SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 13 DE FEVEREIRO DE 2015
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Plano do governo prevê apenas uma desoneração a exportador Fonte Jornal Folha de São Paulo NATUZA NERY DE BRASÍLIA e RENATA AGOSTINIDE SÃO PAULO13/02/2015 às 02h00 Anunciado ao setor privado como uma das prioridades do segundo mandato de Dilma Rousseff, o Plano Nacional de Exportação formulado pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) inclui somente uma nova medida de alívio à indústria. A novidade no texto, ao qual a Folha teve acesso e considerado "tímido" por integrantes do governo, é o fim da cobrança de Imposto de Renda na fonte sobre remessas para o exterior, despesas relacionadas à venda de produtos e prestação de serviços. Além da redução no IR (que beneficiaria especialmente o setor de serviços), a minuta do plano, ainda preliminar, prevê a manutenção da alíquota de 3% do Reintegra, que devolve créditos tributários aos exportadores, até 2018, e a edição de uma MP para permitir a compensação de créditos existentes de PIS/Cofins e de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) com débitos previdenciários das empresas. Nem com isso, contudo, está garantido. O Mdic enfrenta oposição da equipe econômica, preocupada com o ajuste nas contas públicas. As propostas vêm sendo debatidas com a Fazenda, mas ainda não receberam o aval final da pasta, segundo apurou a Folha. O ministro Joaquim Levy defende a redução da alíquota do Reintegra. A elevação do percentual, um pleito antigo da indústria, fora anunciada pelo ex-ministro Guido Mantega semanas antes das eleições presidenciais do ano passado, com renúncia estimada em R$ 6 bilhões. Segundo um empresário com interlocução no Executivo, o documento produzido pelo Mdic não é ambicioso como gostaria a indústria, mas tem o mérito de colocar na mesa medidas básicas que deveriam ter sido implementadas há anos pelo governo Dilma. O documento prevê que o país conclua "negociações em curso" de acordos comerciais e antecipe cronogramas dos que estão em vigor. A expectativa do Mdic é lançar o programa em março, já com a lista de 30 países que serão alvo da estratégia comercial brasileira. No ano passado, as exportações brasileiras fecharam em queda de 7%, e o país teve o primeiro déficit comercial desde 2000. O cenário para este ano é incerto, com queda do preço das commodities, desaceleração chinesa e crise argentina. O material do Mdic prevê ainda a criação de um seguro de crédito à exportação para a cobertura de risco político necessário em países onde há imprevisibilidade de regras dos governos. O Mdic afirmou em nota que recebeu um grande número de propostas, "entre as quais estão pontos que o jornal teve acesso", e que não há um "plano consolidado".
Levy traça cenário em que é preciso aumentar produtividade, diz varejista Fonte Jornal Folha de São Paulo SOFIA FERNANDESDE BRASÍLIA12/02/2015 às 18h08 Este é um ano de ajustes, em que será preciso fazer mais com menos. Esse foi o recado dado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) a gigantes do varejo, durante reunião a portas fechadas na tarde desta quinta-feira (12), de acordo com empresários. Segundo Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Levy traçou um cenário em que será preciso aumentar a produtividade para que a economia se recupere e pediu apoio das empresas do setor para este momento de ajustes. 2
"O setor varejista brasileiro é um dos maiores do mundo. É o que mais emprega e com certeza pode ajudar muito a criar um ambiente melhor para ajudar a trazer mais investimentos e a retomada do crescimento da nossa economia", disse Levy aos empresários, segundo nota divulgada pelo ministério. Os varejistas se comprometeram a incentivar seus clientes a poupar água e energia, depois de o ministro afirmar que, se cada casa diminuir em 2% o consumo, "vai ajudar muito", segundo o relato de Trajano. "Mas o ministro não recomendou nada", disse a executiva. "A gente sabe que tem uma linha direta com consumidor e que podemos ajudar com economia de energia", afirmou Trajano, que é presidente do IDV (Instituto Para Desenvolvimento do Varejo). BUROCRACIA Os varejistas mostraram apoio ao pacote de medidas para cortar gastos e elevar as receitas do governo, mas reclamaram da burocracia no país, que suga até 3% do faturamento das empresas. "Há pouco espaço de manobra para grandes generosidades, mas tem a questão do ambiente de negócios, que tem impacto na competitividade", disse Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, citando excesso de burocracia e a complexidade da legislação tributária como entraves. "Saímos mais confiantes da reunião. A gente viu que eles estão trabalhando firme, trabalhando para fazer um Brasil melhor. Estão pedindo a colaboração e estão abertos para o que pode ser baixado, que é excesso de burocracia", disse Trajano.
