Jornais e Revistas de 06 de junho de 2014

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 06 DE JUNHO DE 2014

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Inflação oficial desacelera e fecha maio em 0,46% A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do governo e que serve de balizamento para as metas inflacionárias fixadas pelo Banco Central, desacelerou em maio e fechou o mês com alta de 0,46%, ficando 0,21 ponto percentual abaixo da taxa registrada no mês de abril (0,67%). Em maio do ano passado o IPCA acusou variou 0,37%. Com a alta de maio, a inflação acumulada nos primeiros cinco meses do ano está em 3,33%. O resultado é 0,45 ponto percentual maior que a inflação registrada (2,88%) no mesmo período de 2013. Com o resultado de maio, a inflação acumulada nos últimos 12 meses (taxa anualizada) ficou em 6,37%, também superior aos 6,28% relativos aos 12 meses anteriores. Os dados do IPCA foram divulgados nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram influenciados pela queda nos preços do item Alimentação e Bebidas, que recuou de 1,19% para 0,58%, entre abril e maio, apresentando desaceleração no ritmo da alta. Os números indicam ainda que, enquanto os alimentos consumidos em casa caíram de 1,52% para 0,41%, entre abril e maio, a alimentação fora de casa subiu de 0,57% para 0,91%. O grupo Transporte também deu significativa contribuição para a queda do IPCA, em maio, ao passar de 0,32% em abril, para queda de 0,45% em maio. No grupo, o IBGE destaca as quedas de 21,11% nas tarifas aéreas, que registraram o mais forte impacto no índice; 0,67% nos combustíveis; além de outros como automóveis usados, com retração de 0,24%, tarifas de ônibus interestaduais ( queda de 0,25%) e o seguro voluntário (contração de 0,48%). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo as dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.

Capital estrangeiro na Bovespa em maio é o maior desde 2012 A Bovespa teve em maio o maior ingresso líquido de capital estrangeiro em quase 30 meses, num total de R$ 5,538 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa. Estrangeiros não aplicavam um montante tão grande de recursos em ações brasileiras desde janeiro de 2012, quando o saldo externo totalizou R$ 7,168 bilhões. Em maio, o fluxo de recursos na bolsa paulista ficou positivo pelo quarto mês consecutivo neste ano. Segundo analistas da Citi Corretora, uma série de motivos encorajou o movimento. O fato de os mercados acionários de países desenvolvidos operarem nas máximas, por exemplo, contribuiu para um fluxo de volta aos mercados emergentes. Além disso, os resultados das empresas brasileiras no primeiro trimestre foram vistos, no geral, positivamente, o que se aliou à perspectiva de mudança no rumo da política macroeconômica brasileira, afirmaram os analistas Cauê Pinheiro, Yuri Medeiros e Larissa Nappo, do Citi. O Bank of America Merrill Lynch afirmou em relatório na segunda-feira que sua pesquisa global com gestores de fundos mostra que investidores não estão mais com posição "underweight" (abaixo da média do mercado) em ações de mercados emergentes e que a exposição de hedge funds locais a ações está na média histórica.

Indústria: uso da capacidade instalada fica estável em abril A indústria manteve em abril o baixo ritmo de operação verificado em março, com retomada modesta do faturamento e queda nos demais indicadores, refletindo desaquecimento da atividade. Em abril, a utilização da capacidade instalada na indústria brasileira ficou em 81,1%, segundo números dessazonalizados, estável em relação a março após dados revisados, informou nesta terça-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI). "A utilização da capacidade instalada caiu em 15 dos 21 setores considerados, o que reforça a avaliação de baixa atividade da indústria em abril", avaliou a entidade. A CNI informou ainda que, em abril, o faturamento real dessazonalizado da indústria subiu 2,7% frente a março, recuperando apenas parcialmente o recuo de 6,4% ocorrido no mês anterior. As horas trabalhadas na produção diminuíram 0,1% em abril na comparação com o mês anterior, enquanto o emprego retrocedeu 0,6%. A massa salarial caiu 1,3% e o rendimento médio teve baixa de 0,2%. No acumulado do ano até abril, houve aumento no faturamento (0,7%), no emprego (1,2%), na massa salarial real (5,3%) e no rendimento médio real (4,1%). Já as horas trabalhadas, indicador que mais reflete a produção, tiveram retração de 1,8% no período. O setor industrial continua mostrando

