SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 10 DE MARÇO DE 2015
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Exportações saltam na China, mas recuo nas importações sinaliza fraqueza econômica Fonte Resenha Comexdata/Reuters 09/03/2015 As exportações da China aceleraram nos dois primeiros meses de 2015, impulsionadas pelo desempenho excepcionalmente forte de fevereiro, que foi inflado pelo calendário do Ano Novo Lunar, enquanto um recuo nas importações apontou a persistente fraqueza da economia. Dados divulgados pela Administração Geral da Alfândega da China neste domingo mostraram que o país registrou um superávit comercial recorde de 60,6 bilhões de dólares no mês passado. As exportações subiram 15 por cento durante o período de janeiro a fevereiro sobre um ano antes, acelerando ante o aumento anual de 6,1 por cento em 2014, diante da melhora da demanda dos principais mercados. Em fevereiro, as exportações saltaram 48,3 por cento sobre um ano antes, o aumento mais forte desde maio de 2010, superando com folga as expectativas do mercado de um crescimento de 14,2 por cento. Mas a autoridade alfandegária alertou sobre o impacto de efeito calendário no resultado. A Administração Geral da Alfândega disse que os exportadores usualmente concentram embarques antes do longo feriado do Ano Novo Lunar. Neste ano, o ano novo caiu em 19 de fevereiro, enquanto em 2014 caiu em 31 de janeiro. As exportações em janeiro caíram 3,3 por cento ante igual período do ano passado. Os analistas tendem a olhar para os dados combinados dos dois meses para ajudar a suavizar as distorções causadas pelo feriado. "Nós não esperamos que o forte aumento em fevereiro seja sustentado, já que a demanda global só pode se recuperar de forma constante", disse Nie Wen, economista da Hwabao Trust em Xangai. As importações da China caíram 20,2 por cento nos dois primeiros meses do ano sobre igual etapa do ano passado, sinalizando uma fraqueza persistente na segunda maior economia do mundo, o que pode exigir mais apoio de política, dizem analistas. As importações avançaram 0,4 por cento em 2014. "O declínio acentuado das importações destaca a fraca demanda doméstica. Por isso, esperamos que o governo adote mais medidas de política para estabilizar o crescimento econômico", disse Nie. A queda de 20,5 por cento das importações em fevereiro foi a mais acentuada desde a crise financeira global. As importações têm sido mais fracas do que as exportações, destacando a necessidade do estímulo à demanda doméstica em meio a temores de deflação, conforme alguns investidores de curto prazo saem do país, o que é ilustrado pelas saídas de capital em meses recentes.
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Camex aprova novos incentivos para investimentos na indústria Fonte resenha ComexData/MDIC 09/03/2015 Foram publicadas no dia 6.3.2015 duas novas Resoluções Camex com redução do Imposto de Importação para 289 máquinas e equipamentos industriais sem produção no Brasil. A Resolução Camex nº12 traz 262 extarifários para bens de capital (187 novos e 75 renovações) com imposto reduzido de 14% para 2% até 30 de junho de 2016. Já a Resolução Camex n°11 estabelece a alteração de alíquotas de até 16% para 2%. A medida é válida para 27 bens de informática e telecomunicações (15 novos e 12 renovações) até 31 de dezembro de 2015. Os investimentos globais e os investimentos relativos às importações dos equipamentos, vinculados aos 289 ex-tarifários aprovados, são, respectivamente, de US$ 2,012 bilhões e US$ 416 milhões. Os principais setores beneficiados, em relação aos investimentos globais foram os de construção civil (36,48%); o ferroviário (22,72%); e o siderúrgico (11,09%). Entre os projetos beneficiados estão a implantação de linhas de metrô, fabricação de trens e instalação de fábricas para fornecimento de clorato de sódio e de oxigênio gasoso. Em relação aos países de origem das importações, destacam-se os Estados Unidos (19,47%); o Japão (15,11%); a Alemanha (13,96%); e a França (10,35%). O que são ex-tarifários O regime de ex-tarifários visa estimular os investimentos para ampliação e reestruturação do setor produtivo nacional de bens e serviços, por meio da redução temporária do Imposto de Importação de bens de capital e bens de informática e telecomunicações sem produção no Brasil. Cabe ao Comitê de Análise de ex-tarifários (Caex) verificar a inexistência de produção nacional e o mérito dos pleitos tendo em vista os objetivos pretendidos, os investimentos envolvidos e as políticas governamentais de desenvolvimento. As fabricantes brasileiras de máquinas e equipamentos industriais também participam do processo de análise de produção nacional.
