02 de setembro de 2014

Page 1

SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 02 DE SETEMBRO DE 2014

FAÇA PARTE DESSE TIME ASSOCIE-SE (WWW.OESC.ORG.BR)

1


Balança fecha agosto com superávit de US$ 1,168 bi Fonte: Portal Economia SC 01 de setembro de 2014 às 17h 36 A balança comercial brasileira teve superávit (exportações maiores que importações) de US$ 1,168 bilhão em agosto. Trata-se do sexto resultado positivo consecutivo em 2014.Os dados foram divulgados nesta terça-feira, dia 1º de setembro, pelo Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e de Comércio Exterior. O resultado deveu-se a US$ 20,465 bilhões em exportações e US$ 19,297 bilhões em importações. Apesar de positivo, o saldo de agosto é o menor para o mês desde 2001, quando houve superávit de US$ 634,2 milhões. No acumulado do ano, a balança está superavitária em US$ 249 bilhões. De janeiro a agosto de 2013, havia déficit de US$ 3,7 bilhões. Do lado das exportações, a média diária, que corresponde ao volume negociado por dia útil, ficou em US$ 974,5 milhões, 0,1% superior à registrada em agosto de 2013 e 2,6% menor que a de julho deste ano. Nas importações, a média ficou em US$ 918,3 milhões, 0,1% superior à do mesmo mês do ano passado e 1,5% inferior à de julho de 2014. Os principais responsáveis pelo aumento da receita com exportações em agosto foram os produtos manufaturados, cuja média diária negociada cresceu 3,8% ante o mesmo mês do ano passado. O item de maior valor foi uma plataforma de extração de petróleo, cuja negociação somou US$ 1,1 bilhão. A operação envolvendo a plataforma é considerada exportação ficta, sendo registrada como exportação sem que o produto deixe o território brasileiro. Ainda nesse grupo, aumentaram os ganhos com laminados planos, óleos combustíveis, tubos de ferro fundido, óxidos e hidróxidos de alumínio, polímeros plásticos, máquinas para terraplanagem e medicamentos. No grupo dos básicos e semimanufaturados, houve queda da média diária, respectivamente de 3,3% e 1,8%. Na categoria dos itens básicos, diminuíram ganhos com milho em grão, minério de ferro, soja em grão e fumo em folhas. Já nos semi-industrializados, retrocedeu a arrecadação com açúcar bruto, celulose e alumínio bruto. Do lado das importações, cresceram as aquisições de combustíveis e lubrificantes (30,6%), mas caíram as compras brasileiras de bens de consumo (8,2%), bens de capital (7,3%) e matérias-primas e intermediários (1,1%). (Agência Brasil)

Balança comercial tem pior o resultado para agosto desde 2001 Fonte: Folha de São Paulo Online RENATA AGOSTINI de BRASÍLIA01/09/2014 15h51 As exportações de agosto superaram as importações em US$ 1,2 bilhão, o pior resultado para o mês desde 2001, informou nesta segunda-feira (1) o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). O resultado da balança comercial foi possível graças à exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,1 bilhão. Trata-se de uma exportação artificial, já que a venda é registrada, mas o equipamento não chega a sair do país. A empresa exportadora recorre à operação para obter vantagens fiscais. Apesar de baixo para o mês, o resultado garantiu saldo positivo no ano para a balança comercial, que agora apresenta superávit de US$ 249 milhões. 2


É um avanço expressivo frente ao ano passado. De janeiro a agosto de 2013, houve déficit de US$ 3,8 bilhões. PETRÓLEO O desempenho de agosto também foi impulsionado pelo aumento nas vendas de petróleo, que somaram US$ 1,5 bilhão, alta de 43%. As exportações em agosto chegaram, assim, a US$ 20,5 bilhões, aumento de apenas 0,1% frente ao mesmo período do ano passado pela média diária. Já as importações foram de US$ 19,3 bilhões, queda de 0,1% em relação ao mês de agosto de 2013. O aumento das vendas do combustível fóssil também foi o responsável pelo bom resultado das exportações em julho, que superaram as importações em US$ 1,6 bilhão, o segundo melhor resultado mensal do ano para a balança comercial. Além da venda de óleo, o resultado de julho foi ajudado pela venda "artificial" de uma plataforma de petróleo para Cingapura, no valor de US$ 866 milhões. DESTINOS Em agosto, as vendas para a Argentina, terceiro maior comprador de produtos brasileiros, seguiram em queda. O Brasil vendeu US$ 1,2 bilhão ao país, uma queda de 33% frente ao mesmo mês do ano passado. De janeiro a agosto, a redução é de 23%. No acumulado do ano, também há queda para União Europeia (-3,3%), África (-14,5%) e Oriente Médio (-1,4%). Houve aumento das exportações para a China (+0,9%) e Estados Unidos (+11,3%). PRODUTOS No mês passado houve aumento nas exportações de manufaturados ante agosto de 2013. Já as vendas de semimanufaturados e o básicos caíram. As importações de combustíveis e lubrificantes subiram, mas houve redução das compras externas de bens de capital, matérias-primas e intermediários e bens de consumo.

Previdência privada aberta arrecada 7,4 bi Fonte: Portal Economia SC 02 de setembro de 2014 às 09:36 O mercado de planos de previdência complementar aberta fechou o mês de junho com R$ 7,4 bilhões em novos depósitos, registrando alta de 42,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando ingressaram R$ 5,2 bilhões no sistema. No acumulado do semestre, captação tem ritmo menor que em 2013. Dos R$ 7,4 bilhões arrecadados no mês de junho pela previdência complementar aberta,os planos individuais responderam pela maior fatia, totalizando R$ 6,4 bilhões em novos ingressos, alta de 41,12% frente a junho de 2013. Os planos empresariais, por sua vez, registraram R$ 869,2 milhões em novos depósitos, crescimento de 55,45% frente aomesmo mês do ano anterior. Já o volume de novos aportes nos planos para menores obteve alta de 17,52% e resultou em R$ 152 milhões arrecadados. No acumulado do semestre, o desempenho andou no sentido contrário e o crescimento foi menor que o verificado em 2013. De janeiro a junho deste ano, ingressaram no sistema R$ 37,5 bilhões em novos depósitos, valor 2,88% inferior aos R$ 38,7 bilhões registrados em igual período do ano anterior, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), que representa 75 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país. “O resultado do mês mostra que superamos a contração experimentada em junho do ano passado no auge da volatilidade do mercado, ocasionada por mudanças nas regras de alocação de recursos das carteiras, que desagradaram e assustaram os investidores”, diz Osvaldo 3


