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MHARIO LINCOLN/ROSSINI CORRÊA
MHARIO LINCOLN/ROSSINI CORRÊA Com Rossini Corrêa, aplaudido maranhense e com o jornalista Mhario Lincoln (facetubes.com.br)
MHARIO LINCOLN (01) – Entre seus principais trabalhos na literatura brasileira, ressoam em dó maior, os seguintes livros: Canto Urbano da Silva (1984), Almanaque dos Ventos (1991), Baladas do Polidor de Estrelas (1991), Dois Poemas Dramáticos para Vozes e Violinos (Thesaurus, 2001). Então, quais as principais diferenças do olhar poético, no que concerne à evolução da linguagem?
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ROSSINI CORRÊA - Amigo Mhario Lincoln, antes de mais nada, permite que eu comece esta nossa interlocução agradecendo a distinção do convite. Acompanho com grande apreço o trabalho que tu desenvolves em favor das Letras e das Artes. Quanto a mim, no tocante, em particular, à poesia, pude publicar, neste ano de 2021, o livro Poemário do Cristo Vencedor e outros Cânticos dos Cânticos, que foi antecedido por Romeu e Julieta no Brasil e por Sonetário do Quixote Vencedor, perfazendo um conjunto de dez obras poéticas. De mim para mim, o que vislumbro, em retrospectiva, quanto ao olhar poético, não se dissocia, sem nenhuma dúvida, da busca de um domínio artesanal do verbo, no intuito da construção de um canal mais fluido e comunicativo, com o qual possa eu traduzir, de tentativa em tentativa, uma percepção intima maturada pela dor e pela alegria, da vida do mundo envolvente. Neste sentido, tenho consciência cada vez maior de que um poeta nunca está pronto, que ele se edifica a cada dia, no confronto com o fado, para retirar da dor da vida as fagulhas do amor, as centelhas da esperança e as iluminações da beleza.
MHARIO LINCOLN (02) – Especificamente, gostaria de saber qual a opinião sobre dois poetas, dentre os maiores, do Maranhão, sendo um, maranhense de coração e poesia: José Chagas e Nauro Machado.
ROSSINI CORRÊA: Mhario, não tenho dúvida de que são duas figuras exemplares enquanto atitude diante do fazer literário. Ambos estão com presentes na história nacional de suas respectivas gerações, no tocante aos que construíram obras poéticas, como resultado de uma dedicação existencial à literatura. Para José Chagas e Nauro Machado a palavra poética passou a ser a definição de si mesmos, posto que lapidaram o verbo, disciplinaram o canto e exprimiram, cada um à sua maneira, os universos de que decorreram. Encontro em José Chagas uma intertextualidade formal com a poética popular, o verbo de João Cabral de Melo Neto e o cancioneiro ibérico, em quaisquer de suas vertentes, a portuguesa e a espanhola, levando-o a embates temáticos com propósitos esgotantes, como se fosse inspirado em uma lavadeira que torce a roupa até quase secar, para colocá-la, em seguida, para quarar. Constato em Nauro Machado, ao contrário do que comumente acontece, a conquista crescente de uma depuração do verbo, cercando-o de leveza, quanto mais avançou no seu tempo biológico, para chegar ao fim do ciclo absolutamente vigoroso, ao realizar, em sua ontopoética, sondagens cada vez mais profundas sobre o ser, a angústia, o tudo e o nada, o tempo, a vida e a morte.
MHARIO LINCOLN (03) – Você é autor de 23 livros e conquistou 20 prêmios literários, além de possuir cerca de 50 obras inéditas. O Maranhão se orgulha disso. Mas qual é a relação atual entre o impacto de suas obras no Brasil e, em particular, em São Luís? Há quanto tempo você está fora da sua cidade natal?
