Jornais e Revistas de 10 de junho de 2014

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 10 DE JUNHO DE 2014

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Abismo na educação ainda separa Brasil e países ricos O brasileiro trabalha mais do que a média dos habitantes dos países ricos, mas é mais pobre do que todos. A explicação: o brasileiro trabalha, trabalha e no final produz pouco, pois é pouco instruído. Ou seja, seu suor não agrega muito à economia. Um novo estudo da OCDE, espécie de clube dos países ricos, mostra que, apesar do zunzunzum "Brasil potência" da última década, o Brasil ainda tem muito chão a percorrer antes de se comparar com o primeiro mundo. Aqui, apenas 43% dos adultos entre 25 e 64 anos possuem o equivalente ao diploma de ensino médio. É muito menos do que a média da OCDE (75%). É bem menos do que o nosso vizinho Chile (72%). A tristeza é que a situação não está melhorando muito: entre os jovens de 25 a 34 anos, apenas 57% terminaram o segundo grau, contra 82% na comparação internacional. Além disso, o país é o que tem o pior desempenho no Pisa, o exame internacional que compara o desempenho acadêmico de alunos de 15 anos, entre os 36 países analisados pela OCDE. A nota média brasileira é 406, menor do que a média da OCDE (497) e muito atrás da elite mundial, como Finlândia (529) e Japão (538). Apesar de ser, dos 36 países avaliados, o que tem a pior renda per capita, o Brasil fica em 11º no número de trabalhadores com jornadas semanais de mais de 50 horas (11% do total). Ou seja, não é uma questão de quantidade de jornada de trabalho, mas de qualidade. (Vale lembrar que, apesar de ser a sétima maior economia em valores absolutos, em valores per capita e contando todos os países o Brasil fica apenas com o 79º lugar.) O Brasil tem ainda a penúltima pior expectativa de vida (73 anos, contra 80 na média da OCDE; ganha apenas da Rússia) e os piores indicadores de segurança pública. Os dados fazem parte do estudo "Índice para uma vida melhor", que compara as diferentes nações. A edição 2014 foi lançada ontem. Apesar de tudo isso, chama a atenção que o país tem a 13ª melhor taxa de satisfação com a vida. Muito melhor do que a Espanha e a Alemanha, por exemplo. "Muitos países latino-americanos têm níveis elevados de satisfação com a vida. As causas seguem sendo muito debatidas. Pode ter relação com o modo como as pessoas expressam suas emoções e sentimentos ou sobre como se relacionam", afirma Anthony Gooch, diretor de comunicação da OCDE. O ímpeto de crescimento está enfraquecendo em importantes economias em desenvolvimento, disse a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) nesta terça-feira. A única exceção, afirmou a organização, é a Índia. Enquanto isso, o cenário econômico, na avaliação da OCDE, é estável para a maioria dos países desenvolvidos. O órgão disse que seu indicador que cobre 33 países membros ficou inalterado em abril pelo sexto mês consecutivo em 100,6, acima sua média de longo prazo de 100. O indicador, desenvolvido para apontar pontos de virada no ciclo econômico, sugere que há um "ímpeto estável de crescimento" no bloco das principais nações desenvolvidas. No entanto, o crescimento ficou abaixo da tendência no Brasil, na China e na Rússia. A leitura para a Índia, por sua vez, continuou estável em 97,9, o que a OCDE descreveu como um potencial ponto de virada positivo no ciclo econômico do país. O cenário ficou estável para os Estados Unidos, com uma leitura de 100,5 inalterada há meses. A OCDE disse que a zona do euro teve uma mudança positiva no ímpeto com uma leitura de 101,1, que ficou estável sobre março mas representou uma alta ante meses anteriores. O Japão, no entanto, viu sua leitura voltar a enfraquecer, caindo para 100,6 ante 100,7 à medida que os consumidores se ajustam ao primeiro aumento no imposto sobre vendas desde 1997.

