SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 09 DE MARÇO DE 2015
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Dilma é vaiada nas ruas de ao menos 12 capitais durante pronunciamento Fonte Jornal Folha de São Paulo 09/03/2015 às 01h 01 A presidente Dilma Rousseff foi vaiada nas ruas de ao menos 12 capitais durante pronunciamento de rádio e TV neste domingo (8), por ocasião do Dia Internacional da Mulher. Durante a fala, motoristas fizeram buzinaços em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Belém, Recife, Maceió e Fortaleza. Em São Paulo, nas janelas dos prédios, moradores batiam panelas, xingavam a presidente, enquanto piscavam as luzes dos apartamentos. No bairro de Pinheiros, zona oeste, as buzinas e gritos da "Fora, Dilma!" e "Fora, PT!" começaram assim que foi ao ar o pronunciamento, e duraram até três minutos depois do final da transmissão. As pessoas gritavam das janelas dos prédios, principalmente, mas também de dentro dos carros. No Rio, gritos e vaias durante o pronunciamento da presidente foram ouvidos em diversos bairros, como Copacabana, Leme (na zona sul), Méier, Tijuca (bairros de classe média da zona norte), Santa Teresa (centro) e Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste. Em alguns locais, segundo relato de moradores, pessoas saíram às janelas batendo panelas e motoristas que estavam nas ruas buzinavam durante o discurso de Dilma na TV. Na Barra, os protestos foi mais intenso e, em vários prédios e condomínios, moradores se manifestaram contra a presidente. Em sua fala, Dilma chamou o ajuste fiscal em curso de "travessia". Negou que irá "trair" a classe média e os trabalhadores, mas anunciou que todos pagarão pelas medidas. "Absorvemos a carga negativa até onde podíamos e agora temos de dividir parte deste esforço com todos os setores da sociedade."
Dilma Rousseff defendeu ajuste econômico Fonte Portal Economia SC/Agência Brasil 06 de março de 2015 às 14h 15 A presidenta Dilma Rousseff defendeu nessa sexta-feira, 6, a aplicação do ajuste econômico do governo e disse que o Brasil entra a partir de agora em uma nova fase de enfrentamento da crise. Segundo Dilma, diferentes medidas serão necessárias para ultrapassar a etapa atual e os ajustes têm o objetivo de manter programas sociais, emprego e renda.
“Estamos entrando agora em nova fase de enfrentamento da crise. Várias medidas diferentes serão necessárias. Uma nova trajetória é necessária para que possamos crescer. Não é que nós iremos querer voltar atrás para algum outro momento. Não. Queremos melhorar ainda mais o que nós já conquistamos. Por isso é que estamos fazendo essas correções e esses ajustes”, disse a presidenta após referir-se a crise financeira internacional de 2008.
“Estamos fazendo um imenso esforço para que o Brasil continue fazendo programas sociais, mas também amplie os investimentos, tenha uma economia próspera e continue gerando emprego e renda para toda a população. Esse esforço passa por correções. Mas as correções não são um fim em si mesmas, é para garantir programas como esses que fazemos”, acrescentou Dilma.
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As declarações foram feitas durante discurso na cerimônia de entrega de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Araguari (MG). A presidenta reafirmou que a terceira etapa do programa terá a meta de contratar mais três milhões de moradias até o final de 2018. “Com isso vamos chegar bem próximos de uma perspectiva de solucionar integralmente a questão de habitação em faixas de renda mais baixas”, disse. Em Araguari (MG), a presidenta entregou as chaves de unidades habitacionais do Residencial Bela Suíça II. Serão entregues também moradias no Residencial Bela Suíça III. No total, serão 1.472 unidades. As casas têm área privativa de 44,77 metros quadrados, dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço.
