14 de abril de 2015

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 14 DE ABRIL DE 2015

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Energia solar se beneficia de alta do preço da energia elétrica Fonte Revista Veja 13/04/2015 às 12h 33 O aumento de 40% das tarifas cobradas pelas distribuidoras de energia elétrica no primeiro trimestre está abrindo espaço para a chamada geração de energia distribuída, principalmente a partir de painéis solares fotovoltaicos. A geração distribuída é a produção doméstica e em pequenas empresas de energia, a chamada microgeração. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a geração distribuída de energia solar já é economicamente viável em 23 Estados e no Distrito Federal. Ficam de fora apenas Amapá, Amazonas e Roraima, Estados cujo interessante econômico não é viável. O cálculo, feito pela consultoria PSR, leva em consideração o grau de radiação solar em cada região e a tarifa de energia de cada distribuidora. O levantamento mostra que, considerando as áreas cujas concessionárias de energia estão com as tarifas mais elevadas, há usinas solares que se pagam em menos de seis anos. Além disso, o diretor da PSR, responsável pelo estudo, conta que os módulos têm garantia de 20 anos ou mais. "No sétimo ano em diante, o sistema está pago e o usuário se beneficia da economia de energia." Outra medida que pode estimular o setor é a possível isenção do ICMS para a energia produzida por módulos solares.

Quando 2018 chegar O Globo Fabio Giambiagi é economista13 abr 2015 Durante anos, trabalhando no governo na década de 90, meu papel era falar bem do Brasil. Não era fácil. Mesmo quando as coisas melhoraram depois de 1994, na segunda metade da década, e apesar dos esforços da equipe do ministro Malan, o déficit público ainda foi, em média, de mais de 5% do PIB. Eram os anos de glória de Clinton, a economia americana tinha superávit fiscal, o FMI cantava de galo e ficar aqui falando bem de um país ainda confuso implicava lidar com estrangeiros que olhavam para nós com ar superior. O tempo passou e quando, anos depois, veio a crise de 2008, o mundo ficou de pernas para o ar. A rigor, nossa política fiscal não era nenhuma maravilha e o déficit público, embora inferior ao dos anos 90, em 2009 foi de mais de 3% do PIB. Porém, quando quem antes se arvorava a ditar regras para o mundo exibia um desequilíbrio da ordem de 10% do PIB, em termos comparativos tínhamos virado um bom exemplo. John Kennedy disse certa vez que “a fórmula do sucesso não existe, mas a do fracasso é tentar agradar a todos”. Quando, na crise, Lula em 2009 abriu o saco de bondades, distribuindo gastos, isenções e benefícios a torto e direito, ele provavelmente plantou a semente do seu êxito em 2010, mas paralelamente criou as raízes para o fracasso dos anos posteriores, agravado pelas políticas adotadas nos anos seguintes. Na vida, tudo é relativo. Quem bebe uma garrafa de vinho por dia pode ser julgado como um bêbado diante de quem é abstêmio, mas será considerado sóbrio se outra pessoa tomar