Nascimento, presidente da FenaPrevi. “No mês a mês já notamos recuperação e a pior fase já passou”, avalia o executivo. Nascimento, entretanto, diz que ainda não é hora de comemorar. Segundo o executivo, o menor crescimento no agregado do semestre ainda inspira cautela e mostra que o baixo crescimento da economia este ano afetará o desempenho do setor. “O setor vem retomando seu desempenho, entretanto, para que possa voltar aos patamares históricos há relação direta com o desempenho da economia brasileira, em especial no que se refere a crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e estabilidade no nível de emprego”, diz Nascimento. Especificamente com relação a previsibilidade de regras, o presidente da FenaPrevi ressalta que “o foco do setor tem sido sempre voltado à educação financeira, na linha de permitir que o consumidor cada vez mais identifique melhor o tipo de produto adequado as suas necessidades”. Desempenho junho Com o desempenho dos planos de caráter previdenciário em junho, a carteira de investimento fechou junhocom R$ 401 bilhões, expansão de 12,14%. A captação líquida (diferença entre arrecadação e resgates) também fechou o mês com saldo positivo de R$ 4,5 bilhões. Na análise por tipo de produto, a carteira de investimentos do VGBL passou de R$ 226,6 bilhões em junho de 2013 para R$ 266 bilhões em junho de 2014 (alta de 17,41%). Já a carteira do PGBL cresceu de R$ 76 bilhões para R$ 83,4 bilhões (alta de 9,8%), no mesmo período. A carteira dos planos tradicionais, por sua vez, registrou R$ 50,8 bilhões em junho, enquanto que no mesmo mês do ano anterior R$ 51 bilhões (-0,44%). As informações da FenaPrevi mostram, ainda, que o sistema possuía, em junho, 2.812.752 adesões a planos empresariais (estoque e não novos entrantes) e 10.081.808 planos individuais contratados, estes últimos, por 8.383.602 pessoas (quantidade de cpf’s). Em junho, 101.963 pessoas usufruíram benefícios (aposentadorias complementares, pecúlios, por morte e por invalidez, e pensões, por morte e por invalidez). Resultado no primeiro semestre No primeiro semestre o setor arrecadou R$ 37,5 bilhões, apresentando um leve recuo de 2,88% frente ao mesmo período em 2013, quando foram computados R$ 38,7 bilhões em novos depósitos. A captação líquida do período foi de R$ 17,1 bilhões, volume 12,93% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Na análise por modalidade de plano de caráter previdenciário, os planos empresariais foram o destaque no período, com arrecadação de R$ 3,9 bilhões, representando alta de 20,35% no primeiro semestre contra igual período do ano anterior. Os planos para menores, por sua vez, registaram expansão de 11,17% (R$ 934,6 milhões em novos depósitos). Já os planos individuais fecharam o semestre com R$ 32,6 bilhões de novos ingressos, volume 5,45% menor que os R$ 34,5 bilhões registrados entre janeiro e junho do ano passado.

Grãos e preço das carnes sustentam balança Fonte: Folha de São Paulo Online 02/09/2014 01h30 Os produtos básicos, apesar das exportações menores do país, continuam com saldo positivo. Grãos e carnes sustentam esse superávit. As receitas com grãos sobem porque há um aumento no volume exportado, mas os preços caem. Já no setor de carnes, os preços sobem, mas os volumes de alguns itens, como frango, caem. 4


A soja continua líder absoluta, com receitas de US$ 21,4 bilhões até agosto, uma alta de 9,6% no período. Já o complexo soja (soja em grãos, farelo e óleo) soma US$ 27,2 bilhões, 9,7% acima de 2013. Um dos motivos desse avanço é o recorde no volume de exportações de soja em grãos. Mas os preços da oleaginosa recuaram 4% em agosto, ante igual mês de 2013.

No setor de carnes, o bom momento da balança vem dos preços. Os dados da Secex apontam que o valor da tonelada da carne suína está 37% acima do de há um ano. O valor da tonelada de carne bovina subiu 13% nesse período, enquanto o da de frango recuou 5%. Esse aumento de preço fez com que as receitas deste ano subissem para US$ 9,21 bilhões no setor de carne "in natura", 3,5% acima do de igual período anterior. Os dados da Secex apontam, ainda, outros dois itens com boa evolução nas receitas deste ano: café e boi vivo. No primeiro caso, os preços em alta permitiram receitas de US$ 3,6 bilhões, 20% mais do que nos oito primeiros meses do ano passado. Já a exportação de gado vivo avançou tanto que esse item entrou na lista dos principais produtos exportados. Nos oito primeiros meses deste ano, as receitas com as vendas externas de boi em pé somaram US$ 505 milhões, 24% mais do que em 2013. Os outros dois itens importantes da balança comercial brasileira -petróleo e minério- tiveram comportamentos bem diferentes. As exportações com minério recuaram para US$ 18,1 bilhões, 9,5% menos do que em 2013, enquanto as receitas com petróleo subiram 56%, para US$ 10,9 bilhões, apontam os dados da Secex.* Biodiesel O Senado vota hoje (2) a medida provisória que institui a mistura de 7% de biodiesel em todo o diesel B consumido no Brasil. A aprovação reduziria em R$ 2 bilhões os gastos com importações de diesel fóssil, segundo a Abiove. Carbono A CNA e a Basf lançam um site para auxiliar produtores a avaliar modelos agropecuários sustentáveis do Programa de Agricultura de Baixo Carbono. A consulta pode ser feita no site www.agrosustenta.com.br. De olho no futuro A Bayer CropScience avalia até sexta-feira (5), em encontro de produtores brasileiros na Alemanha, as perspectivas para o agronegócio. O foco do encontro, que ocorre há três anos, é apoiar o desenvolvimento do setor no Brasil. Divisas As exportações do complexo soja deverão ficar próximas de US$ 30 bilhões, inferior aos US$ 31 bilhões de 2013, segundo a Abiove. As quedas deverão ocorrer em todos os itens do setor, mas serão mais acentuadas em farelo e óleo. Produção gaúcha O Rio Grande do Sul deverá plantar uma área de 7,2 milhões de hectares nesta safra de verão, com produção prevista de 27,7 milhões de toneladas. A área cresce 1,5%, e o volume produzido, 2,8%. 5


Arroz Um dos principais produtos do Rio Grande do Sul, o cereal deverá somar produção de 8,5 milhões de toneladas, 2,4% mais do que em 2013/14. Os dados são da Emater/RS-Ascar. SOJAÁrea de plantio vai a 31 milhões de hectares. O país deverá semear 31,2 milhões de hectares na safra 2014/15, com aumento de 4% em relação à anterior. Ao atingir essa área, a produção poderá atingir 91,4 milhões de toneladas, segundo estimativas da consultoria Céleres. Mato Grosso lidera com 8,8 milhões de hectares.

