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HOMENAGEM PÓSTUMA A ARTISTA MARANHENSE ISABEL CUNHA MHARIO LINCOLN & SHARLENE SERRA
"A canção continua".
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MHARIO LINCOLN; SHARLENE SERRA Convidada Sharlene Serra presta homenagem póstuma a artista maranhense Isabel Cunha (facetubes.com.br)
Isabel Cristina da Cunha Rodrigues, cantora, compositora, artista plástica, atriz, bacharel em Filosofia, nasceu em São Luís do Maranhão, em 30 de dezembro de 1955. Dedicou sua vida ao magistério e às artes. Filha do escritor, jornalista e professor Carlos Cunha. Irmã da escritora, compositora e jornalista Wanda Cunha. Mãe das cantoras maranhenses Carol Cunha e Ana Tereza Cunha. Esposa e amiga do goiano Osvaldo Rodrigues há 39 anos. Espirituosa e afetuosa, Isabel era um exemplo de admiração e respeito para os irmãos, sobrinhos, tios, amigos, parentes e todas as pessoas com as quais convivia. Sua marca registrada era a alegria contagiante. Funcionária pública aposentada pelo Ministério da Fazenda e professora de Filosofia, Isabel Cunha, apesar de demorar a revelar ao público seu talento artístico, desde seus dez anos cantava nas festas familiares e estudava piano clássico. Na adolescência, abraçou o cavaquinho e, posteriormente, o ukulele e o teclado como seus instrumentos diletos. Na terceira idade, retomou aulas de cavaquinho, piano e canto na “Escola de Música Carol Cunha”. Dedicou-se, paralelamente, a artes plásticas e estava cursando a Escola de Formação para Atores de Cinema (EFAC), de Luís Mário Oliveira. Pela EFAC, Isabel gravaria um curta intitulado “Da Lata do Lixo”, no qual atuaria como atriz principal, cujo personagem seria uma professora de artes, de nome Plácida. A própria Isabel escolhera o nome da personagem, para homenagear sua mãe, a professora Plácida Cunha. Também, Isabel Cunha faria uma participação no filme Yolanda, com direção de Luis Mário Oliveira.
Como compositora, participou com Selma Melmonte, Carol Cunha e Wanda Cunha, da proposta para escolha do Samba Enredo da Turma do Quinto de 2020, destacando-se como as pioneiras na ala de compositoras daquela escola. Com as filhas, compôs músicas como O olhar na Janela, Comadre Vai, Meu coração já te esqueceu, Pega Ladrão, entre outras. Como cantora, Isabel fez sua primeira aparição nas redes sociais no clipe
“Louca Aventura”, interpretando a música de autoria da compositora maranhense Selma Melmonte. Em 2018 e 2019, ela gravou dois videoclipes, intitulados “Xote da Carangueja” e “A fé no amor virou feminicídio”, em parceria com a irmã Wanda Cunha, com a qual desenvolvia um projeto musical em combate à violência doméstica contra a mulher. Dessa parceria, nasceram inúmeras músicas, dentre as quais Penha Nele, Eterno Amor, Marido Aceso, Egoísmo, esta última lançada em março deste ano nas redes sociais, que elas compuseram quando ainda eram meninas. Isabel Cunha e sua irmã foram classificadas em vários festivais de músicas maranhenses e participaram de diversos shows, dentre os quais o PARA ELAS, do Projeto Pátio aberto, no Centro Cultural Vale do Maranhão, o Pocket show na Amei, para lançamento do clipe “A fé no amor Virou Feminicídio”, além de apresentações diversas no projeto Esquina da Arte. Em março de 2020, a dupla participou do show Mulheres na Roda de Samba, no Casarão Colonial e na Feirinha, no Samba Especial em homenagem às mulheres, a convite da cantora Anastácia Lia. As irmãs marcaram presença no Segundo Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba, em homenagem a Lecy Brandão; e no III Seminário Estadual de Combate ao Feminicídio, promovido pelo Estado do Maranhão em parceria com várias instituições. Durante a pandemia, elas participaram de duas edições do Projeto Conexão Cultural pela Secretaria de Cultura do Estado, por meio das quais lançaram nas plataformas digitais cerca de 05 shows. Sua música “Meu Coração Já te Esqueceu” fora classificada para o Festival de Música de Imperatriz.
MEU CORAÇÃO JÁ ESQUECEU – ISABEL CUNHA Ao você chegar de madrugada, Não me acorde, não fale nada. Deixe-me dormir. Nunca mais eu vou lhe esperar Nunca mais eu vou chorar De você eu desisti. Quero ser despertada pelos passarinhos Na janela me chamando Para um novo amanhecer. Unirei meu canto ao canto deles Sem saber quem é mais feliz: Se sou eu ou se são eles. Não vou mais malhar em ferro frio Porque a vida é só uma E é um grande desafio Se eu ganhei o prêmio do viver Vou fazer por merecer, Escolhendo os meus caminhos. Agora é tarde e Inês é morta E para mim o que importa é ser feliz Porque um amor malvado como seu Meu coração já esqueceu, esqueceu, esqueceu.
