cultura
Jornal Ibiá Montenegro, Sábado e Domingo, 31 de Outubro e 01 de Novembro de 2009
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CONFERÊNCIA / FALTA DEMOCRATIZAR O ACESSO E A PRODUÇÃO
Cultura volta a ter recursos em 2010 Leonardo Meira redacao17@jornalibia.com.br
A proposta de criação do fundo que substituirá o Fumprocultura deve ser enviada à Câmara de Vereadores ainda na próxima semana. Ao menos é isso que indicou o secretário municipal de Educação e Cultura, Renato Kranz, durante a abertura da primeira Conferência Municipal de Cultura. O evento aconteceu durante os turnos da manhã e da tarde de sexta-feira, na Estação da Cultura.
Kranz garantiu que a diferença fundamental entre o novo fundo, batizado de Fundo Municipal de Desenvolvimento da Cultura (Fumdesc), e o Fumprocultura deve ser a facilitação no acesso aos recursos disponíveis. “Queremos desburocratizar e democratizar a obtenção das verbas”, declarou, ao defender que Montenegro é o município que apresenta o maior desenvolvimento no setor cultural no vale do Caí. Ainda segundo o secretário, está prevista a abertura de dois editais por ano, um no primeiro
e outro no segundo semestre. Durante todo o ano de 2009, os artistas não puderam recorrer aos recursos disponibilizados pelo Fumprocultura, que era administrado pela Fundarte. O Fumdesc será gerenciado em parceria entre a Diretoria de Cultura da Smec, que tem como titular Edson Maciel, e o Conselho Municipal de Cultura. O novo fundo vem sendo discutido há cerca de um ano e a avaliação do interesse público é que deve pautar a apreciação dos projetos.
Descentralização é a meta principal O tema da Conferência foi “Cultura, diversidade, cidadania e desenvolvimento”. A discussão girou em torno de cinco eixos temáticos, com a indicação de propostas nos âmbitos municipal, regional e nacional. Três dimensões da Cultura foram salientadas: a simbólica (como capacidade inerente a todos os seres humanos), a cidadã (enquanto integrantes dos direitos de todos os cidadãos) e a econômica (como segmento dinâmico que ganha cada vez mais relevância na economia). Segundo a agente de Cultura e Lazer do Sesc Montenegro, Lucimaura Rodrigues, “é preciso estabelecer o conceito de que os artistas e a produção cultural têm valor e precisam ser reconhecidos”. A secretária do CMC, Júlia Hummes, ajudou a coordenar os trabalhos e destacou que a transversalidade da cultura precisa ser colocada em relevo. “É uma temática que diz respeito e influencia diversos outras esferas da sociedade”, complementa. O presidente do CMC,
Djacir Alves, colabora: “o grande problema é que a cultura não é deliberativa, apenas um acessório de outras políticas públicas. É preciso reverter esse quadro, valorizando manifestações regionais e o respeito à diversidade”, disse. A chefe do Serviço de Patrimônio Histórico e Cultural (Sepahc), Rosani Brochier Nicoli, ressalta: “a valorização de aspectos alternativos e a interação entre a comunidade em geral e os espaços de cultura também precisa ser destaca”, finaliza. A agente do Sesc, Lucimaura Rodrigues, e o professor de Teatro, Everton dos Santos, foram indicados para delegados do município na Conferência Estadual.
Lucimaura Rodrigues e Everton dos Santos são os delegados municipais para a próxima etapa dos debates
Conferência teve participação de representantes de diversos segmentos culturais
PROPOSTAS PARA CONFERÊNCIA ESTADUAL 1 - A exemplo das secretarias de educação, destinar um percentual no orçamento estadual para ser utilizado pelos segmentos culturais, bem como direcionar estes recursos, especificamente, para artistas, projetos de formação e preservação do patrimônio histórico/cultural.
2 - Promover encontros regionais que permitam o intercâmbio de experiências culturais significativas, enfatizando a diversidade, assim como criar instrumentos que estimulem as comunidades escolares e público em geral a produzir e apreciar estas experiências.