SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 12 DE NOVEMBRO DE 2014
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Presidente do TCU diz que alertou governo sobre desvios na Petrobras Fonte Jornal Folha de São Paulo DIMMI AMORADE BRASÍLIA11/11/2014 às 20h12 O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), ministro Augusto Nardes, disse nesta terça-feira que as apurações de irregularidades na Petrobras são "o maior escândalo da história do TCU". Nardes afirmou em entrevista coletiva que os desvios apurados pelo órgão já passam do R$ 3 bilhões em diversos contratos assinados pela companhia petrolífera estatal para a aquisição de empresas, bens ou a construção de novas unidades. Segundo Nardes, que está deixando a presidência do órgão em dezembro, ele pessoalmente avisou ao governo sobre os desvios apurados pelo órgão há alguns anos, mas os alertas do órgão no foram ouvidos. Segundo Nardes, ele informou os problemas à ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Além disso, as conclusões dos relatórios de auditoria também foram mandadas para outros órgãos de controle. Desde 2010 o TCU está alertando o governo sobre contratos problemáticos na estatal, mas os alertas foram ignorados. Em 2010, o tribunal colocou as obras da Refinaria Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ) na lista de obras que não deveriam receber recursos federais por irregularidades. O Congresso aprovou o dispositivo mas o ex-presidente Lula vetou a medida e determinou que as obras prosseguissem. Agora, nas duas construções, o TCU já apontou que os custos dessa obras estão pelo menos R$ 2 bilhões acima do valor que deveria ser pago. Outra irregularidade apontada pelo TCU está na compra da Refinaria de Pasadena (EUA), em que o prejuízo passa dos R$ 1,7 bilhões. A estatal não concorda em prejuízo nessas operações e está recorrendo das decisões do tribunal. Nardes revelou que pediu ao novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) que seja resolvido de vez uma questão jurídica entre o TCU e a Petrobras que se arrasta há quase uma década. Segundo ele, a companhia faz concorrências simplificadas por convite, praticamente escolhendo as empresas que vão trabalhar para ela sem disputa, baseada num decreto. Para o TCU, a estatal só poderia fazer isso se uma lei fosse aprovada pelo Congresso. Mas a Petrobras conseguiu 19 liminares permitindo que ela realize as concorrências simplificadas. A ex-ministra Gleisi, hoje senadora pelo PT-PR, nega que tenha tratado com o presidente do TCU sobre irregularidades na Petrobras. "Conversamos sobre o programa de concessões do governo, conforme foi divulgado à época. Penso que, se o ministro Nardes sabia de algo a respeito da Petrobras ele deveria, como presidente do TCU, ter tomado as providências cabíveis", afirmou a senadora.
Produção industrial frustra expectativa e volta a recuar Fonte Jornal Valor Econômico 12/11/2014 às 05h 00 Depois de dois meses seguidos de recuperação, a produção industrial voltou a recuar em setembro, reduzindo as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre e as expectativas para o ano, até porque a alta dos juros não favorece a retomada do setor. O recuo de 0,2% da produção da indústria em setembro em comparação com agosto, feitos os ajustes sazonais, surpreendeu o mercado. Pesquisa realizada pelo Valor com 17 instituições financeiras no fim de outubro indicava expectativa de expansão de 0,1% a 1,5%; apenas quatro delas contavam com um recuo. Na média, a previsão era de crescimento de 0,2%, depois do 2
aumento de 0,7% em agosto e de 0,7% também em julho, que interromperam uma sequência de cinco meses seguidos de queda. A expectativa era que a recuperação continuasse agora, alimentada sobretudo pela expansão da produção de automóveis, já detectada pela associação de fabricantes do setor. Outros indicadores, é verdade, não eram tão favoráveis, como o consumo de papelão ondulado, o de energia elétrica e o de gás industrial. Mas a confiança dos empresários havia aumentado, embalada pela expectativa de expansão das encomendas de fim de ano. A produção de automóveis correspondeu realmente às expectativas e cresceu 10,1% - a maior variação mensal desde fevereiro de 2012 -, puxando o avanço do segmento de bens de consumo duráveis de 8% de setembro sobre agosto. Os bens de capital surpreenderam com aumento de 1,9%; e os bens de consumo semi e não-duráveis, registraram 0,8%. Das 24 atividades acompanhadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para avaliar a produção industrial, 15 registraram expansão. O que os analistas não contavam era com a queda de 1,6% do setor de bens intermediários, que representa cerca de 60% da produção industrial e é composto por segmentos como a fabricação de açúcar, que foi afetada pela seca. Houve recuo também nas indústrias extrativas, de celulose e de produtos de metal. O resultado de setembro levou o trimestre a fechar com queda de 0,2%. Foi o quinto trimestre seguido no negativo, contribuindo para reforçar as previsões de estabilidade do PIB no terceiro trimestre e do nível de atividade nos próximos meses, apesar da desoneração da folha de salários e de alguns impostos garantida pelo governo a vários setores. Compõem o clima menos otimista para os próximos meses a desaceleração da massa salarial; enfraquecimento do mercado de trabalho; o desaquecimento da demanda; o acúmulo de estoques e as incertezas em relação ao próximo governo. A perspectiva é que a produção industrial seguirá moderada no quarto trimestre e feche o ano com queda ao redor de 2%. No período de 12 meses terminado em setembro, a queda acumulada é de 2,2%. Os números explicam em parte porque a desoneração da folha não evitou o fechamento de postos de trabalho em alguns dos setores beneficiados, como mostrou o Valor (10/11). Neste ano, houve demissões em 21 setores que, beneficiados pela política de desoneração da folha, deixaram de recolher R$ 2,6 bilhões. No ano passado, houve dispensas em 13 setores que foram poupados em R$ 1,93 bilhão pelas desonerações. Os casos mais agudos estão na produção de veículos e de artefatos de couro. A desvalorização do real nas últimas semanas vem dando novo alento para a indústria (Valor 11/11). No entanto, será difícil reverter em menos de dois meses que faltam para acabar o ano os resultados ruins apresentados até agora. Até a primeira semana de novembro, a balança comercial acumula déficit de US$ 2,6 bilhões, causado exatamente pela queda dos produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados. Mas a expectativa dos empresários é que o câmbio mais favorável abra novos mercados no exterior nos próximos meses, melhorando o quadro para 2015, apesar da queda dos negócios com os tradicionais importadores da Argentina e Venezuela. Sabe-se, porém, que o trabalho de conquista do mercado internacional não produz resultados imediatos; e que há uma defasagem de tempo entre a mudança do patamar de câmbio e seu impacto nas vendas externas. O cenário não forma um ponto de partida favorável para a indústria no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff nem permite previsões otimistas para o crescimento econômico para o próximo ano. Ao contrário, ressalta a necessidade de reforma da política econômica.
