04 de novembro de 2014

Page 1

SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 04 DE NOVEMBRO DE 2014

FAÇA PARTE DESSE TIME ASSOCIE-SE (WWW.OESC.ORG.BR)

1


Brasil tem déficit comercial de US$ 1,18 bilhão em outubro, diz governo Fonte Jornal Folha de São Paulo EDUARDO CUCOLO de BRASÍLIA03/11/2014 15h19 às 15h40 As importações superaram as exportações em US$ 1,18 bilhão em outubro, informou nesta segunda-feira (3) o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). É o pior resultado para este mês do ano desde 1998, quando o saldo ficou negativo em US$ 1,44 bilhão. O número de outubro de 2014 é a diferença entre compras de US$ 19,51 bilhões e vendas de US$ 18,33 bilhões. No acumulado do ano, o déficit da balança comercial está em US$ 1,87 bilhão. No mesmo período de 2013, estava em US$ 1,99 bilhão. Entre janeiro e outubro de 2014, as exportações somaram US$ 191,9 bilhões e as importações, US$ 193,8 bilhões. Pela média diária, tanto as compras como as vendas externas caíram 3,7% no acumulado do ano. Após oito meses no vermelho, a balança comercial havia ficado finalmente positiva no ano em agosto graças à exportação "artificial" de uma plataforma de petróleo da Petrobras. Trata-se de uma operação legal, mas apenas contábil, já que o equipamento não chega a sair do país. Por causa dessa operação, as exportações de agosto superaram as importações em US$ 1,2 bilhão. Apesar disso, o resultado foi o pior para o mês desde 2001. Sem essa ajuda, o país registrou déficit em setembro e outubro, pois o desempenho fraco do país no exterior voltou a aparecer. Em setembro, a balança comercial ficou negativa em US$ 690 milhões.

Presidente da Transpetro se licencia, mas defende lisura na gestão Fonte Jornal Valor Econômico Rafael Rosas e Cláudia Schüffner03/11/2014 às 19h 34 RIO - O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, divulgou nesta segunda-feira nota confirmando seu pedido de licença por 31 dias do comando da empresa. Afirmou estar certo “do pleno rigor e lisura” de sua gestão na companhia e confirmou que a PricewaterhouseCoopers (PwC), empresa de auditoria independente da Petrobras, apresentou questionamento perante o Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da controladora da Transpetro. “Embora o Conselho de Administração tenha adiado qualquer deliberação sobre tal questionamento, decido de forma espontânea requerer licença sem vencimento pelos próximos 31 dias. Tomo a iniciativa de afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos os esclarecimentos necessários”, diz Machado na nota, acrescentando que o pedido de licença é “um gesto de quem não teme investigações”. “Pretendo com isso, também, evitar eventuais atrasos na divulgação do balancete do terceiro trimestre da Petrobras”, continua o comunicado, em referência às informações de que haveria uma exigência da PwC para que ele deixasse o comando da subsidiária da estatal. “Estou certo do pleno rigor e lisura de minha gestão na Transpetro, e tranquilo quanto ao curso das investigações. Tenho todo o interesse de que tudo seja averiguado rapidamente”, afirma Machado. Machado, que está à frente da Transpetro há 11 anos e 4 meses, frisou que as contas da empresa e a execução de seus principais programas “são periodicamente auditadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que jamais encontrou irregularidades nos contratos e no 2


último dia 30 de outubro expediu certidão negativa atestando não haver nenhuma pendência em meu nome reativamente a contas julgadas até o presente momento”. “Além de não responder a nenhum processo no TCU, não sou réu em nenhuma ação penal e não tenho contra mim nenhuma ação de improbidade admitida pela Justiça. Ao longo de mais de 30 anos de vida pública, jamais fui processado em decorrência de meus atos”, diz a nota. “Apesar de toda uma vida honrada, tenho sido vítima nas últimas semanas de imputações caluniosas feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, cujo teor ainda não foi objeto sequer de apuração pelos órgãos públicos competentes. A acusação é francamente leviana e absurda, mas mesmo assim serviu para que a auditoria externa PwC apresentasse questionamento perante o Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da Petrobras”, ressaltou Machado no comunicado. Ele foi citado em um dos depoimentos dados por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da estatal, que afirmou ter recebido R$ 500 mil do presidente da Transpetro.

Produção industrial cai 0,2% em setembro ante agosto, aponta IBGE Fonte Jornal Valor Econômico Diogo Martins e Ana Conceição 04/11/2014 às 09h 14 RIO - (Atualizada às 9h32) A produção industrial caiu 0,2% em setembro na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais. Em agosto, a produção subiu 0,6% sobre julho, dado revisado de alta de 0,7%. Os dados constam da Pesquisa Industrial Mensal divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado da produção geral ficou abaixo da média prevista por 17 instituições financeiras e consultorias consultadas pelo Valor Data, que apontava aumento de 0,2%. O intervalo das estimativas ficou entre queda de 0,5% e alta de 1,5%. A principal influência de queda foram os bens intermediários, responsáveis por cerca de 55% da produção da indústria brasileira. A fabricação desses produtos recuou 1,6% em setembro sobre agosto. Nesse período, o IBGE observou recuo nos setores de produtos de metal (-2,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustível (-1,3%) e celulose, papel e produtos de papel (-0,5%) e indústrias extrativas (-0,2%). Na comparação com setembro de 2013, a produção industrial brasileira caiu 2,1%. No acumulado do ano até setembro, o setor teve baixa de 2,9% e, em 12 meses, caiu 2,2%. A comparação entre setembro e agosto mostrou, além da queda de 1,6% em intermediários, alta de 1,9% na produção de bens de capital, já com ajustes sazonais. Na mesma base de comparação, a produção de bens de consumo duráveis avançou 8% e a de bens de consumo semi e não duráveis avançou 0,8%. Em relação a setembro de 2013, a produção de bens de capital recuou 7,9%, a de bens intermediários caiu 1,7%, ao passo que a produção de bens de consumo duráveis recuou 7,3% e a de bens de consumo semi e não duráveis avançou 1,6%. No acumulado do ano até setembro, a produção de bens de capital caiu 8,2%, a de bens intermediários recuou 2,5%, enquanto a de bens de consumo duráveis caiu 9,6%, e a dos bens de consumo semi e não duráveis avançou 0,2%. Nos 12 meses encerrados em setembro, a produção de bens de capital caiu 4,3%, a de bens intermediários recuou 2,2%, enquanto a de bens de consumo duráveis caiu 7,6%, e a dos bens de consumo semi e não duráveis avançou 0,2%. Produção de veículos Por outro lado, a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 10,1% em setembro, sobre agosto, na série que desconta os efeitos sazonais. Esse é o melhor resultado desde desde fevereiro de 2012, quando subiu 12,1%. "Essa melhora recente não suplanta as quedas de março a julho. É um crescimento que se dá por uma base de comparação mais baixa", afirmou o gerente da coordenação da indústria do IBGE, André Macedo. 3


Em relação a setembro de 2013, a produção de veículos automotores teve queda de 14,3%. De acordo com o IBGE, no acumulado do ano até setembro, a produção do setor teve queda de 18,1%, ao passo que, em 12 meses, a atividade caiu 14,9%. Terceiro trimestre A produção da indústria brasileira caiu 3,7% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período em 2013. O recuo se segue à queda de 5,3% no segundo trimestre e ao aumento de apenas 0,6% no primeiro trimestre, ambos sobre os mesmos períodos do ano passado. Todas as categorias registraram produção negativa no terceiro trimestre, embora o recuo tenha sido menor que no segundo. A produção de bens de capital caiu 9,9% entre julho e setembro após retração de 14,4% entre abril e junho. Nessa categoria, se destaca a queda de bens de capital para indústria, único segmento em que a queda do terceiro trimestre foi maior que a do segundo: 5,2% contra 3,3%. A fabricação de bens de capital para transporte caiu 16,1%, de recuo de 18,7% no trimestre anterior. A produção de bens intermediários, que representa cerca de 55% da indústria nacional, saiu de queda de 3,6% para recuo de 2,9% no período. A fabricação de bens duráveis, que inclui automóveis e eletrodomésticos, por exemplo, saiu de retração de 18,4% para queda de 12,6%, e a de bens de consumo semi e não duráveis, que agrega produtos como vestuário e alimentos, foi de queda de 1,7% para recuo de 0,4%. Na comparação com o segundo trimestre de 2014, a produção industrial recuou 0,2%, descontando-se os ajustes sazonais. O cálculo é de André Macedo. No segundo trimestre, a atividade tinha recuado 1,9% frente aos três primeiros meses do ano, na série de influências sazonais. Já no primeiro trimestre, o resultado também tinha sido negativo em 0,2%, frente aos três últimos meses de 2013.

