Jornais e Revistas de 03 de julho de 2014

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 03 DE JULHO DE 2014

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Cai o número de horas trabalhadas na indústria

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou, neste dia 3, que a terceira queda consecutiva nas horas trabalhadas do setor foi registrada em maio. Os números, segundo a CNI, indicam retração da atividade industrial. As informações estão na pesquisa Indicadores Industriais e mostram que só o faturamento aumentou no mesmo período. Pelos números, as horas trabalhadas na produção caíram 0,4%, o emprego recuou 0,3% e a massa real de salários na indústria diminuiu 0,9% em maio, na comparação com abril na série livre de influências sazonais. O nível de utilização da capacidade instalada também diminuiu, o que confirma a retração da atividade na indústria, registrando 80,7%. Foram 2 pontos percentuais abaixo do registrado em maio do ano passado e 0,2 ponto percentual inferior ao de abril. O faturamento aumentou 0,3% em maio ante a abril, na série com ajuste sazonal, mas registra queda de 1,9% na comparação com maio do ano passado, o que reforça a tendência de queda da atividade, segundo a CNI. “Na tendência da média de 2014, comparada com 2013, o resultado é bastante pequeno, também de 0,3%. Mas não podemos esquecer que isso ocorreu porque fevereiro foi bastante baixo”, disse Fábio Guerra, economista da entidade. A utilização da capacidade instalada teve as maiores quedas nas indústrias de impressão e reprodução, veículos automotores, alimentos e produtos de metal. Ainda na comparação com maio do ano passado, as horas trabalhadas na produção e o rendimento médio real dos trabalhadores recuaram em 12 setores. O emprego, informou a CNI, aumentou em 13 setores e o faturamento real cresceu em dez. Na indústria de máquinas e equipamentos, todos os indicadores analisados pela CNI caíram em relação a maio do ano passado. O faturamento recuou 5% e as horas trabalhadas na produção diminuíram 2,4%. De acordo com a pesquisa, o quadro mais negativo foi registrado no setor de veículos automotores, em que o faturamento caiu 15,3%, as horas trabalhadas recuaram 15,9% e a massa real de salários diminuiu 12,9%.

BNDES aprova R$5bi para produção de cana e etanol A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a reedição dos programas de apoio à renovação e ampliação de canaviais (BNDES Prorenova) e de financiamento è estocagem de etanol (BNDES PASS) para o ano de 2014. Com essas inciativas, que totalizam recursos de R$ 5 bilhões, o BNDES espera contribuir para o aumento da produtividade agrícola e menor flutuação dos preços do etanol ao longo da safra. O Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (BNDES Prorenova) tem orçamento de R$ 3 bilhões e prazo até 31 de dezembro próximo. Para esta edição de 2014, o programa passou por algumas alterações, com destaque para o limite de financiamento por hectare de cana-de-açúcar plantado, que passou de R$ 5.450 para R$ 6.500. Também fica estabelecido limite de financiamento de R$ 150.000.000 (cento e cinquenta milhões de reais) por grupo econômico. Lançado no início de 2012, o BNDES Prorenova visa incentivar a produção de cana-de-açúcar por meio de financiamento à renovação dos canaviais antigos e à 2


ampliação da área plantada. Esta é uma condição fundamental para aumentar a produtividade da lavoura brasileira de cana e, consequentemente, expandir a produção de açúcar e etanol. A taxa de juros também mudou. Sua composição passou a ter: custo financeiro referenciado em TJLP; remuneração básica do BNDES de 0,9% ao ano para MPME e de 0,5% ao ano para média-grande e grande empresa; taxa de intermediação financeira de 0,1% ao ano para MPME e de 0,5% para média-grande e grande empresas; e remuneração das instituições financeiras credenciadas limitada a 1,7% ao ano. Além disso, houve alteração da participação máxima do BNDES para 50% dos itens financiáveis para as médias-grandes e grandes empresas. Seguindo o modelo da edição passada, a participação máxima do BNDES pode ser ampliada em 20% dos itens financiáveis no apoio a áreas de renovação e/ou expansão nas quais tenham sido integralmente utilizadas variedades protegidas ou de clones potenciais de cana-de-açúcar. Somente poderão ser financiados no âmbito do BNDES Prorenova os projetos de plantio de cana-de-açúcar realizados entre 1º de janeiro último e 31 de dezembro próximo. Entretanto, todos os gastos para a preparação do plantio que tenham sido feitos a partir de 1º de julho de 2013 poderão ser reembolsados. O prazo para protocolar pedidos de financiamento encerra-se em 31 de dezembro de 2014. Em 2013, o programa, que contava com dotação de R$ 4 bilhões, gerou uma carteira de aproximadamente R$ 2,6 bilhões. Os recursos viabilizaram o plantio de 643 mil hectares, dos quais 68% destinados à renovação e 32% à expansão dos canaviais. Em termos de área apoiada, esse desempenho foi cerca de 60% superior ao de 2012. O Brasil renova cerca de 1,6 milhão de hectares de lavoura de cana por ano. O Programa BNDES de Apoio ao Setor Sucroalcooleiro (BNDES PASS) conta com um aumento de sua dotação orçamentária para R$ 2 bilhões em 2014, refletindo o êxito de suas operações em 2013, quando a carteira de pedidos de financiamento chegou ao limite do orçamento de R$ 1 bilhão. A nova edição do BNDES PASS contribuirá para o equilíbrio do mercado de etanol combustível nos períodos de safra e entressafra. Em relação ao BNDES PASS de 2013, as principais alterações da nova versão do programa foram: valores de referência do etanol anidro e hidratado, que passaram para R$ 1,50 e R$ 1,35, respectivamente; nova taxa de juros, composta por TJLP acrescida de 2,7% ao ano (1% ao ano para o BNDES e 1,7% ao ano para a instituição financeira credenciada).