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resultados fracos, contribuindo para o baixo crescimento da economia. No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,2% em comparação ao trimestre imediatamente anterior. No período, o setor industrial encolheu 0,8% frente aos três últimos meses do ano anterior. A perda de fôlego da economia deste ano também foi fortemente influenciada pela queda de 2,1% dos investimentos no trimestre passado, comparado com os três meses anteriores, marcando três trimestres seguidos de retração e um indicador adicional da falta de dinamismo no setor produtivo.

Captação da poupança volta ao azul em maio, mas recua 66% no ano Os depósitos superaram as retiradas na caderneta de poupança em R$ 2,27 bilhões no mês de maio, informou o Banco Central nesta quinta-feira (5). Com isso, a captação da caderneta de poupança, após um mês de abril negativo, retornou ao azul. O resultado positivo da poupança em maio, porém, foi obtido somente com o movimento do último dia do mês passado, quando R$ 3,8 bilhões ingressaram na mais tradicional modalidade de investimentos do país. A captação da poupança foi a pior, para meses de maio desde 2011, quando as retiradas superaram os depósitos em R$ 1,3 bilhão. Em maio de 2013, o ingresso de investimentos na poupança somou R$ 5,62 bihões. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, houve mais depósitos do que retiradas de recursos da poupança, mas o valor caiu em relação a 2013. De janeiro a maio de 2014, a caderneta captou R$ 6,39 bilhões, uma queda de 66% em relação ao mesmo período de 2013, quando entraram R$ 18,82 bilhões em recursos. A captação de recursos para os cinco primeiros meses de um ano foi o mais baixo, neste ano, desde 2011, quando houve a saída líquida de recursos (retiradas maiores do que depósitos) de R$ 3,22 bilhões da caderneta de poupança. Em maio, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 131 bilhões, o maior valor mensal deste ano, enquanto que as retiradas de recursos totalizaram R$ 128,7 bilhões, também as maiores de 2014. Já o volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores alcançou R$ 3,07 bilhões no mês passado. Com isso, o volume total de recursos aplicados na caderneta subiu em maio. No fim do mês passado, o saldo da poupança atingiu R$ 620 bilhões. No fechamento de 2013, o estoque de recursos na poupança totalizava R$ 597 bilhões e, em abril, havia atingido a marca de R$ 614,9 bilhões. A caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores. De acordo com economistas, o recuo da captação da caderneta de poupança neste ano está relacionado com a alta da inflação, com o alto nível de endividamento dos brasileiros e, também, com a perda de atratividade da aplicação em relação aos fundos de renda fixa. De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), com a estabilidade da taxa básica de juros da economia, a Selic, para 11% ao ano no mês passado, as aplicações em renda fixa como fundos de investimento mantêm mais atratividade e "ganham da poupança na maioria das situações". Isso ocorre porque o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic. Já o rendimento das cadernetas, quando a taxa de juros está acima de 8,5% (o que acontece desde agosto), é fixo em 6,17% ao ano mais a variação da TR. Segundo cálculos da Anefac, as cadernetas de poupança vão continuar mais interessantes frente aos fundos de renda fixa quando a taxa de administração cobrada nestas aplicações financeiras for superior a 2,5% ao ano. Especialistas avaliam que, independentemente do rendimento, a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda. Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet) há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

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Copom interrompe ciclo de alta e mantém taxa de juros em 11% ao ano