Indústria cresce 0,7% em julho, mas não reverte tendência de queda no ano Fonte: Folha de São Paulo Online PEDRO SOARES do RIO02/09/2014 09h55 A produção industrial do país em julho cresceu 0,7% na comparação com o mês anterior. O desempenho foi melhor do que a contração de 1,4% em junho ante maio e interrompeu cinco meses consecutivos de queda. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta terçafeira (2). Na comparação com julho de 2013, o índice ficou negativo em 3,6%. Com esse resultado, a indústria acumulou uma perda de 2,8% neste ano. A taxa em 12 meses encerrados em julho registrou queda de 1,2%. O resultado de julho ficou acima das expectativas do mercado. Pesquisa da agência Reuters mostrou que a mediana das projeções na comparação com junho era de alta de 0,50%. Na relação anual, a mediana das estimativas era de perda de 3,70%. TENDÊNCIA DE QUEDA A melhora no mês, no entanto, não inverte a tendência de deterioração da indústria neste ano. Nos cinco meses em retração (fevereiro a junho), o setor, um dos mais importantes da economia devido a seu encadeamento com serviços e agropecuária, somou uma perda de 3,5%. A leve retomada em julho decorreu especialmente diante de forte desempenho dos chamados bens duráveis, com alta de 20,3%, impulsionada pelo aumento da produção de veículos após meses de fraco dinamismo, demissões e férias coletivas em montadoras. Foi a maior alta desde janeiro de 2009, quando havia sido de 26,1%. Segundo a Anfavea (associação das montadoras), a indústria automotiva se recuperou em relação ao mês de junho, produzindo 17% de veículos a mais do que em relação ao mês, mas não o suficiente para reverter o quadro do ano. Na comparação com julho de 2013, a Anfavea aponta queda de 20,5%, somando 252,6 mil automóveis, o pior resultado para o mês desde 2006. Também ajudou a retomada da produção de bens de capital (máquinas e equipamentos na produção de bens, na infraestrutura e na oferta de serviços, como transporte). A categoria apresentou alta de 16,7%, o melhor resultado desde janeiro deste ano. SETORES Pelos dados do IBGE, a alta em julho foi generalizada: 20 dos 24 setores pesquisados produziram mais do que em junho. De um mês para outro, os destaques positivos ficaram com informática e eletrônicos (44,1%), veículos (8,6%) e outros equipamentos de transporte (31,3%) os dois últimos foram puxados por automóveis e motos, respectivamente. Já as quedas mais expressivas foram registradas por alimentos (6,3%) e refino de petróleo e álcool (2,6%) esse sob impacto da parada de refinarias da Petrobras por causa de acidentes e manutenção. MOTIVOS Para André Macedo, gerente da pesquisa de Indústria do IBGE, os resultados de julho foram turbinados por dois motivos: uma recuperação "natural" após cinco meses de fraca produção e o fato de julho não concentrar tantos feriados devido ao fim da Copa do Mundo. 6


"O que vemos é um quadro de espalhamento do crescimento da indústria, que ocorre após um longo período de baixa. Outro fato é que tivemos um julho 'mais gordo', com mais horas destinadas à produção." Apesar da retomada, os bens duráveis, por exemplo, não recuperam a perda de quatro meses sucessivos de retração (março a junho), quando acumulou uma queda de 30,9%. O mesmo ocorre com bens de capital: a expansão de 16,7% em julho não zera a retração de 19,2% somada também de março a junho. Para Macedo, a indústria ainda sofre com a maior concorrência de importados, crédito em condições menos favoráveis, juros maiores e consumo em desaceleração. Esses fatores, diz, se traduzem em estoques mais elevados. Com muitos produtos armazenados e sem a saída esperada, a decisão dos empresários é conter a produção e desovar seus estoques. NO PIB A ligeira recuperação veio após o baixo desempenho do PIB, que caiu 0,6%segundo trimestre. Como o resultado do primeiro trimestre foi revisado para queda de 0,2% (contra alta de 0,2% informado anteriormente), segundo parte dos economistas, o país entrou em recessão técnica. A indústria e os serviços ditaram o tombo do PIB do primeiro para o segundo trimestre, com quedas de 1,5% e 0,5%, respectivamente. Sob o prisma da produção, a indústria sente os reflexos do menor consumo e a competição cada vez maior com produtos vindos do exterior. Até mesmo os serviços, que sustentavam o PIB, já mostraram contração na esteira da crise da indústria (que contrata serviços de transporte, consultorias, empresas de terceirização e outros) e do consumo dos lares do país.

Análise: Tripé da economia precisa de uma reforma Fonte: Folha de São Paulo Online BRÁULIO BORGESDE ESPECIAL PARA A FOLHA02/09/2014 01h30 Diante dos resultados econômicos ruins nos últimos anos, tem sido cada vez mais frequente o clamor por um "resgate" do chamado tripé de política macroeconômica, introduzido em 1999 e consubstanciado no sistema de metas de inflação, no regime de câmbio flutuante e em uma política fiscal compatível com a sustentabilidade da dívida pública. "Resgate", porque esse tripé teria sido excessivamente flexibilizado nos últimos anos a inflação ficou sistematicamente mais perto do teto do que do centro da meta, o câmbio não seria mais flutuante e a política fiscal perdeu grande parte de sua credibilidade, em meio a manobras contábeis cada vez mais frequentes e nebulosas. O pedido por um resgate parte do pressuposto de que o sistema de metas de inflação em sua acepção mais "puro-sangue" já entregou, no passado, resultados econômicos bem melhores. Diante disso, é mandatório olhar para os números: a tabela acima apresenta a evolução de alguns agregados macroeconômicos segmentados em três grandes períodos. De cara, chama a atenção o fato de que, no período de 16 anos compreendido entre 1999 e 2014, a inflação medida pelo IPCA foi igual ou inferior ao centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional em apenas 4 (ou 25% do total). Mesmo em sua "época de ouro" (2004 a 2008), o regime de metas de inflação brasileiro só foi exitoso em 2 dos 5 anos e a inflação média anual nesse período foi 0,7 ponto percentual superior ao centro médio da meta.

7


A tabela apresentada acima escancara o principal fator que permitiu esse maior êxito (apenas relativo) do sistema de metas em 2004-2008: a valorização cambial de cerca de 40% observada no acumulado desse período. Tivesse o R$/US$ ficado estável entre o final de 2003 e o final de 2008, a alta média anual do IPCA em 2004-2008 teria sido de cerca de 6% mesmo patamar de alta média anual que teria mostrado em 2009-2014 caso o R$/US$ não tivesse se depreciado em quase 25% no período (sobretudo de 2012 em diante). Ou ainda: tivesse o R$/US$ se valorizado em outros 40% entre 2009 e 2014, o IPCA médio anual nesse período teria ficado próximo de 5% anuais (e não em 5,8%). Quando o assunto é crescimento do PIB, a comparação entre as taxas de expansão do produto global e brasileiro entre esses três períodos deixa clara que a influência direta e indireta do ciclo econômico global foi muito importante para explicar o forte crescimento da economia brasileira em 2004-2008 comparativamente a 1999-2003 e a 2009-2014. O crescimento mais forte de nossa economia em 2004-2008 só não gerou aceleração da inflação ante 1999-2003 por causa da valorização cambial e da reversão dos resultados da conta corrente brasileira (de um superávit de quase 1% do PIB em 2003 para um déficit próximo a 2% do produto em 2008). Feitas essas constatações, a questão que se coloca é se realmente faz sentido demandar um mero resgate ou se não seria mais pertinente falar em uma reforma do arcabouço de política monetária -até mesmo porque, desde 2007/2008, têm sido cada vez mais frequentes as críticas de vários economistas (no mercado e na academia) ao sistema de metas de inflação. Uma proposta recente bem fundamentada teoricamente, apresentada pelos economistas Jeffrey Frankel e Pranjul Bhandari, chamou-me a atenção. Eles apontam que as economias emergentes deveriam considerar a adoção de metas de crescimento nominal para o PIB. Segundo eles, essa meta alternativa tem claras vantagens comparativamente à meta de inflação, dentre as quais se destacam: 1) menor risco de descumprimento da meta (e de perda de credibilidade da política monetária), já que a variação do PIB nominal combina duas variáveis (crescimento real do PIB e inflação) que podem caminhar em sentidos opostos diante de choques; e 2) maior maleabilidade para absorver choques de oferta e de mudanças de termos de troca (fenômenos bem mais frequentes em economias emergentes do que nas centrais), reduzindo o espaço para reações pró-cíclicas. Nesse contexto, a definição de uma meta de crescimento nominal do PIB me parece ser um aprimoramento de política econômica mais interessante do que um mero "resgate"...