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um pileque. O fato é que passamos a nos ver como baluartes de bom comportamento, não porque tenhamos sido muito virtuosos (não fomos) e sim porque, em 2009, nada no mundo era normal, com os EUA parecendo à beira da bancarrota e a Europa no chão. Nesse contexto, os juros internacionais desabaram, para que o mundo não vivesse um caos que fizesse a recessão dos anos 30 parecer uma simples crise conjuntural de segunda categoria. Vou citar alguns dados, para o leitor ter ideia da magnitude do processo. Os juros longos de curto prazo dos EUA (os Fedfunds) em termos nominais, em média, foram de 7% nos anos 80 e de 5% na média de 1991 a 2000. Pois bem, desde o final de 2008 eles estão perto de zero. Já os juros longos do Tesouro dos EUA (dez anos), também em termos nominais e que ainda em diversos meses de 2007 chegaram a estar perto de 5%, caíram depois da crise para uma média anual de 3% durante 2009/2011 e 2% em 2012. Depois disso, eles oscilaram, influenciados pela expectativa de recuperação dos EUA, mas continuam ainda em 2%. Os determinantes principais da taxa de juros na economia são: 1) o nível de juros nos EUA; 2) o indicador de risco-país; 3) o estado da atividade. No Brasil, a taxa de juros mais importante no noticiário é a Selic, mas o indicador de longo prazo da confiança do país é dado pela taxa de juros de mercado dos papéis pré-fixados mais longos (NTN-F), por exemplo de dez anos, comparáveis com a citada taxa dos EUA. Pois bem, essa taxa nominal de dez anos, que no Brasil com juros nos EUA em níveis historicamente baixos, risco-Brasil perto do piso e a economia brasileira mal das pernas, em fins de 2012/começo de 2013 chegou a flertar com o nível de 9%, encontra-se hoje em torno de 12% a 13%. E isso ainda com a taxa curta dos EUA perto de zero e a taxa de dez anos em 2%. Enquanto o Brasil se vangloriava de poder supostamente dar lições aos “brancos de olhos azuis”, a Alemanha colhia os louros do ajustamento do seu mercado de trabalho e diversos países passavam por um “aperto de cintos” que, em alguns casos, chama a atenção pela sua magnitude. Tudo isso, enquanto a China e a Ásia continuaram a exibir altas taxas de crescimento. Nesse contexto, o desafio para o Brasil não é apenas como passar por um 2015 difícil, marcado pelo encontro com a realidade pós-eleitoral e pelo fim dos estímulos monetários nos EUA. A questão é como nos prepararmos para quando 2018 chegar, com Fedfunds de novo em torno de 3,5% a4% e taxas de dez anos entre 4,5% e 5%. Do que fizermos nos próximos três anos dependerá saber se na época, com 5% de juros externos, 3% de risco-país e 4% de diferencial de inflação, teremos que conviver permanentemente com uma Selic de 13% ou não.

Sem ajuda grátis O Globo ELIANE OLIVEIRA elianeo@bsb.oglobo.com. br Colaborou Renata Malkes13 abr 2015 Analistas de dentro e fora do governo dizem que o Brasil vai facilitar a entrada de produtos e trabalhadores chineses, por causa do empréstimo dado pelo país à Petrobras. - BRASÍLIA E RIO- O empréstimo de US$ 3,5 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China para a Petrobras, liberado recentemente, mostra que os chineses não estão brincando e querem ocupar um espaço maior do que já tem na 3


América do Sul. Antes do Brasil, a Venezuela e a Argentina, países que passam por grave crise econômica, foram socorridos por Pequim. Fontes do governo e especialistas em geral concordam que essa ajuda financeira não é de graça e especulam que a contrapartida exigida pela nação asiática são a realização de obras de infraestrutura com máquinas e equipamentos e trabalhadores do país asiático. No caso da Petrobras, a estatal pagaria o empréstimo comprando alguns equipamentos e fornecendo petróleo. — As condições do empréstimo para a Petrobras não foram divulgadas, mas devem estar vinculadas ao fornecimento de petróleo e talvez de equipamentos afirma Rubens Barbosa, exembaixador do Brasil nos Estados Unidos e atual presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Para ele, quem mais perde com a crescente presença da China na América do Sul é o Brasil, por duas razões: a concorrência, cada vez mais forte, dos equipamentos chineses; e, do ponto de vista político-diplomático, a instalação de base militar na Argentina. — O Brasil sempre se manifestou contra a instalação de bases militares em nossa região completa Barbosa. Estima-se que a China já emprestou mais de US$ 120 bilhões para a América do Sul e, por ordem decrescente, venezuelanos, argentinos e brasileiros são os maiores beneficiados. Somente em 2014, foram repassados US$ 12 bilhões para a região e a maior parte dos recursos, US$ 8,6 bilhões, veio para o Brasil. Sobre a Argentina especificamente, os mais de US$ 10 bilhões emprestados recentemente serão compensados pela compra de máquinas e equipamentos chineses e a autorização de uma base militar de rastreamento de satélites e mísseis no país. Recentemente, a presidente Argentina Cristina Kirchner esteve na China para assinar 22 acordos de uma aliança estratégica nas áreas de infraestrutura e energia. E, em janeiro último, os chineses anunciaram que iriam investir US$ 20 bilhões na Venezuela, conforme informou o presidente venezuelano Nicolás Maduro. — A China é um país discreto, que procura trabalhar silenciosamente. A grande diferença em relação a outros países é que os chineses têm muito dinheiro. São os maiores credores do mundo e possuem reservas internacionais de US$ 4 trilhões diz o pesquisador do Instituto de Relações Internacionais da PUC/Rio, Paulo Wrobel. Segundo o professor de Relações Internacionais CuiShoujun, da Universidade Renmin, em Pequim, a China vê a América Latina como parte de uma estratégia combinada de longo prazo que visa não só ao lucro, também à influência política na região. Esta estratégia ganhou força depois que o governo Lula fez da cooperação SulSul prioridade. O fato de os latinos terem um histórico de notas de risco ruins não assusta. Muito menos as atuais denúncias de corrupção aqui no Brasil. — Os países latinos podem estar em apuros agora, mas não necessariamente para sempre. E a corrupção é inevitável. O próprio governo chinês está no meio de uma 4


