cerveja
Um brinde artesanal
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a história da bebida em santa catarina é contada em detalhes no museu da cerveja de blumenau the history of the beverage in santa catarina Is dsiplayed in full detail at the beer museum in blumenau
180 anos da imigração alemã em Santa Catarina
Indispensáveis em qualquer colônia alemã, as cervejarias locais fazem sucesso até hoje Indispensable in every German settlement, the local breweries remain a success to this day
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A toast to the artisan taste
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A lei de pureza alemã continua sendo seguida por muitas microcervejarias Most of the microbreweries still follow the German Purity Law of production
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nside the cultural baggage brought to Brazil by the immigrants in the 19th century, beer – a traditional passion of the German people – surely couldn’t lack. Enjoyed since the Middle Ages in Germany, the drink started fermenting in Santa Catarina right after the first years of the colonies. In the beginning, dozens of small breweries were founded, usually run by families and using rudimentary techniques of production. The local breweries were kept in activity just for a few decades, when most of them started to be incorporated to bigger companies and renamed. However, the last 12 years witnessed the booming of a few microbreweries in Santa Catarina, now strengthened by the entrepreneurism of its owners and by the high quality of its products, recognized in many international competitions. The common trace linking the first years of the colonies with present times is the Purity Law (in German, Reinheitsgebot), created in Baviera in 1516 by the Duke Wilhelm IV. According to it, beer must be made only with barley malt, hops and water. No conservatives nor artificial colours. The purer the water the better the beer. And pure water was something that Santa Catarina had in abundance 180 years ago. The first Master Brewers to work in the colonies brought their know-how from Germany or from the factories in Rio de Janeiro, where the drink was being made since the beginning of the 19th century. By the age of 30, in 1858, Heinrich Hosang arrived in a young Blumenau inhabited by no more than 200 families, most of them living in improvised shelters. Two years later, the colony – now a city that hosts the biggest beer festival in the Americas – would taste its first local beer out of Hosang’s barrels. Other factories, as the Rischbieter Brauerei and the Cervejaria Jennrich, would soon appear broadening the options to the colony`s customers.
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a extensa bagagem cultural trazida pelos imigrantes no século 19, não poderia faltar uma tradicional paixão do povo germânico: a cerveja. Apreciada desde a Idade Média na Alemanha, a bebida começou a fermentar em terras catarinenses logo nos primeiros anos de existência de cada colônia. No início, dezenas de pequenas cervejarias foram criadas, com gestão basicamente familiar e tecnologias rudimentares de produção. As fábricas de cerveja locais se mantiveram ativas por apenas algumas décadas, quando muitas delas começaram a ser vendidas e renomeadas, incorporadas a grandes indústrias do ramo. No entanto, os últimos 12 anos testemunharam o ressurgimento de várias microcervejarias em Santa Catarina, agora revitalizadas pelo empreendedorismo dos proprietários e pela qualidade do produto, reconhecida até em competições internacionais. Tanto nos primeiros anos das colônias como na atual retomada das microcervejarias, há um elemento essencial em comum: a Lei de Pureza (Reinheitsgebot) instituída na região da Bavária, em 1516, pelo Duque Wilhelm IV. De acordo com suas diretrizes, a cerveja deve ser feita somente com estes elementos: malte de cevada, lúpulo e água. Nada de conservantes ou corantes. Cerveja pura. E água, quanto mais pura, melhor. E isso havia de sobra em Santa Catarina durante os primeiros anos da imigração. Os primeiros mestres-cervejeiros das colônias catarinenses traziam o conhecimento necessário da própria Alemanha ou então aprendiam nas fábricas do Rio de Janeiro, onde já se fazia cerveja desde o começo do século. Aos 30 anos, em 1858, Heinrich Hosang chegou a uma jovem Blumenau, que não possuía mais de 200 famílias, a maioria vivendo em ranchos improvisados. Dois anos depois, a cidade – que é hoje sede da maior Oktoberfest das Américas – provava
a produção nas colônias dependia de equipamentos, matéria-prima e know-how importados da alemanha brewers at colonial times depended on imports of equipment, ingredients and know-how from germany
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os barris de cerveja eram distribuídos em carroças por toda a colônia the beer kegs were distributed by carts to pubs around the colony
nos detalhes: equipamentos em exposição no museu da cerveja ao fundo: o malte de cevada, ingrediente essencial da bebida old brewer equipments on display at the beer museum. in the backgroud: malted barley, a crucial ingredient in beer makin
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sua primeira cerveja local, saída dos barris de Hosang. Outras fábricas, como a Rischbieter Brauerei e a Cervejaria Jennrich, logo surgiriam para aumentar o leque de opções para os consumidores. Mesmo sendo a primeira cervejaria de origem germânica, a Hosang não foi a pioneira na fabricação da bebida em Santa Catarina. O título cabe a um suíço, Gabriel Schmalz, que instalou em 1852 uma pequena fábrica em Joinville, onde hoje é a Rua Visconde de Taunay. Sem o compromisso com a lei de pureza germânica, na falta de cevada ele decidiu utilizar milho na fórmula. Ao longo da segunda metade do século 19, outras localidades foram ganhando suas cervejarias. Os nomes? Bavaria, Vitoria, Deliciosa, Joinvillense, Mulatinha, Catharinense, Bock, Salvador, Clarinha, Cerveja 33... São quase uma centena de rótulos que hoje se transformaram em objetos de colecionador. Fabricadas com produtos importados, eram distribuídas inicialmente por meio de carroças e, mais tarde, em pequenos caminhões. Perto da virada do século, por volta de 1898, Blumenau veria surgir a sua cervejaria de maior longevidade. Fundada na Vila Itoupava, a Cervejaria Feldmann resistiu bravamente até 1978, quando fechou suas portas, já com o nome de Kranapel. Boa parte dos equipamentos da fábrica, com máquinas manuais e automáticas, pode ser visto hoje no Museu da Cerveja de Blumenau. São peças únicas que contam a história da paixão da cidade pela bebida. Já a pioneira Joinville ficou famosa por sediar, até 1998, a fábrica que produzia a melhor Cerveja Antarctica do Brasil. A filial da grande fabricante possuía equipamentos mais antigos e contava com água de excelente qualidade. A cerveja fabricada ali ganhou fama no País e logo muita gente se habilitou a olhar com atenção para as informações na tampa das garrafas. Se elas viessem de Joinville, o happy hour teria um sabor especial.