Governo vê equilíbrio em acordo automotivo A indústria brasileira discorda da volta do sistema "flex" ao novo acordo automotivo entre Brasil e Argentina, mas o governo está convencido - com base nas informações recebidas das próprias montadoras - que isso não prejudicará o comércio no setor durante os próximos 12 meses. De acordo com uma fonte envolvida nas negociações, a estimativa da indústria é que as exportações brasileiras à Argentina superem em cerca de 15% as compras feitas do país vizinho. Esse desequilíbrio, em tese, caberia em um "flex" de 1,15. A Argentina queria 1,30. Portanto, na avaliação oficial, o número acertado em definitivo - 1,50 - dá folga suficiente a eventuais variações no comércio até junho de 2015. Para o governo brasileiro, o acordo não só evita um baque nas trocas comerciais, já que o atual tem vigência apenas até o dia 30 de junho. A partir de 1º de julho, se não houver renovação do entendimento, as importações de veículos passam a ter cobrança de 35% de tarifa. Para o governo, a prorrogação do acordo dá previsibilidade à indústria em um ponto essencial: suas vendas ao mercado argentino, que representam até 15% da produção total no país. O Banco Central da Argentina se comprometeu a não mais reter dólares que precisam ser remetidos às montadoras no Brasil, na chamada "quarentena", o que exclui a necessidade de novos esquemas de financiamento do comércio. Contrariando os desejos da presidente Cristina Kirchner, no entanto, o Brasil não aceitou os pedidos argentinos de fixar metas para a substituição de autopeças importadas de fora do Mercosul por partes fabricadas pela indústria platina. As montadoras brasileiras importam cerca de US$ 20 bilhões de peças extra-Mercosul, principalmente europeias e asiáticas. Na visão de Brasília, não havia como se comprometer com uma decisão de caráter

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privado. Ficou acertada, porém, a criação de uma espécie de catálogo de autopeças usadas nas fábricas brasileiras, com informações técnicas, que podem ser substituídas por similares argentinas. A lista pode ajudar na identificação de fornecedores às montadoras no Brasil.

Inadimplência do consumidor cresce 2,4% em maio, diz Serasa SÃO PAULO - A inadimplência do consumidor aumentou 2,4% em maio sobre abril, e cresceu 0,3% sobre maio do ano passado, segundo a Serasa Experian. No acumulado do ano há queda de 1,9%. Para a Serasa, apesar da queda no ano, a inadimplência está em elevação porque a alta de maio foi a sétima num período de oito meses contados a partir de outubro passado e o aumento sobre o mesmo período do ano passado foi o primeiro nesta base de comparação desde junho de 2013. A empresa credita esse aumento dos atrasos nos pagamentos à elevação dos juros, que tornou o crédito mais caro, e à inflação, que reduz o poder de compra dos salários. A inadimplência junto aos bancos cresceu 1,9% em maio sobre abril e respondeu por 0,9 ponto percentual da taxa total de 2,4%. O mesmo peso teve a inadimplência não bancária (junto aos cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc.), que subiu 2%. A emissão de cheques sem fundos cresceu 7,7% e contribuiu com 0,6 ponto. Os títulos protestados subiram 0,7%, mas apresentaram contribuição nula no índice de maio de 2014. O valor médio da inadimplência não bancária apresentou queda de 2,2% nos primeiros cinco meses de 2014, na comparação com o mesmo período do ano anterior. As dívidas com os bancos também registraram declínio de 8,4%. Já os títulos protestados e os cheques sem fundos tiveram alta de 4,8% e 3,7%, respectivamente.

Custo do evento para Tesouro é estimado em R$ 1,35 bi

O custo direto da Copa do Mundo para o Tesouro Nacional está calculado, pelo menos por enquanto, em R$ 1,352 bilhão até 2015, segundo levantamento do Valor PRO, serviços de informações em Tempo Real do Valor, com base em números repassados pela Receita Federal, Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda e que constam da prestação de contas do governo da presidente Dilma Rousseff referente a 2013 e aprovada no fim do mês passado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Até 2014, esse desembolso está estimado em R$ 1,1 bilhão. A conta foi feita com base na isenção de tributos como Imposto de Importação (II), Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) para a organização e operacionalização de atividades voltadas à realização da Copa das Confederações (2013) e da Copa do Mundo. Também foi incluída parte da despesa com a criação de linhas de crédito com condições especiais para financiamento de reforma e construção de estádios e hotéis - o ProCopa Arena e o ProCopa Turismo - e para melhoria da mobilidade urbana de cidades que sediarão os jogos da Copa. A expectativa, no entanto, é de que o custo da Copa seja ainda maior pois os levantamentos obtidos pelo Valor PRO não consideram os subsídios financeiros, ou seja, a equalização dos juros (diferença entre o custo financeiro pago pelo Tesouro ao captar no mercado o dinheiro e a remuneração que recebe do banco público). Os benefícios tributários e creditícios concedidos pelo governo federal acabam afetando as contas do Tesouro de duas formas: reduzindo arrecadação de tributos e aumentando as despesas. Segundo dados do TCU, os gastos totais do país com a Copa do Mundo vão superar R$ 26 bilhões. Deste total, 83,6% ou R$ 21,4 bilhões, saíram do setor público - via orçamentos ou linhas de crédito liberadas por instituições federais. A iniciativa privada responde por R$ 4,2 bilhões, ou 16,4%. Somente a isenção de tributos federais vai custar R$ 639,2 milhões aos cofres públicos até de 2015, conforme dados da Receita Federal. Até dezembro, o governo deixará de arrecadar R$ 405,44 milhões. A maior parte da desoneração prevista até o fim de 2015 ou o equivalente a R$ 513,54 milhões se trata de desonerações para atender a Fifa. O restante (R$ 121,66 milhões) se refere a projeção de renúncia entre 2012 e 2014 com o chamado do Regime Especial de