campanha para erradicar a corrupção. Enquanto o governo brasileiro estiver adotando medidas positivas para combatê-la, as empresas chinesas vão ver no país novas oportunidades de ganhar mercado, disse. O consultor internacional Nelson Franco Jobim reforça que a China tem as maiores reservas cambiais do mundo e um vasto fundo soberano usado para aquisições estratégicas e, principalmente, assegurar o fornecimento de matérias-primas essenciais a seu desenvolvimento. Isso orienta as relações com a África, a América Latina e o Oriente Médio. — A China se aproveita da fragilidade de países como Brasil, Venezuela e até a Rússia. O acordo da China com a Argentina foi uma clara violação das regras do Mercosul, que cada vez mais se torna irrelevante, diz Jobim. Leonardo Valente, professor de relações internacionais da UFRJ, lembra que nenhum empréstimo é de graça, nem os concedidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ou pelas potências ocidentais, nem os concedidos pela China. — Mas é extremamente positivo que o cenário internacional tenha uma maior diversidade de opções de credores, o que dá mais autonomia decisória aos países que precisam desses empréstimos. A China tem interesses estratégicos na América do Sul e estes dependem da estabilidade política e econômica da região disse Valente.

País asiático planeja investir mais no setor de infraestrutura no Brasil Fonte O GloboLUCIANNE CARNEIRO lucianne. carneiro@ oglobo.com. br13 abr 2015 O Brasil vive a terceira onda de investimentos da China, agora voltados para infraestrutura e energia, apontam especialistas. O foco dos recursos chineses passou de matéria-prima no fim dos anos 90 e início do século XX, para a indústria a partir de 2005, e agora chega a dois setores estratégicos para a economia brasileira. Com ampla experiência em investimentos em infraestrutura que foram o motor do forte crescimento chinês dos últimos anos, o país asiático agora está de olho nas oportunidades nessa área aqui. — Há uma espécie de evolução dos investimentos chineses no Brasil. Já estamos vendo uma terceira fase, sem que as demais tenham se esgotado. Isso começou em energia, com a State Grid, e agora há muito interesse em ferrovias. Os chineses estão esperando pelos leilões — afirma o chefe do setor de Promoção Comercial e de Investimentos da embaixada brasileira na China, Guilherme Billi. Quem procura a embaixada em Pequim atualmente, diz ele, está interessado principalmente em ferrovias, energia e indústria automobilística. Na visita de Xi Jinping, foi assinado um memorando de entendimentos na área. Em agosto, a China Railway EryuanEngineeringGroupCo (CREEC, na sigla em inglês) foi qualificada para desenvolver um estudo de viabilidade técnica para o trecho entre Sapezal (MT) e Porto Velho (RO) da ferrovia Transoceânica, cujo projeto é ligar o Brasil ao Pacífico. 5