Após longa reunião, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) interrompeu nesta quarta-feira (28) o ciclo de alta dos juros da economia brasileira ao manter estável em 11% ao ano a taxa básica de juros, chamada de SELIC. Quando o ciclo de elevação começou, em abril do ano passado, os juros estavam na mínima histórica de 7,25% ao ano. Desde então, avançaram 3,75 pontos percentuais. Durante os 13 meses desse processo de alta, houve nove elevações seguidas da SELIC. A decisão do BC confirmou a expectativa da maior parte dos analistas do mercado financeiro, que se formou após sinalizações da própria instituição, contidas na ata da última reunião do Copom, e também depois de indicações do presidente do BC, Alexandre Tombini. O Banco Central tem avaliado que parte "relevante" do aumento de juros implementado desde abril do ano passado ainda não surtiu o efeito desejado na inflação. A previsão dos analistas do mercado financeiro é de que a taxa voltará a subir ainda neste ano, mas somente em dezembro, quando deverá subir para 11,25% ao ano. Depois do encontro, o BC divulgou a seguinte frase: "Avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 11,00% a.a., sem viés". Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Para 2014 e 2015, a meta central para o aumento dos preços é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Com taxas de juros maiores, o Banco Central consegue reduzir o crédito disponível e, assim, o dinheiro em circulação. Dessa forma, diminui a quantidade de pessoas e empresas dispostas a consumir bens e serviços, e os preços tendem a cair ou ficar estáveis. Apesar de já ter previsto que o processo de alta dos juros seria interrompido na reunião de hoje do Copom, a estimativa dos analistas do mercado financeiro é de que o IPCA some 6,47% neste ano, ou seja, muito próximo do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação. "O mercado faz um jogo cínico. De um lado, aposta que não haverá alta de juros agora e, do outro, diz que a inflação vai bater no teto e que o Banco Central vai subir os juros no final de 2014 e em 2015. É como se dissesse: o Banco Central não tem independência e vai obedecer a agenda eleitoral como se fosse um órgão do governo", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Para o economista, que avalia o trabalho do BC como "ótimo" e discorda da avaliação do mercado sobre a suposta falta de independência da instituição, o "mais correto", porém, seria o Copom subir a taxa de juros para 11,25% ao ano nesta quarta-feira para "antecipar o movimento que o próprio mercado entende como inevitável". Para Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a preocupação do BC é que a desaceleração observada na economia se transforme em estagnação ou recessão. "Esperamos, também, que o governo colabore para o controle da inflação com uma política fiscal mais austera, baseada na redução dos gastos de custeio, para que o incremento da arrecadação possa ser canalizado para investimentos", disse. No fim de março, o BC avaliou, por meio do relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, que a inflação ainda mostrava "resistência" e que uma "fonte relevante de risco para a inflação" estava no comportamento das expectativas dos analistas dos bancos e do setor produtivo, impactadas pela dispersão de aumentos de preços e pelas incertezas que cercam a trajetória de preços com grande visibilidade, como o da gasolina e os de alguns serviços públicos, como eletricidade". O Banco Central também subiu, no fim de março, de 4,5% para 5% sua projeção para os chamados "preços administrados", que contemplam, entre outros, ônibus interestaduais, energia elétrica residencial, água, planos de saúde, serviços farmacêuticos e telefonia e gasolina. Em 2013, os preços administrados subiram bem menos: 1,5%.Mesmo com a manutenção dos juros em 11% ao ano, o Brasil permaneceu na primeira posição no ranking mundial de juros reais (com 4,25% ao ano) feito pelo MoneYou.

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Os juros reais são calculados após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses. Em segundo e terceiro lugares, aparecem a China (3,41% ao ano) e a Índia (2,66% ao ano). A taxa média de juros real em 40 países pesquisados está negativa em 1,1% ao ano.