Atividade do comércio cai em junho, aponta Serasa

O movimento dos consumidores nas lojas de todo o país em caiu 3,2% em junho, em relação a maio e já descontados os fatores sazonais. Os dados são do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio. Em maio, a alta em relação a abril havia sido de 0,6%. Na comparação com junho de 2013, a alta foi de 0,7%, menor que os 5,2% atingidos em maio. Com estes resultados, o movimento dos consumidores no comércio acumulou, no período de janeiro a junho de 2014, alta de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo os 3


economistas da Serasa Experian, a menor atividade comercial deve-se ao impacto da realização da Copa do Mundo da FIFA, que provocou a decretação de feriados em algumas das cidades sede, bem como a redução do expediente do comércio, gerando redução do volume de negócios para a maioria dos segmentos. Outros fatores que provocaram a diminuição do número de consumidores nas lojas foram: a elevação das taxas de juros; a menor geração de empregos no mercado de trabalho; o baixo índice de confiança dos consumidores e as incertezas com relação à economia. Apenas o segmento tecidos, vestuário, calçados e acessórios não apresentou variação em junho. Os demais segmentos do varejo acusaram queda de movimentação no mês passado: material de construção (-13,1%); combustíveis e lubrificantes (-12,3%); veículos, motos e peças (-6,4%); supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-4,2%) e móveis, eletroeletrônicos e informática (-3,0%).

Ministro fala sobre legado da Copa do Mundo

Número de turistas durante a Copa é de pelo menos 600 mil estrangeiros além dos 3,1 milhões de brasileiros. Foto: Divulgação

Em almoço de debate realizado nesta quarta-feira no Hotel Hyatt, em São Paulo, que reuniu o grupo de líderes empresariais da LIDE, o ministro do Turismo, Vinicius Lages, fez palestra sobre o legado da Copa para o turismo brasileiro. Lages falou sobre a visibilidade positiva que o país tem alcançado com a realização do megaevento e a abertura para novos mercados turísticos como colombianos, australianos e mexicanos, muitos dos quais vieram ao Brasil pela primeira vez. “Queremos uma copa a cada mês”, disse o ministro ao se referir aos impactos positivos que o evento tem trazido à imagem do país. “É hora de admitirmos que temos empresários e governos capazes, equipamentos adequados e somos importantespara a economia mundial”, disse. Em sua palestra, o ministro Vinicius Lages ressaltou o impacto econômico do evento com o aporte de cerca de R$ 6,7 bilhões na economia. Também falou das estimativas do Ministério do Turismo em relação ao número de turistas durante o evento: de pelo menos 600 mil estrangeiros além dos 3,1 milhões de brasileiros. Lages lembrou ainda que as pesquisas que estão em andamento revelam, nas primeiras parciais, elevado índice de intenção de retorno e aprovação da experiência turística no país, com destaque para a hospitalidade do brasileiro. “Nosso país é um dos melhores lugares do mundo para celebrar a vida. Os turistas que nos visitaram têm mostrado um alto índice de satisfação com a Copa, o que a vinda ao Brasil superou as expectativas”, disse. Em um pequeno balanço dos dez anos do Ministério, o ministro lembrou que o país é a sexta maior economia turística do mundo e que há desafios após o encerramento do ciclo da Copa. Reforçou que o Brasil conseguiu dobrar o número de viagens domésticas em dez anos, passado dos 100 milhões em 2003 para 200 milhões em 2013, e que teve um aumento de 43% do número de turistas internacionais neste período. 4


Hoje são seis milhões de estrangeiros visitando o país, mas a meta do Plano Nacional de Turismo é duplicar este número até 2022. A Lide reúne presidentes de empresas com faturamento anual acima de R$ 200 milhões, com políticas de responsabilidade sócioambientais. A entidade está presente além do Brasil em outras 16 nações. O presidente da Lide, João Dória Júnior, anfitrião do encontro, reforçou a importância de se aproveitar o aprendizado da Copa do Mundo na organização de outros grandes eventos, como as Olimpíadas.

Utilização da capacidade instalada da indústria cai a 80,7% em maio BRASÍLIA - A indústria brasileira ficou mais ociosa em maio, reduziu o número de empregados e as horas trabalhadas. Em consequência, a massa de salários paga pelo setor recuou. O único indicador a aumentar foi o faturamento, mas de forma modesta. É o que mostra a pesquisa “Indicadores Industriais”, divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria brasileira caiu 0,2 ponto percentual entre abril e maio, com ajuste sazonal, chegando a 80,7%. O indicador era de 80,9% em abril. Na comparação com maio de 2013, quando o uso da capacidade foi de 82,5%, na série com ajuste sazonal, o Nuci da indústria recuou 1,8 ponto percentual. Sem ajuste, o índice de maio ficou em 81%. Esse resultado, segundo a CNI, “mostra que a indústria segue com dificuldade de intensificar seu ritmo de operação”. A entidade patronal ressaltou que esse é o terceiro mês consecutivo de queda em todos os indicadores, com exceção do faturamento real. As horas trabalhadas seguiram a mesma trajetória da UCI, com queda ante abril e também frente ao mesmo mês de 2013. Esse indicador, na série dessazonalizada, recuou 0,4% frente a maio e caiu 2,4% frente ao quinto mês de 2013. Já o nível de emprego decresceu 0,3% entre abril e maio. Mas em relação a maio do ano passado, o indicador avançou 0,6%. Também caíram em maio ante abril os indicadores de renda paga pela indústria. A massa salarial real diminuiu 0,9% entre abril e maio, mas cresceu 0,5% na comparação com o mesmo mês de 2013. Já o rendimento médio real caiu 0,2% entre o quarto e o quinto mês deste ano e permaneceu estável entre os meses de maio de 2013 e 2014. Ambos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O faturamento real da indústria foi o único indicador que subiu em maio antes abril ao crescer 0,3%. Já na comparação com maio de 2013, recuou 1,9%.