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Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol (Recopa), que prevê a desoneração tributária incidente sobre a contribuição de PIS/Pasep, a Contribuição para financiamento da Seguridade Social (Cofins), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto de Importação. Já os benefícios creditícios das linhas de crédito com condições especiais estão custando aos cofres públicos R$ 713,032 milhões, sendo que a previsão feita com base nos contratos fechados até fim de 2013 e trazidos a valor presente. "Esse é o potencial máximo de benefício de todas as operações de crédito feitas entre 2010 e 2013", frisou uma fonte da área econômica. Foram firmados 84 contratos entre 2010 e 2013 com prazo médio de 11,2 anos. Para calcular esse custo creditício da Copa, a SPE considerou o valor do financiamento como um ativo do setor público, sendo que o retorno é dado pela diferença entre a taxa de juros do empréstimo e o custo de oportunidade estipulado para o uso do recursos. Há subsídio quando o retorno deste ativo é negativo, ou seja, quando um investimento referência do governo central tem uma taxa maior do que a do empréstimo. Segundo relatório do TCU e dados da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, não foram apurados os subsídios financeiros - desembolsos efetivos com equalização de juros nos empréstimos feitos, por exemplo, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a construção de estádios e hotéis. Procurados, Ministério do Esporte e Receita Federal não comentaram o assunto. A SPE repassou os valores do custo creditício para o governo mas optou por não fazer uma avaliação mais detalhada sobre o assunto.

Primeira semana de junho teve superávit US$ 726 milhões (MDIC) Na primeira semana de junho (1° a 8), o Brasil exportou US$ 5,322 bilhões, com uma média diária de US$ 1,064 bilhão. Na comparação com o resultado diário de junho de 2013 (US$ 1,056 bilhão), houve crescimento de 0,7% nas vendas. Houve aumento das exportações de produtos básicos (11,3%), com destaques em petróleo em bruto, carne suína e bovina, algodão em bruto, café em grão e farelo de soja. Por outro lado, neste comparativo, decresceram as vendas de produtos manufaturados (-12,9%), por conta de plataforma de produção de petróleo e gás, automóveis de passageiros, hidrocarbonetos, motores e geradores, açúcar refinado, autopeças, etanol e bombas e compressores. Também caíram os embarques de produtos semimanufaturados (-4,9%), devido a semimanufaturados de ferro e aço, açúcar em bruto, e óleo de soja em bruto. Em relação a maio deste ano (US$ 988,2 milhões), o crescimento nas exportações foi de 7,7%, com aumento nas vendas de produtos básicos (1,8%), manufaturados (14,5%) e semimanufaturados (8,6%). Nas importações, a média diária da primeira semana de junho de 2014, de US$ 919,2 milhões, ficou 2,3% abaixo da média do mesmo mês de 2013 (US$ 941,3 milhões). Nesse comparativo, recuaram os gastos, principalmente, com adubos e fertilizantes (-33,6%), equipamentos mecânicos (-22,1%), veículos automóveis e partes (-16,3%), aparelhos eletroeletrônicos (-15,3%), borracha e obras (-12,3%), siderúrgicos (-9,5%) e plásticos e obras (-8,5%). Em relação a maio último (US$ 954,3 milhões), houve quedas nas importações de 3,7%, com diminuições das compras de adubos e fertilizantes (-43,2%), plásticos e obras (-12,8%), siderúrgicos (9,5%), aparelhos eletroeletrônicos (-8,3%), borracha e obras (-7,8%), e equipamentos mecânicos (-5,5%). Na semana, a balança comercial registrou superávit de US$ 726 milhões, com desempenho diário de US$ 145,2 milhões. A corrente de comércio soma US$ 9,918 bilhões, com média por dia útil de US$ 1,983 bilhão. No acumulado do ano, as exportações brasileiras foram de US$ 95,386 bilhões, com média por dia útil de US$ 891,5 milhões. O resultado é 2,4% inferior ao verificado no período correspondente de 2013 (US$ 913,5 milhões). De janeiro a primeira semana de junho, as importações somaram US$ 99,515 bilhões, com média diária de US$ 930 milhões. Este número é 3,2% menor que o registrado no período equivalente do ano passado (US$ 960,7 milhões). Há déficit de US$ 4,129 bilhões na balança comercial no acumulado do ano, com média negativa de US$ 38,6 milhões. Em 2013, o saldo negativo no período correspondente era de US$ 5,098 bilhões, com resultado negativo por dia útil de US$ 47,2 milhões. A corrente de comércio em 2014 é de US$ 194,901 bilhões, com resultado por dia útil de US$ 1,821 bilhão. Pela média, houve redução de 2,8% em comparação com o resultado aferido até em 2013 (US$ 1,874 bilhão).