Lei Anticorrupção é ruim, mas pode ser corrigida Fonte Jornal Valor Econômico Pedro Oliva Marcilio de Sousa12/11/2014 às 05h 00
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A Operação Lava-Jato deve dominar a pauta política de 2015. As delações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef e a anunciada de um dos executivos, além do acordo de leniência por parte de sua empresa, devem dar informações e provas suficientes para meses e meses de manchetes e investigações. O fato de nenhum desses acordos serem baseados na Lei Anticorrupção (Lei 12.846/13), mostra quão ineficaz ela é para combater a corrupção institucionalizada. Existem vários tipos de corrupção e a Lei Anticorrupção só funciona para as mais simples e menos danosas delas. Para a corrupção que importa, ela é ineficaz e não produzirá efeitos. Algumas alterações cirúrgicas são suficientes para fazê-la funcional, entretanto. Sem querer esgotar o assunto, pode-se dividir a corrupção em quatro grandes tipos: a corrupção organizada, que funciona como uma quadrilha de assaltos contínuos aos recursos públicos e que exige a participação do chefe do Poder Executivo ou pessoas ligadas à sua rede de sustentação (tesoureiro, agentes políticos, etc). Existe corrupção no processo de edição de normas (em qualquer dos poderes), que também exige uma participação política qualificada. Tem a grande e episódica corrupção (valor alto, num contrato isolado) e a rotineira, pequena (baixo valor, mas em razão do exercício de direitos do cidadão, como em licenças urbanas e processos que não se concluem). A Lei Anticorrupção só funciona nos dois últimos casos, uma vez que, pela lei, processo, investigação e negociação de acordos são feitos por órgãos dependentes do chefe do Poder Executivo (no caso do governo federal, a Controladoria Geral da União), e, portanto, só conseguirão ser efetivos nessa corrupção de pessoas sem expressão política. De uma maneira simplista, a Lei Anticorrupção é para ladrões de galinha e, como a Lei Anticorrupção deixou a raposa cuidando do galinheiro, apenas as galinhas que não interessem à raposa serão protegidas, as demais... Não se propõe que se tire do Executivo os poderes que conquistou na Lei Anticorrupção, que são essenciais para combater a corrupção não institucionalizada, apenas que ele não seja exercido de maneira exclusiva, mas, também, pelo Ministério Público. Além da questão de independência entre quem aplica a lei e quem a viola, a regulamentação do acordo de leniência não permite que a empresa resolva os seus problemas e de seus executivos na esfera administrativa, civil e criminal em uma só negociação, como o acordo de leniência na esfera anticoncorrencial já permite. Se não puder ter segurança jurídica que tudo será resolvido com o acordo, não há incentivo para iniciar a negociação. Uma outra falha da lei é não condicionar a eficácia do acordo ao não descumprimento futuro da Lei Anticorrupção, em situações similares ou não. Isso é essencial para que consigamos, no médio e longo prazos, controlar essa grande corrupção. É preciso levar em conta que o Brasil é um país muito grande e um grupo muito pequeno de empresas que contratam com o Estado têm porte suficiente para participar dessa corrupção organizada. Se, a cada escândalo, retirarmos uma delas de circulação, em pouco tempo todas elas estarão fora. Um outro problema é a limitação de que o acordo só seja autorizado para a primeira empresa que fizer o acordo. Essa regra, inspirada no dilema do prisioneiro, funciona bem para os casos de cartéis pois, para um cartel funcionar, é preciso haver coordenação entre as empresas e, em teoria, qualquer empresa tem os fatos necessários para incriminar o cartel. No caso da corrupção, a coordenação pode não contar com a participação das empresas (mas de pessoas da administração pública) e, por isso, obter informações de mais de uma empresa pode ser essencial para desestruturar a quadrilha. Duas pequenas modificações na Lei poderiam resolver os pontos levantados. Além da revogação do dispositivo que permite apenas que a primeira empresa celebre o acordo de leniência, precisa-se inserir um único artigo que confira ao Ministério Público o poder de celebrar o acordo de leniência com os infratores (com validade sujeita a homologação judicial, por óbvio) e que condicione a eficácia do acordo à não violação subsequente da Lei Anticorrupção, em situação assemelhada ou não, por um prazo definido. Com essas mudanças, há uma efetiva chance que mais alguns dos envolvidos na Operação Lava-Jato façam acordos de leniência e mais se saiba e se comprove com relação a esse 4
esquema de corrupção. Isso porque muitas das empresas hoje envolvidas são muito grandes e administração do "aparato da corrupção" é mais uma maneira de permanecer no jogo do que algo desejado. Tendo uma saída, elas vão mudar as práticas, mas para mudar as práticas precisam proteger seus executivos. As mudanças propostas resolvem esses problemas e podem iniciar a depuração da relação entre o "grande capital" e o Estado e os ganhos serão muito grandes, nomédio e longo prazos.
Previdência (IV): capital acumulado Fonte Jornal Valor Econômico Fabio Giambiagi12/11/2014 às 05h 00 Nesta série de artigos que estou escrevendo para explicar a necessidade de os fundos de pensão do país se adaptarem a uma realidade de juros estruturalmente inferiores aos que vigoraram nas primeiras duas décadas da estabilização, no primeiro "capítulo" tratamos do cálculo da contribuição para um determinado objetivo de renda complementar; no segundo calculamos a renda complementar como função da contribuição, no terceiro fizemos um exercício para calcular quanto se precisa acumular para ter uma aposentadoria X e hoje iremos mostrar que montante se acumula para dado valor de depósitos em função de diferentes períodos de contribuição e taxas de juros. O objetivo destes artigos é explicar por que o indivíduo que aspira a ter um certo padrão de vida na aposentadoria deve se preparar, em um cenário de juros inferiores aos que prevaleceram na maioria dos anos posteriores a 1994, para uma mudança das regras de cálculo do seu benefício - notadamente, um aumento das contribuições. Quando inquirido, nos quase 25 anos que tenho de dedicação à temática previdenciária, acerca de se eu não consideraria que a previdência tem que ser encarada sob uma ótica social, sempre respondo que "a previdência nunca pode ser considerada como uma mera questão matemática, mas não podemos esquecer que ela é também uma questão matemática". A ideia de alguns colegas de profissão de que o cálculo da aposentadoria de um conjunto massivo de indivíduos se resume a uma conta atuarial é tão ingênua quanto imaginar que o sistema político pode ignorar os limites definidos pelo rigor dos números. A aritmética e a política precisam aprender a caminhar de mãos dadas neste tema. A maioria dos leitores tem provavelmente algum parente ou conhecido que se aposentou fazendo jus a algum plano de benefícios associado a rendas que excedem o teto do INSS e manteve, "grosso modo", o seu padrão de consumo da época em que estava na ativa, contribuindo com uma certa proporção do seu salário. Isso se deu em um contexto em que as taxas de juros eram, de um modo geral, estratosféricas, em uma fase muito particular da economia brasileira, dadas as condições que vigoraram no país durante aproximadamente duas décadas, nos anos 90 e nos primeiros anos do século XXI. A boa notícia é que juros tão altos como aqueles pertencem, tudo indica, ao passado. A má notícia é que, exatamente por isso, a aritmética será implacável e de duas uma: 1- as pessoas terão que contribuir mais, seja aumentando as contribuições pelo mesmo número de anos ou mantendo as contribuições, mas por um período maior, ou, alternativamente 2- a renda complementar cairá em relação ao passado. Quando uma pessoa separa uma parte do seu rendimento mensal e a cada 30 dias faz uma aplicação num fundo de pensão, o que ela acumulará quando chegar o momento de se aposentar irá depender de três fatores. O primeiro, obviamente, é o valor da sua contribuição mensal. O segundo, o número de anos ao longo dos quais terá feito essas aplicações. E o terceiro, a taxa de juros que remunerará seu capital. Quem deposita R$ 100 em um mês, terá R$ 100 um mês depois se o juro for nulo ou R$ 101 se o juro for de 1 % ao mês. Essa diferença, irrisória para valores pequenos referentes a um mês, torna-se gigantesca quando incidente ao longo de 30 ou 35 anos. 5
