• Empregar vocabulário técnico específico na
coloração e descoloração
comunicação com os diferentes profissionais da área e com os clientes.
Comercialização
Infraestrutura recomendada
• Utilizar os diversos tipos de equipamentos, de instrumentos de trabalho, de materiais e suas possibilidades plásticas. • Aplicar princípios, estratégias e ferramentas de gestão no trabalho autônomo ou nas
“Emprega técnicas para valorizar a beleza de um rosto, pela concepção harmônica entre a maquiagem e o penteado. Realiza procedimentos de embelezamento do cabelo: higiene capilar, corte, escova, penteados, massagem capilar, coloração
e
descoloração,
ondulação
e
alisamento, de acordo com as necessidades do cliente e com as tendências estéticas. Aplica maquiagens harmônicas e adequadas às diferentes ocasiões. Aplica tratamento para
Biblioteca com acervo específico
organizações empresariais.
e atualizado
• Identificar características, possibilidades e limites na área de atuação profissional.
Laboratório de informática com
• Utilizar a tecnologia disponível na pesquisa de
programas específicos
produtos e no desenvolvimento das atividades
Laboratório didático: salão de beleza
Possibilidades de atuação Salões de beleza, institutos e clínicas de estética e prestação de serviços de forma autônoma
da área. • Aplicar técnicas de primeiros socorros e métodos de higiene e segurança no trabalho.
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SALÃO DE BELEZA
Segundo o site História da Estética, os gregos antigos consideravam a beleza e o asseio dois requisitos importantes. Desta maneira, vê-se na Grécia Antiga o surgimento dos salões de barbeiro, onde filósofos, escritores, poetas e políticos engajavam em conversas sobre política, desporto e eventos sociais enquanto eram barbeados, ondulavam o cabelo, recebiam massagens e faziam manicure e pedicure. As mulheres gregas faziam uso de formas primitivas de maquiagem, sombreando os olhos de azul e negro, avivando as maçãs do rosto com carmim e também cuidando de lábios e unhas.
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No Egito, a arte estética era bastante divulgada, sendo Cleópatra VII sua mestra. Os egípcios usavam amplamente cosméticos por razões terapêuticas e estéticas, independente de sexo e status social, pois acreditavase que a maquiagem tinha propriedades mágicas e até curativas. Os cabelos também tinham grande importância, com perucas também sendo muito utilizadas por homens e mulheres em festas, atos oficiais ou para proteção contra o calor, utilizando-se nelas métodos que protegiam contra os efeitos do sol. A aplicação de cabelo ou barbas postiças também podiam realçar status social, fazendo com que o cabelo apresentasse profundo valor simbólico em todas as civilizações. Conheciam-se tratamentos contra a calvície, branqueamento e queda de cabelos, entre outros. As tintas capilares também são encontradas entre múmias de cabelos avermelhados, recorrente das propriedades da hena e alguns estilos de cabelos eram similares aos de hoje em dia. Encontram-se navalhas, instrumentos para a barba e pinças, assim como vestígios de cremes depilatórios. Foi no século XX que se deu um salto maior para empresas do gênero de imagem pessoal, quando a higiene pessoal contra piolhos e
sujeiras acumuladas sob as perucas deu início à pesquisa científica sobre cabelos. Surge, então, no início do século, os salões de beleza para as mulheres, que serviam também como ponto de encontro, como na Grécia Antiga, além dos cuidados estéticos. Segundo o Sebrae, o culto à beleza e à juventude é forte tendência nos dias atuais, embora não seja fenômeno recente, como mostrado anteriormente. A crescente participação da mulher no mercado de trabalho, assim como o aumento da expectativa de vida das pessoas faz com que esse fenômeno seja acentuado, como resposta à competição e mudanças no comportamento social. Isto gera contínuo crescimento na indústria mundial de cosméticos e no mercado de embelezamento. É importante também ressaltar que o público-alvo vai definir o estilo do salão, fazendo com que uma clientela de alto poder aquisitivo, por exemplo, exija maior gama de serviços, serviços mais luxuosos, espaços mais requintados e mais funcionários. Dessa maneira, deve-se analisar as necessidades básicas da clientela para que seja criada uma identidade própria ao estabelecimento. Segundo o Sebrae, “A cliente, hoje em dia, é uma mulher ativa, que trabalha, cuida da casa, estuda e tem pouco tempo para dedicar-se à própria beleza. Portanto, esse tempo deve ser o mais prazeroso possível.” Levando-se em consideração as características e expectativas do cliente é que são pensados os conceitos para o salão: “espaço limpo, aberto, amplo e funcional, que proporcione facilidade de locomoção dos funcionários e dos clientes.” A facilidade de comunicação atual, que ultrapassa barreiras regionais, faz com que todos estejam sincronizados com as tendências mundiais, exigindo desempenho profissional de alto nível. Essa demanda