Setor têxtil quer sobretaxa contra concorrência desleal A industria têxtil brasileira trouxe para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) um debate que considera 'crucial' para a sobrevivência de seus produtores, propondo sobretaxa temporária contra concorrência desleal no mercado do setor. O alvo dessa vez é não apenas a China e outros produtores

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asiáticos, mas também a concorrência africana, cada vez mais organizada com capitais internacionais, sobretudo chineses. "O jeito é impor penalidades temporárias para quem pratica dumping social, trabalhista, ambiental e previdenciário", diz o presidente da Associação Brasileira da Industria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, que participa da conferência internacional do trabalho. "Os produtos são globais, os modos de produção terão de ser cada vez mais globais", diz o executivo. "Estamos disputando mercados num cenário em que não há equilíbrio competitivo entre os marcos regulatórios de custo de produção. A OIT e a Organização Mundial do Comércio (OMC) precisam discutir isso." Para Pimentel, as projeções para o setor de têxtil e confecções no Brasil, que faturou US$ 56 bilhões em 2012, justificam maior reação por parte do Brasil na cena internacional. Segundo a Abit, os importados têm 30% do consumo nacional na área de matérias-primas (fios, tecidos, filamentos). Na área de confecção está o maior risco, com o produto importado tendo multiplicado por cinco sua participação no consumo nacional aparente, atingindo 15% do mercado. Nos grandes varejistas, o percentual chega a 35%. "Se nada for feito, chegaremos em 2025 com apenas 40% a 45% do mercado de confecções', diz Pimentel. Além da ação na cena internacional, a industria têxtil vai propor ao próximo governo a criação de um regime tributário competitivo para a confecção, com o objetivo de reduzir a carga tributaria, auxiliar na formalização e induzir na consolidação do segmento. Isso é considerado ainda mais necessário porque tudo indica que a industria nacional ficará só com metade do mercado de confecção. Para a Abit, o regime especial para confecções ajudaria a criar grandes grupos para atender ao mercado nacional e ser plataforma exportadora. Segundo o presidente da Abit, a produção brasileira de têxteis e confecções foi mais fraca no segundo trimestre, depois de boas vendas entre janeiro e março. Segundo Pimentel, às vésperas do início da Copa o índice de confiança do consumidor piorou, assim como está também ruim o indicador entre os empresários. No primeiro trimestre, o segmento de confecções conseguiu aumento de vendas de cerca de 4%, enquanto o de têxteis caiu 4%. Já em abril e maio, as vendas de confecções caíram e anularam o ganho do começo do ano. Em junho, as encomendas tambem já diminuíram, ou estão estagnadas. No caso de têxteis, diz Pimentel, as vendas caíram tanto por causa da dura concorrência dos importados como também pelo custo da energia. O presidente da Abit conta que algumas empresas preferiram ofertar sua energia no mercado e reduzir um pouco produção, porque ganham assim mais que produzindo. "A produção não está dando nenhum lucro espetacular, pelo contrário", disse. Segundo o executivo, no custo de transformação, excluindo matériaprima, a energia chega a representar 28%.

Mercado “compra” derrota de Dilma e Bovespa vai aos 54 mil pontos SÃO PAULO - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) segue em forte alta pelo segundo pregão seguido, contrariando a expectativa de muitos analistas, que esperavam uma correção técnica nesta segunda-feira. O motivo do avanço é o mesmo de sexta: pesquisas eleitorais. Há pelo menos duas previstas para esta semana e, embora não circulem rumores antecipando os números, investidores dão como certa uma nova queda na preferência de Dilma Rousseff. “Desde sexta-feira estamos observando esse movimento em função das eleições. O mercado está literalmente vendendo Dilma e comprando a vitória da oposição”, resume o analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo. Para amanhã está prevista a divulgação de pesquisa do Ibope, encomendada pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo. Na quarta-feira, é a vez do Vox Opinião divulgar pesquisa de intenção de votos à Presidência da República encomendada pela revista Carta Capital. Às 16h20, o Ibovespa subia 2,16%, para 54.274 pontos, com volume expressivo de R$ 5,5 bilhões. Entre as principais ações do índice, Itaú PN (3,52%, a R$ 33,79) puxava os ganhos, acompanhada de Petrobras PN (2,48%, a R$ 18,12), Bradesco PN (2,15%, a R$ 33,20), e Vale PNA (1,37%, a R$ 26,50). Operadores comentam que as ações de bancos parecem estar “tirando o atraso” em relação aos papéis de estatais, que dispararam nos últimos pregões. “Uma eventual derrota de Dilma também seria bom para os bancos, pois certamente haveria uma melhora significativa de toda a economia no novo governo”, explicou um profissional. Banco do Brasil ON (3,03%, a R$ 25,14) também sobe com os rumores eleitorais, mas há outro fator para impulsionar os papéis. O banco anunciou na sexta-feira uma recompra de até 50 milhões de ações, o equivalente a cerca de 3,5% do capital em circulação no mercado. No topo do Ibovespa estão Eletropaulo PN (6,82%), JBS ON (6,31%) e Marfrig ON (4,86%). As ações da Eletropaulo reagem à notícia que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou valores mais baixos para a energia de curto prazo. O chamado Preço de Liquidação das Diferenças (PDL) agora é de R$ 357,54 por MWh para carga pesada, R$ 351,69 MWh para carga média e R$ 258,85 por MWh para carga leve. Os preços são válidos até o dia 13. Vale lembrar que há pouco mais de um mês, o custo da energia para a distribuidoras superava a casa dos R$ 800 por MWh. Além disso, segundo a analista Karina Freitas, da Concórdia Corretora, o mercado