CNI: Crise da indústria pode criar “espiral negativa” BRASILIA - A crise enfrentada pela indústria está chegando ao emprego e se não for revertida pode criar uma espiral negativa na economia, avaliou o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, ao apresentar os “Indicadores Industriais” de maio. “É muito difícil uma empresa manter seu quadro de funcionários se está há quatro anos sem crescer. Se começar a aumentar o desemprego, aí as expectativas vão cair ainda mais”, disse ele. De acordo com a pesquisa, todos os indicadores, com exceção do faturamento, recuaram em maio ante junho no dado dessazonalizado. O emprego caiu 0,3% em maio ante abril e já tem o terceiro mês consecutivo de retração. No acumulado do ano, porém, ainda registra aumento de 1,1% sobre o mesmo período de 2013. O mesmo aconteceu com as horas trabalhadas na produção, que também completou a terceira queda consecutiva com o recuo de 0,4% em maio ante abril. A massa salarial real, por sua vez, se retraiu 0,9%. O nível de utilizaç ão da capacidade instalada (Nuci) da indústria brasileira caiu 0,2 ponto percentual entre abril e maio, com ajuste sazonal, 5


chegando a 80,7%. O indicador era de 80,9% em abril. De acordo com Fonseca, o problema principal não é conjuntural, mas estrutural. Ou seja, juros altos e inflação no teto atrapalham, mas a principal questão é a falta de competitividade da indústria brasi leira, causada principalmente pela estagnação da produtividade nos últimos anos. “Você tem hoje um cenário por causa dessa falta de competitividade em que a confiança da indústria é muito baixa e isso se espalha por toda economia. Isso leva a um investime nto menor”, explicou. Segundo Fonseca, apesar de as medidas pontuais anunciadas pelo governo nas últimas semanas – como a prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e do IPI reduzido para automóveis – ajudarem, é necessário reduzir o “custo Brasil” com ações como desoneração do investimento, diversificação de fontes de financiamento para a indústria e devolução do crédito para a exportação mais rapidamente. “Não é uma agenda nova, mas é preciso acelerar essas medidas”, completou. No fim do mês, representantes da confederação entregarão 42 estudos com propostas e recomendações do setor para os candidatos à presidência da República. “Luz [no fim do túnel] sempre tem se a gente acertar a política. O quadro é desolador, mas já tivemos crises piores”, acrescentou Fonseca.

FGV: Consumidor acredita em inflação de 7,4% nos próximos 12 meses SÃO PAULO - Os consumidores brasileiros acreditam que a inflação vai aumentar nos próximos 12 meses, de acordo com o Indicador de Expectativas Inflacionárias, da Fundação Getulio Vargas (FGV). A inflação mediana projetada pelo brasileiro aumentou de 7,2% em maio para 7,4% em junho. A expectativa de inflação do consumidor está bem acima daquela dos analistas de mercado. De acordo com o boletim Focus, do Banco Central, a mediana das estimativas desses agentes para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 5,91% para os próximos 12 meses. De acordo com a FGV, a mediana das estimativas dos consumidores para a inflação em 12 meses está em 7% ou mais desde abril do ano passado e essa expectativa tem se deteriorado. Em junho de 2013, 32,2% deles estimavam a inflação entre 7% e 8%, no mês passado, esse percentual foi de 34,1%. Ao mesmo tempo, 10,8% viam a inflação subindo entre 10% e 12% nos 12 meses à frente, e agora esse percentual é de 14,4%. Enquanto isso caiu a fatia dos que preveem inflação mais baixa. O percentual daqueles que veem os preços subindo até 5% em 12 meses caiu de 9,4% para 5,3% dos consumidores. “O aumento da expectativa no mês de junho reverte a queda observada no mês anterior e aproxima a leitura atual para o maior valor observado no passado recente da série, de 7,5 no mês de abril. A tendência é de manutenção das expectativas de inflação em níveis elevados acompanhando o índice acumulado do IPCA em 12 meses”, afirma, em nota, o economista Angelo Polydoro, da FGV/Ibre. O indicador de expectativas inflacionárias passou a ser divulgado pela FGV em junho. O índice é retirado da Sondagem do Consumidor, que coleta mensalmente informações de mais de 2.100 brasileiros em sete das principais c apitais do país (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife). Cerca de três quartos desses entrevistados vêm respondendo aos quesitos relacionados às expectativas de inflação. A edição de junho de 2014 foi realizada entre os dias 02 e 23 do mês passado.

Indicador da FIESP projeta queda de 4,4% na atividade do setor neste ano no Estado A atividade da indústria paulista recuou 0,9% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. O resultado está no Indicador do Nível de Atividade (INA) divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que agora está com previsão de queda de 4,4% para a atividade industrial do Estado neste ano. No acumulado de janeiro a maio de 2014, o 6