A nova década perdida Fonte Jornal Folha de São Paulo 13/02/2015 às 02h00 Sobrevém um amargor na boca quando "recessão", "eclipse" ou mesmo "impeachment" aparecem na tela do radar que o mundo direciona ao Brasil. O impacto negativo dessas indesejáveis características nos próximos quatro anos, acrescido da mediocridade do último quadriênio, convida a outra noção: o país está em meio a uma nova década perdida. Pensamos nos anos 1980 como a dolorosa convalescência do hiato democrático e dos excessos nacional-desenvolvimentistas dos governos militares. Hoje, o desperdício de nossas potencialidades associa equívocos econômicos aos de política externa numa combinação que deprecia o respeito pelo país. Se o foco é no alívio da pobreza, inexiste na história momento recessivo em que os maiores prejudicados não tenham sido os menos favorecidos. Na ausência de crescimento vigoroso, caem por terra alicerce e discurso do combate à desigualdade. Isso é tanto mais grave no tipo de recessão que se avizinha para o Brasil. Ela vem de mãos dadas com vácuo de liderança e inflação. Ambos desencorajam o investimento, que deveria ser o motor de uma nova fase de crescimento. Se o país fechar a atual década com expansão média anual de 2%, nem de perto nos desvencilharemos da armadilha da renda média. Em paralelo, é frustrante continuarmos a assistir a grandes mercados emergentes arremeterem. Indonésia, Índia e China esperam crescimento anual superior a 6% no intervalo 2015-18. No período, estimativas realistas projetam o Brasil com expansão média 1,5 % abaixo da economia mundial. Ouve-se com frequência do governo brasileiro, no que só pode ser alusão à Europa, que poucos estão crescendo. Uma coisa, porém, é o desempenho estacionário da zona do euro, onde a renda per capita é de US$ 35 mil. Outra é empacar com um terço disso, como o Brasil, ainda nos verdes anos do bônus demográfico. Nesse ritmo, é grande o risco de ficar velho antes de se tornar rico.
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No âmbito das relações internacionais, estamos desorientados. Na melhor hipótese, praticamos uma diplomacia confusa. E, ao contrário do desejado mote para o Itamaraty de Dilma 2.0, "sem resultados". Nos fóruns multilaterais, estamos eclipsados por falta de pagamento de contribuições regulares ou pela grande alocação de tempo, recursos e capital político em portfólio de baixo retorno, de que é exemplo o marasmo da OMC. Em nossa suposta prioridade à África, abrimos grande número de postos diplomáticos, agora em frangalhos orçamentários. Na América Latina, o embate maior entre Washington e Pequim por aliados regionais num momento de fragilidade econômica e diplomática brasileira mina nossa influência. A Argentina claramente já substituiu o Brasil pela China como principal referência de sua política externa. Nações desperdiçam anos quando não crescem, não têm desempenho à altura de seu potencial. Mas uma década só é realmente perdida quando um país nada aprende com ela. Vivemos uma confluência de todos esses fatores. Tomara que desta vez o passado e o presente nos ensinem algo para o futuro.
Oportunidade desperdiçada Fonte Jornal Folha de São Paulo 13/02/2015 às 02h00 O país está em meio à transição de um modelo de expansão econômica cujos resultados se esgotaram para outro ainda pouco claro, embora já iniciado com o ajuste absolutamente necessário das contas públicas. Essa é a prioridade que se apresenta por agora, agravada pela teia de problemas acumulados no passado recente, cujas sequelas estão na raiz dos passivos que assombram o país, do risco de racionamento de água e energia ao escândalo que dilacera a Petrobras e a cadeia de petróleo, gás, bens de capital e construção pesada -áreas de ponta do dinamismo econômico e do investimento nos últimos anos. Esse contexto é adverso à volta do crescimento no curto prazo, sem o qual todos os anseios serão muito mais difíceis. Uma reação positiva puxada pelas exportações seria extremamente salutar nesse quadro, mas aqui também os obstáculos não são desprezíveis. Para uma das dez maiores economias do mundo, nossa expressão exportadora é pífia, pouco superior a 10% do PIB, ou 1,3% das exportações globais. Quanto aos produtos industriais, o naco do Brasil no total das exportações mundiais é irrisório: mero 0,7%, o que confere à indústria brasileira a 31ª colocação nesse ranking. Ainda assim, a exportação é nossa melhor vantagem para evitar que o mergulho da atividade econômica seja intenso, complicando adiante a retomada do crescimento, apesar de tais vantagens não serem tão óbvias. A depreciação cambial (42% em dois anos) não está tendo o efeito energético sobre as exportações como no passado, refletindo, no país, uma densa estrutura de custos de produção, além da falta de maior conexão com as cadeias produtivas globais, e, no exterior, o baixo dinamismo do comércio mundial e do mercado de commodities. Tais questões são fatos, mas também é verdadeiro que aqui estão todas as grandes