Fecomércio SC diz que empresário catarinense está pessimista Fonte Portal Economia SC 09 de março de 2015 às 17h 45 A pesquisa de fevereiro do ICEC (Índice de Confiança do Empresário do Comércio), divulgada pela Fecomércio SC, aponta que o empresário do comércio catarinense está cada vez mais pessimista em relação às condições atuais da economia brasileira e dos seus negócios. De acordo com os dados, o levantamento bateu nos 101,4 pontos (queda de -4% em relação a janeiro) e igualou o menor resultado da série histórica, de junho de 2014. No ano, a queda foi de -11%, mantendo o indicador num nível considerado baixo e próximo dos 100 pontos. Para a Fecomércio SC, o resultado mostra que o pessimismo dos empresários catarinenses em relação às condições atuais das suas empresas é considerável, capitaneado, principalmente, pela redução do acesso ao crédito, pelos elevados juros, pelo crescimento reduzido dos rendimentos do trabalho e o volume de vendas em declínio. Dois dos três indicadores das condições atuais do empresário do comércio apresentaram queda mensal. No ano, todos caíram. O índice de condições atuais da economia teve uma considerável queda de -44,7%, passando de 78,9 pontos em fevereiro de 2014 para 43,6 pontos em fevereiro de 2015. Na comparação mensal, a retração foi de -9,2%. A queda indica que a situação é de pessimismo persistente, associado ao 3
ajuste econômico de caráter recessivo, anunciado pela equipe econômica do governo, e ao baixo volume de vendas ao longo do ano no Estado. O subíndice de Condições Atuais do Comércio (CAC) apresentou variação negativa de -17,2% na comparação anual e de -6,% na comparação mensal. Em termos absolutos, o subíndice marca 73,6 pontos; inferior aos 78,7 pontos de janeiro. Por fim, o subíndice de Condições Atuais das Empresas do Comércio (CAEC) subiu 1,0%, explicado pelo replanejamento dos estoques, baseado nas expectativas de menores vendas realizado pelas empresas. No mês houve queda de -2,8%. Em termos absolutos fechou o mês de fevereiro com 102,4 pontos. O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), que vem segurando o ICEC em uma situação acima dos 100 pontos, caiu -11% no ano e -2,9% na variação mensal. Dos 132,2 pontos em janeiro, o índice foi para 128,4 pontos. Os subíndices Expectativas da Economia Brasileira (EEB), Expectativa do Comércio (EC) e Expectativa das Empresas Comerciais (EEC), em consonância com o IEEC, apresentam-se todos acima da barreira dos 100 pontos, bem como apresentaram quedas tanto no ano, quanto no mês. Os dados indicam uma diminuição do otimismo do empresário do comércio diante da perspectiva de recessão da economia em 2015, corroborada pelos cortes de investimento na Petrobras e o risco de racionamento energético e hídrico. Cautela O IIEC, Índice de Investimento do Empresário do Comércio caiu -4,4% no mês. No ano a queda foi de -4,8%. Ficou no patamar de 102,5 pontos em fevereiro. Este resultado decorre muito das difíceis condições atuais da economia, como a restrição ao crédito e aos juros elevados (tanto ao consumidor, quanto ao empresário) e indicam que as fortes pressões inflacionárias, provindas da alta do combustível, e o desaquecimento do mercado interno acendem um sinal de alerta e preocupação aos empresários. O subíndice Contratação de funcionários (IC) apresentou queda de -13,9%, passando de 112,3 pontos no mês passado para 101,1 pontos no mês de fevereiro. Na comparação anual houve queda de -8,2%, demonstrando que o mercado de trabalho já mostra sinais de saturamento, conclusão corroborada pelo baixo saldo de vagas criadas no ano. O IIEC do mês de fevereiro mostrou que os empresários mantêm certa desconfiança com relação as suas perspectivas de investimento, dada sua consideração de que a economia brasileira entrará em recessão em 2015. Caso a economia permaneça em situação ruim, tendência para o restante do ano, o investimento dos empresários catarinenses tende a ser consideravelmente mais cautelosos, optando por estratégias que minimizem os riscos.