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já reage à expectativa do reajuste tarifário anual da Eletropaulo, que deve ser implementado no início do próximo mês. Já os papéis da JBS respiram aliviados porque sua subsidiária Pilgrim´s Pride perdeu a disputa para compra da americana Hillshire Brands para a rival Tyson Foods. Desde a primeira proposta de compra da Pilgrims, os investidores consideravam que adquirir a empresa de embutidos americana seria oneroso e estavam preocupados com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da JBS.

Os ajustes de 2015 No cenário da maioria dos analistas econômicos e dos empresários para o ano pós-eleitoral, qualquer que seja o vencedor, o ano de 2015 é assumido como ano de ajustes. Falar sobre 2015 é futurologia e na melhor das hipóteses um jogo de adivinhação. Então o que é possível fazer com um mínimo de objetividade é tentar analisar distorções e problemas que travam ou significam ameaças para o futuro da economia brasileira hoje e que precisam de ajustes ou reformas para removê-las. Vamos iniciar pelos problemas de curto prazo que são mais imediatos, requerem maior urgência e poderão se transformar numa demanda política. Vamos aqui focar no problema da inflação, que está indissoluvelmente ligado às condições em que opera o mercado de trabalho e que vem ultimamente provocando uma onda de greves. Deixando de lado os efeitos dos choques de preços, provocados pelas secas etc, que têm efeito temporário, a persistência da inflação recente no Brasil tem um caráter mais estrutural e setorial, pois é a inflação oriunda no setor nontradables, particularmente do setor de serviços, que tende a desencadear uma inflação de salários e daí a se generalizar para os demais setores da economia. Daí por que está indissoluvelmente ligado às condições, praticamente de pleno emprego, em que passou a operar o mercado de trabalho, no período recente, no Brasil. Na verdade, este é um fenômeno novo, que trouxe instabilidade para o país e que tanto o setor público como o setor privado bem como as instituições e as políticas públicas precisam se ajustar. Desde Adam Smith e Marx sabemos que economia capitalista enfrenta séries de dificuldades no pleno emprego. Por isso este último autor falava que o capitalismo não sobreviveria sem um "exército industrial de reserva" (trabalhadores desempregados prontos e dispostos a trabalhar). Na literatura econômica moderna a relação empírica entre taxa de desemprego e a variação da taxa de salário recebeu a denominação de Curva de Phillips: quando o desemprego cai a partir de uma certa taxa, dita natural, os salários aumentam acima da produtividade e com isto os preços são pressionados, isto é: a taxa de inflação aumenta. Existe, portanto uma certa taxa de desemprego natural que equilibra o mercado de trabalho e portanto mantém a inflação estável. No Brasil a taxa de desemprego atingiu certamente um nivel que está gerando elevação dos salários acima da produtividade e tem puxado a taxa de inflação para o limite superior da meta, com o risco de gerar uma espiral inflacionária salário-preços, apesar da elevação da taxa de juros pelo Banco Central. Isto ocorre por que o governo entende que é preciso manter a demanda agregada superior à oferta agregada, para estimular o crescimento. E isto ocorre no Brasil de um forma peculiar e com a economia semi-estagnada. Na indústria, devido à taxa de câmbio apreciada e ao custo Brasil, boa parte dos setores não consegue competir com os importados. Desta forma, o estímulo da expansão de demanda é transferido para o exterior e apesar dos aumentos de salários acima da produtividade, a inflação está sob controle nestes setores, a margem de lucro é que é comprimida. Desta forma, o setor que não sofre competição externa, serviços em geral, é favorecido não só pela expansão da demanda como pela taxa de câmbio, fazendo com que os seus preços aumentem duas vezes mais do que no setor industrial. Este é a fonte básica da aceleração da inflação no período recente no Brasil. Neste quadro, não resta outra alternativa para controlar a inflação a não ser conter a demanda agregada e elevar a taxa de desemprego para reequilibrar o mercado de trabalho. Evidentemente, este tipo de medida não agrada a nenhum político, muito menos ao governante de plantão. A situação é preocupante, porque o governo dá sinais de que não aceita este diagnóstico e tem recorrido a medidas administrativas, postergando o reajuste de alguns preços, criando uma inflação reprimida. Daí a previsão de que passado o ano eleitoral, em 2015 este ajuste deverá tornar-se inevitável. Vamos supor que, com novas medidas monetárias ativas do Banco Central e medidas fiscais do governo, a taxa de desemprego aumente, criase desemprego, os salários sejam contidos e que a inflação ceda. Com este ajuste estará o Brasil pronto para voltar a crescer? Não, infelizmente. Com elevado custo Brasil e taxa de câmbio apreciada a desindustrialização deverá persistir. Tão logo as medidas de contenção da demanda agregada sejam afrouxadas o setor de serviços poderá reagir positivamente, mas a indústria não terá nem reservas nem condições de competitividade para enfrentar as importações. Assim, voltamos à estaca zero: a inflação voltará a partir do setor de serviços e a economia continuará semi-estagnada. Em outras palavras, o ajuste necessário em 2015/16 envolve muito mais do que conter a inflação por medidas macroeconômicas convencionais. Sem reduzir o custo Brasil, particularmente o diferencial de taxa de