Em outubro do ano passado, Isabel Cunha, ao lado da filha Ana Tereza e da irmã Wanda Cunha, também prestigiou o lançamento da I Antologia “Toda Forma de Ser Mulher”, da Ajeb/MA, na praça dos Poetas, encantando os presentes com seu repertório musical e sua presença de palco. Dona de uma bela e afinada voz, Isabel Cunha, no fim de 2020, foi classificada para o Festival Canta São Luís, da Prefeitura Municipal de São Luís, realizado na Praça Maria Aragão. Isabel Cunha morreu no dia 8 de janeiro deste ano, vítima de covid, no auge de suas atividades artísticas, deixando vários sonhos interrompidos, dentre os quais a edição do videoclipe de sua música “Comadre Vai”, que estava em fase de conclusão do roteiro pela Empresa Caramuru. Foi uma trajetória breve para tantos sonhos.
A canção continua emocionada com a saudade contida na alma, entre
CERES COSTA FERNANDES
Arlete Nogueira da Cruz (Machado) faz 85 anos, gentil menina, não levemos em conta o enganoso calendário, passou levemente pelo tempo, do modo como perpassa por entre as gentes, com elegância e delicadeza. Quem tem o privilégio da sua convivência sabe que esta suavidade oculta uma vontade férrea, uma fé inquebrantável em seus objetivos, focados e realizados com método e denodo. Inda mais se disserem respeito à obra de seu amado companheiro, amor maior, que divide com o filho Frederico e os três netos, o seu universo de amores. Sem perder nunca, jamais a gentileza e o savoir faire, deve-se registrar. O lugar de nascimento de Arlete é emblemático, nasce na estação ferroviária de Cantanhede, município no interior do Maranhão, em 1936. Lugar de passagem. Cantanhede está posto entre a ferrovia e o Rio Itapecuru. O ir e vir de pessoas, pessoas chegando, pessoas partindo, pessoas de passagem, as despedidas comovidas, enriqueceram o imaginário da menina de viva inteligência que a tudo observava, ajudando-a a criar cenário mágicos, tipos e personagens. A memória do Rio Itapecuru vai repercutir fortemente na sua criação literária, mais diretamente, na fábula O Rio, escrita em 1967 e publicada somente em 2011, foi inspirada nos lugares, gentes, lendas, encantados e animais, que vivem e habitam no imaginário dos ribeirinhos do Rio Itapecuru da sua infância. A semente lançada no solo fértil brotou forte. Começou cedo a sua vida literária. De família com tradição em literatura – sua mãe, Enóy Nogueira da Cruz, que adotava o pseudônimo de Márcia Queiroz, era poeta e colaborava como cronista em jornais de São Luís, incentivava a filha nas lides literárias –, foi normal para Arlete o que era proibido a outras “moças de família” dos anos de 1950 e 60, escrever em jornal, a convivência com grupos de intelectuais e poetas que se reuniam para conversar sobre literatura e, também, por que não, beber. Arlete tudo acompanhava, não bebia cerveja, tiquira, absinto, bebia guaraná e bebia as palavras, os poemas. Participava das discussões literárias acaloradas, e, entre outras coisas, de como salvar o mundo, sempre perdido, sem remédio. A respeito destas tertúlias, Arlete revela: “início dos anos 60 ainda, os mais chegados a mim eram justamente, José Chagas, Antônio Almeida, Nauro Machado, Henrique Moreira Lima, Bandeira Tribuzi, Luís de Mello, José Maria Nascimento, Paulo Morais. Nas tardes de sábado, impreterivelmente, eu já podia esperar, lá vinham eles: Antônio Almeida, José Chagas com seu inconfundível saxofone, e Paulo Moraes, disposto a cantar e dançar [...] “De minha casa, o grupo saía para um barzinho que ficava ali perto, na Rua São Pantaleão, e uma vez insistiram tanto comigo que acabei indo com eles, dia em que fiquei a tomar um guaraná com Bandeira Tribuzi, que conseguiram também arrastar até lá, Tribuzi não bebia cerveja e morava perto de mim, numa porta e janela, na Rua da Inveja.” (Sal e sol, 2011). Tal como Lucy Teixeira e Dagmar Desterro, outros faróis em meio à literatura feminina maranhense, em outras décadas, era a única mulher do grupo. Arlete é uma das nossas grandes escritoras, uma escritora completa no seu amadurecimento pessoal e artístico. Prosadora, circula com o seu trabalho, tanto no ensaio literário (Sal e sol e Nomes e nuvens), quanto na prosa de ficção com seus romances, fábula e contos. Em 1961, Arlete Nogueira da Cruz lançava o romance A Parede, incentivada por Josué Montello, que, de tão cativado pela obra, “levou o livro para o Rio, andou com ele pela ABL, conseguiu editor, escreveu-lhe generosamente o prefácio e depois publicou uma crônica