ROSSINI CORRÊA: Estou fora do Maranhão desde 1975, a rigor, desde 1974, portanto, tendo 65 anos, passei mais tempo de minha vida fora, do que dentro do Maranhão. Entretanto, o que me define é o Maranhão. Sou muito grato a Vamireh Chacon, que me coloca como membro da Nova Escola do Recife, contudo, de mim para mim, sei que, no essencial, cheguei com a terra preparada no Recife, o que se deveu a São Luís do Maranhão, à família em que nasci, que valorizava o livro, o saber e a cultura e aos estímulos recebidos dos que cedo me despertaram, entre os quais, Bandeira Tribuzi e Nascimento Morais Filho, este, meu professor na primeira série do ginásio, no Zoé Cerveira. Um dia, encontrandome na Praça João Lisboa, José Morais disse-me: “Meu filho, vai embora do Maranhão, porque fora daqui, teu trabalho vai ganhar uma amplitude muito maior, o que será uma forma de servir ao Maranhão”. Por onde passei procurei não deslustrar a terra e suas tradições culturais. Talvez possa dizer: “vim, vi e ainda vou vencer”. Penso sempre que o melhor ainda está por vir.
MHARIO LINCOLN (04) – Gosto sempre de perguntar sobre a relação simbiótica entre Amor e Ódio. Em algum momento, ao compor suas obras, parou para debulhar tais conceitos e sentimentos?
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ROSSINI CORRÊA: Sim, a vida é polaridade. Desde o antigo conhecimento taoísta que o Yin e o Yang exprimem o esquerdo e o direito, a escuridão, a letargia e a indiferença, a claridade, o calor e a proatividade, sob o ensinamento dos tempos axiais, de que se intercalam, dessa dialogia nascendo o equilíbrio complexo, posto que há qualquer coisa de Yang dentro do Yin e qualquer coisa de Yin dentro do Yang. Como a literatura é uma forma superior de sondagem e de tradução do humano, todos nos estamos desafiados a traduzir a condição humana, cuja alma, como dizia Manoel Caetano Bandeira de Mello, “nunca é simples”. Lidamos com o humano, cujo ser está potencializado para todas as grandezas, mas pode tropeçar em todas as misérias. Este é o horizonte da luta por um mundo melhor: realizar semeadura e a construção dos caminhos iluminados para as grandezas.
MHARIO LINCOLN (05) "Mudar o mundo, meu amigo Sancho, não é loucura, não é utopia, é justiça!" Essa foi uma citação que você fez durante uma palestra no congresso sobre o Quinto Constitucional, há alguns anos. E atualmente, como você poderia interpretar essa frase?
ROSSINI CORRÊA: Aspiração por Justiça, não tenho dúvida, é a mais pulsante presença no coração do mundo, constituindo um lugar central no inconsciente coletivo da humanidade, que encontrou em seu caminho, entretanto, mais distopia do que o oásis da libertação no Vale de Josafá. Contudo, a recorrência a Dom Quixote compreende-o como unidade dotada do peso de Sancho e da leveza do Cavaleiro Andante, tornando possível, pela loucura e pela sensatez, pela utopia e pela topia, cada uma temperando a outra, magnificar a vida como utopia possível, que se deve perseguir de maneira diuturna, para ampliar a presença do sentimento de Justiça na vida do mundo. Gosto demasiadamente de um texto de Eduardo Galeano em que o homem se encontra próximo da utopia e vai abraçá-la, enquanto ela, fugidia, se desloca sempre e se coloca passos e metros à frente. Resumo da ópera: a utopia serve para isto – para caminhar. Caminhemos sempre em busca da Justiça.
MHARIO LINCOLN (06) – O “poema Sujo”, de Gullar, é aplaudido por uns e rejeitado por outros em razão de vários termos fortes usados na construção dele. Gostaria de saber sua opinião pessoal diante de duas linhagens interpretativas que li recentemente sobre o poema:
1 – “Ferreira Gullar, com todo esse cabedal de conhecimento, poderia tranquilamente ter mudado os termos (ou adaptado os termos) de seus versos, pois não acredito que termos como – ‘(...) azul/era o gato/azul/ era o galo/ azul/ o cavalo/ azul/ teu cu (...)”. Ou, ainda, ‘(...) no centro de tuas coxas/ no fundo de tua noite ávida/ cheiros de umbigo e de vagina/ graves cheiros indecifráveis/ como símbolos/ do corpo do teu corpo do meu corpo (....)’. Na minha modesta opinião, são termos de uma poesia lamentável”. (Jerônimo Russo/ “Dia Poético”/ Minas).