faz com que cresça a cada dia o número de cursos profissionalizantes, de nível técnico e superior, gerando novos padrões de desempenho e especialização de serviços. O Sebrae também recomenda que a equipe se mantenha capacitada e antenada com as novidades do mercado. Como parte de um trabalho amplo, com o objetivo de melhoria de qualificação para o segmento, buscou-se estabelecer diretrizes e características para atividades no Salões de Beleza, por meio da normatização. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – NBR 16283:2014 um salão de beleza é definido como:
“Estabelecimento
que
presta
serviços,
especificamente do ramo de serviços pessoais de corte, penteado, alisamento, coloração, descoloração, alongamento e nutrição de cabelos, barba, como também de embelezamento de pés e mãos, depilações, embelezamento do olhar, maquiagem, estética corporal, capilar e facial, venda de artigos, acessórios, cosméticos e outros produtos que visam à boa imagem e bem-estar dos clientes.”
“As damas passavam horas e horas frente ao espelho levando a cabo o mais completo arranjo do seu rosto. Saíam do toucador completamente transformadas, chegando ao extremo de em Atenas não haver mulheres velhas nem feias. A maior parte das mulheres usavam compressas de cera quente para fazer desaparecer as rugas, preparados cáusticos para suavizar a epiderme, alongavam os olhos com uma sombra azul e aplicavam vermelhidão sobre as faces. Aspácia de Mileto, para conseguir a sua tão elogiada palidez, ingeria todas as manhãs uma grande quantidade de cominhos”. Apolónio de Herófila In Tratado de Perfumes
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BREAAM
O BREEAM é o principal método de avaliação e classificação ambiental de edifícios do mundo, e foi uma das condicionantes norteadoras das decisões de projeto na área da sustentabilidade. Desde o seu lançamento, em 1990, já são 425.000 edifícios com classificação de avaliação certificados pelo BREEAM e cerca de dois milhões registrados para avaliação. Este método se tornou um dos mais
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compreensíveis e sua medida de performance ambiental de edifícios é amplamente reconhecida, definindo o padrão para as melhores práticas de projetos de construção sustentável. O BREEAM encoraja profissionais, clientes e outros a pensar sobre baixa emissão de carbono e design de baixo impacto, minimizando a demanda energética criada por um edifício. A avaliação faz uso de reconhecidas medidas de performance que representam uma gama de critérios e categorias de energia a ecologia. Os critérios incluem aspectos relacionados à energia e ao uso de água, ambiente interno (saúde e bem-estar), poluição, transporte, materiais, resíduos, ecologia e processos de gestão. O projeto levou em consideração os requisitos mínimos de desempenho do BREEAM, que são descritos, brevemente, a seguir: Energia Reconhecimento de sistemas, controles e políticas de gestão que reduzem o consumo geral energético de uma edificação. Água Medindo o grau no qual o consumo e demanda de água é minimizado na edificação.
Materiais Reconhecendo os riscos à edificação e seus usuários associados à segurança, incêndio e outros eventos naturais, assim como garantindo boa manutenção de equipamentos e métodos de aquisição de materiais. Poluição Medindo o grau no qual atividades e processos na edificação produzem o mínimo de poluição ao meio ambiente. Uso do solo e ecologia Medindo o grau no qual as atividades realizadas no terreno da edificação resultam no mínimo de impacto no ambiente local. Saúde e bem-estar Medindo o grau em que as atividades realizadas na edificação e em seus espaços internos e externos suportam um ambiente saudável e confortável aos ocupantes. Resíduos Reconhecendo a implementação de políticas e sistemas de redução de resíduos, e melhoria nos níveis de separação e reciclagem do lixo. Transporte Reconhecendo a implementação de políticas para registrar e melhorar os impactos relacionados a transporte, à capacidade dos usuários de utilizar meios alternativos de transporte, e à proximidade das conveniências locais. Gestão Medindo o grau em que as políticas e sistemas de gestão consideram os impactos ambientais e a sensibilização e compreensão dos usuários.