BRÁULIO BORGES é economista-chefe da LCA Consultores Fonte: Folha de São Paulo Online 02/09/2014 01h30 Por força da profissionalização das campanhas, debates entre postulantes a cargos públicos de relevo com frequência se resumem a conhecidas fórmulas capazes de anular confrontos reais entre os candidatos. Por força das circunstâncias, contudo, nem sempre se restringem a exibir mais do mesmo. Exemplo disso foi o encontro promovido ontem por esta Folha, pelo portal UOL, pela TV SBT e pela rádio Jovem Pan. Os aspirantes a presidente estavam, é claro, treinados na arte de sair pela tangente, mas a própria conjuntura se encarregou de trazer ao centro do palco um enfrentamento que hoje interessa à maioria dos eleitores. Dirigindo-se a Marina Silva logo na primeira pergunta, a presidente Dilma Rousseff tirou da bainha suas armas contra a nova adversária. À petista interessava sugerir que a candidata do PSB não diz, de forma concreta, como transformará seus sonhos em realidade, dado o alto custo das propostas. Trata-se, retrucou Marina, de melhorar a eficiência da máquina pública e a qualidade dos gastos, "fazendo as escolhas corretas" ao aplicar o dinheiro do contribuinte. 8


A discussão, no entanto, não se aprofundou mais do que isso. Engessados por regras impostas pelos próprios candidatos, debates desse tipo oferecem pouco tempo para o desenvolvimento das ideias. É uma pena que seja assim. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira passada, Dilma e Marina, empatadas em primeiro lugar, concentram dois terços das intenções de voto. Seria oportuno que tivessem mais espaço para evidenciar suas diferenças. Constituiu novidade, de todo modo, que ambas tenham polarizado o encontro de ontem, no qual Aécio Neves (PSDB), com 15% das preferências, ficou em segundo plano. Na terça-feira passada, em evento realizado pela Rede Bandeirantes, o tucano ainda aparecia como principal opositor de Dilma. Aos chamados nanicos coube os papéis de sempre. Protegidos pela legislação devem ser convidados candidatos cujos partidos têm representação na Câmara dos Deputados, também participaram Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB). Com todas as suas limitações, o debate teve o mérito de captar com clareza o novo espírito da disputa, em que o PSDB, ao menos por ora, não figura como protagonista. Ao eleitor interessa acumular o maior número de informações para decidir seu voto, e os debates, bem ou mal, permitem menos artificialismo do que as peças publicitárias.

Elena Landau e Adriano Pires: A retomada do etanol Fonte: Folha de São Paulo Online 02/09/2014 02h00 O período pré-eleitoral é um bom momento para um exame de eventuais correções de rumo na política energética. O país precisa aproveitar o seu potencial e suas vantagens dada a diversidade de fontes disponíveis. O setor sucroalcooleiro é candidato natural porque representa uma enorme oportunidade para nossa economia. Não por outro motivo, o Brasil chegou a ser reconhecido como Arábia Saudita verde. Após um período de crescimento contínuo até o final da década passada, motivado pela elevação do preço do petróleo no mercado internacional e pela expansão da frota "flex fuel", o setor hoje enfrenta uma crise sem precedentes. Em 2011 e 2012 a produção total de etanol ficou estagnada devido à perda de sua competitividade frente à gasolina, que foi beneficiada pela política de preços administrados. O setor também foi prejudicado pelo processo de desoneração da gasolina nos últimos anos, resultado da redução gradual da Cide, iniciado em maio de 2008, até ser zerada em junho de 2012. Assim, o etanol permanece competitivo só nos Estados onde é produzido, em especial São Paulo, onde a alíquota de ICMS é mais baixa. Além da competição desleal com a gasolina, o setor enfrenta adversidades em outras áreas. Desde a crise de 2008, o setor tem tido dificuldade em levantar recursos para investimento e, para piorar, as últimas safras foram afetadas por problemas climáticos. Para compensar a dificuldade de captação de recursos, o BNDES passou a investir no setor a partir de 2008, mas reduziu o volume de recursos disponíveis de 2011 em diante. O resultado dessa sequência de erros é que desde 2008 não há instalação de novas usinas no país. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, das 330 usinas de açúcar e etanol do Centro-Sul do Brasil, responsáveis por 90% de toda a cana-de-açúcar processada no país, 60 deverão fechar as portas ou mudar de dono nos próximos dois a três anos. Nos últimos cinco anos, 43 usinas foram desativadas e outras 36 entraram em recuperação judicial. Somente quatro unidades estão previstas para entrar em operação até o fim de 2014, mas são projetos definidos antes da crise. O setor sucroalcooleiro poderia contribuir também com seu grande potencial de geração térmica a bagaço, que vem sendo deixado de lado apesar da sua complementaridade com a geração hídrica no período seco, em especial quando o país vive na iminência de uma crise de abastecimento de energia elétrica. 9


A crise mostra que o setor sucroalcooleiro vem sendo mais uma vez penalizado por uma política de "stop and go". Uma hora é tudo etanol e outra é tudo gasolina. Com a miragem do pré-sal, o governo abandonou uma fonte verde disponível. Para que o etanol volte a experimentar um ciclo virtuoso, é necessária uma política de longo prazo para reposicioná-lo como combustível estratégico. Para que isso ocorra precisamos que o próximo governo estabeleça uma politica baseada em quatro pontos. Primeiro, dar previsibilidade e transparência para a política de preços de combustíveis. Segundo, reintroduzir a Cide para recuperar a competitividade do etanol. Terceiro, fortalecer o Inova Auto para que a política de incentivos à indústria automobilística tenha como contrapartida o aumento de eficiência dos motores a etanol. Quarto, a realização de leilões de energia nova por região e por fonte fixando uma meta de crescimento para as fontes renováveis, como no caso do bagaço de cana. A adoção de extremos não é a solução para nossa matriz de energia. Uma das mais limpas do mundo. O Brasil tem a vantagem de possuir grande diversidade de fontes. O pré-sal e etanol não são excludentes. Ao contrário, ambos são uma dádiva da natureza para fomentar o desenvolvimento do país.