Preços recuam e balança deve ter déficit no ano Fonte Jornal Valor Econômico Rodrigo Pedroso e Marta Watanabe de São Paulo04/11/2014 às 05h 00 Os movimentos responsáveis pela piora no resultado da balança comercial observados ao longo do ano atuaram com mais força em outubro. Forte queda no preço das commodities e recuo em volumes embarcados, encolhimento nas vendas de diversos setores de manufaturados e o embarque de uma plataforma de US$ 1,9 bilhão em outubro de 2013, fizeram com que as exportações caíssem em ritmo mais forte (19,7%) do que as importações (15,4%) no mês passado. Com apenas mais dois meses para o fim do ano, o déficit de US$ 1,8 bilhão no acumulado de janeiro a outubro só será revertido se o desempenho das exportações vier acima do esperado. A tendência é que o ano termine com saldo negativo pequeno, o que frustraria o leve superávit esperado pelo mercado e pelo BC. Rodrigo Branco, economista do Centro de Estudos de Estratégias de Desenvolvimento (CedesUerj), afirma que a tendência verificada ao longo do ano, de recuo de preços das commodities e queda no volume exportado de manufaturas, teve "efeito cheio" no resultado do mês passado. "Está cada vez mais difícil vislumbrar superávit neste ano. O petróleo, que poderia compensar os recuos, não vai ter força para fazer esse movimento. Já havia queda de preço e quantidade nas vendas de básicos, mas agora ela veio mais muito mais forte." Mesmo tirando da conta das exportações de manufaturados a plataforma de US$ 1,9 bilhão, embarcada em outubro de 2013, a queda nos embarques totais de manufaturados no mês passado foi de 13,3%. Com a plataforma, o recuo foi de 30,3%. Para Rogério César de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), é evidente que os embarques de manufaturados, independentemente das plataformas, estão caindo. Ele lembra que, no acumulado do ano, as exportações de 4


manufaturados recuaram 10,1% contra iguais meses de 2013. A exportação total brasileira, na mesma comparação, caiu 3,7%. A queda na exportação de manufaturados, diz Souza, tornou a pauta de exportação brasileira mais dependente das commodities e mais vulnerável à queda de preços das cotações internacionais de produtos básicos agrícolas e metálicos. "Não há problema nenhum no fato de o Brasil ser competitivo nos básicos, mas também precisamos recuperar a capacidade de exportar da indústria", diz. Um exemplo do efeito mais volátil das commodities está no resultado por países. O recuo nas vendas de minério de ferro e soja contribuíram para a queda de 43,8% na exportação do Brasil para a China no mês passado. O país é o principal destino das exportações brasileiras. A queda na receita da soja se deve em parte à antecipação da quantidade embarcada durante o ano. Com isso, restaram menos grãos a partir de outubro, quando sazonalmente a exportação de soja é mais fraca. O país não foi o único destino com redução de embarques em outubro. As exportações para a União Europeia recuaram 40,4%. As vendas para a Argentina caíram 35,9%. Os embarques para os Estados Unidos ficaram praticamente estáveis, com queda leve de 0,3%. No acumulado até outubro, contra igual período do ano anterior, a queda foi de 3,7% nas exportações totais. O recuo foi puxado principalmente por China, Argentina e União Europeia, com reduções de 6,8%, 26,8% e 10,4%, respectivamente. Para Souza, a desvalorização do real frente ao dólar pode ajudar mais a indústria doméstica a exportar e a concorrer com o importado no mercado interno. É preciso, porém, diz ele, ao mesmo tempo em que o dólar mais forte dá fôlego para a indústria, iniciar mudanças estruturais para o aumento da competitividade, com a redução de custos e a elevação da qualificação. A desvalorização da moeda brasileira neste segundo semestre, entretanto, não teve efeito substancial também no resultado de outubro, na visão dos analistas. O real mais fraco deve começar a aparecer com mais força no nível das vendas de manufaturas no ano que vem. Mesmo assim, diz Alberto Ramos, chefe de pesquisa para América Latina do Goldman Sachs, o comércio brasileiro está passando por uma deterioração "muito grande" nos termos de troca nos últimos meses, em linha com a piora do saldo comercial "apesar de um crescimento econômico muito baixo." O real continua apreciado mesmo com a recente desvalorização por causa da atuação do Banco Central no mercado cambial, causando recessão na indústria, ainda na visão de Ramos. Para Branco, haverá déficit na balança comercial este ano, mas não "muito alto", até por uma questão de tempo. "Entretanto há redução nas vendas em todos os setores e, diferentemente do primeiro semestre, estamos assistindo a uma queda nas exportações mais forte do que o registrado nas importações", diz.

Para secretário, programas contestados pela UE estão de acordo com regras da OMC Fonte Jornal Valor Econômico Lucas Marchesini de Brasília04/11/2014 às 05h 00 O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, criticou ontem o painel aberto na sexta-feira pela União Europeia (UE) na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a política industrial brasileira. De acordo com ele, "os regimes contestados pela UE são plenamente compatíveis com regras multilaterais e, por isso, estamos muito confiantes com o resultado do painel aberto pela UE". Entre as políticas atacadas pelo bloco econômico europeu está o Inovar-Auto. O regime, com validade até 2017, e oferece desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a montadoras que se comprometeram com planos de investimento no Brasil. 5


Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que o Brasil demonstrará aos europeus a adequação do regime automotivo às regras da OMC: "Achamos que nosso regime é perfeitamente compatível e vamos demonstrar isso." A UE abriu o que será a maior disputa comercial contra o Brasil na OMC, contestando parte central da política industrial do governo de Dilma Rousseff, apenas cinco depois de sua reeleição.

Aneel enfrenta críticas e resistência em mudança nos preços da energia Fonte Jornal Valor Econômico Daniel Rittner de Brasília04/11/2014 às 05h 00 A proposta de mudanças no preço da energia no mercado de curto prazo enfrenta resistência praticamente unânime do setor em um de seus pontos fundamentais. Geradoras, distribuidoras, comercializadoras e grandes indústrias bateram de frente com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em torno da ideia de alterar o rateio das despesas financeiras criadas pelo acionamento das usinas térmicas que excedem o preço de liquidação das diferenças (PLD). Diante do bombardeio das empresas, durante audiência pública realizada em Brasília, a agência já admite mexer em sua proposta original. Hoje o PLD, que serve como referência para o valor da energia no mercado de curto prazo, tem um limite máximo de R$ 822,83 por megawatt-hora. Esse patamar foi atingido durante boa parte do ano devido à falta de chuvas e ao esvaziamento dos reservatórios. Agora, a sugestão da Aneel é reduzi-lo para R$ 388,04, levando a uma economia de bilhões de reais nas despesas de quem não está totalmente coberto por contratos e precisa recorrer ao chamado mercado "spot". O problema está na divisão dos custos que ultrapassam esse valor. Atualmente, apenas 5% das térmicas têm uma operação mais cara do que o teto do PLD. Quando elas são ligadas, a conta fica para todos os consumidores, por meio do Encargo de Serviços do Sistema (ESS). De janeiro a julho deste ano, essa conta foi de R$ 582 milhões. Se o novo preço-teto for confirmado, cerca de 30% das usinas terão um custo operacional acima do limite. Com isso, o ESS pode alcançar até R$ 4,2 bilhões em 2015, conforme simulações da consultoria Thymos Energia. Na proposta colocada em audiência pública, a Aneel mexeu também no rateio do ESS: em vez de dividi-lo igualmente entre todos os consumidores, sejam do mercado livre (principalmente indústrias) ou do mercado regulado (distribuidoras), a conta ficaria unicamente com quem está deficitário na liquidação dos contratos. Por exemplo: usinas hidrelétricas que produziram abaixo do previsto ou indústrias que consumiram acima do volume de megawatts contratados. "A indústria não pode mais absorver a criação ou o aumento de encargos", advertiu Bernardo Sicsú, coordenador de economia da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), entidade que reúne empresas com geração para consumo próprio. O gerente de assuntos regulatórios da Equatorial Energia, Cristiano Logrado, reforçou a percepção de insegurança que predomina no setor: "No limite, um único agente pode ter que assumir sozinho todas as despesas de ESS em um mês". Logrado disse que essa nova forma de rateio do encargo pode levar a uma postura excessivamente conservadora em todo o setor. Do lado do consumo, empresas deverão comprar mais energia do que o necessário, a fim de evitar exposição ao mercado de curto prazo. Do lado da oferta, a tendência das usinas hidrelétricas será vender menos energia do que podem oferecer, devido ao medo de não entregarem todo o volume comercializado e ficarem expostas à divisão de custos do ESS. "Não tenho a menor dúvida de que todos vão assumir uma posição mais conservadora", endossou o presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva.

6


Reservadamente, algumas empresas e associações já admitem levar o assunto aos tribunais, caso a Aneel não recue de sua posição inicial. Como o tema ainda está em discussão na agência, em âmbito administrativo, ninguém quer brigar antecipadamente. José Jurhosa, diretor da Aneel que relata a proposta de mudança do PLD, se disse surpreso com a rejeição do setor ao novo rateio do encargo. Ele se mostrou disposto a modificar a sugestão inicial da agência. "Vamos verificar a pertinência [das críticas]. Se for unânime [a rejeição], vamos com certeza relevar. Não é de nosso interesse trazer prejuízo à sociedade." De acordo com Jurhosa, a intenção da diretoria colegiada é votar as mudanças no PLD na reunião marcada para o dia 25 de novembro. Com isso, as alterações entrariam em vigência em janeiro. Essa queda, embora não tenha recebido apoio consensual, despertou menos polêmica do que a divisão de custos do ESS. Só houve lamentações quanto ao "timing" da mudança. "Não é bom estar lidando com isso em espaço tão curto de tempo e já para o ano que vem", lamentou Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, associação que reúne grandes consumidores industriais de energia. Pedrosa elogiou a tentativa da Aneel de remediar a crise vivida pelo setor, mas disse que a situação atual requer "um novo pacto" entre os agentes e o governo como um todo. "Temos sido atendidos por socorristas de ambulância, mas precisamos de intensivistas de UTI", resumiu.