Operação contínua e preço alto ameaçam rombo nas térmicas Depois das distribuidoras de energia e das geradoras hidrelétricas, agora são as termelétricas que correm o risco de registrar rombos financeiros por causa da explosão do preço de energia no mercado de curto prazo (spot). Levantamento inédito feito pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, com co-autoria do ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, mostra que a combinação entre o elevado preço spot de energia e o acionamento contínuo das térmicas está fazendo com que os custos de operação dessas usinas eliminem, e em alguns casos superem, os ganhos obtidos por elas. Considerando a operação de 47 térmicas, que somam capacidade instalada de 11.307 megawatts (MW), entre fevereiro e abril deste ano, o estudo mostrou que os custos operacionais dessas usinas totalizaram R$ 870 milhões. A cifra equivale a 63% da receita fixa total dessas térmicas no período, de R$ 1,37 bilhão. Desse conjunto, sete térmicas tiveram custos superiores à receita fixa no período analisado. O problema, de acordo com o estudo, se deve ao fato de que essas térmicas não estavam previstas para operar continuamente. Por isso, além de um custo de operação e manutenção maior que o planejado, qualquer interrupção na geração obriga essas usinas a comprar energia no mercado spot para honrar seu compromisso. "Em muitos projetos, o tempo de acionamento das térmicas no período 2012-2014 já superou a projeção original de acionamento para todo o contrato de 15 anos de duração", dizem os especialistas no estudo, assinado também pelo coordenador do Gesel/UFRJ, professor Nivalde de Castro, e o pesquisador Roberto Brandão. O trabalho também avaliou os custos de ressarcimento que as térmicas precisam pagar quando, ao serem despachadas, não produzem energia. Esse ressarcimento é indexado ao preço spot de energia, que hoje está em R$ 591,81 por megawatt-hora (MWh), valor já considerado alto para o período. Entre fevereiro e abril, a cifra, porém, permaneceu no teto regulatório, de R$ 822,83/MWh. Com base nesses cálculos, o levantamento também analisou em quanto a remuneração do acionista dessas termelétricas é impactada pelos custos de ressarcimento. Estimando que a remuneração ao acionista (medida pelo conceito contábil de fluxo de caixa ao acionista) equivale a cerca de 20% da receita fixa desses empreendimentos, o estudo concluiu que, considerando um preço spot de R$ 500/MWh, o ressarcimento proveniente a um período de dois meses em que uma térmica, quando acionada, deixe de operar corresponde a 63 meses de remuneração ao acionista. Segundo Nivalde de Castro, o exercício serve para mostrar os riscos financeiros inerentes à operação das térmicas e que não têm sido calculados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). "As térmicas estão sendo muito acionadas. E enfrentam alguns problemas por esse motivo. Quando são acionadas e não operam precisam pagar ressarcimento, que é indexado ao PLD [preço de liquidação de diferenças, ou preço spot]. Esse ressarcimento acaba 'comendo' a receita fixa", disse Castro, ao Valor. "Nos próximos leilões, este risco financeiro será precificado. Então o investidor pode não se interessar [em participar do leilão] porque o preço-teto que a EPE estipula não reconhece esse risco financeiro", completou o especialista. Os autores do estudo acreditam que o despacho contínuo das termelétricas deverá se manter, no mínimo, até novembro. Os próprios integrantes da equipe energética do governo sinalizam que todas as térmicas deverão permanecer acionadas, apesar da melhora do quadro de abastecimento em relação ao início do ano. "A situação que se materializou no primeiro quadrimestre de 2014, com o surgimento de obrigações financeiras extraordinárias de volume incompatível com a capacidade de pagamento dos projetos termelétricos pode e agravar, comprometendo a própria viabilidade econômica de várias usinas", concluem os especialistas, que recomendam o aperfeiçoamento das regras de comercialização de energia.

Banco Mundial: China atingirá meta de crescimento de 7,5% em 2014 PEQUIM - A economia chinesa deve registrar um ritmo de crescimento menor no médio prazo, disse nesta sexta-feira o Banco Mundial. O banco, contudo, avalia que o governo chinês terá a capacidade de colocar em andamento medidas de apoio econômico para que a meta oficial de crescimento do país em 2014, de 7,5%, seja atingida. Em seu relatório atualizado sobre a economia chinesa, a possibilidade de