CNC fez uma mudança estrutural de como encarar o turismo, diz Alexandre Sampaio Fonte Portal Economia SC - Giovana Kindlein 06 de março de 2015 às 20h 50 Os efeitos e as pressões provocadas pela alta da inflação que já é a maior desde maio de 2005 e o atual cenário econômico brasileiro não abalam Alexandre Sampaio de Abreu, diretor da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), presidente do Cetur (Conselho Empresarial do Turismo e Hospitalidade) e presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), que esteve em Florianópolis para a abertura do 32º Congresso da Cocal (Federação das Entidades Organizadoras de Congressos e Afins da América Latina), na noite de quinta-feira, dia 5 de março, no Costão do Santinho Resort, Golf & Spa. Representantes de 21 países e 35 palestrantes internacionais participam do encontro. No discurso de abertura do congresso, Sampaio referiu-se à postura que a iniciativa privada deve ter diante dos desafios do atual cenário econômico. “Temos a obrigação de assumirmos um pouco a responsabilidade de fazer as alterações necessárias para que possamos ter um ambiente negocial melhor, uma atividade empresarial mais lúcida, mais criativa, que gere mais empregos, que faça o país passar por essa dificuldade momentânea e crescer cada vez mais”. Segundo ele, as empresas não podem deixar de investir e o turismo se apresenta como um fator fundamental nesse processo. Na próxima quarta-feira, dia 11, em Brasília, a nova estratégia de política institucional da CNC para 2015 com a campanha publicitária “Comércio e Turismo viajam juntos” será levada para aprovação na reunião de diretoria. Antes de seu discurso, Sampaio falou com exclusividade ao Portal Economia SC sobre os caminhos a serem seguidos pelo comércio, serviços e turismo para o aprimoramento do expertise e trabalho. Como a CNC enxerga o Cocal 2015 no atual cenário econômico brasileiro com a inflação já no patamar mais alto desde maio de 2005? Treinamentos, eventos, conversas, conferências, em toda a sua amplitude, são o grande viés para atravessar o momento de crise do setor empresarial como um todo no Brasil. O turismo interno no Brasil vai crescer em função do dólar, mas ainda assim sofre ameaça em função da dificuldade de emprego e de manutenção de emprego por uma recessão que se avizinha, de um processo inflacionário crescente e de um ambiente institucional muito deteriorado. Então, as corporate ventures são um fator importante para a hotelaria e para 3
os negócios brasileiros, que depositam no sistema o grande viés de uma alternativa de crescimento. Porque as empresas precisam treinar e precisam reciclar seus funcionários. Este congresso é um processo de networking, que permite trocas de experiências e vivências, e a feira se atrela a isso. É a atividade, mormente, que vai dar sustentabilidade ao Brasil ou ao turismo brasileiro neste ano de 2015. Então acho que congressos como o Cocal permitem encontrar caminhos, modular experiências, partilhar vivências e cases de sucesso e, permite, assim, que o setor que trabalha com isso possa ter um Norte para desenvolver o projeto como um todo e ajudar no turismo brasileiro neste ano de 2015 tão difícil que se avizinha. Quais são as alternativas que a CNC prevê para o setor diante das dificuldades do atual cenário? A CNC fez uma grande mudança estrutural de como encarar o turismo. Nós fundimos três áreas internas: o chamado Conselho Empresarial, que envolve as grandes entidades nacionais; a Câmara Empresarial de Turismo; o Conselho de Turismo, que era uma entidade quase de 50 anos de existência, um depositário de inteligência e discussão de cases e de formulação de propostas; e Astur, que é a assessoria de turismo operacional, que cuida dos eventos que nós apoiamos agora há mais de três anos. Talvez nós sejamos a maior entidade privada patronal de apoio ao turismo brasileiro. Temos prova disso. Você vê os estandes da CNC em quase todo o Brasil e quase todos os eventos. Nós reformamos e fundimos todas essas estruturas no Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade. E o que o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade planeja fazer este ano? Esse conselho ganhou uma dinâmica de viajar o Brasil inteiro agora. Ele agora não fica