ROSSINI CORRÊA: Discordo absolutamente. Respeito a posição de Jerônimo Russo, mas dela vou dissentir, identificando em seu discurso tanto conservadorismo quanto moralismo vocabular. Ferreira Gullar, que introduziu na poesia a palavra diarreia, trabalhou o desafio de exprimir a impureza do real no plano vocabular, e, sem autocensura, com se saísse da caverna de Platão, trouxe todos os elementos nela contidos, para, com potência verbal, transformar a escuridão em claridade, compreendendo-as como entremeadas na vida do mundo. De onde a aproximação entre teu cu e azul e também odores indecifráveis saídos de corpos, nos embates do prazer. Todas coisas humanas, nas suas impurezas, com capacidade, entretanto, de azul e de prazer. Ninguém constrói uma sondagem do humano desta magnitude, sem profunda razão sensível.
2 – Já em outra leitura, essa datada de 2015 e assinada por Diogo Andrade de Macedo, então estudante do Curso de Letras/Português da Universidade Federal do Piauí (UFPI), se lê: “(...) no Poema Sujo ele (Gullar) se esmera na coragem despudorada de revelar explicitamente a sordidez e a impureza do cotidiano humano em passagens insólitas, não raro pungentes, embora amparadas por uma consciência poética que torna esses rompantes expressivos alheios a um simples e pueril desejo de subverter ou chocar. Em alguns momentos, o poeta declara abertamente, (tua gengiva igual a tua bocetinha que parecia sorrir entre [as folhas de banana entre os cheiros de flor e bosta de porco aberta [como uma boca do corpo (não como a tua boca de palavras) (...)’, acentuando uma fixação pelo corpo que se torna o instrumento essencial na interpretação do mundo. (...)”. Pois bem, caro Rossini. Qual o significado de “Poema Sujo” para você?
ROSSINI CORRÊA: O Poema Sujo significa o embate do ser com a vida do mundo. Partindo do concreto, do ser existente, privilegia, a princípio, o corpo, como manifestação real e transitória, do ser e do estar no mundo. O desafio gullariano diante de si mesmo e do mundo foi traduzir-se traduzindo a vida e o mundo, enfrentando uma autentica luta corporal da qual pudesse recolher, como se fosse um Monge Budista uma luz, só que do chão. Aproximo profundamente Ferreira Gullar de Osho, a defender a suprema síntese de Zorba, o Buda, conjugando alegria, paixão e desejo, para reinventar a leveza, a serenidade e a iluminação búdica.
MHARIO LINCOLN (07) – Conta-se que após terminar de esculpir a estátua de Moisés, Michelangelo passou por um momento de alucinação diante da beleza da escultura. Bateu com um martelo na estátua e começou a gritar: Per ché non parli? E você, qual obra, dentre as centenas de produções líricas, lhe fez bater no coração e gritar: Che bella poesia?
ROSSINI CORRÊA: Eu estou impregnado de poesia. Fiz voto de leitura, segundo o qual não deitaria jamais para dormir, sem antes ter realizado conexão com a beleza de um poema. Se eu conhecesse menos a poesia, talvez a resposta fosse mais fácil. Tenho medo de trair Goethe, ser ingrato com Lorca, olvidar Rilke, tangenciar Dante, desconsiderar Homero etc etc etc. Esta é a mais difícil das perguntas. Vou ficar com o Cântico dos Cânticos, na Bíblia do cristianismo e com a pura beleza do Bhagavad Gita, do Mahabharata, do hinduísmo.
MHARIO LINCOLN (08) – Outro dia lendo Friedrich Nietzsche, anotei um argumentando dele quando confessava haver, em seus escritos, a construção de uma filosofia nada convencional, sobremaneira por causa da relação íntima com a arte poética. Destarte, de que maneira a filosofia e a poesia se interligam, diante desse pressuposto de Niet?