Editorial: Panela de pressão Fonte Jornal Folha de São Paulo 10/03/2015 às 02h 00 Convocados por meio de redes sociais e aplicativos de celular, os protestos simultâneos ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT) no domingo à noite deixaram em segundo plano o discurso feito no Dia da Mulher. O buzinaço e o panelaço registrados em pelo menos 12 capitais não eclodiram como reação ao que Dilma dizia no rádio e na TV. Tornando-se audíveis tão logo se formou a rede nacional, traduziam o quanto existe de exasperação com uma presidente que, vitoriosa nas urnas em outubro, nem bem deu início ao segundo mandato. Não foi por coincidência que as manifestações se fizeram notar sobretudo em regiões nas quais a petista obteve menos sufrágios. De certa maneira, é a polarização acerba do período eleitoral que se estende para além da votação, quando, ao menos em tese, a radicalização típica da campanha perde muito de seu sentido. Nas atuais circunstâncias, o prolongamento da exaltação ainda encerra um paradoxo. O ajuste nas contas públicas, principal iniciativa da presidente neste novo governo, era mais associado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), adversário da petista no segundo turno. Mais que isso, trata-se de medida crucial para a saúde da economia. 4
O remédio ora ministrado, mesmo que nas doses corretas, terá sabor amargo para a maioria; seu uso representa, além disso, uma traição para quem acreditou nas fantasias publicitárias da petista. Enfrentando sérias dificuldades no Congresso, Dilma e sua equipe decerto sentiram necessidade de dar uma satisfação à população em geral, mas em especial a seus eleitores que, por enquanto, se mantêm distantes dos protestos. O pronunciamento de domingo tinha precisamente o intuito de defender o ajuste: "Como o mundo mudou, o Brasil mudou e as circunstâncias mudaram, tivemos, também, de mudar a forma de enfrentar os problemas", disse Dilma. Seria demais esperar que a presidente reconhecesse o quanto o descalabro econômico se deve a sua própria gestão. Ainda assim, e mesmo que tenham sido extravagantes ou falsas as explicações para a crise, a petista se permitiu níveis razoáveis de sinceridade. Dirigindo-se ao espectador, afirmou: "Você tem todo o direito de se irritar e de se preocupar". Adiante, admitiu que as iniciativas em curso devem significar "alguns sacrifícios temporários para todos". Dilma Rousseff finalizou sua intervenção em rede nacional pedindo apoio da população e do Congresso. É sintomático que, enquanto a presidente falava em união, uma parte da população respondia com vaias. O apito da panela de pressão indica que, para algumas camadas da sociedade, a insatisfação já beira o insuportável. de instabilidade que domina a relação entre o Palácio do Planalto e sua base aliada no Congresso. A avaliação da equipe econômica, partilhada pelo Palácio do Planalto, foi feita nesta segunda-feira (9), quando a cotação do dólar registrou sua sexta alta.