A tabela dá uma pista do efeito cumulativo dessas pequenas diferenças. Ela considera depósitos mensais de R$ 1.000 e, para facilitar, não computa os efeitos das taxas de administração que de fato são cobradas pelos fundos de pensão. Ela capta o que um indivíduo pode acumular se fizer uma aplicação individual, com diferentes taxas de rendimento. Assim, um indivíduo que comece a aplicar todos os meses, 12 vezes por ano, a quantia acima mencionada e que se aposente aos 60 anos, terá acumulado, após 40 anos de investimentos, R$ 1,9 milhão, se a taxa de juros real for de 6% ao ano. O seu capital, porém, será de "apenas" R$ 1,2 milhão se a taxa de juros cair para 4 %. Ou seja, se quiser acumular o mesmo montante para enfrentar uma velhice confortável, terá dois caminhos a seguir: contribuir mais a cada mês ou fazer depósitos por mais tempo. Aqueles que temos o privilégio de pertencer às categorias de rendimento mais elevado precisamos nos preparar para essa realidade: com juros menores, teremos que contribuir mais. Quem não entender isso, terá uma perda de capacidade financeira ao se aposentar.
Aposta imoral no cassino do clima Fonte Jornal Valor Econômico Martin Wolf 12/11/2014 às 05h 00 A vitória republicana nas eleições de renovação do Congresso americano foi um triunfo por sua estratégia de difamação sustentada do presidente e de obstrução de suas políticas de governo. O resultado terá grandes implicações sobre o futuro dos Estados Unidos. Mas também terá implicações sobre o resto da humanidade. Isso é inevitável, em vista do papel dos EUA como a maior e mais tecnologicamente avançada economia do mundo, avalista da economia aberta mundial e maior potência militar. Mas os EUA são também o segundo maior emissor mundial de gases-estufa e estão entre os maiores emissores per capita. A consequência mais importante destas eleições pode, portanto, ser enterrar a última esperança que restava de administrar o risco da perigosa mudança climática. Os países não podem manter alguns bocados da atmosfera para si. Afastar-se da atual trajetória mundial é uma tarefa coletiva. Sem a disposição e os recursos naturais dos EUA, a mudança necessária não vai acontecer. Outros países não vão - na verdade, não conseguem fazer a compensação. Muitos republicanos parecem ter concluído que a mudança climática provocada pelo homem é uma farsa. Se for assim, é uma farsa e tanto. Basta ler o relatório de síntese do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC, nas iniciais em inglês). Querem que imaginemos que milhares de cientistas articularam um embuste complexo a fim de promover suas carreiras não especialmente lucrativas, na quase certeza de que eles seriam descobertos. Essa hipótese não faz sentido. Quais são então os principais pontos a extrair desse relatório? Ele começa por onde estamos agora. O aquecimento do sistema climático é "inequívoco". As concentrações atmosféricas de gases-estufa estão em níveis nunca vistos em pelo menos 800 mil anos. Além disso, as emissões desses gases causadas pelo homem aumentaram sistematicamente. E é "extremamente provável" que mais de metade do aumento observado da temperatura média mundial de superfície de 1951 a 2010 se deva à atividade humana. Se continuarmos nesse caminho, acrescenta o relatório, é altamente provável a ocorrência de mudanças climáticas de maior envergadura. A alta do equilíbrio das temperaturas médias de superfície causada pela duplicação das concentrações de dióxido de carbono em relação aos níveis pré-industriais ficaria entre 1,5 ° C e 4,5° C. Mas as concentrações de gases-estufa já subiram mais de 40%. Estão entre as consequências prováveis de novos aumentos de doenças, condições meteorológicas extremas, falta de segurança alimentar e hídrica e perda de biodiversidade e de ecossistemas valiosos. O relatório também argumenta que a mitigação das emissões e a adaptação a seus efeitos são estratégias complementares, não intercambiáveis: precisamos fazer ambas as coisas. Sobre a 6
questão do custo da mitigação, argumenta que políticas eficientes tendentes a limitar o aquecimento para menos que 2° C em relação aos níveis pré-industriais envolvem perdas no consumo mundial de 1% a 4% em 2030 e de 3% a 11% em 2100. Os desafios de ordem filosófica e prática são enormes. Mas precisamos nos lembrar que nem as consequências das emissões nem as do clima podem ser revertidas: o aquecimento destruiu geleiras para sempre. Além disso, quanto mais esperarmos, mais teremos de fazer, se quisermos restringir o impacto. No entanto, atualmente nada sugere que a humanidade abandonará o caminho que leva a emissões cada vez maiores, com consequências potencialmente enormes e irreversíveis. E por quê? Se ignorarmos a acusação de que a ciência é uma farsa, veremos duas justificativas e dois motivos. Uma das justificativas é a de que o custo das medidas necessárias para mitigar as emissões seria exagerado. Tem de se observar, no entanto, que os custos indicados acima seriam menores, talvez significativamente menores, que os custos causados pelas recentes crises financeiras aos países de alta renda. Eles reduziram o Produto Interno Bruto em aproximadamente 16,67%, em relação às tendências pré-crise, nos EUA, Reino Unido e zona do euro. Em algumas economias, quando se contam as perdas, elas são muito maiores. Além disso, parece provável que essas perdas nunca serão recuperadas. Mesmo assim, o que é fascinante, as mesmas pessoas que consideram os custos da mitigação exagerados desejam suavizar a regulação financeira e, assim, aumentar o risco de uma reincidência da recente calamidade. Além disso, muitos dos opositores dessas providências acreditam inabalavelmente na capacidade das economias de reagir às forças do mercado. Então, por que não acreditam que os mercados se adaptariam ao aumento dos preços do carbono? Outra justificativa é a incerteza. A incerteza é, de fato, grande, como deixa claro o IPCC. Mas não se pode confundir a incerteza sobre as consequências com a certeza da ausência de consequências. São duas premissas muito distintas. O que você sentiria se alguém justificasse sua decisão de ultrapassar em curvas fechadas com o argumento de que não se pode ter certeza de que um carro viria na direção contrária? Você pensaria que ele estava jogando roleta-russa. Por que alguém pensaria que faz sentido matar o único planeta habitável que conhecemos? Sob a incerteza, o caminho racional é se assegurar contra consequências extremas. Em vista disso, quais seriam então os verdadeiros motivos? O primeiro é a ideologia. Quando se aceita a existência de grandes externalidades ambientais planetárias, precisa se aceitar também que as políticas públicas têm um importante papel na modelagem das consequências para o mercado. Não é por acaso que os adeptos do laissez-faire são os mais encarniçados céticos climáticos. O desejo é o pai da negação. O segundo e mais importante motivo é a indiferença para com o destino das gerações futuras. Por que deveríamos arcar com os custos da mitigação hoje em favor dos que jamais conheceremos, mesmo se isso incluir nossos próprios descendentes? Afinal, poderiam perguntar os indiferentes, o que as gerações futuras fizeram em nosso favor? A resposta ética é a de que nós somos os beneficiários dos esforços dos nossos ancestrais em deixar um mundo melhor do que o que herdaram. Temos a mesma obrigação, apesar de, neste caso, o desafio ser tão complexo. Mas, por mais forte que possa ser esse argumento moral, é muito pouco provável que ele supere a inércia que observamos atualmente. As gerações futuras, e até muitos dos jovens de hoje, poderão maldizer nossa indiferença. Mas nós não ligamos, não é?