desempenho da indústria registrou recuo de 7,3% na comparação com igual período do ano anterior. A retração é a pior da série histórica da pesquisa, com exceção de 2009, quando houve queda de 16,3%. O prognóstico também não é positivo para o desempenho da indústria no mês que passou. O diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp, Paulo Francini, afirma que os números de junho - que ainda serão divulgados - podem apresentar "uma queda importante" em razão dos feriados e das paralisações ocorridas no transporte público no mês passado. "Nesse caso tivemos 12 dias úteis, se contadas todas as paralisações, feriado, Copa." No levantamento de maio, a variável que mais puxou o índice para baixo foi o total de vendas reais da indústria, com uma queda de 3,8% com relação a abril. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu para 79% em maio. Em abril, ele esteve em 79,8%. A conjuntura econômica que vem sendo observada desde o começo do ano atuou com mais força em maio para depreciar a atividade, na visão de Francini. A queda do emprego, a baixa demanda pela qual passa o setor automotivo, sobretudo por parte da Argentina, e a falta de disposição em novos investimentos da indústria de máquinas e equipamentos continuam abatendo o desempenho da indústria paulista. Entre os setores apurados pelo INA, a indústria automotiva apresentou queda de 3,4% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. O segmento de máquinas e equipamentos também se destacou entre os resultados negativos, com queda de 1%. O recuo mais expressivo, no entanto, foi registrado pelo setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, de 6,4%. Em relação à percepção geral sobre o cenário econômico no mês de junho, no entanto, houve estabilidade entre os empresários. A pesquisa Sensor Fiesp, que realiza essa medição, ficou estável em 47,2 pontos em junho, em relação aos 47,4 pontos registrados em maio. A piora do cenário da indústria levou a federação a projetar cenário mais pessimista para o crescimento da atividade brasileira em 2014. O Produto Interno Bruto deve crescer em torno de 1%, "resultado muito ruim, que passa a ser o teto possível de expansão da economia", de acordo com Francini. O economista avalia que a economia não deve se apresentar na segunda metade do ano crescimento muito acima do registrado nos seis primeiros meses. "Quem for eleito terá uma missão difícil no ano de 2015", afirmou Francini.

Altas tarifas prejudicam exportações do país, diz OCDE O Brasil poderia elevar em 26% as exportações de produtos eletrônicos, se baixasse as tarifas de importações nesse setor, que depende fortemente de componentes produzidos no estrangeiro. A avaliação é da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), num estudo no qual mostra o Brasil como um dos países ainda pouco integrados nas cadeias globais de valor, consideradas essenciais para aumentar a competitividade da economia. O estudo insiste que altas tarifas de importação sobre bens intermediários acabam sendo prejudiciais às trocas, e que esse efeito aumenta ao longo dos anos. Ainda mais que o desenvolvimento das cadeias globais de fornecimento de produtos amplifica a incidência das alíquotas. O Brasil é apontado pela OCDE como o país menos integrado internacionalmente entre os membros dos Brics, pelo menos em termos de exportação. A autora do relatório, a economista Asa Johansson, calcula que a fatia do Brasil nas exportações mundiais, de cerca de 1% atualmente, continuará mais ou menos constante nos próximos 50 anos, considerando o cenário atual de crescimento econômico, de tamanho da população e outros fatores do modelo que a entidade utiliza. A OCDE reitera que o centro geográfico do comércio continuará mudando para os países emergentes. O rápido crescimento econômico na China, Índia e outros asiáticos é associado com ganhos nas fatias de comércio mundial nas próximas décadas. Já no caso da América Latina, a projeção é de estagnação da fatia de comércio internacional de 5% atualmente, devendo ficar nesse percentual em 2030 e 2060. 7


Índice global prevê alta de 9% no total de empresas brasileiras insolventes em 2014 Enquanto a seleção brasileira continua avançando na Copa do Mundo, o desempenho menos espetacular da economia fará do país um dos campeões mundiais de aumento de insolvência de empresas este ano. A projeção é da Euler Hermes, maior grupo mundial de seguros de créditos, que coloca o Brasil na liderança de seu Índice Global de Insolvência de Empresas (IGI) entre as maiores economias do mundo. O indicador projeta para o país aumento de 9% no número de empresas que não podem pagar suas dívidas, em 2014. É o mesmo percentual da República Tcheca. Dos países examinados, só Marrocos, economia menor, supera os dois, com 10%. A alta no Brasil vai na contramão da tendência internacional. Globalmente, a Euler prevê queda de 8% no número de falências de companhias. Na Europa, que está saindo da pior crise dos últimos tempos, a expectativa é de redução de 12%. Segundo a seguradora, o número de insolvências não cessa de aumentar desde 2011 no Brasil, sob efeito da desaceleração maior que prevista da economia. Em 2013, a Euler calcula que houve alta de 12% em relação ao ano anterior. Acha que a tendência deverá continuar por causa da desaceleração da demanda interna e aumento dos juros bancários. A taxa de insolvência pode crescer 3% em 2015 no Brasil, ante queda de 3% globalmente. O relatório da Euler coincide com alerta do Banco Internacional de Compensações (BIS), espécie de banco dos bancos centrais, que coloca o Brasil entre países com expansão financeira que podem correr riscos econômicos no futuro. Diz que, após anos de forte expansão do crédito, do encarecimento dos imóveis e aumento do endividamento, pessoas e empresas estão expostas agora à elevação das taxas de juro e/ou à baixa da atividade econômica e dos ativos em boa parte de países, incluindo o Brasil. Ludovic Subran, economista-chefe da Euler, nota que o resultado do país ocorre apesar do aumento de atividades ligadas à infraestrutura. Avalia que o impacto positivo da Copa do Mundo e da Olimpíada sobre o crescimento do PIB não excederá, no melhor dos casos, 0,2 ponto percentual. Em contrapartida, calcula que os efeitos sobre a inflação poderão alcançar 0,5 ponto percentual em 2014 e que o impacto sobre a atividade econômica deve se atenuar progressivamente após 2014. O relatório da Euler aponta também boas noticias na economia brasileira. De um lado, a organização de super-eventos esportivos não provocou bolha imobiliária. Além disso, o impacto sobre as despesas públicas será limitado.