elogiosa no Jornal do Brasil” . Como nos conta a própria autora, em Sal e sol. A parede marca fortemente a carreira literária da escritora, dando-lhe o incentivo e o selo que sua criatividade pedia como prosadora, essas características continuaram reverberando em Cartas da paixão (ensaios), Compasso binário (romance), e Contos inocentes. Não se espere de Arlete uma prosa ou mesmo poesia de arroubos, e hermetismos, as emoções são delicadas, há um refinamento que se aproxima da singeleza e perfeito domínio da linguagem, em tudo perpassa a leveza e a elegância pessoais da escritora. Os romance e contos, colocam-se na categoria dos filosóficos, não fosse ela professora e mestra de Filosofia, focam mais no não dito, no universo interior dos personagens, e reflexões sobre o que é humano. Arlete diz que se considera mais prosadora que poeta, mas afirmo que ela brilha nos dois gêneros. Talvez o fato de ter vivido toda uma vida ao lado de um poeta exponencial como Nauro Machado, a tenha levado, de
certa forma, a minimizar o valor da sua obra, mas só A Litania da velha já bastaria para consolidar o seu lugar na poesia maranhense. Seguem-se Canção das horas úmidas e o encantador O quintal. Em Litania da velha, a protagonista, a Velha, é uma representação da própria cidade de São Luís. Cidade e pessoa se identificam marcadas pelo abandono e pela metamorfose do desgaste do tempo representado, metaforicamente, na cidade pelo salitre e desmoronamentos, e na velha pelos trapos que a vestem e os desgastados chinelos que arrasta. Arlete prosadora, poeta, administradora atuante de vários órgãos culturais do Maranhão, que mais nos apresenta? A outra faceta de Arlete é o seu compromisso de amor com Nauro e sua obra. Além de proporcionar condições para que ele criasse a sua poesia, ela dedicou e dedica grande parte de sua vida à organização e divulgação da obra de Nauro Machado, um poeta que ultrapassou as fronteira de nossa província e se tornou dos maiores do Brasil, seu marido e companheiro por mais de 44 anos. Após a morte de Nauro, seu trabalho se concentra na reunião e edição de seus inéditos, em número de seis, sendo que os dois primeiros, O pombo negro dos sobrados e Canções de roda nos pés da noite, já se encontram prontos para serem lançados, esperando melhores momentos. Não se pode pensar Arlete sem Nauro; não se pode pensar Nauro sem Arlete. Nestes 85 anos, estão de parabéns Arlete e a prosa e poesia maranhense.
NOTA COMPLEMENTAR DO EDITOR:
Arlete Nogueira da Cruz Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Arlete Nogueira da Cruz – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
Arlete Nogueira da Cruz (Cantanhede, 1936) é uma escritora[1] e poeta[2] brasileira. Iniciou seus estudos na cidade em que nasceu, Cantanhede, no interior do Maranhão. Aos 12 anos, sua família mudou-se para a cidade de São Luís, onde ela frequentou, entre outros, o Liceu Maranhense. Seu pai, Raimundo Nogueira da Cruz, foi agente da estrada de ferro, e sua mãe, Enoi Simão Nogueira da Cruz, autora de poemas e crônicas. Seu primeiro livro, A Parede, foi escrito quando tinha menos de vinte anos e obteve o 3o. Lugar no Prêmio Júlia Lopes de Almeida, da Academia Brasileira de Letras, em 1960, após ser inscrito naquele concurso pelo escritor Josué Montello[3] . Graduou-se em Filosofia na Universidade Federal do Maranhão e cursou Mestrado em Filosofia Contemporânea na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde defendeu dissertação sobre Walter Benjamin, intitulada Rastro e Ruína:experiência e vivência em Walter Benjamin. É professora aposentada da Universidade Federal do Maranhão, onde exerceu o magistério no Departamento de Filosofia. É viúva do poeta maranhense Nauro Machado, com quem foi casada por mais de trinta anos e teve um único filho. Litania da Velha, obra poética publicada no ano de 1976, é um de seus livros mais importantes. No mesmo, acompanha-se as andanças de uma mulher idosa e pobre pelo centro histórico de São Luís, bem como as reflexões da mesma sobre a vida, o abandono da cidade e a passagem do tempo. Em 1997, Litania da Velha se tornou um curta-metragem, agraciado com vários prêmios[4] . Obras • 1961 – A Parede • 1969 – Cartas de Paixão • 1972 – Compasso Binário • 1973 – Canção das Horas Úmidas • 1976 – Litania da Velha • 1998 – Trabalho Manual • 2000 – Contos Inocentes • 2003 – Nomes e Nuvens • 2006 – Sal e Sol • 2013 – O Quintal • 2017 – Colheita Referências 1. ↑ Academia Maranhense de Letras.