DESENHO UNIVERSAL
Outra condicionante importante para as decisões de projeto foram as diretrizes de desenho universal que, juntamente com a NBR 9050, foram importantes para a caracterização da acessibilidade da edificação. O termo Desenho Universal (Universal Design) foi lançado por Ronald L. Mace que, em 1997, juntamente com um grupo colaborativo de arquitetos, designers de produto, engenheiros e designers ambientais, desenvolveram os sete princípios do desenho universal, listados a seguir :
independente do tamanho do corpo, postura e mobilidade do usuário. Além dos princípios do desenho universal, também foi observada a norma nº 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, como ferramenta de referência para o projeto. A NBR 9050 tem como objetivo “proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, independente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos.”
1. Uso justo: o design é útil e comercializável para pessoas com diferentes capacidades. 2. Flexibilidade no uso: o projeto acomoda uma ampla gama de preferências e habilidades individuais. 3. Uso simples e intuitivo: o uso do design é de fácil compreensão, independente da experiência, conhecimento, competências linguísticas ou nível de concentração atual do usuário. 4. Informações perceptíveis: o design comunica eficazmente a informação necessária ao usuário, independente de suas habilidades sensoriais ou condições do ambiente. 5. Tolerância de erro: o projeto minimiza perigos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais. 6. Baixo esforço físico: o projeto pode ser usado eficiente e confortavelmente com fadiga mínima. 7. Tamanho e espaço para acesso e uso: tamanho e espaço apropriado são fornecidos para abordagem, alcance, manipulação e uso,
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referĂŞncias
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SUSTENTABILIDADE
O Grupo Davines fundado em Parma, Itália, em 1983 pela família Bollati, começou como um laboratório de pesquisa, produzindo produtos para cabelo de alta qualidade para renomadas empresas de cosméticos mundiais. Segundo eles, “ao criar a beleza de forma sustentável, encorajamos as pessoas a cuidar de si mesmas, do ambiente em que vivem e trabalham, das coisas que amam.”
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O ideal de beleza para eles se inspira no conceito de equilíbrio entre substância e forma. Seu estilo é inspirado em simplicidade, harmonia e bom gosto. Eles acreditam em uma beleza baseada na apreciação da individualidade e celebração da diversidade. Então eles enaltecem a graça, elegância e características distintas que fazem de cada um de nós quem somos. Com a criação de “beleza”, eles buscam incentivar as pessoas a cuidar de si mesmas, do ambiente em que vivem e trabalham, e das coisas que amam. Seu ideal de beleza funciona através de esforços “sustentáveis” e práticos. Segundo a empresa, sustentabilidade lida com a responsabilidade que temos para com nós mesmos, as pessoas com as quais trabalhamos, nossos clientes, e o mundo em que vivemos e operamos. O grupo descreve “sustentabilidade” ligada à diversos conceitos: - “Sustentabilidade” no compromisso de minimizar o impacto sobre o meio ambiente, sem comprometer a qualidade ou quantidade dos recursos naturais hoje ou amanhã; - “Sustentabilidade” no que diz respeito à "liberdade de criação". Suas decisões são mais intuitivas que calculadas e o espírito pioneiro guia a explorar ideias além das
tendências. Para eles, cada ideia nasce livre e se desenvolve com autenticidade, em harmonia os valores pregados. - “Sustentabilidade” em relação a “ética”, onde honram por ser uma empresa familiar, fazendo do ambiente profissional um lugar aconchegante para o autodesenvolvimento e criação de relacionamentos honestos e confiáveis com os outros, com base na transparência e colaboração. Para compensar o impacto ambiental, Davines vem utilizando a energia elétrica renovável a partir de fontes naturais - como sol, vento, água e solo - para abastecer suas fábricas e escritórios desde 2006. Estas fontes inesgotáveis de energia não liberam CO2, não poluem e são constantemente renovadas.
