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5ª fase – com inicio em 1900, em consequencia da visita de Coelho Neto ao Maranhão, de intelectuais que procuraram, permanecendo na terra natal, desenvolve-la, faze-la outra vez grande centro de cultura, a geração de Antonio Lobo, Correa de Araujo, e

Nascimento de Moraes, fase áurea do simbolismo no Maranhão, que viu também, como escritores nacionais, Humberto de Campos, Viriato Correa, e Graça Aranha; 6ª fase – ciclo do modernismo, segundo Meireles (1958) a fase atual, mas de transição, de poetas ainda apegados a velhas formulas, neoromanticos uns, neoparnasianos outros, neosimbolistas grande parte, já se firmando alguns poucos, nos canones trazidos pelo modernismo: a fase inaugurada em 1927 por Astolfo Serra; 7ª fase – inicio do movimento “Renovação”27, sob a orientação de Antonio Lopes, é a geração de 4528, quando o modernismo se impôs no Maranhão, principalmente na pintura com J. Figueiredo, cubista; Floriano Teixeira, na mesma linha de Portinari;

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Cadmo Silva, surrealista, e Jorge Brandão; a fase de Erasmo Dias, em que o Maranhão viu emigrar mais alguns de seus melhores talentos: Josué Montello, Manoel Caetano

Bandeira de Melo, Franklin de Oliveira, e Osvaldo Marques; 8ª fase – a da geração de 50, que prosseguiu com exito, a renovação modernista, chegando à poesia concreta29 e neoconcretista30, ao mesmo tempo em que parte dela se voltava para o romantismo e o simbolismo, fenomeno que também ocorreu no ambito nacional;

27 “O movimento de renovação colocado pelas escolas literárias não consiste necessariamente na exclusão de uma geração anterior, mas um retorno a um movimento que vem antes do modelo negado. Assim aconteceu com o Arcadismo, que revisita os modelos clássicos; com o Parnasianismo, que retoma o Classicismo; e com o Simbolismo, que reassume o subjetivismo romântico. Assim também ocorreu com a literatura neo-ateniense, que pretendia revalidar o foro de Atenas Brasileira, igualando-se a todos os outros”. DURANS, 2009, obra citada. 28 Na literatura brasileira, a chamada Geração 45 surgiu a partir de trabalhos de poetas que produziam uma literatura oposta às inovações modernistas de 1922. Uma fase de literatura intimista, introspectiva e de traços psicológicos. http://www.infoescola.com/literatura/geracao-de-45/ 29 Poesia concreta é um tipo de poesia vanguardista, de caráter experimental, basicamente visual, que procura estruturar o texto poético escrito a partir do espaço do seu suporte, sendo ele a página de um livro ou não, buscando a superação do verso como unidade rítmico-formal. Surgiu na década de 1950 no Brasil e na Suíça, tendo sido primeiramente nomeada, tal qual a conhecemos, por Augusto de Campos na revista Noigandres de número 2, de 1955, publicada por um grupo de poetas homônimo à revista e que produziam uma poesia afins. Também é chamada de (ou confundida com) Poesia visual em algumas partes do mundo. O poema concreto é um objeto em e por si mesmo, não um intérprete de objetos exteriores e/ou sensações mais ou menos subjetivas. seu material: a palavra (som, forma visual, carga semântica) . seu problema: um problema de funções- relações desse material. fatores de proximidade e semelhança, psicologia de gestalt. ritmo: força relacional. o poema concreto, usando o sistema fonético (dígitos) e uma sintaxe analógica, cria uma área linguística específica - "verbivocovisual"- que participa das vantagens da comunicação não-verbal, sem abdicar das virtualidades da palavra, com o poema concreto ocorre o fenômeno da metacomunicação: coincidência e simultaneidade da comunicação verbal e não verbal, com a nota de que se trata de uma comunicação de formas, de uma estrutura-conteúdo, não da usual comunicação de mensagens. a poesia concreta visa ao mínimo múltiplo comum da linguagem, daí a sua tendência à substantivação e à verbificação : "a moeda concreta da fala" (sapir). daí suas afinidades com as chamadas "línguas isolantes"( chinês) : "quanto menos gramática exterior possui a língua chinesa, tanto mais gramática interior lhe é inerente ( humboldt via cassirer) . o chinês oferece um exemplo de sintaxe puramente relacional baseada exclusivamente na ordem das palavras ( ver fenollosa, sapir e cassirer). http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia_concreta 30 Neoconcretismo foi um movimento artístico surgido no Rio de Janeiro, Brasil, em fins da década de 1950, como reação ao concretismo ortodoxo. Os neoconcretistas procuravam novos caminhos dizendo que a arte não é um mero objeto: tem sensibilidade, expressividade, subjetividade, indo muito além do mero geometrismo puro. Eram contra as atitudes cientificistas e positivistas na arte. A recuperação das possibilidades criadoras do artista (não mais considerado um inventor de protótipos industriais) e a incorporação efetiva do observador (que ao tocar e manipular as obras torna-se parte delas) apresentam-se como tentativas de eliminar a tendência técnico-científica presente no concretismo. O movimento neoconcreto nunca conseguiu impor-se totalmente fora do Rio de Janeiro, sendo largamente criticado pelos concretistas ortodoxos paulistas, partidários da autonomia da forma em detrimento da expressão e implicações simbólicas ou sentimentais. O MANIFESTO NEOCONCRETO - No dia 23 de março de 1959, o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil , (dirigido por Reynaldo Jardim, participante do movimento) publicou o 'Manifesto Neoconcreto', assinado por Ferreira Gullar , Reynaldo Jardim , Theon Spanudis , Amílcar de Castro , Franz Weissmann , Lygia Clark e Lygia Pape . http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoconcretismo.

9ª fase – a patir de 1969, de jovens que buscavam, atraves de movimentos como a

Antroponáutica31, novas formulas poeticas e, como reação ao modernismo, já concluindo o seu ciclo, o movimento dos trovadores32 .

Recorremos, ainda, a Clóvis Ramos (2001) 33 - fênix renasce das cinzas, ao propor-se a realizar o “sonho do Dr. Eliezer Moreira Filho”, com a publicação de uma Antologia escolar maranhense. Abrangência das fases diversas da rica vida literária do Maranhão. São elas:

Volume I – quando a brilhante aurora despertava: cronistas franceses, os portugueses da fase colonial e a poesia neoclássica do Maranhão;

Do sol meridiano a luz dourada – os românticos da geração de Gonçalves Dias;

Um Sol de fogo – geração de Sousândrade;

Volume II – onde as estrelas cantam – no tempo de Frutuoso Ferreira, tempo também de

Teófilo Dias, Raimundo Correia, Catulo, Coelho Neto e Graça Aranha (fase do movimento naturismo e do parnasianismo);

De rosas cor de rosa no sol posto – o simbolismo no Maranhão;

Vão se abrindo as estrelas e as juremas – sobre o sincretismo, que resultou nos caminhos abertos para o modernismo, entre nós;

Volume III – Asas cantando sob um céu lilás – os ecléticos e os da geração de Corrêa da

Silva;

Volume III - o despenhadeiro das auroras – a geração de 45, de poetas e escritores voltados ao hermetismo, à poesia de vanguarda – pós-modernos, uns e outros ainda apegados aos ritmos tradicionais;

Rosas manhãs – contendo a poesia atual do Maranhão;

Um quarto volume, sendo preparado para apresentar, ainda, autores maranhenses, antigos e modernos, que não foram incluídos nos roteiros, e já prontos.

E mais adiante, apresenta-nos novo roteiro, com os títulos que formam o Novo Parnaso Maranhense:

A irmã da noite – a grande poesia do Maranhão, estudo e antologia;

A pedra e o monte – a poesia neoclássica do Maranhão;

O astro das manhãs – o Maranhão na poesia romântica e utra-romantica;

A flor do abismo – ainda os românticos e parnasianos do Maranhão ou a geração de 1880;

No infinito mar – poetas tradicionalistas, de estilo clássico-romantico;

31 Em 26 de maio de 1972, foi lançada, em Noite de Autógrafos, em São Luís do Maranhão, a antologia poética Antroponáutica, que apresenta poemas de poetas até então inéditos, em livros. Eram eles Chagas Val, Luís Augusto Cassas, Raimundo Fontenele, Viriato Gaspar e Valdelino Cécio. Para eles, alguma coisa estava errada, já que a Semana de Arte Moderna havia acontecido, de maneira ruidosa, há 52 anos antes, em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo e poucos, à exceção de Nascimento Moraes Filho, Ferreira Gullar, Bandeira Tribuzi, Oswaldino Marques, Lago Burnett e José Chagas, pouquíssimos outros dela tomaram conhecimento, decorridas cinco décadas. Era como se São Luís vivesse ainda em plena época do soneto parnasiano sem tomar conhecimento sequer da linguagem revolucionária de O Guesa, de Sousândrade. GASPAR, Viriato. Os Trinta Anos Pós-Antroponáutica. GUESA ERRANTE, Suplemento literário – Jornal pequeno, São Luis, 29 de novembro de 2005. 32 Com a instituição dos Jogos Florais no ano de 1960, o movimento dos trovadores (então sob a égide do GBT, Grêmio Brasileiro de Trovadores) teve um grande impulso, embora ainda incipiente. Com a fundação e o estatuto definitivo em 1966, a entidade passa a multiplicar-se pelo país inteiro. http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Brasileira_de_Trovadores 33 RAMOS, Clóvis. ROTEIRO LITERÁRIO DO MARANHÃO: neoclássicos e românticos. Quando a brilhante aurora despontava – do sol meridiano a luz dourada – um sol de fogo. Niterói: Clovis Ramos, 2001

Sinos do entardecer – que exalta bandeira Tribuzzi – ainda com a poesia tradicionalista de poetas imbuídos de sincretismo; Soluços nas ramadas – começo do modernismo no Maranhão ou geração de 1900; Velário das estrelas – o modernismo no Maranhão, a geração de 1930; A música dos violinos ou a geração de 45; Verbo em chamas – movimentos de vanguarda, poetas pós-modernos, ou a geração de 60; Espelho grande do tempo – movimentos de vanguarda, pós-modernos; Brisa e espuma – a nova poesia do Maranhão; O céu é a mesma luz – que o continua, reunindo poetas do final do século XX, de Enes de Sousa (João Nascimento Sousa), Antonio Carlos Alvim, Leonardson dos Santos Castro, Lenita de Sá, Francisco de Assis Peres Sousa, Paulo Melo Souza, Cesar William, e Luís Inácio Araujo – nascidos nas décadas de 1960/70, e outros, a João Fábio Ramos de Souza, o mais moço, nascido em 1983 [...]

Assis Brasil (1994) 34 faz um “retrospecto poético”, antes de entrar na Poesia do Século XX, considerando que a evolução histórica e estética de nossa (brasileira) poesia pagou tributo, por longos anos, à evolução da poesia portuguesa, desde os séculos XVI a XIX, de tradição erudita e pomposa, cultivando metáforas e referencias mitológicas, influenciada pela poesia greco-latina. Para esse autor, as mudanças – aos trancos e barrancos – vieram com os pré-românticos, mudando a linguagem e a estrutura dos poemas, com imagens mais simples, perdendo a ortodoxia nas rimas, com versos mais curtos. Junto com preocupações mais intimas – lirismo – surgem os temas populares e folclóricos. “O Poeta corria atrás da nacionalidade”. Afirma, ainda, que chegou a falar-se, “em pleno fastígio do Neoclassicismo e do pré-romantismo, em Modernismo ‘avant la lettre’, uma ligeira prova do um ‘avant-goût’ que viria à frente” (BRASIL, 1994)35 . Apresenta uma nova ‘“temporalidade”, numa corrida de revezamento, de “forma pendular”, das correntes e movimentos literários, onde uma escola ou estética rígida, formal, algo cerebral, sempre tem sido substituída por uma mais libertária, mais objetiva, como foi a passagem do classicismo para o romantismo, voltando à rigidez com o parnasianismo:

Cronologicamente, a geração de poetas maranhenses que está viva no começo da primeira e segunda décadas do século, e que já experimentara as mudanças romântico-parnasian, enfrentará, mais uma vez, a mudança daquele pendulo estético (p. 21).

Durans (2012) 36 servindo-se de Moisés (2004) 37 estabelece um critério cronológico para distinguir os termos geração, era, época, período e fase: [...] Para o autor, era designa um lapso de tempo maior em que se fragmenta a história de um povo; época designa a subdivisão de uma era; período, por sua vez, é a subdivisão de uma época; e finalmente fase constitui uma subdivisão do período ou da biografia de autores. Geração poderia, então, ser identificada com período ou fase, enquanto era e época designariam sucessões de gerações irmanadas pelos mesmos ideais. O uso do termo geração pode se dar ainda no sentido biossociológico, ou seja, de faixa etária. Esse é, portanto, um conceito polissêmico, frequentemente empregado, ainda, em sentido políticoideológico (de engajamento político ou militância política), ou em alusão a uma determinada concepção estética, artística ou cultural (escolas). O termo geração no sentido de mesma faixa etária tem sido amplamente usado pela historiografia, frequentemente

34 BRASIL, Assis, obra citada 35 BRASIL, Assis, obra citada. 36 DURANS, 2012, Obra citada. 37 MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 2004, citado por DURANS, 2012

associado à intelectualidade, à noção de herança, de grupo de intelectuais que dão continuidade a certos referenciais de outros que viveram em épocas anteriores, figurando como patrimônio dos mais velhos.

Rodrigues (2008) 38 afirma com base em Ortega y Gasset e Julian Mariais, que as gerações literárias compreenderiam, grosso modo, um período de 15 anos. Esta seria a escala. A poesia do Século XX é, então, dividida em “gerações”, começando pela de Sousândrade, presidente de honra da Oficina dos Novos; seguindo-se a geração de Correa da Silva, a de Bandeira Tribuzi, e a de Luis Augusto Cassas. No Maranhão, segundo Castro (2008) 39, a criação de uma academia de letras destinava-se ao cultivo das letras pela ação coletiva ou individual dos seus membros, que buscavam resgatar as glórias intelectuais perdidas durante o suposto Decadentismo40. Para os literatos maranhenses do início do século XX, urgia salvaguardar esse passado de glórias que, segundo eles, suplantava o de todas as outras províncias. Domingos Barbosa afirmava:

Somos uma terra de gramáticos... pelo menos, é assim que todos, a uma voz, nos apelidam [...] Não sei, assim de terra que tenha origem mais fidalga, nem seja mais nobre pela velha e pura linhagem da inteligência e do saber. E, desde os seus princípios até hoje – haveis de perdoar ao maranhense a imodéstia da afirmação – não sei qual possa arrolar maior número de nomes famozos do que os daquêles que entre nós têm cintilado, assim nas ciências como nas letras. (Revista da Academia Maranhense de Letras, 1917, p. 53, citado por Castro, 2008).

Para Meireles (1955) 41, a Academia Maranhense de Letras foi uma transformação da Oficina dos Novos, pelo fato de alguns operários42 terem participado como membros fundadores da Academia, entre eles: Godofredo Viana, Vieira da Silva e Astolfo Marques; no entanto, Jomar Morais discorda e observa que a relação destes intelectuais com a Oficina dos Novos já não ia além do apoio e da simpatia. Jomar Morais faz esta afirmação baseado no registro de atividades concomitantes das entidades nos jornais da época. Um jantar de confraternização foi registrado entre as duas confrarias no Hotel Central em 15 de novembro de 1908, ou seja, as duas instituições existiram ao mesmo tempo, mesmo que por um curto período em razão do término da Oficina (CASTRO, 2008) 43 . Essa autora considera que, talvez, a maior particularidade dessa instituição (AML) tenha sido a oficialização de uma história da literatura maranhense e com ela a construção de um passado para as nossas letras, elaborando uma história oficial das obras e dos autores mais importantes do Estado.

38 RODRIGUES, Geraldo Pinto. A Geração de 45 na poesia brasileira. In POETA POR POETA. São Paulo, Marideni, 2008, disponível em http://www.antoniomiranda.com.br/ensaios/geracao_de_45_na_poesia_brasileira.html , acessado em 09 de março de 2014 39 CASTRO, Ana Caroline Neres. ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS: UM SÉCULO INVENTANDO TRADIÇÕES (19082008). Outros Tempos, Volume 5, número 5, junho de 2008-Dossiê História da América 40 Na literatura clássica maranhense, esse período situado entre os anos de 1894 a 1932, foi marcado pelo “marasmo” e “letargia” na produção local, ocasionada pela ausência dos literatos que foram para outras regiões do país em busca de melhores oportunidades. Também pode ser caracteriza do pela tentativa de reação dos intelectuais que permaneceram na capital maranhense, autointitulados “Novos Atenienses”. (CASTRO, 2008, obra citada). 41 MEIRELES, Mário Martins. Panorama da Literatura Maranhense. São Luís: Imprensa Oficial, 1955. 42 Assim eram denominados os membros da Oficina dos Novos. 43 Convém ressaltar, que no ano de 1917, a Oficina dos Novos passou por uma reorganização e definiu como membros honorários os sócios da Academia Maranhense de Letras, outrora a ela ligados. Pelo quadro de membros efetivos que àquela data compunham o corpo social da Oficina, não é possível encontrar nenhum dos nomes daqueles pertencentes à Academia Maranhense de Letras. CASTRO, 2008, obra citada.

[...] No próprio culto que rendemos aos nomes dos que nos engrandeceram e nobilitaram os dias idos, não vizâmos somente a homenagem que o dever nos reclama de cada um de nós, e a todos nos ordena. Evocâmo-los tanto para maior glória sua como para exemplo aos de hoje, de modo que possamos bem preparar os dias de amanhã. (Revista da Academia Maranhense de Letras, 1917, p. 37, in CASTRO, 2008) 44 .

Continua: Para tanto, além de reunir dados biográficos e literários, adotaram patronos para cada uma das cadeiras da Academia. Esses patronos deviam ser intelectuais maranhenses, já falecidos que marcaram a história literária do Estado, ou seja, na ausência de um passado literário estruturado, organizar-se-ia uma genealogia elevando alguns nomes para que formassem, de repente, o capital simbólico da instituição. [...] Sem história, não pode haver tradição, nem nacionalidade, assim como sem memória não pode haver individualidade. [...] esse movimento, porém, limitar-se-á a um surto de imperialismo ou de militaria, se não for inspirado, idealizado pelo culto das glórias [...]. (Revista da Academia Maranhense de Letras, 1916-1919, p. 101 in CASTRO, 2008) 45 .

Silva (2013) 46 afirma ser exemplar a forma como se estrutura a AML e o IHGM em sua relação com os Patronos, Fundadores de Cadeiras e Ocupantes, cuja genealogia funciona à espécie de um sistema de parentesco, conforme descreve Alfredo Wagner (2008) 47 :

Tem-se um conjunto de autores, representados como personalidades e figuras tutelares da historiografia regional, que ampara a criação das cadeiras e seus respectivos fundadores e demais ocupantes. Por disposições estatuárias a cada cadeira corresponde um patrono, uma figura como “autoridade em história, ou geografia e ciências afins”, e um fundador, que representa aquele que evoca o patrono ao criar um assento na instituição. O nome dos patronos jamais poderá ser substituído pelos vindouros ocupantes das cadeiras conforme reza o art. 31, § Segundo[Regimento Interno da AML]. Seus nomes mantêm vivas e encarnam os fundamentos das tradições letradas, permitindo aos que aspiram lugares nos panteons e galerias de “vultos maranhenses” uma relação em linha direta com os seus protetores.

Castro (2008) coloca que entre 1916 e 1918, houve intensa movimentação no sentido de traçar uma memória literária para o Estado. As principais medidas tomadas foram: · Inauguração da estátua de João Lisboa e confecção de uma obra literária sobre a vida do jornalista; · Reimpressão de inéditos de Sotero dos Reis e de trabalhos de Nina Rodrigues; · Comemoração do primeiro centenário do nascimento de Cândido Mendes; · Estudos realizados em sessões públicas sobre Celso Magalhães e Gonçalves Dias; · Discursos homenageando Sotero dos Reis, Maranhão Sobrinho, Almeida Oliveira; · Autorização do Congresso Estadual para publicação da Seleta Maranhense de Astolfo Marques.

44 CASTRO, 2008, obra citada. 45 CASTRO, 2008, obra citada. 46 SILVA, Franklin Lopes. Literatura, Política, e Pessoalidade: lógicas cruzadas de atuação no espaço intelectual maranhense (1945-1964). Síntese de monografia de graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Maranhão. 2013 47 ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. A Ideologia da Decadência: leitura antropológica a uma história da agricultura no Maranhão. Rio de Janeiro: Editora Casa 8/FUA, 2008.

Na visão de Martins (2006) 48 , [...] o problema fundamental para esses novos atenienses era dar conta da montagem dessa trajetória intelectual. Com efeito, remontar uma continuidade das teias evolutivas da produção intelectual maranhense não indicava constituir-se uma tarefa cuja consecução fosse produzida pelo voluntarismo evidente na postura de muitos desses intelectuais. Ao contrário, definir as linhas mestras da formação cultural do Maranhão significava identificar com clareza meridiana a ausência de vida cultural orgânica (ARANTES, 1997, p. 17), a falta de seriação de ideias, a ausência de uma genética. (ANDRADE Apud SODRE, 1984, p. 65).