corporações do mundo 98% dos 500 maiores grupos dos Estados Unidos, todos os gigantes empresariais da Alemanha, do Japão, da Coreia do Sul, da França, da Suécia, da Inglaterra da Suíça, e os da China estão a caminho. São corporações que compõem a lista dos cem maiores exportadores globais, mas não devido às suas operações no Brasil, em que se destacam pelas vendas no mercado doméstico, não nas exportações. Mais estranho é que esses grupos estão aqui não como simples escritórios de representação, mas como fabricantes de bens de última geração tecnológica, com nenhuma ou mínima defasagem em relação ao que há lá fora –de smartphones a carros, de roupas a TVs. Diferente é o preço, muito maior no país. A presença dessas empresas em território brasileiro é uma vantagem pouco usada e até desperdiçada, pois foram induzidas a se especializar no mercado doméstico, graças a medidas 4
de incentivo, subsídios e proteção. A receita de exportação de manufaturados fica, assim, aquém do que poderia potencialmente ser, desequilibrando a balança de nossas contas externas. Tais evidências sugerem o que deve ser feito para, em paralelo ao programa de ajuste fiscal, relançar as bases do crescimento, tendo a exportação como um dos esteios, e a qualificação do investimento industrial, como preliminar para pôr a economia brasileira no centro mais dinâmico da geração de renda no mundo. Segundo dados da OCDE, as corporações globais têm influência sobre 80% das exportações de bens e serviços no mundo. No Brasil, as empresas com participação estrangeira fazem 60% das exportações e poderiam ir muito além se induzidas apropriadamente. E por que o Brasil é relevante para suas operações, mas não para o comércio mundial, como suas instalações em outros países? Penso que a razão de fundo está na falta de uma política de comércio exterior consistente. Ela deveria ser alicerçada em uma maior aproximação dos grandes centros comerciais do mundo via acordos bilaterais com os EUA, a Europa e outros países. Em simultâneo, deveriam ser resolvidos os problemas provocados pelos impostos cumulativos e pelas más condições da infraestrutura. Não é uma agenda trivial. Mas o mais difícil, que é atrair tais empresas, está feito. Se esse desafio já foi superado, a solução depende da clarividência de nossas ações. Hoje, nitidamente, deixamos sobre a mesa algumas dezenas de bilhões de dólares de exportações.
Ao PMDB, Lula critica governo e pede conversa séria entre Dilma e Cunha Fonte Jornal Folha de São Paulo PAINEL13/02/15 às 02h 00 Carne na brasa Lula foi recebido para “umas cervejas e um churrasquinho” na residência oficial do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), na quarta-feira à noite, véspera de seu encontro com Dilma Rousseff. O ex-presidente criticou a articulação política do Palácio do Planalto e disse que a presidente deveria chamar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para uma “conversa séria” o quanto antes, segundo convidados. O petista defende que o vice Michel Temer se envolva diretamente na articulação com a Câmara. Preleção Na conversa, da qual participaram também o governador Luiz Fernando Pezão e seu antecessor, Sérgio Cabral, Lula criticou a inação do PT no Congresso. Saudades O ex-presidente relatou que não tem sido muito ouvido pela presidente a quem chamou de “Dilminha”, mas estava animado com a conversa que teriam. Semiótica Políticos aliados e oposicionistas notaram, no entanto, certo desconforto entre a presidente e o padrinho nas fotos oficiais divulgadas após o encontro. Olá Paulo Roberto Costa disse à Justiça que ele e o doleiro Alberto Youssef encontraram João Vaccari por acaso num restaurante em São Paulo. Youssef teria cumprimentado o tesoureiro e dito que ele era responsável pela “distribuição de valores” ao PT. Fundo de pensão O ex-diretor da Petrobras reclamou que ganhava R$ 80 mil e passou a receber aposentadoria de R$ 14 mil quando deixou a estatal. Mas admitiu que, já fora da empresa, chegou a receber até R$ 550 mil em um mês de empreiteiras a título de propina atrasada. Profético Paulo Roberto contou que, em 2008 ou 2009, Rogério Araújo, diretor da Odebrecht, o chamou de “tolo”. “Você ajuda mais os outros que a si mesmo. E em relação aos políticos que você ajuda, a hora que você precisar de algum deles, vão te virar as coisas”, teria dito. Carona Convidado para a festa de 35 anos do PT, o presidente do Uruguai, José Mujica, contou com dois carros cedidos pelo governo de Minas para participar do evento. Um dos veículos foi usado por um diplomata e o outro integrou a escolta de Mujica. Outro lado A assessoria do governador Fernando Pimentel informou que os carros são alugados e foram cedidos ao uruguaio por se tratar de chefe de Estado. 5