ROSSINI CORRÊA: A filosofia e a poesia são duas formas de sondagem do humano em águas profundas. Aquele Platão que o jovem Karl Marx, que também sonhou ser poeta, bem como o maior filósofo do Direito de todos os tempos, chamava de o divino Platão, antes de encontrar Sócrates, o que desejava era ser poeta. Quando encontrou o Mestre, logo decidiu, por equívoco, ser apenas filósofo. Nisto residiu o engano platônico: a sua filosofia está grávida de mitos poéticos. Nos tempos modernos, para não ser cansativo, Martin Heidegger não apenas interpretou a poesia de Friedrich Holderlin, como ensaiou poemas autorais, de que há tradução no Brasil, feita por sua discípula Maria do Carmo Tavares
de Miranda, publicada pela Universidade Federal de Pernambuco. Em resumo: tem razão Friedrich Nietzsche. Não há grande filosofia sem profunda carga poética.
MHARIO LINCOLN (09) – Como você é, também, professor, gostaria de saber sua opinião sobre o seguinte: há muitos anos, o arcabouço teórico do ensino da educação individual tem se formado na sistemática do Estado, como único conhecedor das necessidades empíricas do aluno, enquanto cidadão. Em muitos dos casos, as condições necessárias à globalização do ensino real, nunca deveria se abster de temas que envolvem o social, o cultural, o político, o econômico e as noções pertinentes ao ecossistema, temas que poderiam trazer para o ensino didático fundamental base ampla para formação humana. Concorda?
ROSSINI CORRÊA: Concordo completamente. O Estado-Pedagogo fracassou como Demiurgo da educação do humano, confundindo-a com técnicas instrumentais, adestramentos mecânicos e especializações de superfície. Aquilo que os gregos chamavam de Paideia, se encontra absolutamente fora da agenda do Estado-Pedagogo. A luta democrática e civilizatória passa, necessariamente, pela emancipação distributiva das rendas da Educação e da Cultura, mas segundo uma agenda transmutada, que contenha todos os elementos desta extraordinária pergunta: o social, o cultural, o político, o econômico e as noções pertinentes ao ecossistema.
MHARIO LINCOLN (10) – O que falta, de certo modo mais efetivo, para a poesia maranhense dos novos tempos (de 2010 pra cá) explodir nacionalmente? São raríssimos os novos nomes que despontam no cenário atual. Tem alguma razão para esta explícita fragilidade?
ROSSINI CORRÊA: Poeta, desde a tua adolescência, na nossa São Luís do Maranhão, tu és um homem de comunicação. Nestes tempos modernos e pós-modernos de indústria cultural, a emergência espontânea de um artista, a colocação de sua obra em circulação e o despertar do sistema crítico de legitimação sobre si, são coisas cada vez mais difíceis, quando não improváveis. Por exceção, é possível um ou outro vazamento, como resultado de muita navegação contra o vento e a maresia. Como regra, acontecer demanda dispor de agente cultural, acesso à grande mídia e poder encantatório sobre os sistemas críticos de seleção e de legitimação, o que perpassa desde os selos editoriais até os estudos universitários. Não duvido em nada da existência de talentos autênticos na literatura maranhense, de 2010 a 2021, mas constato a absoluta ausência de políticas públicas permanentes, conferindo sustentabilidade à projeção das letras e das artes maranhenses no Brasil e no mundo, coisas que, por exemplo, o Ceará e a Bahia souberam fazer com os seus artistas no mundo da música, colhendo frutos que ficarão para sempre na cultura brasileira.
VICEVERSA. ROSSINI CORRÊA/MHARIO LINCOLN/ROSSINI CORRÊA ROSSINI CORRÊA/MHARIO LINCOLN ROSSINI CORRÊA 01 - A descoberta da poesia, em todos os tempos, para cada artista, tem um poder encantatório, em razão do deslumbramento que a envolve. Como foi a tua? Em que momento da vida? E o que significou?
Mhario Lincoln. Foi um momento mágico. Ribamar Bogéa, meu diretor e dono do Jornal Pequeno me ofereceu uma espécie de estágio na redação. Ainda era pré-adolescente. Então a primeira matéria foi sobre o ‘Sitio do Físico’. Empolgado, após terminar de escrever, fui correndo mostrar para seu Bogéa. Ele leu e começou a cortar, com um lápis vermelho grosso, quase todo o texto. Olhou-me e disse: “não te pedi um texto de poesia. Eu quero um texto de jornal”. Bem aí, vim a descobrir, a grosso modo, que eu poderia vir a ser um poeta.