Fonte: http://archinect.com/semplebrown/project/parker-arts-culture-events-
Fonte: http://www.dezeen.com/2014/02/15/la-tallera-de-siqueiros-by-frida-
center-pace
escobedo/
Fonte: http://www.archdaily.com/53701/the-ma-andalucias-museum-of-memoryalberto-campo-baeza
Fonte: http://www.archello.com/en/project/sloterdijk-bicycle-parking/image-5
Fonte: http://www.archdaily.com/551887/sishane-park-begum-oner
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LINGUAGEM ARQUITETÔNICA
Museu do Memorial Samarach Localização: Tianjin, China Colaboradores: HAO architects, Berglund landscape, COWI, TADI
Kragh
&
Área: 17800 m2 Ano do projeto: 2011
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O Museu do Memorial Samaranch serve como símbolo e marco arquitetônico localizado dentro da área reservada para o Campus de Esporte e Saúde, contribuindo para o destaque da cidade litorânea de Tianjin, China. Desde o princípio, o desenvolvimento do projeto do museu foi pensado para que se tornasse um verdadeiro marco arquitetônico, além de servir como símbolo de que Tianjin foi região-sede dos Jogos Olímpicos da Ásia Oriental em 2013. O conceito por trás do projeto do museu é baseado no uso dos cinco anéis olímpicos. Dois dos anéis foram convertidos em uma rampa em formato de looping infinito representando a vida do homem, já os outros três anéis formam pátios cavados. Há rampas que rodeiam os pátios e jardins de inverno, o que confere à construção uma sensação de escala humana pacífica, em contraste com o dinamismo da parte externa da construção.
No projeto, optou-se por utilizar materiais tais como concreto bruto para os pisos e eco pedras para as fachadas. As linhas curvas em painéis e tetos da edificação, inspiradas nos anéis olímpicos, também representam o tema da camaradagem humana global. A luz entra no Museu através de janelas finas e estreitas, dispostas em formato de onda ao longo da fachada. O uso de técnicas avançadas de modelagem de incidência solar permitiu criar sistemas de claraboias que iluminam o pátio interno e os jardins de inverno, além de ter criado uma luz lateral sutilmente orientada para o lado Norte criando, assim, uma atmosfera distinta no espaço interno. O legado que este marco arquitetônico representa permite, ainda, que o Museu tenha flexibilidade na sua utilização futura, podendo ser usado para várias funções, tais como: local de exibições temporárias; biblioteca; espaço de desenvolvimento de pesquisas; auditório e café, tornando-o uma âncora, um símbolo de destino cultural para a região.
Fonte: http://www.archdaily.com/445863/samaranch-memorialmuseum-archiland
DESENHO UNIVERSAL
Localização: Brecon, Wales Tipo edificação: Escola Primária Arquiteto, paisagista, designer de interiores: Petersen Williams Engenheiro de serviços: McCann and Partners Engenheiro estrutural: Opus International
A escola demonstra como um espaço pode ser projetado para suportar, simultaneamente, acessibilidade, sustentabilidade, um ambiente de aprendizado flexível e uma estética agradável. A escola ganhou, em 2012, o Selwyn Goldsmith Award for Universal Design, que reconheceu a escola como um exemplo de como um projeto inovador e considerativo, juntamente com um claro entendimento das necessidades do usuário, podem combinar na criação de um ambiente inclusivo e acessível a todos os usuários. O projeto do edifício se esforça para promover um senso de comunidade dentro da escola, enquanto continua fornecendo salas de aula e áreas separadas que podem ser usadas para atividades em grupo menores. Espaços de reuniões maiores estão localizados centralmente na escola e são rodeados por salas de aula menores. Fonte: http://www.universaldesign.com/general-content/casestudies/1406-priory-church-in-wales-primary-school.html
As
salas
de
aula
são
organizadas
numericamente a partir da entrada e são acessadas a partir de uma via de circulação larga e curva ao longo de todo o edifício. Isto facilita a navegação e a orientação espacial, mesmo para crianças pequenas. A larga circulação em direção ao berçário e salas infantis também pode ser usada como uma enorme área de aprendizagem. A via de circulação se estende para fora e se envolve em torno do pátio externo, também utilizado como área de aprendizagem, recreação e reunião. A construção em pavimento único e a distribuição de suas instalações assegura que todas as áreas sejam disponíveis à todos, eliminando o risco de estigma ou separação de determinados grupos de usuários. Elementos de design sustentáveis incorporados ao programa incluem um boiler alimentado de biomassa, coleta de águas cinzas e unidades fotovoltaicas.