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Reforma ministerial será feita por partes, diz Dilma Fonte Jornal Valor Econômico Fernando Exman12/11/2014 às 08h 36 DOHA (CATAR) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que não deflagrará uma reforma ministerial na terça-feira, logo após retornar da reunião de cúpula do G20, em Doha, no Catar. Dilma reafirmou, no entanto, que fará mudanças “por partes” em sua equipe. “Não tem reforma ministerial na terça-feira”, afirmou a presidente a jornalistas durante sua visita ao Catar. “Terça-feira é quando eu volto [do G20]? Nem pensar. Não será assim.” Dilma negou ainda que teria dado um prazo para os ministros entregarem carta de demissão, ironizando que a única que trata de reforma ministerial é “esta pessoa modesta que vos fala” e que o Palácio do Planalto, por ser um edifício, não fala. A presidente evitou alimentar a polêmica provocada pela carta de demissão divulgada na terça-feira (11) por Marta Suplicy, que até então comandava o Ministério da Cultura. Dilma afirmou que soube do teor da carta de demissão antes de viajar rumo a Doha, onde fez uma visita de Estado antes de seguir para a cúpula do G20. Segundo a presidente, ela e Marta acertaram a saída da agora ex-ministra do governo há mais de um mês. “Acertamos isso antes”, declarou Dilma, acrescentando que “seria uma injustiça com a ministra” criticá-la pela iniciativa. “Ela [Marta Suplicy] não fez nada de errado.” No entanto, perguntada se estaria incomodada com as críticas de Marta à política econômica, Dilma evitou comentar o assunto. “Ela externou a opinião dela.”
Bancos vão pagar US$ 3 bilhões em multas por manipular taxa de câmbio Fonte Jornal Valor Econômico 12/11/2014 às 09h 15 LONDRES - Órgãos reguladores nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Suíça multaram cinco bancos em cerca de US$ 3,3 bilhões na primeira leva de sanções desde que as autoridades começaram uma investigação global sobre a manipulação de referenciais do mercado cambial no ano passado. O suíço UBS é quem pagará mais, US$ 800 milhões, de acordo com comunicados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA, da Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido (FCA), e da Autoridade de Supervisão do Mercado Financeiro da Suíça. O Citigroup pagará US$ 668 milhões, seguido pelo JPMorgan Chase, com US$ 662 milhões. O Royal Bank of Scotland foi multado em cerca de US$ 634 milhões e o HSBC, em US$ 618 milhões. O Barclays, que esteve em negociações para um acordo, informou que ainda não estava pronto para fechá-lo. Esses seis bancos provisionaram cerca de US$ 5,3 bilhões em recursos para pagar acordos judiciais, inclusive os relativos ao caso das taxas cambiais. Bancos e agentes ainda podem enfrentar mais sanções e litígios após a investigação de 13 meses sobre as alegações de que dealers dos maiores bancos se uniram a colegas de outras instituições para manipular taxas referenciais usadas por gestores de fundos para determinar quanto pagar por moedas estrangeiras. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e um órgão de combate a fraudes da Grã-Bretanha também estão conduzindo investigações criminais no mercado cambial, que gira US$ 5,3 trilhões por dia. 8
"Os operadores colocaram seus próprios interesses à frente dos seus clientes, manipularam o mercado - ou tentaram manipular o mercado - e abusaram da confiança do público", disse o diretor da FCA, Martin Wheatley, a repórteres em uma coletiva em Londres hoje. O regulador vai pressionar as empresas a rever seus planos de bônus e confiscar de volta os pagamentos já efetuados. O Barclays é o único banco que está atualmente sob investigação com vistas a punição, completou a FCA, disse. Cerca de 30 outros bancos ainda terão de rever suas práticas e assinar compromissos dizendo que esse comportamento não vai se repetir. Separadamente, o Banco da Inglaterra demitiu seu dealer-chefe de câmbio, Martin Mallett, que trabalhava no banco central há quase 30 anos. Ele foi criticado em um relatório por supostamente não ter alertado seus superiores que os operadores de câmbio estavam compartilhando informações sobre ordens de clientes. De início, a investigação procurou saber se os operadores conspiraram para manipular as taxas de referência WM/Reuters. O inquérito se expandiu para descobrir se esses agentes tinham usado informações confidenciais para agir no mercado a partir de contas pessoais não autorizadas, e se mesas de negociação cobraram comissões excessivas dos clientes. Mais de 30 operadores foram demitidos, suspensos, postos em licença, ou deixaram o emprego desde o início do processo, no ano passado. A FCA disse que suas multas se referem a controles internos "ineficazes" entre 1 de janeiro de 2008 e 15 de outubro de 2013, o que permitiu aos bancos a colocar os seus "interesses à frente dos de seus clientes, de outros participantes do mercado e de todo o sistema financeiro do Reino Unido". As multas vêm mais de dois anos após os primeiros acordos firmados entre bancos e órgãos reguladores do Reino Unido e EUA sobre alegações de que eles manipularam a Libor, taxa interbancária de Londres, um juro de referência utilizado para corrigir US$ 300 trilhões em títulos, incluindo contratos de swap e financiamentos habitacionais. Uma dúzia de instituições já foram multadas pelo menos em US$ 6,5 bilhões em investigações relacionadas à Libor e seus derivativos. O UBS, por exemplo, foi multado em cerca de US$ 1,5 bilhão nessa investigação.