2. ↑ Poesia de Ibero-América. 3. ↑ Arlete Nogueira Blogspot. 4. ↑ Escritora Realiza Debate Sobre Litania da Velha. Ligações Externas • CORREA, Rossini. O Quintal e a Arte Poética In: O Estado do Maranhão. Data: 06 abril de 2017 • FURTADO, Maria Silva Antunes. Litania da Velha: a cidade e os esconderijos da memória. In: Revista
Garrafa 23. Data: jan-abr 2011. • O ESTADO DO MARANHÃO. A Colheita de Arlete Nogueira da Cruz. Data: 28 novembro de 2017. • FERREIRA, Màrcia Milena Galdez. Litania da Velha na Velha/Nova São Luís. In: Caderno da Pós de
Ciências Sociais-UFMA.São Luís, v. 1, n. 1, jan./jul. 2004 .
LINDA BARROS Professora e Atriz
Quando os raios de luz ainda refletem em seu rosto a cada dia, é sinal de que seu caminho continua sendo iluminado e que sua jornada será longa. E que não importam os traços que carregamos no rosto. Isso só representa o longo caminho percorrido até aqui. Os raios de sol, em sua profunda claridade, calor e sabedoria, trouxe-nos à luz uma das mulheres mais iluminadas pelos holofotes literários da atualidade - Dilercy Aragão Adler, uma mulher cuja jovialidade espelha-se em seu rosto e em seu punho sob a pena de suas obras e pesquisas literárias. Dona de um invejável arcabouço cultural, seja na poesia, seja na prosa, seu percurso literário perpassa e ultrapassa muitos chãos à fora levando-a ao glorioso campo da pesquisa. Dilercy é uma das maiores pesquisadora maranhense sobre a obra e vida de Maria Firmina dos Reis. Dilercy Adler nasceu em São Vicente Férrer. É Psicóloga _CEUB/DF), Doutora em Ciências Pedagógicas (ICCP/CUBA), Mestre em Educação (UFMA) e tem Especialização em Sociologia (UFMA) e Especialização em Metodologia da Pesquisa em Psicologia (UFMA). A psicóloga e escritora sabe bem como usar as palavras para descrever o ser humano, como podemos ver no texto citado que está inserido no livro Crônicas & Poemas Róseos-Gris, publicado em 1991, onde ela expõe sua eloquência com palavras para bem desenhar o ser,
Homem
Massa de músculos e força quanta potência emana do teu corpo teu corpo que me entontece estremece enlouquece mas também enternece com teu doce jeito de ser menino
Dona de uma vasta carreira literária, Dilercy é membro-fundador e ex-presidente da Academia Ludovicense de Letras -ALL, onde ocupa a cadeira número 08. Presidente Fundadora da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão de 1997 a 2017, atual Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil. É Senadora da Cultura do Congresso Internacional da Sociedade de Cultura Latina e Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, é também membro Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB, seccional Maranhão. Recentemente a Doutora em Educação foi eleita Membro Correspondente da Academia Vargem-Grandense de Letras. Em uma longa jornada, que seguramente não foi fácil, Dilercy Adler é autora de “Crônicas & Poemas RóseosGris”, (1991) ; ”Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário”, (1997); “Arte Despida” (1999); “Genesis-IV Livro” (2000); “Cinquenta vezes Dois Mil human(as) idade(s)” (2000); “Seme...ando dez anos” (2001); “Joana Aragão Adler: uma história de amor e de fé...uma história sem fim...” (2005); “Desabafos... flores de plástico... libidos e licores liquidificados” (2008); “Uma história de Céu e estrelas” (2010); “Poesia feminina: estranha arte de parir palavras (2010). Além dessas e tantas outras obras, a Escritora, Poeta, Antologista, Socióloga e Professora, é organizadora da Exposição poesia e fotografia-100 poemas-posters de 61 poetas maranhenses e Livro “Circuito de Poesia Maranhense” (1995/1996); ainda das Coletâneas Poéticas: “LATINIDADE-I, LATINIDADE-II, LATINIDADE III e IV da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão. Seguindo a cadência com as palavras, Dilercy é também autora de livros acadêmicos, como:
“Alfabetização & Pobreza: A escola comunitária e suas implicações”; Carl Rogers no Maranhão: Ensaios Centrados” (org.) 2003. “Tratamiento Pedagógico de los valores Morales: de la comprensión teórica a la práctica consciente” 2005, fazendo com que sua intrépida carreira literária seja ainda mais rica. Como palavras ao vento, a psicóloga e pesquisadora semeia seus versos e os joga ao mundo sem a menor preocupação de onde eles podem chegar ou a quem podem alcançar. Com seus olhinhos miúdos, Dilercy tem uma visão holística e da vida e do mundo que a cerca. Sem entremeios, “jogou” ao mundo inteiro seus versos livres e imaginários, pois ela plantou e colheu os melhores frutos ao longo de seus 70 anos, aos quais ela tem orgulho de mostrar à sociedade com muita longevidade, discernimento e poesia. Como ela mesma ressalta nos versos abaixo, Espalhem-se os poemas Por todos os cantos Do planeta Por todas as crateras Do solo lunar São tantos que não conto Nem dou conta De ganhar...