só rígido em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro. Entendemos que nós temos que interagir com as câmaras empresariais das Fecomércios estaduais. Esse modelo segmentado regionalmente está sendo estimulado a criar. Já existem 16 hoje nas Fecomércios. Aqui, em Santa Catarina, já tem uma funcionando há algum tempo com bastante sucesso e nós queremos levar isto para todo o Brasil. Como é que o conselho interage com as câmaras empresariais? Nós visitamos cada estrutura, levamos expertise, palestrantes, promovemos eventos, propugnamos debates, fazemos seminários, fazemos workshops. A ideia é que essa percepção do valor do turismo brasileiro como alternativa de desenvolvimento em auxílio ao comércio se retroalimente. Esta é a grande vertente que nós vamos desenvolver. Tanto é que o nosso mote da campanha publicitária para 2015 é “Comércio e Turismo viajam juntos”. Esse é o grande diferencial, temos certeza. É a nova estratégia de política institucional da CNC para 2015. Essa campanha será levada para reunião de diretoria para aprovação na quarta-feira, dia 11, em Brasília. Começamos a usá-la na segunda quinzena de março. Temos uma série de evento programados na nossa planilha no decorrer de 2015. Todas elas vão ter esse mote de que turismo e comércio viajam juntos e são partes inexoravelmente e umbilicalmente ligadas. A criação desta estratégia é sua? É nossa e está sob minha responsabilidade porque sou diretor da CNC. Eu era coordenador do Conselho de Turismo e da Câmara Empresarial e agora eu presido toda essa estrutura junta. Eu sou presidente do chamado Conselho Empresarial do Turismo e Hospitalidade da CNC, além de presidir a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, que é o braço empresarial do turismo dentro da CNC, dada que é uma federação 4
de hotéis e restaurantes com mais de 66 sindicatos no Brasil inteiro, inclusive, alguns aqui em Santa Catarina, apesar de existir uma federação catarinense também. Qual é a alegação apresentada pela CNC para que os outros setores do comércio encampem esta ideia? É importante esclarecer que quando você compra uma passagem aérea ou uma excursão, você pratica um ato de comércio. Tentar achar que isto é segmentado é uma grande bobagem. O turismo brasileiro depende do comércio. As estruturas de Sesc e Senac são mantidas majoritariamente pelo comércio atacadista e varejista, porque infelizmente só recolhe ao Sistema S quem é lucro real e presumido. E nosso setor, uma parte majoritária ainda é microempresa, então o recolhimento do Sistema S é mantido pela estrutura do comércio. Se a gente pensar que só cinco Fecomércios são superavitárias – Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Santa Catarina não é superavitária, apesar de fazer um trabalho belíssimo e eficiente e que vai ter superávit em curto espaço de tempo, ela ainda é mantida com o apoio da CNC para a construção de novas sedes, para os trabalhos relativos ao Pronatec, para a formação dos cursos e para dar ação de tecnologia às parcerias. Este é um recurso que vem da nossa entidade maior. É importante entender isto porque quando tentam segmentar e falar que o turismo brasileiro tem que ter uma representação una da chamada confederação específica não há recurso. Nós não arrecadamos suficientemente para nos manter. Qual é o valor da arrecadação nacional hoje? Hoje para se ter uma ideia o Sistema S, do quinto grupo que envolve hotéis e restaurantes e outras atividades, está beirando um pouco mais de R$ 200 milhões. Mas isso fica onde o valor é arrecadado e 55% desse valor estão em São Paulo. Isso paga sedes, cursos, professores, seminários, congressos, tudo. Em Santa Catarina, qual é o valor da arrecadação hoje? Eu não sei precisar quanto é a arrecadação em Santa Catarina. Mas não é um valor significativo. O que é importante dizer, diante até dessa escassez ou dessa limitação, é que o trabalho que a Fecomércio SC faz é fantástico. O trabalho que o Sesc e Senac catarinenses fazem é um trabalho de superação, de projeção, qualidade e eficiência. Isto deve ser louvado. Aventuras nesse campo não são possíveis. Tudo tem que ser feito com muita racionalidade, planejamento e estratégia. E isso, a CNC está fazendo e tem dado provas do apoio ao turismo brasileiro.