Lançado Guia de Comércio Exterior e Investimento O Brasil Export – Guia de Comércio Exterior e Investimento foi lançado pelo governo federal, nessa quarta-feira, dia 02, em cerimônia no Palácio do Itamaraty. O site visa consolidar os dados relacionados à busca de novos parceiros comerciais e de diversificação da pauta de exportação e captar investimentos estrangeiros para o Brasil. Disponível em inglês, espanhol e português, reúne informações de mais de dez portais relacionados ao comércio exterior e investimento. O guia é uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Na cerimônia, os ministros de estado Neri Geller (Mapa), Mauro Borges (MDIC) e Luiz Alberto Figueiredo (MRE) assinaram um acordo de cooperação entre as pastas. Para o ministro da Agricultura, Neri Geller, o site será uma 8


importante ferramenta para que as informações cheguem aos empresários de forma desburocratizada. “A agricultura e pecuária do nosso país avançam a passos largos e é preciso cada vez mais se organizar. Com o site, as informações chegarão aos nossos empresários de forma simples e eles terão a visão exata de que podemos crescer muito com o apoio governamental”, afirmou. Segundo o ministro, nos últimos doze anos a produção do Brasil passou de 96 milhões de toneladas para 200 milhões de toneladas e a exportação passou de US$ 24 bilhões para US$ 100 bilhões. “Por meio do guia nós vamos mostrar ao mercado internacional que o Brasil está preparado para avançar ainda mais na produção e garantir segurança do mercado no mundo inteiro”, afirmou. Para o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Marcelo Junqueira, a maior vantagem do site é a reunião das informações de vários órgãos diferentes em um único lugar. “Cada órgão tratava de forma separada os assuntos voltados para seu público. Agora, a vida do usuário será facilitada, pois terá apenas uma fonte de informação, no que compete ao comércio exterior e investimento”, comentou. Entre os itens encontrados no Brasil Export estão os principais dados sobre o comércio exterior e investimento, ferramentas de apoio a empresários e oportunidade de negócios, informações de sites nacionais e internacionais, link de acesso ao Portal Siscomex, que integra os diversos sistemas operacionais de exportação e importação e o Comex responde – um tira-dúvidas online que conta com o apoio de 23 órgãos que atuam na área.

Conta de luz da Eletropaulo vai subir 18% amanhã Os consumidores residenciais da Eletropaulo deverão perceber um aumento de 18,06% em suas contas de luz a partir desta sexta-feira (4). A mudança nos preços reflete a autorização dada pela diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para que a empresa corrija as tarifas praticadas desde o ano passado. A distribuidora paulista atende 6,7 milhões de residências, escritórios e indústrias em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital. Para as indústrias, o aumento da tarifa será maior: 19,93%.

DEVOLUÇÃO O impacto para os consumidores atendidos pela Eletropaulo seria ainda maior caso a agência não houvesse incluído em seus cálculos uma devolução milionária que a empresa será obrigada a fazer. Nesta segunda-feira (1º) a Aneel manteve a obrigação da Eletropaulo ressarcir em R$ 626 milhões a seus consumidores para compensar cobranças não devidas. A empresa teria incluído em seu balanço o investimento em equipamentos que, na verdade, não existiam. Assim, a distribuidora teria inflando sua remuneração e realizado repasses indevidos desses custos às tarifas de energia cobradas dos consumidores. O diretorgeral da agência, Romeu Rufino, informou após a decisão, na segunda, que ao menos 25% dessa devolução seria realizada para o consumidor já neste ano. A diretoria, porém, decidiu por fazer o ressarcimento de metade do valor devido, incluindo correções, o que representa a restituição de R$ 325,5 milhões em um ano. A diretoria, porém, decidiu por fazer o ressarcimento de metade do valor devido, incluindo correções, o que representa a restituição de R$ 325,5 milhões em um ano. "Essa é uma decisão nossa. A gente é que escolhe quanto vai aplicar. A bem da verdade uma das razões é essa [que o reajuste deste ano seria muito alto]." Na prática, a inclusão desses valores nos cálculos de reajuste da Eletropaulo impediu que o aumento para os consumidores fosse ainda maior que o percentual definido. Considerando o 9


efeito médio, para todos os consumidores, o aumento aplicado foi de 18,66%. Sem a inclusão dessa restituição, o aumento seria 3,3 pontos percentuais maior. Ou seja, reajuste médio de 21,96%. O restante do valor a ser devolvido pela empresa ainda pode ser considerado pela Aneel até o reajuste de 2017. "A decisão da Aneel foi de repassar em até quatro anos. Agora já foi 50%. Para o ano que vem, depende; pode ser 25% ou mesmo 50%", esclareceu Rufino.

AES ELETROPAULO/2013 Faturamento R$ 12,6 bilhões Ebitda R$ 1,14 bilhão Número de funcionários 5.900 Total de dívidas/capital 25,5% Principais concorrentes Ampla, CPFL Energia, Elektro, Light

Veja, abaixo, outros reajustes já autorizados pela Aneel neste ano. NORDESTE PERNAMBUCO Celpe (Companhia Energética de Pernambuco) 3,2 milhões de clientes, em todos os municípios pernambucanos 17,69% para residências 17,86 para indústrias SERGIPE Energisa Sergipe 630 mil clientes, em 63 municípios 12,17% para residências 11,31% para indústrias CEARÁ Coelce (Companhia Energética do Ceará) Mais de 3 milhões de clientes, em 184 municípios 17,02% para residências 16,16% para indústrias BAHIA Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) 5,3 milhões de clientes, em 415 municípios 14,82% para residências 16,04% para indústrias RIO GRANDE DO NORTE Cosern (Companhia Elétrica do Estado do Rio Grande do Norte) Mais de 1,2 milhão de clientes, em 167 municípios 11,40% para residências 15,78% para indústrias