ROSSINI CORRÊA 02 - No ambiente literário de São Luís do Maranhão, sem dúvida, um dos mais densos do Brasil, em razão da tradição que o perpassa, quais as figuras com que mais te identificaste e que pesaram em tua caminhada?
Mhario Lincoln. Na verdade, sinto-me frágil quando tento analisar algo que interfere em minhas emoções. Quando se trata de arte, tenho alguma dificuldade em tornar-me racionável. A arte é emoção! Porém, essa mesma criação artística pode tocar em mim (e só em mim) de forma tão forte que acaba transmitindo, além, um forte vínculo, que transcende a línguas, crenças ou culturas. Desta forma, ilustre Rossini, geralmente não gosto de enumerar minhas preferências. Mas é impossível não citar neste momento, ex próprio marte, com pertinência à vida humana e às questões sociais de nosso tempo, Salgado Maranhão, Luís Augusto Cassas,
Paulo Rodrigues, João Batista do Lago, Bandeira Tribuzi e Fernando Abreu. E no romance, pela construção do todo, Ken Follett, Gustave Flaubert, Lev Tolstói, Machado de Assis, Josué Montello, e o realismo fantástico de Gabriel García Márquez. Foram essas as pessoas com quem tive mais acesso, seja por leitura, seja pessoalmente. Os meus pilares de compreensão ab initio.
ROSSINI CORRÊA 03 - Especificamente, o contato com a poesia de Bandeira Tribuzi foi marcante para mais de uma geração maranhense. Tu o conheceste? Como foi este contato? Se não, com a obra tribuziana.
Mhario Lincoln. Tribuzi é multidisciplinar. É o regional disponibilizado de forma ampla. O homem José Tribuzi Pinheiro Gomes, personificando-se como o imenso Bandeira Tribuzi. O lírico forte, mas com ideias progressistas, sociopolíticas e comportamentais. “Ó minha cidade deixa-me viver”, primeiro verso do hino à Cidade de São Luís, lá no fundo, é um grande grito. Como diria Pessoa, incorporado em Álvaro de Campos: “Esta velha angústia, / Esta angústia que trago há séculos em mim, / Transbordou da vasilha (...)”. Estou estudando alguns momentos muito interessantes de “Louvação a São Luís”, tendo encontrado nela, traços muito fortes de uma angústia histórica. Por isso, acredito haver alguma coisa de muito especial nessas entrelinhas. Dá-me a sensação de um ‘eu lírico’ habitando a cidade, sem possuí-la em seu todo. Vale então requisitar a presença memorável de outro maranhense. Será que em “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar, escrito durante o exílio, é um indício de gritos reverberados, os quais aparentemente, também, os possa considerar em “Breve Memorial do longo tempo”, de Tribuzi? Por essa razão, tenho analisado alguns poemas de Tribuzi com cautela, quando recebo certas rajadas de melancolia vindas de Edvard Munch (“O Grito”/1893). A letrapoema é linda, mas, neste instante, uma amostra explícita de como tento permanecer racionável (e nem sempre acontece), diante de minhas elucubrações.
ROSSINI CORRÊA 04 - Cedo tu ingressaste nas lides jornalísticas, descobrindo, inclusive, o manejo de multimeios de comunicação. O que significou a televisão em tua formação literária e profissional?