Os sócios reagem Fonte Jornal Folha de São Paulo 09/03/2015. Congresso Nacional, Poder Executivo, partidos políticos, empresas privadas e, claro, a Petrobras: não são poucas as instituições sobre as quais a Operação Lava Jato lança várias e corrosivas levas de compostos detergentes. Dificilmente poderia acontecer coisa pior do que a eventualidade de assistir-se ao ingresso de novos personagens no processo de desmoralização atualmente em curso. A notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manteve contatos fora da agenda oficial com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, dá ocasião a movimentos de desconfiança. 5
Figuras de primeiro plano na administração federal como o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e Gleisi Hoffmann, sua colega na Casa Civil veem-se incluídas na lista de personalidades que devem ser objeto de inquérito. Ministério Público e governo federal se encontram, desse modo, em campos opostos neste caso e a circunstância de que, por mais de uma vez, ministro e procurador se tenham visto em segredo é, no mínimo, razão de desconforto. Duas circunstâncias, porém, atenuam o mal-estar provocado pelo injustificável sigilo. A primeira é que, com a atuação de Janot, estão longe de ter sido contemplados os interesses do governo Dilma Rousseff (PT), constrangido com as suspeitas lançadas sobre vários de seus ex-ministros. O segundo fator a conferir credibilidade ao pedido de investigações é, precisamente, o que parece haver de desespero nas tentativas de contestá-lo. Não é outra a impressão causada pelas declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de seu equivalente na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDBRJ). Ambos reagiram com veemência à inclusão de seus nomes na lista da Lava Jato. Calheiros, cujo histórico sugere que se salpique a necessária presunção de inocência com alguns grãos de sabedoria, acusa o Planalto de dirigir os atos de Janot. Cunha, num infeliz arroubo, declara que o governo federal busca "sócios na lama". Sócios na lama? Mas quem não o é? PMDB, PP, PT, empreiteiras e parlamentares, nenhum escapa das mais graves suspeitas. O pedido de inquérito não é uma condenação. Corresponde, antes, a um dever incontornável por parte do Ministério Público; este seria acusado de omissão se poupasse os nomes mencionados. Cabe agora verificar serenamente, na massa de denúncias e delações, o que de fato se sustenta. A intimidação retórica e a beligerância contra um Executivo notoriamente acuado não são capazes de recuperar muito ao contrário a credibilidade de ninguém.
Fraturas no xisto Fonte Jornal Folha de São Paulo 09/03/2015. A extração de óleo e gás de folhelho rocha betuminosa conhecida no Brasil como xisto propeliu uma reviravolta no cenário energético dos Estados Unidos. Graças à controversa fonte não convencional, em 2009 o país saiu da condição de importador para a de exportador de petróleo. Surgem algumas fissuras, no entanto, no panorama otimista. Uma manobra da Arábia Saudita lançou na defensiva seus concorrentes e pôs em xeque o entusiasmo de outros países com a chance de replicar a história de sucesso. Os combustíveis são extraídos do folhelho com a técnica de fratura hidráulica ("fracking", em inglês). Perfurações horizontais permitem injetar fluidos sob pressão, que rompem as lâminas da rocha e liberam o óleo ou o gás. O processo consome muita água e energia, além de exigir a abertura de vários poços, o que o encarece. Os preços do petróleo acima de cem dólares por barril sustentaram a bonança do xisto nos Estados de Dakota do Norte, Montana e Texas. Do gás natural dos EUA, 16% já têm essa origem. 6
Em novembro, porém, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), liderada pelos sauditas, decidiu manter os níveis de produção de seus membros e, assim, jogar os preços internacionais da commodity para o piso de US$ 50 por barril (ora em torno de US$ 60). Tal remuneração é insuficiente para cobrir custos de extração em boa parte dos campos. Uma onda de cortes se seguiu. Shell e Chevron anunciaram reduções de gastos de US$ 50 bilhões. Empresas terceirizadas de perfuração estão demitindo pelo menos 14 mil trabalhadores. Ainda neste ano a produção deve cair, pela primeira vez em quatro anos. Não é a derrocada final da indústria do xisto. A baixa dos preços não pode ser mantida indefinidamente; os próprios membros da Opep sofrem com a medida. Por ora, no entanto, mostra-se suficiente para alijar competidores e tornar o mundo um pouco mais dependente da organização. Saem prejudicados projetos ambiciosos em outros países com jazidas significativas, como a Argentina (segunda maior reserva de gás e quarta de óleo de xisto), com seu campo de Vaca Muerta. O Brasil aparece no décimo lugar do ranking de gás, mas recentes licitações da Agência Nacional de Petróleo para explorar o recurso foram suspensas pela Justiça. O pedido partiu do Ministério Público Federal, que se preocupa com os danos ambientais do "fracking", tecnologia banida em alguns países e até em Estados americanos.