Para economistas, ajuste exigirá mais impostos Fonte Jornal Valor Econômico Tainara Machado de São Paulo04/11/2014 às 05h 00 Para reverter a rápida deterioração das contas públicas ao longo de 2014, com déficit primário de R$ 15,2 bilhões acumulado entre janeiro e setembro deste ano, o ajuste fiscal esperado para 2015 deve recair, novamente, sobre o lado da receita tributária. Para economistas ouvidos pelo Valor, o governo vai precisar voltar a aumentar impostos ao longo do próximo ano se quiser evitar a perda do grau de investimento. Para esses especialistas, é possível esperar alguma contenção do gasto ao longo do próximo ano, especialmente sobre os investimentos, mas ela não deve ser suficiente para elevar substancialmente a economia feita pelo governo para pagamento do serviço da dívida. Como também não dá para contar com forte crescimento da economia, o que teria efeito positivo sobre a arrecadação de tributos, o aumento do superávit primário deve vir da elevação da carga tributária, com reversão de algumas desonerações e, possivelmente, criação de novos impostos. Ainda assim, o cenário será de alta apenas gradual do esforço fiscal do governo. Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria, avalia que o setor público pode encerrar 2014 com superávit primário em torno de 1% do PIB, mas com forte dependência de receitas extraordinárias. Entre outubro e dezembro, devem ingressar nos cofres públicos cerca de R$ 26 bilhões em receitas atípicas, como Refis, o programa de parcelamento de tributos em atraso, dividendos e a receita do leilão da frequência 4G de telefonia. Sem a ajuda desses recursos, o superávit primário recorrente, que não conta com receitas e despesas extraordinárias, ficaria mais próximo da estabilidade, afirma. No ano passado, esse indicador ficou em 0,65% do PIB, o que sinaliza impulso fiscal expansionista neste ano. Para inverter essa tendência, Salto avalia que é factível entregar superávit primário em torno de 1% do PIB em 2015, no cálculo sem ajuda de receitas extraordinárias. "Mas o quadro atual mostra que não existe essa possibilidade sem aumento de impostos". Em seus cálculos, o principal candidato é a recomposição da Cide sobre combustíveis, porque ajudaria no ajuste de preços relativos na economia. O aumento do PIS e da Cofins, que incidem sobre faturamento, também seria uma possibilidade. Este seria, porém, um movimento na direção contrária do que tem sido prometido pelo governo, que acenou com a simplificação 7


desses tributos durante a campanha eleitoral. "Acho que tudo que tiver custo adicional será evitado neste momento". Ainda sobre a mesa estaria o fim do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis e eletrodomésticos, que poderia render algo como R$ 13 bilhões a mais de receita no ano, diz. Além da elevação de alíquota da Cide e do IPI, Rafael Ihara, economista do banco Brasil Plural, cita ainda a possibilidade de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta em 2008, que poderia elevar a arrecadação em 0,7% do PIB. Para tanto, o governo vai precisar trabalhar em conjunto com o Legislativo. "A ideia é que o governo consiga melhorar poder de negociação com o Congresso. Sem aumento de carga tributária, dado o perfil do gasto, será difícil elevar o superávit primário", diz. Ihara e Salto também colocam entre as medidas necessárias para o ajuste fiscal do ano que vem o aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 5% ao ano, o que reduziria o custo do subsídio ao BNDES. Salto lembra que essa é uma medida defendida por Nelson Barbosa, ex-secretário de Política Econômica e um dos nomes que tem sido apontados como candidato a ministro da Fazenda no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Para Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, há certa margem de manobra do lado da despesa, mesmo que reduzido, já que o gasto tende a ter alguma desaceleração depois do ano eleitoral. Ainda assim, diz, o mais provável é que o país tenha superávits primários baixos por um bom tempo, já que o Orçamento é bastante rígido, desonerações como a da folha de pagamentos foram tornadas permanentes e o crescimento não ajuda a inflar as receitas. Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra, também ressalta que não será possível entregar forte esforço fiscal no primeiro ano do novo governo, após a deterioração recente das contas públicas. "Não vai ser possível arrumar a casa de uma vez só, o ajuste será muito gradual". Por isso, a sinalização da meta a ser cumprida no ano que vem, um contingenciamento crível e transparente do Orçamento e comprometimento na execução do ajuste serão relevantes. "Será um processo longo de reconstrução da reputação das contas públicas." Em sua avaliação, porém, é possível evitar a perda do grau de investimento pelas agências de classificação de risco. José Márcio Camargo, economista-chefe da gestora Opus Investimentos é bem menos assertivo. "Sou muito cético em relação à capacidade do próximo governo de fazer ajuste fiscal capaz de evitar o rebaixamento da nota do Brasil", diz. Em sua avaliação, além da indicação para a Fazenda, o governo precisa apresentar um plano crível na área econômica, que não foi discutido durante a campanha. Zeina, da XP, também não descarta a possibilidade de perda do grau de investimento. "O crescimento econômico é chave para manutenção do rating." Por isso. o governo precisará focar, além do ajuste macroeconômico, em aumento da produtividade, com menor intervenção do Estado na economia e melhora do ambiente regulatório, por exemplo, afirma.

Importação de petróleo cai à metade e reduz rombo da conta Fonte Jornal Valor Econômico Rodrigo Pedroso de São Paulo04/11/2014 às 05h 00 A balança de petróleo e derivados se comportou de forma mais favorável às contas externas do país em outubro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o déficit do setor recuou 60%, puxado por forte retração nas compras do óleo bruto e de combustíveis e pelo aumento dos embarques feitos pela Petrobras ao exterior. Apesar dos números favoráveis, a recuperação do petróleo não deverá ser suficiente para ajudar a balança comercial do país a registrar superávit neste ano. As importações de petróleo caíram pela metade no mês passado - sempre na comparação com outubro de 2013 - e não passaram de US$ 946 milhões. Ao mesmo tempo, as compras de derivados de petróleo recuaram 24% e atingiram US$ 1,611 bilhão. Como resultado, as importações do setor, que somaram US$ 4 bilhões no ano passado, não passaram de US$ 2,5 bilhões em outubro deste ano. 8


Outro reforço recebido na balança comercial do setor ocorreu via exportações do óleo bruto, que aumentaram 32% e chegaram a US$ 1,3 bilhão. O valor foi alcançado devido ao incremento no volume embarcado ao exterior, que cresceu 51,5%, ainda segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A recente queda na cotação internacional do barril de petróleo, ocorrida entre o final de setembro e a segunda semana de outubro, foi sentida nos dados de comércio exterior do setor, já que a commodity foi vendida a um preço 12,5% menor do que em outubro do ano passado. Os embarques de óleos combustíveis, no entanto, recuaram US$ 306 milhões para US$ 115 milhões. Para Rodrigo Branco, economista do Centro de Estudos de Estratégias de Desenvolvimento (Cedes/Uerj), a melhora no desempenho de petróleo e derivados ocorrida principalmente neste segundo semestre não será suficiente para segurar a perda de divisas nas exportações com o recuo dos preços internacionais de commodities como minério de ferro, soja e milho. O aumento da produção nacional de petróleo deverá ser insuficiente para "salvar" a balança comercial de um déficit neste ano. "O que é um cenário diferente do esperado nos meses anteriores, quando a recuperação das vendas do óleo bruto apareceu como a esperança para conter a queda das exportações totais", diz o economista.

Após pior outubro desde 1998, governo já flexibiliza discurso Fonte Jornal Valor Econômico Lucas Marchesini de Brasília04/11/2014 às 05h 00 O resultado da balança comercial em outubro, negativo em US$ 1,177 bilhão, aprofundou o rombo nas transações comerciais com o exterior para US$ 1,871 bilhão no acumulado do ano e levou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) a rever seu discurso em relação ao desempenho para 2014. Até hoje, a pasta estava confiante em um superávit no saldo anual entre vendas e compras internacionais. Agora, segundo o secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, é necessário "aguardar o resultado para novembro que será decisivo no sentido da confirmação do resultado positivo". Ele acrescentou que, por enquanto, a previsão de superávit está mantida. Nos últimos 12 meses, a balança comercial está superavitária em US$ 2,519 bilhões. De acordo com Godinho, três fatores serão cruciais para um superávit da balança comercial. Ele começou a lista com "a possibilidade de uma melhora na conta petróleo principalmente em função do aumento da produção" nos últimos meses do ano. Em seguida, o secretário indicou uma "possível melhora dos preços de minério de ferro e da quantidade exportada desse produto" no último bimestre de 2014. Por fim, há também a necessidade de uma "continuidade do aumento das exportações de carne". A venda do produto cresceu 5% no acumulado do ano e 11% só em outubro. Godinho descartou um impacto da desvalorização do real frente ao dólar nessa análise, porque, segundo ele, estudos internacionais e a experiência do próprio ministério mostram que há um atraso grande no impacto de uma mudança no patamar do câmbio nas exportações. "Em conjunto, o fator cambial não pode ainda ser revertido em prol das exportações brasileiras", avaliou o secretário. O resultado para o mês foi o pior desde 1998, quando houve déficit de US$ 1,443 bilhão. No mês passado, houve queda de 19,7% na média diária das exportações e de 15,4% na quantidade importada por dia útil. Em números absolutos, os embarques internacionais de mercadorias saíram de US$ 22,821 bilhões para US$ 18,330 bilhões. Esse resultado se deve a uma queda de 30,3% nas vendas de manufaturados, uma retração de 15,4% nos embarques de básicos e um recuo de 1% nas exportações de semimanufaturados.

