06 de novembro de 2014

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 06 DE NOVEMBRO DE 2014

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Senado aprova alteração do indexador da dívida de Estados e municípios Fonte Jornal Valor Econômico Vandson Lima 05/11/2014 às 19h50 BRASÍLIA - O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, de forma unânime, o Projeto de Lei Complementar 99/2013, que altera o indexador das dívidas de Estados e municípios renegociadas com a União. A matéria, que vai à sanção presidencial, promove também a revisão retroativa dos débitos, o que trará um grande alívio no estoque das dívidas estaduais e municipais. “Esse projeto tem relevância extraordinária, no sentido de devolver aos Estados parte da capacidade de investimento que eles perderam. Uma das questões que explicam o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional é a incapacidade de investimento dos governos locais”, observou o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), relator do projeto no Senado. A votação da matéria no Senado levou ao Congresso Nacional, entre outros, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e os governadores do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Pela proposta, as dívidas passam a ser corrigidas pela taxa básica de juros Selic ou pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais 4% ao ano, o que for menor. Hoje, o indexador é o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) mais 6% a 9% ao ano. O substitutivo retroage a adoção do novo indexador a 1º de janeiro de 2013 e estende as novas regras aos contratos firmados até 1993. Ao defender a aprovação do texto, Luiz Henrique argumentou que sua aprovação corrige uma injustiça que levou Estados e municípios a uma situação de incapacidade de fazer investimentos, além de resultar em uma ficção financeira, com ativos podres para a União e passivos impagáveis para os governos locais. O Rio Grande do Sul, por exemplo, tomou R$ 9,8 bilhões emprestados em 1998. Pagou até 2013 aproximadamente R$ 16,8 bilhões. Está devendo à União R$ 44,3 bilhões. O Estado do Rio tem situação parecida, pegou emprestado com a União R$ 18,5 bilhões e hoje deve R$ 49 bilhões. A dúvida agora é se o Executivo, autor da medida, vetará o artigo que permite a revisão dos débitos de forma retroativa, que não constava no texto original enviado ao Congresso. A apreensão do governo se dá em relação à interpretação que as agências internacionais de avaliação de risco podem fazer de tamanha renúncia ao patrimônio fiscal decorrente desta mudança. O temor é que o mesmo seja interpretado como um sinal político inadequado, que destoa da austeridade fiscal esperada para o momento.

Dilma anunciará novo ministro da Fazenda após reunião do G20 Fonte Jornal Valor Econômico MARIANA HAUBERT de BRASÍLIA05/11/2014 às 14h02 A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (5) que só anunciará o novo ministro da Fazenda após sua participação na reunião do G20 (grupo que reúne grandes economias 2


mundiais), que acontecerá em 15 e 16 de novembro na Austrália. A presidente afirmou que ainda não escolheu o nome a ser anunciado. Guido Mantega, que ocupa o cargo há mais de oito anos, deixará a pasta. Ele foi nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recebeu aviso prévio durante a campanha eleitoral, quando Dilma anunciou que ele não continuará no cargo. Nesta terça, Dilma se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer a primeira reunião de trabalho sobre o futuro governo. Segundo aFolha apurou, os dois avaliaram ações para acalmar a base aliada no Congresso e iniciativas para reverter o quadro negativo da economia. Um interlocutor do ex-presidente disse que ele não vai indicar ninguém, mas fará sugestões o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles é um dos favoritos. Além dele, têm a simpatia de Lula o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa e o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Questionada se anunciaria toda a nova composição para a Esplanada dos Ministérios de uma única vez, Dilma respondeu que fará a reforma ministerial por partes. APOIO DO PSD Dilma participou na manhã desta quarta de um evento, no Palácio do Planalto, de declaração de apoio do PSD ao seu segundo governo. Capitaneada pelo presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, governadores, vicegovernadores, senadores e deputados eleitos, além do ministro Guilherme Afif (Micro e Pequena Empresa), se revezaram nos microfones por cerca de uma hora para parabenizar Dilma por sua vitória e para endossar o discurso de apoio à petista.

Política monetária deve permanecer especialmente vigilante, diz Copom Fonte Jornal Valor Econômico Alex Ribeiro e Eduardo Campos 06/11/2014 às 09h 13 BRASÍLIA - (Atualizada às 10h37) Em uma ata pobre em indicações sobre os passos futuros de política monetária, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou a necessidade de atenção para a inflação. No documento relativo à reunião de outubro, o BC suprimiu referências a uma melhora futura das pressões e reconheceu que o balanço de riscos para a inflação ficou menos favorável, com aumento das tarifas de serviços e com o ajuste dos preços domésticos em relação aos internacionais. Nesse contexto, embora sem unanimidade, o Copom optou por elevar a taxa básica de juros Selic de 11% para 11,25% ao ano. Segundo o documento, a divergência foi em torno do momento adequado para aumentar a taxa. Para os cinco membros que votaram pela alta de juros, de 11% para 11,25% ao ano, era “oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias, de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016”. Já os três dissidentes argumentaram que “incertezas ainda cercam a magnitude e a persistência desses ajustes e, por isso, posicionou-se a favor de que, neste momento, as condições monetárias permanecessem inalteradas”. "Especialmente" vigilante Na ata divulgada nesta manhã, o Comitê diz que a política monetária deve se manter “especialmente” vigilante, de modo a minimizar riscos inflacionários. A mensagem está um tom acima da que vinha sendo empregada pelo Copom até então, que dizia apenas que estava “vigilante”, sem a qualificação “especialmente”. 3