Exposição de bancos públicos à Petrobras é de US$ 27 bilhões Fonte Revista Exame Vinicius Neder, do Estadão Conteúdo São Paulo - A exposição dos bancos públicos à Petrobrás chega a US$ 27 bilhões, ou R$ 77,5 bilhões, em dívidas. A estimativa foi feita pela Moody's, agência de risco que rebaixou o rating da Petrobras na última terça-feira, 3. Desse valor, US$ 16,3 bilhões, ou R$ 46,7 bilhões, estariam no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mostra cruzamento de dados feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. O Banco do Brasil (BB) teria R$ 19,5 bilhões e a Caixa, R$ 11,3 bilhões. Os bancos públicos, com o BNDES à frente, foram fartamente utilizados para financiar a Petrobras, sobretudo na fase aguda da crise internacional e são vistos agora como uma das poucas saídas para dar fôlego financeiro à estatal. De dezembro de 2005 a maio do ano passado, a Petrobrás contratou um total de R$ 63,6 bilhões em empréstimos junto ao BNDES, em diversos projetos, segundo levantamento feito no site da instituição de fomento. Para justificar o apoio, o governo insistia no argumento de que a petroleira tinha baixo risco, mas o quadro vem mudando com as investigações da Operação Lava Jato e o atraso na divulgação do balanço financeiro até hoje, a Petrobras não divulgou os resultados auditados do terceiro trimestre de 2014, um dos motivos apontados pela Moody's para o rebaixamento. À medida que a Lava Jato avança, cresce a preocupação do mercado com as dívidas de construtoras e fornecedores da cadeia de petróleo e gás. "Não é risco de quebra dos bancos, mas de perda de rentabilidade", diz João Augusto Salles, analista da consultoria carioca Lopes Filho, especializado do setor financeiro. Sob ameaça de calotes, explica Salles, os bancos, públicos e privados, terão que elevar os montantes que separam no balanço para arcar com perdas e, portanto, registrarão menos lucro. Para as contas públicas, o risco maior é o Tesouro Nacional ser obrigado a fazer aportes para socorrer os bancos. Segundo o economista Gabriel Leal de Barros, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da 5
Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), aportes podem significar aumento da dívida pública, piorando os indicadores do País e ameaçando o "rating" soberano do Brasil nas agências de risco. "Novas emissões de dívida podem ser necessárias para tapar esse buraco", diz. O montante de empréstimos do BNDES para a Petrobrás é tão grande que o banco de fomento só não está irregular perante o Banco Central (BC) porque resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN) permitem, desde 2008, flexibilizar o cálculo do limite de exposição a um único cliente. Pelas regras, nenhum banco pode ter exposição (contando crédito, títulos de dívida, garantias, avais, fianças e ações) a um único cliente superior a 25% de seu patrimônio de referência, o que equivale a R$ 26,775 bilhões no caso do BNDES. A estimativa de R$ 46,7 bilhões com base nos cálculos da Moody's não contabiliza os R$ 40,3 bilhões que o BNDES tinha em ações da Petrobrás em setembro de 2014. Somados os valores, a exposição do BNDES à estatal seria de 81,2% do patrimônio de referência. A exceção nas regras permite que o BNDES considere como cliente distinto cada uma das subsidiárias das estatais "atuantes no setor petrolífero" e não inclua na conta dos limites as participações acionárias. Assim, o teto de R$ 26,775 bilhões vale para cada uma das subsidiárias da Petrobrás e os R$ 40,3 bilhões ficam de fora da conta. Protegidos por sigilo bancário, os dados de exposição - o quanto um banco tem a receber do cliente - da carteira de crédito são normalmente tratado com reservas no sistema financeiro, público ou privado. Por isso, os dados