9


Para os produtos manufaturados, as maiores quedas aconteceram em plataformas de petróleo, que passou de US$ 1,9 bilhão em outubro do ano passado para US$ 93 mil no mês passado, óleos combustíveis (queda de 62,4%) e automóveis de passageiros (retração de 52%). Em relação aos produtos semimanufaturados, as principais retrações foram observadas nas vendas de óleo de soja em bruto (52,7%), ouro em forma semimanufaturada (30,4%) e açúcar em bruto (3,8%). Entre os básicos, os recuos mais expressivos aconteceram com soja em grão (55,6%), minério de ferro (41,3%) e milho em grão (30,2%). A queda de preço nos minério de ferros - 40% na comparação entre outubro de 2013 e 2014 levou a China a perder o posto de principal parceiro comercial brasileiro em outubro para os Estados Unidos. No acumulado do ano, porém, os chineses continuam à frente dos EUA. Já a queda nas importações, de US$ 23,051 bilhões para US$ 19,507 bilhões em números absolutos, se deve a recuo nas compras internacionais de combustíveis e lubrificantes (que retrocederam 36,2%), bens de consumo (queda de 14%), bens de capital (recuo de 12%) e matérias-primas e intermediários (queda de 9,3%). Sobre a conta petróleo, Godinho analisou que "mantido o ritmo de importações, podemos terminar [com um déficit da conta petróleo] na casa dos US$ 15 bilhões. Esse é um dos fatores fundamentais que explicarão o resultado do ano". Até o momento, o saldo é negativo em US$ 13,773 bilhões. No mesmo período do ano passado, era de US$ 18,903 bilhões.

Crédito proposto pelo governo pode ser insuficiente Fonte Jornal Valor Econômico Rafael Bitencourt de Brasília04/11/2014 às 05h 00 O governo pode ser desafiado a buscar uma nova ajuda financeira ao setor elétrico se o crédito bancário, no valor total de R$ 17,8 bilhões, esgotar antes do fim do ano. Até setembro, as distribuidoras gastaram 91,6% destes recursos. Resta apenas a disponibilidade de R$ 1,5 bilhão para atender a necessidade de recursos para os meses de outubro, novembro e dezembro. Para que o financiamento dos bancos seja suficiente, a despesa das distribuidoras com a compra de energia no último trimestre de 2014 deve ficar na média mensal de até R$ 500 milhões. Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fixou o repasse de R$ 1,886 bilhão às concessionárias para cobertura das despesas do mês de setembro, que serão quitadas esta semana. Em agosto, a fatura ficou em R$ 717,6 milhões, com pagamento realizado em outubro. Os valores das transferências mensais da Conta no Ambiente de Contratação Regulada (Conta ACR) foram apurados na última quinta-feira pela área técnica do órgão regulador. O primeiro contrato de crédito bancário ao setor foi fechado em abril, no valor de R$ 11,2 bilhões. O segundo foi aprovado em agosto, com o valor adicional de R$ 6,6 bilhões. A Conta-ACR foi criada por decreto em abril deste ano com a finalidade de cobrir as despesas das concessionárias de distribuição sem fosse preciso novos aportes de recursos do Tesouro Nacional. Esta foi a "solução de mercado" encontrada pela equipe econômica para obter, ao mesmo tempo, um conforto nas contas públicas e evitar uma alta ainda maior nas tarifas de energia. A urgência da medida era justificada pela necessidade de conter a forte pressão de caixa a qual as distribuidoras foram submetidas. O setor previa, se nenhuma medida fosse tomada, o colapso financeiro das empresas. O preço da energia no mercado "spot" ainda se mantém nos patamares mais elevados do ano. Este horizonte de custo pode permanecer até o final do ano se não houver melhora no regime de chuvas nas bacias hidrográficas que abastecem os reservatórios das principais hidrelétricas do país.

10


A partir de 2015, o custo total das duas operações de crédito começa a ser quitado pelas distribuidoras com pagamentos realizados em 24 meses. Os recursos serão recolhidos dos consumidores pelas contas de luz.

Vendas voltam a bater 300 mil unidades Fonte Jornal Valor Econômico Eduardo Laguna de São Paulo04/11/2014 às 05h 00 Levantamento divulgado ontem pela Fenabrave, a entidade que representa as concessionárias de veículos, mostra que as vendas do setor em outubro conseguiram superar a barreira das 300 mil unidades. Isso não acontecia desde janeiro. A indústria deu continuidade à reação, ainda que tímida, iniciada em setembro e diminuiu levemente a queda do mercado no acumulado do ano, indicando que as montadoras finalmente começam a sair do "fundo do poço". Porém, quando se compara com o desempenho de um ano atrás, o mercado continuou no vermelho em outubro. No total, 306,9 mil veículos foram licenciados no mês passado, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, o que representa uma queda de 7,1% na comparação com outubro de 2013, quando foram emplacadas 330,2 mil unidades. As vendas subiram 3,6% ante setembro, refletindo o aquecimento sazonal do mercado no último trimestre do ano, que se soma a medidas do governo para liberar crédito à compra de automóveis. O crescimento poderia ter sido maior não fosse a interrupção de licenciamentos em diversos mercados no último dia de outubro em virtude do feriado do funcionalismo público - transferido de terça para sexta-feira em grande parte das repartições, incluindo em São Paulo, onde está maior consumo de carros do país. A queda do mercado no acumulado do ano, que estava em 9,1% em setembro, caiu para 8,9%, num sinal de que a indústria automobilística nacional conseguiu, ao menos, estancar a crise. No segmento de carros de passeio e utilitários leves, outubro fechou com 291,4 mil unidades vendidas, queda de 7% na comparação anual. Se excluído dos dias úteis o feriado dos servidores públicos na sexta-feira - cujos registros só vão aparecer nas estatísticas de novembro -, o mercado girou média diária de 13,2 mil carros, voltando a superar 13 mil unidades. A Fiat liderou o ranking das marcas no mês passado, respondendo por 20,6% do total de carros vendidos. Na sequência, a General Motors (GM), por mais um mês ficou à frente da Volkswagen na briga pela segunda colocação. Enquanto a marca americana teve 17,7% das vendas de outubro, a Volks ficou com 16,9%. O levantamento mostra ainda que o segmento de caminhões também esboçou reação em outubro, com alta de 8,8% ante setembro, para 12,3 mil unidades licenciadas.

Reduzir os poderes do Fed é prioridade para o Partido Republicano Fonte Victoria McGraneThe Wall Street Journal, de Washington04/11/2014 às 05h 00 A conquista do Senado americano pelo Partido Republicano nas eleições promete uma maior turbulência política para o Federal Reserve, o banco central dos EUA. Executivos do setor financeiro dizem que um Senado controlado pelo Partido Republicano pode ampliar a análise minuciosa que o Congresso faz da política de juros do Fed, bem como do seu papel de regulador que supervisiona as instituições financeiras do país. Os republicanos não controlam o Senado desde antes da crise financeira de 2008, o que deixou o Fed, e seus poderes, em destaque.