Corrêa (2001) 49 informa que na Ilha de São Luis, em agosto de 1922, surge a antologia Sonetos Maranhenses, lançado pela Távola do Bom Humor, contando com: José Augusto Vieira dos Reis, Cypriano Marques da Silva, Chrysostomo de Souza, Joaquim de Souza Martins, Carlos de Castro Martins, e J. Ribamar Teixeira Leite, todos de escassa memória na história da literatura maranhense. O surgimento dessa antologia visava comemorar o centenário da Independência do Brasil. Noticia do Diário de S. Luiz50, edição de 10 de outubro de 1921, informa que a Távola do Bom Humor, em reunião do dia anterior resolvera publicar uma coletânea de “sonetos maranhenses”, divulgando a nossa literatura. Pretendiam reunir num volume mais de cem sonetos de autores maranhenses, dividida em duas partes, de poetas mortos e de poetas vivos, desde Gonçalves Dias e Odorico Mendes, até os novíssimos bardos. A comissão organizadora era composta dos cavalheiros Guimarães Neto, De Castro Martins, Cryzostomo de Souza, J. Souza Martins, e J. Teixeira Leite. Em nota51 de A Pacotilha de 30 de dezembro de 1921, era informado que a Távola estaria organizando sua antologia, e que Graça Aranha deveria escrever a introdução. Em nova nota, desta vez de 02 de março de 1922, era informado ao grande público que estava indo à gráfica, e contava com mais de cem sonetos de poetas nascidos no Maranhão, desde Odorico Mendes até a geração atual52. Em O Jornal, edição de 3 de fevereiro de 1922, era confirmada a elaboração da obra, com mais de cem poemas, graças aos esforços de Crizostomo de Sousa53. Em nova nota, em O Jornal, edição de 10 de agosto de 192254, era informada que já encontrava disponível as subscrições para aquisição da obra. Compilados pela Távola do Bom Humor, conteria cento e cinquenta e seis sonetos de autores nascidos no Maranhão, contemplando desde Odorico Mendes até o ultimo aedo presente, revelando nomes ainda desconhecidos. Dedicados a nossa terra, e em homenagem a Antonio Lobo. Novamente, o Jornal de 5 de setembro em propaganda informa que já se encontrava à venda, com mais de 160 autores55 . A Pacotilha de 5 de setembro de 1922 também informa que já se encontrava a venda na casa Laureta; informa o jornal, ao agradecer o exemplar enviado à redação, que continha mais de cem sonetos, de Odorico Mendes até os vates atuais 56 . Em 2009, em postagem no meu Blog57 trago um dos autores publicado nos “Sonetos Maranhenses”:

48 MARTINS, Manoel de Jesus Barros. Operários da Saudade: os novos atenienses e a invenção do Maranhão. São Luís: Edufma, 2006. 49 CORRÊA, Rossini. ATENAS BRASILEIRA; A CULTURA MARANHENSE NA CIVILIZAÇÃO NACIONAL. Brasília: Thesaurus; Corrêa & Corrêa, 2001 50 SONETOS MARANHENSES, Diário de São Luis, 10 de outubro de 1921, p. 3 51 SONETOS MARANHENSES. A Pacotilha, São Luis, sexta-feira, 21 de dezembro de 1921, 52 SONETOS MARANHENSES. A Pacotilha, São Luis, quinta-feira, 02 de março de 1922, p. 53 SONETOS MARANHENSES, O Jornal, São Luis, 3 de março de 1922, p. 54 SONETOS MARANHENSES, O Jornal, São Luis, 10 de agosto de 1922, p. 4 55 SONETOS MARANHENSES, O Jornal, São Luis, 5 de setembro de 1922, p. 4 56 SONETOS MARANHENSES. A Pacotilha, 6 de setembro de 1922, p. 1 57 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. NUNES PEREIRA e o DISCÓBOLO. In BLOG DO LEOPOLDO VAZ. Disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2009/12/24/nunes-pereira/, acessado em 18 de maio de 2014

A literatura tem se constituída importante fonte de informação para buscar a memória dos esportes, no Maranhão. Terra de escritores, de poetas, de jornalistas, os tivemos interessados no esporte: desde Gonçalves Dias, Aluísio Azevedo, Dunshee de Abranches (meu Patrono no IHGM), Coelho Neto, Nascimento de Moraes, até Dejard Ramos Martins… descobri outro poeta, que se dedicou a escrever sobre o esporte; um poema: NUNES PEREIRA - Manuel Nunes Pereira – (1892 — 1985), nascido no Estado do Maranhão, foi um antropólogo ictiólogo que viveu grande parte de sua vida em Manaus, e, posteriormente, na cidade do Rio de Janeiro. Coelho Netto – transformado em uma, nem sempre bem sucedida, agencia de empregos, solicitou a um amigo uma colocação a Nunes Pereira: “Prestes amigo, O portador, Manuel Nunes Pereira, é poeta e do Maranhão, já se vê, filho da oliveira e da cigarra. Dá-lhe tu que o tens, um lugarzinho no posto que és defensor perpétuo e escracha contrabandistas. Se deferires este meu pedido, saberei cantar-te o favor em rimas de ouro, as quais já levam o selo e o coração do teu, Coelho Netto”.

Nunes Pereira foi veterinário do Ministério da Agricultura até a sua aposentadoria e teve alguns de seus opúsculos científicos editados pela Div. de Caça e Pesca do M.A. (O pirarucu, A tartaruga verdadeira do Amazonas e O peixe-boi da Amazônia, tendo sido este último artigo científico publicado, em 1944, no Boletim do Ministério da Agricultura). Escreveu diversos livros, sendo a sua obra mais conhecida Moronguetá – um decameron indígena, conjunto monumental de pesquisas, apresentado por Thiago de Mello (dois tomos), onde constam reproduções de páginas de cartas a Nunes Pereira emanadas de cientistas sociais como Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss. Com esses estudiosos o antropólogo maranhense-amazonense travou contato pessoal, quando da passagem deles pelo Brasil. Carlos Drummond de Andrade escreveu, no Jornal do Brasil, uma crônica sobre o autor de Os índios maués, um dos primeiros pesquisadores mestiços brasileiros – era cafuzo, descendente de índios, negros e brancos – a obter reconhecimento científico internacional89. Informa Côrrea90 ser o “Prestes amigo” burocrata aduaneiro, que despachou o jovem Nunes Pereira, sem dar-lhe o emprego. Não atendido em sua pretensão, Nunes Pereira pediu o bilhete de Coelho Netto de volta. O “Prestes amigo” mandou-o bater em retirada, afirmando que jamais devolveria um bilhete de Coelho Netto! Desafiado o poeta, havendo perdido o emprego e a oportunidade de ficar no Rio de Janeiro – sonho multicor dos maranhenses no passado – decide que, sem o bilhete, jamais ficaria! E o toma de assalto; o “Prestes amigo” fica atônito, em face da força titânica e hercúlea do poeta na vida prática… Em 1922, ano da Semana de Arte Moderna, Nunes Pereira era um Atlas a arremessar o seu:

“DISCÓBOLO:” Lembra Antnoud, perante os meus olhos de artista, Na graça e robustez da plástica espartana, Se, ao sol, que adusta a gleba e os píncaros conquista, Pisa o fulgido pó do estádio que se aplana.

Vai, de um lado – e o outro lado, ao término da pista, A ovação que de um coro uníssono espadana, Lança o disco primeiro… e ei-lo, trepido, à vista, Fulge, dentro da luz como uma oblata humana.

Arremessa outro disco… e mais outro… e outros muitos, Numa hercúlea impulsão de braços de granito, Sobem, no ar descrevendo intérminos circuitos.

E a alma sonha, a seguir de áureos discos os rastros, Um Titan, que atirasse à mudez do Infinito. Os discos de crystal polychrono doa astros

Conforme Corrêa (2010) 58 afirma:

De geração em geração a poesia maranhense vai construindo/percorrendo seu itinerário histórico-literário – de Gonçalves Dias a Sousândrade, remontando ao Grupo Maranhense, passando pelos Novos Athenienses, pela Oficina dos Novos (1900), por Corrêa de Araújo (que, transitando do parnasiano ao pré-moderno, antecipa a geração de 30/40)...

Lembrando Bandeira Tribuzi (que, com Alguma Existência, descortina novos horizontes estéticos), o grupo Antroponautico (1972)... Chegando a Luís Augusto Cassas, no transe do século XX/XXI.

Barros (?) 59 considera ser importante destacar que, entre as décadas de 30 e 40, o fenômeno de aliciamento de poetas, romancistas e ensaístas foi um fenômeno nacional. Com Paulo Ramos, a máquina do Estado foi expandida. Houve um crescimento das instituições públicas. Surgiu um mercado de trabalho mais típico dos intelectuais. Estes, antes “reclusos à existência vacilante da boemia, de mestre-escola e do jornalismo provinciano” passaram a “compartilhar das responsabilidades administrativas do Estado” (CORRÊA, 1993):

Paulo Ramos foi encontrar os intelectuais do Maranhão na Academia Maranhense de

Letras (AML), “instituição concentradora da inteligência e dos mecanismos regulares e legitimados de um hipotético reconhecimento das qualidades literárias”. No contexto estado-novista, vários foram os intelectuais maranhenses que se destacaram no exercício da atividade pública, entre os quais, Agnello Costa, Clodoaldo Cardoso, Ribamar Pinheiro,

Astolfo Serra, Luso Torres, Oliveira Roma e Nascimento Moraes. Tais intelectuais justificavam o Estado Novo enumerando suas consequências positivas (CORRÊA, 1993, p. 209-219) 60 .

A jovem Geração de 30 vai congregar-se no Cenáculo Graça Aranha, estimulada que foram pelo Mestre Antonio Lopes da Cunha, professor do Liceu Maranhense. Josué Montello foi o orador na solene fundação do Cenáculo:

De minha geração literária, em São Luis, eu era o primeiro a sair da província. Antônio

Lopes, mestre de literatura do Liceu Maranhense, professor de Faculdade de Direito e grande jornalista, havia-nos reunido à sua volta, sob a invocação do nome de Graça

Aranha, num grêmio literário que tinha por sede o Largo do Carmo. [...] Do mestre de

Canaã, Lopes não ensinara a insurreição exemplar, que o impelira a romper com a

Academia e a tradição literária; ensinara-nos o seu lado acadêmico, que o levara a escrever pouco antes desse rompimento, o primoroso confronto de Nabuco e Machado de

Assis, na introdução à correspondência epistolar dos dois escritores. (CORREA, 2001, p. 212) 61 .

Para Corrêa (2001), talentos ressalvados, Edmo Leda e Sebastião Corrêa morreram precocemente, e Erasmo Dias e Paulo Nascimento Moraes não construíram, de maneira organizada, obras

58 CORRÊA, Dinacy Mendonça. UMA ODISSÉIA NO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS. Revista Garrafa 22, setembrodezembro 2010, disponível em http://www.letras.ufrj.br/ciencialit/garrafa/garrafa22/dinacycorrea_umaodisseiano.pdf 59 BARROS, Antonio Evaldo Almeida. INVOCANDO DEUSES NO TEMPLO ATENIENSE: (Re) inventando tradições e identidades no Maranhão (1940-1960). Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, volume 03, p.156-181 60 CORRÊA, Rossini. Formação social do Maranhão: o presente de uma arqueologia. São Luis: SIOGE, 1993. 61 CORRÊA, Rossini. ATENAS BRASILEIRA; A CULTURA MARANHENSE NA CIVILIZAÇÃO NACIONAL. Brasília: Thesaurus; Corrêa & Corrêa, 2001

literárias. Cedo também desapareceu Viana Guará. E alguns, como costumeiro, não confirmaram a vocação matinal, não deixando vestígio na história da literatura maranhense. Terminada a década de 30, os principais entusiastas da mocidade intelectual maranhense estavam radicados no Rio de Janeiro, onde acreditavam ter perspectivas de reconhecimento nacional como escritores e estudiosos: Neiva Moreira, Ignácio Rangel, Josué Montello, Oswaldino Marques, Franklin de Oliveira, Odylo Costa, filho, Antonio de Oliveira e Manoel Caetano Bandeira de Mello. Outros, como Erasmo Dias, Mário Meireles e Nascimento Moraes, permaneceram no Maranhão. (CORRÊA, 1993). Rossini Corrêa (1989) 62 vai identificá-los como a Geração de 30. Foi Corrêa da Silva quem sustentou o fogo do combate - afirma Corrêa (2001) 63 – minimizadas as fileiras da falange erguida por Antonio Lopes, nas páginas do Diário do Norte, com o suplemento “Renovação”, que substitui tanto o Cenáculo Graça Aranha, quanto o Centro Maranhense de Artes e Letras. “Renovação” extingue-se com a debandada de quase todos os seus fundadores para fora da ilha, não deixando maiores frutos, mas deve ser lembrado pelo que representou para um punhado de jovens talentosos. Antonio Oliveira, diz que nos últimos trinta anos (1953, quando fala):

Antonio Lopes da Cunha esteve sempre à frente de quase todos os movimentos literários promovidos pelos moços do Maranhão. Portanto, sua influencia na formação literária desses moços constituirá, sem dúvidas, um capitulo interessante da história da literatura maranhense. (p. 215).

Prossegue Corrêa (2001), dizendo que, daquela geração de 30, ninguém foi mais pranteado do que Sebastião Corrêa, que deixou inédito o livro de poemas Reminiscências. Barros (2005, 2013?) 64, ao analisar a literatura maranhense num recorte temporal de 1930 a 1960, afirma que, politicamente, podemos afirmar a existência de dois momentos: Primeiro, entre fins da década de 30 e metade da década de 40, quando Paulo Ramos foi Interventor (15/08/1936 –23/3/1945). Paulo Ramos, nomeado por Getúlio Vargas em 1937 para Interventor Federal no Maranhão traça uma estratégia política, segundo Corrêa (1993, grifo do autor) 65 - foi “a da produção e consolidação de uma convincente autonomia administrativa, que promovesse o distanciamento gradativo dos tradicionais litigantes oligárquicos da máquina do Estado”. E os soldados que foram seus combatentes “outros não foram, senão os intelectuais”. Com a renúncia militar de Getúlio Vargas, a máquina protetora dos intelectuais maranhenses foi desmontada. Em 1939 aparece o primeiro número da “Revista Athenas”, e, nas palavras de Nascimento Moraes (1939) 66, tratar-se-ia de “uma arrancada” comprovadora de que “A Athenas Brasileira vive. Não é menos vigorosa a sua expressão mental”. Este é um momento em que a noção de cultura – e tradição – indicada pelo desejo da afirmação do termo “Atenas” ainda continua a apontar, sobretudo para uma tradição que valoriza a Europa, um texto velho, mas continuamente revitalizado.

62 CORRÊA, Rossini. O MODERNISMO NO MARANHÃO. Brasília: Corrêa & Corrêa, 1989. 63 CORRÊA, Rossini. ATENAS BRASILEIRA; A CULTURA MARANHENSE NA CIVILIZAÇÃO NACIONAL. Brasília: Thesaurus; Corrêa & Corrêa, 2001 64 BARROS, Antonio Evaldo Almeida. INVOCANDO DEUSES NO TEMPLO ATENIENSE: (Re) inventando tradições e identidades no Maranhão (1940-1960). Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, volume 03, p.156-181, O tema enfocado neste artigo foi discutido na monografia “Renegociando Identidades e Tradições: cultura e religiosidade popular ressignificadas na maranhensidade ateniense”, defendida no curso de História da UFMA, em julho de 2005 (BARROS, 2005) e também em eventos (BARROS, 2004a, 2004b, 2004c). As fontes históricas citadas podem ser localizadas na Biblioteca Pública Benedito Leite (Setor Arquivo), em São Luís/MA. Disponível em http://www.outrostempos.uema.br/volume03/vol03art10.pdf, acessado em 02/05/2014 65 CORRÊA, Rossini. Formação social do Maranhão: o presente de uma arqueologia. São Luis: SIOGE, 1993. 66 MORAES, José Nascimento de. Uma arrancada. Revista Athenas, São Luís, p. 1-2, jan. 1939, citado ,por BARROS (S.D.).

Nesse período, além da chamada Geração de 30, ou sob sua interferência/influencia, aparece o Centro Cultural Gonçalves Dias. No dizer de Corrêa (1989) 67, organizada com a participação de intelectuais experimentados, como Luso Torres, Manoel Sobrinho, Clodoaldo Cardoso, Bacelar Portela e Nascimento de Moraes (pai), acrescido pelos representantes da mocidade, como Nascimento Morais Filho, Vera Cruz Santana, Arimatéia Atayde, Reginaldo Telles de Sousa, José Figueiras, Agnor Lincoln da Costa, Antonio Augusto Rodrigues, José Bento Nogueira Neves e Haroldo Lisboa Olimpio Tavares. Corrêa (1989, p. 66) traz o depoimento de um dos fundadores do Centro:

Sentimos que a Academia Maranhense de Letras atravessava uma fase de silencio e que a juventude não recebia estímulos no plano literário. Resolvemos, por isso, fundar uma agremiação que pudesse acordar a Academia e, ao mesmo tempo, oferecer aos jovens, nos encontros semanais, oportunidade para o despertar de tendências. A entidade significou, assim, um movimento de reencontro com a tradição literária do Estado e de estímulo às iniciativas no plano das letras.

Outro dos fundadores declara que, teoricamente, o Centro já estava fundado, pois se reuniam no Bar Paulista, e à noite, na Galeria do Carmo, para declarar poesias e discutir literatura. Não era um movimento de escola literária, declara outro integrante a Corrêa (1989): o movimento era cultural, portanto, global. Envolvia tudo – não havendo nunca antes no Maranhão, um movimento neste sentido. Os encontros centristas aconteciam, então, já, no Casino Maranhense, no Clube Litero Recreativo Português, e na Escola Benedito Leite e, as solenidades mais representativas, no teatro Artur Azevedo. A publicação de revistas, enquanto veículos culturais foram duas, barcando os ângulos histórico –Caderno Histórico – e literário – Caderno Literário. A deferência de Sebastião Archer da Silva, possibilitando a publicação das revistas, significou um passaporte para a chegada ao aparelho de comunicação de Victorino de Britto Freire, então já senador da república. Assim foi que o Diário de São Luís, do extinto Partido Social Trabalhista, começou a circular seu suplemento literário, sob a direção de Nascimento Morais Filho. O suplemento cultural já estava com 40 números publicados quando Lago Burnett e Ferreira Gullar assumiram a sua direção. E diferentemente de Nascimento Morais Filho, passam a exercer censura, decidindo que “Toda a matéria que não for solicitada deverá passar pela nossa censura” (CORRÊA, 1989, p. 89):

Refletiam, decerto, o contexto do CCGD, relacionado com as exigências da redação do

Diário de São Luis. Entretanto, sob disfarce, o sarcasmo da história se processava, e José

Sarney, polemicando sobre o poético com os centristas, começava a escrever para o publico, sob beneplácito do Senador Victorino Freire, o qual na década seguinte, o lançaria na política e a quem viria a combater e suceder historicamente.

Depois, de meados da década de 40 até meados da década de 60, período correspondente à oligarquia vitorinista68 que será substituída por outra, a oligarquia Sarney, em 1965. Informa Barros (2005) 69 :

67 CORRÊA, Rossini. O MODERNISMO NO MARANHÃO. Brasília: Corrêa & Corrêa, 1989. 68 Após o declínio do Estado Novo, a história maranhense foi marcada pela ascensão política de Victorino Freire, um dos principais articuladores da campanha do General Dutra à presidência e responsável pela organização do PSD no Maranhão, partido que tinha fortes ligações na esfera federal e mantinha-se internamente baseado em mandonismos locais e no uso sistemático da “Universidade da Fraude” nos processos eleitorais (in COSTA, Wagner Cabral da. O salto do canguru: ditadura militar e reestruturação oligárquica no Maranhão pós-1964. Ciências Humanas em Revista, São Luís, UFMA/CCH, v. 2, n. 1, p. 183-192, 2004. 69 BARROS, Antonio Evaldo Almeida. INVOCANDO DEUSES NO TEMPLO ATENIENSE: (Re) inventando tradições e identidades no Maranhão (1940-1960). Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, volume 03, p.156-181

Os interventores que substituíram Paulo Ramos: Clodomir Serra Serrão Cardoso (23/3/1945 – 7/11/1945), Saturnino Belo (16/2/1946 – 10/04/1947) e João Pires Ferreira (10-14/4/1947). Os governadores no período vitorinista: Sebastião Archer (1947-1951), Eugênio Barros (1951-1956), José de Matos Carvalho (1957-1961) e Newton de Barros Bello (1961-1966). Neste cenário, terão papel fundamental membros da chamada “Geração de 45” e, em ambos os momentos, vozes se levantarão para pintar o Maranhão como decadente, mas pronto para reerguer-se revivendo supostos tempos áureos e prósperos de Atenas.

Importante lembrar que “Alvorada”, jornal do Colégio de 2º Grau “Liceu Maranhense”, então principal escola de Ensino Médio do Estado, é um dos principais jornais que significa a maranhensidade a partir dos motivos da velha Atenas de Gonçalves Dias. Em sua primeira edição, em 10/05/1945, está a poesia “Alvorada”, de Reginaldo Teles de Sousa que, tomado pelo espírito da tentativa de revificação dos ditos verdadeiros valores da cultura e da sociedade maranhense, convoca a “mocidade”, declamando: “Acorda Mocidade! Acorda Ateniense! [...]. Em 1948, Lilah Lisboa de Araujo funda a Sociedade de Cultura Artística do Maranhão, mais um dentre tantas sociedades culturais surgidas nesse período. Quanto ao “Gonçalves Dias” recebeu total apoio do então Governador Sebastião Archer da Silva, patrocinando, o Governo, algumas publicações através do sistema oficial do Estado, assim como cedendo espaço, Teatro, para as jornadas semanais, difusão através da rádio oficial, e espaço na Revista da Academia Maranhense de Letras. Lago Burnett e Ferreira Gullar, agindo como autônomos em relação ao CCGD partem para a publicação da revista Saci – ilustrada por Cadmo Silva e o próprio Lago Burnett, com tiragem de 3.000 exemplares, aceitava colaboração:

[...] O Saci é a figura mais importante da História do Brasil... folclórico. Saci está em toda parte, dá cabo de tudo, remexe com tudo e provoca todo mundo. Mas Saci não é mau. Ele quer apenas se divertir. Ele sempre aparece assim, de repente, sem ser esperado. Não é de cerimônias. O Saci é o tipo mais simples que existe: não tem preconceitos, nem preferências e muito menos tabu. Não tem idade, não teve principio e nem terá fim. Ele é eterno como tudo que é bom e que é belo. Finalmente, como não bebe água encanada de outras fontes, de lagoas estagnadas ou de poços obsoletos, não sofre do fígado e vive sempre sorrindo, com a consciência tranquila de quem faz o bem. O Saci é muito feliz, podem crer! Na sua humildade, é o ente mais feliz do mundo.

Tinha como mérito a abertura à congregação pluralista de colaboradores - no entender de Corrêa (1989) – haja vista a diversificação do conteúdo, reunindo desde antigos cantares de trovador até poemas sem rima e métrica. A revista, bastante satírica, foi um excelente instrumento de critica ao ambiente literário de São Luis: [...] provocando, destacadamente, Corrêa de Araujo, Assis Garrido e Clodoaldo Cardoso.

Não dispensava, também, a Academia Maranhense de Letras, para onde a maioria migraria, logo a partir da década seguinte, com José Sarney, Lago Burnett e Domingos

Vieira Filho. O sodalício se apresentava ao trocadilho “só-dá-lixo”, com os candidatos a acadêmicos denominados de substitutos de “ilustres mortos” e chamados por uma hipotética “ordem analfabética [...] (CORRÊA, 1989, p. 112-113) 70 .

Ambos, Ferreira Gullar e Lago Burnett – e tão efêmera quando a Saci – fundam o jornal Letras da Província – periódico de artes e letras da cidade de São Luis do Maranhão, aberto a colaboradores de todo o Brasil, com dois endereços para correspondência; divulgavam os livros recebidos também no Suplemento Cultual do Diário de São Luis. Informa ainda Corrêa (1989) o surgimento

de outra revista, a Afluente, sob a direção de José Carlos e José de Ribamar – Burnett e Gullar. Essa revista teve como particularidade, uma preocupação inédita com a pesquisa, questionando a preferência literária e o problema do livro no Maranhão (CORRÊA, 1989). A geração seguinte foi a “geração de 45”. Para Rego (2010) 71, também denominada de

“Movimento da Movelaria Guanabara”, onde:

O contexto literário da capital maranhense vai-se dinamizar a partir de encontros realizados na Movelaria Guanabara, de propriedade do artista plástico Pedro Paiva. A

Movelaria Guanabara servia como espaço para a realização de encontros e debates que, segundo Rossini Corrêa, ali eram traçados caminhos imediatos de intervenção intelectual na realidade maranhense.