— As empresas chinesas têm ido ao Brasil para conhecer a legislação, mas estão aguardando a realização dos leilões e licitações. Todos os grandes grupos de ferrovias da China querem atuar no Brasil, desde o fornecimento de vagões e locomotivas a construção e administração de ferrovias — diz Billi. O setor é que o eles chamam de win-win situation, explica o diplomata: há o ganho pelo investimento na área e também as vantagens de se ajudar a construir uma logística mais barata e eficiente no Brasil para o escoamento de produtos para a China. A percepção desse potencial de investimentos chineses na área de infraestrutura é tão grande que a Confederação Nacional do Transporte (CNT) montou, há um ano, um escritório na China. A ideia é ajudar a buscar esses investidores e, ao mesmo tempo, explicar quais são as oportunidades hoje no país e o funcionamento do mercado brasileiro, além de servir como um elo entre as empresas brasileiras e chinesas. — O Brasil tem uma necessidade de quase US$ 1 trilhão em investimentos em infraestrutura e projetos urbanos. As empresas chinesas estão interessadas e com bastante apetite para essas oportunidades, afirma José Mario Antunes, que é o executivo responsável pelo escritório em Pequim. Billi e Antunes não veem o crescimento mais fraco da economia brasileira como um obstáculo para a vinda dos yuans. O chefe do setor de Promoção Comercial e de Investimentos da embaixada brasileira na China diz que esta não tem sido uma preocupação de quem procura a representação do Brasil em Pequim: — Os chineses sabem o potencial da economia brasileira a longo prazo e investem com esse foco. A avaliação é compartilhada pelo diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) Luís Afonso Lima, que também é economista da Mapfre Investimentos. Ele afirma que o baixo crescimento pode até influir a curto prazo, mas a tendência é de alta dos investimentos chineses no país. — Os investimentos iniciados em 2011, por exemplo, podem ser feitos até 2018. A China é um investidor relativamente novo no Brasil e a tendência é de aumento desses aportes. O país acumulou muitas reservas e há um excesso de poupança, afirma o presidente da Sobeet.

Sol para todos Fonte Jornal Folha de São Paulo EDITORIAIS editoriais@uol.com.br 14/04/2015 Um dos poucos efeitos positivos do tarifaço nas contas de luz, fruto da gestão temerária do setor pelo governo federal, foi favorecer a viabilidade da energia solar (fotovoltaica). Quem sabe agora o Brasil dedicará atenção à fonte alternativa que mais cresce no mundo. O planeta conta com painéis solares para gerar 177 gigawatts (GW) de eletricidade, dos quais 38,7 GW foram instalados em 2014 crescimento de 28% sobre o ano anterior. O montante, contudo, representa menos de 1% de toda a capacidade de geração mundial. Na América do Sul, o Chile está na frente, com 400 megawatts (0,4 GW). O Brasil projeta superar tal marca só em 2021. A energia solar nem aparece na matriz brasileira: 70,6% são

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gerados por hidrelétricas, 18,3% por carvão, petróleo e gás natural, 7,6% por biomassa, 2,4% por combustível nuclear e 1,1% por ventos (dados de 2013). Isso pode começar a mudar agora que os preços da eletricidade dispararam. Segundo levantamento da consultoria PSR noticiado no jornal "Valor Econômico", a alta nas tarifas tornou a energia solar competitiva em 23 Estados e no DF. Viabiliza-se sobretudo a modalidade de geração distribuída. Imóveis residenciais e comerciais que instalem painéis podem recuperar o investimento de R$ 30 mil a R$ 40 mil em seis anos, porque já se permite, no país, que o gerador isolado injete na rede pública a energia que não estiver consumindo. Há menos de 500 dessas instalações no Brasil, entretanto. Esse número deve dobrar em 2015 e ultrapassar 160 mil até 2023, projeta a Empresa de Pesquisa Energética, do governo federal. A capacidade instalada chegaria então a 0,8 GW, cifra muito aquém dos 10,6 GW que a China tem hoje. Não falta sol por aqui. Falta uma política mais agressiva de incentivo para essa energia limpa, que se instala em questão de semanas. Ela aliviaria a dependência nacional de termelétricas e hidrelétricas, que costumam demorar anos ou até décadas para ficar prontas. Uma maneira de estimular particulares a cogitar a inversão inicial seria diminuir a taxação para melhorar seus ganhos mensais e, assim, encurtar o tempo de retorno do investimento. Com exceção de Minas Gerais, os Estados cobram ICMS sobre o total da eletricidade retirada da rede, sem considerar a energia reinjetada, quando faria mais sentido tributar só o saldo.