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juros e de carga tributária comparado ao nossos parceiros comerciais, e uma depreciação mais persistente da taxa de câmbio, não vamos reativar a locomotiva que move a economia, o setor industrial, com seus serviços modernos. Tudo isto precisa ser feito numa sequência e intensidade de medidas monetárias, fiscais e cambiais corretas senão podemos ter efeitos adversos, não esquecendo que estamos estrangulados pela infraestrutura inadequada. O desafio é formidável!

Internacionalização, um caminho sem volta Das 15 maiores economias do mundo, o grau de internacionalização da economia brasileira no comércio mundial tem sido dos mais baixos. Também poucas empresas e marcas brasileiras são conhecidas no exterior. No entanto, com a globalização, que ganhou maior dimensão no final do século XX, nossas empresas tiveram que mudar de escala e se internacionalizar. Operar exclusivamente no mercado interno perdeu sentido. O exterior, quer como fornecedor de componentes ou mesmo fabricante, seja individualmente ou em associações, entrou na estratégia corporativa. Em passado distante, as que operaram no exterior no processo de internacionalização foram as grandes empreiteiras Odebrecht, Mendes Jr., Camargo Correa e Gutierrez. Por sua dimensão, Vale e Petrobras, também marcaram posição. Os bancos, com honrosas exceções, tinham presença na América Latina e representação em Nova Iorque (Banco do Brasil, Real, Unibanco e Banespa). O Mercosul também deve ser lembrado, principalmente por expressivos investimentos na Argentina, quando aumentou substancialmente o mercado bilateral. Nesse novo século, o mercado global entrou no quadro conjuntural. Temos agora novos atores se projetando. Adicionalmente, nos últimos anos dois fatores estimularam a ida ao exterior, o baixo crescimento da economia interna e a valorização do real. São casos recentes de expressivos investimentos externos: Gerdau, Sadia (BRF), Embraer, Marcopolo, Votorantim, SP Alpargatas, WEG, Natura, entre outros. Cabe destacar que a AMBEV marcou forte presença com formação da InBev, inclusive, exportando "know how" gerencial brasileiro. Devido a questões culturais, algumas empresas buscaram essa participação por meio de associações para se estabelecerem com empresas locais ou, mais tarde, comprando empresas já existentes ou mesmo partindo do zero, projetos "green field". Ao longo de minha vida profissional e tendo participado de mais de duas dezenas de Conselhos de Administração, as experiências mais negativas de incursão no exterior aconteceram com aquisições que chamaria de oportunistas, ou seja, compra de controle de empresas existentes para fazer o chamado "turn around". Nunca conseguimos que as projeções se materializassem. Os compromissos assumidos pelos vendedores foram de difícil execução judicial, também o uso de uma marca brasileira no exterior não teve a receptividade esperada. O caso recente da Petrobras em Pasadena é um exemplo. A crise financeira global de 2008 trouxe alguns obstáculos. A sobrevivência interna passou a ser prioritária, e a abertura para o exterior foi afetada. O que se pergunta é se a internacionalização das empresas brasileiras será paralisada. A valorização da taxa de câmbio não incentivará novamente a internacionalização? Dúvidas maiores sobre nosso crescimento, enquanto os Estados Unidos e Europa parecem estar saindo da crise, não seria fator a estimular nossa presença? E o nosso mercado interno? É possível crescer externamente sem sacrificar a participação no mercado interno? O fato dos bancos brasileiros do primeiro escalão estarem migrando para o exterior, principalmente para América Latina para assessorar seus clientes, não seria também fator a considerar? Porque a internacionalização? Listo algumas vantagens: diversificação - uma empresa não difere dos indivíduos que necessitam de um certo nível de diversificação do seu patrimônio. Mão dupla - grandes benefícios são aprendidos com novas técnicas gerenciais, inclusive com aumento da produtividade. Impacta a cultura da empresa, dando-lhe presença internacional o que, inclusive, deve beneficiar seu custo de capital. Mudança de escala para atender o mercado global. Adquire maior vivência mundial, fundamental num mundo globalizado. Não consigo enxergar um país de dimensão continental, como o nosso, manter-se fechado e olhando apenas para seu próprio umbigo! Independente de possíveis momentos de dificuldades conjunturais, não podemos deixar de ocupar o papel de ator principal, e não atuar como um mero coadjuvante. Sob todos os aspectos a presença brasileira no exterior é uma realidade que deve prosseguir. Somos um gigante que estrategicamente tem que desempenhar esse papel no contexto dos países emergentes. Para tanto, a posição do governo brasileiro deve ser a de estimular essa presença, ou pelo menos, não criar entraves burocráticos e não impor tributações adicionais aos lucros oriundos do exterior, e não é o que está acontecendo. Se no curto prazo pode até significar uma sangria de divisas, a médio prazo receberemos os frutos desse investimento e benefícios estratégicos. A nova lei que trata da tributação do lucro das multinacionais brasileiras no exterior tem sido questionada por desincentivar a nossa presença, como também por ter concedido um desconto de 9% exclusivamente para três setores: bebidas, alimentos e construção civil. Pela nova regra aprovada pela presidente da República, as multinacionais brasileiras tem de recolher o Imposto de Renda integral (34% de alíquota) repatriando ou