Mhario Lincoln. Quando o assunto recai sobre televisão, lembro-me de uma palestra que ministrei a alunos de Comunicação. Nela, referi-me a Nicholas Negroponte, Fundador do “Media Lab” do MIT/Massachusetts. Institute of Technology. Ele é claríssimo quando ensina: “A transmissão televisiva é um exemplo de um veículo no qual toda a inteligência encontra-se no ponto de origem... Em vez de pensar numa resolução mais elevada, em cores melhores ou em mais programas como o próximo passo evolutivo da televisão, imagine esse passo como sendo uma mudança na distribuição da inteligência (...)”. Aí está uma prova irrefutável de que a Televisão, enquanto instrumento de massa, tem provocado muito mais polêmica do que aplausos. Certa ocasião, em um programa onde entrevistava celebridades, fiz uma pergunta nesse rumo a um conhecido produtor televisivo. Ele realmente não gostou e pediu minha demissão da emissora, no ar, fato esse, prontamente atendido pelos diretores da casa. Portanto, minha passagem por esse veículo de comunicação (em duas emissoras) não foram românticas. Até hoje encaro Negroponte como uma certa seriedade. E numa evolução normal, com estudos aqui e acolá, tento aplicar resultados lógicos em meu canal ‘VídeosTV’, da plataforma www.facetubes.com.br. Ainda sonho em ver uma empresa desse nicho intercalando à 'grade' altamente comercial, fragmentos ou indícios mínimos de formação da cidadania, a fim de traduzi-los em cidadãos críticos, conscientes, até mesmo, na formação de um cidadão consumidor. Por que não? Porém, os novos arquétipos apresentados pela grande mídia televisiva, há anos, são discutíveis, ineficientes e altamente egóicos ao ponto de um proprietário de uma das grandes redes de TV da América Latina, um dia, dizer abertamente: “Sim, eu sou o Poder”, retratado em um ‘livro de terror’, escrito pelo jornalista Daniel Herz.
ROSSINI CORRÊA 05 - Como tu chegaste às grandes vozes da poesia brasileira? Em especial, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto e Vinicius de Moraes?
Mhario Lincoln. Li quase tudo dessas celebridades. João Cabral de Melo Neto, contudo, é inesquecível com “Morte e Vida Severina”. O que me encanta é a relação do poeta com sua poesia, além de observar outra peleja: a do ‘eu-lírico’ com o ‘fazer poético’. Quando li “Morte e Vida Severina” pela primeira vez, minha performance mental foi sendo forjada em cima da “Filosofia da Composição”, do poeta americano do século XIX, Edgar Allan Poe, onde ele rejeita severamente a ideia do conceito de intuição artística como, pura e simplesmente, algo espontâneo. Mas, resultante de um processo metódico e analítico. Com certeza, não foi, apenas, intuição o que João Cabral escreveu –“ -Essa cova em que estás, / com palmo medida, / é a conta menor / que tiraste em vida. (...). - Não é cova grande, / é cova medida, / é a terra que querias / ver dividida.
(...)”. Um trecho poético marcante com imenso caráter social e político. Isto é, um lavrador sendo enterrado na absoluta miséria, após trabalhar a vida toda em terra alheia, sendo eternamente explorado. Por isso, João Cabral de Melo Neto é diferenciado. Produz arte com consistência, misturando tons e ritmos sem perder a nordestinidade característica de boa parte da terra pernambucana. Entretanto, há de se notar, ainda, nessa mistura energética e mágica, uma densidade estrutural e metafórica, remetendo à poesia erudita. "Morte e Vida Severina", ratifica, mais uma vez, o que diz Poe. O poema é um trabalho com a linguagem, seleção das palavras, disposição nas frases, sem esquecer, jamais, a sonoridade, a semântica e a morfossintaxe. Mutatis Mutandi, quase todos tentam escrever poesias hoje em dia, não obstante, serem poetas. Os verdadeiros poetas, como Drummond, Bandeira e Vinicius de Moraes, são basílicas extracurriculares, especialmente por conhecer a emoção humana. Com odor, cor, dor e amor da nossa gente.
ROSSINI CORRÊA 06 - Como tu defines a presença da poesia em tua vida de Artista e como tu situas a dimensão lírica em tua obra literária?