são sempre obtidos por estimativas, cruzando informações incluídas voluntariamente nos balanços financeiros de bancos e clientes. Nos cálculos da Moody's, a dívida total da Petrobras está em US$ 137 bilhões, dos quais US$ 110 bilhões estão nas mãos de credores privados. A Moody's não calculou um valor específico para cada instituição financeira, mas analistas do banco de investimentos UBS sugeriram, em relatório da semana passada, que a exposição do BB seria de 2,8% da carteira de crédito normal, o equivalente a R$ 19,5 bilhões. Dados do balanço financeiro da Caixa apontam para uma exposição de R$ 11,3 bilhões. Pelo câmbio comercial, BB e Caixa teriam, somados, exposição de US$ 10,7 bilhões à Petrobras, restando US$ 16,3 bilhões para o BNDES. Nos dois casos, os balanços financeiros consideram apenas crédito (e não títulos) e não citam diretamente a Petrobrás. É possível deduzir, como fizeram os analistas do UBS, que se referem à estatal porque o BB menciona "empresa do setor petroquímico-setor público", e a Caixa, "administração indireta-petroquímico", numa tabela sobre crédito ao setor público. A estimativa de R$ 46,7 bilhões é condizendo com dados do balanço da Petrobras do segundo trimestre de 2012. À época, a estatal informou que tinha dívida bruta total de R$ 179 bilhões e que 24% disso, ou R$ 40 bilhões, estavam com o BNDES. Procurados, BNDES, BB, Caixa e Petrobras não comentaram os números. O BC informou que "não comenta casos específicos de entidades reguladas". Os R$ 63,6 bilhões contratados de 2005 a 2014 incluem 30 projetos da Petrobrás e suas subsidiárias, como a transportadora Transpetro e a TAG, que gerencia os gasodutos. O destaque é o empréstimo para a construção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), um dos focos de investigação da Lava Jato, cujos custos explodiram dos US$ 2,3 bilhões iniciais para US$ 20,1 bilhões. O financiamento à refinaria bilionária foi aprovado em meio a um pacote de R$ 25 bilhões, que incluiu recursos para a TAG, e foi contratado, em julho de 2009, numa cerimônia com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Produção industrial cresce em 7 dos 14 locais pesquisados Fonte Revista Exame Daniela Amorim, do Estadão Conteúdo 10/03/2015 09H 54 Rio - Na passagem de dezembro de 2014 para janeiro de 2015, a produção da indústria cresceu em sete dos 14 locais considerados na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em São Paulo, o maior parque industrial do País, a alta chegou a 7,1%. Outros destaques foram Pernambuco (13,5%) e Minas Gerais (6,5%). Também registraram crescimento Goiás (4,4%), Espírito Santo (4,3%), Santa Catarina (2,4%) e Rio de Janeiro (0,2%). Na direção oposta, houve recuo na indústria da Bahia (-10,1%), do Paraná (-5,6%), Rio Grande do Sul (-2,9%), Amazonas (-2,3%), Ceará (-2,0%), da Região Nordeste (-1,9%) e do Pará (-0,9%). No total nacional, a indústria teve expansão de 2,0% em janeiro ante dezembro. Apesar do avanço de 7,1% a indústria de São Paulo ainda opera com queda de 5,4% na comparação com janeiro do ano passado, segundo o IBGE. Em janeiro, ante o mesmo período de 2014, 11 dos 15 locais pesquisados registraram redução na produção: Amazonas (-12,4%), Bahia (-12,1%), Paraná (-12,0%), Rio Grande do Sul (-11,3%), Santa Catarina (-8,0%), Região Nordeste (-5,9%), São Paulo (-5,4%), Ceará (-5,1%), Minas Gerais (-3,7%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Goiás (-2,1%). O destaque positivo foi o Espírito Santo, com avanço de 18,2% na produção, puxado pelo setor extrativo (minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo). Também registraram aumento o Pará (6,4%), Mato Grosso (5,2%) e Pernambuco (3,3%). A média nacional em janeiro ante janeiro de 2014 foi de queda de 5,2%.
