2 minute read
Comentários
A experiência prática é um ponto de crucial importância para a formação dos arquitetos e arquitetas. Saber fazer auxilia o processo de projetar e a nossa escola carece desse espaço onde aconteçam atividades práticas regularmente, e essa lacuna é sentida pelos estudantes: a maioria deles busca a disciplina ARQ-142 por essa razão. Os ateliês de projeto podem se
envolver e estimular o projeto a partir da prática.
Advertisement
Para o aprofundamento das técnicas construtivas com terra e materiais naturais, a prática se faz essencial, e a implementação de um Canteiro pode vir a auxiliar essa formação na Escola de Arquitetura. As atividades que realizamos com esses materiais foram muito importantes, mas ainda pouco aprofundadas, não sendo suficientes para formar profissionais no assunto.
O espaço formal dedicado ao Canteiro ainda não existe na FAUFBA. Termos um espaço apropriado onde possamos aprofundar as pesquisas, desenvolver protótipos, guardar ferramentas, realizar testes, é fundamental para consolidar a disciplina na faculdade.
Por ser um espaço que demanda compra de materiais e ferramentas, é muito importante que haja uma destinação de verba semestral para o seu desenvolvimento. A partir de uma melhor estruturação, mais disciplinas de práticas poderão ser ofertadas, com mais vagas, maior disponibilidade de horários, possibilitando que mais estudantes participem e mais professores se envolvam.
O espaço do canteiro pode promover interação com muitas discipli-
nas e cursos. A interação com a comunidade externa a partir de atividades de extensão poderia ser melhor aplicada e fortalecida nesse contexto.
A vida brotando na parede, de hiperadobe, em construção. “É verdade que em muitos lugares o Éden está enterrado e esquecido, mas o jardim pode ser restaurado. Onde quer que haja terra sem uso, mal utilizada ou exausta, o Éden ainda está ali embaixo.
“Só que nós não íamos querer escavar a terra para lhe devolver a vida, nem tentar recriar o Éden a grandes pazadas. Não, não. Não importa o tamanho do jardim- seja ele de um côvado por um, tenha ele campos tão imensos que não se veja o fim-quando se está plantando direto; deve-se afagar a terra, sem parar, remexendo pequenos punhados dela. Ser delicado. Ser econômico. Não tirar enormes pazadas para terminar o trabalho mais rápido. Como na hora de derramar o leite sobre a farinha, não se joga todo o leite de uma vez. Não, com delicadeza derrama-se um pouquinho, mexese um pouquinho, derrama-se um pouco mais, mexe-se um pouco mais, e é assim que se deve tratar a terra, com consideração, com presença de espírito.” Clarissa Pinkola Estés (2015)