Silva (2011; 2013?) 72, ao investigar as diferentes estratégias, espaços e modalidades de atuação em que se insere um conjunto de agentes que ingressaram na carreira literária entre os anos de 1945 e 1964 no Maranhão, identificou sete movimentos culturais, citando – em quadro – os seguintes: Centro Cultural Gonçalves Dias, Grupo Movelaria, Grupo Ilha, Afluente, Opinião, Apolônia Pinto, e dentre os intelectuais analisados em seu trabalho, alguns não participaram de qualquer movimento (seria o sétimo, de seu quadro): [...] superado o chamado Estado Novo, que no Maranhão transcorre sob a interventoria de

Paulo Ramos, destacam-se entre os “intelectuais” expoentes e os “movimentos” em que se engajavam, nomes como os de José do Nascimento Morais Filho, José Sarney e Bandeira

Tribuzi (todos contidos entre os casos aqui analisados), reconhecidamente lideranças do

Centro Cultural Gonçalves Dias, Grupo Ilha e Grupo Movelaria Guanabara, respectivamente. No interior destes “movimentos” destacam-se, vinculados ao Centro,

Bernardo Coelho de Almeida, Nascimento Moraes Filho, Vera-Cruz Santana, Manuel

Sobrinho, Tobias Pinheiro, Dagmar Desterro, Ferreira Gullar, Lago Burnett, Bandeira

Tribuzi – deslocando-se logo depois para o Grupo Ilha. Em torno deste último transitavam

José Sarney, Bello Parga, Carlos Madeira e Lucy Teixeira. Quanto ao Movelaria

Guanabara, uniram-se Antonio Almeida e Lago Burnett, que até então compunha o Centro

Cultural Gonçalves Dias.

Moraes (1993) 73, ao analisar a obra de Bello Parga, poeta modernista, fala da existência do Grupo Ilha, de São Luis, liderado por José Sarney e Bandeiras Tribuzzi, e da qual o biografado fazia parte, chegando a integrar o conselho editorial da revista Ilha - no começo da década de 195074 - porta-voz do grupo, que pregava as ideias pós-modernistas da geração de 1945. O Grupo Ilha é uma dissidência do CCGD, formalizado com a presença e influencia de Bandeira Tribuzzi que fora afastado do Centro por faltas – faltara três sessões seguidas, contrariando o seu regulamento, que previa a participação obrigatória em todas as sessões; todos são úteis, ninguém é necessário... Trouxe consigo José Sarney, Erasmo Dias, Luis Carlos Belo Parga, Lago Burnett... Publicam, em 1948, o mensário de cultura “Malasarte”, dirigido por José Brasil (teatrólogo), J. Figueiredo (pintor), e pelos poetas Corrêa da Silva e Bandeira Tribuzi. Em seu editorial – aos

71 REGO, Rosemary. A “geração de 45” - (Ou o Movimento da Movelaria Guanabara), In GUESA ERRANTE, edição 221, publicado em 10 de setembro de 2010, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2010/10/13/Pagina1235.htm 72 SILVA, Franklin L. A Literatura Como Condição: apontamentos para a análise das entradas na carreira literária no Maranhão contemporâneo (1945-1964). Revista Outros Tempos, V. 8, número 11, 2011 – Dossiê História e Literatura. SILVA, Franklin Lopes. Literatura, Polícia e Pessoalidade: lógicas cruzadas de atuação no espaço intelectual maranhense (1945-1964). Síntese da monografia de graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Maranhão. 2013?, disponível em http://www.seer.ufs.br/index.php/tomo/article/viewFile/1598/1453 , acessado em 08/05/2014 73 MORAES, Jomar. PERFIS ACADEMICOS. 3 ed. São Luis: AML, 1993 74 https://br.noticias.yahoo.com/interior-maranh-o-para-bras-lia-154800961.html

leitores – é informado que era formado por um pequeno grupo de alguns dos modernos artistas e escritores do Maranhão atual (1948...). Seus colaboradores foram: Corrêa da Silva, Erasmo Dias, Franklin de Oliveira e Oswaldino Marques, contrapostos a Bandeira Tribuzi e seu circulo, integrado por José Sarney, Lucy Teixeira, Belo Parga, Carlos Madeira, e Domingos Vieira Filho, e temperados por figuras atomizadas, àquela altura, como José Brasil e Lago Burnett (CORRÊA, 1989) 75 :

De onde transparece a conclusão de que muito embora aqueles rapazes tenham ficado rotulados como o Grupo Ilha ou Grupo da Movelaria, o pioneirismo do Modernismo maranhense está radicado no mensário de cultura Malazarte, cujos responsáveis diretos e compósitos foram Corrêa da Silva e J. Figueiredo / José Brasil e Bandeira Tribuzi. A experiência de A Ilha, revista mensal de arte dirigida por José Sarney e Bandeira Tribuzi, representou, portanto, um desdobramento das atividades do poeta luso-maranhense enquanto organizador da cultura. A publicação contava com um conselho de redação integrado por Lucy Teixeira, Erasmo Dias, Murilo Ferreira, Domingos Vieira Filho e Luis

Carlos Bello Parga.

A Ilha nasceu só E sempre será Mas não hermética E inacessível

Pode-se chegar a ela Por qualquer ponta Da Estrela Cardeal Não é preciso bussola

Basta atravessar a água Mas não vão se afogar Com o peso da roupa

Para alcançar a Ilha É Preciso que dispam As roupas que ainda vestem.

Rossini Corrêa (1993) 76 considera que a “Geração de 45” foi um momento de maior embate literário e resistência política. Ferreira Gullar, jovem intelectual, travou um embate literário com Corrêa de Araújo, que resultou em grande polêmica. A relação dos jovens intelectuais com os escritores de contexto literário diferente foi marcada por discordâncias e contendas. Foi na verdade o maior período de irreverência literária vivido no Maranhão, como se pode observar na afirmação de Lago Burnett: “De modo geral, havia de parte dos velhos simpatia por nós, mas nós éramos realmente insubmissos, atacávamos, atacávamos, atacávamos”:

Voltando-se à Movelaria Guanabara, as discussões ali travadas não se limitavam apenas às discussões literárias, mas passando pelas artes plásticas, entre outros assuntos. O Centro

Cultural Gonçalves Dias tinha como meio de divulgação de seu pensamento crítico, um suplemento cultural publicado no jornal Diário de São Luiz, de propriedade do senador

Vitorino Freire. Devido o posicionamento questionante dos jovens intelectuais, este teve a sua concessão cancelada. Era o momento de repressão política vivida pelos intelectuais da

Geração de 45 e o Maranhão dominado pela oligarquia vitorinista. (REGO, 2010) 77

75 CORRÊA, Rossini. O MODERNISMO NO MARANHÃO. Brasília: Corrêa & Corrêa, 1989. 76 Corrêa, Rossini. Formação Social do Maranhão: O Presente de uma Arqueologia. São Luis, SECMA, 1993, p.226. 77 REGO, 2010, obra citada, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2010/10/13/Pagina1235.htm

Como já mostrou Gonçalves (2000) 78, analisando processos de (re) invenção do Maranhão, a partir do estudo da trajetória (fabricada, deliberadamente construída, que se apresenta como natural) de Sarney no campo político e no campo intelectual, a “geração de 50” (geração de 45) idealizou o Maranhão propondo um projeto coletivo para o mesmo, tal projeto foi convertido em projeto pessoal pelo próprio Sarney. Longe de romper com o “estado dinástico”, com o velho e o retrógrado (do vitorinismo) 79, Sarney, com seu projeto “Maranhão Novo”, reinstala e reabilita aquele estado de dinastia. Longe de ser natural, “o Maranhão foi inventado e reinventado, tantas vezes quanto puderam ser construídas estratégias para tal”. Para Silva (2013) 80 , a historiografia e crítica literária local passou a denominar de “modernismo literário” no Maranhão o período de 1945 e 1950 - período etiquetado por “oligarquia vitorinista”. Tais epígrafes consagradas pela historiografia local às diversas fases da política maranhense não têm por fortuitas suas origens e podem nos fornecer importantes elementos para compreendermos os usos estratégicos da memória e das referências ao passado como forma de coesão dos grupos em torno de um passado comum reivindicado:

Envoltos pela atmosfera de disputas faccionais entre “vitorinistas” e “oposicionistas” que (de)marcaria a historiografia maranhense, os “intelectuais” da segunda metade do século

XX não hesitaram em se posicionar fazendo uso de suas “vocações literárias”, dando prosseguimento à tarefa herdada dos protagonistas políticos de outrora nas lutas pela libertação do Maranhão, em direção à retomada do seu mítico passado glorioso, de exuberância econômica, política e cultural, cujo significado é constantemente reinventado conforme se rearranjam os grupos em disputa. Esta observação ganha relevância para este estudo ao percebermos que, no universo analisado, as principais posições dentre os cargos eletivos e da administração pública são ocupados por figuras proeminentes nas disputas faccionais, aliadas ao grupo dos oposicionistas, que se impôs na posição de dominante no espaço do poder político maranhense.

Menezes (2010) 81 ao traçar o perfil literário e político de dois maranhenses – de nome Ribamar: Gullar e Sarney, afirma:

Antes de receber a alcunha de intelectual, vanguardista, crítico e memorialista, Ribamar já era conhecido no meio acadêmico ludovicense antes mesmo de escrever o seu primeiro livro

78 GONÇALVES, Fátima. A Invenção do Maranhão Dinástico. São Luís: EDUFMA-PROIN-CS. 2000 79 O vitorinismo (1945-1966) caracteriza-se pelo domínio, da cena política estadual, de Victorino Freire, da Ocupação, contestado pelas Oposições Coligadas, que ascenderiam ao poder em meados dos anos 60, tendo início o sarneísmo; a Ocupação era acusada pelas Oposições de consolidar um projeto contrário às verdadeiras tradições maranhenses; trata-se do período de invenção da mística “Ilha Rebelde” na Greve de 1951 e de forte reatualização do mito da Atenas Brasileira. In COSTA, Wagner Cabral da. Sob o Signo da Morte: Decadência, Violência e Tradição em terras do Maranhão. 2000. 200f. Dissertação (Mestrado em História Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000. 80 SILVA, 2013?, Disponível em http://www.seer.ufs.br/index.php/tomo/article/viewFile/1598/1453 , acessado em 08/05/2014 81 MENEZES, Flaviano. Os dois filhos do Mará - Primeira Parte. In Encontrando as Pedras XLI, Blog MARANHARTE, sábado, 10 de abril de 2010, disponível em http://maranharte.blogspot.com.br/2010/04/encontrando-as-pedras-xlios-filhos-do.html, acessado em 08/05/2014

de poesia, pois era apadrinhado por Manuel Sobrinho (na foto, ao lado do jovem Ribamar e do jornalista Lago Burnett) que fora um dos organizadores do Centro Cultural Gonçalves Dias, uma sociedade cultural que agremiava experientes e jovens escritores de São Luís e que fora presidida por Nascimento Moraes (pai). Em 1946/7, outro Ribamar (então estudante de direito) também tentou entrar para esse clube de intelectuais, não conseguiu. Segundo Nascimento Moraes, sua produção textual foi considerada medíocre pelos mestres literários, entretanto, no mesmo ano o jovem Bandeira Tribuzi (recém-chegado de Portugal) conseguiu entrar e torna-se amigo tanto dos gonçalvinianos (que incluía também Nascimento Moraes Filhos e Lago Burnett e o primeiro Ribamar), quantos daqueles que frequentavam a Movelaria Guanabara (Belo Parga, Murilo Ferreira, Lucy Teixeira e o segundo Ribamar).

E assim partem Ferreira Gullar, Lago Burnett, Lucy Teixeira, entre outros. Ferreira Gullar quando se despede dos seus familiares, dos amigos e dos mestres, afirmando para os novos companheiros de ofício que no Maranhão não havia artes plásticas e que vivera uma fase pré-poética. Ou, como ainda confessou para a Folha de São Paulo em 200582 :

Nasci em São Luís. Era uma cidade à qual as coisas chegavam cem anos depois. Para mim, os poetas estavam todos mortos. Essa era uma profissão de defuntos. Então, comecei como poeta parnasiano, com decassílabos e dodecassílabos. Só mais tarde tomei conhecimento de que havia outra poesia que não era rimada e metrificada: nenhum princípio a priori, nenhuma norma.

Mais tarde, em outra entrevista, agora para a revista E (nº 77, SESC) 83, ao ser lembrado sobre uma afirmativa de Mário Faustino na qual dizia que o maranhense havia saído de São Luís e chegado ao Rio sabendo tudo de poesia e de artes plásticas, Ribamar/Gullar arrisca ser mais humilde: [...] A cidade de São Luís continua a ser uma terra de poetas, de pessoas estudiosas e apaixonadas pela literatura, especificamente pela poesia. Quando saí de lá, eu não tinha o conhecimento sobre arte que adquiri um tempo depois. Um dos motivos de ter saído de lá foi exatamente esse. Eu era apaixonado pelas artes plásticas, e lá não havia praticamente nada de artes plásticas. Não tinha museu, salão, galeria de arte, não havia nada. Sequer havia livro sobre arte nas livrarias. O primeiro livro de arte que li era do pai de um amigo meu. [...] Ao que confirma o outro Ribamar/Sarney, em comentário de Menezes (2010) 84, quando fala de sua mágoa com os escritores do CCGD, em sua Coluna no jornal O Estado do Maranhão de 24/06/2007:

Mas me angustiava o atraso do Maranhão, sua mentalidade romântica e desalentada. Já, então, lera tudo sobre nosso estado, tinha a cabeça feita sobre as origens dos seus problemas. Mas não tinha com quem conversar sobre isso. Minha geração era só, como sempre acontece no Maranhão, prisioneira do brilho literário. E era para isso e por isso que nos reuníamos todas as tardes na Movelaria Guanabara, de Pedro Paiva, local também dos pintores modernos. O CCGD, cultor do beletrismo, o outro grupo de jovens literatos, não nos aceitava.

82 MENEZES, 2010, disponível em http://maranharte.blogspot.com.br/2010/04/encontrando-as-pedras-xli-os-filhosdo.html, acessado em 08/05/2014 83 MENEZES, 2010, disponível em http://maranharte.blogspot.com.br/2010/04/encontrando-as-pedras-xli-os-filhosdo.html, acessado em 08/05/2014 84 MENEZES, 2010, disponível em http://maranharte.blogspot.com.br/2010/04/encontrando-as-pedras-xli-os-filhosdo.html, acessado em 08/05/2014

Aqui permanecendo Bandeira Tribuzi no seu labor literário e no desempenho de suas atividades como economista e Nascimento Morais Filho. Para Rego (2010):

A Geração de 45 foi a mais dinâmica e determinada de todas as gerações pós-anos quarenta, como se pode observar na afirmação de Lago Burnett: “Até hoje, no Maranhão, têm surgido, depois de nós, apenas tentativas isoladas de valores autônomos. Desapareceu o espírito de equipe que, embora tenha mérito apenas episódio, facilita a deflagração de movimentos, sobretudo quando se quer mudar alguma coisa.

Nos anos 50/60, Cruz (Machado) (2006) 85 refere-se à Galeria dos Livros, do emblemático Antonio Neves, onde eram lançados os livros, nas famosas noites de autógrafos. Era Arlete Cruz quem organizava as ‘noitadas’, distribuindo os convites, o coquetel, no espaço cedido, sem custos, para aqueles então jovens literatos, artistas, intelectuais:

Formávamos, assim, um grupo de artistas, ou de pessoas ligadas à arte, com várias tendências e gerações, não chegando a se constituir um movimento organizado (nem sequer éramos da Academia Maranhense de Letras, excetuando-se um ou dois), com alguns mais participativos do que outros, mas todos amigos: Bernardo Almeida, José Chagas, Antonio

Almeida, Nauro Machado, João Mohana, Carlos Cunha, Paulo Moraes, Venúsia Neiva,

Luiz de Mello, Bandeira Tribuzzi, Manoel Lopes, Fernando Moreira, Henrique Augusto

Moreira Lima, Olga Mohana, Ubiratan Teixeira, Bernardo Tajra, Déo Silva, Lourdinha

Lauande,, Murilo Ferreira, Sérgio Brito, Reynaldo Faray, José Frazão, Maia Ramos, José

Maria Nascimento, Jorge Nascimento, Helena Barros, Antonio Garcez, Fernando Braga,

Moema Neves, José Caldeira, Erasmo Dias, Reginaldo Telles, José Martins, Yedo Saldanha,

Domingos Vieira Filho, Lucinda dos Santos, Márcia Queiroz minha mãe Enói, que me acompanhava sempre), Dagmar Desterro, Mário Meireles, Nascimento Morais Filho, e

José Sarney [...] alguns mais tarde se juntariam a nós, como Pedro Paiva, e Ambrósio

Amorim (ambos de volta a São Luis), Chagas Val, Virginia Rayol, Alberico Carneiro, Lucia e Leda Nascimento, Othelino Filho, Aldir Dantas, Carlos Nina, Péricles Rocha, José de

Jesus Santos, Laura Amélia Damous, Luis Augusto Cassas, Lenita de Sá, Luiz Carlos

Santos, Nagy Lajos, Aurora da Graça,, dentre outros. (p. 97).

É nesta mesma época que aparece o Suplemento Literário do Jornal do Maranhão – por um período dirigido por Arlete Cruz (Machado) -, um semanário da Arquidiocese dirigido por José Ribamar Nascimento. Nas manhãs de sábado reuniam-se todos por lá, agregando-se ao grupo José Carlos Sousa e Silva, Jamerson Lemos, Lima Filho, Fernando Nascimento Moraes e Orlandex. Surgem o Plano Editorial SECMA86 e o Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís” 87 , com objetivo de incentivar a produção intelectual e literária de alto nível do Maranhão. Para Leão

85 CRUZ (MACHADO), Arlete Nogueira da. SAL E SOL. Rio de Janeiro: Imago, 2006 86 PLANO EDITORIAL DA SECMA: PRÊMIO GONÇALVES DIAS DE LITERATURA: “Quando em 1994, a governadora Roseana Sarney extinguiu o Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado, SIOGE, uma instituição que iria completar 100 anos de serviços prestados ao Estado, os artistas se ressentiram de um golpe jamais esperado. Com isso, houve um sensível prejuízo para os Planos Editoriais existentes do próprio Sioge, da Secretaria de Cultura do Estado e da Fundação Cultural do Município de São Luís, já que os livros eram editados na gráfica daquele Órgão. http://www.guesaerrante.com.br/2009/11/19/Pagina1204.htm, 19 de novembro de 2009 87 Instituído pela Prefeitura de São Luís, através da Fundação Municipal de Cultura – FUNC, atendendo o que rege a Lei Municipal nº 560, de 03/09/1995 e objetivando descobrir, divulgar e premiar valores artísticos e culturais do Maranhão. De caráter competitivo e classificatório, aberto a 6 (seis) gêneros artísticos e literários de obras inéditas (exceção para os trabalhos de jornalismo) em língua portuguesa de autores maranhenses ou comprovadamente radicados a pelo menos 1 (um) ano no Estado. DAS CATEGORIAS: 1 – Prêmio Aluízio Azevedo: para obra de ficção compreendendo novelas, romances, contos, peça teatral e literatura infantil; 2 – Prêmio Antonio Lopes: para obra de erudição, compreendendo crítica literária e pesquisa folclórica; 3 – Prêmio Sousândrade: para livro de poesia; 4 –Prêmio Zaque Pedro: para obra literária na área das artes plásticas, que resgate a memória de artistas, obras ou movimentos artísticos maranhenses; 5 – Prêmio Inácio Cunha: para obra literária na área musical, que resgate a memória de artistas maranhenses; 6 – Prêmio para Jornalismo: para trabalho de jornalismo impresso.

, os novos nomes revelados pelos concursos literários “Gonçalves Dias” e “Cidade de São Luís”: [...] vêm confirmar mais uma vez esta respeitada tradição, com obras que revelam, além do talento de seus autores, originalidade e competência intelectual acima da média, corroborando um novo quadro de escritores dignos desse título e dos mestres que os inspiram e guiam. A classificação de novíssimos escritores como Bioque Mesito, Bruno

Azevedo, Igor Nascimento, Josoaldo Lima Rego, José Marcelo Silveira, Márcio Coutinho,

Gilmar Pereira da Silva, Wilson Marques de Oliveira, Francisco Inaldo Lima Lisboa,

Wilson de Oliveira Costa Dias, Felipe Magno Silva Pires, entre outros que já vinham traçando a sua trajetória literária há algum tempo, como Geraldo Iensen, Lenita Estrela de

Sá, além deste cronista, inclusos alguns escritores com obras já sedimentadas – Fernando

Braga, Chagas Val, Jomar Moraes, Herbert de Jesus Santos, entre outros.

O Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís, foi criado em 1955 por lei municipal, mas realizado somente a partir de 1974 pela Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FUNC). Bruno Azevedo (2012) 89 expõe sua revolta com os diversos concursos literários que eram realizados à época, afirmando:

Nossas possibilidades de edição se resumem a duas secretarias de cultura que valem menos que a merda do pombo da cumeeira do Oscar Frota. Os editais são escritos por um paquiderme, executados por um protozoário e resultam em livros tão feios que, ao longo dos anos, recusei-me a ler vários por não suportar o contato com o objeto.

Os caras não se importam com algo com o qual eu me importo muitíssimo, e isso me emputecia! Me inscrevi nesses editais por anos e anos, ganhei algumas vezes, mas nunca saía nada! É preciso que vocês entendam que um dia eu levei esse povo muito a sério. Eu até lia os poemas, porra!

Com o tempo, passou a me incomodar mais a atitude dos autores, que se sujeitam ao

Cidade de São Luís todos os anos, sabendo do embuste, como se sujeitam aos editais da

Secma (quando esta os faz). O trabalho deles ficava, ao logo dos anos, tão medíocre quanto o esquema todo. Parecia que os editais, antes de promover o tal fomento à produção, a viciava. Há de se tirar o chapéu ao funcionismo, conseguir travar gerações inteiras com uma estratégia de edição tosca e migalhenta como esta é um lance de gênio. Gente que, anos antes, tava amolando as pontas das facas aos murros.