Mundo encolhe para as principais exportações industriais do Brasil Fonte: Folha de São Paulo Online RENATA AGOSTINIde BRASÍLIA01/09/2014 02h00 Os principais produtos industriais exportados pelo Brasil perderam mercado lá fora de forma acelerada nos últimos anos. Tal redução de espaço impôs uma fatura alta para o país: as vendas ao exterior do "pelotão de elite" da indústria brasileira estão em queda desde 2011. A conclusão está em estudo inédito feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) para a Folha. Segundo a pesquisa, dos 25 produtos manufaturados com mais peso na pauta exportadora do país, apenas dois não perderam mercados no exterior. Dezesseis deles perderam também volume de vendas. A análise considerou o número de países para os quais cada um dos setores embarcava suas mercadorias desde 2004 e calculou a diferença entre o pico de destinos alcançado e a posição registrada no final do ano passado. Somente calçados e aparelhos transmissores não tiveram redução, pois atingiram o auge em 2013. Para os demais 23 produtos analisados como aviões, automóveis, aço houve queda no total de países compradores. A pior situação é do setor de caminhões e ônibus que, em sete anos, deixaram de ser vendidos a 20 países. O estudo considerou o destino de 98% das exportações de cada produto, excluindo valores com pouca relevância para evitar superestimar mercados (no caso dos calçados, por exemplo, 80 países que importam em pequena escala saíram da conta). "A indústria está perdendo em volume e em valor e agora descobriu-se o mais grave: também em destinos. Éramos competitivos nesses produtos. Como manufatura, como valor agregado, é o que tínhamos de cuidar", diz Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI.

COMPENSAÇÃO A perda de mercado pode ser compensada, em alguns casos, com o aumento de venda nos países que continuam na lista de clientes. Mas isso não ocorreu. A concentração das exportações fez com que a maior parte dos setores analisados faturasse menos.

10


Enquanto a exportação total de manufaturados recobrou no ano passado o nível de 2008, quando eclodiu a crise financeira global, o grupo analisado terminou 2013 com US$ 4 bilhões a menos. Segundo a indústria, a situação reflete a perda de competitividade dos produtos brasileiros e a demora do empresariado em despertar para as vendas externas. A crise financeira abalou a economia de quase todos os países do mundo. Com menos pedidos na praça, a competição aumentou e os preços, por tabela, baixaram. A indústria brasileira fiou-se no mercado doméstico, que, impulsionado pelo aumento do crédito promovido pelo governo, voltou a absorver a produção brasileira. Quando as vendas internas deixaram de bastar para suportar um crescimento robusto, as empresas notaram que lá fora a competição estava mais renhida do que nunca. No caso dos veículos de carga, a perda começou pouco antes da crise, em 2006, mas piorou nos anos seguintes. O Brasil deixou de vender a países como Austrália, Suécia, Alemanha, França, Portugal, Coreia do Sul e Grécia. O resultado é que, em 2013, foram embarcados 12,5 mil caminhões menos que em 2006, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Uma vez perdido o mercado, é difícil recuperá-lo. EFEITO ARGENTINA Quanto maior a dependência de um mercado, maior o risco de um problema no país de destino resultar em prejuízos para os exportadores. Além de crises, pode haver aumento de tarifas de importação ou a introdução de exigências sanitárias que bloqueiem parte dos embarques. A crise econômica na Argentina ilustra esse risco. Enquanto o mundo fechava as portas para o produto brasileiro, o setor de veículos de carga foi aumentando sua dependência do mercado vizinho. A participação do país nas compras de caminhões passou de 36% em 2006 a 58% no final do ano passado. Aproveitando as facilidades tarifárias do Mercosul e a proximidade, outras indústrias seguiram o roteiro, sobretudo no setor automotivo. No caso dos carros, a participação argentina nas exportações brasileiras foi de 28% em 2005 para 88% em 2013.

Uma nota de R$ 3 em circulação Fonte: Jornal valor Econômico Online 02/09/2014 às 05h00 O competente ministro Paulo Bernardo tem tentado convencer a sociedade brasileira que em todos os setores da economia, mas especialmente nas comunicações, o nome do jogo para a prestação de serviços eficientes é competição. Há hoje completa certeza que uma moderna rede de transmissão de dados e informações é tão importante quanto a quantidade e qualidade da infraestrutura (transporte, energia, portos etc.) para a ampliação da produtividade total dos fatores (PTF), que influi decisivamente na determinação da taxa de crescimento do PIB. Trabalhos mais recentes mostram o efeito positivo da adoção do sistema de bandas largas sobre o crescimento econômico, ainda que ele exija formidáveis investimentos. É, portanto, inteiramente justificado o enorme esforço do ministro pela rápida implantação da tecnologia 4G. Hoje, a estrutura do nosso sistema de comunicações, com quatro grandes operadores, que representam 99%, e outros cinco que têm 1%, parece adequada, ainda que a qualidade dos serviços seja a pior avaliada pelos usuários, talvez porque o volume de investimentos (que tem sido significativo) não tem acompanhado o aumento da demanda. As quatro "grandes" apresentam estrutura de capital, composição dos serviços, endividamento e a capacidade de explorar o seu poder de "monopólio" muito diferentes. Avaliadas por um índice muito grosseiro de "poder de mercado" (relação entre a receita líquida e a participação 11


no mercado dos acessos totais) - sem considerar as reclamações de serviços - elas se ordenam como no quadro abaixo. O sucesso na competição e o avanço tecnológico são fenômenos interdependentes que se retroalimentam. A concorrência obriga a atenção prioritária à pesquisa e inovação, que é a essência do avanço tecnológico. Esse, por sua vez, procura soluções que atendam melhor, em quantidade e qualidade, as demandas dos consumidores, o que determina o sucesso competitivo. O importante na transferência de monopólio público ao setor privado é controlar o seu poder com agências reguladoras tecnicamente bem preparadas e capazes de garantir um razoável equilíbrio entre os competidores. Elas devem exigir dos concessionários bons serviços, investimentos em inovação (particularmente no setor de comunicação, cuja tecnologia matura a cada seis meses) e garantir um número suficiente deles para dar ao consumidor poder de escolha. Deveria ser óbvio, como insiste o ilustre ministro Bernardo, que o setor das telecomunicações é um dos que mais necessitam de equilíbrio entre competição e investimento, não apenas por suas características tecno-econômicas, mas por sua relevância no aumento da produtividade total dos fatores e, logo, no aumento do PIB. Recentemente surgiu - quase do nada - uma sugestão de "fatiamento" de um dos já pouco competidores, a TIM, que tem menor poder de mercado como sugere a tabela abaixo. Ela não tem penetração no mercado fixo das concessionárias dominantes, mas não tem dívidas. Se for o caso, e se a TIM desejar, que se encontre outro grupo privado com capital próprio - não empréstimo do BNDES - e com competência tecnológica adequada para fortalecer a concorrência. Reduzir o número de competidores seria um erro trágico e aumentaria ainda mais o poder econômico dos restantes, que já investem pouco e prestam serviços de qualidade duvidosa. Não devemos nos enganar com a volta da rejeitada ideia de "fatiamento", agora sob o elegante nome de "integração", pois ela dará rigorosamente no mesmo: concentração de poder econômico e redução de pressão para o avanço tecnológico. As operadoras concessionárias herdeiras do sistema do monopólio estatal que foi a Telebrás já têm muito poder de mercado sobre as pouquíssimas "operadoras autorizadas" que sobreviveram, uma vez que a tendência inevitável do peixe grande é comer o pequeno. É por isso que "integrar" numa concessionária uma "autorizada" sobrevivente representa um retrocesso ao necessário e desejado aumento do processo competitivo. O que o sistema precisa é de forças novas, que gerem uma sinergia entre mais atores competitivos. O caso mexicano é um exemplo vivo de como a alta concentração é danosa para o consumidor. Agora aquele país tenta corrigi-la procurando mimetizar o que o Brasil fez com sucesso há 15 anos. A defesa da competição está inscrita na Constituição de 1988. Cabe às instituições regulatórias e de defesa do consumidor aplicá-la e dar estabilidade e previsibilidade ao jogo competitivo, ao mesmo tempo em que devem exigir que todos os atores respeitem os limites que elas lhes impõem. Alegar a necessidade de concentração para "estimular o aumento de investimentos em tecnologia e produzir mais inovação", é uma afirmação tão verdadeira quanto uma nota de R$ 3.