Emprego na indústria cai 0,7% em setembro, ante agosto, diz IBGE Fonte Jornal Valor Econômico Alessandra Saraiva 12/11/2014 às 09h 18 3 RIO - (Atualizada às 09h51) O número de pessoas empregadas pela indústria brasileira diminuiu 0,7% em setembro em relação a agosto, na série com ajustes sazonais, a sexta taxa negativa consecutiva nessa comparação, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada nesta quarta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com setembro de 2013, o emprego industrial caiu 3,9%. Trata-se do 36º resultado negativo neste tipo de comparação e o pior desde outubro de 2009, quando a indústria reduziu seu pessoal em 5,4%. No acumulado do ano, o emprego industrial recuou 2,8%. Em 12 meses encerrados em setembro, o caiu 2,6%. A pesquisa do IBGE mostrou ainda que o número de horas pagas na indústria teve retração de 0,2% em setembro na comparação com agosto, descontando-se os efeitos sazonais — quinta taxa negativa em sequência. Na comparação com agosto de 2013, as horas pagas recuaram 4,2%, enquanto o acumulado do ano teve baixa de 3,4%. No acumulado em 12 meses, o número de horas pagas recuou 3,1%. O IBGE observou também que a folha de pagamento real teve recuo de 1,3% na passagem de agosto para setembro, já descontando os efeitos sazonais. Verifica-se a influência negativa da indústria de transformação (-1,5%), já que o setor extrativo mostrou avanço de 3,2%.
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Em relação a setembro do ano passado, a folha de pagamento real caiu 3,5% em setembro deste ano. No acumulado do ano, o valor da folha recuou 0,1%. No acumulado em 12 meses, o valor da folha de pagamento teve queda de 0,5% até setembro. Queda na maior parte das regiões O emprego industrial diminuiu em 13 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, em setembro, em relação a igual mês em 2013. Por setores, o número de vagas na indústria caiu em 14 dos 18 ramos investigados pelo instituto, no período. Na análise por regiões, o principal impacto negativo partiu do recuo no emprego industrial de São Paulo ( -4,7%), onde houve redução no pessoal ocupado em 16 das 18 atividades. Entre os destaques de corte de vagas, em São Paulo, estão meios de transporte (-7,0%), máquinas e equipamentos (-6,1%), produtos de metal (-9,0%), alimentos e bebidas (-2,7%), outros produtos da indústria de transformação (-11,1%), calçados e couro (-15,5%), produtos têxteis (8,3%), borracha e plástico (-3,7%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-3,5%). Fora de São Paulo, também houve retrações de emprego expressivas nas indústrias de Paraná (-5,2%), Minas Gerais (-3,9%), Rio Grande do Sul (-4,7%), região Norte e Centro-Oeste (-3,2%) e região Nordeste (-2,2%) em setembro ante setembro do ano passado. Setorialmente, o IBGE informou ainda que, em setembro deste ano, em relação a igual mês do ano anterior, houve recuos expressivos no número de vagas nas indústrias de meios de transporte (-7,8%), máquinas e equipamentos (-6,9%), produtos de metal (-8,4%), calçados e couro (-8,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-7,2%), outros produtos da indústria de transformação (-6,5%), vestuário (-4,2%), alimentos e bebidas (-1,0%) e metalurgia básica (-5,8%). Em contrapartida, houve aumentos no emprego industrial de minerais não-metálicos (1,1%) e de produtos químicos (1,0%), na mesma comparação. Horas pagas Segundo o IBGE, as horas pagas na indústria brasileira caíram em 13 dos 14 locais pesquisados em setembro, em relação a igual mês no ano anterior. O número de horas pagas industriais recuou em 15 dos 18 setores investigados pelo instituto, na mesma comparação. Na análise do instituto, o quadro mostra um “perfil disseminado” de quedas nas horas pagas industriais do país em setembro. Conforme o levantamento, a queda mais expressiva nas horas pagas da indústria brasileira, em setembro em relação a setembro do ano passado, ocorreu na indústria de São Paulo (-5,2%). Isso porque o parque industrial paulista foi influenciado por redução no número de horas pagas nos setores de máquinas e equipamentos (-9,2%), meios de transporte (-7,6%), produtos de metal (-12,8%), outros produtos da indústria de transformação (-11,5%), alimentos e bebidas (-2,4%), borracha e plástico (-4,7%), produtos têxteis (-7,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (-11,0%). Além de São Paulo, houve, ainda, taxas negativas no número de horas pagas nas indústrias de Minas Gerais (-4,1%), Rio Grande do Sul (-5,3%), Paraná (-5,6%), região Norte e Centro-Oeste (3,3%), e região Nordeste (-2,3%), na mesma comparação. Por setores, o IBGE apurou recuos expressivos nas horas pagas das indústrias de máquinas e equipamentos (-8,3%), meios de transporte (-7,7%), produtos de metal (-10,1%), calçados e couro (-9,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-7,4%), outros produtos da indústria de transformação (-6,3%), vestuário (-3,9%), metalurgia básica (-6,9%) e alimentos e bebidas (-0,8%), em setembro ante setembro do ano passado. Na mesma comparação, porém, houve aumento no número de horas pagas nas indústrias de produtos químicos (1,1%), de minerais não-metálicos (0,8%) e de fumo (12,3%). Folha de pagamento O valor da folha de pagamento real na indústria caiu em dez de 14 locais em setembro ante o mesmo mês de 2013. A principal influência negativa para o resultado geral partiu do recuo no valor da folha da indústria de São Paulo (-5,4%), em setembro em relação à igual mês do ano passado. O parque industrial paulista foi pressionado por recuos nos valores das folhas de 10
pagamento das indústrias de meios de transporte (-12,5%), alimentos e bebidas (-7,2%), máquinas e equipamentos (-5,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,8%), produtos de metal (-9,2%) e metalurgia básica (-8,6%), na mesma comparação O IBGE apurou ainda recuos expressivos no valor da folha de Rio Grande do Sul (-5,1%), Paraná (-5,2%), região Nordeste (-2,7%) e Minas Gerais (-2,2%) em setembro ante igual mês em 2013. A queda também ocorreu em 13 dos 18 setores pesquisados. Conforme a apuração do IBGE, houve recuos experessivos no valor da folha de pagamento das indústrias de meios de transporte (-11,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-8,7%), máquinas e equipamentos (-4,4%), produtos de metal (-8,1%), metalurgia básica (-6,4%), borracha e plástico (-3,7%) e alimentos e bebidas (-1,1%), em setembro em comparação com setembro do ano passado. Em contrapartida, considerando o mesmo período de comparação, houve aumentos no valor da folha das indústrias de papel e gráfica (2,5%) e de produtos químicos (1,8%).