Silva (2013)90 ao analisar os espaços de publicação, afirma que estes recebem tratamento de lugares (lieux), no sentido empregado por Eliana Reis (2001)91, como espaços de “expressão oficial dos grupos” e de criação de laços de identificação, vínculos afetivos e sociais entre os agentes (milieu) - “Lieux du Milieux”. Estes lugares apresentam-se, portanto, como fontes privilegiadas para a análise do trabalho de construção da memória dos agentes e grupos que por eles ligavam-se, afirmavam-se e se distinguiam por coalizões distintas:

88 LEÃO, Ricardo. Entre Carrancas e Monstros: a jovem poesia e literatura maranhenses. O GUESA ERRANTE, edição de 23 de abril de 2008, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2008/5/20/Pagina1026.htm 89 AZEVEDO, Bruno. ...pra não vomitar. In GUESA ERRANTE, 30 de junho de 2012, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2012/9/19/pra-nao-vomitar-1294.htm , acessado em 28/05/2014 90 SILVA, 2013?, Disponível em http://www.seer.ufs.br/index.php/tomo/article/viewFile/1598/1453 , acessado em 08/05/2014 91 REIS, Eliana T. dos. Juventude, Intelectualidade e Política: espaços de atuação e repertórios de mobilização no MDB gaúcho dos anos 70. Dissertação de Mestrado em Ciência Política, UFRGS, 2001 citada por SILVA, 2013?, Disponível em http://www.seer.ufs.br/index.php/tomo/article/viewFile/1598/1453 , acessado em 08/05/2014

[...] Entre estas alianças, destacam-se as facções em torno de movimentos políticos e literários, que propiciavam também o controle de importantes espaços de publicação, ensejando inclusive o ingresso de diversos autores na carreira literária. A exemplo da importância desses espaços de afirmação temos a Tipografia São José, da Arquidiocese de São Luís. Gerenciada por Bernardo Coelho de Almeida – entrementes incluído entre importantes estreias como as de José Chagas, Nauro Machado, Macedo Neto, Manuel Lopes e Nascimento Moraes Filho –, fundador da revista Legenda e também publica várias obras de colaboradores desta revista no período analisado, além de lançar outros livros de estreia, como o de José Chagas, Canção da Expectativa (1955). Pelo Centro Cultural Gonçalves Dias Lago Burnett lançou sua primeira obra, Estrela do Céu Perdido (1949) e através da revista Afluente edita alguns livros de sua autoria, como O Ballet das Palavras (1951) e Os Elementos do Mito (1953). Além destas, Voz no Silêncio, de Manuel Lopes (1953); Canção Inicial, de José Sarney (1954) e Iceberg de Macedo Neto (1955). Há também os que não chegaram a publicar, mas participavam dos conselhos editoriais organizados por estes espaços, é o caso de Luís Carlos Bello Parga, que integrava o conselho editorial da revista Ilha, Fundada pelo Grupo Ilha, sob as lideranças de José Sarney e Bandeira Tribuzi, da qual também participava Lucy Teixeira. No entanto, as vinculações destes agentes a determinados lugares e “movimentos culturais” devem ser analisadas relacionando-se os demais posicionamentos tomados em domínios diferenciados e considerados estrategicamente como oportunidades para o estabelecimento de alianças que retroalimentam suas variadas formas de atuação – facilidades de publicação, nomeação para cargos públicos etc. Desta forma a ocupação de cargos públicos vinculados a atividades culturais como a Secretaria de Cultura, FUNC, SIOGE, Conselho Estadual de Cultura e o IPHAN, constituem-se em estratégias privilegiadas para as relações de aliança faccional, que implicam em relações de trocas e retribuições entre estes “intelectuais”, no trânsito entre os domínios político e literário. Assim considerados, justifica-se o percentual elevado dos agentes que ocuparam tais funções administrativas, buscando através do granjeamento das instâncias culturais do estado, condições de sobrevivência, econômica e principalmente literária, que um contexto como o maranhense, sem uma relativa autonomia deste espaço, não lhes poderia ofertar.

Bruno Azevedo (2012) 92 ao referir-se à revista/editora Pitomba, criada por ele, Celso Borges, e Rouben da Cunha Rocha assim se posiciona:

A Pitomba é uma forma positiva de recusa à calhordice geral, ao amadorismo da oficialidade, devolvendo a ofensa na forma de livros ofensivos, porque ousamos achar que o livro é um troço importante, bonito, tesudo e tal. Também é uma maneira de existir, e qualquer existência fora das paredes das repartições, no Maranhão, é transgressora.

Pitomba é uma revista com 44 páginas e tiragem de 500 exemplares. Sem periodicidade, privilegia a produção de artistas contemporâneos das regiões Norte-Nordeste, poetas, prosadores, artistas plásticos, músicos, ilustradores, quadrinhistas e fotógrafos de fora do centro do mapa cultural brasileiro. Editada por Bruno Azevêdo, Celso Borges e Reuben da

Cunha Rocha. O projeto gráfico é de Bruno Azevêdo, com colaboração de Celso e Reuben.

A revista sai com o apoio da livraria Poeme-se e do Chico Discos. Os editores da Revista Pitomba eram: Bruno Azevêdo – escritor. Formado em História, faz mestrado em Ciências Sociais. Autor de Hemóstase (2000); A Bailarina no Espelho (2007); Breganejo Blues - novela trezoitão (2009); e Monstro Souza - romance festifud (2010). Em 2009, fundou a editora Pitomba! livros e discos; Celso Borges - poeta e jornalista, publicou 8 livros de poesia, os últimos: XXI, Música e Belle Époque, compõem a trilogia A posição da poesia é oposição, em formato livro CD. Desenvolve projetos de poesia no palco, entre eles Poesia Dub, A Palavra Voando e Sarau Cerol; Reuben da Cunha Rocha – ensaísta, poeta e tradutor, com

trabalhos publicados nas revistas Cult, Autofagia e Modo de Usar & Co. Mestre em Ciências da Comunicação pela USP. Tem inédito o livro Guia prático de atentado ao Papa. Os anos 70/80, aqui (no Maranhão) convencionados Geração Luís Augusto Cassas: [...] abrem-se com o poeta Jorge Nascimento (1931), continuando com Arlete Nogueira (1936), Eloy Coelho Neto (1924), Cunha Santos Filho (1952), João Alexandre Júnior (1948), Chagas Val (1943), Francisco Tribuzi (1953), Alex Brasil (1954), Adailton

Medeiros (1938)... Este último, tendo participação confirmada na vanguarda Práxis, no eixo Rio/São Paulo, sob a liderança de Mário Chamie. (Corrêa, 2010) 93 .

O Movimento “Antroponáutica” nasceu no Liceu94 entre 69 e 70, estreando na “Antologias do Movimento Antroponáutico” (1972)95; segundo Jomar Moraes o ultimo vocábulo de um poema de Bandeira Tribuzi (ASSIS BRASIL, 1994)96. Dinacy Corrêa (2010) 97 diz ser intergrado por autores que, mesmo sem terem feito lançamento, comparecem na antologia do citado movimento: Luís Augusto Cassas (1953), Chagas Val (1948), Valdelino Cécio (1952), Raimundo Fontenele (1948), Viriato Gaspar (1952). Tanto Dinacy quando Assis Brasil, afirmam que este movimento iria se completar, em 1975, com a Antologia “A Hora do Guarnicê” 98, – reunindo os poetas da coletânea anterior, acrescida de nomes novos, como João Alexandre Júnior e Rossini Corrêa – que se revela, com livro próprio, na década de 80. A literatura disponível lista os vários componentes desses diversos movimentos. Em contato com alguns deles, afirmam que não fizeram parte, como exemplo, Paulo Melo – Poeme-se apenas- e Lenita Estrela – diz que era do movimento Guarnicê, apenas -, assim como Dilercy Adler, afirmam não terem pertencido ao “Antroponáutica”... Rossini Corrêa, em correspondência pessoal (2014) 99, assim se coloca:

Não participei, a rigor, de movimentos literários formais em São Luís do Maranhão. Se se conceber a ideia de movimento literário como obra aberta, difusa e recortada pela convivência, sim, participei, posto que sempre fui um agregador e transformei a casa dos meus pais em um posto necessário de convívio literário de toda uma geração. Não era a única, porém, pois a casa de Maria e Bandeira Tribuzzi, em função do poeta Francisco Tribuzzi, sem dúvida, era o complemento necessário da nossa. Na casa de meus pais, Henrique Corrêa, Couto Corrêa Filho e eu, na altura, recebíamos o próprio Francisco Tribuzzi, Vagalume, Josias Sobrinho, Graça Lima, Joyla Morais, Glória Corrêa, Edmilson Costa, César Teixeira, Trajano Duailibe, Expedito Moraes, Ribamar Corrêa, Cyro Falcão, Antônio Moysés, Johão Wbaldo e muito mais gente do que se pode, em um esforço instantâneo, inventariar. Ambas ficavam na Rua Cândido Ribeiro, a nossa antes e a Francisco Tribuzzi, depois da Fábrica Santa Amélia. Neste sentido, não integrei o Movimento Antroponáutica e, quando nos reunimos na antologia poética Hora de Guarnicê, somamos pelo menos dois blocos, por meio das pontes de contato

93 CORRÊA, Dinacy Mendonça. UMA ODISSÉIA NO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS. Revista Garrafa 22, setembrodezembro 2010, disponível em http://www.letras.ufrj.br/ciencialit/garrafa/garrafa22/dinacycorrea_umaodisseiano.pdf 94 Escola fundada em 1838, hoje Centro de Ensino Médio “Liceu Maranhense”, onde Sotero dos Reis foi primeiro diretor e professor. 95 ANTOLOGIA POÉTICA DO MOVIMENTO ANTROPONÁUTICA. São Luis: Departamento de Cultura do Maranhão/Secretaria de Educação e Cultura, s.d. 96 BRASIL, Assis. A POESIA MARANHENSE NO SÉCULO XX - antologia. Rio de Janeiro: IMAGO; São Luis: SIOGE, 1994. 97 CORRÊA, 2010, obra citada 98 BORGES, Celso; HAICKEL, Joaquim. (organizadores). ANTOLOGIA GUARNICÊ, ano I. São Luis: Guarnicê, 1984. Publicadas no Suplemento e na revista Guarnicê de agosto de 83 a julho de 84. HAICKEL, Joaquim; BORGES, Celso. GUARNICÊ ESPECIAL, ano II. Ano 1, no. 8, agosto 1984. São Luis: Guarnicê, 1984. LIMA, Felix Alberto e Outros. ALMANAQUE GUARNICÊ 20 anos, 1983-2003. São Luis: Clara: Guiarnicê, 2008 99 CORRÊA, Rossini. DEPOIMENTO, prestado via correio eletrônico ao Autor, em 05 de março de 2014.

estabelecidas pela amizade de Valdelino Cécio, em especial, comigo. O poeta e estudioso da cultura popular, que viria a se tornar um dos meus melhores amigos em toda a vida, à semelhança de Francisco Tribuzzi, passara a frequentar o espaço público da nossa convivência diária, nas noites intermináveis da Praça Gonçalves Dias, nas quais salvávamos a humanidade e transformávamos a vida do mundo.

Em outro contato, Corrêa 100confirma: [...] no sentido orgânico, cartorário e formalista, existiram, mas foram poucos, os movimentos. Comprovação da sua existência se encontra no Mojore e no Renascimento Cultural Clube, de que participou o saudoso João Alexandre Viegas Costas Júnior, com os jornais Página da Juventude, A Letrinha e O Balaio, de organicidade, talvez, até maior do que a existente no chamado Movimento Antroponáutica. Entretanto, no sentido aberto, plástico e dinâmico, aqueles reunidos na minha casa, na casa de Francisco Tribuzi e nas noites da Praça Gonçalves Dias, constituíram, sim, um movimento, cujo estatuto estava antes na convivência, no estímulo recíproco e na construção de caminhos, do que na letra fria dos programas. Os nomes são aqueles já declinados, e outros mais, cujo campo de fuga os conduziu para distante dos arraiais literários. Não posso deixar de mencionar novamente aqueles que a memória melhor reencontrou: Francisco Tribuzzi, Couto Corrêa Filho, Vagalume, Josias Sobrinho, Graça Lima, Joyla Morais, Glória Corrêa, Edmilson Costa, Henrique Corrêa, César Teixeira, Trajano Duailibe, Expedito Moraes, Ribamar Corrêa, Cyro Falcão, Antônio Moysés, Johão Wbaldo e muito mais gente do que se pode, em um esforço instantâneo, inventariar. [como você vê esse(s) movimento(s)? percebe-se que vocês participaram de vários desses, a partir dos anos 70... o que significou e por que naquele cadinho, surgiram tantos movimentos tentando revitalizar a literatura/poesia de São Luís? qual a efetiva participação de vocês?] Na minha compreensão, mais ou menos formais, pouco se me deu, pouco se me dá, os movimentos foram os acontecimentos reais, que alimentaram vocações e permitiram que a fidelidade à causa da cultura sobrevivesse no cenário da história do Maranhão. A nossa efetiva participação era simplesmente total. Estávamos congraçados e arrebanhados, como sugeria Bandeira Tribuzzi – ‘mantenham-se arrebanhados’ – e assim permanecemos até que cada um passasse a escrever de maneira singular o seu destino intelectual. Deste cadinho de gente surgiram nomes como os de Francisco Tribuzzi, Couto Corrêa Filho, César Teixeira, Josias Sobrinho, Cyro Falcão, Edmilson Costa, Ribamar Corrêa e outros mais, cujas pegadas deixaram marca na areia, na poesia, na música, na pintura, no jornalismo e nas ciências humanas. A nossa participação era total, porque a agitação literária renovadora passava por todos nós e por todos aqueles que se fundiram e confundiram conosco, como Valdelino Cécio e Alberico Carneiro. Estávamos de ‘a’ a ‘z’, do boi da Madre Deus ao jornal A Ilha; da resistência democrática à poesia de mimeógrafo; dos debates intermináveis à vontade de fazer a diferença, dialogando com gente pulsante como Nascimento Moraes Filho e Bandeira Tribuzzi, que qualificou aquele como o ‘século setentão’.

Cassas desponta em 1981, com República dos Becos, e atinge uma dimensão nacional, promovendo a esse nível os poetas de sua geração, ao lado dos quais se destacam Roberto Kenard e Laura Amélia Damous. Para Corrêa (2010), os mais novos, na trajetória evolutiva da poesia maranhense, transitam entre “... um neorromantismo de feição já crítica, ora integrando a sua linguagem a um corpus poético já decididamente moderno” (BRASIL, 1994) 101. São eles: Alex Brasil (1954), Ivan Sarney (1946), Luís Moraes (1948), César William (1967), Morano Portela (1956), Bernardo Filho (1959), Luís Inácio Araújo (1968). Concordamos que se deva ser acrescentada nessa fase o grupo do Guarnicê, “nascidos” em 1982, tendo como participes Joaquim Haickel junto com Celso Borges, e coadjuvados por Roberto Kenard, Ivan Sarney, Ronaldo Braga, e Nagibinho (irmão de Joaquim, Nagib Haickel Filho), que produziam e apresentavam o programa “Em tempo de Guarnicê”, levado ao ar pela Rádio Mirante FM; programa que falava de literatura, arte, cultura e tocava música maranhense, se servindo do meio de comunicação de sua época, para discutir a cultura maranhense (VAZ, 2011)102 ; chegaram a publicar uma Revista – Guarnicê. Seria uma 10ª fase?

A poeta e romancista Arlete Nogueira da Cruz, a maior representante e mulher que contribuiu grandemente com a geração acima 103 [a anterior], aponta, em seu Nomes e Nuvens (Unigraf, 2003), outra geração que se firma entre os anos 1970 e 1980, e que está na plenitude de sua produção, madura. Rica de nomes e de direcionamentos, mas todos respirando os novos confrontos impostos por circunstâncias e transformações radicais que vão do local e do nacional ao global: expansão e descentramento da cidade, derrocada e morte do militarismo, liberdade de pensamento, noção de uma “aldeia global”, tecnologização crescente, aumento da violência urbana e aparecimento da massa abandonada nas ruas. Luís Augusto Cassas, Cunha Santos, Raimundo Fontenele, Viriato Gaspar, Chagas Val, Rossini Correa, Alex Brasil, Roberto Kenard, Laura Amélia Damous, Lenita Estrela de Sá, Joe Rosa, Celso Borges, Fernando Abreu, Paulo Melo Sousa, Lúcia Santos, Eduardo Júlio, Ronaldo Costa Fernandes, Couto Correa Filho, Eudes de Sousa, Sônia Almeida, Dilercy Adler, César Willian, são alguns dos nomes cujo conjunto fazem uma poética não passível de redução: ora “marginal” e underground, concretista, neo ou semiconcretista, ora lírico-sentimental, ora metalinguística; poundiana; hierática; epigramática; hierofânica.. (In GUERRA ERRANTE, 2012).104 .

Sobre o Guarnicê, buscamos tanto em Haickel (2014) 105 :

Antologia Guarnicê é uma coisa, Revista Guarnicê é outra... a primeira é do final dos 70 e a segunda foi de 83 até 86; a primeira foi um evento e a segunda foi algo mais permanente,

101 ASSIS, Brasil. A poesia maranhense no século XX – antologia. São Luís, Ma.: Sioge, 1994 102 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. DISCURSO DE RECEPÇÃO A JOAQUIM ELIAS NAGIB PINTO HAICKEL, Cadeira 47. Proferido em 13 de Setembro de 2011. Revista do IHGM, no. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 47, disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011 103 [Nauro Machado, José Chagas, Ferreira Gullar e Bandeira Tribuzi. Eles determinaram em definitivo, conforme podem ser observados na leitura de sua obra, pelo menos três vetores para a nossa poesia: um lirismo másculo e visceral (Nauro); uma poética do memorial local aliado à interrogação da temporalidade existencial (Chagas, Tribuzi); a objetividade cosmopolita do cotidiano social atravessado pela contestação poética (Gullar, Tribuzi). Some-se a esses nomes, o de Lago Burnet, Déo Silva, José Maria Nascimento, Manuel Lopes, Manuel Caetano Bandeira de Mello e outros.] IN http://www.guesaerrante.com.br/2012/9/27/poesia-nos-400---os-cabos-de-guerra-da-poesiada-sao-luis-contemporanea-4400.htm 104 http://www.guesaerrante.com.br/2012/9/27/poesia-nos-400---os-cabos-de-guerra-da-poesia-da-sao-luiscontemporanea-4400.htm 105 HAICKEL, Joaquim. Em Correspondência pessoal a Vaz, Leopoldo, em 11/03/2014: “Antologia Guarnicê é uma coisa, Revista Guarnicê é outra... a primeira é de do final dos 70 e a segunda foi de 83 até 86; a primeira foi um evento e a segunda foi algo mais permanente”.

quanto em Corrêa (2014) 106, a explicação necessária sobre esse “movimento”:

Hora de Guarnicê tem dois blocos e duas autonomias: o bloco do Movimento Antroponáutica (Luis Augusto Cassas, Raimundo Fontinelle, Viriato Gaspar, Chagas Val e Valdelino Cécio); o bloco das Casas da Cândido Ribeiro (Francisco Tribuzzi, Henrique Corrêa, Cyro Falcão, Antônio Moysés, Edmilson Costa, Johão Wbaldo e Eu) e as autonomias de João Alexandre Júnior e Cunha Santos Filho, os quais trilharam caminhos distintos dos nossos, e tinham organicidade vinculada às páginas literárias do Jornal Pequeno. Depois de Hora de Guarnicê misturamos as águas mais uma vez, quando lançamos a microantologia Sem Pé nem Cabeça, reunindo Cyro Falcão, César Nascimento, Henrique Corrêa, Raimundo Fontinelle, com capa de César Nascimento, o que significa a ponte de Raimundo Fontinelle do Movimento Antroponáutica e o diálogo poético-musical de César Nascimento com o grupo da Cândido Ribeiro (Henrique Corrêa, Cyro Falcão e Eu). Registre-se, finalmente, que nos nossos encontros havia a busca da sintonia intelectual e política com a contemporaneidade do mundo. Sonhávamos em ser militantes cívicos e estéticos, debaixo dos anos de chumbo da ditadura militar, com a qual eu convivi desde os oito anos, com a prisão do meu tio Wilson do Couto Corrêa e na adolescência, quando um livro mimeografado de poemas de Edmilson Costa despertou o 'interesse literário' da Polícia Federal do Maranhão. O programa Em tempo de Guarnicê, nas ondas da rádio Mirante FM, que estreia em setembro de 1981, dá origem ao Suplemento de O Estado do Maranhão; comando do economista Ronaldo Braga. A Revista Guarnicê, publicada entre os anos de 1983 e 1985, chegou a 45 números: 20 suplementos e 25 revistas, incluindo a devezenquandal, seu ultimo numero107. E teve em seu núcleo não mais que cinco pessoas – Joaquim Haickel, Celso Borges, Roberto Kenard, Paulo Coelho e Érico Junqueira Ayres, e divulgou o trabalho de mais de 40 artistas de São Luis e outros tantos do Rio Grande do Norte, Piauí e Brasília.

FONTE: Lima, 2003, ALMANAQUE GUARNICÊ 20 anos, p 9; 100

“Qualquer semelhança com um movimento morto é mera coincidência”, alertavam já na primeira edição do Suplemento Guarnicê, evitando comparações com os integrantes da antologia Hora do Guarnicê (Poesia nova do Maranhão), lançada em São Luis em 1975 pela Fundação Cultural do Maranhão (LIMA, 2003) 108. Hora do Guarnicê foi um livro, uma antologia da jovem poesia da primeira metade da década de 70 no Maranhão, tendo congregado, num ponto de convergência, integrantes do Movimento Antroponautica: Em maio de 1972, ano em que se comemora o cinquentenário da Semana de Arte Moderna, cinco jovens empenhados e emprenhados na/de poesia criam um movimento com o nome de Antroponautica e lançam de saída uma antologia. O mais novo deles é Luis Augusto Cassas, com 19 anos. Os outros são Valdelino Cécio e Viriato Gaspar ambos com 20 anos; Raimundo

106 CORRÊA, Rossini. DEPOIMENTO, prestado via correio eletrônico ao Autor, em 05 de março de 2014. 107 BORGES, Celso. AMOR & RIGOR. In LIMA, Félix Alberto. ALMANAQUE GUARNICÊ – 20 ANOS 1883-2003, São Luis, Clara; Guarnicê, 2003. 108 LIMA, Félix Alberto. ALMANAQUE GUARNICÊ – 20 ANOS 1883-2003, São Luis, Clara; Guarnicê, 2003.

1984 surge a Antologia Guarnicê, para comemorar o primeiro ano do Suplemento/Revista. Reúne 25 poetas e 60 poemas. De Antonio Carlos Alvim a Wanda Cristina; de Cesar Teixeira a Wagner Alhadef; Francisco Tribuzi a Paulo Melo Souza. Recebe capa e ilustrações de Erico Junqueira Ayres e a seleção dos poemas fica a cargo de Celso Borges e Joaquim Haickel. Nauro Machado, no Caderno Alternativo, publica uma critica implacável à Antologia Guarnicê, que segundo ele, os poemas ali editados representavam “um simples ódio contra o sistema ou a vida”, com a média beirando a “entronização de um compromisso que se pretendendo político consegue apenas baratear a Arte como um produto também cultural”. Recomenda que os poetas se submetam à orientação de alguém experimentado. Não tarda a resposta, dada por Celso e Joaquim... No ano seguinte, a Antologia Erótica Guarnicê. No dizer de Roberto Kenard, o Guarnicê nunca chegou a ser um movimento. Era tão somente uma publicação. Lima (2003) 109 afirma que no vácuo do borbotão que fez brotar o Antroponáutico, surge o LABORARTE – Laboratório de Expressões Artísticas; 11 de outubro de 1972, pessoas envolvidas com dança, música, teatro, literatura e artes plásticas o criaram no sobrado de numero 42 da Rua Jansen Müller, onde está até hoje. Entre os inquilinos, Cesar Teixeira, Tácito Borralho, Josias Sobrinho, Saci Teleleu, Murilo Santos, Sergio Habibe, Regina Telles, Nelson brito, Aldo Leite, e muitos outros. Em setembro de 1974, surge o jornal A Ilha, criado por Paulo Detoni, Luis Carlos Jatobá e João Gonzaga Ribeiro, circulando até abril de 1977. Entre seus redatores e colaboradores Fernando Moreira, Jomar Moraes, Cesar Teixeira, Clerton Araujo, Edson Vidigal, Cícero da Hora, Nonato Mota Coelho, Cosme Junior, José Chagas, Antonio Carlos Lima, Nilson Amorim, Josemar Pinheiro, Carlos Andrade, Gerd Pflueger, Roldão Lima e Rogério Araujo. Voltado para assuntos de literatura, cinema, turismo e artes plásticas. Os membros desses diversos movimentos são identificados, também, como a Geração Mimeógrafo, iniciada pelo poeta Ribamar Feitosa – natural de Parnaíba-PI -; com o nome de José Rimarvi publica, em 1969, o livro Planície quase minha, impresso no SIOGE. Em 1978, lança –em parceria com José Maria Medeiros – o livro Jo-Zé, datilografado em estêncil e rodado em mimeografo. Depois de alguns lançamentos nesse mesmo formato, e ao lado de poetas estudantes da UFMA, já em 1979, cria a revista Vivência, porta-estandarte do movimento Arte e Vivência, e como integrantes, além do próprio Feitosa, Celso Borges, Antonio José Gomes, José Maria Medeiros, Robson Coral, Rita de Cássia Oliveira, Nonato Pudim, Ivanhoé Leal, Luis Carlos Cintra, Euclides Moreira Neto, Cunha Santos Filho, Kiko Consulim.