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desaceleração do ritmo de crescimento no país desencadearia uma reação do governo chinês, na forma de políticas fiscal e monetária acomodatícias. O Banco Mundial considera, contudo, que tais medidas de apoio tendem a “perpetuar o tradicional modelo de crescimento, dependente de investimentos do governo impulsionados pela expansão do crédito”. No relatório, o Banco Mundial mantém a sua previsão de crescimento para a China neste ano em 7,6%, e de 7,5% em 2015, ambas abaixo da expansão de 7,7% ocorrida no ano passado. Para o banco, a desaceleração do ritmo da China observada no primeiro trimestre refletiu uma combinação da dissipação dos efeitos das medidas iniciais de apoio ao crescimento econômico, de um ambiente externo fragilizado e de condições mais restritas para o crédito, especialmente no setor imobiliário. O Banco Mundial continua a avaliar que a China conseguirá fazer o ajuste de suas condições econômicas de forma ordenada e gradual – embora tenha mencionado fatores de risco relacionados ao desmonte do modelo de financiamento dos governos locais, que poderiam desencadear uma forte desaceleração dos investimentos. De acordo com o Banco Mundial, a China precisa abordar a rápida acumulação de dívida pelos governos locais, bem como a excessiva expansão do crédito na economia como um todo, o que dependeria de reformas fiscais e financeiras. “Embora o crescimento agregado do crédito tenha começado a se desacelerar, a economia permanece muito alavancada”, avalia o banco. Segundo o Banco Mundial, o estoque de empréstimos bancários na China correspondeu a 135% do PIB em 2013, em forte expansão quando comparado a 2007, antes da crise financeira global, quando equivalia a 105% do PIB do país.

IGP-DI tem deflação de 0,45% em maio, segundo FGV A inflação de maio medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) fechou o mês com variação negativa de 0,45%. O resultado é 0,90 ponto percentual inferior aos 0,45% relativos à taxa de abril. O resultado é 0,77 ponto percentual inferior à variação de maio do ano passado, quando a inflação medida pelo índice ficou em 0,32%. No acumulado dos cinco meses de 2014, o IGP-DI registra alta de 2,75% e no acumulado dos últimos 12 meses (taxa anualizada), alta de 7,26%. A queda verificada de abril para maio reflete a deflação no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) que teve queda de 1,21%. O resultado é 1,48 ponto percentual menor do que o 0,27% registrado pelo IPA de abril. Os dados divulgados pela FGV indicam influência no comportamento dos preços do Bens Finais, que apresentou variação negativa de 1,22%, depois de ter subido 1,34% em abril. O principal responsável por esta desaceleração foi o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 6,14% para uma queda de 8,78%. Ainda em relação aos preços ao produtor, o grupo Bens Intermediários também apresentou variação negativa, ao fechar em -0,46%, ante -0,12%, no mês anterior. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa de variação passou de -0,43% para -0,72%. Também fechou com variação negativa de 0,50% o índice de Bens Intermediários, calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção. Mesmo tendo fechado em alta de 0,52% em maio, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também contribuiu para a desaceleração dos preços medidos pelo IGP-DI ao recuar 0,25 ponto percentual em relação aos 0,77%, do mês anterior. No caso dos preços ao consumidor, segundo a FGV, cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A contribuição de maior magnitude para o recuo da taxa partiu do grupo Alimentação, que recuou de 1,42% para 0,45%. Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item hortaliças e legumes, cuja taxa passou de 3,76% para queda de 1,42%. Também foram apurados decréscimos nas taxas de variação dos grupos Saúde e Cuidados Pessoais (1,40% para 0,76%); Transportes (0,51% para 0,27%); Vestuário (0,90% para 0,29%); e Comunicação (0,05% para 0,02%). Os itens que mais contribuíram para estes movimentos foram: passagem aérea (-29,31% para 11,07%), jogo lotérico (0,00% para 7,29%) e tarifa de eletricidade residencial (1,30% para 2,84%),respectivamente. Em contrapartida, os preços constantes do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) chegaram a registrar em maio taxa de variação de 2,05%, neste caso alta de 1,17 ponto percentual em relação aos 0,88% de abril. Neste caso, a alta foi puxada pela variação do custo da Mão de Obra que passou de 0,99% para 3,42%, entre abril e maio; enquanto o índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,57%, registrando recuo em relação aos 0,77% de abril.

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