O documento elimina menções das versões anteriores de que as pressões inflacionárias tenderiam a se arrefecer ou até mesmo se esgotar dentro de dois anos e de que a manutenção dos juros levaria a inflação para uma trajetória de convergência à meta de 4,5%. Outra parte que desapareceu da ata fazia menção aos efeitos defasados da alta de juros já promovida entre abril de 2013 e abril desde ano sobre a inflação. Uma explicação dada para a inflação estar em nível elevado é a "ocorrência de dois importantes processos de ajustes de preços". Um deles é o realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais. O outro é o "realinhamento dos preços administrados em relação aos livres". Preços administrados são aqueles controlados por contrato ou pelo governo, como as tarifas de serviços públicos e combustíveis. Atividade econômica Em suas previsões de cenário, o Copom reiterou que o crescimento econômico em 2014 será menos intenso que em 2013. No entanto, “na visão do Comitê, a atividade tende a entrar em trajetória de recuperação no próximo ano”. Além disso, o grupo avalia que “no médio prazo” mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada. Para o BC, o consumo tende a crescer em ritmo moderado e os investimentos devem ganhar impulso. Para o Copom, “essas mudanças, somadas a outras ora em curso, antecipam uma composição do crescimento de médio prazo mais favorável ao crescimento potencial”. Tal avaliação não constava da ata de setembro. Outra breve mudança em comparação com setembro está na avaliação do consumo, quando o BC falava em crescimento “mais” moderado “do que o observado em anos recentes”. O BC continua apontando que o cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do real, milita no sentido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira. Ainda sobre o tema, o colegiado somou a seguinte avaliação: “Por sua vez, as exportações tendem a ser beneficiadas pelo cenário de maior crescimento de importantes parceiros comerciais e pela depreciação do real”. Política fiscal expansionista O Comitê reconheceu pela primeira vez em um documento oficial que há evidências de que a política fiscal é expansionista neste ano. Ainda assim, mantém a avaliação de que a instância fiscal poderá se deslocar para a zona de neutralidade no horizonte relevante para a política monetária. “O Copom observa que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais. Não obstante identificar evidências de estímulos fiscais na composição da demanda agregada este ano, na visão do Comitê, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público tende a se deslocar para a zona de neutralidade”, diz o Copom no parágrafo 23 da ata. Riscos para estabilidade financeira global Ao comentar o quadro externo, o Copom manteve a avaliação de que os riscos para a estabilidade financeira global “permaneceram elevados”. Entre esses riscos, o colegiado aponta aqueles “derivados de mudanças na inclinação da curva de juros em importantes economias maduras”. O BC continuou avaliando que o ambiente externo é complexo, apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais. O ritmo de atividade, para o Copom, aponta recuperação em algumas economias avançadas, enquanto entre os emergentes, “não tem correspondido às expectativas, em que pese a resiliência da demanda doméstica”.

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Taxa de desemprego cai para 6,8% no país no 2º trimestre, diz IBGE Fonte Jornal Valor Econômico Diogo Martins 06/11/2014 às 09h 13 RIO - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje que a taxa de desemprego média do país caiu de 7,1% para 6,8% do primeiro para o segundo trimestre de 2014, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). No segundo trimestre de 2013, a taxa era de 7,4% da população economicamente ativa (PEA). A taxa de desemprego caiu nas cinco regiões do país no segundo trimestre deste ano, ante o primeiro, informou o IBGE. As maiores quedas ocorreram no Norte (de 7,7% para 7,2%) e no Nordeste (de 9,3% para 8,8%), seguidas pelo Sul (4,3% para 4,1%), Centro-Oeste (de 5,8% para 5,6%) e Sudeste (de 7% para 6,9%). Do primeiro para o segundo trimestre, o nível de ocupação (número de pessoas efetivamente ocupadas em relação às que têm idade para trabalhar) aumentou de 56,7% para 56,9% no país. No mesmo período de 2013, essa taxa era a mesma, de 56,9%. A população desempregada diminuiu para 6,8 milhões no segundo trimestre, de sete milhões no primeir o trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, de 7,3 milhões, houve diminuição de 500 mil pessoas. Já a população empregada era de 92,1 milhões de pessoas no segundo trimestre, ante 91,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, e 90,6 milhões no mesmo período do ano passado. A Pnad Contínua é uma pesquisa realizada pelo IBGE que tem abrangência maior - de cerca de 3.500 municípios - do que a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrange apenas seis grandes regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre. Adiamento Originalmente, os dados da Pnad Contínua referentes ao segundo trimestre deveriam ter sido divulgados em agosto. Mas, devido à greve de 79 dias de parte de funcionários reivindicando melhores condições de trabalho e aumento salarial, a direção do IBGE adiou a publicação. A paralisação, iniciada em maio e terminada em agosto, afetou a coleta de dados nos Estados do Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal. Pelo mesmo motivo, o instituto reprogramou a divulgação da Pnad Contínua do terceiro trimestre de novembro, para 9 de dezembro.

Putin segue como a pessoa mais poderosa do mundo na lista da 'Forbes' Fonte Jornal Valor Econômico05/11/2014 às 16h24 SÃO PAULO - O presidente russo Vladimir Putin foi escolhido como o homem mais poderoso do mundo em 2014, ficando à frente de seu colega americano Barack Obama, segundo ranking de 72 personalidades elaborado pela revista "Forbes". A presidente Dilma Rousseff se encontra em 31º lugar, à frente do bilionário australiano Rupert Murdoch e da chefe do FMI, Christine Lagarde. A presidente do Brasil, contudo, sofreu uma queda significativa, já que na última lista publicada pela revista ela ocupava o 20º lugar do ranking.

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"Em 2014, o presidente russo exibiu sua força em nível mundial ao anexar a Crimeia, colocando em cena uma guerra secundária na Ucrânia e assinando um acordo com a China para construir um gasoduto de mais de US$ 70 bilhões", explicou a "Forbes". Em 2013, Putin tirou Obama do primeiro lugar da lista que a revista americana divulga pelo sexto ano. Enquanto o poder do presidente russo se afirma, Obama sofreu na terça-feira uma dura derrota nas eleições americanas de meio de mandato e deverá governar os dois anos que lhe restam na Casa Branca com um Congresso com maioria republicana. Logo abaixo de Putin e Obama aparecem na lista o presidente chinês, Xi Jinping, o papa Francisco e a chanceler alemãAngela Merkel. Entre os dez primeiros colocados se encontram a presidente do Fed, Janet Yellen (6ª), o fundador da Microsoft, Bill Gates (7°), o presidente do Banco Central Europeu, o italiano Mario Dragui (8º), e os criadores do Google, Larry Page e Sergey Brin. A lista tem 17 chefes de Estado que governam um PIB combinado de US$ 48 trilhões, além de 39 CEOs que controlam empresas que têm uma receita somada de US$ 3,6 trilhões. Pela primeira vez, duas mulheres aparecem entre as 10 pessoas mais poderosas, Merkel e Yellen. No total, há 9 mulheres na lista. Aparecem pela primeira vez no ranking: o novo primeiro-ministro da Índia, NarendraModi, o novo presidente do Egito, Abdel el-Sisi, o fundador do Alibaba e homem mais rico da China, Jack Ma, e o autoproclamado califa do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi. Entre os bilionários, figuram Warren Buffett, Carlos Slim, Mark Zuckerberg, Michael Bloomberg, Charles e David Koch e Li-Ka-shing. Veja a relação completa das pessoas mais poderosas do mundo segundo o ranking da "Forbes": 1 Vladimir Putin Rússia 2 Barack Obama Estados Unidos 3 Xi Jinping China 4 Papa Francisco Igreja Católica 5 Angela Merkel Alemanha 6 Janet Yellen Washington, United States 7 Bill Gates Bill & Melinda Gates Foundation 8 Mario Draghi Banco Central Europeu 9 Sergey Brin Google 9 Larry Page Google 10 David Cameron ReinoUnido 11 Abdullah bin Abdul Aziz Al Saud Arabia Saudita 12 Warren Buffett Berkshire Hathaway 13 Li Keqiang China 14 Carlos SlimHelu&family América Móvil 15 NarendraModi India 16 Jeff Bezos Amazon.com 17 FrancoisHollande França 18 Jamie Dimon JPMorgan Chase 19 Ali Hoseini-Khamenei Irã 20 Rex Tillerson Exxon Mobil 21 Jeffrey Immelt General Electric 22 Mark Zuckerberg Facebook 23 Michael Bloomberg Bloomberg 24 Charles Koch Koch Industries 24 David Koch Koch Industries 6