11


"Se os republicanos tiveram o controle tanto da Câmara como do Senado, uma palavra para o Federal Reserve: cuidado", disse Camden Fine, presidente da Comunidade dos Bancos Independentes da América. No topo da lista de desejos dos republicanos em relação ao Fed está uma lei que deixaria o banco central aberto a maior avaliação de suas decisões sobre os juros, com auditorias do Congresso sobre a política monetária, práticas que encontram forte oposição entre as autoridades do Fed. Muitos congressistas republicanos também querem exigir que o Feduse uma regra matemática para guiar as decisões sobre juros ou que ele mude seu foco mais diretamente para a inflação, em vez da inflação junto com o desemprego. Tudo isso viria no topo de uma análise minuciosa bipartidária intensificada dos movimentos regulatórios do Fed. Muitos republicanos se opõem aos esforços não convencionais do BC impulsionar a economia americana nos últimos anos. Na semana passada, o Fed anunciou o fim do longo programa de estímulo por meio da compra de títulos do governo, conhecido como flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês). Mas isso não reduzir as críticas, já que muitos republicanos querem que o Fed acelere a alta dos juros, hoje próximos de zero, e corte seu resultado financeiro, que subiu para quase US$ 4,5 trilhões. A ampla expectativa é que os republicanos mantenham a maioria na Câmara dos Deputados, onde o Fed já é alvo de um projeto de lei que ele considera hostil. Com um Senado de maioria republicana, o senador Richard Shelby, do Alabama, deve se tornar o próximo presidente da Comissão Bancária do Senado, que supervisiona o Fed. Shelby não é fã do Fed. Ele tem sido extremamente crítico de seu desempenho regulatório na escalada da crise. Como principal republicano na comissão bancária depois da crise, ele apoiou o fim da autoridade do Fed para supervisionar os bancos quando o Congresso estava elaborando lei Dodd Frank, de reforma regulatória do setor financeiro, em 2010. Ele votou contra a indicação de Janet Yellen para a presidência do Fed, citando o apoio dela a programas de compra de títulos e sua preocupação de que eles poderiam gerar inflação e outros problemas econômicos. Uma porta voz do Fed não quis comentar. Analistas dizem que o presidente Barack Obama vetaria qualquer coisa que as autoridades do Fed temam que possa dificultar a sua atuação. Mas uma série de audiências hostis no Congresso questionando decisões do Fed e mudanças na lei podem forçar o Fed a atuar de forma mais defensiva. "Isso altera a dinâmica de forma importante [...] e formas assutadoras da perspectiva do Fed", diz Karen Petroudo, Federal Financial Analytics, que aconselha bancos em questões legais. Em recente nota para clientes, ela alertou que uma maioria republicana no Senado poderia intensificar no Congresso uma posição para que o Fed adie a adoção de uma nova ferramenta, conhecida como recompra reversa, para elevar os juros de curto prazo quando chegar o momento de apertar a política monetária. O desejo de reduzir o poder do Fed é um dos poucos temas nos quais Shelby tem a mesma opinião que o republicano JebHensarling, presidente da Comissão de Serviços Financeiros da Câmara, dizem lobistas do setor e analistas. Isso significa que os dois podem achar pontos em comuns na legislação. A comissão de Hensarling, que tem jurisdição sobre o Fed na Câmara, realizou 11 audiências no ano passado para examinar os vários aspectos da autoridade do BC. O esforço culminou em leis propondo uma reforma multifacetada do Fed, que exigiria, entre outras coisas, que o banco adotasse uma regra matemática formal para guiar suas decisões sobre os juros. Yellen se opôs a tal medida. Embora muitos integrantes do Partido Democrata sejam contra uma ingerência nos poderes de política monetária do Fed, esforços para examinar as consideráveis forças regulatórias do BC podem encontrar simpatia na esquerda. Tanto democratas quanto republicanos questionam se o Fed fez o bastante para monitorar as maiores empresas financeiras do país desde a crise de 2008. 12


O senador democrata Sherrod Brown disse recentemente que a Subcomissão Bancária do Senado sobre Instituições Financeiras e Proteção ao Consumidor realizará uma audiência para investigar alegações de que os supervisores do Fed foram são brandos com os bancos que supervisionam, segundo relatório da organização de informação sem fins lucrativos ProPublica e do programa de rádio This American Life. A senadora democrata Elizabeth Warren está entre as que pediram a audiência. Outra medida que pode gerar atrito é o projeto de a lei Auditore o Fed, do senador republicano Rand Paul, um favorito do movimento conservador TeaParty. A lei abriria as principais deliberações sobre política monetária para a avaliação do Congresso. O senador Ted Cruz, um potencial candidato republicano à Presidência dos EUA em 2016, recentemente classificou a aprovação da lei de Paul uma das 10 principais prioridades caso seu partido conquiste o controle das duas casas. Seis de 10 membros republicanos da Comissão Bancária do Senado estão entre os 31 apoiadores da lei, entre eles o líder no Senado, MitchMcConnell, que deve ser o líder da maioria se os republicanos vencerem no Senado.

SC e RS devem ter 'selo' de livre de peste suína Fonte Jornal Valor Econômico Cristiano Zaia de Brasília04/11/2014 às 05h 00 O Brasil pode se tornar, a partir de maio de 2015, o primeiro país a ter zonas livres de peste suína clássica reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Na prática, a doença já foi erradicada em 16 Estados brasileiros há 15 anos, mas por enquanto só Santa Catarina e Rio Grande do Sul, primeiro e segundo maiores produtores nacionais de carne suína, respectivamente, cumpriram os requisitos necessários para terem o "selo" da OIE. Para que isso acontecesse, o Ministério da Agricultura exigiu que os dois Estados cumprissem padrões técnicos, como exames sorológicos em seus rebanhos e implantação de barreiras sanitárias fixas, além de documentações específicas. Essas medidas são exigências da OIE para a obtenção do reconhecimento de área livre. Santa Catarina e Rio Grande do Sul respondem por 44% da produção de suínos no Brasil. "A partir do momento em que o mercado passa a exigir reconhecimento internacional da erradicação de uma doença, abre-se uma janela para mais exportações", diz o presidente da Comissão Regional para as Américas da OIE, Guilherme Marques, do Ministério da Agricultura. "Mas a maior preocupação dos Estados é em não ter perdas econômicas coma doença." Marques afirma que os próximos Estados com condições para pleitear o certificado da OIE para seus rebanhos são Paraná, São Paulo e Minas Gerais, além de outros 11 Estados das regiões Sudeste e Nordeste. Hoje esses 14 Estados já são reconhecidos pelo Ministério da Agricultura como livre da doença com vacinação. De acordo com ele, há quatro anos não há casos de peste suína clássica no Brasil. Os últimos focos da enfermidade foram identificados no Maranhão, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte. O Paraná chegou a pleitear o pedido de certificado, junto com os catarinenses e gaúchos, mas não cumpriu a tempo as exigências do Ministério da Agricultura. Guilherme Marques explica que, como o Paraná faz divisa com Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, o governo precisou exigir a instalação de mais barreiras físicas. Já Santa Catarina, único Estado livre de peste suína clássica sem vacinação, e Rio Grande do Sul, com o qual faz divisa, já são bastante protegidos por barreiras que evitam contaminação pela doença. E por isso largaram na frente na corrida pela obtenção do "selo" da OIE.

Etanol brasileiro ainda é o que tem custo menor Fonte Jornal Valor Econômico Assis Moreira de Genebra04/11/2014 às 05h 00 13


O Brasil continua a ter o menor custo de produção de etanol em grande escala do mundo, segundo a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Enquanto o custo é de cerca de US$ 0,18 por litro no Brasil, em países desenvolvidos pode variar de US$ 0,20 a US$ 1,38. O valor vai de US$ 0,28 a US$ 0,46 por litro na China e chega a US$ 0,44 na Índia. "O custo de produção no Brasil e em outros países em desenvolvimento é bem mais baixo do que nos países da OCDE (desenvolvidos) e muito próximo do preço internacional do petróleo'', diz a agência da ONU em relatório sobre o mercado global do biocombustível. Segundo a Unctad, o etanol agora representa 1% do uso global de energia, em um contexto marcado pelo uso de tecnologia de segunda geração, preocupações sobre as mudanças climáticas e pressões econômicas desenhando o futuro desse segmento. Nos últimos anos, os EUA se tornaram o maior país produtor de etanol do mundo, em parte por causa da redução da oferta do biocombustível feito a partir da cana no Brasil. A agência projeta avanço de 70% da produção global até 2022. Nesse horizonte, os três maiores serão os Estados Unidos, com fatia de 48%, o Brasil (28%) e a União Europeia (7%). O comércio de etanol também tende a crescer, em boa parte no fluxo entre EUA e Brasil. Os americanos poderão importar 14,6 bilhões de litros de etanol, sobretudo do Brasil, até 2022. Ao mesmo tempo, tendem a ampliar suas exportações de etanol feito com o milho para 6,6 bilhões de litros no mesmo período.

Café arábica produzido na China ganha espaço em "blends" na Europa Fonte Emiko TerazonodoFinancial Times, de Londres04/11/2014 às 05h 00 Tradicionalmente conhecida por seus ótimos chás, a China começa a se destacar também como um país produtor de café arábica de boa qualidade. Identificado por seu aroma frutado e por ser suavemente encorpado, o café da Província de Yunnan, no sudoeste do país, já se tornou base para alguns blends vendidos na Europa, segundo torrefadoras e tradings internacionais da commodity. "O sabor e o aroma suaves são similares aos dos grãos de Honduras ou da Guatemala", afirma WouterDeSmet, chefe da equipe de serviços agrícolas de café da Nestlé. Um número cada vez maior de agricultores de Yunnan vem se dedicando ao café, que traz retornos maiores quando comparado a outros cultivos. Em 2012, a renda por hectare dos produtores com o café foi duas vezes maior do que a obtida com o chá, de acordo com DeSmet. A Nestlé começou a operar em Yunnan no fim dos anos 1980, oferecendo treinamento e garantindo a compra da oferta dos cafeicultores. Desde 2005, seu número de fornecedores na Província cresceu de 147 para 2 mil. Na região, marcadas por férteis montanhas, 80 mil agricultores já cultivam café e chá ou só o café arábica - diferentemente da maior parte da produção da Ásia, onde prevalece a espécie robusta, de menor qualidade. O arábica, usado essencialmente em cappuccinos e expressos, foi levado a Yunnan por um missionário francês no fim dos anos 1880. Mas o plantio decolou apenas um século depois, graças a investimentos do governo e a um programa de desenvolvimento da ONU. Nos últimos dez anos, as exportações chinesas têm crescido de forma constante. O volume subiu de 137 mil sacas, em 1998, para 1,1 milhão em 2002, patamar similar ao da Costa Rica e equivalente a quase 1% do total mundial. Para garantir o fornecimento de café, multinacionais e tradings começaram a estabelecer bases de operação em Yunnan, que faz fronteira com Vietnã - maior país produtor da espécie robusta do mundo -, Laos e Mianmar. A Volcafe, unidade suíça de comercialização de café da ED&F Man, é a mais recente empresa a criar um empreendimento conjunto de processamento e compras com um grupo local, a SimaoArabicasmCoffeeCompany. A americana Starbucks está 14


na região há mais tempo; em 2012, implantou uma joint venture com o Ai NiGroup, uma companhia de agronegócios de Yunnan. A onda de expansão da produção chega enquanto o consumo de café na China aumenta em torno de 15% ao ano, em comparação ao crescimento de 2% no mundo como um todo.