EUA e China surpreendem com plano de longo prazo para reduzir emissões Fonte Jornal Valor Econômico 12/11/2014 às 02h 13 PEQUIM - Estados Unidos e China anunciaram nesta quarta-feira planos de longo prazo para reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases ligados à mudança climática. A decisão de dar o pontapé inicial em negociações climáticas internacionais em meio ao Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que ocorre na China, surpreendeu os especialistas e enfraquece os movimentos domésticos contrários a cortes de emissões nos dois países. O presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente chinês, Xi Jinping, vinham coordenando seus planos de emissão de CO2 nos últimos meses e reuniram-se para discuti-los conjuntamente nesta quarta-feira pela manhã, em Pequim, segundo funcionários do governo americano disseram em teleconferência com jornalistas. O anúncio, capaz de influenciar as emissões globais de gases de efeito estufa nas próximas décadas, pegou a maioria dos especialistas sobre as mudanças climáticas de surpresa, já que muitos observadores esperavam um compromisso mais suave ou um conjunto de iniciativas da indústria, com impacto limitado. A parte americana do plano é dobrar o ritmo médio de suas reduções de díoxido de carbono após 2020, tendo como meta geral uma redução de gases de efeito estufa entre 26% e 28% por volta de 2025, em comparação com os níveis de 2005. Os chineses concordaram nesta quarta-feira em parar de elevar as emissões de dióxido de carbono por volta de 2030 ou antes, com o uso de combustíveis fósseis caindo para cerca de 80% da matriz energética, disseram os funcionários do governo americano. O nível e o prazo dos objetivos de emissões de Washington e Pequim devem decepcionar alguns ambientalistas, mas especialistas em mudança climática destacam a importância de a China começar a trabalhar em conjunto com União Europeia e Estados Unidos, em vez de tomar o partido dos países em desenvolvimento. Muitas economias emergentes usam o discurso segundo o qual os níveis de dióxido de carbono são um problema que as nações industrializadas criaram ao longo de muitos anos e que precisa ser resolvido por elas mesmas. "Durante muito tempo, a China adotou o discurso dos países em desenvolvimento, mas a história real diz que a China joga com Estados Unidos e Europa ou não está em jogo algum", disse Paul Bledsoe especialista em clima do German Marshall Fund dos Estados Unidos. Os detalhes dos planos propostos devem ser exibidos em março, após o lançamento formal da conferência sobre o clima a ser realizada pelas Nações Unidas em Lima, no Peru, em dezembro. (Dow Jones Newswires) 11
Economia subterrânea chega a 16,2% do PIB e supera R$ 833 bilhões em 2014 Fonte Jornal Valor Econômico Juliano Basile de Brasília12/11/2014 às 05h 00 A economia subterrânea - produção de bens e serviços não reportada ao governo - cresceu em 2014, deve ultrapassar R$ 833 bilhões até o fim do ano e atingir 16,2% do Produto Interno Bruto (PIB). O percentual é apenas 0,1% inferior ao registrado em 2013 (16,3%), o que indica que a queda na informalidade, na comparação com o PIB, está praticamente estagnada no país. Para o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), o resultado do Índice de Economia Subterrânea (IES) deste ano foi diretamente afetado pelo baixo crescimento. "A economia está desacelerando, assim como o crédito, e o emprego cresceu pouco. Isso tem impacto direto no trabalho formal, que naturalmente cai, cedendo espaço à informalidade. " A maior queda na redução da informalidade, desde 2003, início da medição do IES, ocorreu em 2010, quando a economia brasileira cresceu 7,5%. Ao longo dos quatro anos do governo da presidente Dilma Rousseff, a redução do IES foi ínfima. O melhor resultado foi o de 2013, quando houve decréscimo de apenas 0,4%. O IES é divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e reflete todas as atividades informais, como sonegação, evasão fiscal, contrabando e comércio irregular. "A nossa intenção é colaborar com o nível de conhecimento na luta por um melhor ambiente de negócios no país", disse o presidente do ETCO, Evandro Guimarães. "Os desvios nas atividades empresariais são muito corrosivos à concorrência." De maneira geral, quando a economia está em expansão, o IES é reduzido em escalas maiores, pois há um aumento nas atividades formais. Em períodos de estagnação, o índice cai muito pouco, como agora. Segundo Barbosa Filho, nem mesmo a política de desonerações realizada com a edição da Medida Provisória 615, em 2013, foi suficiente para fazer frente ao baixo desempenho da economia e aumentar a queda do IES. "Se não fossem as desonerações, poderíamos ter um quadro ainda mais severo", afirmou o pesquisador. Para ele, a MP, que estendeu desonerações para novas atividades econômicas, não deve modificar muito o cenário até o fim do ano. porque a medida "alivia a carga tributária de setores considerados pequenos no conjunto da economia". Para Guimarães, "não há como negar a importância das desonerações para o conjunto da economia, mas, pelo que podemos perceber, a sua eficácia no que diz respeito à formalização tende a se estabilizar". Segundo ele, essas medidas devem ser analisadas sob uma ótica mais duradoura. "É o momento de levar a cabo a tão esperada simplificação tributária, de modo que a desoneração atinja de forma mais ampla os setores produtivos da economia", diz o presidente do ETCO. De acordo com o instituto, a informalidade estimula comportamentos oportunistas, cria um ambiente de transgressão às regras e, com isso, reduz a qualidade dos investimentos no país. Além disso, a economia subterrânea prejudica a arrecadação, já que retira recursos governamentais que poderiam ser destinados a programas sociais e a projetos de infraestrutura.