However, being the first Germanic brewer in Santa Catarina, Hosang was not the pioneer in the State. Six years before, in Joinville, a Swiss named Gabriel Schmalz started a small factory were Visconde de Taunay Street is today. Without commitment with the Germanic Purity Law, he used corn in his formula instead of barley. Through the second half of the 19th century, other communities started to have their own breweries. The brands? Bavaria, Vitoria, Deliciosa, Joinvillense, Mulatinha, Catharinense, Bock, Salvador, Clarinha, Cerveja 33... There were almost one hundred of labels that today are collector items. Produced with imported ingredients, the beer was distributed first with carts and later by little trucks. About the turn of the century, in 1898, Blumenau saw the arising of its first brewery that would last for many decades. Built in Vila Itoupava, the Cervejaria Feldmann lasted bravely until 1978, when it was finally shut down, already bearing the name Kranapel. Most of its equipments, dozens of automatic and manual machines, can be seen today at the Blumenau’s Beer Museum, whose unique pieces tell the history of the city’s passion for beer. Joinville, in its turn, became famous not just by its Swiss pioneer, but specially for being the city where, until 1998, was produced the best Antarctica beer in the whole country. A branch of Brazil’s biggest beverages company, it had old and trustable equipments plus top quality water, which resulted in a very special beer. At bars all over the country, it became an usual thing to check where the beer ordered was produced. If the lead said Joinville, the happy hour would have
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A técnica alemã e a qualidade da água fizeram a fama das cervejas locais The German technique and the water quality made the local beers famous
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pinturas e fotografias contam a história da fabricação da cerveja desde o antigo egito pictures and photographs tell the story of brewering going back to ancient egypt
endereços addresses Museu da Cerveja Bbhcbsu hbschbw(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br Museu da Cerveja(Blumenau) Rua jkvnsvn kjngbkj bkjknbgf - 303 - Centro www. idjvjvdnvdv.com.br
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As microcervejarias haviam praticamente desaparecido do mapa catarinense até que, em 1996, Brunhard Borck concretizou um sonho e abriu, em Timbó, a cervejaria que leva o seu nome. Mas foi apenas seis anos depois, com a fundação da Eisenbahn, em Blumenau, que o verdadeiro boom das microcervejarias ocorreu no Estado. A fábrica blumenauense alcançou fama mundial graças à qualidade dos produtos e à mão do experiente mestre-cervejeiro alemão Gerhard Beutling. Tanto que acabou sendo adquirida recentemente por uma grande fabricante brasileira. Mas a ideia já estava no ar – ou melhor, nos barris. Em Blumenau, além da Eisenbahn, hoje fabricam cerveja artesanal a Bierland e a Wunderbier. A Opa Bier foi fundada em Joinville em 2006. Em Gaspar, há a Das Bier; em Indaial, a Heimat; em Brusque, a Zehn Bier; e em Pomerode, a Schrnostein. Isso sem contar os diversos fabricantes amadores, amigos que se reúnem para produzir cerveja apenas por prazer, mantendo viva a tradição cervejeira trazida pelos imigrantes.
then a special flavour. The microbreweries were almost extinct in Santa Catarina until 1996, when Brunhard Bock made a dream come true through the foundation of the Cervejaria Borck in Timbó. But it was only six years later, with the release of the Cervejaria Eisenbahn, in Blumenau, that the real boom happened. The factory achieved world fame thanks to its products’ quality and especially to the hands of the experienced German Master Brewer Gerhard Beutling. The success was so huge that recently Eisenbahn was negotiated to a big Brazilian company. However, the idea was already in the air – or inside the barrels. Today in Blumenau, besides Eisenbahn, there are two factories brewing artisanal beer: Bierland and Wunderbier. In 2006, Opa Bier was founded in Joinville. In Gaspar, there is Das Bier; in Indaial, Heimat; in Brusque, Zehn Bier and in Pomerode, Schornstein. And we are not counting here many amateur producers that get together with friends to make beer only as a hobby, keeping alive the brewing tradition brought by the immigrants.
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A tradição da fabricação artesanal voltou com força a partir de 1996 The craft production tradition returned in full force by 1996
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