União Europeia corta previsões de crescimento Fonte Dow Jones Newswires04/11/2014 às 09h 00 SÃO PAULO - A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, reduziu nesta terçafeira suas projeções de crescimento para a zona do euro e a União Europeia. O órgão citou problemas como a tensão na Ucrânia e no Oriente Médio, bem como a falta de investimentos. A Comissão Europeia espera agora que a inflação na zona do euro siga abaixo da meta de quase 2% do Banco Central Europeu (BCE) até pelo menos 2016. Isso deve fortalecer a expectativa de medidas mais fortes do BCE, tais como a compra em larga escala de bônus dos governos e outros ativos. A Comissão informou que espera agora que o Produto Interno Bruto dos 18 países da zona do euro cresça 0,8% neste ano, abaixo dos 1,2% da projeção anterior, divulgada na primavera local. Para o ano de 2015, a expectativa é de crescimento de 1,1%, também abaixo do avanço de 1,7% antes projetado. Em 2016, a previsão de crescimento na zona do euro é de 1,7%. As projeções de crescimento da zona do euro foram puxadas para baixo pelos cortes em países grandes, incluindo Alemanha, França e Itália. Em toda a União Europeia, a projeção é de crescimento de 1,3% neste ano, abaixo do 1,6% antes esperado. Para 2015, a UE deve crescer 1,5%, e não mais 2% omo antes previsto. Em 2016, o crescimento deve atingir 2% na UE. “A situação econômica e de emprego não estão melhorando rápido o suficiente”, afirmou JyrkiKatainen, vice-presidente da Comissão Europeia para empregos e crescimento. Segundo ele, a Comissão Europeia está comprometida a usar todas as ferramentas e recursos necessários para gerar mais empregos e crescimento na Europa. Em uma notícia importante para os investidores, a Comissão informou que espera que a inflação na zona do euro fique em 0,5% neste ano e em 0,8% em 2015. Mesmo em 2016, a inflação deve ficar em apenas 1,5%, ainda abaixo da meta de quase 2% do BCE. Em setembro, o BCE disse esperar que a inflação na zona do euro ficasse em 0,6% neste ano e em 1,1% em 2015. Alemanha A economia da Alemanha deve sofrer com a estagnação no restante de 2014, antes de acelerar lentamente no próximo ano. “A atividade econômica seguirá fraca até o primeiro semestre de 2015”, afirmou a Comissão. O órgão cortou sua projeção de crescimento do país para este ano para 1,3%, de 1,8% previsto em maio. Também reduziu a previsão para 2015 para 1,1%, quando antes esperava 2%. Para 2016, a expectativa é de crescimento de 1,8%. Os sinais de desaceleração na Alemanha elevaram as preocupações sobre as perspectivas de crescimento em toda a zona do euro. Maior economia do bloco, a Alemanha representa cerca de 30% da produção econômica total da zona do euro. A situação fiscal do país, porém, seguirá forte, segundo a Comissão, que espera que o país tenha um superávit orçamentário de 0,2% do PIB neste ano, seguida de um orçamento equilibrado em 2015 e de um novo superávit de 0,2% em 2016. A posição fiscal relativamente forte da Alemanha eleva a pressão sobre o país para que gaste mais. Alguns parceiros, especialmente a França, fizeram esse pedido, por enquanto rejeitado por Berlim. França

15


A Comissão Europeia afirmou nesta terça-feira que o crescimento francês seguirá fraco no próximo ano e que a dívida do país continuará a aumentar, apesar dos esforços do presidente François Hollande para cortar gastos. Em suas projeções atualizadas, a Comissão informou que o déficit orçamentário da França neste ano, no próximo e em 2016 levarão o nível da dívida do país para 99,8% do PIB em 2016. “Apesar dos significativos cortes de gastos, o déficit geral do governo da França e a relação entre dívida e PIB devem continuar a aumentar”, afirmou a Comissão. O governo de Hollande pede uma redução no ritmo do corte no déficit, argumentando que dessa maneira se evitará a inflação excessivamente baixa e o crescimento muito fraco na zona do euro. A Comissão Europeia prevê que o PIB do país avance 0,3% neste ano, de 1% antes projetado. Para 2015, a projeção foi cortada de 1,5% para 0,7%. O déficit da França avançará para 4,7% do PIB em 2016, de 4,5% em 2015 e de 4,4% neste ano, afirmou a Comissão. Em maio, ela previa que o déficit recuaria para 3,4% do PIB em 2015. A entidade notou que suas projeções não levam em conta alguns cortes de gastos propostos por Paris, porque algumas das medidas foram “especificadas de maneira insuficiente”. Um pacote adicional de medidas apresentado na semana passada por Paris na semana passada para tentar ganhar o aval da UE também não foi levado em conta. Itália A terceira maior economia da zona do euro irá se contrair pelo terceiro ano consecutivo em 2014, recuperando-se de forma moderada em 2015, com base na demanda externa. Nas projeções divulgadas hoje, a Comissão Europeia prevê que o PIB da Itália recuará 0,4% em 2014, após estimativa anterior de uma expansão de 0,6% para este ano. A Comissão Europeia prevê uma frágil recuperação em 2015, com um crescimento de 0,6% para o PIB da Itália, ante estimativa anterior de expansão de 1,2% para o próximo ano. O déficit orçamentário da Itália, fator seguido de perto pelos analistas da economia local, deve corresponder a 3% do PIB em 2014, prevê a comissão, em linha com o teto imposto pelas regras fiscais da União Europeia. Em 2015, o déficit orçamentário do país deve diminuir, a 2,7% do PIB, segundo a Comissão Europeia. Estimativas anteriores da comissão i ndicavam déficits, respectivamente, de 2,6% e 2,2% do PIB. A dívida da Itália - a segunda maior da zona do euro - deve corresponder a 132,2% do PIB em 2014, em expansão, atingindo pico de 133,8% do PIB em 2015, antes de começar a declinar em 2016.

Líderes do consumo elevam os preços e perdem vendas Fonte Jornal Valor Econômico Adriana Meyge, Cibelle Bouças, Adriana Mattos e Cynthia Malta de São Paulo04/11/2014 às 05h 00 Com os brasileiros começando a moderar os gastos após anos de expansão, grandes fabricantes de produtos de consumo, como Ambev, Coca-Cola, Natura, Avon e Unilever, estão registrando recuo nas vendas ou taxas modestas de crescimento. Para compensar essa realidade e manter as margens de lucro, reajustam preços. O setor de bebidas (incluindo cerveja, refrigerante, chope e cachaça) aplicou em setembro um reajuste médio de 7,04% - o maior em quatro anos. Em 12 meses, o aumento foi de 8,59%. Esses reajustes estão registrados no Índice de Preços ao Produtor, do IBGE, que verifica preços na porta de fábrica, sem impostos e frete. Os aumentos no setor de bebidas, em especial no mês de setembro, quando as fabricantes começam a preparar o portfólio para o verão, ajudou a jogar para baixo as vendas de refrigerantes da Ambev e da Coca-Cola - respectivamente, 0,6% e 1%. No varejo, o preço do refrigerante subiu 6,24% nos 12 meses até setembro. A cerveja, no mesmo período, ficou 5,61% mais cara, segundo a inflação medida pelo IPCA. 16


A Avon e a Natura, empresas que dominam o mercado nacional de cosméticos, registraram queda nas vendas do terceiro trimestre, quando comparadas às do mesmo período do ano passado - respectivamente, 5% e 15%. Para a presidente global da Avon, Sheri McCoy, três fatores explicam o mau desempenho: a economia fraca e os gastos menores dos consumidores, o ambiente competitivo mais difícil e uma execução "decepcionante" por parte da empresa. No caso da multinacional Unilever, que produz itens de higiene e limpeza, além de alimentos, as vendas cresceram apenas 2,4% entre julho e setembro na América Latina. A companhia não revela dados separados do Brasil, mas informa que suas receitas aumentaram 12,4% na região, impulsionadas por correções nos preços.