Marcelo Chalvinski, Fernando Abreu, Garrone, Joe Rosa, de óculos escuros, Zé Maria Medeiros

Também denominada Geração Mimeógrafo, e que integrou a última fase dos Párias. Ano - 92/93, uma das fotos para matéria do oitavo lançamento da revista 'Uns & Outros’, o "Oitavo Andar” 110 . Em 1984, Feitosa aparece nas páginas da revista Guarnicê... Em suas páginas, também aparece João Ewerton, manifestando suas inquietações sobre o futuro das artes plásticas: ele é o presidente da Associação Maranhense de Artes Plásticas, onde transitam, entre os anos 1970 e 1980, Nagy Lajos, Ambrósio Amorim, Dila, Jesus Santos, Antonio Almeida, Péricles Rocha, Lobato, A. Garcês, Rosilan Garrido, Luiz Carlos, Airton Marinho, Ciro Falcão, Fransoufer, Marlene Barros, Rogério Martins e Tercio Borralho, utilizando-se dos mais diversos espaços para suas exposições, como o Cenarte, da Fundação Cultural do Maranhão; Galeria do Beco, de Zelinda Lima e Violeta Parga; Solar Nazeu quadros, da UFMA; Centro de Arte Japiassu, criando em 1972 por Rosa Mochel, Fátima Frota e Péricles Rocha; Galeria Eney Santana, ateliê de Nagy Lajos, e a galeria da Caixa Econômica Federal. Da geração de artistas que se firmam nos anos 80, Miguel Veiga, Paulo Cesar, Donato, Geraldo Reis, Fernando Mendonça, Cosme Martins, Marçal Athaide. Segundo Lima (2003), os cadernos de cultura, por essa época, ainda eram raros, embora São Luis estivesse vivendo um processo de ebulição cultural, com os seus teatros, músicos, artistas, poetas, escritores e movimentos literários. Mas, diz ele, entre as publicações e periódicos de São Luis, entre 1975 e 1980, circula o suplemento Sete Dias, no jornal O Estado do Maranhão, na coordenação Pergentino Holanda – estreara na poesia em 1972 com Existencial de agosto , Antonio Carlos Lima e Carlos Andrade. Pelas folhas do tabloide passaram ainda José Cirilo Filho, Walter Rodrigues, Benito Neiva, Leonardo Monteiro, Ivan Sarney, Viegas Netto, Cunha Santos Filho, Evandro Sarney, Ligia Mazzeo, Carlos Cunha, Bernardo Tajra, Edison Vidigal, Dom Mota, Alex Brasil e Érico Junqueira Ayres. Américo Azevedo neto inaugura a coluna “Cartas a Daniel”, como destinatário Daniel de La Touche. Sete Dias circulava aos domingos, como caderno de entretenimento, com seções de literatura, crônicas, poesia e musica, além de cinema. Abre caminho para os chamados cadernos de cultura do jornal, surgindo já na década de 1980 o Caderno Alternativo. Nesses anos 1980, Josué Montello continua publicando um livro por ano e chega ao mercado literário da Europa; Lago Burnett, Francklin de Oliveira, José Louzeiro... Entre os mais fecundos, na poesia, estão José Chagas e Nauro Machado... Ubiratan Teixeira, Américo Azevedo, Benedito Buzar, Milson Coutinho, Nonnato Masson, Manuel Lopes, Joaquim Itapary, Chagas Val, Viriato Gaspar, Lenita Estrela de Sá, Elsior Coutinho, Jorge Nascimento, Francisco Tribuzi, João Alexandre Junior, Laura Amélia Damous, Alex Brasil, José Ewerton Neto, Ronaldo Costa Fernandes, Ariel Vieira de Moraes, Rossini Corrêa, Virginia Rayol, Herbert de Jesus Santos, Ivan Sarney e Raimundo Fontenele são outros nomes associados à produção literária dos anos 80 – alguns sob a tutela de planos editorais públicos, como o do SIOGE – conforme Lima (2013)111; e outros de maneira independente. Grande parte da produção intelectual maranhense é veiculada na revista Vagalume, editada por Alberico Carneiro. Lima (2003) faz outro registro importante do período: a coleção Documentos Maranhenses, da Academia Maranhense de Letras, idealizada por Jomar Moraes e com o apoio da ALUMAR. “Sr. Zaratustra, ligue para 227 1712. Assunto: entrevista”. “Zaratustra ligou!”. O pedido de entrevista era do Guarnicê, publicado em dois suplementos do jornal. Zaratustra escrevia aos domingos no Jornal Pequeno e provocava polemicas com suas criticas sobre o meio artístico maranhense. Era o homem sem face da imprensa local. “Ninguém falaria comigo se eu revelasse a identidade de Zaratustra [...] assim eu posso trabalhar tranquilo”. Vinte anos depois da entrevista, a identidade vem à tona: Euclides Moreira Neto revela que Zaratustra foi o médico Ivanildo Ewerton, ‘na maioria das vezes’. O próprio Euclides vestia a máscara, assim como a cenógrafa Nerine Lobão.

Não devemos esquecer a “Akademia dos Párias”. Lima e Outros (2003) 112 confirmam que já em 1985 Celso Borges abrira uma janela na revista Guarnicê para a Akademia dos Párias, que contava em seus quadros com Fernando Abreu, Raimundo Garrone, Ademar Danilo, Sonia Jansen, Antonio Carlos Alvim, João Carlos Raposo, Paulinho Nó Cego, Guaracy Brito Junior, Ronaldo Reis, Gisa Goiabeira, Maristela Sena, Rozendo, Henrique Bóis, entre outros. “Bem vindos, los párias!”, os saudou Celso no lançamento da revista Uns e Outros, em 1984. Os Párias? - Perguntase Félix Lima, e responde que recebem influencias variadas: de Ferreira Gullar e Mário Quintana a Lobão e Caetano; de Whitman e Drummond a Leminski e Chacal; e ainda Angela Rôrô, Elomar, Bukovski, Poe, etc. Anunciam o novo e pregam o desregramento e o anti-academiscismo. “Nenhum de nós vai à missa aos domingos”, advertem113 .

A revista Uns & Outros atrai discípulos e chega à marca de oito edições temáticas, com a ultima circulando em 1995.

Ao mesmo tempo, 1985, surge o “Poeme-se” - que deu origem ao famoso sebo do José de Ribamar. Destacando-se além deste, Paulo Melo Sousa, juntando-se a eles: Luis Resende, Wilson Martins, Eduardo Julio, Elício Pacífico, Claudio Terças e Rosa Ewerton. Sua proposta, divulgada em poema-cartaz a partir de fotografia de Mobi, é desenvolver uma poesia social, “tentar fazer da

poesia um instrumento de transformação ligado as realidade”, afirma Lima (2003) 114. Mais tarde, o grupo abre mão do engajamento social e parte para a divulgação de uma poesia livre em espaços alternativos:

Tínhamos um movimento em prol da Poesia. Eu [Ribamar Filho] e outros amigos. Reuníamo-nos, constantemente, aos fins de semana, pra discutir, planejar, ler, uns pros outros, nossos poemas. E aí tivemos a idéia de escolher um nome para o grupo. Cada um de nós ficou comprometido em sugerir um. E a minha sugestão foi: POEMESE. Pegou”… Ge-ni-al. Muito criativa, mesmo, essa performance do substantivo em verbo, assim, pronominalizado e nessa força imperativa. Mas, qual a intenção, a mensagem intrínseca do neologismo? “A idéia era exortar a todos a assumir a poesia, a ter uma atitude poética, vestir a camisa da poesia. E nós fazíamos isso, literalmente. Confeccionávamos (e vestíamos) camisetas, publicávamos posters, vendíamos cartões, divulgando a poesia. [...] Agora, falemos do POEME-SE. Como tudo aconteceu? “Até 1980, eu costumava freqüentar, muito, as bancas de revistas, de livros usados, na Magalhães de Almeida. E aquilo mexia comigo, sei lá… Mas quem me influenciou mesmo, de verdade, nesse ramo, foi Ribamar Feitosa. Em 1984, ele abriu um Sebo na Magalhães de Almeida, o primeiro nesse estilo, aqui em São Luís. Eu ia muito, comprar livros, no Sebo de Feitosa. Havia, também, nesse tempo, um jornal de publicação nacional, só sobre livros, o LEIA – que trouxe uma matéria extensa, a respeito de SEBOS, muito interessante. E eu fiquei com aquela idéia de botar um negócio desses, num local fechado e organizado. Aquele nosso movimento literário, da adolescência, já não existia mais, o Grupo estava disperso, e eu me apropriei do nome. Em 1988, instalei e inaugurei a POEME-SE, numa sala de 20 metros quadrados (antiga sede do PT), na Rua do Sol. Em 1990, transladei-a para a Praia Grande. Em 2001, adicionei, à livraria, um cybercafé. A parte de café decaiu e ficou só a Internet. A Praia Grande foi muito importante. O POEME-SE agregou vários movimentos e atividades intelectuais e literárias aqui do Maranhão: recitais, leitura de poesias, debates, lançamento de livros e teve o seu próprio festival de poesia, por dois anos: Festival de Poesia do POEME-SE ”115

O grupo extingue-se e Paulo Melo Sousa vai criar o “espaço” Papoético! Zeca Baleiro116, antes de partir para São Paulo em 1989, publica a revista Undegrau (1988), na linha do Guarnicê, “só que mais irreverente, sem anúncios ou textos oficiais”, informa Lima e

114 LIMA e Outros, 2003, obra citada.. 115 CORRÊA, Dinacy. GALERIA DE ANÔNIMOS ILUSTRES – José de Ribamar Silva Filho. In BLOG DA DINACY CORRÊA. Disponível em http://blog.jornalpequeno.com.br/dinacycorrea/2012/05/galeria-de-anonimos-ilustres-15/ , publicado em 30/05/2012, acessado em 10/09/2014. 116 Sobre o apelido de Zeca Baleiro: “Não sabe aquele teu xará (José de Ribamar Coelho Santos), de ARARI ? Chegava à universidade, no tempo de estudante, com os bolsos cheios de balas (balinhas de hortelã, de café, de

Outros (2003) 117. Com Zeca estão: Henrique Bóis, Joãozinho Ribeiro, Sérgio Castellani, e Solange Bayma. A revista fica apenas em seu primeiro número; e teve a colaboração de Itamir, Geraldo Reis, Érico, Mondego, Garrone, Noberto Noleto, Josias Sobrinho, Paulo Melo Sousa, Celso Borges, Lúcia Santos, Francisco Tribuzi, Paulinho Nó Cego, Luis Pires, Marcelo Silveira, Paulinho Lopes, Ribamar Feitora, Emilio, Joe Rosa, Ramsés Ramos, e Edgar Rocha.

E esta outra geração (1990/2000...) que agora também exige com vigor seu lugar ao sol, começando com mais ou menos força sua obra, encontrando-se com outras, que hão de se encontrar com outras, sem que sejam necessariamente companheiros próximos ou que tenham a mesma origem, os mesmos fins, os mesmos meios, mas que são familiares às mesmas vozes e vivem mais ou menos as mesmas demandas socioculturais deste momento. Eclética, vai do telurismo existencial ao cosmopolitismo fragmentário, ou às neuroses íntimas e urbanoides. [...] Poetas, professores, artistas, ensaístas que surgiram em torno do Suplemento Literário Vagalume; em torno do bar do Adalberto; dos festivais de poesia falada ou do mundo acadêmico-universitário da UFMA, em torno das oficinas e recitais programados pelo poeta Paulo Melo; dos festivais do SESC; dos concursos da FUNC, em torno do Grupo Curare e do Carranca, que confluíram em riso na alegria dos domingos na casa do jornalista Gojoba e do abraço gentil de sua esposa, Dona Graça; em torno do Concurso de Poesia Nascentes, da USP; do Poiesis ou da Vida é uma festa: Hagamenon de Jesus, Bioque Mesito, Natanílson Campos, Ricardo Leão, Dyl Pires, Antonio Aílton, Rosimary Rêgo, Jorgeana Braga, Geane Fiddan, José Neres, Dílson Junior, Mauro Cyro, Elias Rocha, Natinho Costa, Samarone Marinho, Jorge Leão, Danilo Araújo, Josualdo Rego, Reuben da Cunha Rocha, Bruno Azevedo, César Borralho, Mateus Gato e Daniel Blume, entre outros, e entre companheiros e companheiras que, não escrevendo, fizeram de sua companhia poesia pura.(In GUESA ERRANTE, 2012)118

Aparecem, assim, novos grupos organizados, como o caso do Poeisis, ao qual pertence Antônio Aílton, Bioque Mesito, e pelos poetas co-geracionais Danyllo Araújo, Geane Fiddan e Natinho Costa. Outros nomes que aguardam publicação, possuindo obras inéditas de grande relevo estético, são a poeta Jorgeana Braga (A casa do sentido vermelho, Sangrimê, Cerca Viva), Nilson Campos (o romance A Noite, além de contos e poemas), e a sensível poeta Rosemary Rego, com

chocolate…), degustando-as, distribuindo entre as garotas e pegou, também, um apelido engraçado, que hoje o identifica como a celebridade Zeca Baleiro! Viu como é o negócio? Tem apelidos carismáticos…”. In CORRÊA, Dinacy. GALERIA DE ANÔNIMOS ILUSTRES – José de Ribamar Silva Filho. In BLOG DA DINACY CORRÊA. Disponível em http://blog.jornalpequeno.com.br/dinacycorrea/2012/05/galeria-de-anonimos-ilustres-15/, publicado em 30/05/2012, acessado em 10/09/2014. 117 LIMA e Outros, 2003, obra citada. 118 http://www.guesaerrante.com.br/2012/9/27/poesia-nos-400---os-cabos-de-guerra-da-poesia-da-sao-luiscontemporanea-4400.htm

uma obra lírica surpreendente. Uma geração, afinal, não se faz somente de poetas publicados e, às vezes, alguns de seus melhores talentos estão entre aqueles inéditos em vida, como é o caso de vários exemplos, como o de Konstantinos Kaváfis, Emily Dickinson e Cesário Verde119 . Sobre esse movimento, Antonio Aílton120 deu-me o seguinte depoimento:

O “movimento Poesis” iniciou-se em 2006, a partir da iniciativa de Geane Lima Fiddan e do poeta Bioque Mesito, os quais convidaram Antonio Aílton, Rosimary Rego, Hagamenon de Jesus, Paulo Melo Sousa, Raimundo Nonato Costa (Natinho Costa), Daniel Falcão Bertoldo (músico), e Danilo Araújo, grupo que foi crescendo por convites a outros poetas, tais como José Couto Corrêa Filho e César Borralho (este na verdade mais como “participação” em alguns momentos), além de Graziella Stefani, que não escrevia, mas deveria fazer o marketing do grupo. A ideia era promover ações abrangentes de realizar projetos de incentivo à leitura, de criação e encontros literários e, sobretudo divulgação, unindo, nesta divulgação poesia e música erudita através de recitais em locais públicos e significativos de São Luís, com ideia de expansão para o interior do Estado. Foram montados grandes recitais públicos acompanhados de piano, violoncelo, percussão, violão, flauta, gaita, etc., sendo o mais marcantes na Praça Gonçalves Dias, na Escola de Música do Maranhão e no Teatro João do Vale121, o maior e mais importante deles122, o último com direção da Cássia Pires. Foram feitas chamadas pela TV para esses recitais, e foram filmados [registro fílmico]. Receberam certo [e parco] patrocínio particular e público. Pela necessidade de receber patrocínios mais significativos, o que só seria possível como pessoa jurídica, foi criada a POIESIS – ASSOCIAÇÃO DE ESCRITORES, em 19/05/2006, totalmente legal, com registro civil de pessoa jurídica e estatuto próprio, com Antonio Aílton Santos Silva como presidente, Geane Lima Ferreira Fiddan como vice-presidente, Fábio Henrique Gomes Brito [Bioque Mesito] como primeiro secretário, Raimundo Nonato Costa e Rosemary como tesoureiros. Hagamenon e Paulo ficaram no Conselho Fiscal. Na verdade, após a criação da Associação seguiu-se apenas o que já estava programado, isto é, os recitais e organizou-se um projeto de “feira literária”, que não foi em frente porque se soube que a Prefeitura de São Luís começava a organizar a 1ª Felis, como ocorreu logo depois. Com a dispersão de muitos membros para estudos e saídas do estado, como foi o meu caso, a Associação ficou em latência, cada um realizando projetos individuais até o momento. Outro grupo que surge nessa época, o Grupo Carranca, capitaneado pelos poetas e escritores Mauro Ciro Falcão e Samarone Marinho, comparsas das atividades do Curare - e vice-versa. A partir de 2000, a existência dos dois grupos se encontra praticamente paralelas, e confundidas. Pertencentes a uma faixa geracional um pouco diferente – embora quase coeva –, os membros do Grupo Carranca aceitaram dividir seus espaços e iniciativas, durante algum tempo, com o Grupo Curare. Durante vários anos, as reuniões e encontros do Grupo Curare e Grupo Carranca aconteceram na casa do jornalista Gojoba, sempre com bastante aconchego e diversão. A

119 LEÃO, 2008, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2008/5/20/Pagina1026.htm 120 SILVA, Antonio Aílton Santos. DEPOIMENTO dado a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, em 27 de abril de 2014, via correio eletrônico. 121 Geane Lima pode dar informações mais precisas sobre estes recitais, pois ela os organizou mais efetivamente e era quem dialogava com os músicos, sobretudo sobre questões financeiras. 122 Não lembro a data, mas tenho a filmagem. OBS: Da relação “Poiesis” em seu texto, não participaram Jorgeane Braga nem Natanílson Campos. Estes eram sim do CURARE. Também não me lembro de Mobi fazer parte desse grupo, ao menos com esse nome...

participação de vários membros do antigo Curare consta das antologias de poemas e contos organizadas pelo grupo Carranca, que agitaram o cenário literário de São Luís entre 1999 e 2002. De lá para cá, os membros de ambos os grupos, agora identificados pelos laços comuns, com seus projetos e propostas definidos, trabalham para construir a identidade da nova literatura maranhense123 .

Antonio Aílton também se refere a esses grupos, Curare, e Carranca124 :

Em relação ao CURARE, é bom ressaltar que os diálogos, discussões e encontros informais - determinantes para o impulso e maturação da literatura de muitos de seus membros , consolidaram uma amizade duradoura entre partes de seus membros, tanto que alguns consideram que um certo ‘espírito’ desse grupo não se extinguiu.

O papel aglutinante desse grupo foi sempre do poeta Hagamenon de Jesus (junto com

Antonio Aílton, Ricardo Leão, Dyl Pires, Bioque Mesito). Houve também uma confluência dessa amizade com membros do grupo Carranca (jovens e iniciantes poetas), o qual era encabeçado por Mauro Ciro e Elias Rocha, encontrando-se dominicalmente na residência do jornalista Gojoba, pai de Mauro Ciro.

A principal contribuição do grupo (reduzido a um pequeno núcleo) foi ou tem sido, a meu ver, o incentivo e impulso para a busca de uma superior qualidade da produção (poética ou teórica), o incentivo ao crescimento e destaque de cada um – o que pode ser constado nas premiações recebidas pelos membros do grupos (ver relação dos concursos), as quais são motivos de alegria e discussão conjunta.

Leão (2008) 125 – ao comentar os resultados dos concursos de 2007 da SECMA e do Concurso Literário “Cidade de São Luis”, afirma que todos estes novos talentos fazem parte, ao fim e ao cabo, de um mesmo grupo, a maior parte na mesma faixa geracional, outros em faixas diferentes, de poetas, escritores e intelectuais que, lutando por visibilidade e reconhecimento no cenário da literatura maranhense contemporânea: [...] já vêm trabalhando há pelo menos dez anos, quando não mais, no sentido de produzir uma obra capaz de continuar, com dignidade e competência, a tradição de literatura que o precede, com profundo respeito aos grandes autores maranhenses do passado, mas também com ousadia e inovações.

Para Dyl Pires126, a geração de poetas dos anos 90 foi favorecida por algumas pessoas importantes, instituições que ofereciam editais e concursos para publicações, além de lugares onde todos se encontravam. Entre seus livros de formação, estão A Poesia Maranhense no Século 20 - Antologia (1994), organizado por Assis Brasil; o último número da revista publicada pela Academia dos Párias (8º Andar); O Circuito da Poesia Maranhense, livro organizado por Dilercy Adler; as antologias poéticas do Grupo Carranca; o Suplemento Vagalume, de Alberico Carneiro. As figuras do poeta Paulo Melo Sousa e Couto Corrêa Filho e suas respectivas bibliotecas serviram de espaço para que os poetas da Geração 90 tivessem acesso à variadas fontes literárias e também como espaço de encontro. “Couto abria sua casa para nos receber em sábados dionisíacos. Ali era a nossa Movelaria Guanabara”, lembrou.