Versos esses que estão no poema “Plantando Poemas”, onde podemos constatar a existência da autora em somar e multiplicar suas palavras que muito tem a dizer sobre quase tudo, mas principalmente sobre sua própria existência. Para comemorar sua bela carreira Dilercy Adler foi contemplada com o 3º lugar no V Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho, promovido pela Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO). Em meio a esse vasto panorama literário de que faz parte, Dilercy Adler é pura singularidade e sensibilidade no trato com as palavras, o que a faz ocupar um lugar honroso e glamouroso do mundo da Literatura Maranhense Contemporânea.
ANTONIO AÍLTON Poeta, ensaísta
“Pouso no meu quintal, chamando-o de meu pelas pendências guardadas nas lembranças e injunções de um instante, avesso e conturbado, que reclamam e justificam essa apropriação”
(Rosas perfumadas e puras que tenho nas mãos são das mãos de minha mãe que acaba de entregá-las a mim.
As goiabas macias e doces que mastigo são as bênção de meu pai que me chegam neste encontro solitário de viagens)
Arlete Nogueira da Cruz, O quintal, 2014.
O fenômeno Arlete Nogueira da Cruz, poeta, romancista, ensaísta, filósofa, ainda não eclodiu à sua altura, à altura do merecido. Digo “fenômeno” não no sentido essencial à Filosofia (da qual Arlete, mestra em Walter Benjamin, já teve cátedra na Universidade Federal do Maranhão), mas naquele sentido mais comum à visibilidade e divulgação midiática. Isso, porém, ainda vai acontecer, mesmo que essa bela tecelã quase que do silêncio, essa extraordinária pessoa, mulher devotada à literatura, do alto de seus 85 anos, em sua extrema modéstia seja avessa a badalações e midiatices. Acontecerá porque, no fundo, sabemos que ela merece os mais exaltados reconhecimentos, e, sendo ela mesma um lume para este tempo, faz jus ao lugar que lhe diz respeito: o topo. Arlete é uma das poucas mulheres que teve um engajamento sólido, constante e permanente na poesia do Maranhão dos últimos 50 anos, senão mais! Isso seria o bastante para a importância do que construiu, encarnada em livros como a Litania da Velha, uma “obra-prima da literatura brasileira” (conforme Jorge Tufic e a nossa própria constatação), que teve primeira edição em 1996 – e não 1976, como ainda consta na Wikipedia –, a segunda em 1997, e uma edição comemorativa princeps, organizada por seu marido, Nauro Machado e seu filho, Frederico Machado, em 2002, também relançada em 2008 com edição reduzida); O quintal (2014) e Colheita (2017), livro que reúne produção poética desde Canção das horas úmidas, de 1973, além de alguns poemas inéditos de sua mãe, que também era poeta. Na verdade, porém, a literatura de Arlete se faz igualmente, ou até mais fortemente, na prosa, estreando ainda muito jovem com o romance A parede, em 1961, com a admiração de Josué Montello, e reconhecimento pela Academia Brasileira de Letras, ainda inédito, em concurso, no ano de 1960. Seu caminho na prosa se fará ainda com Cartas da paixão (1969) e a novela Compasso binário (1972), esses três livros foram reunidos em Trabalho Manual (1998); Contos inocentes (2000; 2001) e O rio (2012), sempre com a leveza característica da sua psicologia sutil e detalhista escritura, como se estivesse a fazer tecidos rendados com as palavras. Contos inocentes, por exemplo, é um daqueles livros que nos fazem lembrar não apenas a doçura e a luminosidade de uma Marina Colasanti (lembrando de que se trata de Arlete, que prefere a tênue realidade cotidiana aos mundos fabulosos) mas também a magistratura escritural de um Antoine de Saint-Exupéry, na medida em que seu público-leitor não se define por estação etária, porque essa prosa está aberta à entrada e ao entendimento de qualquer um, dos leitores de qualquer idade e escolaridade.