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não os ganhos obtidos no exterior, descontando somente o percentual pago no país de origem. Vale mencionar que nos Estados Unidos apenas existe tributação quando houver remessa de dinheiro e as empresas europeias só pagam o imposto de renda local. Com essa tributação estamos certamente dando um passo atrás e retardando nossa inserção internacional.

Gastos temerários SÃO PAULO - A melhor chance de o Brasil um dia entrar no clube de países desenvolvidos é a educação. Embora nós não tenhamos conseguido fazê-lo, é relativamente fácil crescer rápido quando a nação está na fase que os economistas chamam de "catch up", isto é, enquanto se limita a capturar a tecnologia criada por países avançados. Mas, depois que o fosso técnico-científico se reduz, torna-se necessário caminhar com as próprias pernas, o que exige ser capaz de desenvolver inovações e aumentar a produtividade. Nesse estágio, a educação é o que importa. Apesar dessas reflexões pró-educação, parece-me uma temeridade a ideia de fixar em 10% do PIB as verbas públicas destinadas ao setor. Para começar, 10% é muito. Só países com economias muito pequenas como Lesoto e Timor Leste chegam a investir percentuais dessa magnitude. A média da OCDE, espécie de clube dos países mais ricos do planeta, é de 5,8%. O Brasil, que vem aumentando a proporção das verbas, gasta hoje idênticos 5,8%. Nosso problema reside no fato de que o gasto por aluno ainda é relativamente baixo. Aqui, considerados todos os níveis de ensino, a despesa é de US$ 3.067 contra US$ 9.313 da média da OCDE. A dificuldade para adotar fatias mais generosas é que orçamentos não são infinitamente elásticos. Se você aloca uma proporção de verbas grande demais numa rubrica está fatalmente tirando de outras. E o ponto central é que não faz sentido despejar mais dinheiro num sistema que já se provou disfuncional. Antes de aumentar recursos, é necessário um plano coerente de como aplicá-los. E, se tivermos um, provavelmente descobriremos que não é necessário gastar 10% do PIB para oferecer educação de qualidade. Não se deve esquecer que, mesmo sem mexer na proporção das verbas investidas, o movimento demográfico (menos nascimentos) já em curso resultará num considerável aumentos dos desembolsos por aluno.