Grampo 1 Cotado para o Supremo, o ministro Mauro Campbell, do STJ, foi citado indiretamente em telefonema de 2011 entre Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira Grampo 2 Na ligação, a dupla comenta que “aquele ministro que nós pedimos” votará pela anulação de investigação contra um aliado de Demóstenes. Veja bem Campbell foi o único ministro do STJ que votou dessa forma. À época, ele confirmou ter se encontrado com o então senador, mas negou que tivessem discutido seu voto sobre o caso. Reserva… O governo paulista quer tentar sair da defensiva nesta sexta-feira, na primeira reunião do comitê sobre a crise hídrica, criado após pressão de prefeitos da região metropolitana. … técnica Benedito Braga, secretário de Recursos Hídricos, vai cobrar que os prefeitos promovam campanha de mobilização, aprovem punições, fiscalizem desperdícios e agilizem a regularização de áreas de preservação ambiental invadidas. Resta um O bloco liderado por PSB, PPS e PV na Assembleia de São Paulo se movimenta para alijar o PT da Primeira Secretaria, posto que a sigla ocupa desde 1999. TIROTEIO Delação premiada é como um sequestro. Mantêm o seu cliente no cárcere na esperança de que você vá lá e pague o resgate. DE JOSÉ LUIS OLIVEIRA LIMA, advogado criminalista, que questiona o uso indiscriminado do instituto da delação na Operação Lava Jato. CONTRAPONTO Na reunião da Mesa Diretora da Câmara que discutiu a criação de uma nova comissão na Casa sobre defesa dos direitos das pessoas com deficiência, nesta quarta-feira, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) fez um agradecimento ao presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ): —Queria agradecer a Vossa Excelência, que foi muito sensível… disse Mara, que é tetraplégica. —Muito obrigado. Estamos aqui para trabalhar respondeu Cunha. —É que Vossa Excelência tem toda essa fama de durão… brincou a tucana, provocando gargalhadas.
PT morre. E maçã com cerejas Fonte Jornal Folha de São Paulo 13/02/2015 às 02h 00 Não disputo o poder e, para mim, ganhe este ou aquele, a vida segue a mesma. Os petralhas ainda não conseguiram a minha cabeça na bandeja, rodeada de cerejas e com uma maçã na boca, embora já tenham tentado algumas vezes. Gostam de propor trocas indecorosas aos contratantes, até agora rejeitadas. Pouco afeitos ao trabalho duro, os companheiros ignoram que tenho outras habilidades além de juntar coordenadas e subordinadas. E nenhuma delas é executada de joelhos ou depende de patrocínio da Petrobras ou de estatais que virarão, cedo ou tarde, caso de polícia. E porque não disputo o poder, a irritação ou o gozo que me provocam a política são, vá lá, puramente intelectuais. E, ora vejam, vou me irritando ou gozando cada vez menos com ela. Para que algo excite a nossa imaginação, é preciso haver "encantamento", palavra oriunda do mesmo manancial semântico de que vêm o canto e o poema. Pesquisem. Irrita-se aquele que se deixa estimular, excitar, que se sente instigado. Encantamento e irritação são expressões benignas de importar-se. No meu próximo artigo, defendo o impeachment da Dilma. Neste, permitam-me que expresse o tédio que essa gente provoca em mim. O tédio é parente do ódio, mas se trata de uma aversão mais contida, mais serena, mais preguiçosa. E me enfadam menos os donos do poder, que estão por aí tentando achar uma saída, uma desculpa, uma trilha culposa que os livre do dolo e da cadeia, do que seus escribas. É possível que alguns estejam apenas ganhando a vida fazer o quê? Essa profissão existe, e eu defendo que seja regulamentada. Mas há também, e são ainda mais patéticos, os que 6
emprestam a sua pena à justificação da bandalheira de olho apenas no soldo moral. Não querem se confundir com os reacionários, ainda que possam se confundir com ladrões. Escolhas morais. De novo, para surpresa de ninguém, está na praça a tese do suposto confronto entre "conservadores e progressistas", entre "golpistas e legalistas", entre "nós e eles". E alguns articulistas se prestam ao triste papel de tingir o nariz de marrom. Rui Falcão descobriu que queremos mesmo, os maus, é privatizar a Petrobras, acabar com o regime de partilha e pôr um fim à política de conteúdo nacional –aquela que já provocou um edificante rombo de R$ 20 bilhões. Em nome do povo! Por isso o seu partido denunciou, numa resolução, a conspiração da direita e aproveitou para pregar o controle da "mídia". José Eduardo Cardozo, que ficou mais magro com uma dieta argentina, mas nem por isso passou a ter ideias mais severas não leu Musil..., acha que não se deve usar a roubalheira na Petrobras para disputar um terceiro turno. Segundo diz, só pessoas com "problema psicológico" defendem o impeachment de Dilma. Tá. Ele cansou de usar o direito como argumento. Perde! Prefere mandar o oponente para o hospício. É uma tradição da escola de pensamento da qual é oriundo. Este senhor tem ideias originais sobre investigação de atos petistas desde o caso Lubeca, que já tem quase 30 anos. Era o ovo da serpente. Os companheiros ainda não perceberam que sua organização começou a morrer. As valentias de um moribundo são sempre um espetáculo melancólico. Quer falar de psicologia, Cardozo? O PT era uma neurose. Agora é só uma necrose moral.