Quanto aos seus ensaios, o que encontramos neles é uma conversa. Aquela mesma que nos faz ficar encantados quando essa mulher simples, mas profundamente conhecedora da realidade cultural, social e literária do Maranhão, e dos meandros/bastidores da literatura brasileira, começa a narrar, explorar, analisar os fatos dos cenários de que conhecedora como conhecemos a experiência e o vivido. Os ensaios de Arlete têm aquele mesmo fundo de enredo e vivacidade de sua prosa. Assim encontramos um panorama do que foi a ascensão da modernidade literária maranhense em Nomes e Nuvens (2003), e trabalhos, análises mais pontuais, em Sal e Sol (2003), no qual a autora avança para abordagem visão de momentos e nomes mais recentes da literatura maranhense. Em sua vida pessoal, como grande articuladora, um dos maiores trabalhos de Arlete Nogueira da Cruz está naquela tessitura silenciosa que une os pontos soltos de um tempo, que agrega uma geração, e contribui de maneira definidora, para que ela se erga e deixe seu marco no mundo, numa cultura. É o empenho de concentrar esforços para que as letras de forma geral, o saber, a transformação aconteça não apenas a sua própria, no seu próprio âmbito, mas no âmbito de uma sociedade. Arlete pôde exercer esse papel fundamental não apenas porque esteve à frente do Departamento de Cultura do Maranhão, naqueles momentos-chaves de início e meados dos anos 1970, ou porque se tornou esposa daquele que, sendo, se tornaria um dos principais poetas maranhenses e brasileiros desses anos, Nauro Machado, mas porque sempre foi uma promotora e incentivadora pessoal daqueles que estiveram com ela, como o poeta José Chagas, José Maria Nascimento e tantos outros que surgiram na Ilha. E através dela também vinha a lume a próxima geração, pois é ela quem convoca, apoia e publica a famosa antologia do chamado Movimento Antroponáutica, formado pelos nossos hoje tão conhecidos Luís Augusto Cassas, Chagas Val, Raimundo Fontenele, Viriato Gaspar e Valdelino Cécio, que compunham a Antologia Poética do Movimento Antroponáutica (1972), a dedicada à pessoa de Arlete, inclusive. Não há dúvida, porém, que hoje podemos reconhecer toda uma abnegação, para além da dedicação dessa pessoa de aparência frágil, mas de alma tão obstinada, em dar a conhecer ao mundo a excepcional potência e valor poético daquele que foi seu marido, amigo e companheiro por toda uma vida, o imenso Nauro Machado. E não estamos falando aqui apenas dos anos de casamento, mas Arlete já era uma leitora de Nauro desde o Campo sem Base, do poeta, de 1958! Com a partida dele do plano físico, em 2015, Nauro deixou vários livros inéditos, cuja publicação tem sido objeto do cuidado incansável e diuturno dessa esposa. Em 2019, ela organizou uma obra monumental, com artigos, fortuna crítica e ensaios sobre o poeta, digitando, organizando pessoalmente todos os documentos esparsos, num trabalho de fôlego admirável, o Impressões sobre Nauro Machado (2019; 2020). Ficamos realmente impressionados com tanta força. Neste momento em que a escritora, poeta, ensaísta Arlete Nogueira da Cruz completa seus 85 anos, com tanta força e produção em vista, toda e qualquer homenagem se torna pequena ante o seu contido mas absoluto valor. Seu farol não está restrito àquela escrivaninha de labor do seu quarto, ele esplende para muitas rotas, para a minha geração, e será sempre lume para as gerações futuras.