BNDES, BB, Caixa financiarão até 70% de projetos de rodovias

As condições, válidas para concessões das rodovias BR-364/060/MT/GO, BR-163/230/MT/PA, BR364/GO/MG e BR-476/153/282/480, foram publicadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os financiamentos terão taxa de juros equivalentes a TJLP, hoje, em 5 por cento ao ano, mais 2 por cento. A carência será de até 5 anos e a amortização deve acontecer em no máximo 20 anos. A estrutura básica de garantias podem incluir penhor das ações da Sociedade de Propósito Específico (SPE) composta para cada projeto, outorga do direito do controle da beneficiária, cessão fiduciária de direitos emergentes do contrato de concessão ou de direitos creditórios e recebíveis, com conta centralizadora, além de constituição de conta reserva equivalente a 3 vezes o serviço mensal da dívida. Na fase préoperacional, ou seja, antes da conclusão da parte técnica e financeira do projeto, as garantias devem incluir fianças corporativas dos controladores ou bancária, um contrato de suporte dos acionistas (ESA) e seguro-garantia para cobrir riscos do concessionário. Sobre o ESA, mecanismo que dá mais garantias aos financiadores de projetos, livrando as empreiteiras de ter que empregar capital próprio, a iniciativa inclui uma Medida Provisória para padronizá-lo, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto em 19 de maio. Para fechar a conta, o governo acena com a participação da Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias (ABGF) como uma espécie de última instância em casos excepcionais. O

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órgão, criado no ano passado, deve operar o financiamento de infraestrutura (FGIE), com um montante de até 11 bilhões de reais com recursos do governo e de bancos privados, disse a fonte na ocasião. Pelo documento divulgado pela ANTT nesta terça-feira, a estrutura de garantias será composta pelos bancos, em parceria com os empreendedores dos projetos, considerando a limitação dos valores de ESA a 20 por cento do volume total dos investimentos obrigatórios, além do volume total de capital próprio previsto. O empréstimo-ponte para a fase operacional será restrito a 30 por cento do financiamento de longo prazo, ao custo de TJLP mais 2 por cento ao ano. O início do desembolso ocorrerá em até 90 dias após a assinatura do contrato de concessão.

Brasil entrará com US$ 28 bi para criar Banco dos BRICS As instituições, planejadas pelo bloco, têm como objetivo ocupar parcialmente o espaço hoje do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. As duas instituições, negociadas desde 2012, começarão a sair do papel no próximo mês, na 6ª reunião de Cúpula do bloco, em Fortaleza. O banco terá capital inicial de US$ 10 bilhões, com cotas iguais para cada um dos cinco países, e a garantia de US$ 8 bilhões a serem aportados apenas em caso de necessidade. Os outros US$ 18 bilhões serão a reserva brasileira para o ACR, que terá o mesmo aporte de Rússia e Índia, além de US$ 5 bilhões da África do Sul e US$ 41 bilhões da China, o sócio mais rico, em um valor total que chega a US$ 100 bilhões. A reunião de Fortaleza é a primeira de um novo ciclo dos BRICS, cuja primeira reunião formal aconteceu em 2009, em Ecaterimburgo, na Rússia. O banco e o ACR são os primeiros resultados concretos de um bloco que surgiu para tentar ser uma alternativa à dominação dos países desenvolvidos das chamadas instituições de Bretton Woods, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional. "A criação dessas instituições é uma forte mensagem da disposição dos países membros em aprofundar e consolidar parcerias econômicas e financeiras", afirmou o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral Político II do Itamaraty. "São instituições espelho, na medida em que obedecem as mesmas regras, as mesmas inspirações, mas não têm intenção de competir". Não há dúvida, no entanto, que o banco de desenvolvimento dos BRICS - que ainda não tem um nome formal - pretende servir de alternativa ao Banco Mundial. O secretário-adjunto da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Fazenda, Fernando Pimentel, explica que a formação do banco poderá ir além dos sócios originais. A intenção é abrir a participação a países fora do bloco. "Inclusive países desenvolvidos. O formato ainda será discutido", afirmou. Graça Lima deixa claro que o banco poderá financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países que têm dificuldades de obter recursos nas instituições tradicionais. Não está definido, no entanto, se o banco poderá financiar obras em países que não participam do banco ou apenas em cotistas. "A ideia do banco é suprir uma necessidade, cada vez mais evidente, que é financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável não só nos BRICS, mas em países fora, como por exemplo os africanos, que têm essa necessidade e podem encontrar dificuldades obtenção de recursos", afirmou. Já o ACR, ideia brasileira, será reservado, em princípio, para os cinco membros do bloco - que não deve crescer a curto prazo. A intenção é ter uma forma de garantir a segurança financeira dos cinco países, que poderão pegar empréstimos de curto prazo em caso de problemas nas suas balanças de pagamento. Uma espécie de FMI com poucos sócios e mais amigável. É para ser usado em emergências. Não se espera que seja aplicado tão cedo", disse Pimentel. Um conselho de governança e um conselho técnico terá que analisar cada pedido antes de liberar os recursos, que virão das reservas dos próprios países.

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