Tesouro recebe R$ 5 bilhões em dividendos BNDES e Caixa Fonte: Jornal Valor Econômico Online Mônica Izaguirre 02/09/2014 às 07h55 BRASÍLIA - O Tesouro Nacional publicou, no “Diário Oficial da União” desta terça-feira, medida capaz de reforçar em R$ 5,14 bilhões o resultado primário de suas contas. Duas portarias da Subsecretaria de Dívida Pública autorizam o resgate antecipado de títulos públicos em poder de dois bancos federais como forma de pagamento, pelas duas instituições, de dividendos e juros sobre capital próprio referentes ao primeiro semestre deste ano. 12


A maior parte, cerca de R$ 2,994 bilhões, está sendo paga pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mediante entrega de 475 mil Letras Financeiras do Tesouro (LFT) com vencimento entre março de 2015 e março de 2019. A Caixa Econômica Federal, por sua vez, está pagando R$ 2,144 bilhões, ao entregar cerca de 2,223 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) que venceriam só em janeiro de 2015. Em ambos os casos, os papéis estão sendo recebidos “pelo valor de mercado”, informa o Tesouro no texto das portarias, assinadas pelo subsecretário Paulo Fontoura Valle. Os dois bancos estatais estão fora das estatísticas fiscais para efeitos de cumprimento de meta de superávit primário pelo setor público. Assim, quando fazem pagamentos ao Tesouro causam impacto positivo não só nas contas do governo federal mas de todo o setor público não-financeiro.

Vendas para Argentina mantêm queda e saldo no ano recua 66% Fonte: Jornal Valor Econômico Online Rodrigo Pedroso, Lucas Marchesini e Edna Simão de São Paulo e Brasília02/09/2014 às 05h00 Agosto registrou aprofundamento da queda das exportações brasileiras à Argentina. Em relação ao mesmo mês do ano passado, os embarques caíram 32,8%, na média diária, retração maior do que o recuo médio de 23,5% no acumulado dos oito primeiros meses do ano ante igual período de 2013. Tradicionalmente o terceiro destino mais importante para a exportação brasileira, a Argentina perdeu em agosto a posição para a Suíça, ficando em quarto. Em agosto, a exportação para os argentinos ficou apenas US$ 120 milhões acima do embarcado para a Holanda, em quinto lugar. A piora no comércio com o país vizinho foi causada pelo recuo do intercâmbio entre as indústrias automobilísticas dos dois países e retração do mercado argentino aos calçados brasileiros. De acordo com Roberto Dantas, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento (Mdic) dois terços da queda de 7% das exportações totais de manufaturados do Brasil no acumulado do ano até agosto se devem à piora nas condições de comércio com a Argentina. De janeiro a agosto, o Brasil vendeu US$ 9,8 bilhões aos argentinos, US$ 3,18 bilhões a menos que em igual período de 2013. "Sabemos que neste resultado [retração das vendas de manufaturados] há o efeito Argentina, com menor demanda por veículos, motores e autopeças", diz Dantas. Também houve impacto da desaceleração da economia brasileira nas compras de produtos feitos na Argentina. No mês passado, o ministério registrou recuo de 11,8% das importações ante agosto de 2013. No acumulado do ano, a presença da Argentina nas importações brasileiras encolheu 18,3%. O esfriamento geral do comércio bilateral, com recuo maior da exportação brasileira à Argentina do que a queda observada nas compras de produtos argentinos encolheu o superávit brasileiro com o país vizinho. Em 2013, até agosto, o comércio entre os dois países rendeu US$ 1,437 bilhão de saldo para o Brasil. No mesmo período deste ano, o saldo positivo caiu a um terço e não passou de US$ 481 milhões, recuo de 66%. José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), vê que a Argentina "continua jogando para baixo o resultado da balança do país neste ano". Como não há perspectiva de melhora das condições da economia vizinha no curto ou médio prazo, a tendência é que o saldo comercial brasileiro seja afetado também no próximo ano pela Argentina.

Nível de reservatórios cai a 24,7%, metade do registrado em 2013 Fonte: Jornal Valor Econômico Online Rodrigo Polito do Rio02/09/2014 às 05h00 13


O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que os reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do país, chegarão ao fim de setembro com apenas 24,75% de armazenamento. O volume, quase metade do observado em igual período do ano passado, é quatro pontos percentuais superior ao registrado no fim de setembro de 2001, na época do racionamento. Hoje, porém, o país tem uma matriz energética mais diversificada, com mais termelétricas que naquela época, por exemplo. De acordo com o relatório mais recente do órgão, a marca de 24,75% deverá ser atingida a partir da adoção da política de operação energética que dá prioridade à preservação dos estoques armazenados nos reservatórios localizados nas cabeceiras dos rios Grande (MG-SP), Paranaíba (MG) e São Francisco. Em condições normais, a expectativa de estoque era de apenas 24,2%. A situação também é crítica com relação ao Nordeste, onde o ONS espera chegar no fim de setembro com 21,7% da capacidade dos reservatórios. A marca é inferior à observada em igual período do ano passado (30,9%), porém maior que a registrada no fim de setembro de 2001, de apenas 12,48%. Os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste encerraram agosto com 30,27% de armazenamento, com queda acumulada de 4,1 pontos percentuais no mês. Já os lagos das usinas do Nordeste fecharam o mês com 27,25% de estoque, o que significa um recuo acumulado de 5,1 pontos percentuais. No Sul, o nível dos reservatórios caíram 17 pontos percentuais em agosto e terminaram o mês com 73,49% de armazenamento, enquanto o nível no Norte ficou em 64,73%, com queda acumulada de 20,2 pontos percentuais. Com relação à previsão de chuvas, a situação também não é das melhores. O ONS estima um volume de chuvas de 70% da média histórica para setembro no Sudeste/Centro-Oeste. No Nordeste, a expectativa é uma ocorrência de chuvas da ordem de 57% do histórico para o período. "Preveem-se afluências abaixo da média histórica para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte, e próximas desta média para o subsistema Sul", disse o ONS, no relatório. Com relação a esta semana, a expectativa do operador é de chuva fraca à moderada nas bacias dos rios Uruguai (RS-SC), Jacuí (RS), Iguaçu (PR), Paranapanema (SP-PR) e Tietê (SP), e chuva fraca nas bacias dos rios Grande e Paraíba do Sul (RJ-SP-MG). Diante da deterioração do quadro climático, o preço de liquidação de diferenças (PLD, ou o preço da energia no mercado de curto prazo) aumentou cerca de 5% nesta semana, passando de R$ 695,03 por megawatt-hora (MWh) para R$ 728,81/MWh. O ONS também prevê que o consumo de energia em setembro alcance 63.778 megawatts (MW) médios. O volume é 0,6% maior que igual período de 2013.