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Localização
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LOCAL
O sítio escolhido para a implantação do projeto encontra-se em Brasília, na EQN 106/107 e foi escolhido por apresentar facilidade de acesso por meio de transporte público, especialmente quando for implementado o projeto de expansão do metrô Norte. Tal característica é de grande importância para o aspecto sustentável do projeto, quando considerado o método de avaliação do BREEAM. O terreno encontra-se, atualmente, desocupado e é composto por vegetação esparsa e solo configurado por gramíneas, além de possuir, como principais pontos vantajosos a baixa declividade e a facilidade de acesso. A projeção do lote possui 6.623m2 em forma retangular, embora seja proposto um estudo de tratamento paisagístico em uma área de 22.528m2 em seu entorno para garantir integração com o entorno das superquadras, o que é requerido pela norma de uso do solo.
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LEGISLAÇÃO
Segundo a Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação (PURP 19), a EQN 106/107 tem determinadas características morfológicas:
Setor/Lote Lote A – Comércios, serviços ou instituições (100 e 200, voltados para os Eixinhos)
Afastamentos e Recuos Frente e fundo – 10m “as
Entrequadras
edificações
de
isoladamente
no
gradeamento
ou
são baixa lote.
caracterizadas altura,
dispostas
Originalmente
vedação,
por sem
Laterais – 15m Obs. Torre ou castelo d’água poderão ocorrer dentro dos afastamentos.
integravam-se
paisagisticamente às superquadras adjacentes,
Altura Máxima da Edificação
estabelecendo relações diretas entre espaços
9,00m
públicos e privados e a livre circulação de
Obs. Torre ou castelo d’água poderão ultrapassar
pedestres.”
a altura caso haja justificativa técnica
ENTORNO E VISUAIS
O entorno do terreno escolhido é predominantemente composto por área residencial, como visto no mapa abaixo, não deixando de apresentar comércio próximo (SCLN 306/307), de grande importância para o projeto, por conter serviços complementares à edificação, como restaurantes, mercados, farmácias e lojas de cosméticos.
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1
2
3
4
A
B
C
D
4
C 3
B
D A
2
Residencial Comercial Institucional
1
FLUXOS E ACESSOS
CONDICIONANTES CLIMÁTICAS E TOPOGRAFIA
O principal acesso à edificação é pelo Eixo W Norte, podendo acontecer por transporte público (ônibus e metrô) ou particular. Além disso, é possível o acesso de pedestres tanto pelo Eixo W Norte como pela via W1 Norte ao fundo. Estas duas vias principais, juntamente com os limites das SQN 106 e SQN 107, contornam o terreno.
O estudo das condições bioclimáticas foi de fundamental importância para a análise de conforto térmico e luminoso. Por meio da análise de cartas solares, foi possível avaliar quais fachadas receberiam mais ou menos luz e radiação direta ou indireta.
P
Foi possível observar que as fachadas Noroeste e Nordeste apresentam níveis altos de insolação ao longo do dia; a fachada Sudeste encontra-se protegida de insolação na maior parte do dia, enquanto a fachada Sudoeste apresenta níveis mais elevados de insolação no período da tarde. Desta forma, levou-se em consideração que as fachadas Noroeste e Sudoeste deveriam receber maior atenção
P P
O direcionamento dos ventos predominantes também foi de fundamental importância no estudo bioclimático do projeto, para a localização de aberturas e maior proveito da ventilação natural. A projeção do lote possui um declive de aproximadamente 5m na diagonal, enquanto que a área de tratamento paisagístico possui caimento de 10m. Procurou-se não fazer muita movimentação de terra no terreno pela questão sustentável do projeto.
P P
P
P
em relação às decisões de projeto para que se tivesse melhor utilização e maiores cuidados em relação à incidência solar.