Manufaturados perdem espaço na exportação Fonte Jornal Valor Econômico Marta Watanabe de São Paulo04/11/2014 às 05h 00 Em menos de dez anos, a relação entre a exportação e a importação de manufaturados mudou drasticamente. Em 2006, para cada dólar de manufaturado exportado, o Brasil importava US$ 0,93 também de manufaturados. Ou seja, uma relação de quase um para um, com ganho para exportação. No ano seguinte, a relação se alterou um pouco. Para cada dólar exportado, o país passou a importar US$ 1,11, sempre em manufaturados. A vantagem ficou para a importação, mas ainda era um relação muito equilibrada. De lá para cá, porém, o volume de manufaturados importados aumentou em escala incomparável à das exportações do mesmo tipo de bem. No ano passado, para cada dólar de manufaturado exportado, o Brasil importou US$ 2,13 de produto acabado. Neste ano, de janeiro a setembro, a relação passou de US$ 1 exportado para US$ 2,38 importados. No mesmo período do ano passado era US$ 1 para US$ 2,27. Os dados de outubro, divulgados ontem, mostram que a tendência não deve mudar tão cedo. Em outubro, a exportação brasileira de manufaturados caiu 30,3% contra igual mês de 2013 e, no acumulado, recuou 10,1%, em redução muito maior que a queda de 3,7% do total das exportações. As contas levam em consideração os dados e a classificação do Ministério do Desenvolvimento (Mdic). Para analistas, a transformação na relação entre manufaturados exportados e importados mostra que o Brasil foi na contramão de países como China, Coreia, Malásia, Alemanha e Japão, que usaram a inserção externa para importar mais e, a partir disso, também exportar mais. "A mudança de relação mostra que a importação não gerou reexportação. Ou seja, o manufaturado brasileiro está fora das cadeias globais de valor" diz Julio Gomes de Almeida, exsecretário de Política Econômica. O quadro mostra também, diz ele, que grande parte da importação veio para abastecer o mercado interno por conta da declinante competitividade da indústria doméstica. "Foram manufaturados que vieram não apenas da China, como também dos demais parceiros comerciais importantes, como EUA e União Europeia", diz Rodrigo Branco, pesquisador do Centro de Estudos de Estratégias de Desenvolvimento da Uerj (Cedes/Uerj). Das importações totais brasileiras com origem nos EUA, 92% são de manufaturados. Nos desembarques vindos da UE e da China, as taxas são mais altas ainda (96% e 98%, respectivamente). "A expansão das importações aconteceu num momento de crescimento da demanda interna, mas tirou espaço da indústria doméstica, que perdeu elos de sua cadeia produtiva", diz Branco. Por isso, ao mesmo tempo em que a importação de manufaturados se expandiu, a exportação de produtos acabados se estagnou. Em 2006, os manufaturados representavam 54,3% das exportações totais. Este ano, no acumulado de janeiro a setembro, a fatia foi de 34,8%. Nas importações, os manufaturados avançaram, no mesmo período, de 76,5% para 82,5%. 17


Silvio Campos Neto, economista da Tendências, diz que os números mostram a perda de fôlego da indústria. Para ele, contribuíram de forma importante para tirar a competitividade do setor a valorização do real frente ao dólar até 2012, principalmente, o que tornou as importações mais baratas e as exportações menos rentáveis. Adicionalmente, diz, houve ampliação do mercado de trabalho, com queda forte de desemprego. "Esse cenário contribuiu para a alta real de salários, o que elevou o custo das indústrias e também ajudou a tirar competitividade." Outro agravante, aponta Campos Neto, foi a elevação da ociosidade no setor manufatureiro global, depois da crise financeira, em 2008. Nesse cenário, com o aumento da concorrência, que buscou novos mercados e enxugou suas margens, os segmentos brasileiros menos competitivos acabaram perdendo espaço. "Aliado a essas condições, houve também a influência das escolhas feitas pelo país na política de comércio exterior." Se o Brasil tivesse procurado ampliar a rede de acordos preferenciais, diz, o cenário de exportação poderia ser bem diferente. Campos Neto acredita que mudanças conjunturais poderão ajudar as indústrias no curto prazo. Uma delas é o câmbio, que deve manter a tendência de desvalorização no próximo ano e trazer mais competitividade ao exportador, ajudando a indústria local na concorrência com o importado. Outro fator que ele considera iminente é o aumento da taxa de desemprego, que deverá trazer algum alívio para a pressão sobre salários. Ele diz, porém, que esses fatores irão contribuir positivamente para a indústria, mas outras mudanças são necessárias. Para Almeida, será difícil esperar mudanças imediatas. "O dólar já está num patamar suficiente. O problema é as empresas acreditarem que o nível será mantido. O quadro que temos é resultado da falta, há muito tempo, de uma política industrial." Há muitos países que geram divisas a partir da exportação de commodities, diz Branco. "Não há problema nenhum nisso. Mas podemos ter não só as commodities como também a exportação de manufaturados, porque o país já tem um parque industrial. Só precisamos dar competitividade a ele." Para Almeida, o Brasil deve tentar voltar a atrair investimentos diretos, não apenas para atender ao mercado doméstico, mas para colocar o país como plataforma de exportação. Isso, diz ele, demanda a busca de uma internacionalização que pode começar pela integração regional maior. "É preciso colocar a região toda da América do Sul dentro do mapa das cadeias globais de valor. Mas para isso é preciso unificar procedimentos e robustecer um pouco mais o comércio regional." A recuperação da indústria, diz Almeida, é importante. Ele lembra que atualmente o Brasil tem um déficit de transações correntes próximo a US$ 80 bilhões. "Esse déficit não traz problemas hoje, mas é uma situação que não pode ser mantida por muito tempo", diz. E a balança da indústria da transformação, assim como a de bens manufaturados, diz ele, tem dado contribuição negativa para as transações correntes. Ana Junqueira, diretora de competitividade do comércio exterior do Mdic, diz que o governo federal vem tomando uma série de medidas para recuperar a exportação de manufaturados. Em 2013, lembra, o Brasil conseguiu recuperar o nível de embarque de manufaturados do período pré-crise. Segundo dados do Mdic, em 2008, antes dos efeitos da crise financeira, a exportação brasileira de manufaturados foi de US$ 92,7 bilhões. No ano seguinte, porém, caiu para US$ 67,4 bilhões e a partir de 2010 passou a se recuperar até que, no ano passado, atingiu US$ 93,1 bilhões. No acumulado até outubro deste ano, porém, a exportação de manufaturados somou US$ 67,3 bilhões, abaixo dos US$ 75,3 bilhões de igual período de 2013. Entre as medidas do governo, Ana destaca o Reintegra, benefício que dá ao exportador crédito tributário equivalente a até 3% do valor exportado, e que se tornou permanente. Outra iniciativa, diz Ana, são as medidas para facilitação do uso do drawback, regime que livra de alguns tributos federais os insumos, importados ou adquiridos no mercado local, para fabricação de bens destinados a exportação. Ana explica que uma série de medidas foi adotada como resultado de consultas às empresas sobre os obstáculos ao uso do incentivo fiscal. Entre as mais importantes deste ano, ela 18


destaca o fim da vinculação física dos insumos adquiridos no drawback na modalidade suspensão. Ana também explica que foi flexibilizada a exigência de laudos técnicos. Além disso, Ana menciona o portal único de comércio exterior, lançado no primeiro semestre e que tem por objetivo tornar disponíveis a importadores e exportadores vários instrumentos que deverão reduzir o tempo de permanência do produto no porto. Para a exportação, o objetivo é reduzi-lo dos atuais 13 dias, em média, para 8 dias. Para a importação, a meta é diminuir de 17 para 10 dias.

Se rendimento é baixo, portabilidade de plano de previdência é aconselhada FONTE JORNAL ESTADO DE SÃO PAU LO FABIOGALLO03 Novembro 2014 às 07h 49 Minha dúvida é sobre rendimentos de aluguel e carnê-leão. Sei que do valor bruto do aluguel devem ser descontados impostos e taxas pagos pelo locador, como o IPTU. Como declarar o pagamento do IPTU para justificar a diferença entre o valor bruto do aluguel informado pela imobiliária e o valor líquido declarado? Você está certo, do valor recebido do aluguel podem ser deduzidos, por exemplo, impostos (como o IPTU), taxas, gastos com cobrança ou recebimento do rendimento e despesas de condomínio. Na declaração do Imposto de Renda (IR), os rendimentos devem ser declarados na ficha “Rendimentos tributados recebidos de pessoa física/exterior pelo titular”, mês a mês. A taxa de administração paga à imobiliária pode ser deduzida e informada na ficha “Pagamentos efetuados”, código 71 (administrador de imóveis). Segundo a Receita Federal, o “imposto relativo ao carnê-leão é calculado mediante a aplicação da tabela progressiva mensal vigente no mês do recebimento. Sobre o total recebido no mês, observado o valor do rendimento bruto relativo a cada espécie, devendo ser recolhido até o último dia útil do mês subsequente ao do recebimento do rendimento, com o código 0190″. Pela tabela atual, deve recolher tributo quem tiver rendimento acima de R$ 1.787,77. No site da Receita pode ser baixado o programa do carnê-leão. A data do recebimento do aluguel, para efeitos da declaração, é aquela em que o inquilino paga o aluguel ao proprietário do imóvel ou à administradora. No caso de aluguéis depositados judicialmente, não são considerados como recebidos pelo locador, somente quando liberados pela Justiça. Custas judiciais e honorários podem ser deduzidos. Minha filha aderiu a um plano de previdência privada PGBL em 2006. Ela iniciou os aportes mensais com R$ 70 e hoje está em R$ 700, acumulando cerca de R$ 40 mil. A opção foi por Tributação Regressiva Definitiva. Mostrei a ela que o plano não repõe nem a inflação, pois tem taxa de administração altíssima (3,5%), taxa de carregamento de 4% e taxa de saída de 0,38%. Ela declara IR como pessoa jurídica. O que ela deveria fazer: 1) resgatar todo o montante e perder, com IR, um terço do valor aplicado; 2) resgatar dentro do limite de isenção de IR até esgotar o saldo – o que levaria 40 meses; 3) fazer portabilidade para PGBL ou VGBL mais atrativo? No plano, ainda “empurraram um pecúlio” com 30% de taxa de carregamento. O mais adequado é buscar a portabilidade para outro PGBL com custos mais baixos e maior rentabilidade. Essa saída busca preservar o valor acumulado e minorar o impacto do resgate, já que houve opção pela Tributação Regressiva Definitiva, cujas alíquotas do IR diminuem ao longo do tempo, mas em caso de resgate ou recebimento a incidência ocorre na fonte. Em outros termos, qualquer que seja o valor, haverá imposto retido na fonte de acordo com a tabela que começa em 35%, com redução de 5 pontos porcentuais a cada dois anos, até atingir 10% para prazos acima de dez anos. A estratégia de realizar resgates periódicos dentro do limite mensal de isenção é possível quando a opção é pela Tributação Progressiva Compensável. Por outro lado, não pode haver portabilidade entre planos de previdência de 19