Captações externas podem chegar a US$ 50 bi Julia Leite Bloomberg02/09/2014 às 05h 00 As vendas internacionais de bônus corporativos brasileiros devem se recuperar do seu período mais lento deste ano, em agosto, com companhias tentando se valer de custos de financiamentos próximos dos níveis mais baixos desde junho de 2013. As emissões para o resto do ano podem somar os US$ 10 bilhões atingidos nos quatro últimos meses de 2013, de acordo com estimativas do Bradesco BBI, o quarto maior coordenador de ofertas de dívida brasileira, e a Dinosaur Securities . Isso impulsionará as distribuições neste ano para a casa dos US$ 50 bilhões, equiparando-as ao recorde de 2012, mostram dados da "Bloomberg". Empresas com sede na maior economia da América Latina tentarão aproveitar os custos de financiamento mais baixos, sob o risco de pagar mais depois que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) concluir seu programa de compra de ativos. A eleição presidencial 14


em outubro também é fonte de preocupação que eventualmente pode reduzir a demanda por ativos brasileiros, de acordo com Leandro Miranda, chefe da área de renda fixa no Bradesco BBI. Neste mês, os rendimentos médios no exterior para os títulos de empresas brasileiras caíram 0,24 ponto porcentual, para 6,02%, mais do que o dobro da queda média observada nos mercados emergentes. "Nunca houve tanta liquidez disponível para o Brasil como veremos nesse segundo semestre", disse Miranda. "Vamos começar a ver emissões no início de setembro". O frigorífico Minerva foi a única empresa brasileira a vender bônus no exterior no mês passado, tendo emitido em 13 de agosto US$ 200 milhões em notas com vencimento em 2023, de acordo com dados compilados pela "Bloomberg". A economia brasileiro entrou em recessão pela primeira vez em mais de cinco anos, com a redução de investimentos e a queda da confiança antes da eleição presidencial. O PIB encolheu 0,6% no período de abril a junho em relação aos três meses anteriores, depois de ter se contraído 0,2% no número revisado referente ao primeiro trimestre. A última pesquisa Ibope, publicada antes do resultado do PIB, indicou que a presidente Dilma Rousseff está perdendo o apoio popular à sua campanha de reeleição. Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente que entrou na disputa depois que Eduardo Campos, o candidato anterior do PSB, morreu em um acidente de avião no mês passado, ganharia 45% do apoio dos eleitores em um segundo turno contra Dilma, que angariaria 36% dos votos, de acordo com a pesquisa publicada em 26 de agosto. Carlos Legaspy, que supervisiona cerca de US$ 350 milhões em dívida dos mercados emergentes na InSight Securities, disse que a recuperação na emissão de bônus no exterior será restrita. "Provavelmente veremos alguém testar o terreno em setembro", disse ele por telefone, de Riverwoods, Illinois. "Veremos se haverá espaço para outros". Os operadores veem uma possibilidade de 51% de que o Fed aumente a taxa de juros de referência para pelo menos 0,5% até julho de 2015, mostram as taxas no mercado futuro. O juro básico foi mantido em uma faixa de zero a 0,25% desde 2008 para sustentar a economia. A demanda global por títulos com rendimento mais alto fez com que os investidores acumulassem bônus corporativos brasileiros, que deram um retorno de 10,5% neste ano, maior que o ganho de 7,8% na média dos mercados emergentes. "Há uma falta de bônus no mercado e os preços subiram bastante", disse Leonardo Kestelman, gestor de recursos e diretor administrativo da Dinosaur. "Acho que não haverá outro período tão barato para tomar dinheiro emprestado".

Fundamentos e movimentos do câmbio Fonte: Jornal Valor Econômico Online Luiz Gonzaga Belluzzo02/09/2014 às 05h00 Nas últimas décadas, a desregulamentação dos mercados e a crescente liberalização dos movimentos de capitais entre as principais praças de negócios promoveram alterações significativas nos regimes cambiais e nos processos de ajustamento (ou desajustamento) dos balanços de pagamentos. Nos países centrais - ao contrário da "globalização financeira" do último quartel do século XIX que instituiu padrão-ouro e seu sistema de taxas fixas - os regimes cambiais caminharam na direção de um sistema de taxas flutuantes. Cuidava-se de escapar das aporias da "trindade impossível", ou seja, da convivência entre taxas fixas, mobilidade de capitais e autonomia da política monetária doméstica. Já as economias emergentes, no início dos anos 90, açoitadas pela alta inflação, trataram de vencer suas agruras. Para tanto, adotaram regimes cambiais de taxa fixa ou assemelhados. Apoiados na abertura financeira e na generosidade dos fluxos de capitais, o Brasil e, sobretudo a Argentina, cavalgaram os alazões do Apocalipse: câmbio valorizado e taxas de juros reais muito elevadas. Quebraram a espinha do dragão, mas inflaram os déficits comerciais, os passivos externos e a dívida pública interna. O resultado foi a fragilização do balanço de 15