A hora das instituições Fonte Jornal Folha de São Paulo 09/03/2015. A crise é inegável e ganha proporções, até pouco tempo atrás, inimagináveis. A crise é econômica porque a economia patina, adernada em erros cometidos e não reconhecidos e na perda de credibilidade; é de gestão porque os problemas se perpetuam, intocados; a crise é política porque não há um projeto de país capaz de gerar confiança e solidariedade, e sim um projeto de poder regido pelos interesses e conveniências de plantão. E é, especialmente, uma crise de valores, descortinada por escândalos em série, que alimentam o descrédito da classe política junto à população. O governo não consegue oferecer à sociedade nenhum horizonte que fortaleça a esperança das famílias brasileiras ou um caminho que acalme o país e responda aos desarranjos que ele legou a si próprio. Esse cenário de intranquilidade tem se tornado um grande desafio às nossas instituições e as encontra em um trecho de história especialmente importante, quando se afirmam e ganham clara autonomia. O amadurecimento delas não resulta da benevolência de governos, mas é fruto de um longo caminho de etapas vencidas e conquistas celebradas. Poderemos sair de todo esse processo fortalecidos em nossa estrutura democrática. Por isso, é fundamental que, em solidariedade ao país, cada instituição cumpra o seu papel com a responsabilidade e o respeito que devem a cada brasileiro.
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O momento que atravessamos é um claro exemplo da importância de podermos contar com instituições sólidas e independentes e de como poderia ser danoso ao Brasil teses como o controle da mídia, defendida, obsessivamente, com nomes e justificativas diferentes, por aqueles que temem o livre debate e a livre informação. A democracia brasileira, e com ela todas as liberdades individuais e coletivas, precisa ser a grande vencedora dos embates hoje travados no país. É neste cenário que celebramos ontem o Dia Internacional da Mulher e registramos as importantes questões que a nossa sociedade ainda precisa enfrentar para reduzir a drástica e injusta desigualdade de gênero que persiste no país. Em meio a todos os desafios que, mulheres e homens, precisamos vencer juntos, um ganha maior relevância: o de criarmos nossos filhos em um mundo que se movimenta em alta velocidade e, não poucas vezes, na contramão daquilo que desejamos para eles. Em um mundo em que valores como solidariedade e ética são, diariamente, deixados de lado. Em mundo carente de exemplos e significados. Não vamos nos enganar: a crise que vivemos é econômica, política e de gestão. Mas é, sobretudo, de valores. E valores definem gerações. Valores constroem uma nação.
Governo deve preparar-se para algo maior e imprevisível Fonte Jornal Folha de São Paulo 09/03/2015 IGOR GIELOWDIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O protesto contra Dilma Rousseff, registrado em diversos centros urbanos enquanto a mandatária fazia um apelo por união nacional em rede TV, é um marco na narrativa da crise que draga o Planalto desde a reeleição. As ruas resolveram rugir, de forma aparentemente espontânea mas pelo visto com uma mãozinha do WhatsApp e outros mecanismos, uma semana antes dos protestos programados para o dia 15. O governo vinha tratando os atos do próximo domingo com certo desdém; agora tem motivos para se preocupar. Se antes a insatisfação contra Dilma, expressa em pesquisas, não encontrava vazão fora das conversas no supermercado ou nas sempre radicalizadas redes sociais, o que se viu na noite de domingo foi uma impressionante manifestação pública de rejeição. Comparações históricas são tentadoras, perigosas e geralmente falhas. Guardadas as proporções, o exemplo que ocorre é o do dia 16 de agosto de 1992, quando o então presidente Fernando Collor estava afundado até o pescoço em denúncias de corrupção. Buscando apoio popular, ele sugeriu que "o povo", essa entidade abstrata, vestisse verde e amarelo para honrar a bandeira naquele domingo --e, ato contínuo, apoiasse seu governo. Deu no que deu: multidões foram à rua usando preto em luto por sua gestão, que acabou impedida no Congresso pouco depois. Não foi bem isso neste domingo. E Dilma não é Collor, ainda que ele ainda esteja aí como seu aliado e investigado na mesma Operação Lava Jato que alimenta, com a debacle econômica, a repulsa ao governo. 8
A presidente ainda não foi acusada diretamente de malfeitos como seu antecessor, mas na era dos julgamentos online de reputações, isso parece contar pouco. É inequívoco o sinal da noite deste domingo de 2015, estimulado ou não por correntes nos celulares. Se achava que a crise poderia ser circunscrita em negociações palacianas e no Congresso, o governo deverá preparar-se para algo maior e imprevisível.