123 LEÃO, 2008, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2008/5/20/Pagina1026.htm 124 SILVA, Antonio Aílton Santos. DEPOIMENTO dado a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, em 27 de abril de 2014, via correio eletrônico 125 LEÃO, Ricardo. Entre Carrancas e Monstros: a jovem poesia e literatura maranhenses. O GUESA ERRANTE, edição de 23 de abril de 2008, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2008/5/20/Pagina1026.htm 126 Estética da poesia dos anos 90 é debatida na Feira do Livro. São Luis, quinta-feira, 3 de outubro de 2013. Disponível em http://www.saoluis.ma.gov.br/frmNoticiaDetalhe.aspx?id_noticia=7254

Ele destacou também a importância dos projetos de fomento à produção literária promovidos pela Fundação Municipal de Cultura, a Secretaria Estadual, o Serviço de Imprensa e Obras Gráficas (SIOGE), entre outras instituições. Já Bioque Mesito127 reconheceu que a geração daquela época foi sendo valorizada quando passou a assinar prefácios de livros e a participar de suplementos literários. Ele ressaltou nomes de outros artistas fora da literatura que contribuíram para a formação da estética do trabalho deles, como o artista visual Binho Dushinka. Assumindo uma postura mais contemporânea, afirmou não ter influência da poesia de Nauro Machado e que nomes como Augusto Cassas, Mauro Portela, Aberico Carneiro, Celso Borges, Chagas Val e Fontenelle foram mais importantes na sua formação como poeta. Estamos diante da GERAÇÃO 90, que tinha entre seus membros, além de Dyl Pires, Bioque Mesito e Sebastião Ribeiro, representantes do grupo de poetas daquela geração, nomes como Agamenon Almeida, Eduardo Júlio, Antônio Ailton, Ricardo Leão, Jorgeana Braga, Mauro Ciro, Lúcia Santos, Marco Polo Haickel, Natan, entre outros perdidos na lembrança. Em 1995, segundo Leão (2008) 128 , surge o Grupo Curare com a promessa e a intenção de publicação de uma revista, infelizmente não concretizada, e da organização de eventos literários diversos, a fim de divulgar o surgimento de mais uma confraria de amigos, praticantes de uma poesia e literatura sérias, no sentido da constante busca de preparo e erudição, a fim de contribuir com a renovação dos quadros da literatura maranhense:

Tratava-se, destarte, de um projeto pretensioso. Porém, não se produz arte literária, sobretudo dentro de uma tradição longa e respeitada como a maranhense, de modo impune e sem grandes pretensões, até mesmo alguma megalomania. É necessário, portanto, recapitular um pouco dessa história, antes que sejamos os únicos que ainda se lembrem dela. [...] O Grupo Curare organizou-se com o intuito de conduzir alguma publicação periódica – a exemplo da revista Uns e outros e das publicações da Akademia dos Párias –, com a qual fosse lançada a pedra fundamental de nossa atividade literária. Após muitas discussões nas ruas e becos da Praia Grande, o grupo percebeu que tinha mais gosto em estar simplesmente reunido para boas conversas sobre literatura, cinema e assuntos de algum modo conectados à arte, do que propriamente elaborar projetos que não saíssem do papel, dada a diferença de temperamentos e opiniões entre todos, além da evidente falta de dinheiro.

Ricardo Leão recorda que a ideia inicial de montar o grupo fora dele e de Dyl Pires, após um encontro ocorrido em 1995 na Biblioteca Pública Benedito Leite, no anexo aos fundos, onde se elaborou uma lista inicial de amigos e conhecidos comuns, constante de uns 25 nomes, entre os quais vários que já se vinham destacando em concursos locais e nacionais. O nome da revista –Curare – foi igualmente sugestão do Dyl, que nos apresentou a todos, porém quem sugeriu a publicação de um periódico foi o poeta e ficcionista Marco Polo Haickel. O encontro havia, pois, acontecido. Como o projeto da revista naufragou após um tempo, faltou um evento que registrasse e existência do grupo (LEÃO, 2008). Antonio Aílton Santos Silva (2014) 129, um dos jovens literatos participe de diversos desses movimentos, em especial do Curare, deu um depoimento muito esclarecedor, ao pedir sua biobibliografia; transcrevo-a em parte - a integra está no devido lugar -, pois muito diz sobre como funcionavam esses movimentos, ou grupos, e esclarece muitos pontos. Vamos aos “FRAGMENTOS SUBJETIVOS DE UMA BIOBIBLIOGRAFIA TRANSITADA DE MUITOS”:

127 Estética da poesia dos anos 90 é debatida na Feira do Livro. São Luis, quinta-feira, 3 de outubro de 2013. Disponível em http://www.saoluis.ma.gov.br/frmNoticiaDetalhe.aspx?id_noticia=7254 128 LEÃO, 2008, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2008/5/20/Pagina1026.htm 129 SILVA, Antonio Aílton Santos. FRAGMENTOS SUBJETIVOS DE UMA BIOBIBLIOGRAFIA TRANSITADA DE MUITOS DEPOIMENTO dado a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, em 27 de abril de 2014, via correio eletrônico.

As biobibligrafias são uma tentativa de objetivação em forma de fragmentos dispersos de ação e produção, e só podem começar in media res. Começo esta de quando avistei, em certa manhã do final de 1987, o mar cinza São Luís do Maranhão. [...] Apague-se certo momento em que perambulei por prédios velhos da Praia Grande, em São Luís, sustentado por duas mulheres, uma das quais minha irmã reencontrada milagrosamente após cinco ou dez anos sem nos vermos, e à qual fiz um poema muitos anos depois (poema “SVP” - Revista Poesia Sempre, org. Marco Luchesi, 2009). [...] Há um poema significativo e que incrivelmente chama-se BIOBIBLIOGRAFIA (eu acabara de descobrir a roda desta palavra, naquele momento). Eu o tirei da gaveta em 1993, para participar do IX Festival de Poesia Falada da UFMA [...] O Festival aconteceu no Auditório Central da UFMA, e eu recebi o terceiro lugar. [...] Fui convidado pelo poeta Altemar Lima para participar de um grupo dali remanescente, o quase efêmero Sociedade dos Poetas Vivos – mais Edmundo, Kleber Leite, Anne Glauce... Chegamos a fazer recitais e dar entrevistas na Rádio Universidade. Que fim levamos?... [...] Entre uma coisa e outra, sempre tive amizade e o estímulo do poeta visionário Eudes de Sousa, que me levava às reuniões da já ancestral Associação Maranhense de Escritores, da qual ele era quixotescamente o eterno presidente. Conheci através dele e nas últimas reuniões dessa Associação poetas como Jorge Nascimento, Jose Maria Nascimento, e Nauro Machado, [...] além da jovem poeta Rosemary Rego. [...] Na mesma época, conheci o incansável Alberico Carneiro, que era então Editor do Suplemento Vagalume, publicado pelo SIOGE-MA. O Vagalume foi para mim o contato mais fundamental para a poesia que se fazia no Maranhão naquele momento, e para a admiração minha dos nossos grandes ícones, experientes, novos e novíssimos, a quem Alberico sempre soube valorizar e divulgar. A poesia noturna era recitada pelo grupo Poeme-se, Paulo Melo Sousa, Riba, Antonio Carlos Alvim Filho, Cláudio Terças, Elício Pacifico, Rosa... Paulo Melo também promovia oficinas de poesias, de algumas das quais participou o poeta Dyl Pires. A confluência de grupos e festivais levou-me à companhia e à verdadeira amizade de poetas com os quais depois, somados mais alguns, formaríamos o Grupo Curare de Poesia. O Eudes de Sousa, num de seus projetos na Biblioteca Central, em que me parece só comparecemos três ou quatro, apresentou-me o Hagamenon de Jesus, poeta ludovicense que estava voltando de uma temporada em Brasília. Depois conheci outros: Bioque Mesito (à época, Fábio Henrique), Dyl Pires, Ricardo Leão (à época, Ricardo André), Natan, Marco Pólo Haickel, Jorgeane Braga, Judith Coelho, Rosemary Rego, César Willian, Couto Correa, Gilberto Goiabeira, Dylson Júnior, em cuja casa, no Calhau, passamos a nos reunir. Mulheres poucas para o grupo, queríamos mais. Acho que a morena Itapari andou aparecendo. Muita gente da Antologia Safra 90 (SECMA, 1996). [...] O Curso de Letras rendeu outras confluências: Karina Mualen, Ilza Cutrim, Jô Dantas, Lindalva Barros, Dino Cavalcante e José Neres, este, sobretudo, que eram da turma de Ricardo Martins. Recitávamos e cantávamos nos encontros de Letras Maranhão e Brasil a fora. Substituí (junto com Manoel Rosa Gomes) Dino Cavalcante na presidência do Diretório Acadêmico de Letras por dois mandatos ou quatro anos. A diferença política essencial é que Dino nunca aprendeu o caminho do Bambu Bar, no Sá Viana, batismo sagrado dos estudantes da UFMA, à época. Ascensão total do reggae nas calouradas e em São Luís do Maranhão. Por essa época, recebi um prêmio da Aliança Francesa, o Premier Prix - Concours "Brésil, Terre Latine", Alliance Française/ UFMA/ Academia Maranhense de Letras. O Curare planejava o lançamento de uma revista com poesia de qualidade, a Sygnos, a cujo nome Hagamenon sugeriu acrescentar “.doc” [Sygnos.doc] porque sugeriria algo de bastante “atual”, na época. Embora, parece-me, o nome do grupo como da revista tenha surgido das ideias de Dyl e Ricardo, é preciso dizer que o grupo não se estabeleceu em torno destes, mas do poeta Hagamenon de Jesus. Em contraste com o

espírito vívido e alegre, mas corrosivo e irônico [quase sarcástico, diríamos] do Dyl e a inteligência declaradamente prepotente de Ricardo [fora o fato de que este só bebia refrigerante e não comia nem um fruto do mar], o esteio desse grupo foi sempre a figura do poeta Hagamenon de Jesus, mais equilibrado e carismático, e a cujo olhar crítico confiávamos muitos de nossos poemas ou textos. Basta ver os prefácios dos nossos primeiros livros. O Curare se desfez, mas o seu espírito ficou. Curare: um veneno, ou um espírito. Passamos a nos reunir todo domingo na casa de um dos poetas amigos e finalmente os domingos passaram aos almoços na casa de “Seu” Gojoba (jornalista –responsável pelo Tribuna do Nordeste) e Dona Graça, sua esposa e nossa mãe. Acrescentaram-se os poetas Samarone Marinho e Mauro Ciro (Grupo Carranca), filho de Gojoba. Sem podermos levar adiante os projetos do grupo por pura falta de grana e apoio, passamos a torcer pelos sucessos individuais. Ricardo e Bioque receberam prêmios dos concursos de poesia da Xerox do Brasil, e tiveram seus livros publicados. Dyl, que já ganhara o primeiro lugar no 12º Festival de Poesia Falada da UFMA, recebeu o Prêmio Sousândrade, “Concursos Cidade de São Luís”, com Círculo das Pálpebras (1998), eu recebi o mesmo prêmio por Habitações do Minotauro, no ano seguinte, e também em 2002, com Humanologia do eterno empenho: Conflito e movimento trágicos em A travessia do Ródano de Nauro Machado (Ensaio, FUNC – 2003), ensaio resultante da monografia de graduação em Letras. Posso dizer que ainda é também espírito Curare o Prêmio Sousândrade de 2007, de Bioque, com o anticópia dos placebos existenciais (FUNC, 2008) e a publicação de The Problem e/ou os poemas da transição, de Hagamenon de Jesus (Edição do autor, 2002). [...] Não poderia deixar de citar meu trabalho de parceria com Alberico Carneiro, um intelectual que merece admiração e respeito, além de uma amizade verdadeira, na minha colaboração com o Suplemento Literário & Cultural JP Guesa Errante, desde 2007.

Dilercy Adler (1995) 130 organiza a antologia (a primeira) Circuito de Poesia Maranhense – 100 poemas, 61 autores, contando com a colaboração de José Chagas, Arlete Machado, Alberico Carneiro, Laura Amélia Damous, Luis Augusto Cassas, Paulo M. Sousa, Leda Nascimento, e do grande homenageado, Nauro Machado; as fotos foram de Edgar Rocha. O objetivo era mostrar a produção maranhense de poesias durante a 47ª Reunião Anual da SBPC, realizada em São Luis. Logo a seguir, 1998, começa a organizar as antologias da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, Latinidade131. A SCL-MA tem em sua diretoria, além da Dilercy (presidente), Ana Maria Costa Felix (vice), Roberto Mauro Gurgel Rocha (1º Secretario); Cesar maranhão (2º Secretário); José Rafael Oliveira (Tesoureiro), e Paulo Melo Sousa (Diretor Cultural). A SCL foi fundada em 1909 na Itália; em 1942, a segunda, em Portugal; o Brasil foi o terceiro país a recebê-la, pelo final dos anos 70, fundada por Joaquim Duarte Batista; no Maranhão foi criada em 25 de junho de 1997, no Palácio Cristo Rei. No ano seguinte, sai a sua primeira coletânea; com periodicidade de dois anos. Foi até a quarta edição, em 2004132. Atualmente, Dilercy

130 ADLER, Dilercy Aragão. CIRCUITO DE POESIA MARANHENSE. São Luis: UNICEUMA, 1995 131 ADLER, Dilercy (Organizadora). I COLETANEA POETICA DA SOCIEDADE DE CULTURA LATINA DO ESTADO DO MARANHÃO. São Luis: Produções, 1998. 132 ADLER, Dilercy (Organizadora). II COLETANEA POETICA DA SOCIEDADE DE CULTURA LATINA DO ESTADO DO MARANHÃO. São Luis: Produções, 2000. ADLER, Dilercy (Organizadora). III COLETANEA POETICA DA SOCIEDADE DE CULTURA LATINA DO ESTADO DO MARANHÃO. São Luis: Produções, 2002. ADLER, Dilercy (Organizadora) IV COLETANEA POETICA DA SOCIEDADE DE CULTURA LATINA DO ESTADO DO MARANHÃO. São Luis: Produções, 2004.

dirige a SCL-Brasil, desde 2013, quando do Projeto Gonçalves Dias; a seccional do Maranhão está se reestruturando, já que ela não pode acumular as funções... Em 1996, é publicada uma antologia de jovens poetas - posteriormente chamada Safra 90, que consagrou um bom número dos que faziam parte da configuração original do grupo Curare: Antônio Aílton Santos Silva, Dyl Pires (Eldimir Silva Júnior), Bioque Mesito (Fábio Henrique Gomes Brito), Hagamenon de Jesus Carvalho Sousa, Jorgeane Ribeiro Braga, Nilson Campos (Natanilson Pereira Campos), Ricardo Leão (Ricardo André Ferreira Martins), entre outros: [...] Entretanto, não foi inteiramente um sucesso, pois a antologia surgiu com a proposta de divulgar a jovem poesia de todo o Estado; embora o pessoal do grupo Curare fosse a maioria, a antologia não estava atrelada à existência de um grupo, pois havia outros antologiados que não comungavam de ideias comuns e mesmo pertenciam a faixas geracionais diferentes, como o caso de Ribamar Filho, o “Riba” do sebo Poeme-se, ex-integrante da Akademia dos Párias. 133

As propostas do Grupo Curare são efetivadas em um evento, no inicio de 1998, quando surge a ideia de uma exposição e recital, intitulada Sygnos.doc, acontecida no Palacete Gentil Braga, promovida pelo Curare com o auxílio do Departamento de Assuntos Culturais da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis, principalmente na figura de seu diretor, Euclides Moreira Neto. Esta exposição absorveu muitos esforços, consumindo muito tempo, nervosismo e paciência. O evento, entretanto, finalmente aconteceu, garantindo um marco existencial e histórico para o Grupo Curare, ao qual se somaram novos nomes, como os poetas César William, Couto Corrêa Filho, Eduardo Júlio, Dylson Júnior, Gilberto Goiabeira, Judith Coelho e Rosemary Rego134 .

Alberico Carneiro135 tem uma grande contribuição, com o seu Suplemento Literário do Jornal Pequeno: O Guesa Errante136. Vem publicando sistematicamente antologias dos novos poetas. Desde 2002, seus anuários retratam não só o panorama da literatura brasileira, e em especial a maranhense, como dá oportunidade aos novos autores:

Um anuário cultural e literário não é tão só um documento de resgate, frio e estanque. Mais que isso é o registro de invenções ficcionais de poéticas de várias linguagens que incluem desde o poema, a prosa e passa pela música, o cinema, o teatro, o folclore, o artesanato e as artes plásticas em geral. [...] É a celebração de um acontecimento raro no panorama da literatura maranhense nos dias atuais [...] Anuário é a biografia e a autobiografia de um raro sobrevivente no mundo das Letras da Atenas Brasileira, o Suplemento Cultural e

Literário JP Guesa Errante. É um marco do aniversário da poesia em festa e em estado de graça que, em sua força emotiva, nos comove e emociona através das linguagens verbal (do poema, do conto, do romance, do ensaio, da crítica) e não verbal (das artes plásticas, da música, dos semáforos, dos sinais de comunicação gestual e do que há de corpográfico na

133 LEÃO, 2008, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2008/5/20/Pagina1026.htm 134 LEÃO, 2008, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2008/5/20/Pagina1026.htm 135 ALBERICO CARNEIRO - Poeta e romancista, editor do suplemento Guesa Errante, Suplemento Cultural e Literário do JORNAL PEQUENO. Admirável poeta e professor nasceu em Primeira Cruz, no dia 15 de maio de 1945, e viveu a infância no Arquipélago de Farol de Sant‘Ana, no litoral oriental do Estado. In http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/alberico_carneiro.html 136Suplemento Cultural e Literário JP Guesa Errante. Disponível em http://www.guesaerrante.com.br/

dança, no teatro, no cinema e no dia-a-dia do Universo. [...] A publicação dos Anuários serve também para constatar que a linha editorial do Suplemento não contempla exclusivamente os artistas consagrados, pois dá destaque aos novos, inclusive aos quase desconhecidos e aos desconhecidos, desde que suas produções apresentem valor no processo evolutivo da criação literária maranhense.137

Também de 2002 é o movimento denominado Poesia Maloqueirista, nascida em São Paulo, do encontro de poetas que veiculavam seus libretos pelas ruas, de identidade mambembe; atualmente, na era digital, o coletivo reforça tais elementos com uma posição artística multifacetada, que mantém a poesia como base de linguagem, porém abrindo o campo de criação e troca de experiências, desenvolvendo saraus, oficinas, publicando livros, promovendo intervenções performáticas e eventos multimídias. Convidados para se integrar ao grupo, os maranhenses Celso Borges, Reuben da Cunha Rocha, Josoaldo Lima Rego, além do cantor Marcos Magah, que participam de uma antologia organizada neste ano de 2014138 . A Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Maranhão – SOBRAMES-MA – lança, em 2003, sua primeira antologia: Arte de Ser. Cinco anos depois, 2009, aparece a sua segunda –Receita poética139 . EM 2011, É REALIZADA A EXPOSIÇÃO TREZEATRAVÉSTREZE140 , de poesia e artes plásticas com 26 artistas (13 poetas + 13 artistas plásticos) que dialogam entre si, direta ou indiretamente, apresentando um painel de escritores e pintores maranhenses de um período que cobre os últimos 30 anos: final do século 20 e início do 21. Versos de 13 poetas atravessando os traços de 13 artistas plásticos, poética plástica que vem ocupando salões, galerias e livrarias do Maranhão e do Brasil. A produção é da Galeria HUM e da revista cultural Pitomba! “Poesia não é só poesia e nunca apenas poesia, mas diálogo e atrito com outras formas de expressão”. TrezeAtravésTreze é um exercício, uma possibilidade de aproximação entre artistas maranhenses que nas últimas três décadas se destacam na literatura e nas artes visuais”, diz Celso Borges. Poetas: Antonio Ailton | Celso Borges | Couto Correa Filho | Diego Menezes Dourado | Dyl Pires | Eduardo Júlio | Fernando Abreu | Jorgeana Braga | Josoaldo Rego | Lúcia Santos | Luís Inácio | Paulo Melo Souza | Reuben da Cunha Rocha; Artistas Plásticos: Almir Costa | Ana Borges | Claudio Costa | Cosme Martins | Ednilson Costa | Edson Mondego | Fernando Mendonça | Marçal Athayde | Marlene Barros| Ton Bezerra| Roberto Lameiras | Paulo Cesar | Victor Rego Dilercy Adler e Leopoldo Gil Dulcio Vaz organizam a Antologia “MIL POEMAS PARA GONÇALVES DIAS ” 141, em 2013, após quase três anos de intenso trabalho. Obra em dois volumes, contendo, o primeiro, 999 poemas em homenagem ao Poeta Caxiense, e o segundo, o poema: “Ilha do Amor – Gonçalves Dias e Ana Amélia”, de Alberico Carneiro142, completando mil poemas. Ainda, um terceiro volume, coletânea sobre a vida e obra de Antonio Gonçalves Dias, reunindo 46 pesquisadores143. E um quarto volume...144

137 http://www.guesaerrante.com.br/2005/11/24/Pagina17.htm 138 Jornal O ESTADO DO MARANHÃO. LEITURAS DE UMA NOVA LITERATURA MARANHENSE. Caderno Alternativo, São Luis, 13 de março de 2014, p.1. 139 HERBERT, Michel (Organizador). RECEITA POÉTICA – antologia. São Luis: Lithograf, 2009 140 http://ponteaereasl.wordpress.com/2011/12/13/exposicao-de-poesia-e-artes-plasticas-reune-26-artistas-nagaleria-hum/ 141 ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. MIL MPOEMAS PARA GONÇALVES DIAS. São Luis: EDUFMA; IHGM, 2013. Disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1a_-_parte_1; http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1b_-_parte_2; 142 CARNEIRO, Alberico. Ilha do Amor – Gonçalves Dias e Ana Amélia. in ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. MIL MPOEMAS PARA GONÇALVES DIAS. São Luis: EDUFMA; IHGM, 2013. Disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/livro_alberico_1_ 143 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ADLER, Dilercy Aragão. SOBRE GONÇALVES DIAS. São Luis: EDUFMA; IHGM, 2013. Disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/sobre_gd2a_1; 144 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. APRESENTAÇÃO. “Estava eu no meu canto, saboreando o ‘dulce far niente’ pós ressaca das correrias dos últimos seis meses dedicados integralmente ao Projeto Gonçalves Dias – não conto o ano e alguns meses anteriores a 2013... Quando a Dilercy manda mensagem: Combinamos produzir um ‘Diário de Viagem’.

A Antologia Mil poemas para Gonçalves Dias é a quarta organizada nesse sentido, em todo o mundo. Reuniu poetas do: Brasil, Chile, Peru, Uruguai, Portugal, Equador, México, Canadá, Panamá, Japão, e de Moçambique; dos Estados Unidos América; da Argentina, Bolívia, Venezuela, Espanha, França, Bélgica e Áustria. Do Brasil, diversos estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Paraíba, Goiás, Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Distrito Federal, Paraná, Piauí, Sergipe, Alagoas, Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Espírito Santo, Rio Grande do Norte. Do Maranhão, a cidade de São Luís foi representada por 89 poetas, seguida de Caxias, Esperantinópolis, Guimarães, São Bento, Sambaíba, Carolina, Balsas, Palmeirândia, Pinheiro, Pedreiras, São Vicente Férrer, Vitória do Mearim, Codó, Paraibano, Turiaçu, Lago da Pedra, Coroatá, Pio XII, Dom Pedro, Cururupu, Presidente Dutra, São Francisco do Maranhão, Itapecuru-Mirim, Viana, Barra do Corda, Vargem Grande, São João Batista, São Bernardo, Barão do Grajaú. Há outros participantes sem identificação de país e/ou estado brasileiro.