ALBERICO CARNEIRO
Assim o Domínio Público tentava, através de um eufemismo e, ao mesmo tempo, de um sofisma, consolar o coração de uma esposa: “Por trás de um grande homem sempre existe uma grande mulher”. Era uma frase machista para consolar. Hoje, recorrendo à mesma Persona, podemos registrar, ao falar sobre uma distinta senhora: “Ao lado de um grande poeta coexiste uma grande escritora”. Sem dúvida já sabem que me refiro à prosadora e poeta Arlete Nogueira da Cruz Machado, esposa e viúva do saudoso Nauro Machado, poeta e prosador. É claro que cada um dos cônjuges se distingue por sua maneira peculiar de ser escritor, ambos com dicções diferentes e personalíssimas. Dentre tantos dados de sua biografia, escolho dois gestos, cuja grandeza está em recusar-se ao apelo de pôrse em evidência. Primeiro: Enquanto Nauro Machado viveu sua passagem física, ela, que poderia, não usou o nome de seu companheiro de jornada matrimonial, como sinete de seus escritos. Arlete foi sempre uma pessoa discreta, tanto que, somente após a morte do Poeta, num ato de extrema delicadeza, passou a pôr em sua identidade literária o autógrafo completo, a que o casamento lhe dera direito e que o companheiro não lhe negara, mas ao que ela de motu proprio abdicou, ao optar pela discrição. Segundo: O não haver, com a morte física de Nauro Machado, descontinuado a publicação de seus livros, inclusive já fez editar algumas peças póstumas do poeta com quem casou, conviveu e se fez digna de compreendeu e compartilhar a genialidade. Arlete fez editar uma mega obra que reúne a fortuna crítica de uma das maiores expressões e vozes do poema e da poesia do Maranhão e do Brasil, nos últimos 70 anos: Impressões Sobre Nauro Machado, uma obramarco, um legado histórico à cultura e à crítica literária maranhense e brasileira. No entanto, hoje me inclino para homenagear Arlete Nogueira da Cruz Machado, pelo 7 de maio de 2021, data em que ela, a pessoa, completou abençoados 85 anos, dos quais dedicou 6 décadas para hospedar a escritora que ela criou, como seu auter ego, que cultiva para assinar a sua obra literária, como romancista, contista, ensaísta, epistológrafa e poeta. Essa Persona homônima faz jus àquela que detém uma carteira de identidade e uma impressão digital poética, tanto na prosa, quanto nos poemas, que marcam, definitivamente sua passagem por este admirável planeta Terra. Nauro Machado sabia disso e era orgulhoso, em reciprocidade, respeito e reverência mútua. Arlete Nogueira da Cruz Machado, marca o seu tempo e a posteridade com o ouro da mimesis e oximoros. Das obras de Arlete, nos fala Sebastien Joachim, Doutor em Letras, canadense, e professor de Teoria Literária, da Universidade Federal de Pernambuco, desde 1979, ao assinar artigo sobre ela, publicado no JP Guesa Errante, Anuário 5, 2007, sob o título A Verdade do Ser em Arlete Nogueira da Cruz, em que enfatiza a riqueza da epifania e do insight. Dela também disse, no mesmo Suplemento Literário e Anuário, a escritora e professora de Teoria Literária da USP/SP, a saudosa Nelly Novaes Coelho, no artigo Resgate da” Presença” Perdida: “Litania da Velha – poesia em tom maior – ultrapassa os limites geográficos e histórico da matéria de seu canto e dá voz à universalidade da tragédia humana. É nessa direção – do individual ao universal – que vem se aprofundando a criação literária de Arlete Nogueira da Cruz, nestes trinta e cinco anos de atenta dedicação à literatura e à Cultura, desde o romance A Parede, nos idos de 1961”. A edição teve como título de capa, que assino em texto: Arlete Nogueira da Cruz: 70 anos de vida/45 de literatura. A mesma edição Guesa, sobre a escritora Arlete também hospeda um texto da Mestra em Teoria Literária e Psicanalista, professora Maria Sílvia Antunes Furtado, sob o título “Litania da Velha e Decadentismo: abrindo as portas do tempo”. Por 2003, orgulho-me da saudação que fiz à excepcional poeta Arlete Nogueira da Cruz, no JP Guesa Errante, por Litania da Velha, para mim uma obra-prima, com o ensaio A Odisseia: de Homero a Arlete Nogueira (ou de como Ulíssis, perdendo-se da rota da Ilha de Ítaca, desembarca disfarçado de mendiga no Porto do Itaqui). Saúdo uma pessoa exemplar, cuja Persona Poética é marcada por uma dicção rara no contexto da Literatura Brasileira.
Os longos versos de Litania da Velha têm passaporte com visto para travessia de fronteiras e diálogos com a posteridade, porque Arlete Nogueira da Cruz Machado sabe transformar o comum em excepcional ou o ordinário em extraordinário, conforme disse um filósofo.
PAULO RODRIGUES Professor de literatura, poeta, escritor e autor de O Abrigo de Orfeu (Editora Penalux, 2017); Escombros de Ninguém (Editora Penalux, 2018) e membro da Academia Poética Brasileira.