SUDESTE MINAS GERAIS Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) 18,2 milhões de clientes, em 774 municípios 14,24% para residências 12,41% para indústria 10


Bragantina 122 mil unidades de consumo, 15 municípios (5 na região de Bragança Paulista, SP, e 10 em Minas Gerais) 14,98% para residências 14,43% para indústria Energisa Minas Gerais 407 mil residências em 66 municípios de Minas e do Rio de Janeiro 5,8% para residências 3,75% para indústrias e consumidores de alta tensão

SÃO PAULO Eletropaulo 6,7 milhões de residências, escritórios e indústrias em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital 18,06% para residências 19,93% para indústrias Bragantina 122 mil unidades de consumo, 15 municípios (5 na região de Bragança Paulista, SP, e 10 em Minas Gerais) 14,98% para residências 14,43% para indústria Vale Paranapanema 167 mil unidades de consumo, em 27 municípios (região de Assis) 18,98% para residências 21,31% para indústria CNEE (Companhia Nacional de Energia Elétrica) 105 mil unidades de consumo, em 15 municípios (região de Novo Horizonte e Catanduva) 16,93% para residências 16,64% para indústrias Caiuá-D (Caiuá Distribuição de Energia) 230 mil unidades de consumo, em 24 municípios (região de Presidente Prudente) 14,42% para residências 13,39% para indústrias

Rio de Janeiro Energisa Minas Gerais 407 mil residências em 66 municípios de Minas e do Rio de Janeiro 5,8% para residências 3,75% para indústrias e consumidores de alta tensão Energisa Nova Friburgo 96 mil residências e comércios no município de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro 13,66% para residências 7,94% para Indústrias e consumidores de alta tensão

CENTRO-OESTE MATO GROSSO DO SUL Enersul 909 mil unidades de consumo, em pelo menos 10 municípios 11


9,4% para residências 14,11% para indústrias

SUL RIO GRANDE DO SUL AES Sul 1,2 milhões de clientes, em 118 municípios 28,99% para residências 30,29% para indústria

PARANÁ Copel 4,22 milhões de clientes, em 396 municípios (3 deles apenas na área rural) 0% para residências 0% para indústrias OBSERVAÇÃO O reajuste da Copel seria de 33,49% para residências e de 37,35% para indústrias, mas foi cancelado a pedido do governo do Paraná Cocel Município de Campo Largo 42,02%, em média

NORTE TOCANTINS Celtins 574 mil residências, empresas e indústrias do Tocantins 10,98% nas tarifas dos consumidores residenciais 10,43% para industriais

Usinas de energia concorrentes tentam eliminar incentivo de eólicas Geradores de energia a partir de outras fontes renováveis estão pressionando o Congresso Nacional e outros órgãos federais para retirar incentivos à energia eólica, já que esta se tornou mais competitiva que a biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. O que adeptos das eólicas têm chamado de "lobby" convenceu o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) a incluir uma emenda à medida provisória 641 com o objetivo de retirar o desconto de 50% das tarifas de uso de sistemas de transmissão e distribuição. No entanto, é na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que cresce com mais força o entendimento de que as eólicas não precisam mais dos incentivos. PRÓPRIAS PERNAS Em relação aos dois órgãos, a Folha apurou que a visão é que a geração de energia elétrica a partir dos ventos se tornou tão competitiva que, mesmo sem incentivos, continuaria mais atrativa. "Falta, na verdade, coragem para retirar o incentivo. Isso poderia representar um desgaste com o setor", disse uma pessoa ligada à CCEE. A tentativa de mudança no Congresso aconteceu por iniciativa da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (AbraPCH). No início de julho, segundo apurou a Folha, a entidade convenceu o senador Vital do Rêgo a alterar emenda do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP). A proposta de Jardim era estender à geração por biomassa os benefícios dados à geração eólica. Mas, depois da reunião, a proposta se transformou na retirada de todos os incentivos às eólicas. 12


PRESSÃO Segundo Jardim, Rêgo fez o adendo à sua proposta sem consultá-lo. "Há um grupo de dissidentes que está pressionando o Congresso para retirar os incentivos à eólica. O que eu pedi foi apenas a extensão do benefício à biomassa, que está sem competitividade", afirmou Jardim. A assessoria de Rêgo diz que o texto foi mudado após reunião com representantes do setor no Congresso, o que incluiria o deputado. Um membro da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), precisou intervir para fazer Rêgo desistir da emenda contra o segmento. Procurada, a presidente da Abeeólica, Élbia Melo, diz que não acredita que tal proposta passasse no plenário. O presidente da AbraPCH, Ivo Pugnaloni, afirmou que se reuniu com os assessores legislativos de Rêgo, mas negou que tenha trabalhado contra os incentivos para a geração eólica. "A medida, que hoje é contra as eólicas, amanhã pode ser contra nós", disse.