De acordo com Teixeira (2014) 145, um novo grupo se forma: “Marcha pela poesia”, movimento que nasceu numa dessas redes sociais que circulam pela Internet. Vem se reunindo no Centro de Criatividade “Odylo Costa, filho”. O autor da matéria não fala quem são os seus membros, mas trata-se de jovens com idade entre 25 e 30 anos, já com uma vasta produção divulgada através dos meios digitais, que já podem compor uma coletânea. E tem-se conhecimento de um “Catálogo dos Cafés Literários do Odylo”, sendo organizado por Ceres Fernandes, dos quatro anos de palestras, debates, entrevistas e mesas redondas, 30 cafés, que será editado por Jomar Moraes. Certamente será mais um documento de atividades literárias realizadas em São Luís146 ... Quando da constituição da ALL, o Membro Fundador Wilson Pires Ferro, juntamente com a Confreira Ana Luíza Almeida Ferro constituíram comissão para elaborar uma lista de literatos para comporem o quadro de Patronos das Cadeiras a serem fundadas: “SUGESTÕES DE NOMES PARA COMPOREM O QUADRO DE PATRONOS DE CADEIRAS (1 A 40) DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS (ALL)” 147. ELABORAM DOIS QUADROS: NASCIDOS EM SÃO LUIS – LUDOVICENSES; E LITERATOS NÃO-LUDOVICENSES, MAS QUE TIVERAM SUA OBRA LIGADA À CIDADE E/OU AO MARANHÃO, CONSIDERANDO DOS MAIS ANTIGOS AOS CONTEMPORÂNEOS, TODOS FALECIDOS: I – LUDOVICENSES 1) MANUEL ODORICO MENDES - (24.01.1799 – 17.08.1864). OBRAS: MEROPE, DE

VOLTAIRE – HINO À TARDE (POESIA) – TANCREDO, DE VOLTAIRE – ENEIDA

BRASILEIRA, DE VIRGÍLIO – OPÚSCULO ACERCA DO PALMEIRIM DE INGLATERRA –

ILÍADA DE HOMERO – ODISSÉIA DE HOMERO. 2) FRANCISCO SOTERO DOS REIS - (22.04.1800 – 10.03.1871). OBRAS: POSTILAS DE

GRAMÁTICA GERAL; APLICADA À LÍNGUA PORTUGUESA PELA ANÁLISE DOS

CLÁSSICOS: OU GUIA PARA A CONSTRUÇÃO PORTUGUESA – GRAMÁTICA

Depois lhe falo melhor do Projeto, combinamos no ônibus. Mas, de um modo geral, é escrever sobre a participação e impressão no/do evento. [...]. O nome proposto é: “MIL POEMAS PARA GONÇALVES DIAS: diário de viagem.” In ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (Organizadores) “MIL POEMAS PARA GONÇALVES DIAS” - diário de viagem. São Luis, 2014, no prelo. 145 TEIXEIRA, Ubiratan. HOJE É DIA DE... POETAS SE REUNEM NO “ODYLO”. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luis, 25 de março de 2014, sexta-feira. Caderno Alternativo, p. 8, disponível em http://imirante.globo.com/oestadoma/noticias/2014/04/25/pagina266627.asp, : Rapazes e moças que formam o grupo maranhense "Marcha pela Poesia" estarão se reunindo hoje no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho para escutar mais um luminar de nossa história literária, desta vez a poetisa, cronista e contista Arlete Nogueira da Cruz Machado e debaterem com a convidada aspectos importantes da cultura literária maranhense, sobretudo aqueles que forem destacados por Arlete ao longo de sua conversa. 146 FERNANDES, Ceres. Correspondência pessoal. Em 11 de março de 2014. Via correio eletrônico. 147 ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS – ALL. Livro de Atas. ATA DE REUNIÃO no. 03/2013 - 05 de outubro de 2013 - ATA DA REUNIÃO DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS, realizada no dia 05 de outubro de 2013, na Sala de Multimídias do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho.

PORTUGUESA: ACOMODADA AOS PRINCÍPIOS GERAIS DA PALAVRA SEGUIDOS DE

IMEDIATA APLICAÇÃO PRÁTICA – COMENTÁRIOS DE CAIO JULIO CESAR,

TRADUZIDOS EM PORTUGUÊS – CURSO DE LITERATURA PORTUGUESA E

BRASILEIRA. 3) JOAQUIM MARIA SERRA SOBRINHO/(20.07.1838 – 29.10.1888)/OBRAS: MOSAICO – O

SALTO DE LÊUCADE – UM CORAÇÃO DE MULHER – VERSOS – QUADROS – A

IMPRENSA NO MARANHÃO – 1820-1880 (SESSENTA ANOS DE JORNALISMO). 4) MARIA FIRMINA DOS REIS/(11.10.1825 – 11.11.1917)/OBRAS: ÚRSULA, GUPEVA (ROMANCES) E CANTOS À BEIRA-MAR. 5) ARTUR NABANTINO GONÇALVES DE AZEVEDO/(07.07.1855 – 22.10.1908)/OBRAS:

CARAPUÇAS – HORAS DE HUMOR – O DIA DE FINADOS – RIMAS DE ARTUR

AZEVEDO (POESIAS) – CONTOS FORA DE MODA – CONTOS EFÊMEROS – CONTOS

EM VERSO – CONTOS CARIOCAS – VIDA ALHEIA. 6) ALUÍSIO TANCREDO GONÇALVES DE AZEVEDO (14.04.1857 – 21.01.1913) OBRAS:

UMA LÁGRIMA DE MULHER – O MULATO – MEMÓRIAS DE UM CONDENADO – A

GAZETINHA – A CONDESSA VÉSPER (MISTÉRIO DA TIJUCA) – CASA DE PENSÃO –

FILOMENA BORGES – O CORUJA – O PAÍS – O HOMEM – O CORTIÇO – A MORTALHA

DE ALZIRA – LIVRO DE UMA SOGRA (ROMANCE) – DEMÔNIOS (CONTOS) –

PEGADAS (CONTOS). 7) RAIMUNDO DA MOTA DE AZEVEDO CORREIA/(NASCEU A BORDO DO VAPOR SÃO

LUÍS, NA BAÍA DE MOGUNÇA, VIAJANDO COM SEUS PAIS DE TURIAÇU PARA A

CAPITAL SÃO LUÍS)/(13.05.1859 – 13.09.1911)/OBRAS: PRIMEIROS SONHOS –

SINFONIAS – VERSOS E VERSÕES – ALELUIAS – POESIAS. 8) JOSÉ PEREIRA DA GRAÇA ARANHA/(21.06.1868 – 26.01.1931)/OBRAS: CANAÃ –

MALAZARTE – A ESTÉTICA DA VIDA – MACHADO DE ASSIS E JOAQUIM NABUCO – O

ESPÍRITO MODERNO – A VIAGEM MARAVILHOSA. 9) EUCLIDES FARIA (26.03.1846 – 11.10.1911)/OBRAS: DIVERSOS – ARABESCOS –

CARTAS AO COMPADRE TIBÚRCIO (NOTÍCIAS DA CAPITAL POR LOURENÇO GOMES

FURTADO – MISCELÂNEA – CARTAS A PAI TOBIAS – RETRATOS A GIZ – OBRAS –

BRISAS DA AMAZÔNIA – O TACACÁ – CARTAS AO COMPADRE TIBÚRCIO. 10) JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL (03.05.1853 – 30.04.1927)/OBRAS – APONTAMENTOS PARA

A HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO DA BALAIADA – FUNDAÇÃO DO MARANHÃO –

LIMITES DO MARANHÃO COM O PIAUÍ OU A QUESTÃO DE TUTÓIA – EFEMÉRIDES

MARANHENSES – O ESTADO DO MARANHÃO EM 1896. 11) HUGO VIEIRA LEAL (21.07. 1857 – 16.03.1893)/OBRAS: ROSA BRANCA – LAURITA (ROMANCES) – ROSAS DE MAIO –LUCRÉZIA – CAMÕES E O SÉCULO XIX. 12) ANTÔNIO BATISTA BARBOSA DE GODOIS/(10.11.1860 – 04.09.1923)/OBRAS: HISTÓRIA

DO MARANHÃO – O MESTRE E A ESCOLA – OS RAMOS DA EDUCAÇÃO NA ESCOLA

PRIMÁRIA – HIGIENE PEDAGÓGICA. 13) MÁRIO MARTINS MEIRELES (08.03.1915 – 10.05.2003)/OBRAS: O IMORTAL MARABÁ –

GONÇALVES DIAS E ANA AMÉLIA – JOSÉ DO PATROCÍNIO – PANORAMA DA

LITERATURA MARANHENSE - VERITAS LIBERABIT NOS – PEQUENA HISTÓRIA DO

MARANHÃO – O 5º. CENTENÁRIO DO INFANTE D. HENRIQUE NO MARANHÃO –

HISTÓRIA DO MARANHÃO – FRANÇA EQUINOCIAL – GUIA TURÍSTICO – SÃO LUÍS

DO MARANHÃO – GLORIFICAÇÃO DE GONÇALVES DIAS – CATULO, SERESTEIRO E

POETA – SÃO LUÍS – CIDADE DOS AZULEJOS – HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA DO

MARANHÃO – SANTOS DUMONT E A CONQUISTA DOS CÉUS – MELO E POVOAS –

GOVERNADOR E CAPITÃO-GENERAL DO MARANHÃO – DISCURSOS NA ACADEMIA –

HISTÓRIA DA ARQUIDIOCESE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO – DOM DIOGO DE

SOUSA – GOVERNADOR E CAPITÃO-GENERAL DO MARANHÃO E PIAUÍ – O ENSINO

SUPERIOR NO MARANHÃO; ESBOÇO HISTÓRICO – APONTAMENTOS PARA A

HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO MARANHÃO – OS NEGROS NO MARANHÃO – O BRASÃO

D’ARMAS DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO – O MARANHÃO E A REPÚBLICA – OS

HOLANDESES NO MARANHÃO – HISTÓRIA DO COMÉRCIO DO MARANHÃO (V. 4) –

APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DA MEDICINA NO MARANHÃO – ROSÁRIO DO

ITAPECURU-GRANDE – DEZ ESTUDOS HISTÓRICOS – A SANTA CASA DE

MISERICÓRDIA DO MARANHÃO; SUBSÍDIOS PARA A SUA HISTÓRIA – VINTE E OITO

OU VINTE DE JULHO? – JOÃO DE BARROS, PRIMEIRO DONATÁRIO DO MARANHÃO – O BRASIL E A PARTIÇÃO DO MAR-OCEANO. 14) MARIA DA CONCEIÇÃO NEVES ABOUD/(10.07.1925 - ?)/OBRAS: A CIRANDA DA VIDA – GRADES E AZULEJOS – RIO VIVO – TEIAS DO TEMPO – O PREÇO – CINZA E ROSA –

UM AMOR DE PSIQUIATRA. 15) DAGMAR DESTÊRRO E SILVA (09.09.1925 - ?)/OBRAS: RECORDANDO SÃO LUÍS –

SEGREDOS DISPERSOS – PARÁBOLA DO SONHO QUASE VIDA – PEDRA-VIDA –

POEMAS PARA SÃO LUÍS – CANTO AO ENTARDECER – SELETA POÉTICA. 16) JOSUÉ DE SOUZA MONTELLO/(21.08.1917 - ?)/OBRAS: (ROMANCES) JANELAS

FECHADAS - A LUZ DA ESTRELA MORTA – LABIRINTO DE ESPELHOS – A DÉCIMA

NOITE – OS DEGRAUS DO PARAÍSO – CAIS DA SAGRAÇÃO – OS TAMBORES DE SÃO

LUÍS – NOITE SOBRE ALCÂNTARA – A COROA DE AREIA – O SILÊNCIO DA

CONFISSÃO – LARGO DO DESTERRO – ALELUIA – PEDRA VIVA – UMA VARANDA

SOBRE O SILÊNCIO – PERTO DA MEIA-NOITE – ANTES QUE OS PÁSSAROS

ACORDEM – A ÚLTIMA CONVIDADA – UM BEIRAL PARA OS BENTIVIS – O

CAMAROTE VAZIO – O BAILE DE DESPEDIDA – A VIAGEM SEM REGRESSO – UMA

SOMBRA NA PAREDE - MULHER PROIBIDA – ENQUANTO O TEMPO NÃO PASSA –(NOVELA) – O FIO DA MEADA - DUAS VEZES PERDIDA – NUMA VÉSPERA DE NATAL – UMA TARDE, OUTRA TARDE – A INDESEJADA APOSENTADORIA – GLORINHA – UM

ROSTO DE MENINA E OUTRAS NOVELAS REAIS. 17) JOSÉ DO NASCIMENTO MORAIS FILHO/(15.07.1922 - ?)/OBRAS: CLAMOR DA HORA

PRESENTE – GUARNICÊ – PÉ DE CONVERSA – AZULEJOS – O QUE É O QUE É? -

ESFINGE DO AZUL – ESPERANDO A MISSA DO GALO – MARIA DILERMINA;

FRAGMENTOS DE UMA VIDA – CANCIONEIRO GERAL DO MARANHÃO. 18) JOSÉ DO NASCIMENTO MORAES (19.03.1882 – 21.02.1958) OBRAS: PUXOS E

REPUXOS – VENCIDOS E DEGENERADOS – NEUROSE DO MEDO. 19) FRANKLIN DE OLIVEIRA/(12.0.1916 - ?)/OBRAS: SETE DIAS – A FANTASIA EXATA –

RIO GRANDE DO SUL: UM NOVO NORDESTE – REVOLUÇÃO E CONTRA-

REVOLUÇÃO NO BRASIL - QUE É A REVOLUÇÃO BRASILEIRA? – VIOLA D’AMORE –

MORTE DA MEMÓRIA NACIONAL – A TRAGÉDIA DA RENOVAÇÃO BRASILEIRA –

LITERATURA E CIVILIZAÇÃO – EUCLYDES; A ESPADA E A LETRA – A SEMANA DE

ARTE MODERNA NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA E OUTROS ENSAIOS. 20) JOÃO DUNSHEE DE ABRANCHES MOURA (02.09.1867 – 11.03.1941)/OBRAS: OS

CRIMES DE GRAJAÚ – A REPÚBLICA EM MARANHÃO – MEMÓRIAS DE UM

HISTÓRICO – LITERATURA MARANHENSE – ATAS E ATOS DO GOVERNO

PROVISÓRIO – GARCIA DE ABRANCHES, O CENSOR – A SETEMBRADA – O

CATIVEIRO - A ESFINGE DE GRAJAÚ. 21) ANTÔNIO FRANCISCO LEAL LOBO/(04.07.1870 – 24.06.1916)/OBRAS: HENRIQUETA –

DEBALDE – A CARTEIRA DE UM NEURASTÊNICO – (ROMANCES) – OS NOVOS

ATENIENSES – PELA RAMA – A POLÍTICA MARANHENSE. 22) ODYLO COSTA, FILHO/(14.12.1914 - ?)/OBRAS: GRAÇA ARANHA E OUTROS ENSAIOS – LIVRO DE POEMAS DE 1935 – A FACA E O RIO – TEMPO DE LISBOA E OUTROS

POEMAS – CANTIGA INCOMPLETA – OS BICHOS NO CÉU – NOTÍCIAS DE AMOR – A

VIDA DE NOSSA SENHORA.

23) OSWALDINO RIBEIRO MARQUES/(17.10.1916 - ?)/(OBRAS: POEMAS QUASE

DISSOLUTOS – SINTO QUE SOU UMA CIDADE – CRAVO BEM TEMPERADO – USINA

DO SONHO. 24) LAURA ROSA/(01.10.1884 -14.11.1976)/OBRAS: PROMESSAS (CONTOS) – CASTELOS

NO AR (POEMAS INÉDITOS). 25) JOSÉ TRIBUZI PINHEIRO GOMES (BANDEIRA TRIBUZI)/(02.02.1927 - ?)/(OBRAS:

ALGUMA EXISTÊNCIA – SAFRA – SONETOS – PELE E OSSO – BREVE MEMORIAL DE

LONGO TEMPO – LOUVAÇÃO DE SÃO LUÍS (HINO). 26) DOMINGOS VIEIRA FILHO/(25.09.1924 - ?)/OBRAS: SUPERSTIÇÕES LIGADAS AO

PARTO E À VIDA INFANTIL – A LINGUAGEM POPULAR DO MARANHÃO – A FESTA

DO DIVINO ESPÍRITO SANTO – FOLCLORE SEMPRE – O NEGRO NA POESIA

BRASILEIRA – NINA RODRIGUES – ESTUDOS GEOGRÁFICOS DO MARANHÃO –

BREVE HISTÓRIA DAS RUAS DE SÃO LUÍS – BREVE HISTÓRIA DAS RUAS E PRAÇAS

DE SÃO LUÍS – PANORAMA DA DIPLOMACIA – A POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO –

FOLCLORE DO MARANHÃO. 27) JOSÉ CARLOS LAGO BURNETT (15.08.1929 - ?)/OBRAS: ESTRELA DO CÉU PERDIDO –

O BALLET DAS PALAVRAS – OS ELEMENTOS DO MITO – 50 POEMAS DE LAGO

BURNETT. 28) CARLOS ORLANDO RODRIGUES DE LIMA/(14.03.1920 - ?)/OBRAS: BUMBA-MEU-BOI (FOLCLORE) – BUMBA-MEU-BOI DO MARANHÃO (TOADAS) – HISTÓRIA DO

MARANHÃO – RÉQUIEM PARA UM MENINO – A FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

EM ALCÂNTARA – AS MINHAS E A DOS OUTROS – ESTÓRIAS MARANHENSES –

CARTA AO COMPADRE TIBURTINO – ABC DO SEBRAE – LENDAS DO MARANHÃO –

POESIAS ESPARSAS – ARQUIVO MORTO – TEMPESTADE NO LAGO – ARTIGOS E

CRÔNICAS EM JORNAIS E REVISTAS – HISTÓRIA DO MARANHÃO (A COLÔNIA) –

HISTÓRIA DO MARANHÃO (A MONARQUIA) – HISTÓRIA DO MARANHÃO (A

REPÚBLICA). 29) CATULO DA PAIXÃO CEARENSE/(08.10.1863 – 10.05.1946)/OBRAS: CANCIONEIRO

POPULAR DE MODINHAS BRASILEIRAS – LIRA BRASILEIRA – POESIAS POPULARES –

NOVOS CANTARES – SERTÃO EM FLOR – MEU SERTÃO – POEMAS BRAVIOS - ALMA

DO SERTÃO – MATA ILUMINADA – FÁBULAS E ALEGORIAS – O SOL E A LUA – UM

BOÊMIO DO CÉU – MEU BRASIL – TESTAMENTO DA ÁRVORE – UM CABOCLO

BRASILEIRO – O MILAGRE DE SÃO JOÃO – AOS PESCADORES – ORAÇÃO À

BANDEIRA.

II - NÃO NASCIDOS EM SÃO LUÍS, MAS QUE RESIDIRAM NA CIDADE POR ALGUM TEMPO 1) CLAUDE D’ABBEVILLE (FRANÇA)/(NÃO CONHECIDA)/OBRAS: A HISTÓRIA DOS

PADRES CAPUCHINHOS NA ILHA DO MARANHÃO E TERRAS CIRCUNVIZINHAS (O

MAIS COMPLETO RELATO SOBRE A FUNDAÇÃO DE SÃO LUÍS) 2) YVES D’ÉVREUX (FRANÇA)/(1577 - DEPOIS DE 1629)/OBRA: VIAGEM AO NORTE DO

BRASIL (CONTINUAÇÃO DA HISTÓRIA DAS COISAS MAS MEMORÁVEIS HAVIDAS NO

MARANHÃO NOS ANOS DE 1613 E 1614) 3) DIOGO DE CAMPOS MORENO (PORTUGAL) (NÃO CONHECIDA)/OBRA: JORNADA

DO MARANHÃO POR ORDEM DE S. MAJESTADE FEITA EM 1614. 4) MANOEL DE SOUSA SÁ (NÃO IDENTIFICADA)/(IGNORADA)/OBRA: BREVE RELAÇÃO

DA CONQUISTA DO MARANHÃO. 5) SIMÃO ESTÁCIO DA SILVEIRA (PORTUGAL)/(NÃO CONHECIDA)/OBRA: RELAÇÃO

SUMÁRIA DAS COISAS DO MARANHÃO.

6) PE. JOÃO FELIPE BETTENDORF (LUXEMBURGO)/(NÃO CONHECIDA)/OBRA:

CRÔNICA DA MISSÃO DOS PADRES DA COMPANHIA DE JESUS NO ESTADO DO

MARANHÃO. 7) FRANCISCO TEIXEIRA DE MORAIS (PORTUGAL)/(NÃO CONHECIDA)/OBRA:

RELAÇÃO HISTÓRICA DE POLÍTICA DO TUMULTO QUE SUCEDEU NA CIDADE DE

SÃO LUÍS DO MARANHÃO. 8) FREI CRISTÓVÃO DE LISBOA (PORTUGAL)/(25.7.1583 – 14.04.1652)/OBRAS: HISTÓRIA

NATURAL E MORAL DO MARANHÃO – HISTÓRIA DOS ANIMAIS E ÁRVORES DO

MARANHÃO. 9) BERNARDO PEREIRA DE BERREDO E CASTRO (PORTUGAL)/(IGNORADA)/OBRA:

ANAIS HISTÓRICOS DO ESTADO DO MARANHÃO. 10) PE. JOSÉ XAVIER DE MORAES DA FONSECA PINTO (PORTUGAL)/(01.12.1708 ?)/OBRAS: HISTÓRIA DA COMPANHIA DE JESUS NA EXTINTA PROVÍNCIA DO

MARANHÃO E PARÁ. 11) PE. ANTÔNIO VIEIRA (PORTUGAL)/(06.02.1608 – 18.07.1697)/OBRAS: VOZES

SAUDOSAS – SERMÕES VÁRIOS - OBRAS COMPLETAS (27 VOLUMES) - SERMÕES –

SERMÕES NO BRASIL E EM PORTUGAL. 12) RAIMUNDO JOSÉ DE SOUSA GAIOSO (ARGENTINA)/(1747 – 1813)/OBRAS:

COMPÊNDIO HISTÓRICO-POLÍTICO DOS PRINCÍPIOS DA LAVOURA DO

MARANHÃO. 13) FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO (PORTUGAL)/(IGNORADA)/OBRAS: ROTEIRO DE

VIAGEM – MEMÓRIA SOBRE NAÇÕES GENTIAS QUE PRESENTEMENTE HABITAM O

CONTINENTE DO MARANHÃO – MAPA GEOGRÁFICO DA CAPITANIA DO

MARANHÃO. 14) FREI FRANCISCO DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES MARANHÃO (PORTUGAL)/(1790 – 1852)/OBRA: PORANDUBA MARANHENSE. 15) ANTONIO BERNARDINO PEREIRA DO LAGO (PORTUGAL)/(IGNORADA)/OBRAS:

ITINERÁRIO DA PROVÍNCIA DO MARANHÃO: 1820 – ROTEIRO DA COSTA DA

PROVÍNCIA DO MARANHÃO DESDE JERICOACOARA ATÉ A ILHA DE SÃO JOÃO, DA

ENTRADA E SAÍDA PELA BAIA DE SÃO MARCOS – ESTATÍSTICA HISTÓRICO-

GEOGRÁFICA DA PROVÍNCIA DO MARANHÃO. 16) MARTIUS (KARL FREDERICH PHILLIP VON) E SPIX (JOHANN BATIST VON) (ALEMANHA)MARTIUS/(17.04.1794 – 13.12.1888) E SPIX (1781 – 1827)/OBRA: VIAGEM

PELO BRASIL (A GRANDE AVENTURA DE SPIX E MARTIUS./B) AUTORES DO GRUPO

MARANHENSE: NEOCLÁSSICOS E ROMÂNTICOS 17) JOÃO FRANCISCO LISBOA (PIRAPEMAS)/(22.03.1812 - 26.04.1863)/OBRAS: OBRAS DE

JOÃO FRANCISCO LISBOA (4 V.) – JORNAL DE TIMON (V. 1) – JORNAL DE TIMON (V. 2) – JORNAL DE TIMON (V. 3). 18) ANTÔNIO GONÇALVES DIAS (CAXIAS)/(10.08.1823 – 03.11.1864)/OBRAS: PRIMEIROS

CANTOS – SEGUNDOS CANTOS E SEXTILHAS DE FREI ANTÃO – ÚLTIMOS CANTOS –

CANTOS – PRIMEIROS CANTOS, SEGUNDOS CANTOS, ÚLTIMOS CANTOS – NOVOS

CANTOS – OS TIMBIRAS – DICIONÁRIO DA LÍNGUA TUPI – OBRAS PÓSTUMAS./ 19) JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE (SOUSÂNDRADE) (GUIMARÃES)/(09.07.1832 21.04.1902)/OBRAS: HARPAS SELVAGENS – IMPRESSOS – OBRAS POÉTICAS – GUESA

ERRANTE – NOVO ÉDEN; POEMETO DA ADOLESCÊNCIA, 1888-1889. 20) CÉSAR AUGUSTO MARQUES (CAXIAS)/(12.12.1826 – 05.10.1900)/OBRAS: ALMANAQUE

DE LEMBRANÇAS BRASILEIRAS – DICIONÁRIO HISTÓRICO-GEOGRÁFICO DA

PROVÍNCIA DO MARANHÃO.