'Apaguinhos' voltam a crescer em 2014 Fonte Jornal Valor Econômico Daniel Rittner e MurilloCamarotto de Brasília 12/11/2014 às 05h 00 Nem mesmo a demanda comportada por energia livrou os consumidores brasileiros de longos momentos de escuridão nos últimos meses. Enquanto o governo assegura que não há desequilíbrio estrutural na oferta, o número de "apaguinhos" inverteu a tendência de queda 12
verificada no ano passado e cresceu em 2014, conforme dados oficiais. Entre janeiro e setembro, o sistema registrou 58 interrupções no fornecimento com carga igual ou superior a 100 megawatts (MW), o suficiente para abastecer uma cidade de 400 mil habitantes. A queda de luz durou pelo menos dez minutos em todos os casos. Foram 49 ocorrências no mesmo período de 2013. O alto índice de "apaguinhos" intriga especialistas, que não têm uma explicação fechada para esse fenômeno, mas cogitam hipóteses como a queda no nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a fragilidade nos sistemas de transmissão. De olho na persistência dos problemas, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma auditoria para investigar as razões de tantos cortes de luz. Auditores estão visitando distribuidora por distribuidora para saber a origem das ocorrências e avaliar se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem fiscalizado adequadamente essas empresas. As informações sobre a incidência de cortes estão disponíveis no Boletim de Monitoramento do Sistema Elétrico, uma publicação mensal do próprio governo, que é divulgada pelo Ministério de Minas e Energia. Entre janeiro e setembro de 2012, segundo os relatórios, houve 65 ocorrências e 22.738 MW de carga interrompida. Comparações com anos anteriores não são possíveis porque o ministério incluía cortes de luz menores na conta. Os números demonstram uma evolução em 2013. Houve 20.409 MW de carga afetada em 49 eventos. Neste ano, a quantidade de "apaguinhos" subiu novamente, atingindo 21.403 MW em um total de 58 ocorrências. Para o diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina), Roberto Pereira D'Araújo, esse crescimento pode estar associado ao nível mais baixo dos reservatórios nos últimos meses. Ele nota que muitas turbinas de hidrelétricas estão sendo desligadas para poupar o volume acumulado de água. Isso ocorre para evitar que o nível de armazenamento fique tão baixo a ponto de elevar os riscos de um fenômeno conhecido como "cavitação" - formam-se bolhas que podem levar a um desgaste irreversível das máquinas. "É mais ou menos o que acontece quando você esvazia uma banheira e aparecem aqueles redemoinhos", compara. Ao desligar parte das turbinas, segundo Araújo, perde-se capacidade de resposta rápida a variações bruscas de demanda no sistema. "As térmicas não têm uma resposta tão rápida. Nas hidrelétricas, é como abrir a torneira. Você abre e sai água imediatamente", diz o especialista. No momento atual, porém, muitas usinas vivem uma situação em que não adianta simplesmente jogar mais água nas turbinas, porque os reservatórios estão baixos e não há queda suficiente para aumentar a geração de energia. "Essa diminuição de queda não significa só que estamos mais perto de um racionamento. Corremos o risco também de não conseguir atender variações súbitas de carga." Araújo demonstra preocupação ainda com os serviços de manutenção da rede de linhas de transmissão que tiveram suas concessões renovadas em 2012. As empresas que prorrogaram esses contratos passaram a depender de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para fazer intervenções na rede. Elas começaram a ser remuneradas apenas pela operação e manutenção dos ativos, o que, nas palavras do especialista, significa "estar aí para administrar o pessoal e trocar uns parafusos". Reparos maiores e substituições de equipamentos tornaram-se processos mais lentos e, com isso, haveria maior risco de desgaste na rede. O professor Nivalde de Castro, coordenador do grupo de estudos do setor elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), concorda com essa hipótese. "São concessões sem ativos e as empresas ficam receosas de fazer investimentos que podem não estar sendo consideradas, pela Aneel, em suas bases regulatórias", afirma. Para agravar o problema, segundo ele, as empresas do setor estão descapitalizadas por causa da indefinição no pagamento de indenizações restantes por terem aderido ao plano de renovação antecipada das concessões. Tudo isso, na avaliação de Castro, pode estar prejudicando os trabalhos de manutenção. 13
Enquanto isso, o TCU direciona sua investigação na rede de distribuição. Informações preliminares apontam que as empresas não estariam investindo o suficiente na conservação das redes e que a fiscalização - muitas vezes terceirizada pela Aneel aos órgãos estaduais - é deficiente. Nos nove primeiros meses de 2014, o consumo cresceu só 2,5%.
Estudo identificará impactos de livre comércio com os EUA Fonte Jornal Valor EconômicoLucas Marchesini e Eduardo Campos de Brasília12/11/2014 às 05h 00 Para estimular o governo a avançar nas relações comerciais com os Estados Unidos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu) e a US Chamber criaram um grupo de trabalho para estudar o interesse e o impacto de um eventual acordo de livre comércio Brasil-EUA. As três entidades terão um ano para consultar as indústrias dos dois países e analisar quais setores seriam estratégicos para esse acordo. Depois disso, um estudo será elaborado e entregue aos dois governos. "A nossa proposta é dar início a uma consulta ao empresário brasileiro a respeito do interesse na relação com EUA e como poderíamos estreitar isso", disse o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. A principal dificuldade seria a relação com os acordos comerciais existentes hoje. No caso do Brasil, o entrave principal seria o Mercosul. Abijaodi disse que é necessária uma reorganização do bloco. Ele, contudo, não deu detalhes das mudanças que a CNI gostaria de ver implementadas. "A forma de fazer isso está muito presa a reavaliar a estrutura do Mercosul", disse. A vice-presidente para as Américas da USChamber, Jodi Bond, disse que "em tempos de incerteza econômica, os países tendem a olhar para dentro e os EUA estão fazendo isso com suas indústrias. Nós queremos encorajar os governos a olharem para fora".
Distribuidoras devem arcar com custo da ineficiência em 2015 Fonte Jornal Valor Econômico Rafael Bitencourt de Brasília12/11/2014 às 05h 00 As distribuidoras da Eletrobras serão fortemente atingidas pelos custos da ineficiência na prestação do serviço na região Norte. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou o dispositivo de lei que obriga as concessionárias a reembolsar parte das despesas decorrentes da compra de óleo combustível e diesel que abastecem termelétricas dos sistemas isolados - localidades que não recebem a energia produzida em outras regiões do país. O regulamento da Aneel produz efeitos a partir dos ciclos de reajuste tarifário de 2015. A devolução de recursos será feita à Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). A decisão também produzirá efeitos sobre empresas que pertencem a grupo privados que atuam no sistema isolado, como Equatorial Energia (Celpa), Energisa (Cemat) e Neoenergia (Celpe). O diretor da Aneel André Pepitone explicou que o dinheiro transferido às distribuidoras pela CCC deveria cobrir somente o gasto com a energia fornecida em padrões mínimos de eficiência, que não envolvem perdas comerciais com inadimplência ou ligações clandestinas (os "gatos"). As chamadas perdas técnicas não entram nesta conta, pois são consideradas inerentes à operação da rede elétrica. O pagamento vinculado à ineficiência das empresas do sistema isolado será gradual. Inicialmente, apenas 25% dos gastos serão cobrados em 2015, o que corresponde ao montante de R$ 161 milhões em 2014. Outras parcelas de 25% serão acrescidas nos três anos 14