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P
P
Fluxo de pedestres Linha de ônibus Linha prevista de metrô
P M
P M
Parada de ônibus
Vento Noroeste - estação chuvosa
Percurso solar
Estação prevista de metrô
Vento Leste - predominante
Fachadas de maior incidência solar
Acessos ao edifício
Vento Nordeste - estiagem
projeto
30
31
MEMORIAL DESCRITIVO
Com o programa de necessidades dividido em escola, salão e áreas comuns entre eles, caminhou-se rumo a um partido com dois volumes marcantes que contivesse uma intersecção. A forma circular veio com os conceitos de projeto definidos, simbolizando um ciclo. Ciclo da sustentabilidade, da escola que visa ensinar desde os fundamentos até a prática profissional, da ideia de interações interpessoais. Além disso, a forma permite uma circulação central única, auxiliando na orientabilidade dentro da edificação, característica importante do desenho universal. Com o intuito de integrar a edificação
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com o entorno, propõe-se um tratamento paisagístico em toda a área entre quadras que comporta o lote, de maneira que a comunidade possa tirar maior proveito do espaço, sem que a circulação seja interrompida. Visando essa integração, é possível atravessar o prédio no pavimento térreo e usufruir de suas áreas comuns. Os acessos são posicionados de forma convidativa em ambos os lados. Ao adentrar o edifício o usuário é surpreendido por um jardim interno no átrio do prédio. A circulação vertical da escola se dá por meio de uma rampa acessível que envolve este átrio interno e que possui 12m de diâmetro. Esse partido propicia a modulação adotada, em simetria radial. Na parte da escola, trabalha-se com 12 módulos de 50m2, por pavimento, que servem para definir áreas, ocasionalmente podendo-se transformar dois módulos em um único de 100m2, o que confere flexibilidade no uso do espaço. No térreo também se tem acesso ao salão, onde o usuário encontra ampla área de espera por onde pode observar todo o movimento das áreas de atendimento do salão, um
EVOLUÇÃO DO PARTIDO
metro rebaixado. O espaço é amplo e flexível, permitindo diferentes configurações e adaptabilidade a situações adversas. O pavimento térreo é configurado por ambientes administrativos e áreas que podem ser usufruídas também pela comunidade, além de alunos e funcionários, incluindo um espaço comunitário de refeitório/lounge próximo à lanchonete. O pavimento superior é composto pelas salas de aula, laboratórios, vestiários e uma biblioteca, além de permitir acesso a um terraço jardim, acima do salão. Por meio de espaços amplos e ambientes abertos, pretende-se promover maiores relações interpessoais e diminuição de hierarquias, em um ambiente convidativo e agradável para todos os seus usuários.
PROGRAMA DE NECESSIDADES
AMBIENTE
ATIVIDADE
ÁREA (m2)
Recepção
Atendimento de alunos e interessados; informações.
21.5
Secretaria/Administração
Área administrativa.
28.5
Sala de Professores/Reuniões
Para uso pelos professores, com espaço para reuniões.
46
WC Administração (PNE)
Banheiro para uso pela equipe administrativa.
4
Área Comunitária/Lounge (Refeitório)
Área com mesas de refeitório e área comunitária de lounge para uso de alunos, profissionais e funcionários, com possibilidade de uso pela comunidade.
100
Restaurante/Lanchonete (Cozinha)
Restaurante/Lanchonete para uso de alunos, professores e funcionários, com possibilidade de uso pela comunidade. Inclui cozinha com depósito.
94.5
Espaço de resíduos
(BREEAM)
5
Banheiros/Vestiários de funcionários (2)
Com armários e chuveiros para funcionários.
30
Lounge de funcionários
Área de descanso com acesso exclusivo a funcionários.
15
Estoque/Esterilização e equipamentos
Para armazenamento de produtos e equipamentos para esterilização. Possui elevador de carga para transporte de material para a área de apoio da escola, no primeiro pavimento.
12.5
Lavabos (PNE) (2)
Área com lavatórios de cabelos com cuidados ecológicos (reaproveitamento de água).
11
Coffee Bar
Café/Bar parvma oferecimento aos clientes, com mesas.
45.5
Recepção + Área de Espera
Recepção de clientes e caixa, com área de espera para o atendimento.
33.5
Área de Atendimento
Inclui lavatórios de cabelos com cuidados ecológicos (reaproveitamento de água); espaço com cadeiras para atendimento de manicure/pedicure; estações com pequena bancada, espelho iluminado e cadeira própria para atendimento de maquiagem, sobrancelha, e cabelos (química, corte, penteados, modelagem).