Por: Mhario LincolnFonte: Paulo Rodrigues Escritor e poeta Paulo Rodrigues versa sobre "Salgado Maranhão e a Cicatriz da Poesia do Século XXI" (facetubes.com.br)
“Vestígios de pólvora nas palavras. E quando há voz, é a cicatriz que canta”. (Salgado Maranhão)
Salgado Maranhão é filho de Caxias (MA), mas vive no Rio de Janeiro desde o ano de 1973. Fora publicado pela primeira vez na antologia Ebulição da Escrivatura (Civilização Brasileira, 1978). É autor de Aboio — ou saga do nordestino em busca da terra prometida (1984), O beijo da fera (1996) e Solo de gaveta (2005). Ganhou o prêmio Jabuti (com Mural de ventos, em 1999) e o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras (2011, com A cor da palavra). Lançou, em 2017, pela Editora 7 Letras, o livro A Sagração dos Lobos que reafirma a inventividade, a força da sua voz e a alta capacidade de preparar os sabores da linguagem. Seus poemas foram traduzidos para o inglês, italiano, francês, alemão, sueco, hebraico e o japonês. Como compositor, tem gravações e parcerias com grandes nomes da MPB, como Alcione, Ney Matogrosso, Dominguinhos, Paulinho da Viola, Ivan Lins e Elba Ramalho. A primeira letra do Salgado a fazer sucesso nacional foi Caminhos de Sol, que ele próprio comenta na Revista Revestrés (em março de 2017): “Numa tarde ensolarada – tipicamente carioca – atendi ao telefonema do compositor Herman Torres, que me convocava, às pressas, para ir à sua casa ajudá-lo a compor uma canção a fim de reconquistar sua mulher, que tinha ido embora. Em 30 minutos nasceu “Caminhos de Sol”, que, milagrosamente, cumpriu sua missão. A música foi um sucesso absoluto na voz de Zizi Possi, e – mais tarde – com o grupo Yahoo virou tema da novela “A Viagem”, da TV Globo”. Por incrível que pareça não irei abordar nenhum texto consagrado do poeta, ora estudado. Ele reúne poemas novos para organizar um novo trabalho. Coletei no Facebook, partilhado no dia 31 de julho de 2019, portanto muito recente, o poema “Tigres”:
Vejo que nos vês, agora. Foram cinco séculos entre a Senzala e a Casa Grande. Cinco duros séculos carregando fezes de tua alcova; lavando o sangue do teu mênstruo.
Morreram sem promessa os nossos ancestres; cresceu sem nome a nossa linhagem.
E continuamos. Lavados em nove águas, com a branquíssima flor dos dentes para sorrir.
A poesia do Salgado Maranhão nunca esqueceu o som de um reino chamado Congo. No Mapa da Tribo há um culto aos ancestrais, que nos chama para refletir sobre o universo da cultura afro-brasileira. Aliás, todo o tecer poético salgadiano incendeia a desobediência, de um bom capoeirista. Tigres não é um canto. É denúncia. Grito sufocando as correntes, enterradas no chão. No início, uma voz alforriada, esquece a mitologia e os orixás para despir a sociedade escravista, em nosso país:
Vejo que nos vês, agora. Foram cinco séculos entre a Senzala e a Casa Grande. Cinco duros séculos carregando fezes de tua alcova; lavando o sangue do teu mênstruo.
Vivemos num país escravista desde o zero ano de sua fundação. Dominamos o tráfico de homens e mulheres negras. Sem piedade, o colonizador aprendeu a bater e humilhar os que foram arrancados da Costa da Guiné, da Costa da Angola e da Costa da Mina. Não tinham alma, dizia a Santa Igreja. Por isso, “os cinco duros séculos carregando fezes”. O poeta consegue, com um golpe, retirar o mito da democracia racial, entre nós. Em seguida, Salgado Maranhão diz que nunca existiu solidariedade e irmandade com os homens afrobrasileiros. Relendo o discurso sociológico de Jessé Souza, pesquisador contemporâneo, autor de A Elite do Atraso da Escravidão a Bolsonaro encontro: “a condição de não humanidade dos escravos não permitia que eles acessassem algum direito ou tivessem participação social, portanto, a eles era renegado qualquer tipo de dignidade ou reconhecimento”. Salgado segue a vigília:
Morreram sem promessa os nossos ancestres; cresceu sem nome a nossa linhagem.
Morreram mesmo, poeta, sem nome e sem promessas. O mais trágico é que continuam morrendo homens e mulheres negras (invisíveis). Pesquisa do Atlas da Violência 2018, ligado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que setenta e um por cento dos assassinados por ano são pretos. Há uma guerra de cor, entre nós. O Prof. Doutor José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, disse em conferência que fez na Academia Brasileira de Letras (06/06/2019): “lutamos para tonar legal a cota de dez por cento de alunos negros nas universidades federais. Queríamos dar oportunidade intelectual aos nossos irmãos excluídos historicamente. Observem o seguinte aspecto. Só no Rio de Janeiro tivemos quatrocentos mandatos de segurança contra as cotas”. A exclusão continua na perversão histórica, da república antidemocrática do Brasil. Salgado Maranhão é universal. Um ser que ganha o mundo através da poesia. Mas nunca esqueceu os espaços de ‘ajuda mútua’ como meio para conquistar a liberdade. Enfim, um tigre com flores nos dentes para sorrir e morder.