25 Timothy Cook Apple 26 Benjamin Netanyahu Israel 27 Lloyd Blankfein Goldman Sachs Group 28 Li Ka-shing Hutchison Whampoa 29 Doug McMillon Wal-Mart Stores 30 Jack Ma Fundador do Alibaba 31 Dilma Rousseff Brasil 32 Rupert Murdoch & family News Corp 33 Christine Lagarde International Monetary Fund 34 Akio Toyoda Toyota Motor 35 Jay Y. Lee Samsung Group 35 Lee Kun-Hee Samsung Group 36 MukeshAmbani Reliance Industries 37 KhalifabinZayed Al-Nahyan Emirados Árabes Unidos 38 Masayoshi Son Softbank 39 Larry Fink BlackRock 40 Ban Ki-moon United Nations 41 Robin Li Baidu CEO do Baidu 42 Igor Sechin Rosneft 43 Ding Xuedong China 44 Bill Clinton Bill, Hillary & Chelsea Clinton Foundation 45 Jim Yong Kim World Bank 46 Park Geun-hye Coreia do Sul 47 Alexey Miller Gazprom 48 Haruhiko Kuroda Japão 49 Kim Jong-un Coreia do Norte 50 Ali Al-Naimi Arabia Saudita 51 Abdel el-Sisi Egito 52 Elon Musk Space Exploration Technologies Corp. 53 MaHuateng Presidente do conselho da Tencent 54 Abu Bakral-Baghdadi Califa do Estado Islâmico 55 GinniRometty IBM 56 Len Blavatnik Dono da Acsess Industries 57 Lakshmi Mittal ArcelorMittal (ADR) 58 Martin Winterkorn Volkswagen Group 59 Bernard Arnault& family LVMH Moet Hennessy Louis Vuitton 60 Enrique Pena Nieto Mexico 61 AlisherUsmanov Metalloinvest 62 Mary Barra General Motors 63 Shinzo Abe Japão 64 SatyaNadella Microsoft 65 John Roberts Presidente da Suprema Corte dos EUA 66 Gina Rinehart Hancock Prospecting 67 Margaret Chan World Health Organization 68 AlikoDangote Dangote Group 69 Jeffrey Gundlach DoubleLineCapital 70 Joseph Blatter FIFA 71 Terry Gou Hon Hai Precision 72 YngveSlyngstad Norway 7


Preço menor do petróleo reduz repasses a Estados Fonte Jornal Valor Econômico Cláudia Schüffner, Guilherme Serodio e Marta Watanabe do Rio e de São Paulo06/11/2014 às 05h00 Além das consequências para a Petrobras, a queda nos preços do petróleo no mercado internacional deve tirar da União, Estados e municípios parte da receita adicional que era esperada com o aumento da produção de petróleo no país. Isso vai acontecer justamente quando a Petrobras, que responde por 91,6% dessas receitas, começa a elevar os volumes, depois de um período de queda. A redução dos preços foi significativa e deverá continuar. No ano passado, o barril foi negociado em média a US$ 108,07. No segundo semestre deste ano já está em US$ 100,56. Especialistas calculam que no próximo ano a cotação poderá variar entre US$ 80 e US$ 84 o barril. Com essa redução, a Petrobras pagará menos royalties aos governos. Calcula-se que ela poderá diminuir essa conta em 20% em 2015. Esse novo cenário pode adiar uma melhora na arrecadação dos governos, que só permanecerá nos níveis atuais se o real se desvalorizar, com o dólar passando a valer algo próximo a R$ 2,77 em 2015, segundo cálculos de uma instituição financeira. A pedido do Valor, a Tendências Consultoria estimou o impacto da redução no preço do petróleo para os pagamentos de royalties e participação especial a Estados e municípios no próximo ano. Ao preço de US$ 80 por barril, os pagamentos aos governos locais somariam R$ 18,95 bilhões, o que significaria uma redução de 5,9%, em moeda nacional, na comparação com os R$ 20,13 bilhões projetados para este ano. A US$ 85 o barril, o valor das transferências ficaria praticamente estável, com uma pequena diminuição de 0,3%. O impacto dessa redução será grande para o Rio de Janeiro e Espírito Santo, Estados com a maior produção de petróleo atualmente. Ao Valor, Paulo Hartung (PMDB), governador eleito do Espírito Santo, estimou que a queda do petróleo pode reduzir em 10% a arrecadação prevista no orçamento de 2015, ressaltando que "tudo vai depender do câmbio". Em 2013, o Rio arrecadou R$ 8,2 bilhões e na previsão orçamentária de 2015 a estimativa é de R$ 9 bilhões. Mas o secretário de Fazenda do Estado, Sérgio Martins, admite que a previsão não contava com a queda do petróleo.