A Petrobras, de joelhos Fonte Jornal Folha de São Paulo VINICIUS TORRES FREIRE vinit@uol.com.br 14/04/2015 A PRESIDENTE deu de discursar, animada, sobre a Petrobras. A empresa estaria "de pé", fez uma limpa, agora é bola para a frente, coisas assim. Até parece. No entanto, investidores em ações da empresa até parecem concordar com a presidente Dilma Rousseff --apenas parece. Mas algo se move, algo mudou no que diz respeito à estatal petroleira, mesmo que temporariamente. O que houve? Desde o fundo do poço onde jaziam no final de janeiro, os preços das ações da Petrobras subiram algo mais que 50%. Os papéis da empresa pareciam baratos até em reais. Entraram de vez na xepa, em baciadas, devido à desvalorização do real. No entanto, a imagem da empresa ainda se arrasta na vala do descrédito. "Imagem", aqui, não reflete abstrações emocionais: trata-se do custo do dinheiro, das taxas de juros que investidores exigiriam para emprestar à empresa, caso a Petrobras tivesse a coragem de dar as caras no mercado. A depender dos prazos dos empréstimos, o nível das taxas de juros subiu de uns 15% até 40%. Além de baratinhas em dólar, houve motivos de sobra de especulação com ações da Petrobras, em todos os sentidos da palavra, dos melhores aos piores, alguns dos quais ainda merecem investigação da Comissão de Valores Mobiliários (ou, se a CVM os investiga, de publicidade do que foi apurado). Vaza um dilúvio de notícias importantes a respeito da empresa. Vaza o nome de um possível presidente do Conselho de Administração; da composição futura do Conselho. Vaza que a empresa vai vender tal ou qual ativo (empresas do grupo ou participações em negócios gigantescos e complexos como a sociedade na Braskem, com a Odebrecht). Vaza que a empresa conseguiu enfim a chancela dos órgãos reguladores para um modo de apresentar os prejuízos no balanço. Ontem, depois de fechado o mercado, que passou o dia a especular, a empresa informou oficialmente que sua direção discute no dia 22 o balanço de perdas com as bandalhas da corrupção e dos investimentos lunáticos. Pode ser até tudo verdade. Caso algumas notícias se confirmem, haveria perspectiva de recuperação da empresa, arruinada pelo endividamento irresponsável e pelos prejuízos, impostos pelas políticas do governo, e pelo esbulho criminoso de seus recursos.

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Mas a Petrobras estaria de "pé", pronta para caminhar? Talvez se reerga, mas sendo obrigada a cortar o peso de um braço, de uma orelha (ainda assim, haverá problema de sobra, mas passemos, por hoje). A Petrobras vai tentar sair do chão vendendo ativos valiosos a preços de liquidação, pois a economia do país e a do setor de petróleo vão mal a Petrobras vai vender anéis porque tem dívida demais e pouco crédito. Além do mais, terá de fazer dieta de doente grave, cortando investimentos. Especula-se ainda que o governo talvez relaxe a política de "conteúdo nacional" (a reserva de mercado para produtos com certo grau de nacionalização, que elevou os custos da petroleira). Ou seja, a Petrobras vai ter de fazer uma reestruturação na marra, em um momento ruim, reestruturação que até seria recomendável, mas não desse jeito, não agora, o que será inevitável devido à política ruinosa do governo para a maior empresa do país.

Conab prevê produção menor de etanol hidratado Fonte Jornal Folha de São Paulo Mauro Zafalon - mauro.zafalon@uol.com.br11/04/2015 A produção de cana atingirá 655 milhões de toneladas na safra 2015/16 no país, 3,1% mais do que na anterior. Desse volume, 593 milhões serão colhidos na região centro-sul. Se confirmado esse total, a evolução será de 3% na principal região produtora do país. Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O órgão governamental prevê que 256,3 milhões de toneladas da cana da região centro-sul serão destinadas à produção de açúcar, um volume 5,2% maior do que o da safra que se encerra. A produção de açúcar na região atingiria 33,7 milhões de toneladas, 5,4% mais do que em 2014/15. A Conab prevê também um aumento da cana a ser utilizada na produção de etanol anidro, o que vai misturado à gasolina. Na avaliação do órgão, a produção de 11,3 bilhões de litros na região centro-sul na safra 2015/16 (8,4% mais) vai exigir a moagem de 144,2 milhões de toneladas de cana, aumento de 8,2%. Já o cenário para o álcool hidratado --o que vai diretamente no tanque do veículo-- mostra rumo diferente do de açúcar e etanol anidro. A Conab prevê uma redução da produção para 15,6 bilhões de litros na safra 2015/16 na região centro-sul, 3,1% menos do que na safra anterior. Ou seja, a região terá um volume de 506 milhões de litros a menos neste ano. A utilização da cana-de-açúcar para a produção desse etanol na região centro-sul recua para 192,1 milhões de toneladas, 3,2% menos. Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), diz que a estimativa do volume de cana a ser moído na região centro-sul é razoável, mas discorda dos números de produção de açúcar --que deverá ficar estável-- e de etanol. Padua não vê evolução na demanda de cana para o anidro porque o volume a ser utilizado já está contratado. Além disso, a mudança da mistura de 25% para 27% não deve exercer pressão porque há estoques da safra 2014/15. Padua afirma, ainda, que as exportações serão menores neste ano, bem como haverá uma redução no consumo de gasolina em Minas Gerais, devido à mudança nas alíquotas de tributação dos combustíveis no Estado. O diretor da Unica acredita que o caminho da expansão nesta safra 2015/16 será o do etanol hidratado. Valor de produção Assim como já ocorreu em 2014, as receitas dos produtores com as lavouras voltam a recuar neste ano, para R$ 295,4 bilhões, 2,3% menos do que no ano anterior.