196
33
113
Átrio ocupável Biblioteca + Laboratório de Informática
Biblioteca com acervo específico da área e laboratório de informática para uso dos alunos.
100
Sala teórica Tipo A (2)
Salas para aulas teóricas com capacidade para até 16 alunos, com mesa dupla. Capacidade de transformação de duas Salas Tipo A em única sala maior.
100
Sala teórica Tipo B (2)
Salas para aulas teóricas com capacidade para até 16 alunos, com carteiras individuais. Capacidade de transformação de duas Salas Tipo B em única sala maior.
100
Laboratório Tipo A
Sala de aula tipo laboratório com capacidade para até 14 alunos, para aulas revezadas de unhas e química de cabelos, com 7 estações e lavatórios.
100
Laboratório Tipo B
Sala de aula tipo laboratório com capacidade para até 20 alunos, para aulas revezadas de maquiagem, sobrancelha, modelagem, corte e penteados, com 10 estações com espelho iluminado.
50
Apoio/Serviços
Inclui lavanderia com cuidados ecológicos, copa para uso pela equipe administrativa e funcionários, depósito de material de limpeza e almoxarifado para armazenamento de material. Possui elevador de carga para transporte de material para a área de apoio do salão no térreo.
50
Banheiros/Vestiários (2)
Com armários e chuveiros para os alunos.
74
Terraço jardim
260.5
Circulação
336.5
Circulação vertical
129.5 ÁREA TOTAL
2056.5
Legenda: Áreas Administrativas Áreas Comuns Apoio/Serviços Salão Escola Circulação Vertical Circulação Áreas verdes
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LEGENDA 1. recepção da escola 2. secretaria / administração 3. sala dos professores / sala de reuniões 4. wc administração 5. área comunitária/lounge 6. refeitório 7. lanchonete/restaurante 8. cozinha 9. depósito cozinha 10. resíduos 11. wc/vestiário funcionários 12. lounge funcionários 13. área de apoio c/ elevador de carga 14. lavabos (pne) 15. coffee bar 16. mesas coffee bar 17. recepção salão 18. área de espera
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19. área de manicure/pedicure 20. área de lavatórios 21. área de atendimento 22. lounge 23. circulação 24. átrio ocupável 25. biblioteca 26. laboratório tipo B 27. laboratório tipo A 28. sala teórica tipo A 29. sala teórica tipo B 30. copa 31. almoxarifado 32. DML 33. lavanderia c/ elevador de carga 34. wc/vestiários 35. terreço jardim
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LEGENDA 1. recepção da escola 2. secretaria / administração 3. sala dos professores / sala de reuniões 4. wc administração 5. área comunitária/lounge 6. refeitório 7. lanchonete/restaurante 8. cozinha 9. depósito cozinha 10. resíduos 11. wc/vestiário funcionários 12. lounge funcionários 13. área de apoio c/ elevador de carga 14. lavabos (pne) 15. coffee bar 16. mesas coffee bar 17. recepção salão 18. área de espera
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19. área de manicure/pedicure 20. área de lavatórios 21. área de atendimento 22. lounge 23. circulação 24. átrio ocupável 25. biblioteca 26. laboratório tipo B 27. laboratório tipo A 28. sala teórica tipo A 29. sala teórica tipo B 30. copa 31. almoxarifado 32. DML 33. lavanderia c/ elevador de carga 34. wc/vestiários 35. terreço jardim
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RECEPÇÃO | ADMINISTRAÇÃO ESCOLA
46
ÁTRIO
LOUNGE | REFEITÓRIO
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RECEPÇÃO ÁREA DE ESPERA COFFEE BAR
48
ÁREA DE ATENDIMENTO SALÃO
49
SALA TEÓRICA TIPO A
50
SALA TEÓRICA TIPO B
LABORATÓRIO TIPO A
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LABORATÓRIO TIPO B
BIBLIOTECA
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ÁTRIO
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SAÍDA PARA TERRAÇO JARDIM
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São três módulos que apresentam uma mesma malha, mas com porcentagens diferentes de abertura (25, 50 e 75%). A disposição de cada módulo na fachada leva em consideração o uso de cada ambiente e a incidência solar naquela fachada. Por exemplo, em ambientes localizados em fachada com maior incidência solar, foi utilizado o módulo com 25% de abertura.
galeria-nara-roesler-artrio-2014-foto-rafael-adorjan-10/
Ao se colocar um edifício circular entre quadras ortogonais características de Brasília, buscouse trazer à fachada elementos característicos da cidade. Portanto, esta apresenta módulos de placa perfurada de aço corten com desenho que remete aos clássicos cobogós e à obra de Athos Bulcão, que são dois elementos muito marcantes da cidade.
