CAPÍTULO 6
AS RUÍNAS DO PANÓPTICO: POLICIAMENTO E SOCIEDADE NO PARÁ (1850-1889)
Anderson Alexandre Cruz Vilhena1
Introdução
A
acumulação de capital, possibilitada pela exploração do látex amazônico, aliada à ampliação da estrutura de navegação – especialmente a vapor – que a sua extração propiciou, foram fatores que inseriram a Amazônia no circuito internacional de trocas desse período2. Esse processo também abriu a sociedade paraense para a construção da dependência do capital comercial e à hegemonia do modelo social da burguesia liberal. Se, por um lado, a alternativa ao desenvolvimento econômico capitalista era o atraso e o enfraquecimento, por outro, realizar o programa econômico e institucional burguês significava negociar com uma oligarquia tradicional ligada diretamente a estruturas econômicas regionais3. É nesse contexto que o presente trabalho aborda o Corpo de Polícia paraense como um facilitador para a análise do policiamento nas últimas décadas 1 2 3
Doutorando em História Social da Amazônia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), membro do grupo de pesquisas Militares, Política e Fronteiras na Amazônia. Pesquisa com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). MOURÃO, Leila. Memórias da Industria Paraense. Anais do XII Congresso Brasileiro de História Econômica e 13ª Conferência Internacional de História de Empresas. Niterói: Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica, 2017. p.10
HOBSBAWM, Eric J. A Era do Capital 1848-1875. 15ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011. p. 377.