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Caminho inverso A renda da pecuária, setor que vive um período de alta de preços, volta a subir. José Gasques, do Ministério da Agricultura, estima que o setor terá receitas de R$ 186,2 bilhões, 4,4% mais do que em 2014. Pecuária Nesse setor no qual o ministério inclui bovinos, suínos, frango, leite e ovos, o destaque fica para a alta de 11% dos bovinos, que deverão render R$ 72,5 bilhões neste ano. Frango As receitas dos produtores de frango também crescem em 2015, mas em ritmo menor. Gasques acredita que o setor deverá ter renda de R$ 62,3 bilhões, 1,4% mais do que em 2014. VBP Devido à perda de ganho nas lavouras, o Valor Bruto da Produção brasileira fica estável em R$ 482 bilhões neste ano. Em queda Após cinco semanas cotado a R$ 2,40 por quilo nas granjas paulistas, o frango iniciou a semana em R$ 2,30 por quilo de ave viva, segundo acompanhamento de preços da consultoria JOX. Hortifrútis A Conab passará a divulgar dados sobre hortifrútis. As informações incluirão volume, preço e origem dos produtos. Esses dados poderão ser um indicativo para produtores e consumidores. DE OLHO NO PREÇO cotações Nova York Açúcar (cent. de US$)*13,01 Café (cent. de US$)*133,75 Chicago Milho (US$ por bushel) 3,70 Soja (US$ por bushel) 9,48 •

por libra peso

PwC começa a auditar balanço da Petrobras; conselho vota no dia 22 Fonte Jornal de São Paulo 14/04/2015 O conselho de administração da Petrobras vai se reunir no próximo dia 22 para avaliar as demonstrações financeiras em atraso da companhia, já com o aval dos auditores independentes. A expectativa é divulgar o balanço do terceiro trimestre de 2014 e o resultado anual após a aprovação do conselho, informou a petroleira em comunicado ao mercado divulgado nesta segunda (13). Segundo a Folha apurou, a PwC, que vinha se recusando a assinar o balanço, já está auditando os números. A auditoria só iniciou o trabalho após a SEC (órgão regulador do mercado nos Estados Unidos) ter aprovado a metodologia que será utilizada pela Petrobras para calcular as perdas provocadas pela corrupção descoberta na Operação Lava Jato. A estatal pretende ajustar o valor dos seus ativos, mas ele só aparecerá de forma individualizada no caso dos que tenham sido postos à venda ou paralisados. Além disso, a Petrobras deve esclarecer nas notas explicativas que perdeu de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões em propina paga pelos fornecedores a ex-funcionários, conforme depoimentos de delatores do esquema à Polícia Federal.

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"Para nós, não interessa se a baixa contábil é alta ou baixa. O que nós queremos é o balanço assinado pelo auditor e com aval da SEC", disse àFolha Daniela da Costa-Bulthuis, gestora de mercados emergentes da Robeco e porta-voz de um grupo de 14 grandes fundos estrangeiros que possuem ações e títulos de dívida da Petrobras. O atraso na divulgação do balanço preocupava o mercado, pelo risco de vencimento antecipado de dívidas e de que seu selo de bom pagador fosse retirado por outra agência além da Moody's. As ações da Petrobras tiveram forte alta pelo terceiro dia consecutivo. Os papéis preferenciais (mais negociados e sem direito a voto) subiram 3,81%, para R$ 12,27, e os ordinários (com direito a voto), 4,99% para R$ 12,42. Desde que atingiram seu menor patamar em dez anos, em 30 de janeiro, as ações da petrolífera subiram mais de 50%. Os papéis preferenciais acumulam ganho de 50%, e os ordinários, de 54,5%. Agências de notícias divulgaram ontem que a Petrobras quer se desfazer de sua participação na petroquímica Braskem, mas que o negócio ainda é "embrionário". Em comunicado divulgado à noite, a estatal não negou a informação e disse que sua lista de ativos à venda pode mudar dependendo das condições do mercado.