Pioras, rápidas e imprevistas Vai haver recessão na indústria brasileira neste ano, recessão talvez feia. Isto é, as fábricas vão produzir menos do que no ano passado. Talvez menos do que em 2008. Na verdade, desde então, a quantidade de produção industrial não foi muito além desse ano do início da Grande 13


Recessão mundial. Maio foi ruim. Há risco razoável de junho ser pior. A coisa desanda em ritmo rápido, imprevisto. O IBGE informou que a indústria caiu pelo terceiro mês seguido em maio. A produção despenca tanto por causa do consumo de bens duráveis (carros, eletrodomésticos etc.), que definha, como pela despesa agonizante com bens de capital (equipamentos para a produção). Ou seja, não há dinheiro ou vontade de comprar bens mais caros, ao menos bens nacionais, ou não há dinheiro ou vontade de investir em aumento ou melhorias de produção. De janeiro a maio, a produção industrial encolheu 1,6% em relação aos primeiros cinco meses de 2013. No mesmo período, a produção de bens de capital encolheu quase 6%. A de bens de consumo duráveis, cerca de 3%. A indústria não cresce faz três trimestres. Recessão. Em maio, a produção de veículos, segundo a medida do IBGE, caiu espantosos 20% em relação ao mesmo mês do ano passado. Difícil esperar coisa melhor do mês de junho, pois as empresas estão parando linhas de produção, dando férias coletivas em massa, quando não estão demitindo mesmo. Segundo comentário do economista Rodrigo Miyamoto, em relatório de ontem do departamento de economia do Itaú, junho vai ser ruim mesmo. "Para junho, esperamos nova retração na produção industrial, em linha com os recuos da confiança do empresário industrial, os altos estoques e dados de consumo de energia. Os índices de confiança continuam em baixo patamar histórico e recuaram novamente em junho. Os estoques na indústria voltaram a aumentar e indicam uma menor produção à frente. No mesmo sentido, os dados de consumo de energia também apontam para queda. Finalmente, há o impacto negativo sobre as horas trabalhadas relacionado à Copa do Mundo de Futebol", escreve o economista. Finda a "suspensão do tempo", os dias de anestesia festeira da Copa, os brasileiros que prestam alguma atenção ao noticiário de economia vão ter notícia de que o país pode ter entrado numa recessãozinha no primeiro semestre. Torna-se quase consenso a estimativa (chute muito bem e honestamente informado) de que a produção econômica, o PIB, encolheu no segundo trimestre, o que deve provocar a revisão para abaixo de zero da taxa pífia de crescimento do primeiro trimestre. Na prática, por ora, não vai fazer diferença a não ser entre a minoria, no entanto influente, que se ocupa desses assuntos. Vai haver algum bafafá político-midiático, pois. No entanto, a velocidade na qual a economia desce a ladeira é bem maior do que a imaginada até, digamos, março, quando não se previa que a degringolada teria efeitos na vida da massa do eleitorado. Dado o andar da carruagem, porém, as dificuldades de encontrar ou manter emprego devem ficar mais evidentes ao final do terceiro trimestre (quando entrar setembro), ao menos nas grandes metrópoles.

Sistema da Microsoft é o alvo preferido da 'gangue do boleto'

E-mails com extensão hotmail.com, hotmail.com.br, live.com, entre outros, foram o alvo da quadrilha, que também utiliza essas contas para espalhar o vírus no Brasil. Ainda segundo a RSA, 78% das 192 mil máquinas infectadas tinham o Windows 7 e metade acessava a internet via Windows Explorer. A Microsoft está ciente. A reportagem enviou perguntas sobre a segurança do sistema Windows à companhia, mas não houve resposta até a conclusão desta edição. Por meio de comunicado, a Microsoft só disse que "seu software de segurança detecta e remove os vírus conhecidos como 'Bolware'". A Folha revelou que essa quadrilha está sendo investigada pela Polícia Federal e pelo FBI, depois de ter sido descoberta pela RSA, uma das maiores empresas do mundo em segurança. Infiltrados da RSA em comunidades de hackers conseguiram chegar aos computadores da quadrilha, nos EUA, onde havia 496 mil boletos com datas dos últimos dois anos, totalizando R$ 8,7 bilhões (US$ 3,75 bilhões). A investigação policial segue sob sigilo no Brasil e nos EUA. Ainda não se sabe quantos foram afetados pela fraude nos mais de três países em que a quadrilha atua. O Brasil responde pela maioria dos ataques da gangue. Os pagamentos com boletos no país representam 9% do total de transações, segundo o Banco Central. A Febraban, a associação dos bancos, diz que as fraudes com boletos somam 3% do total e não quis comentar sobre a atuação da quadrilha. Os bancos costumam pagar quem foi lesado em fraudes eletrônicas, mas não são 14


obrigados. No caso do vírus da gangue do boleto, por exemplo, não ocorre um ataque ao site do banco, e, sim, do computador do cliente. A culpa seria do cliente, que se deixou infectar pelo vírus. Mesmo assim, na maior parte dos casos, os bancos costumam arcar com o prejuízo para evitar exposição. Segundo a RSA, é difícil perceber a contaminação pelo vírus. Um dos sinais é a queda da velocidade de navegação na internet e de processamento do computador. Ainda segundo a RSA, ele ainda escapa imune à grande maioria dos antivírus. "Fizemos testes com alguns dos principais e foram negativos", disse Marcos Nehme, diretor da RSA. Segundo ele, o vírus é mutante. Já está na 19ª versão e cada vez que ele muda é preciso aprimorar os programas de antivírus.