natureza distinta. Assim, não é possível mudar do PGBL para o VGBL. Resgatar o montante e arcar com o IR significa uma grande perda. Como alternativa, o PGBL pode ser deixado “parado”, afinal não há cobrança de IR até o resgate. E com a subida do juro, a rentabilidade poderá ficar um pouco melhor. Daqui em diante, sua filha deve realizar investimentos de acordo com seu perfil de renda e com objetivos mais definidos. De qualquer maneira, vimos mais uma vez a “empurro terapia”, que é venda de um plano não adequado e associado a um título de capitalização. Adquiri um seguro de vida resgatável com performance e gostaria de saber a sua opinião. Você já fez alguma comparação entre esse plano e a previdência? Já tive a oportunidade de acompanhar um desses planos e não vi grandes vantagens. Mas cabe observar que eu avaliei um plano específico, desenhado para uma pessoa em particular. Inclusive, no caso que avaliei estava sendo levantada vantagem tributária inexistente, que era na verdade um argumento de vendas errôneo. O produto que você menciona é, essencialmente, um seguro de vida resgatável. Deve ficar claro que não se trata de um plano de previdência privada e, portanto, não deve haver comparação direta entre esses dois produtos securitários. Trata-se, efetivamente, de um seguro de vida com cláusulas especiais que geram alguma poupança. A comparação a ser feita é entre planos de seguro de vida oferecidos pelas seguradoras. No seguro de vida resgatável é contratado um seguro de vida com diversas cláusulas adicionais e que traz a possibilidade de resgate de certo valor ainda em vida. O acordado que, enquanto o seguro estiver vigente, os recursos serão aplicados em fundos de investimento e os excedentes financeiros serão repassados ao segurado seguindo uma tabela progressiva. O cálculo do excedente considera a renda líquida do fundo e a rentabilidade líquida mínima garantida ao segurado.

Dilma e as emergências FONTE JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO CELSO MING03 Novembro 2014 às 21h 00 A presidente Dilma sabe de tudo isso e, provavelmente, de muito mais, embora até agora tivesse preferido negar os problemas ou desclassificá-los como invenção e exagero dos pessimistas. A presidente Dilma sabia. Embora o tivesse negado ao longo da campanha eleitoral, sabia, por exemplo, que as contas públicas estão sofrendo de anemia porque as despesas crescem 13,2% enquanto as receitas, apenas 7,2%. Sabia que a inflação ameaça estourar o teto da meta e disparar para ainda mais alto; que o crescimento do PIB deste ano e também o de 2015 serão miseráveis; que, apesar da Mãe do PAC e dos leilões de serviços públicos, o investimento está em queda livre; que as contas externas estão em deterioração e ameaçam a cobertura ao rombo crescente em transações correntes; e que o nível de confiança de quem produz é o mais baixo em muitos anos. A presidente Dilma sabia, ainda, que a indústria envelheceu e vai perdendo competitividade todos os dias; que o setor do etanol está sendo asfixiado pelos preços represados dos combustíveis; que, apesar da transferência recorde de contas a pagar ao consumidor, enormes incertezas pairam sobre o setor de energia elétrica; que, além de ter sido sangrada em bilhões de reais, a Petrobrás não está dando conta das tarefas de que foi encarregada; que mais da metade das exportações brasileiras está perdendo preço (queda das cotações das commodities); que há anos o Brasil não fecha nenhum novo acordo comercial; e que está 20


seriamente ameaçado de perder o grau de investimento e, em consequência disso, provocar uma avalanche de problemas adicionais para a economia. A presidente Dilma sabe de tudo isso e, provavelmente, de muito mais, embora até agora tivesse preferido negar os problemas ou desclassificá-los como invenção e exagero dos pessimistas. Muito possivelmente, as soluções ficaram para depois, uma vez que a prioridade foi a de ganhar as eleições. Agora, de volta ao Palácio do Planalto, não mais terá de identificar e dizer como pretende equacionar cada encrenca. Simplesmente, terá de enfrentá-las. Quando tudo é empurrado para quando der, como aconteceu pelo menos nos últimos seis meses, não há muito como organizar uma ordem racional de prioridade. As emergências tendem a atropelar a agenda. A presidente Dilma se elegeu garantindo que repelia soluções ortodoxas e que nada de substancial mudaria. Ela terá de mudar agora, mesmo correndo o risco de ser acusada pela militância do seu partido de estelionato eleitoral e de traição dos juramentos feitos ao longo da campanha. Tudo ficaria mais fácil se investisse pesadamente na recuperação da confiança. Isso passa, por exemplo, pela nomeação de uma equipe econômica capaz de fortalecer os fundamentos da economia abalados pelos programas que cuidaram de reelegê-la. O problema é que, em grande parte, isso passaria por colocar de lado seu jeito de ser, intervencionista e centralizador. Desde meados de agosto, ela veio passando o recado de que banqueiros, empresários e o resto do Brasil que votou na oposição estão sempre prontos para avançar sobre o prato de comida dos pobres. E isso pode ser cobrado quando fizer suas escolhas.

Nova meta de superávit primário enfrentará resistência no Congresso Nacional FONTE ADRIANA FERNANDES, DÉBORA BERGAMASCO O ESTADO DE S. PAULO03 Novembro 2014 às 21h 22 BRASÍLIA - Preocupada com o risco de ser derrotada em um tema fundamental no Congresso, a presidente Dilma Rousseff corre contra o tempo para enviar, até o início da próxima semana, o projeto de lei de alteração na meta do superávit primário das contas do setor público para 2014, a poupança feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública. O governo não tem um “plano B” e vê com grande preocupação a resistência de parlamentares da oposição e dos aliados rebelados de sua base. Integrantes da oposição no Congresso declararam ao Estadoque vão trabalhar contra a aprovação do projeto. Na tarde desta terça-feira, 3, o tema será debatido entre líderes opositores e aliados. “Nós achamos que dá para (o projeto) ser enviado esta semana ou início da semana que vem”, disse um integrante da equipe econômica. “Achamos que vai ser aprovado”. Perder a votação levará ao descumprimento da meta pela gestão Dilma Rousseff e a sinalizaria descompromisso com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Será um péssimo sinal num momento em que o Brasil tenta reconquistar a confiança na política fiscal”, reconheceu outra fonte graduada do governo. O Executivo tem até 22 de novembro para enviar ao Congresso o último relatório 21


bimestral de avaliação de despesas e receitas do Orçamento, quando a meta já terá de estar revisada. O Executivo tem até 22 de novembro para enviar ao Congresso o último relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas do Orçamento, quando a meta já terá de estar revisada. Na sexta-feira, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, anunciou a revisão da meta diante do rombo recorde das contas públicas em setembro - o quinto déficit consecutivo no ano. Em nove meses, o déficit acumula R$ 15,3 bilhões. A meta de superávit anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi de R$ 99 bilhões. A meta fiscal está prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, que prevê uma espécie de “piso” de R$ 49 bilhões para o superávit, considerando a previsão de desconto dessa meta das despesas com investimentos e as desonerações tributárias. Mas, mesmo esse piso, que considera abatimentos de R$ 67 bilhões, não poderá ser cumprido diante da forte deterioração das contas públicas, sobretudo no período eleitoral. Perder a votação levará ao descumprimento da meta pela gestão Dilma Rousseff e a sinalizaria descompromisso com a Lei de Responsabilidade Fiscal. O principal problema da presidente Dilma é que ainda não há uma definição sobre quanto essa meta será reduzida. A nova meta depende de uma ampla engenharia financeira em torno da revisão de receitas e despesas até o fim do ano. Sinais. Parlamentares governistas dizem que ainda não foram procurados para tratar do tema. Mas dão sinais do clima no Congresso. O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), admitiu ser “muito difícil aprovar qualquer coisa com o clima que está”. O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), afirmou que vai “trabalhar para não deixar esse assunto ser aprovado”. Já Rodrigo Maia (DEM-RJ) chama de “fraude” a tentativa de mudança. “Se a oposição estiver unida e empenhada, podemos, sim, rejeitar o projeto.”

22


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.