As dores do câmbio Fonte Jornal Folha de São Paulo 13/02/2015 às 02h00 O ajuste da economia brasileira já começou e não será indolor. É inútil o governo prometer o contrário para a população. A parte mais visível desse ajuste é a cotação do dólar. A moeda americana chegou perto de R$ 2,90 nesta semana. E não é de hoje que o dólar vem subindo. Em 2011, estava cotado a R$ 1,50. Alta do dólar é como um furo no bolso das pessoas. Encarece aquela viagem para o exterior cuidadosamente planejada, torna mais caro o produto de beleza e o vinho importados. Pior: se espraia por toda a economia, elevando a inflação e correndo o poder de compra. O remédio é amargo, mas infelizmente é necessário. O Brasil estava caríssimo. Era mais dispendioso almoçar em São Paulo do que em Paris ou Nova York. Comprar roupa então é bom nem comentar. O Brasil precisa de uma desvalorização cambial para corrigir o perigoso déficit em conta corrente (suas transações com o mundo), que já chega a do 4% do PIB e deixa o país muito vulnerável a qualquer crise internacional. Para o FMI (Fundo Monetário Internacional), um patamar saudável é de 2,5% do PIB. Mas não precisamos seguir fielmente a cartilha do fundo. Se o Brasil quiser se financiar apenas com investimento direto, que é um capital menos volátil, não pode ter um déficit acima de 3%. O país também precisa de um real mais fraco para recuperar a competitividade de suas empresas, que assistiram o custo dos salários em dólares subir expressivamente nos últimos anos. Só tem dois jeitos de fechar a conta: desvalorizar o real e ajustar as contas públicas, recuperando a credibilidade da política econômica. No curto prazo, isso gera mais inflação e menos demanda. É melhor se acostumar a um período de vacas magras e deixar para depois aquela viagem a Miami.
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Prédios públicos devem economizar luz e água Portal Economia SC/Agência Brasil 13 de fevereiro de 2015 às 10h 17 O governo publicou nesta sexta-feira, dia 13, portaria no Diário Oficial da União que estabelece medidas para reduzir o consumo de energia elétrica e água em órgãos da administração pública federal. De acordo com a portaria, as entidades e os órgãos federais devem adotar práticas responsáveis de consumo, como o uso consciente dos aparelhos de ar condicionado, de lâmpadas, além de evitar o desperdício de água. O objetivo é diminuir o consumo em cerca de 30%. Entre as orientações para reduzir o consumo estão, por exemplo, manter as portas e janelas fechadas quando o aparelho de ar condicionado estiver sendo usado, desligar o aparelho quando não houver ninguém no ambiente e evitar usá-lo após as 18h. Desligar o monitor dos computadores, de impressoras, estabilizadores e caixas de som também são providências que serão incentivadas. No caso de geladeiras e freezers, deve-se evitar que as portas fiquem abertas sem necessidade e regular a temperatura dos equipamentos conforme a estação do ano e a capacidade utilizada. Desligar as lâmpadas das salas que não estiverem em uso, principalmente nos horários de almoço e no encerramento do expediente, evitar acender lâmpadas durante o dia, dando prioridade à luz natural sempre que possível, e reduzir a iluminação em áreas de circulação, pátios de estacionamento e garagens, desde que não prejudique a segurança nos locais, são outras medidas que devem ser adotadas. A portaria recomenda acionar apenas um elevador e usar, sempre que possível, as escadas para os primeiros pavimentos e para subir ou descer poucos andares. Segundo o Ministério do Planejamento, o uso da água também deve ser responsável, evitando desperdícios, como vazamentos nas instalações. A portaria recomenda atenção à manutenção das torneiras totalmente fechadas, prioridade ao uso de descargas mais econômicas, e a criação, quando possível, de sistemas de captação de água da chuva. De acordo com a pasta, os órgãos e entidades devem informar mensalmente os dados sobre consumo de energia elétrica e de água por meio do Sistema do Projeto Esplanada Sustentável (SisPES). As informações relativas ao ano de 2014 e a janeiro de 2015 deverão ser inseridas no SisPES no prazo de 30 dias a partir da publicação desta portaria. As secretarias de Orçamento Federal e de Logística e Tecnologia da Informação, junto com a Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, estabelecerão indicadores para o monitoramento do consumo.