Governo já admite necessidade de ações contra falta de energia Fonte Jornal Valor Econômico Rafael Bitencourt, Rodrigo Polito e Juliana Elias de Brasília, Rio e São Paulo06/11/2014 às 05h00 O risco de desabastecimento de energia em 2015 no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do país, atingiu patamar considerado "preocupante" pelo governo, que admitiu a possibilidade de serem necessárias "ações conjunturais específicas", sem especificá-las. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que reúne a cúpula energética do governo Dilma Rousseff, informou ontem que o risco de déficit para as duas regiões em 2015 passou de 4,7%, em outubro, para 5% em novembro. O governo considera "preocupante" quando o risco de desabastecimento é igual ou superior a 5%. Esse critério foi estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), instância máxima do setor, responsável por assessorar diretamente a presidente da República. Quando os índices atingem esse limite é considerado que há risco real de corte de cargas elétricas que provocam o chamado "apagão". Em nota, o CMSE reiterou que, "mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, ações conjunturais específicas podem ser necessárias". A nota, porém, não detalha quais são as 8


medidas, apenas ressalta que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pode adotar "medidas adicionais àquelas normalmente praticadas". Mesmo sem considerar que o operador adote alguma medida como "corte seletivo de carga" ou o chamado "racionamento branco" (quando grandes consumidores ou distribuidoras entram em acordo para reduzir o uso de energia), especialistas avaliam que a ocorrência de interrupções não planejadas no fornecimento de energia no sistema no verão é inevitável. "Pelo cenário atual, vamos assistir vários 'apaguinhos' durante o dia [no verão]. Deve haver alguns cortes, porque não há água suficiente para atender a demanda no horário de pico", disse um executivo de uma empresa elétrica. Segundo ele, a probabilidade de a oferta disponível no sistema não atender ao salto da demanda em determinados momentos do dia no verão é superior a 50%. Conforme antecipado pelo Valor em setembro, pelo menos oito hidrelétricas de médio ou grande porte estão impossibilitadas de produzir no máximo de sua capacidade, devido ao baixo volume de água armazenado nas represas. Como a geração de energia hídrica é proporcional à altura da queda d'água e à vazão turbinada, a forte redução do nível dos reservatórios afeta a queda d'água e, portanto, a produção de energia elétrica. Segundo o presidente da consultoria Thymos Energia, João Carlos Mello, o pico da demanda do sistema na terça-feira foi de 77 mil megawatts (MW). O recorde foi registrado em fevereiro, quando o consumo instantâneo atingiu 86 mil MW. Todas as hidrelétricas somadas, e cheias, têm capacidade para gerar 88 mil MW, total que pode ser complementado por 18 mil MW de térmicas e 2 mil MW em eólicas e usinas a biomassa. "Supondo que, em função dos reservatórios baixos, as hidrelétricas gerem apenas 70% da capacidade, o que é um cenário otimista, há o risco de não dar conta da ponta mesmo com todas as termelétricas acionadas", diz Mello. A ponta é o momento de pico de consumo no sistema durante o dia, geralmente, entre 18h e 20h. No verão passado, porém, devido às altas temperaturas registradas, o pico da demanda foi antecipado para a faixa das 16h. Em nota assinada pelo diretor-geral Hermes Chipp, o ONS informou que o atendimento à demanda de pico em novembro está assegurado "pela implementação de diversas medidas operativas". Com relação ao atendimento à ponta nos meses do verão, porém, quando se espera elevação da demanda devido ao aumento da temperatura, o órgão informou que a situação será analisada mês a mês. O ONS também negou que esteja cogitando "cortes seletivos" de carga para garantir o fornecimento na hora de pico em janeiro e fevereiro. Segundo Mello, da Thymos, porém, essa opção pode ser válida, caso o volume de chuvas no verão seja semelhante ao ocorrido na última temporada, abaixo da média histórica. "Com a potência menor, o sistema pode não dar conta da ponta, e por isso os cortes seletivos poderiam ser feitos." Para o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, o receio de faltar energia é menor do que o relacionado ao custo da eletricidade, que disparou no último ano, com o aumento do uso das térmicas. "O sistema depende muito da hidrologia, e nós acabamos aprendendo com o tempo que os modelos de previsão são muito sensíveis às premissas que se utiliza. Se você é um pouquinho mais otimista ou mais pessimista que o cenário padrão, já se chega a resultados diferentes. No fim é uma discussão pouco construtiva. Nosso foco é discutir produtividade", disse.

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"Carta da indústria" pede a políticos “correção de rota” na economia Fonte Jornal Valor Econômico MurilloCamarotto e Lorenna Rodrigues 06/11/2014 às 11h02 BRASÍLIA - Menos de duas semanas após o encerramento do processo eleitoral, representantes da indústria nacional já cobram dos políticos eleitos uma série de iniciativas visando o crescimento da produção nacional. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira um documento no qual desafia a classe política a implementar uma “correção de rota” na economia. A “Carta da Indústria 2014” elenca uma série de pontos que devem ser resolvidos durante a próxima legislatura, que termina em 2018. Entre as principais demandas estão as reformas tributária e das relações de trabalho, bem como redução da taxa básica de juros, câmbio competitivo e estável, melhoria na qualidade dos serviços públicos e expansão dos investimentos em infraestrutura. O documento também pede a desburocratização da política comercial e o avanço dos indicadores de qualidade da educação nos próximos anos. “A mensagem principal é de que a indústria tem pressa”, disse o diretor de políticas e estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. Ele cobrou ainda que o governo sinalize logo quem será o comandante da economia. “A indústria tem pressa. Pressa para solucionar seu problema de competitividade. Pressa para voltar a ser o centro dinâmico do crescimento brasileiro”, diz a carta, que foi divulgada durante a versão 2014 do Encontro Nacional da Indústria, que está sendo realizado em Brasília. A CNI coloca seu documento como um aceno ao diálogo “permanente e profundo” com o governo.

Mercadante defende ajuste com corte de gasto Fonte Jornal Valor EconômicoDanielRittner e Lorenna Rodrigues de Brasília06/11/2014 às 05h00 Apesar dos incentivos bilionários dados à indústria nos últimos anos, o governo e o PT enfrentaram um clima de desconfiança no maior encontro anual do setor. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, recebeu aplausos protocolares ao fazer uma defesa firme da política fiscal "contracíclica" do governo e refutar a possibilidade de aumento de impostos para um ajuste "fácil". Enquanto isso, parlamentares da oposição foram exaltados pela plateia quando apontaram os riscos de "venezuelização" do país e um deputado petista chegou a ser vaiado em evento no auditório do centro de convenções de Brasília, que reuniu cerca de mil empresários e executivos, Mercadante fez um apelo ao Congresso Nacional pela aprovação das mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 para permitir mais abatimentos e evitar o descumprimento da meta fiscal neste ano. Ele criticou a visão "ortodoxa e fiscalista" de promover "cortes drásticos" no Orçamento em momentos de crise. "Tivemos que reduzir o superávit primário e fazer política contracíclica. Espero que o Congresso entenda essa escolha." No discurso de abertura do Encontro Nacional da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro garantiu que não haverá aumentos de impostos para melhorar as contas públicas. "Não vamos aumentar impostos para fazer um ajuste fiscal fácil", disse Mercadante. Segundo ele, o caminho preferencial é por corte de gastos, mas sem um baque nos investimentos e gastos sociais. "Corte em gasto público é que nem cortar o cabelo. Sempre tem o que cortar. O que não dá para fazer é um corte drástico que imponha uma trajetória recessiva. Temos que manter emprego e renda." 10