Fonte: http://www.radardesign.com.br/geometria/athos-bulcao-
Visando a segurança da edificação, optouse por utilizar um sistema de fachada dupla, composto por uma fachada interna de pele de vidro, e outra, com um afastamento de 150cm da primeira, formada por uma estrutura com placas perfuradas de aço corten. Entre as duas fachadas, há uma passagem de 60cm para manutenção, e um jardim nos outros 90cm, servindo para amenizar o microclima.
Fonte: https://kolekto.wordpress.com/tag/brises/
FACHADA DUPLA
DETALHE 01 - Corte da Fachada Dupla esc. 1:50
DETALHE 02 Fixação dos painéis na fachada esc. 1:10
75% de abertura
50% de abertura
25% de abertura
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SISTEMA ESTRUTURAL
A estrutura portante do projeto é em concreto armado com lajes do tipo BubbleDeck.
assoalho também diminui substancialmente o volume de madeira utilizado.
Esse sistema construtivo funciona com o posicionamento de esferas plásticas entre telas de aço, eliminando o concreto sem função estrutural. Essa redução de volume de concreto sem função estrutural diminui significativamente o peso próprio e permite um aumento de 50% entre eixos de pilares, proporcionando estrutura mais leve e
O método permite a atenuação do nível de ruído entre pavimentos, característica importante para o projeto. As instalações podem ser embutidas na laje, proporcionando ganho expressivo de pé direito.
resistente, sem a necessidade de vigas. Ele permite maior liberdade nos projetos, possibilitando maior flexibilidade e adaptabilidade à formas curvas e irregulares.
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A utilização de plástico reciclável em substituição ao concreto reduz a quantidade de materiais empregados em uma mesma área, reduzindo, assim, a emissão de CO2 na atmosfera. A não utilização de formas para o
A modulação radial do edifício propicia a utilização do método construtivo prémoldado, diminuindo o tempo de canteiro, causando, desta forma, menos impacto no entorno. Especificação técnica: BD280 (ver detalhe) - espessura da laje = 280mm - diâmetro das esferas = 225mm - vão = 8 a 12m
Fonte:
http://www.brasilengenharia.com/portal/noticias/destaque/5680-braskem-e-bubbledeck-
trazem-a-construcao-civil-tecnologia-que-utiliza-esferas-de-plastico-em-lajes
DETALHE 03 - Laje BubbleDeck BD280 esc. 1:5
ECOTELHADO
Foi utilizado na cobertura, terraço jardim e átrio ocupável o sistema de Ecotelhado, considerado mais eficiente que o telhado verde convencional. Ele serve como cisterna de captação das águas pluviais, auxiliando a drenagem urbana, sendo independente de irrigação com água potável. Ele também funciona como tratamento e polimento de águas residuais da edificação, sendo usado no Sistema Integrado Ecoesgoto, que permite a reutilização da água para fins não potáveis.
Ecotelhado - Sistema Laminar Alto
Os nutrientes já presentes na água de reuso dispensam o substrato de função nutritiva das plantas, reduzindo esse peso extra sobre a estrutura. Toda irrigação é sub-superficial, não havendo contato da água com o ar, o que evita, ainda, a proliferação de mosquitos. O sistema permite a utilização de placas fotovoltaicas para captação e produção de energia, além de propiciar maior conforto termoacústico para os ambientes internos, ajudar na diminuição da temperatura micro e macroambiente e redução da poluição do ar, pelo sequesrtro de carbono.
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Ecotelhado - Sistema Laminar Médio
Para a cobertura, foi utilizado o Sistema Laminar Alto, que garante o suprimento de até 180 L/m2, aumentando os benefícios de retenção de água da chuva. Para o terraço jardim e átrio ocupável, o modelo escolhido foi o Laminar Médio, que tem uma retenção de 50 a 60 litros de água por metro quadrado.
DETALHE 04 - Ecotelhado Sistema Laminar Alto esc. 1:10
bibliografia
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