21) ANTÔNIO HENRIQUES LEAL (CANTANHEDE)/(24.07.1828 -29.09.1885)/OBRAS:

PANTEON MARANHENSE – APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DOS JESUÍTAS NO

BRASIL – LUCUBRAÇÕES. 22) TRAJANO GALVÃO DE CARVALHO (VITÓRIA DO MEARIM)/(19.01.1930 –14.07.1864)/OBRAS: SERTANEJAS – COLABOROU EM PARNASO MARANHENSE, A

CASCA DA GAMELEIRA. 23) FRANCISCO DIAS CARNEIRO (PASSAGEM FRANCA)/(23.11.1837 – 17.01.1896)/OBRAS:

POESIAS – POESIAS DIVERSAS – COLABOROU NO ROMANCE A CASCA DA

GAMELEIRA. 24) CÂNDIDO MENDES DE ALMEIDA (BREJO DOS ANAPURUS)/(14.10.1818 –01.03.1881)/OBRAS: CÓDIGO FILIPINO OU ORDENAÇÕES DO REINO DE PORTUGAL,

ANOTADAS E SEGUIDAS DA LEGISLAÇÃO SUBSEQUENTE PORTUGUESA E

BRASILEIRA ATÉ 1870 – MEMÓRIAS PARA A HISTÓRIA DO EXTINTO ESTADO DO

MARANHÃO 25) LUÍS ANTÔNIO VIEIRA DA SILVA (VISCONDE DE VIEIRA DA SILVA) (FORTALEZA-

CE)/(02.10.1828 – 03.11.1889)/OBRAS: HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA DA PROVÍNCIA

DO MARANHÃO. 26) CELSO TERTULIANO DA CUNHA MAGALHÃES (VIANA)/(11.11.1849 –09.06.1879)/OBRAS: ELA POR ELA (NOVELA) – VERSOS – UM ESTUDO DE

TEMPERAMENTO (ROMANCE) – A POESIA POPULAR BRASILEIRA – O TRABALHO – O

DOMINGO. 27) TEÓFILO ODORICO DIAS DE MESQUITA (CAXIAS)/(08.11.1854 – 29.03.1889)/OBRAS:

FLORES E AMORES – LIRA DOS VERDES ANOS – CONTOS TROPICAIS – FANFARRAS – A COMÉDIA DOS DEUSES. 28) ADELINO FONTOURA CHAVES (AXIXÁ)/(30.03.1855 – 02.05.1884)/OBRAS: DISPERSOS – A FICHA DE ADELINO FONTOURA NA ACADEMIA 29) HENRIQUE MAXIMIANO COELHO NETO (CAXIAS)/(21.02.1864 – 28.11.1934)/OBRAS: A

CAPITAL FEDERAL (IMPRESSÕES DE UM SERTANEJO) – O PAÍS – MIRAGEM – O REI

FANTASMA – INVERNO EM FLOR – O MORTO (MEMÓRIAS DE UM FUZILADO) – O

PARAÍSO (EXCELSAS FANTASIAS) – O RAJÁ DE PENDJAB – A CONQUISTA –

TORMENTA – INOCÊNCIO INOCENTE – O MALHO – O ARARA – TURBILHÃO –

ESFINGE – REI NEGRO (ROMANCE BÁRBARO) – O MISTÉRIO – O POLVO – FOGO-

FÁTUO 30) JOÃO DE DEUS DO REGO (CAXIAS)/(22.11.1867 – 30.06.1902)/OBRAS: PRIMEIRAS

RIMAS – ÚLTIMAS RIMAS 31) MANUEL FRANCISCO PACHECO (FRAN PACHECO)/(PORTUGAL)/09.03.874 –17.09.1952)/OBRAS: O SR. SILVIO ROMERO E A LITERATURA PORTUGUESA - O

MARANHÃO E SEUS RECURSOS – O COMÉRCIO MARANHENSE – A LITERATURA

PORTUGUESA NA IDADE MÉDIA – PORTUGAL E A RENASCENÇA – OS BRAGANÇAS E

A RESTAURAÇÃO – ANGOLA E OS ALEMÃES – O TRABALHO MARANHENSE –

PORTUGAL E O MARANHÃO – GEOGRAFIA DO MARANHÃO – TRABALHOS DO

CONGRESSO PEDAGÓGICO DO MARANHÃO. 32) JOSÉ AMÉRICO OLÍMPIO CAVALCANTE DOS ALBUQUERQUES MARANHÃO

SOBRINHO (BARRA DO CORDA)/(20.12.1879 - 25.12.1915)/OBRAS: PAPÉIS VELHOS –

ESTATUETAS – VITÓRIAS RÉGIAS. 33) DOMINGOS QUADROS BARBOSA ÁLVARES (SÃO BENTO)/(29.11.1880 –26.12.1946)/OBRAS: MOSAICOS – O DOMINÓ VERMELHO – CONTOS DA MINHA

TERRA – SILHUETAS. 34) MANUEL VIRIATO CORRÊA BAIMA DO LAGO FILHO (PIRAPEMAS)/(23.01.1884 –10.04.1967)/OBRAS: TERRA DE SANTA CRUZ – HISTÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA –

BRASIL DOS MEUS AVÓS – BAÚ VELHO – GAVETA DO SAPATEIRO – ALCOVAS DA

HISTÓRIA – MATA GALEGO – CASA DE BELCHIOR – O PAÍS DO PAU DE TINTA –

BALAIADA – ERA UMA VEZ – CONTOS DA HISTÓRIA DO BRASIL – VARINHA DE

CONDÃO – ARCA DE NOÉ – NO REINO DA BICHARADA – QUANDO JESUS NASCEU –

A MACACADA – OS MEUS BICHINHOS – HISTÓRIA DO BRASIL PARA CRIANÇAS –

MEU TORRÃO – BICHOS E BICHINHOS – NO PAÍS DA BICHARADA – CAZUZA – A

DESCOBERTA DO BRASIL – HISTÓRIA DE CARAMURU – A BANDEIRA DAS

ESMERALDAS – AS BELAS HISTÓRIAS DA HISTÓRIA DO BRASIL – CURIOSIDADES DE

HISTÓRIA DO BRASIL – HISTÓRIA DA LIBERDADE NO BRASIL. 35) JOAQUIM VESPASIANO RAMOS (CAXIAS)/(12.08.1884 – 26.12.1916)/OBRA: COUSA

ALGUMA. 36) RAIMUNDO CORRÊA DE ARAÚJO (PEDREIRAS)/(29.05.1885 – 24.08.1951)/OBRAS:

HARPAS DE FOGO – EVANGELHO DE MOÇO - PEDREIRAS – ACRÓPOLE – ODE A

PORTUGAL - A TIRANIA – PELA PÁTRIA – A RELIGIÃO: FENÔMENO SOCIAL,

ATRAVÉS DE POESIAS – ODE A GONÇALVES DIAS – O CANTO DAS CIGARRAS – O

TIRANETE DE ATENAS. 37) HUMBERTO DE CAMPOS VERAS (MIRITIBA)/(25.10.1886 – 05.12.1934)/OBRAS:

POEIRA – POESIAS COMPLETAS – DA SEARA DE BOOZ (COLHEITA DE RUTH) –

MEALHEIRO DE AGRIPA – DESTINOS – OS PÁRIAS – LAGARTAS E LIBÉLULAS –

SOMBRAS QUE SOFREM - SEPULTANDO OS MEUS MORTOS – NOTAS DE UM

DIARISTA – REMINISCÊNCIAS – UM SONHO DE POBRE – CONTRASTE – ÚLTIMAS

CRÔNICAS – VALE DE JOSAFÁ – TONEL DE DIÓGENES – SERPENTE DE BRONZE –

GANSOS DO CAPITÓLIO – A BACIA DE PILATOS – A FUNDA DE DAVI – GRÃOS DE

MOSTARDA – POMBOS DE MAOMÉ – O ARCO DE ESOPO – ANTOLOGIA DOS

HUMORISTAS GALANTES – ALCOVA E SALÃO – MEMÓRIAS – MEMÓRIAS

INACABADAS – FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO – CARVALHOS E ROSEIRAS – CRÍTICA – O MONSTRO E OUTROS CONTOS – HISTÓRIAS MARAVILHOSAS – À SOMBRA DAS

TAMAREIRAS – O BRASIL ANEDÓTICO – O CONCEITO E A IMAGEM NA POESIA

BRASILEIRA – ANTOLOGIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. 38) JOÃO MIGUEL MOHANA (BACABAL)/(15.06.1925 - )/OBRAS: O OUTRO CAMINHO –

MARIA DA TEMPESTADE – SOFRER E AMAR – A VIDA SEXUAL DOS SOLTEIROS E

CASADOS – O MUNDO E EU – AMOR E RESPONSABILIDADE – PADRES E BISPOS

AUTOANALISADOS – AJUSTAMENTO CONJUGAL – PREPARE SEUS FILHOS PARA O

FUTURO – PAZ PELA ORAÇÃO – CÉU E CARNE NO CASAMENTO – O ENCONTRO –

PLENITUDE HUMANA. 39) LUCY DE JESUS TEIXEIRA (CAXIAS)/(11.07 1922 - ?)/OBRAS: ELEGIA FUNDAMENTAL – PRIMEIRO PALIMOSESTO – NO TEMPO DOS ALAMARES E OUTROS SORTILÉGIOS. 40) MARIA DE LOURDES ARGOLLO OLIVER (DILÚ MELLO) (VIANA)/(25.09.1913 –24.04.2000)/OBRAS: NÃO ENCONTREI NENHUM LIVRO PUBLICADO POR ELA. FOI,

ENTRETANTO, UMA CANTORA, COMPOSITORA, FOLCLORISTA E MUSICISTA QUE

MUITO HONROU O NOME DA TERRA NO PAÍS E NO EXTERIOR. ERA UMA

MUSICISTA DE MÃO CHEIA, TOCAVA ACORDEON, VIOLÃO, PIANO, VIOLA CAIPIRA,

HARPA PARAGUAIA, DENTRE OUTROS INSTRUMENTOS. DILÚ GRAVOU POUCO

MAIS DE UMA DÚZIA DE DISCOS COMPACTOS 78 RMP, TRÊS LPS E DEIXOU UM

LEGADO DE MAIS DE 100 COMPOSIÇÕES, CANÇÕES QUE ERAM VERDADEIRAS

POESIAS. AQUELA JANELA, BOIUNA, BONECOS DE MARACATU, BRASIL EM TRÊS

MINUTOS, CADA CRIANÇA É UMA CANÇÃO, A CANÇÃO DO BOLO, CANÇÃO PARA

ADORMECER MAMÃE, CANÇÃO PARA FAZER MAMÃE FELIZ, CAXIAS – CIDADE

PRINCESA, CIGARRA, COMPADRE JOSÉ, CRIANÇA, DANÇA DO ESQUINADO,

DILUIU-SE, EU DEI, EU DEI, ESTRADA DE FERRO DA BAHIA, FESTINHA BOA, FOLE

DE PANO, A HISTÓRIA DA ÁRVORE DE NATAL, JURA DE CABOCLO, HELOÍSA, HINO

À BANDEIRA DO MARANHÃO, LOUVAÇÃO A SÃO JOSÉ DE RIBAMAR, NOS BRAÇOS

DA LIBERDADE, ORAÇÃO, POLICROMIA, RIO, AMOR, FANTASIA, SÃO LUÍS – CIDADE

SORRISO, SÓ QUERO LILI, NOITE DE SÃO JOÃO DO MARANHÃO E SAUDADES DO

MARANHÃO, QUE POR MAIS DE UMA DÉCADA ERA A CARACTERÍSTICA SONORA

COM QUE AS RÁDIOS DE SÃO LUÍS INICIAVAM O DIA: ‘MARANHÃO, QUE TERRA

BOA/ONDE O POETA NASCEU/MARANHÃO É MINHA TERRA/BERÇO QUE DEUS ME

DEU/A LINDA PRAIA...’ (E POR AÍ VAI). FEZ SUCESSO COM SUAS CANÇÕES EM

PAÍSES DA AMÉRICA, COMO URUGUAI, PARAGUAI E ARGENTINA, PERU,

PRINCIPALMENTE, E ATÉ NA EUROPA, NOTADAMENTE NA ESPANHA, PORTUGAL,

ALEMANHA. POR SEUS MÉRITOS NA COMPOSIÇÃO E INTEPRETAÇÕES DE SUAS

BELAS CANÇÕES ELA FOI ELEITA MEMBRO EFETIVO DA ACADEMIA CARIOCA DE

LETRAS, TOMANDO POSSE EM 1978. 41) ASTOLFO HENRIQUE DE BARROS SERRA (MATINHA)/(22.05.1900 - ?)/OBRAS: GLEBA

QUE CANTA – PROFETAS DE FOGO – NOVENTA DIAS DE GOVERNO – ASPECTOS DE

UMA CAMPANHA – DISCURSOS POLÍTICOS – GUESA ERRANTE (ESTUDO) – TERRA

ENFEITADA E RICA – CAXIAS E SEU GOVERNO CIVIL NA PROVÍNCIA DO

MARANHÃO – A VIDA SIMPLES DE UM PROFESSOR DE ALDEIA – A BALAIADA – A

VIDA VALE UM SORRISO – UMA AVENTURA SENTIMENTAL – GONÇALVES DIAS E OS

PROBLEMAS DA ECONOMIA NACIONAL – CELSO MAGALHÃES E O FOLCLORE

NACIONAL – SOCIOLOGIA DOS MORROS CARIOCAS – O NEGRO NA FORMAÇÃO

ECONÔMICA DO MARANHÃO.

FORAM ACRESCIDOS na lista de nomes de patronos disponíveis para votação, mais 03 (três) nomes: 42) José Ribamar Sousa Reis, 43) Erasmo Dias; e 44) Dom Luis Raimundo da Silva Brito.

ALGUMAS PONDERAÇÕES: 1) NA ESCOLHA DOS PATRONOS, PRIORIZAR OS VULTOS LITERÁRIOS NASCIDOS EM SÃO LUÍS (NA PROPORÇÃO DE 50% NA COMPOSIÇÃO DA ALL), SEM, CLARO, IGNORAR OS NOTÁVEIS NASCIDOS NO ESTADO DO MARANHÃO E EM OUTROS ESTADOS QUE TENHAM HONRADO SÃO LUÍS. 2) FAZER CONSTAR DA RELAÇÃO DE PATRONOS AQUELE QUE FOI O EMITENTE DA CERTIDÃO DE NASCIMENTO DE SÃO LUÍS: CLAUDE D’ABBEVILLE E, SE POSSÍVEL, TAMBÉM YVES D’ÉVREUX. Por votação, foram escolhidos como Patronos: LUDOVICENSES: 01) MANUEL ODORICO MENDES; 02) FRANCISCO SOTERO DOS REIS; 03) MARIA FIRMINA DOS REIS; 04) ARTUR NABANTINO GONÇALVES DE AZEVEDO; 05) ALUÍSIO TANCREDO GONÇALVES DE AZEVEDO; 06) RAIMUNDO DA MOTA DE AZEVEDO CORREIA; 07) JOSÉ PEREIRA DA GRAÇA ARANHA; 08) JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL; 09) ANTÔNIO BATISTA BARBOSA DE GODOIS; 10) MÁRIO MARTINS MEIRELES; 11) MARIA DA CONCEIÇÃO NEVES ABOUD; 12) DAGMAR DESTÊRRO E SILVA; 13) JOSUÉ DE SOUZA MONTELLO; 14) JOÃO DUNSHEE DE ABRANCHES MOURA; 15) ODYLO COSTA, FILHO; 16) LAURA ROSA; 17) JOSÉ TRIBUZI PINHEIRO GOMES (BANDEIRA TRIBUZI); 18) DOMINGOS VIEIRA FILHO; 19) CARLOS ORLANDO RODRIGUES DE LIMA; 20) CATULO DA PAIXÃO CEARENSE; NÃO LUDOVICENSES: 21) CLAUDE D’ABBEVILLE (FRANÇA); 22) PE. ANTÔNIO VIEIRA (PORTUGAL); 23) JOÃO FRANCISCO LISBOA (PIRAPEMAS); 24) ANTÔNIO GONÇALVES DIAS (CAXIAS); 25) JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE (SOUSÂNDRADE) (GUIMARÃES); 26) ANTÔNIO HENRIQUES LEAL (CANTANHEDE); 27) CÂNDIDO MENDES DE ALMEIDA (BREJO DOS ANAPURUS); 28) CELSO TERTULIANO DA CUNHA MAGALHÃES (VIANA); 29) HENRIQUE MAXIMIANO COELHO NETO (CAXIAS); 30) MANUEL FRANCISCO PACHECO (FRAN PACHECO) (PORTUGAL); 31) JOSÉ AMÉRICO OLÍMPIO CAVALCANTE DOS ALBUQUERQUES MARANHÃO SOBRINHO (BARRA DO CORDA); 32) DOMINGOS

QUADROS BARBOSA ÁLVARES (SÃO BENTO); 33) MANUEL VIRIATO CORRÊA BAIMA DO LAGO FILHO (PIRAPEMAS); 34) RAIMUNDO CORRÊA DE ARAÚJO (PEDREIRAS); 35) HUMBERTO DE CAMPOS VERAS (MIRITIBA); 36) JOÃO MIGUEL MOHANA (BACABAL); 37) LUCY DE JESUS TEIXEIRA (CAXIAS); 38) MARIA DE LOURDES ARGOLLO OLIVER (DILÚ MELLO) (VIANA); 39) ASTOLFO HENRIQUE DE BARROS SERRA (MATINHA); 40) José Ribamar Sousa dos Reis. Para o Plano desta Antologia da Academia Ludovicense de Letras, serão incluídos os Patronos –ludovicenses ou não – e junto, os respectivos Fundadores de cada uma das 40 (quarenta) Cadeiras. A seguir, e em homenagem à participação feminina na construção da literatura ludovicense, estas estarão incluídas numa segunda sessão, caso não estejam, já, contempladas na primeira; por fim, os literatos... Buscamos a justificativa em destacar a presença feminina em Silva (2009) 148, que afirma: ao longo dos cem anos de existência da Academia Maranhense de Letras, dos cento e quarenta e dois (142) membros, apenas oito (8) são mulheres. São elas: Laura Rosa, Mariana Luz, Dagmar Desterro, Conceição Aboud, Lucy Teixeira, Ceres Costa Fernandes, Laura Amélia Damous e Sônia Almeida. Corrêa e Pinto (2011) 149, ao lançarem olhar sobre a poesia maranhense contemporânea de autoria feminina - a safra poética das últimas décadas do século XX, a partir dos anos 80 -, identificam: Laura Amélia Damous, Dilercy Adler, Rita de Cássia Oliveira, Rosemary Rego, Geanne Fiddan, Andréa Leite Costa e Henriqueta Evangeline. A Academia Ludovicense de Letras, dentre seus membros – Patronos e Fundadores – possui seis Patronas, das Cadeiras: 08: Maria Firmina dos Reis – também Patrona da Academia, por isso “Casa de Firmina dos Reis”; 25: Laura Rosa; 29: Maria de Lourdes Argollo Oliver (Dilú Mello); 34: Lucy de Jesus Teixeira; 37: Maria da Conceição Neves Aboud; e 38: Dagmar Destêrro e Silva.

Dentre as Fundadoras: ocupam: Cadeira 8, Dilercy Adler; Cadeira 30, Clores Holanda Silva; e Cadeira 31, Ana Luiza Almeida Ferro.

Em março, quando da eleição de novos membros da ALL, foram indicadas e aceitas:

Ceres Costa Fernandes, cadeira 34 patroneada por Lucy de Jesus Teixeira, indicação de Álvaro Urubatam Melo;

Maria Thereza de Azevedo Neves, indicada por Sanatiel de Jesus Pereira, para a cadeira 13 patroneada por Artur Azevedo;

Eva Maria Nunes Chatel, indicação de Ana Luiza Almeida Ferro, para ocupar a Cadeira 29, patroneada por Maria de Lourdes Argollo Oliver (Dilú Mello).

E como as Cadeiras estão ordenadas cronologicamente, dos mais antigos aos mais novos, não há necessidade de enquadramento a uma das fases, ou geração – acima já identificadas...

148 SILVA, RENATO KERLY MARQUES. ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS: Produção literária e reconhecimento de Escritoras maranhenses. Dissertação de mestrado. Ufma, 2009. Disponivel em http://www.ppgcsoc.ufma.br/index.php?option=com_docman&task... 149 CORRÊA, Dinacy Mendonça; PINTO, Anderson Roberto Corrêa. POETISAS MARANHENSES CONTEMPORÂNEAS. Revista Garrafa 23, janeiro-abril 2011. Condensação/adaptação de “Teares da Literatura Maranhense: poetisas contemporâneas”. Relatório Final do Projeto de Iniciação Científica BIC-Uema/Fapema-2008/09 de Anderson Roberto Corrêa Pinto, bolsista/orientando da Professora Dinacy Mendonça Corrêa (Projeto TEARES DA LITERATURA MARANHENSE. Núcleo de Estudos Linguísticos e Literários. Curso de Letras/Cecen/Uema.

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