Ao defender as desonerações feitas pelo governo e a redução do superávit primário, Mercadante disse que essa política contracíclica está em linha com a "escolha" recomendada pela própria diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que pediu uma estratégia de combate à crise com preservação do emprego e da atividade econômica. Segundo ele, teria sido um erro enfrentar a crise com uma política agressiva de cortes de gastos, como fizeram países ricos. "Se todos os países em crise fizerem isso, podem ter certeza de que todos estaremos cavando o próprio buraco e aumentando as nossas dificuldades", disse o ministro. Enquanto o chefe da Casa Civil se deslocava rumo à saída, a plateia reagiu efusivamente quando o mediador do painel seguinte citou o acúmulo de indicadores econômicos negativos divulgados nos últimos dias. Parlamentares da base aliada e da oposição começaram, em seguida, a discutir as perspectivas da agenda legislativa. Havia alfinetadas dos dois lados. O senador eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO), ganhou o apoio exaltado dos empresários quando bradou contra o convênio recém-firmado entre a Venezuela e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Demonstrando preocupação com esse convênio, Caiado alertou: "Não somos uma Venezuela". Foi ovacionado. Arlindo Chinaglia (PT-SP), deputado reeleito e ex-presidente da Câmara, ressaltou que era necessário desvincular o governo do acordo firmado. "Se a Venezuela financia ou faz convênio com o MST, é um problema da Venezuela e do MST", afirmou Chinaglia. O clima de tensão deu lugar a certa hostilidade. Ele foi imediatamente cortado pelo auditório, com gritos prolongados de "nããão", que foram se transformando em vaias. O debate só pôde continuar graças à intervenção do moderador, que pediu calma à plateia. O ex-ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan, atual membro do conselho de administração da BRF, ajudou a colocar panos quentes na rodada seguinte de discussões. Ele ressaltou a importância de uma trégua política após o resultado apertado das eleições. "Se ficarmos mastigando o passado, vamos colher amargor e nós mesmos sofreremos. O efeito bumerangue vem sobre quem investiu e tem milhares de empregados. Eu continuo motivado e olhando para frente." Furlan participava de um painel junto com o presidente do conselho de administração do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, que criticou a indefinição de uma agenda prioritária no governo para aumentar a competitividade da indústria brasileira. "A falta de competitividade da indústria é imposta pela incompetência geral do governo ao não estabelecer as metas principais", afirmou. O empresário apontou a baixa cotação do dólar como um dos problemas mais graves. Ele incluiu na lista a alta carga tributária, com impostos cumulativos, os custos logísticos e o nível elevado de juros. Furlan concordou com a necessidade de definir poucas prioridades para que as mudanças avancem. "Bandeiras muito grandes não vão prosperar."

ONS com um olho no céu e outro no termômetro Fonte Jornal Valor Econômico Rodrigo Politodo Rio06/11/2014 às 05h00 Com um parque gerador formado por quase 80% de hidrelétricas, é natural que o sistema brasileiro seja dependente do regime de chuvas. Apesar da acertada expansão da oferta termelétrica no país nos últimos anos, a escassez severa de chuvas neste ano faz lembrar que a lógica, no fundo, é bem simples: sem chuvas não há energia suficiente. Na última semana, o presidente da Tractebel Energia, maior geradora privada do país, Manoel Zaroni, lembrou que um bom regime de chuvas neste verão propiciaria acréscimo de energia ao sistema muito maior do que todo o parque térmico brasileiro. É com base nas séries hidrológicas que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) planeja e coordena a operação do setor. O órgão tenta enxergar o quanto deverá chover e com quantas usinas ele pode contar, desde o próximo minuto até cinco anos à frente. 11


O ONS calcula o quanto pode "gastar" de água agora e o quanto deve "poupar" para os próximos meses e anos. Da mesma forma, é importante que o operador acompanhe com extremo cuidado o desempenho da demanda. E é com relação à demanda que está o maior desafio para o próximo verão. Nessa época, a demanda é fortemente influenciada pela temperatura. A sensação maior de calor leva ao aumento da utilização de sistemas de refrigeração e de aparelhos de ar-condicionado. Para se ter uma ideia, no último verão o sistema atingiu recordes de demanda instantânea (picos de consumo) por volta de 16h, quando escritórios e residências acionavam os aparelhos de ar-condicionado após o almoço, devido à elevação da temperatura. Esse fenômeno provocou a antecipação do horário de pico, que no passado se iniciava por volta de 18h. O problema é que neste verão o volume de água nos reservatórios estará longe do ideal, o que afetará a produção hidrelétrica no horário de pico. E a temperatura e a demanda continuarão subindo.

BCE mantém juro estável e Draghi sugere prontidão para mais estímulos Fonte Bloomberg06/11/2014 às 12h26 SÃO PAULO - O Banco Central Europeu (BCE) manteve suas taxas de juro básicas estáveis – no menor nível histórico – nesta quinta-feira, em meio a informes de desavenças com relação à liderança de seu presidente Mario Draghi e seu estilo de comunicação com o mercado. Como era amplamente esperado, o BCE manteve sua taxa de juro de empréstimo “benchmark” (de referência ao mercado) em 0,05%, enquanto a taxa de depósito segue negativa em 0,20% - o que na prática significa que as instituições financeiras pagam uma taxa para manter seus depósitos na conta do banco central. Na entrevista coletiva à imprensa após o anúncio da decisão, Draghi sinalizou que o BCE pode revisar para baixo as projeções de crescimento para a zona do euro no próximo mês e afirmou que a autoridade monetária está pronta para implementar medidas de estímulos adicionais caso seja necessário. Ele alertou que o desemprego poderá esfriar a recuperação econômica da zona do euro e que a situação geopolítica instável também poderá ser um freio, particularmente sobre o investimento.