Infraero deve reduzir participação em novas concessões de aeroportos Fonte Jornal Folha de São Paulo NATUZA NERY e DIMMI AMORA DE BRASÍLIA 10/03/2015 às 02h 00 Quebrada depois das concessões de cinco dos mais importantes aeroportos do país, a Infraero deve ter participação societária reduzida nos futuros leilões de terminais. A Folha apurou que o governo até gostaria de manter a fatia da estatal em 49% na empresa vencedora das concorrências, como nos pregões anteriores, mas não tem caixa para esse montante. O percentual de participação ainda não foi definido. Desde as concessões de Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Brasília (DF), Confins (MG) e Galeão (RJ), em 2012 e 2013, a companhia perdeu boa parte das receitas. De lá para cá, passou a dar prejuízo. Para 2015, a projeção é de déficit de R$ 500 milhões. A estatal nunca teve como arcar com os recursos necessários para se tornar sócia dos aeroportos concedidos. Nas cinco concessões já realizadas, o governo terá de repassar cerca de R$ 1,6 bilhão para viabilizar injeções no capital social das empresas que administram os aeroportos. Esse dinheiro é necessário para fazer os investimentos previstos nos contratos de concessão. Pelo plano de negócios das concessionárias, a estatal receberá dividendos dessas empresas, mas isso só deve ocorrer a partir de 2016.
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A Infraero ainda tem um programa grande de obras para cumprir nos aeroportos pelos quais ainda é responsável e também precisará de recursos para isso. Outro problema é que a empresa precisa diminuir de tamanho. Será necessário fazer um Plano de Demissão Voluntária que exigirá mais recursos. FILA Na fila das próximas concessões estão 11 terminais que ficaram de fora de uma primeira relação elaborada pelo governo, ainda no início do governo passado, nos quais os terminais de Salvador e Porto Alegre despontam como os mais prováveis. Conforme a Folha revelou no início deste mês, o programa só será viabilizado a partir de 2016. A demora se deve a dois fatores: o ajuste fiscal nas contas públicas e o escândalo da Petrobras, pois muitas das empreiteiras interessadas na operação estão sendo investigadas na operação Lava Jato. Outra regra que valeu nas cinco primeiras concessões e que pode ser revista é a do limite imposto às empresas que já integram um consórcio de participarem de um novo aeroporto. A regra foi muito criticada por concorrentes, principalmente nos leilões de 2013 dos aeroportos do Galeão e Confins, nos quais os vencedores dos leilões anteriores foram praticamente impedidos de concorrer. Na avaliação de setores do Executivo, a trava não faz sentido porque as concessões dos próximos aeroportos devem gerar menos disputa do que os já leiloados.
Relaxe, nada sob controle Fonte Jornal Folha de São Paulo 10/03/2015 às 02h 00 Por algum tempo, as previsões e aqueles palpites diários sobre idas e vindas das partes mais inflamáveis do mercado financeiro merecerão menos crédito do que de costume. A geleia política, remexida além da conta, se desfaz ainda no calor de histeria, irresponsabilidade e incompetência políticas quase gerais. Esse vem sendo e deve ser por semanas (duas? Dez?) o motivo de passeios ainda mais aleatórios das taxas de câmbio e até de juros. A turma está "sem referência", em "pânico", como dizem rapazes do mercado, sempre exagerados. Há de resto indefinições sérias do que a turma do dinheiro grosso vai fazer com seus haveres, dada a divergência econômico-financeira entre Estados Unidos e eurozona. Parece firula tratar disso enquanto o Brasil afunda numa recessão de talvez 1,5% e há risco de um conflito político exacerbado demais descer à rua. Mas não é. O dólar no Brasil dá piruetas sobre uma onda mundial de alta da moeda americana, entre outras marolonas. A "incerteza" sobre o ajuste fiscal no Congresso, clichê analítico recente, parece agora aflição pouca. A conversa migrou. Especula-se sobre qual governo e Congresso teremos até o fim do ano. Sim, a aprovação do pacote fiscal refrescaria o ambiente e evitaria o pior em termos de finanças e