US$ 934 milhões deixaram o Brasil na semana passada, revela BC A retirada de dólares da economia brasileira superou o ingresso de recursos em US$ 934 milhões na semana passada, informou nesta quarta-feira (2) o Banco Central. Com isso, a parcial de junho, que estava positiva, virou e passou a registrar movimento negativo, ou seja, com mais saída do que ingresso de dólares. Até a sexta-feira da semana passada (25), US$ 856 milhões deixaram o país em junho. O movimento completo do mês passado, incluindo a última segunda-feira (30), será divulgado pelo Banco Central somente na próxima semana. Já no acumulado deste ano, até 25 de junho, entraram US$ 3,17 bilhões no país. Em igual período do ano passado, US$ 8,91 bilhões haviam ingressado da economia brasileira. Houve, portanto, uma queda de US$ 5,74 bilhões na entrada de recursos neste ano. O fluxo cambial brasileiro possui duas contas: a comercial, na qual são fechados os contratos de câmbio para operações de exportação e importação, e a conta financeira, que inclui as demais operações, como os investimentos estrangeiros diretos e os recursos para aplicações financeiras, além das remessas de lucros e dividendos (parcelas dos lucros) e empréstimos tomados no exterior, entre outros. Segundo o BC, a saída de dólares do Brasil, na parcial de junho, aconteceu unicamente pela conta comercial - que registrou a retirada de US$ 2,12 billhões. Pela conta financeira, foi registrado o ingresso de US$ 1,27 bilhão no acumulado do mês passado, até o dia 25. A entrada de recursos no país, registrada na parcial de junho, favorece, em tese, a queda do dólar. Isso porque, com mais moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia a ficar menor. Em junho, a moeda registrou, de fato, pequena queda. No fechamento de maio, o dólar estava cotado em R$ 2,24, passando para R$ 2,21 no final de junho - uma queda de 1,37%. A variação do dólar no Brasil também está relacionada, segundo economistas, com a decisão do Federal Reserve (BC dos Estados Unidos) de retirar gradualmente, em ritmo mais lento do que o estimado anteriormente, os estímulos da economia norteamericana e com a perspectiva de uma acomodação do crescimento em um patamar menor do que o registrado nos últimos anos na China. Os analistas avaliam, porém, que a variação do dólar registrada neste ano também tem relação com as contas externas e contas públicas, que têm piorado. Uma eventual valorização do dólar pode preocupar o BC, uma vez que tende a contaminar a inflação por meio do encarecimento de importados. Uma queda do dólar, por sua vez, favorece o controle da inflação. Entretanto, outro fator que também tem impacto na cotação da moeda norte-americana, neste caso para baixo, são os juros altos da economia brasileira, atualmente em 11% ao ano. Em termos reais, ou seja, descontando a inflação prevista para os próximos 12 meses, são os juros mais altos do planeta – o que teoricamente atrai recursos especulativos para o Brasil. Os leilões de contratos de "swap cambial" pelo Banco Central – contratos que permitem a compra de dólares no mercado futuro e são feitos para conter a alta da cotação –, também têm impacto no preço do dólar no mercado à vista, segundo analistas. Recentemente, o BC anunciou que manterá as intervenções diárias no mercado futuro de câmbio até o fim deste ano.

Produção de veículos é principal queda na indústria, aponta IBGE O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias teve a maior queda entre os setores da produção industrial em maio. Enquanto a indústria brasileira "encolheu" 3,2% na comparação com o mesmo mês de 2013, o setor registrou queda de 20,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado 15


do ano (janeiro a maio), o setor de veículos também pesou: a queda ficou em 12,5%, enquanto a indústria como um todo recuou 1,6%. “86% dos itens investigados do setor automotores mostram taxas inferiores no índice acumulado do ano. O setor de veículos acaba se apresentando como principal destaque em termos de queda em todas as comparações, -12,5%”, afirmou o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. “Se fossemos destacar o principal impacto no total [ da produção industrial ], certamente a produção de veículos automotores é a que influencia de forma negativa o total da indústria como um todo, não só pela magnitude em que esse setor recua, mas também pelo peso que ele tem dentro da atividade industrial e pelos impactos em outros setores”, completou. De acordo com André Macedo, a redução nas vendas do mercado interno, a redução de exportação no setor, o encarecimento das condições do crédito e o maior comprometimento da renda das famílias são os principais fatores que influenciam a redução das vendas de carros e, por consequência, a diminuição da produção. “Isso tudo leva à situação que estamos observando há algum tempo, de um nível de um estoque na produção industrial. Isso acaba acarretando não só na redução da produção como um todo, mas concessão de férias coletivas e redução de jornada de trabalho. Veículos automotores da atividade, os impactos atingem a parte relativa dos caminhões, e a parte relativa das autopeças”, completou Macedo. O gerente de coordenação de indústria do IBGE explicou ainda que os níveis de estoque de veículos estão acima "do seu padrão habitual", ocasionado por vendas menores no setor tanto no mercado interno quando no externo. De acordo com ele, a redução das exportações, "especialmente para a Argentina [ que passa por uma crise ], é um fator importante a ser considerado". "Outro ponto importante, quando se fala dos automóveis, é o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que vigorava no final do ano passado para um patamar intermediário no início de 2014. Isso, claro, afeta os preços no mercado interno e também algumas exigências em termos de acessórios de segurança nos carros, que afetam em termos de preço, e, consequentemente, ajudam a entender essa redução nas vendas do setor", concluiu. Desde o começo do ano, freios ABS e airbags são obrigatóriosem carros novos. Nesta segunda-feira, o governo anunciou a manutenção das atuais alíquotas de IPI para carros até o fim do ano. O tributo deveria subir, e deixar os veículos mais caros, a partir de 1º de julho. Assim como o setor de veículos automotores, a produção da indústria brasileira caiu pela terceira vez seguida. Frente a maio do ano anterior, a atividade fabril mostrou baixa de 3,2%. Segundo Macedo, o setor de automotores correspondem a 55% dos bens duráveis, setor que influenciou o resultado do mês de maio, junto com o bens de capital (como máquinas e ferramentas). “Não é tão somente [ o setor de veículos ] que é um destaque, mas tem um conjunto de setores industriais que tem comportamento de queda, sob um olhar frente a abril, frente a maio do ano passado ou quando a gente olha o acumulado de 2014”, diz o gerente. Com esses números, a indústria acumula retração de 1,6% de janeiro a maio. Já nos últimos 12 meses, há um ligeiro aumento de 0,2%, "mostrando clara redução no ritmo de crescimento frente aos resultados verificados em março (2,0%) e abril (0,7%)", de acordo com o IBGE.

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