Dívida de países atinge US$ 199 trilhões e ameaça economia global Fonte BBC do Brasil 12 fevereiro 2015 O documento analisa 47 países e faz um ranking considerando o nível de endividamento de seus governos, famílias e setores privados. O Brasil ocupa o 34º lugar do ranking, com um endividamento de 128% do PIB - dos quais 65% correspondem a dívidas públicas, 25% a dívidas das famílias e 38% a dívidas de empresas privadas. Um dos destaques do relatório é a China, cuja dívida quadruplicou no período, passando de US$ 7 trilhões para US$ 28 trilhões (282% do PIB chinês). No ranking, o país está na 22ª posição. 8
No caso brasileiro, porém, o relatório indica um aumento da parcela da renda das famílias comprometida com empréstimos. Desde 2007, essa parcela teria subido de 27% para 41%. "As economias em desenvolvimento da lista no geral tem tido um crescimento do endividamento das famílias maior (por exemplo, China, Brasil e Rússia), mas elas partem de uma base mais baixa", explica o documento. Segundo o MGI, a dívida total desses 47 países analisados subiu US$ 57 trilhões desde 2007, passando de US$ 142 trilhões para US$ 199 trilhões. Do total do aumento, US$ 25 trilhões corresponderiam a dívidas públicas. "Depois da crise econômica de 2008, iniciamos um intenso esforço de pesquisa para entender a magnitude e as implicações da bolha de crédito global que desatou essa crise", diz o MGI "O que descobrimos é que, no geral, o nível de endividamento em relação ao PIB hoje é mais alto na maior parte dos países. Em muitos, não apenas os governos continuaram a aumentar a sua dívida, mas as famílias e as empresas também (...) Isso cria uma série de riscos em alguns países e limita as perspectivas de crescimento de outros." Confira abaixo os 10 países mais endividados dessa lista. Os números indicam o tamanho da dívida conjunta de governos, famílias e setor privado em relação ao PIB: 1.Japão 400% 2.Irlanda 390% 3.Cingapura 382% 4.Bélgica 327% 5.Holanda 325% 6.Grécia 317% 7.Espanha 313% 8.Dinamarca 302% 9.Suécia 290% 10.Itália 259%
Por baixo dos panos FONTE O Estado de S. PauloJosé Paulo Kupfer 10 Fevereiro 2015 às 02h 01 Desde que a economia começou a perder fôlego, depois do pico de crescimento de 7,5%, em 2010, a resistência da taxa de desemprego em níveis historicamente baixos passou a ser um dos temas mais recorrentes do debate econômico. A cada período em que, mesmo com o ambiente econômico menos favorável, o desemprego não se mexia, choviam análises apontando para o início de uma disparada das demissões no período seguinte, o que era desmentido, no período seguinte, pelos baixos índices de desemprego. Embora instigante, a relação inversa entre desemprego e nível de atividades, no Brasil, não estimulou, pelo menos no grau que seria esperado, a produção de estudos e pesquisas mais detalhados. A explicação genérica de que o desemprego baixo se devia mais a uma redução do ritmo de crescimento da população economicamente ativa do que a um avanço do nível de ocupação foi logo aceita, assim como a razão para o fenômeno: o aumento na renda das famílias propiciou aos jovens alongar sua taxa de escolaridade e adiar o ingresso no mercado de trabalho.