seguintes. A partir de 2018, essas distribuidoras terão de pagar 100% do custo da energia desperdiçada com perdas não comerciais. Se a regra obrigasse o pagamento integral em 2014, as empresas teriam que liquidar o saldo de R$ 645 milhões. Ontem, Pepitone reconheceu, após reunião da diretoria, que as distribuidoras mais afetadas pelo reembolso à CCC são do grupo Eletrobras, que já acumulam prejuízos históricos na região Norte. "A região Norte concentra a maior quantidade de 'perdas'", afirmou Pepitone. Diante da possibilidade de "insolvência" financeira dessas concessionárias, a diretoria admitiu que a agência poderá rever a proporção dos repasses. De acordo com Pepitone, as concessionárias de distribuição afetadas pela mudança chegaram a pedir para amenizar a pressão financeira prevista. As empresas defendiam o pagamento gradual, com a primeira parcela anual de 15% das despesas e acréscimo na mesma proporção nos anos seguintes. A solicitação, no entanto, não foi acatada pela agência reguladora. Entre as distribuidoras do grupo Eletrobras que acumulam prejuízos na região Norte estão a Amazonas Energia (AM), a Eletroacre (AC), a Ceron (RO), a CEA (AP) e a Boa Vista Energia (RR). Pepitone disse que a Amazonas Energia registra patamar de perdas comerciais correspondente ao seu mercado de consumidores residenciais (baixa tensão). "Não faz sentido cobrirmos toda essa ineficiência. Demos agora um sinal regulatório contundente para que a situação se reverta." Os reembolsos à CCC serão cobrados enquanto houver perdas comerciais, ou até que as empresas estejam conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Hitachi adia metas para o Brasil Fonte Jornal Valor Econômico Marcos de Moura e Souza de Belo Horizonte12/11/2014 às 05h 00 O grupo japonês Hitachi adiou a meta de vendas que tinha para 2015 no Brasil em função do fraco desempenho da economia. A empresa também estuda investimentos em outros países da América do Sul, em parte como alternativa ao mercado brasileiro. As afirmações foram feitas ontem ao Valor PRO, o serviço de informações em tempo real do Valor, por KazuhiroIkebe, diretor presidente da Hitachi South America. "Há três anos, nosso presidente veio ao Brasil e o objetivo era chegar a US$ 1,2 bilhão em vendas em 2015. Agora, possivelmente vamos alcançar essa cifra em 2016 ou 2017", disse Ikebe, de 57 anos. Uma das maiores multinacionais do Japão, a Hitachi tem uma ampla gama de produtos e serviços nas áreas de telecomunicações, energia, infraestrutura, mineração, industrial, eletrônica e outras. Seu faturamento global em 2013 foi de US$ 93,4 bilhões. "A economia brasileira vai ter um 2015 um pouco mais difícil. Este ano de 2014 não foi bom e a recuperação não vai ser muito rápida", disse o executivo, que participou ontem de um seminário em Belo Horizonte sobre inovação, eficiência e produtividade, organizado pelo Valor e a Hitachi. "A política do Partido dos Trabalhadores não é para aumentar a economia, mas para ajudar diretamente as pessoas. Então, a economia não vai mudar muito rapidamente e por isso vejo que 2015 será fraco e que a partir de 2016 e 2017 possivelmente comece a melhorar outra vez." No Brasil, onde a operação começou nos anos 40, a Hitachi mantém um estrutura de 1.460 funcionários, um contingente que se manteve estável nos últimos dois anos. "O Brasil precisa de mais desenvolvimento de infraestrutura. Cremos que teremos muitas oportunidades para contribuir em projetos de infraestrutura em soluções de energia, 'smart grids', com trens, escavadoras." O país representa, no entanto, uma fatia minúscula, de menos de 1%, do negócio da empresa pelo mundo. A Hitachi tem um exército de 320 mil empregados pelo mundo. 15
Ikebe diz que o Brasil é a prioridade da empresa em seus planos para América do Sul, mas que o momento de indicadores econômicos ruins estão levando a empresa a olhar com mais atenção outros países da região. "Falando de possibilidades, os países que integram a Aliança do Pacífico têm economias melhores que a do Brasil. Então estamos pensando em fazer alguns negócios nesses países: Chile, Peru e Equador", disse Ikebe, que atualmente vive em São Paulo. "Sem dúvida, Brasil é nosso primeiro objetivo, mas como o Brasil está sofrendo com a economia, vamos pensar também nesses três países da Aliança do Pacífico." Sem mencionar uma cifra, o executivo disse que parte do investimento para o Brasil anunciado em 2012 já saiu do papel, mas completou: "Outra parte temos que adiar um pouco". O grupo tem dez empresas no Brasil, entre elas a Hitachi Data Systems (armazenamento de dados), a Hitachi Ar Condicionado, a Hitachi Sistemas Médicos (equipamentos de diagnóstico por imagem) a Hitachi Kokusai Linear (equipamentos para transmissão de sinal para TV Digital). Em abril, a Hitachi informou que entregou um conjunto de compressores para a Petrobras uma encomenda que havia sido feita por uma fornecedora da estatal, a ToyoSetal. Ikebe disse que a Hitachi ficou surpresa com as denúncias de corrupção na Petrobras e com o acordo de leniência fechado pela ToyoSetal com autoridades brasileiras para contar detalhes de operações irregulares em troca de penas menores. "Foi surpreendente para nós. Uma pessoa que está encarregada da questão dos compressores e que negociou com Petrobras também se surpreendeu muito com essa declaração de Toyo", disse o executivo. "Seriedade é mais importante que o negócio para nós. Sobre esse tipo de problema que Petrobras e Toyo tiveram, se temos de fazer esse tipo de coisa, não disputamos um negócio." Ele disse que a Hitachi, em especial o setor de pesquisa e desenvolvimento, mantém contato com a Petrobras para "ajudá-los a melhorar suas atividades diárias". E acrescentou: "A Petrobras é para nós um cliente muito importante."
Líderes do G-20 tentam restaurar confiança global Fonte Jornal Valor EconômicoAssis Moreira de Brisbane (Austrália)12/11/2014 às 05h00 Os líderes das maiores economias desenvolvidas e emergentes, que formam o G-20, vão dizer que estão "prontos para usar todos os instrumentos para apoiar a recuperação econômica", conforme rascunho do comunicado obtido pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. Na cúpula do fim de semana, na Austrália, os líderes tentarão gerar mais confiança nos mercados, procurando "assegurar que nossas políticas macroeconômicas apoiam o crescimento, fortalecem e reequilibram a demanda global". O "Plano de Ação de Brisbane" será lançado no domingo com a promessa de gerar 2% adicionais de crescimento, significando US$ 2 trilhões a mais na economia mundial e milhões de empregos até 2018. Mas é uma estratégia voltada para aumentar o produto potencial, com foco na oferta de médio e longo prazos. Quando essa estratégia começou a ser preparada, no início do ano, a expectativa era que a economia global iria se recuperar. Ocorreu o contrário, com crescimento menor que o previsto. A avaliação que o G-20 fará é que a recuperação global continua "lenta, irregular" e abaixo do ritmo requerido para gerar os empregos necessários. Esse cenário recoloca para o G-20 a questão sobre o que fazer no curto prazo para gerar mais demanda. Embora o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, diga que a cúpula terá "resultados concretos e não palavras sublimes", o que há são sobretudo boas intenções. Durante o encontro, a presidente Dilma Rousseff e os demais líderes do G-20 deverão enfatizar que melhorar o ambiente doméstico para investimentos é essencial para atrair novos capitais privados para projetos bilionários de infraestrutura. 16
Investidores institucionais estão buscando aplicações de maior rentabilidade, porque os títulos públicos rendem muito pouco atualmente - e os projetos de infraestrutura em países emergentes são uma alternativa. Por isso, o Brasil apoiou a iniciativa da Austrália de criar um "hub" para aproximar investidores e governos. Dilma planeja destacar no G-20 que o país quer atrair mais esses investidores. O país incluiu projetos estimados em US$ 49 bilhões na estratégia global de crescimento do G-20. E não colocou outra lista de projetos de US$ 50 bilhões porque não houve tempo hábil.
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