Mhario Lincoln. Posso perceber a eclosão do meu ovo poético de uma forma um pouco diferente dos poetas que eu costumava ler na década de 70, a maioria, na minha cidade, envolvida com um movimento muito forte chamado ‘Antroponáutica’, nascido com bases construídas na poesia de Viriato Gaspar, Raimundo Fontenele, Chagas Val, Valdelino Cécio e Luís Augusto Cassas. Esse grupo – a meu parecer – poetas novos com interesse maior de renovar a poesia local, além de romper com as antigas escolas literárias do Século XIX. O detalhe é que o nome desse movimento foi uma homenagem ao poeta Bandeira Tribuzi, também cultuado por todos nós. Acompanhei de perto, igualmente. Acompanhei também, no nível nacional, a bela organização artística chamada por Hélio Oiticica de Movimento Marginal (ou) Geração do Mimeógrafo. Conheço e respeito vários valores que surgiram na época. Todavia, não me formei nessas escolas - a regional ou na nacional - as quais admiro por lançarem ao mundo nomes que citei anteriormente ("Antroponáutica") e mais Paulo Leminski, José Agripino de Paula, Waly Salomão, Francisco Alvim, Torquato Neto e Chacal, na literatura e na música, Tom Zé, Jorge Mautner, Jards Macalé e Luiz Melodia ("Mimeógrafo"). Por ter ouvido e lido tantas pessoas maravilhosas no mesmo cenário, sempre fui extremamente crítico comigo, apesar de escrever com muita facilidade – como se o esboço estivesse na nuvem, esperando para sê-lo copiado. Quanto a lírica, esta, continua sendo-me apresentada bastante flexível, onde sou obrigado a atualizá-la em meus diferentes momentos literários. Mesmo com essas variações, tudo leva a crer que meu ‘eu-lírico’ é, sim, bem explícito na maioria de minhas produções, pois é a expressão abundante dos meus sentimentos. Minha carteira de identidade. Minha impressão digital. Meu DNA. Eis o meu segredo!
ROSSINI CORRÊA 07 - Já que, de maneira inexorável, todos escrevemos uma história geracional, quais os teus maiores diálogos geracionais no plano literário maranhense? Pessoas, grupos, movimentos...
Mhario Lincoln. Segundo Joffre Dumazedier, sociólogo francês, as velhas gerações continuam a ter uma função de transmissão de conhecimentos às novas. Até os 45 anos, vivi, assim, exclusivamente colhendo as experiências de pessoas muito mais velhas, contudo, com diálogos geracionais presos à uma linhagem técnico-social, fruto das minhas atividades como auditor fiscal ou, furtivamente e a sós, com diálogos afeitos às leituras penduradas em minha prateleira de curioso pré-erudito. Especificamente minha inserção em
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grupos poéticos, propriamente ditos, se deu após minha virada de mesa e minha saída de São Luís (MA) para Curitiba (PR). Aqui, refiz conceitos e tentei-me ambientar nos grupos que respiravam literatura e arte 24 horas por dia. Bem diferente dos experimentos vividos em minha terra.Contudo, essa integração (geração nativa/geração agregada) principalmente nesta banda brasileira, tornou-se algo impossibilitador da continuidade de uma relação saudável. Então, tive que tentar descobrir quais critérios estavam sendo ajustados entre ambas as gerações. O quanto as pontes regionais poderiam influir em todo esse processo geracional futuro. Será que essas, pelo fato de interagirem muito mais com a família local construída, poderiam comprometer trabalhos novos de pessoas agregadas como eu no universo poético paranaense, por questões sociológicas, psicológicas ou por algum conceito bairrista? Por essa razão, em minhas elucubrações, sentia a falta de pedaços e eu precisava preencher essas lacunas, sem tornar-me egocida, mas garantindo minha integração, e não caindo nas ‘armadilhas geracionais’ invisíveis a olho nu, mas reais na minha produção lírica ‘estrangeira’. Precisava pensar rápido e dirimir dúvidas em minha cegueira do contraditório. Indiretamente – e desta forma – deu-se a gestação da Academia Poética Brasileira, agregando poetas paranaenses, sem esquecer os maranhenses e somando a outros amigos artistas que povoam outras cidades brasileiras, até mesmo residindo em outros países. Acho que a partir daí, aconteceu o ‘start’, desse eloquente diálogo geracional com os indivíduos arrolados ao processo literário.
ROSSINI CORRÊA 08 - Como foi o processo de criação da Academia Poética Brasileira, com que agenda tem trabalhado e que universo ela tem alcançado no Brasil e fora dele?