crédito do governo, mas nem de longe diz tudo sobre o tamanho do efeito do arrocho na economia real e, pois, "nas ruas", na reação político da massa dos brasileiros. Sobre o "ajuste", é ingenuidade não levar em conta incógnitas sérias tais como o tamanho da receita federal e até onde o governo, em tese o de Dilma Rousseff, vai tolerar cortes, que tendem a ser brutais e talvez mandem à breca metade do investimento federal, talho mais "sujo" e recessivo. Como se não bastasse, Dilma deixa apodrecer a crise do Petrolão (Petrobras mais Lava Jato), que faz estragos em cadeia na economia real. O tumulto geral emperra ou talha o investimento nos demais setores. Convém ressaltar: pela primeira vez desde o início de 2004 haverá redução de consumo das famílias. Mas se tratava então de momento de recuperação e esperança. Agora, os dias são mais parecidos com os das tensões sociopolíticas e quedas de consumo de meados de 1998 a fins de 1999, os dias de "Fora, FHC!". 8
A falta de perspectiva sobre qual governo teremos piora a desorientação. Mesmo antes dessa histeria, era difícil pensar o quanto o dólar mais alto pesaria na inflação de um país que vai entrar em recessão feia e, por tabela, em qual seria o impacto disso na taxa de juros. Agora, o dólar está numa biruta, pois a política está tresloucada. A biruta pode girar ainda mais, pois a finança mundial está sujeita a chuvas e trovoadas. Mesmo a elite dos entendidos em juros e câmbio do mundo está perdida a respeito do efeito global do fortalecimento da economia dos Estados Unidos e do dólar enquanto as taxas de juros da eurozona estagnada ficam cada vez mais no vermelho. Menos ainda se sabe dos abalos que virão da tão falada já por dois anos alta dos juros americanos. Mas ela virá, talvez em setembro, uma virada maior nas finanças do mundo em quase dez anos. Não é coisa pequena.
Carne recupera espaço nas exportações no mês Fonte Jornal Folha de São Paulo 10/03/2015 às 02h 00 Após um fevereiro curto e com feriados, as carnes devem voltar a volumes normais de exportações neste mês. A suína, a que registrou a maior queda no mês passado, já obteve, na primeira semana de março, crescimento de 8% nas vendas médias diárias. Se mantida a tendência nas próximas semanas, o setor termina o mês com vendas externas de 29 mil toneladas apenas de carne "in natura". Em fevereiro, a exportação de carne suína "in natura" foi de 22 mil toneladas. As vendas externas de carne bovina mantêm, neste mês, o mesmo ritmo do registrado no anterior, segundo dados diários da Secretaria de Comércio Exterior. Mas só o fato de março ser mais longo deverá levar as exportações de carne "in natura" para 92 mil toneladas, acima das 76 mil de fevereiro. A previsão não inclui as demais carnes -industrializadas e miúdos-, que, no mês passado, somaram 22 mil toneladas, segundo a Abiec (associação do setor). Ao contrário das demais carnes, a de frango inicia o mês com ritmo menor. A exportação média diária de carne "in natura" soma 12 mil toneladas, 19% menos do que no mês anterior. Mais afetadas do que os outros setores pela greve dos caminhoneiros no mês passado, as exportações de carne de frango voltam a crescer neste mês, acredita o setor. No mês passado, foram vendidas 302 mil toneladas dessa proteína, aponta a ABPA (associação do setor). CAFÉ As exportações diárias de café em grão se mantêm neste mês, em relação às de fevereiro. Mas os dados da Secex apontam, devido ao mês mais longo, para 2,99 milhões de sacas em março, acima dos 2,5 milhões de fevereiro. Mesmo com volume menor no mês passado, as exportações acumuladas de 12 meses superam 36 milhões de sacas, o que ocorre pelo quarto mês seguido, segundo acompanhamento do Cecafé (conselho dos exportadores). * Exportador de milho vende mais, mas recebe menos O Brasil continua exportando mais milho neste ano do que em igual período de 2014. Mas os preços recebidos pelos exportadores recuam. O país comercializou 64 mil toneladas do cereal por dia útil em neste mês, 109% mais do que em março de 2014. O valor médio da tonelada exportada caiu 8%, para US$ 195, ante US$ 212 em igual período do ano passado, aponta a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