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A derrubada do mercado de trabalho formal, sobretudo no ano passado, acelerou a expectativa de que a taxa de desemprego finalmente mostrasse uma cara mais condizente com a estagnação econômica vigente. Mas isso não ocorreu e ainda não deverá ficar claro na divulgação, prevista para hoje, dos números da Pnad Contínua do último trimestre de 2014. É visível, porém, que o quadro do mercado de trabalho apresenta sinais de deterioração que vão além da taxa de desemprego pura e simples. Um fator opera por baixo dos panos das estatísticas brutas do mercado de trabalho, tornandoo crescentemente mais precário. Trata-se da taxa de rotatividade, que, no Brasil, atinge níveis espantosamente altos. Em termos anuais, nos últimos dois anos, dois em cada três trabalhadores deixaram os respectivos postos de trabalho. No Brasil, a rotatividade da mão de obra vive uma espécie de "efeito Tostines". Não se sabe se ela é alta porque o trabalhador é de baixa qualificação ou se ele é de baixa qualificação por causa da rotatividade. O fato é que, com rotatividade tão alta, fica muito difícil despertar nos empregadores interesse em treinar e qualificar empregados. A alta rotatividade produz outras distorções e ajuda a criar situações absurdas. Parte importante do fenômeno brasileiro da redução da taxa de desemprego em paralelo à elevação dos gastos com o seguro-desemprego, entre 2003 e 2014, tem como causa o giro de empregados. Nesse período, em que a taxa de desemprego caiu para um terço do que era no início, o volume destinado a pedidos de seguro-desemprego aumentou mais de cinco vezes. Cálculos do economista Gustavo Gonzaga, especialista em mercado de trabalho e professor da PUC-Rio, publicados no domingo em artigo na Folha de S. Paulo, mostram o quanto a legislação estimula a rotatividade. Um trabalhador CLT que receba salário mínimo obterá 6,15 salários mínimos, caso seja demitido sem justa causa depois de seis meses de trabalho na mesma empresa, somando seguro-desemprego, aviso prévio, FGTS e respectiva multa, 13.º salário e férias proporcionais. Com as novas regras do seguro-desemprego e com o prolongamento da estagnação da economia, é possível que a rotatividade da mão de obra observe alguma redução de ritmo. Mas, em contrapartida, a informalidade pode voltar a ocupar um espaço que perdeu, nos últimos dez anos, para o mercado de trabalho regular. É o que já está ocorrendo com o fechamento de vagas formais no mercado de trabalho, sem que esse fato influencie a taxa de desemprego - a acomodação tem se dado pelo aumento dos trabalhadores por conta própria, quase sempre um eufemismo para informais. É também o que pode vir a ocorrer com mais ímpeto se a nova norma do seguro-desemprego for aplicada sem considerar esses fatores invisíveis a olho nu.
Bancos viveram fim de uma era em 2014, dizem analistas FONTE ALINE BRONZATI - O ESTADO DE S.PAULO13 Fevereiro 2015 às 02h 02 O cenário de 2015, de acordo com os grandes bancos, é "desafiador". Além do crédito que deve crescer menos, são esperadas receitas menores com banco de investimento e há temores quanto à possibilidade de piora na qualidade de ativos não só por conta da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, mas também por causa da taxa Selic ainda maior. Embora juros mais altos favoreçam a margem dos bancos, se respingar nos calotes, a conta pode vir mais cara.
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E com base neste cenário que analistas classificaram o quarto trimestre de 2014 como o fim de um ciclo para os grandes bancos de capital aberto. Juntos, Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal apresentaram lucro líquido contábil de R$ 21 bilhões. Apesar de oficialmente os bancos minimizarem os impactos da Lava Jato e uma eventual crise sistêmica para o setor financeiro, executivos de grandes instituições e de grupos estrangeiros têm demonstrado preocupação com os impactos para as empresas envolvidas e também à toda cadeia de fornecedores e prestadores de serviços. Se considerado todo o elo, a exposição supera, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, em muito os mais de R$ 130 bilhões comentados em relatório feito a pedido do governo. Como era de se esperar, a exposição dos bancos às empresas envolvidas na Lava Jato predominou as conversas com analistas e a imprensa. Apesar das várias perguntas com ângulos diferentes, todos tinham o mesmo objetivo: quantificar o impacto para o sistema. O sigilo bancário, porém, os protegeu de darem maiores explicações. Com o sinal de alerta dado nas grandes empresas por conta da Lava Jato, o foco dos bancos para emprestar será reforçado na pessoa física e, preferencialmente, em segmentos de baixíssimo risco como imobiliário e consignado (com desconto em folha). Crédito a veículo deve continuar represado uma vez que a regra que facilita a retomada do bem não deve trazer impactos imediatos. Empréstimos. Na pessoa jurídica, embora tenham descartado preocupações com a exposição do sistema financeiro aos vários grupos que estão direta ou indiretamente ligados à crise na Petrobrás, os grandes bancos não vislumbram uma piora nos calotes. Desde a eclosão da Lava Jato, a liberação de recurso novo foi comprometida e as instituições passaram apenas a renovas créditos já concedidos. Para empresas, Banco do Brasil segue mais otimista e projeta alta de 7% a 11% enquanto Bradesco espera aumento de 4% a 8%.