Alívio do Banco do Japão traz pressão ao BCE Fonte Claire Jones Financial Times, de Frankfurt06/11/2014 às 05h00 A surpreendente decisão do Banco do Japão, na semana passada, de ampliar suas compras de ativos de 60 a 70 trilhões de ienes (US$ 699 bilhões) para 80 trilhões de ienes ao ano fez com que as atenções passassem, agora, para os esforços de compra de títulos pelo Banco Central Europeu (BCE), às vésperas de sua reunião de política monetária. Poucos dias depois de o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) ter suspenso sua versão de flexibilização quantitativa, o BoJ mandou um surpreendente recado aos investidores, de que outros bancos centrais continuam em modo de "alívio quantitativo". A decisão do Fed de destoar de seus equivalentes no Japão e na zona do euro após anos de afrouxamento monetário agressivo já ajudou os formuladores de políticas do BCE, desvalorizando o euro e baixando a moeda para a sua mínima em dois anos, a US$ 1,25, na segunda-feira. Mas uma inesperada queda no núcleo da inflação na zona do euro - um indicador que exclui itens mais voláteis, como preços de alimentos e energia -, reforçou as exortações para que o 12


BCE siga o exemplo de Tóquio e atue com ousadia mediante a compra de títulos soberanos de longo prazo. A maioria dos analistas que acompanha as ações do BCE acredita ser improvável que o Conselho Diretor do banco central tome alguma decisão importante nesta quinta-feira. As autoridades monetárias provavelmente preferirão avaliar o impacto das iniciativas já adotadas para evitar a estagnação econômica, inclusive compras de títulos do setor privado, antes de tomar os próximos passos. O BCE comprou, até agora, o equivalente a € 4,8 bilhões em "coveredbonds" e na semana passada encarregou quatro gestoras de ativos de adquirir, a partir deste mês, pacotes de empréstimos securitizados na forma de títulos lastreados em ativos. Em dezembro, o BCE vai também realizar outro leilão de empréstimos baratos com maturação de quatro anos, e as autoridades estão confiantes de que a adesão será maior do que no leilão de setembro. Por outro lado, a divergência entre o guardião da política monetária da zona do euro e dos EUA deve elevar a inflação do seu atual nível de 0,4% devido ao fortalecimento do dólar e ao aumento dos preços de importação. Mas, com a inflação muito aquém da meta do BCE - pouco abaixo de 2% -, os investidores seguem preocupados que o atual pacote de políticas do BCE não consiga evitar uma década perdida, como a vivida pelo Japão - de fraco crescimento e preços em queda. Alguns acreditam que a reação eufórica dos mercados convencerá as autoridades do BCE a agir. Isso acalmaria as preocupações com que a compra de títulos soberanos em larga escala produza pequeno impacto quando os rendimentos da dívida pública já estão tão baixos quanto na zona do euro e no Japão. Mas, embora a compra de títulos soberanos possa elevar as ações de empresas europeias e enfraquecer o euro, as autoridades do BCE parecem não estar convencidas de que até mesmo um estímulo monetário mais agressivo possa impulsionar o crescimento, caso os governos permaneçam relutantes em reformar suas economias. Mario Draghi, o presidente do BCE, disse em Washington no mês passado que uma flexibilização quantitativa em larga escala não poderia, por si só, produzir uma recuperação sustentável. A experiência do BoJ, que teve de incrementar sua compra de títulos em face de um crescimento decepcionante, apoia seu ceticismo. "Algumas pessoas estão abraçando muito rapidamente a conclusão de que [a decisão do BoJ] torna intervenções do BCE mais prováveis", disse KrishnaGuha, da Evercore ISI. "É uma faca de dois gumes: a reação do mercado é uma resposta convincente para aqueles que argumentam que o alívio quantitativo (QE, em inglês) não é eficaz quando os rendimentos já estão baixos. Mas também revela que o QE do BoJ não produz muitos resultados", disse. " As autoridades em Frankfurt não se disporiam a comprar títulos na quantidade prometida por Tóquio, tendo as aquisições anuais do BoJ somado o equivalente a 15% da renda nacional japonesa. Até mesmo a perspectiva de compras em pequena escala provoca arrepios nos mais conservadores do Conselho do BCE. E embora Haruhiko Kuroda, presidente do BoJ, possa ter decidido ampliar o QE com base em uma votação de 5 a 4, a configuração política da zona do euro exige que Draghi, antes de agir, obtenha consenso em torno da necessidade de começar a comprar títulos do governo. "A história japonesa nos diz ser muito difícil sair da deflação. Essa é uma razão importante pela qual os formuladores de políticas na zona do euro devem agir agora, e não mais tarde: deixar para depois a compra de grandes montantes de dívida soberana será mais difícil para o BCE do que para o BoJ", disse Guntram Wolff, diretor da Bruegel, um think-tank com sede em Bruxelas."

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Índice de preços dos alimentos da FAO recua pelo sétimo mês Fonte Jornal Valor Econômico Bettina Barros 06/11/2014 às 09h30 SÃO PAULO - O índice de preços dos alimentos da FAO, a Agência para Agricultura e Alimentação da ONU, caiu pelo sétimo mês consecutivo em outubro, na maior trajetória de baixa desde 2009. O resultado, que mede uma cesta de 55 alimentos, ficou em 192,3 pontos, o que configura uma queda de 0,2% em relação a setembro. Embora açúcar e óleos vegetais tenham subido no mês passado, o resultado final foi compensado por um recuo nos preços das carnes e laticínios, além da perspectiva de alta na produção mundial de alimentos. “O índice está se estabilizando. O recuo em vigor é muito bom para os países importadores de matéria-prima”, afirmou Concepción Calpe, economista-sênior da entidade com sede em Roma. Na comparação ano a ano, outubro registrou queda de 6,9% nos preços globais dos alimentos. Os preços de laticínios caíram 1,9% no mês passado, sendo puxados por manteiga e leite, que registraram um aumento significativo de oferta na Europa devido à impossibilidade de exportar para a Rússia. No caso das carnes, o recuo mensal foi possível com a recuperação da produção de suínos em locais afetados pela epidemia de diarreia. O indicador para as carnes recuou 1,1% na comparação com setembro. No caso do açúcar, o índice da FAO subiu 4,2%, para 237,6 pontos, devido principalmente à seca nas regiões produtoras do Brasil, o que tem levado à percepção de que a produção global do adoçante será menor que o esperado. A FAO ressalva, no entanto, que apesar da guinada mensal, os preços do açúcar permanecem ao menos 10% inferiores aos níveis de outubro do ano passado. O segmento de óleos vegetais subiu em outubro pela primeira vez desde março. A alta, de 1%, foi motivada pela desaceleração da produção de óleo de palma (o mais consumido do mundo) na Malásia e Indonésia, seus principais produtores. Ao mesmo tempo, o consumo por este produto cresceu, sustentando os preços internacionais. O óleo de soja, mais importante para o mercado brasileiro, teve os preços pressionados pela supersafra de soja nos Estados Unidos.