Preços controlados pelo governo subirão 11,18%, diz Focus Fonte Revista Exame Célia Froufe, do Estadão Conteúdo 09/03/2015 às 09h 30
Brasília - As projeções para os preços administrados no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segundafeira, 9, pelo Banco Central continuam subindo. A mediana das previsões para esse conjunto de itens em 2015 avançou de 11,00% na semana passada para 11,18% agora. Um mês antes, a mediana estava em 9,48%. A estimativa central do mercado continua acima da projeção mais recente feita pelo BC, de alta de 9,30% para esses preços. Esta foi a 13ª semana consecutiva em que houve revisão das projeções para cima e há quem diga que o levantamento Focus ainda está atrasado. Já para 2016, a expectativa é de que a pressão para a inflação desse conjunto de itens seja menor. A mediana das estimativas continuou em 5,50% pela quarta vez consecutiva. A projeção do mercado para o próximo ano segue também mais pessimista do que a do BC, que na última ata do Copom projetou inflação de administrados em 5,1%. Sobre os preços administrados de 2015, o BC explicou que a sua projeção em nível elevado considera hipótese de elevação de 8% no preço da gasolina, em grande parte, reflexo de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e da PIS/COFINS; de 3,0% no preço do gás de bujão; de 0,6% nas tarifas de telefonia fixa; e de 27,6% nos preços da energia elétrica, devido ao repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). As informações fazem parte do Relatório Trimestral de Inflação de dezembro. Este mês, uma atualização desse documento será divulgada pelo BC. Enquanto as estimativas para o IGP-M ficaram estacionadas, as para o IGP-DI avançaram, e bem, no relatório. O boletim mostrou que o IGP-DI deve encerrar 2015 em 5,97% e não mais em 5,82% como os economistas projetavam uma semana antes. Quatro semanas atrás, a mediana das estimativas estava em 5,72%. Para 2016, a perspectiva de alta de 5,50% desse indicador segue pela 31ª semana consecutiva. Já o ponto central da pesquisa para o IGP-M de 2015 foi mantido em 5,66% de uma semana para outra - um mês antes estava em 5,81%.
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No caso do ano que vem, a expectativa dos participantes é a de que o principal índice de inflação referência para reajuste de aluguéis também suba 5,50%, de acordo com o boletim Focus, que registra esse patamar também há 31 semanas. No caso do IPC-Fipe para 2015, houve ampliação forte das estimativas na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 9, hoje, de 6,76% para 7,27%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 6,45%. Para 2016, a previsão para a inflação de São Paulo ficou inalterada em 5,25% - quatro semanas antes, a mediana das projeções era de uma taxa de 5,00%.
BCE começa a comprar dívida pública Fonte Revista Exame/AFP 09/03/2015 às 10h 06 Frankfurt - O Banco Central Europeu ( BCE) anunciou nesta segunda-feira que iniciou a compra maciça de dívida pública nos mercados, no âmbito do programa destinado a reativar a economia da zona do euro. "O BCE e os bancos centrais do Eurosistema iniciaram, como foi anunciado, as compras no âmbito do programa de compra de dívidas do setor público", anunciou a instituição monetária de Frankfurt na rede social Twitter. Contactado pela AFP, um porta-voz do Bundesbank também confirmou que as equipes do banco central alemão estão "ativas nos mercados desde as 09h25 (05h25 de Brasília)". Como o mandato do BCE o proíbe de financiar diretamente os Estados da zona do euro, estas compras são realizadas no mercado secundário da dívida. Os detalhes - os títulos adquiridos e o montante das primeiras transações - eram desconhecidos até o momento. O presidente do BCE, o italiano Mario Draghi, anunciou na semana passada que o programa começaria nesta segunda-feira. No fim de janeiro, a instituição monetária de Frankfrut decidiu injetar mais de 1 trilhão de euros até setembro de 2016 para reativar a economia e frear a queda da inflação na zona do euro, como o fizeram antes o Banco da Inglaterra ou o Federal Reserve americano. Ao mês, o BCE planeja gastar 60 bilhões de euros neste programa conhecido como "expansão quantitativa" ou "QE". Desde o início do ano, os preços caíram 0,6% em janeiro e 0,3% em fevereiro. Embora esta queda deva-se em grande parte à diminuição do preço do petróleo, os guardiões do euro temem que a economia da zona do euro entre em deflação, uma espiral infernal de queda de preços e salários da qual é difícil sair. As medidas que o BCE anunciou vão melhorar o crescimento e "contribuir para levar a inflação a um nível inferior, embora próximo aos 2%", o objetivo do BCE em questão de inflação, disse Draghi.