pagamentos, a crescente imobilização da política fiscal, a subordinação da política monetária e finalmente a fuga de capitais, a crise cambial e o doloroso abandono da "ancoragem". Depois dos percalços dos 90, a adoção de taxas de câmbio flutuantes pelos emergentes passou figurar como pièce-de-resistence no cardápio do FMI. A maioria dos países emergentes caminhou rapidamente nessa direção. No Brasil, a desvalorização do real em 1999 e a adoção de um regime de cambio flutuante contribuíram, sem dúvida, para a elevação do saldo comercial e para a redução do déficit em conta corrente - um movimento lento entre 1999 e 2001 e mais rápido a partir de 2002. No entanto, até os habitantes de Saturno sabem que os movimentos de capitais dos países credores para os devedores são e sempre foram procíclicos, para desgosto dos que acreditam em Papai Noel ou em modelos mais tolos do que inúteis. Nas economias periféricas, de moeda não-conversível, - isto é, com demanda nula por parte de agentes de terceiros países - o consumo se expande na fase de ingresso líquido de capitais e sofre violentas contrações quando o movimento se inverte, não raro subitamente. A excelente introdução do recente estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS) "The Transmission of Unconventional Monetary Policy to Emerging Markets" - admite que há consenso a respeito da predominância dos fatores "externos" sobre os fatores internos na determinação dos fluxos de capitais. As condições monetárias nos países desenvolvidos particularmente nos Estados Unidos, o gestor da moeda reserva - determinam o volume de capitais que buscam os mercados emergentes. Às políticas econômicas "internas" cabe o papel de buscar relações entre câmbio e juros atraentes para os capitais em movimento. Num ambiente internacional de livre movimentação de capitais, os bancos centrais dos países de moeda fraca encontram dificuldades em manter, simultaneamente, boas condições de crédito doméstico e a estabilidade de sua moeda. O controle da liquidez em moeda forte é, portanto, crucial para a sempre precária combinação entre estabilidade e crescimento nas economias de moeda não-conversível. Os países periféricos mais bem sucedidos, como a China, preferiram manter controles seletivos e pragmáticos de câmbio e de capitais. Acumulam reservas elevadas em moeda-forte (dólares ou euros) com o propósito de evitar "choques de desvalorização" que possam afetar negativamente a taxa de juro doméstica. Conseguem manter a estabilidade do câmbio com ou sem "Quantitative Easing". A literatura mais recente está convergindo - um tanto tardiamente - para duas conclusões (é espantoso que alguns brasileiros ainda insistam no receituário desacreditado dos anos 90): 1) não é recomendável a adoção de regimes cambiais "extremos" (taxa fixa ou livre flutuação) e 2) os bons "fundamentos" fiscais (sobretudo a dinâmica da dívida pública interna) podem reduzir substancialmente os prêmios de risco, mas não eliminam - sem reservas alentadas - o prêmio de liquidez na formação das taxas de juros domésticas. A moeda brasileira e seu juro básico formaram um par atraente para os participantes da corrida global por ativos mais rentáveis. A valorização do câmbio foi largamente utilizada no Brasil para manter a inflação sob controle. Nas pegadas da globalização financeira, o Brasil manteve por 20 anos uma combinação câmbio-juro hostil ao crescimento da indústria manufatureira e amigável à arbitragem sem risco. Diante de frequentes episódios de aguçamento da instabilidade cambial, as vozes de sempre descarregaram as culpas sobre os ombros das "condições internas". Proclamaram suas "verdades incontestáveis" ao som dos ruídos emitidos pelo tropel dos emergentes que lhes esfrega na cara a procissão de instabilidades cambiais mundo afora. Os países de moeda não conversível se dilaceram entre o objetivo de manter a inflação sob controle e o propósito de não danar o crescimento ou colocar em risco a estrutura industrial e, consequentemente, o "arcabouço" de geração de renda e emprego. No Brasil, a derrocada exportadora da indústria faz parceria com a invasão das importações de produtos manufaturados, prenhes de incentivos e subsídios oferecidos generosamente pelos competidores espertos. 16


Neste ano da graça de 2014, é hora de lembrar gregos e troianos envolvidos na disputa eleitoral: é perigoso entregar-se ao "otimismo dos mercados" e deixar-se embalar por uma nova rodada de valorização da moeda brasileira. Se assim for, no curto-prazo estaremos todos mortos.

E a transparência? FONTE: ESTADO DE SÃO PAULO ONLINE José Paulo Kupfer 02/09/2014 O recorrente tema da independência do Banco Central entrou no debate eleitoral deste ano por uma porta improvável. Veio no programa de Marina Silva, candidata que propõe ser a alternativa à polarização PT PSDB, cujas origens e história a definiriam como ambientalista de viés social e valores pessoais de base religiosa evangélica, jamais como adepta da ortodoxia econômica. Independência do Banco Central e resgate do tripé macroeconômico original são marcas, no Brasil, de um pensamento econômico de raiz ortodoxa. Ao assumi-los como parte de seu programa de governo, Marina repete ideias do candidato do PSDB, Aécio Neves, e vai além dele - Aécio tem hesitado em defender a dita independência do BC. A expressão "independência do Banco Central" resume um tipo de ideário econômico. Pressupõe que os diretores do BC, reunidos no Comitê de Política Monetária (Copom), terão mandatos de tempo fixo, não podendo ser demitidos por uma canetada do presidente da República do turno. Só assim disporiam de isenção suficiente para avaliar, tecnicamente, a situação da economia e decidir, sem pressões políticas externas, mesmo sendo nomeados e não eleitos, que nível de taxa de juros seria necessário para manter a inflação num nível predeterminado - uma ação com o poder de afetar a vida econômica de todos os cidadãos. Essa "independência" defendida no programa de Marina seria mais bem definida como uma autonomia formal. Bancos centrais rigorosamente independentes, de acordo com definição precisa do termo, são aqueles em que seus diretores, além do compromisso de manter a inflação dentro de um certa meta, definem eles mesmos a própria meta. No Brasil, a meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com antecipação de dois anos, numa reunião ordinária nos meses de junho, podendo ser modificada a qualquer momento, em casos extraordinários. O estabelecimento da meta é prerrogativa do Executivo, já que o CMN é formado, atualmente, pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central, que tem, desde 2004, status de ministro - essa graduação de nível foi, ironicamente, contestada no STF pelo PSDB e pelo PFL, mas acabou prevalecendo em plenário, apesar do voto do relator, ministro Gilmar Mendes, favorável aos reclamantes. Ocorre que, no resto do mundo, não é a independência, mas o grau de transparência dos BC’s que tem sido mais levado em conta, quando se quer encontrar mecanismos consistentes com o controle da inflação nas vizinhanças do centro da meta. Em rankings internacionais, o BC brasileiro, com sua autonomia informal relativamente ampla, é classificado como o mais transparente da América Latina, mas ainda está a 5 pontos dos primeiros da lista o BC sueco, líder dos rankings, divulga até mesmo as gravações das suas reuniões e, nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve concede entrevistas à imprensa ao final dos encontros. Só há dois anos o BC brasileiro passou a divulgar, nominalmente, os votos de cada diretor nas decisões sobre as taxas de juros. Mas, diante das melhores práticas internacionais, essa abertura ainda é pouca. Enquanto as votações do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por exemplo, são transmitidas ao vivo pela TV, as reuniões do Copom continuam secretas e os 17


documentos que servem de base para as decisões dos diretores só são divulgados em quatro anos. O tema da independência do BC pode ter seu impacto como mote de campanha eleitoral, mas tende a produzir mais carga retórica do que efeitos práticos. Nas agências reguladoras setoriais, por exemplo, os mandatos são fixos e nem por isso o alarido de seu aparelhamento pelo governo deixa de ser estridente. Quanto à transparência do BC, isso não é assunto entre nós nem nas marquetagens de campanhas eleitorais.

18


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.