Décimo terceiro salário injeta R$ 158 bilhões na economia, 10,3% a mais do que em 2013 FONTE O ESTADO DE S. PAULO05 Novembro 2014 às 16h 44 SÃO PAULO - O pagamento do 13º salário vai injetar R$ 158 bilhões na economia neste final de ano, 10,3% a mais do que os R$ 143 bilhões pagos no fim do ano passado. O valor representa aproximadamente 3,0% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos, aos beneficiários da Previdência Social e aos aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. O número de trabalhadores com direito a receber o benefício cresceu 2,9% e chegou a 84,7 milhões, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e EstudosSócioeconômicos (Dieese). O 13% salário é pago em duas parcelas, nos dias 30 de novembro e 20 de dezembro.

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Segundo o Dieese, ocrescimento do número de pessoas no mercado formal, com a criação de novos postos de trabalho ou efetivação de funcionários já em atividade colaboraram para a expansão do valor total do 13º pago este ano. O aumento no número de aposentados e pensionistas também ajudou a elevar o valor. Os números do Dieese não contabilizam os trabalhadores do mercado informal. Só no Estado de São Paulo, o valor total do 13° salário é de R$ 46 bilhões, aproximadamente 29,2% do total do Brasil. Esse montante, pago a 22 milhões de paulistas, representa em torno de 2,7% do PIB estadual. Dos cerca de 84,7 milhões de brasileiros que devem ser beneficiados pelo pagamento do 13º salário, aproximadamente 32,7 milhões, ou 38,6% do total, são aposentados ou pensionistas da Previdência Social. Os empregados formais (52 milhões de pessoas) correspondem a 61,4% do total. Entre estes, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada somam 2,122 milhões equivalendo a 2,5% do conjunto de beneficiários do abono natalino. Além desses, em torno de 975 mil pessoas (ou 1,2% do total) referem-se aos aposentados e beneficiários de pensão da União (Regime Próprio). Do montante a ser pago a título de 13º, em torno de 20% dos R$ 158 bilhões, ou seja, perto de R$ 31,2 bilhões, serão pagos aos beneficiários do INSS. Outros R$ 111,5 bilhões, ou 71% do total, irão para os empregados formalizados; incluindo os empregados domésticos. Aos aposentados e pensionistas da União, caberá o equivalente a R$ 7,6 bilhões (4,8%), aos aposentados e pensionistas dos Estados, R$ 6,1 bilhões (3,9%) e R$ 1,34 bilhão (0,8%) destinam-se aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios. O cálculo do Dieese leva em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2013, e informações do Ministério da Previdência e Assistência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional.

Liminar libera Grupo AES de encargos FONTE ANNE WARTH , ADRIANA FERNANDES - O ESTADO DE S.PAULO06 Novembro 2014 às 02h 02 BRASÍLIA - As empresas do setor elétrico desistiram de aguardar uma solução pacífica para o problema nos repasses do governo, que já atingem seis meses de atraso. A AES Eletropaulo e a AES Sul apelaram à Justiça e conseguiram uma decisão liminar para deixar de pagar encargos setoriais ao governo até a regularização das transferências. O governo deve R$ 1,75 bilhão às distribuidoras do País, sendo R$ 100 milhões apenas às empresas do grupo AES. A dívida se refere a pagamentos mensais que o Tesouro Nacional faz às empresas para custear subsídios e programas sociais, como a tarifa dos consumidores de baixa renda. Os repasses são feitos pelo fundo setorial chamado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Fontes do setor elétrico informaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que outras distribuidoras também já se movimentam para pedir solução semelhante à Justiça. Se isso ocorrer, os problemas do governo para gerir o fundo serão ainda maiores. Ao reduzir, em setembro, a previsão de aportes de dinheiro público à CDE, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, sustentou que o fundo contava com recursos próprios, ou seja, pagos pelas empresas do setor. Mas se outras distribuidoras obtiverem liminares na Justiça, o fundo setorial entrará em colapso ao perder sua segunda maior fonte de receitas. 'Saúde financeira'. A decisão favorável à AES Eletropaulo e AES Sul foi tomada pela 25.ª Vara Cível de Brasília. As empresas ganharam o direito de fazer uma compensação de valores por 15


conta própria. À Justiça, alegaram não ter mais "saúde financeira para suportar o aludido prejuízo". Todos os meses, as duas empresas recolhem R$ 3,6 milhões correspondentes ao encargo da CDE. Os recursos são pagos pelos consumidores, por meio da conta de luz, e transferidos ao fundo setorial. Após recolher os recursos, a CDE devolve R$ 14,4 milhões às empresas, dinheiro que serve para custear subsídios e programas sociais assumidos pelo Tesouro. Esse ajuste de contas é feito pelo governo, e ao fim do processo, as duas empresas, juntas, têm um saldo positivo de R$ 10,8 milhões mensais a receber. Como o governo não tem feito esse repasse, as companhias terão o direito de ficar com todo o dinheiro recolhido por meio da CDE, sem repassá-lo ao governo, até que a dívida seja paga. Embora o fundo seja administrado pelo Tesouro, a decisão da Justiça cita a Eletrobrás como ré no processo, já que, formalmente, a estatal é a gestora do fundo. As empresas não conseguiram, porém, obrigar o governo a repassar de imediato os R$ 100 milhões atrasados. A AES Sul recorreu ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), mas teve o pedido negado. No processo, as empresas afirmaram que esse atraso "inviabiliza as atividades exercidas". Procuradas pela reportagem, AES Eletropaulo e AES Sul não comentaram o caso. Eletrobrás e Tesouro não responderam até o fechamento da edição. O enrosco jurídico com os repasses das empresas para a CDE é mais um complicador para área econômica do governo resolver. O governo não contava com esse risco e, agora, terá ainda mais dificuldades para buscar receitas extras na própria CDE para bancar o rombo do ano - ao menos R$ 4 bilhões.