Brasil renova acordo automotivo com o México Fonte Revista Veja 09/03/2015 às 09h 57 1
Brasil e México assinam nesta segunda-feira a renovação por mais quatro anos do acordo automotivo bilateral, que vence no próximo dia 18 de março. A vontade do governo brasileiro acabou prevalecendo, apesar da pressão dos negociadores mexicanos, que defendiam o livre-comércio. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o acordo será renovado com uma cota de importação menor que a atual e volta a subir gradualmente a partir do segundo ano. O novo regime automotivo vai permitir que cada país exporte para o outro até 1,56 bilhão de dólares nos próximos 12 meses, sem o pagamento do Imposto de Importação. O que exceder esse valor será taxado à alíquota de 35%. A partir de março de 2016, a cota subirá 3,0% a cada ano. O acordo significa uma restrição maior do governo brasileiro à entrada de automóveis mexicanos no país num momento em que a balança comercial opera no vermelho e o mercado interno para carros está desaquecido. O acordo em vigor foi assinado em 2012. No ano passado, a comercialização foi de 1,64 bilhão de dólares de veículos leves para ambos os lados sem pagamento de Imposto de Importação. O México chegou a usar toda a cota permitida para vender ao Brasil e, por isso, estava pressionando para que o comércio bilateral no setor automotivo fosse sem limitações. Livre-comércio - O Brasil não usou a cota do último ano, mas as montadoras instaladas no país também gostariam de ver entrar em vigor o livre-comércio. Com o mercado interno patinando e precisando ampliar as exportações para melhorar o desempenho do setor, as empresas avaliam que qualquer restrição de comércio com o México e a Argentina neste momento é ruim. Os negociadores brasileiros, no entanto, acreditam que o livre-comércio deve ser negociado dentro de uma discussão mais ampla de abertura de mercado para outros produtos. O anúncio do novo acordo automotivo será feito hoje pelos ministros brasileiros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, e pelo secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo Villareal. Atendendo às montadoras brasileiras, o acordo manterá em 35% o porcentual de peças nacionais exigido na produção dos veículos. Na negociação do acordo em 2012, os dois países tinham acordado aumentar o conteúdo regional dos veículos fabricados para 40% em 2016. A cota de 1,56 bilhão de dólares significa voltar ao patamar permitido pelo acordo em 2013. O acordo foi negociado em 2012 tanto pelo Brasil quanto pela Argentina após registrarem grandes déficits comerciais em favor do México. No caso do Brasil, as importações de carros mexicanos ficaram restritas a 1,45 bilhão de dólares, em 2012; 1,56 bilhão de dólares, em 2013; e 1,64 bilhão, em 2014 (cota que vale até 18 março deste ano). 1
Caminhões - Além do acordo de importação de veículos, o Brasil começou a negociar com o México um acordo comercial na área de caminhões. As negociações, contudo, ainda estão no âmbito das associações do setor brasileira e mexicana. Uma primeira reunião para debater o assunto foi realizada em novembro do ano passado, no México. Uma nova reunião deve ser realizada em maio. A ideia é apresentar uma proposta de acordo aos governos dos dois países até o fim deste ano. Em 2014, segundo dados da Organização Internacional de Construtores de Automóveis (Oica), o Brasil foi ultrapassado pelo México como o maior produtor de automóveis da América Latina e, neste ano, pode deixar de ser o quarto maior mercado de carros do mundo, perdendo o posto para a Alemanha.