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O volume de exportações, acelerado de agosto do ano passado até janeiro último, começou a diminuir a partir de fevereiro, quando caiu para 1,1 milhão de toneladas. As exportações deste mês do cereal, mantido o ritmo da primeira semana, voltam a superar as de fevereiro. Mas a soja, em plena safra, passa a ser prioridade nas exportações a partir de agora. As vendas externas de milho voltam a tomar corpo a partir de agosto. No ano passado, dos 21 milhões de toneladas exportadas, 15 milhões ocorreram nos últimos cinco meses do ano. O Brasil volta a ter o Irã como o principal importador do cereal. Os persas compraram 342 mil toneladas em fevereiro, 135% mais do que em igual mês de 2014. O Vietnã veio a seguir, com 219 mil. * Argentina As exportações de carne bovina renderam US$ 1,31 bilhão para os argentinos em 2014. Pelo menos US$ 693 milhões vieram das vendas de carne "in natura", enquanto o produto congelado rendeu US$ 380 milhões. Principais Os dados são do IPCVA (instituto de promoção da carne bovina). A Alemanha, com gastos de US$ 324 milhões, esteve entre os principais importadores do produto argentino. A seguir vieram Chile (US$ 175 milhões) e Rússia (US$ 172 milhões).
Mercado vê inflação perto de 8% e recessão maior em 2015 Fonte Jornal Folha de São Paulo 10/03/2015 às 02h 00 Após a divulgação da inflação de fevereiro, na sexta-feira (6), analistas voltaram a elevar suas projeções para a alta dos preços. O mercado já espera que o IPCA (índice oficial) fique em 7,7% em 2015. A estimativa, que é uma mediana das projeções de economistas e instituições financeiras consultados semanalmente pelo Banco Central, foi divulgada nesta segunda (9). Há uma semana, o mesmo grupo esperava IPCA de 7,47% para este ano. Caso a nova projeção do mercado se confirme, a inflação brasileira de 2015 será a maior desde 2003, quando o índice chegou a 9,3%. Na sexta-feira, data em que o BC encerra a sua pesquisa com os economistas, o IBGE surpreendeu analistas ao divulgar que a inflação bateu 7,7% nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro --o mesmo percentual agora estimado para 2015. Mas já há instituições esperando uma inflação na faixa de 8%, caso da Rosenberg & Associados e da FGV. A expectativa para a inflação oficial, que sobe há dez semanas consecutivas e se aproxima de 8%, está distante do teto da meta do governo, de 6,5% ao ano, e pressiona o Banco Central, a quem cabe a função de combatêla. O mercado, no entanto, não alterou a sua previsão para a taxa Selic --a taxa básica de juros, principal instrumento usado pelo BC para conter a alta dos preços. Ela continua em 13% para o final deste ano. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) subiu a Selic para 12,75% e indicou que pode haver novas altas. Fator com influência direta no comportamento dos preços, a taxa de câmbio ao final de 2015 também deve ser maior do que a esperada anteriormente. Agora, o mercado estima que o dólar seja cotado em R$ 2,95 ao final de dezembro. Na semana anterior, a previsão era R$ 2,91. Como o câmbio potencializa reajustes em boa parte dos produtos consumidos diariamente pelos brasileiros de alimentos a remédios, a alta do dólar deve continuar pressionando a inflação. Nesta segunda (9), o dólar comercial fechou a R$ 3,13. PIB MAIS FRACO 1
A expectativa do mercado para o comportamento da economia também piorou na última semana. Analistas esperam uma queda de 0,66% no PIB de 2015 o que seria o pior resultado em 25 anos. Em 1990, a economia brasileira teve contração de 4,35%. Assim como ocorreu com a inflação, essa foi a décima revisão consecutiva na projeção de analistas para o PIB. No boletim anterior, a previsão era queda de 0,58%. Também piorou a visão do mercado sobre a produção industrial. Economistas esperam uma retração de 1,38% na atividade do setor em 2015. Na pesquisa anterior, esperava-se uma queda de 0,72% na produção industrial do país.
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