Produção de petróleo e gás do Brasil deve subir 9,5% em 2014, diz Opep FONTE FERNANDO NAKAGAWA - AGÊNCIA ESTADO06 Novembro 2014 às 11h 52 Organização estima salto para 2,3 milhões de barris por dia neste ano; pico de 4,7 milhões de barris por dia deve vir de 2025 a 2030 LONDRES - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) melhorou as previsões para a produção brasileira de petróleo e gás em 2014 e nos próximos anos. Estimativa divulgada nesta quinta-feira aponta que o País deverá elevar a produção diária em cerca de 200 mil barris e alcançará 2,3 milhões de barris/dia em 2014. Diferentemente do relatório anterior, a nova estimativa prevê pico na produção brasileira entre 2025 e 2030, quando o volume deverá alcançar cerca de 4,7 milhões de barris/dia. Depois desse período, haverá acomodação com ligeira queda dos volumes. A nova edição do relatório anual "World Oil Outlook 2014" mostra que a Opep está ligeiramente mais otimista para as perspectivas da produção brasileira. Em 2014, a produção diária deverá crescer 9,5% na comparação com a média de 2013. A estimativa anterior da Opep era mais conservadora e previa que o Brasil terminaria o ano com produção média de 2,2 milhões de barris - 100 mil barris a menos que o citado nesta quinta-feira. Para 2015, a produção nacional deve alcançar o equivalente a 2,5 milhões de barris/diários. Os volumes crescem gradualmente para 2,9 milhões de barris (2016), 3,2 milhões de barris (2017), 3,4 milhões de barris (2018) e terminam a década em 2019 com 3,8 milhões de barris alta projetada de 80% na comparação com a produção do ano passado. Na próxima década, a produção deve continuar subindo até 4,7 milhões de barris por dia em 2025. O mesmo volume médio é projetado para 2030. De acordo com o relatório anual da Opep, esse deverá ser o pico da produção brasileira no longo prazo. No estudo anterior divulgado em 2013, não havia expectativa desse pico e a Opep previa volumes crescentes para 16


3,6 milhões de barris/dia em 2020, 4,1 milhões de barris em 2025, 4,3 milhões de barris por dia em 2030 e 4,4 milhões de barris em 2035 - último ano da previsão anterior. Os números mostram, portanto, que a Opep agora prevê que a produção brasileira crescerá mais rapidamente que o estimado no ano passado. Mas, ao contrário do cenário divulgado em 2013 a tendência de alta da produção deve alcançar o pico em algum momento entre 2025 e 2030. A partir daí, a produção deve cair ligeiramente cerca de 100 mil barris por dia até 2035 e outros 100 mil barris diários até 2040.

Contra a maré Fonte Jornal o Estado de São Paulo José Paulo Kupfer Em meio a desequilíbrios de toda ordem, os grandes indicadores macroeconômicos ingressaram numa zona de deterioração acelerada. Reflexo do acúmulo de déficits nas contas públicas e no setor externo, a inflação se mantém resistente e acima do teto da meta. Tanto o mercado de trabalho quanto o endividamento público, que ainda escapam aos resultados negativos de outros indicadores, mostram clara tendência de piora. A situação é muito preocupante e exigirá corretivos inevitavelmente fortes, o que implica capacidade do governo, num segundo mandato que começa repleto de espinhosos conflitos, para coordenar reformas mais profundas. Olhar para os grandes indicadores macroeconômicos, contudo, é como observar uma floresta do alto. A visão geral nem sempre permite ver as árvores em separado e obter uma avaliação mais precisa do que se passa no interior do conjunto. Um exemplo de que, por trás da estagnação e da aparente paralisia que parecem ter tomado conta da economia ao longo do primeiro mandato de Dilma, pode haver ilhas de dinamismo vem da atividade de privateequity e venture capital. O segmento reúne empresas que captam recursos no mercado ou aplicam recursos próprios em participação acionária de empreendimentos fechados ou em lançamento, com participação ativa na administração do negócio, para posterior venda. Um levantamento inédito, que será apresentado na quintafeira, em São Paulo, revelará que, entre 2004 e 2012, a atividade registrou forte avanço. O trabalho minucioso foi coordenado pelo economista Claudio Vilar Furtado, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, e diretor executivo do seu centro de estudos em privateequity e venture capital (GVCepe). O levantamento abrangeu o triênio 2010-2012 e é o terceiro da série iniciada em 2004. Números robustos mostram evolução acelerada dos negócios no segmento, entre 2004 e 2012. No período, a lista de instituições gestoras aumentou 130% e a quantidade de fundos de investimento quase dobrou. Chama ainda mais a atenção a evolução do volume de capital comprometido, que saltou dez vezes em oito anos, tendo alcançado, em 2012, pouco menos de US$ 60 bilhões. Em comparação com o PIB, é uma alta de quatro vezes. Se, em 2004, equivalia a 0,7% do PIB, em 2012 já avançara para 2,74%. Também o investimento anual das gestoras cresceu nas mesmas proporções, chegando a US$ 7 bilhões, em 2012. Nesses oito anos, os investimentos das instituições de privateequity e venture capital subiram de 0,1% do PIB, em 2004, para 0,34% do PIB, em 2012. A captação de recursos no segmento, que cresce, desde 2004, entre 15% e 20% ao ano, confirma o dinamismo da indústria de privateequity. Essa atividade pulsante é um dos reflexos das taxas de retorno obtidas pelas 160 gestoras identificadas na pesquisa. No caso do venture capital, o retorno, no Brasil, entre 2010 e 2012, foi 83% maior do que o ganho mediano dos fundos nos Estados Unidos, em seus melhores momentos. Quanto ao fundos de privateequity, o retorno sobre o investimento, no mesmo triênio 2010-2012, chegou a três vezes e meia o obtido pelos congêneres americanos, em seu período de ouro, de 1990 a 2001. 17


Responsável, nos últimos quatro anos, por 80% das aberturas de capital na Bolsa de Valores brasileira, o setor de privateequity concentrou seu foco, nesse período, seguindo a onda da economia, em segmentos de serviços e de infraestrutura. Mas a diversificação é a marca atual do negócio, que já soma participação em 680 empresas, incluindo crescente número de empreendimentos de médio e mesmo pequeno portes. "Investir contra a maré, lançar ou sanear negócios, visando o crescimento, é a característica dessa indústria", lembra Furtado. O que nos faz lembrar que, como essas empresas, a economia também anda em ciclos de saneamento e crescimento.

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