Dilma discursa, e o país vaia. A mulher “dura” deveria pôr na rua todos os “homens meigos” e incompetentes que não a impediram de fazer mais uma bobagem. Ou: Uma fala sobre o nada Fonte Revista Veja Blog Reinaldo Azevedo 09/03/2015 às 06h 11 Se eu fosse dar um conselho de amigo à presidente Dilma Rousseff, seria este: “Governanta, chame todos os seus auxiliares que concordaram com a forma, o tom, o conteúdo e os alvos de seu pronunciamento deste domingo, dia 8 de março, e ponha-os na rua. Sem exceção. De A a T, de Aloizio Mercadante a Thomas Traumann. Como perguntaria um pastor de Virgílio: “Quae te dementia cepit, Dilma?” .Que tipo de maluquice passou pela cabeça da presidente uma semana antes dos protestos que estão sendo programados país afora? Nas redes sociais, havia, sim, um chamamento discreto para um panelaço na hora em que a presidente fizesse a sua suposta homenagem às mulheres — é “suposta” porque a petista usou o Dia Internacional da Mulher como mero pretexto. Bastou que a governanta viesse com aquele vocativo espontâneo de sempre — “Meus queridos brasileiros (…) —, e uma vaia estrepitosa uniu a cidade de São Paulo como raramente se viu. Abaixo, há um vídeo que me foi enviado pela leitora Andréia, também ouvinte da Jovem Pan. É do bairro de Perdizes. Há centenas de outros nas redes. Houve protestos em pelo menos 12 capitais: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Belém, Recife, Maceió e Fortaleza. Quem já estava disposto a vaiar e a bater panela não deve ter prestado muita atenção ao que disse Dilma, não é? Só por isso, creio, os protestos não foram ainda mais contundentes. Os petistas com um todo, e Dilma Rousseff em particular, perderam a noção da realidade; perderam a leitura da política; perderam o pulso da população. E fazem, então, bobagens em penca até segundo aquele que deveria ser o seu ponto de vista. É possível que a “Lista de Janot”, arrematada com o “nada consta contra a presidente”, de Teori Zavascki, tivesse até dado uma refreada nos ânimos. Os dois eventos não foram propriamente mobilizadores. Ora, sendo assim, com a popularidade em queda livre, cumpria a Dilma ser o mais discreta que conseguisse. Que fizesse uma fala curta em homenagem às mulheres, vá lá; que anunciasse o agravamento da pena para o chamado “feminicídio” (debate o mérito outra hora), ok. Que aproveitasse a deixa para lamentar a corrupção na Petrobras, seria aceitável também. Mas o que foi aquilo??? A íntegra de sua fala está disponível neste blog. Dilma já largou mal sugerindo que os descontentes estão mal informados. A imprensa foi o seu primeiro alvo. Segundo a presidente, “os noticiários são úteis, mas nem sempre são suficientes”. “Muitas vezes — disse a gênia — até nos confundem mais do que nos esclarecem.” 1
Entendi. Não é de hoje que os petistas consideram que a falta de informação é útil a seu projeto de poder. Isso explica a sua disposição para controlar e censurar a imprensa. Com a compulsão de sempre para a mistificação, disse a governanta: “Pela primeira vez na história, o Brasil, ao enfrentar uma crise econômica internacional, não sofreu uma quebra financeira e cambial”. Bem, trata-se apenas de uma mentira. Instruída sabe-se lá por quais feiticeiros, incorporou o conceito de que governo e sociedade são polos necessariamente opostos. O primeiro teria já pagado o pato da crise; agora, teria chegado a vez do povo. Leiam isto: “Na tentativa correta de defender a população, o governo absorveu, até o ano passado, todos os efeitos negativos da crise. Ou seja: usou o seu orçamento para proteger integralmente o crescimento, o emprego e a renda das pessoas. (…) Absorvemos a carga negativa até onde podíamos e, agora, temos que dividir parte deste esforço com todos os setores da sociedade”. Nessa fala, “sociedade” e “governo” têm matrizes distintas e interesses específicos, que podem, eventualmente, entrar em contradição e se opor. Ainda que Dilma fosse uma ultraliberal, em vez de uma esquerdista atrapalhada, a fala estaria errada. A presidente se referiu, sim, às tais medidas amargas que, segundo ela, seriam implementadas pelo tucano Aécio Neves caso vencesse a eleição. Afirmou: “Foi por isso que começamos cortando os gastos do governo, sem afetar fortemente os investimentos prioritários e os programas sociais. Revisamos certas distorções em alguns benefícios, preservando os direitos sagrados dos trabalhadores. E estamos implantando medidas que reduzem, parcialmente, os subsídios no crédito e também as desonerações nos impostos, dentro de limites suportáveis pelo setor produtivo”. Sei. Há pouco mais de quatro meses, essa mesma senhora fazia uma campanha eleitoral só com amanhãs sorridentes. Sabíamos, ela também, que um estelionato estava em curso. Dilma, já escrevi isso aqui outro dia e reitero, é hoje a principal propagandista do protesto do dia 15. Mais de uma vez ela já se definiu como uma “mulher dura, cercada de homens meigos”. Bem, está na hora de seus meigos estudarem um pouco de política. Hoje, ela só é uma mulher em apuros, cercada de homens incompetentes.
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