Mhario Lincoln. Essa pergunta interliga-se diretamente à pergunta anterior, com pertinência à origem. Nosso plano tem sido divulgar, através de todos nossos canais virtuais, VídeosTV, Plataforma de Notícias e Radioweb, toda a obra produzida pelos membros da APB, além de participar de conferências poéticas nacionais e internacionais, interagindo com grupos de defesa da Paz Mundial. Tem sido muito dignificante obter tantas respostas positivas ao longo desses anos. Sugiro a leitura do texto assinado pela confreira Linda Barros nesse sentido, link a seguir: https://www.facetubes.com.br/noticia/1231/academica-e-escritora-
professora-e-atriz-linda-barros-escreve-sobre-a-academia-poetica-brasileira ROSSINI CORRÊA 09 - Odylo Costa, filho dizia que o primeiro ar que respiramos no mundo impacta e impregna a nossa existência para sempre. Qual a relação da tua poesia com a cidade de São Luís do Maranhão?
Mhario Lincoln. Acredito eu que São Luís entra nessa história como um instrumento participativo e complementar no meu processo criativo. Caso se observe a análise intrínseca da minha poesia, acredito chegar perto do conceito teórico da filosofia existencial-ontológica de Heidegger. É o caso do meu ‘eu-lírico’, novamente. O existencial pode perfeitamente ter a cidade encíclica como mote ou, o mais importante, a extração abrupta do todo existencial vivido na cidade, como uma forma de desvelar alguns sentimentos e atitudes que sempre acabam desembocando na minha angústia em forçar-me poeta, diante da vida. Contudo, acredito ser, ainda, a linguagem lírica, única reveladora do contexto abstrato dos seres humanos.
ROSSINI CORRÊA 10 - Tens o projeto de reunir em livro as tuas Poesias Completas, ainda que a obra constitua apenas uma primeira síntese de um processo de criação em plena marcha, da qual são esperados novos frutos e acontecimentos?
Mhario Lincoln. Na realidade, somente há uns dois anos decidi reunir alguma coisa que publiquei na internet, entre frases, poemas e sonetos. A esse agrupamento dei o nome de A BULA DOS SETE PECADOS, que já enviei para você ler e fazer alguns comentários que, com certeza, me serão importantes. Afora isso, meu romance O MARIA CELESTE está na gaveta há mais de 20 anos e não consigo reorganizá-lo. Todas as vezes que abro, acendem novas oportunidades de pesquisas e complementos. No primeiro texto que fiz, como já citei, o diretor do ‘Jornal Pequeno’, onde trabalhei desde os 14 anos, rasgou meu texto porque eu havia escrito uma “prosa poética, ao invés de um texto jornalístico”. No caso do meu romance, tento fazer exatamente o contrário. Livrar-me do texto meramente jornalístico e transformá-lo em algo próximo à linguagem romanceada. Tenho neste maio de 2021, 67 anos. Quem sabe ainda consiga realizar esse sonho. (Muito obrigado por suas inteligentes perguntas. Gostei demais).
1918 PACOTILHA – 1º de janeiro
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28 DE FEVEREIRO
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11 DE MAIO
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27 DE JUNHO
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FUNDAÇÃO DO INSTITUTO HISTÓRICO
Ano 1918\Edição 00159 (2)
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issuu VOLUME 56 – MARÇO DE 2021 MARANHAY - (Revista do Léo ) - 56 - março 2021 - EDUÇÃO ESPECIAL: ANTOLOGIA - MULHERES DE ATENAS by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 55 – MARÇO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, março 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 54 – FEVEREIRO DE 2021 MARANHAY (Revista do Léo) 54 - FEVEREIRO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 53 – JANEIRO 2021 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_53_-_janeiro_2021 VOLUME 52 –DEZEMBRO – 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maaranhay_-_revista_lazerenta_52__2020b VOLUME 51 –NOVEMBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maaranhay_-_revista_lazerenta_51__2020b/file VOLUME 50 – OUTUBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_50_-_2020b VOLUME 49– SETEMBRO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_49_-__2020_VOLUME 48– AGOSTO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_48_-__2020_bVOLUME 47– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_47_-__2020_VOLUME 46– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_46_-__2020_VOLUME 45– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_45_-__2020_-_julhob VOLUME 44 – JULHO - 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_44_-_julho__2020 VOLUME 43 – JUNHO /SEGUNDA QUINZENA - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_43_-segunda_quinzen VOLUME 42 – JUNHO 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_42_-junho__2020/file VOLUME 41-B – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41-b_-_maio___2020 VOLUME 41-B – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41-b_-_maio___2020
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