Governo suspende a venda de 70 planos de saúde de 11 operadoras Fonte UOL São Paulo 13/02/2015 às10h45 As vendas de 70 planos de saúde de 11 operadoras serão suspensas a partir da próxima quinta-feira (19). Isso significa que temporariamente eles não poderão ter novos clientes, mas o atendimento aos atuais consumidores continua normal. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (12) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Segundo a ANS, a suspensão foi determinada porque as empresas não respeitaram os prazos máximos de atendimento aos clientes e negaram, indevidamente, algumas coberturas. O objetivo da medida é impedir novas contratações e, ao mesmo tempo, garantir o atendimento aos cerca de 580 mil consumidores que já possuem contratos dos planos suspensos. As empresas Unimed Paulistana e Viva Planos de Saúde, de Pernambuco, foram as que tiveram a maior quantidade de planos suspensos. A Unimed Paulistana está proibida de vender 24 planos. No caso da Viva, a comercialização de 17 planos será suspensa. A lista com todos os planos suspensos pode ser acessada no site da ANS: http://zip.net/brp9ZJ
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Resposta das operadoras Em nota, a Unimed Paulistana afirmou que "continua trabalhando para atender melhor a seus clientes" e "a dedicar todos os nossos esforços para adequar o atendimento aos clientes dentro dos padrões exigidos pela Agência Nacional de Saúde". Ainda segundo a empresa, a ANS "suspende a comercialização de 24 de nossos planos de saúde e libera outros 17" e isso "em nada afeta o atendimento aos nossos clientes". A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Viva Planos de Saúde. Venda de 43 planos poderá ser retomada Ao mesmo tempo em que determinou a suspensão da venda de alguns planos, a ANS autorizou a retomada, também a partir da próxima quinta-feira, da comercialização de 43 planos. A lista completa também pode ser consultada no site da agência: http://zip.net/bvqM33 Esses planos tinham sido alvo de suspensão anterior, mas, segundo a agência, as operadoras conseguiram comprovar melhoria no atendimento nos últimos três meses. A ANS vem anunciando proibições de vendas de planos desde o final de 2011. Desde o início das ações, 1.043 planos de 143 operadoras já tiveram as vendas suspensas. Outros 890 planos voltaram ao mercado após comprovar melhorias no atendimento. A medida é aplicada com base nas reclamações recebidas nos canais de relacionamento da agência por telefone (0800 701 96560), pela internet (http://zip.net/bfphTX) e pessoalmente em 12 núcleos de atendimento existentes nas cinco regiões do país.
Economia brasileira ficou estagnada em 2014, segundo Serasa Fonte G1 São Paulo 13/02/2015 às 09h 13 Em dezembro, o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica da Serasa Experian, também chamado de PIB Mensal, recuou 0,2% em dezembro, assim como em novembro. Com este resultado, o crescimento da atividade econômica foi nulo durante o ano de 2014, sendo este o pior resultado desde 2009 quando, em função dos impactos da crise financeira internacional, a economia brasileira registrou retração de 0,3%. Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, "a escalada das taxas de juros, o aumento do dólar e da inflação e a queda dos índices de confiança tanto de empresários quanto de consumidores, pesaram negativamente sobre a economia brasileira em 2014, sem contar a perda de dinamismo acarretada pela realização da Copa do Mundo no meio do ano". O destaque negativo ficou com o desempenho da indústria, que caiu 1,9% em relação a 2013. O setor de serviços encerrar 2014 no azul, porém registrando uma alta de apenas 0,8%. O setor agropecuário foi o que exibiu o melhor desempenho durante o ano passado e cresceu 1,6% frente 2013 "tendo em vista a safra recorde de grãos produzida no ano passado (192,8 milhões de toneladas, segundo o IBGE)". Do ponto de vista da demanda agregada, os investimentos recuaram 8,3%, "decorrente da perda da confiança dos agentes econômicos quanto ao cenário prospectivo da economia brasileira". Também mostraram queda as exportações de bens e serviços, com baixa de 1,3% e as importações, com recuo de 1,2%. Por outro lado, o consumo das famílias encerrou o ano passado acumulando alta de 0,9%. "Apesar de ter terminado no azul, foi o desempenho mais fraco em 11 anos, 12
superando apenas o tombo de -0,8% de 2003." O consumo do governo registrou elevação de 1,5% no ano passado.
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