Conselho da Petrobras tem disputa acirrada Fonte Jornal Folha de São Paulo RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO 14/04/2015 Está em curso uma disputa pelas duas vagas de representantes dos acionistas minoritários no conselho de administração da Petrobras. De um lado, está a Amec (Associação de Investidores de Mercado de Capitais), com apoio dos fundos estrangeiros. Do outro, a Bram, gestora de recursos do Bradesco. Ambos apresentaram candidatos para o conselho da petroleira, que será eleito na próxima assembleia, marcada para o dia 29. Pela lei, qualquer minoritário tem direito de indicar representantes. Nesta segunda-feira (13), um grupo de 14 fundos internacionais, que investem € 1 trilhão ao redor do mundo, enviou uma carta para a Petrobras endossando os nomes da Amec. Segundo a Folha apurou, o receio dos estrangeiros é que a Bram tenha sido influenciada pelos fundos de pensão estatais, que estão impedidos de votar por sua relação com o governo. Também preocupa a relação do Bradesco com o governo, já que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) foi presidente da Bram. A gestora de recursos não quis comentar e informou em nota que "exerceu seu direito de indicar nomes para o conselho por considerar importante para a governança da Petrobras". "Os nossos nomes serão 100% independentes. A questão é se os outros terão a mesma independência", disse André Gordon, vice-presidente da Amec. Os acionistas minoritários não têm poder para barrar as decisões do governo, que é o controlador da Petrobras. Mas têm sido vocais em pressionar e reclamar do que consideram ingerência indevida nos negócios da empresa. Até 2013, os representantes dos acionistas minoritários no conselho da Petrobras costumavam ser empresários, eleitos com os votos dos fundos de pensão estatais Previ, Petros e Funcef. Já fizeram parte do colegiado Jorge Gerdau, da siderúrgica Gerdau, e Josué Gomes da Silva, da Coteminas. Na maioria das vezes, eles votavam em linha com o governo. Nas duas últimas eleições, os minoritários elegeram representantes próprios: Mauro Cunha, presidente da Amec, e José Monforte, especialista em governança corporativa. Para a eleição marcada para o dia 29, todos os nomes indicados pelos minoritários são considerados de perfil técnico pelo mercado.

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Com o apoio da Amec, concorrem Walter Mendes, ex-presidente da entidade, e Guilherme Affonso, conhecido por seu ativismo nos conselhos em que atuou como Pão de Açúcar e Unibanco. Já a Bram indicou Eduardo Gentil, ex-presidente da Visa e ex-diretor em diversos bancos, e Otavio Yazbek, advogado especialista em mercado de capitais.

Índice de preços da 3ª idade acelera e vai a 4,16% Fonte Jornal VALOR ECONÔMICO 14/04/2015 O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) subiu 4,16% no primeiro trimestre deste ano, variação que é mais que o dobro da registrada nos três últimos meses de 2014, de 2,02%. Em 12 meses, o IPC-3i, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acumula alta de 8,56%. O indicador mede a variação da cesta de produtos e serviços consumidos por famílias majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos. Como ocorreu em outros índices, o que item que mais influenciou a alta da inflação da terceira idade foi a conta de luz, que elevou o custo com a habitação para 6,88% nos três primeiros meses de 2015, ante 1,94% no trimestre final de 2014. Outro fator que pesou na conta foi o aumento de 8,95% do condomínio. O IPCA, medido pelo IBGE, apontou que o índice oficial de inflação alcançou 3,83% nos primeiros três meses deste ano. No acumulado de 12 meses, a alta é de 8,13%, a maior desde o fim de 2003 e acima do teto da meta do governo, que é de 6,5%.

Um aperto de R$ 70 bi Fonte O Globo GERALDA DOCA, MARTHA BECK E CRISTIANE BONFANTI* economia@ oglobo.com. br * Enviada especial 14 abr 2015 -BRASÍLIA E RIO VERDE (GO)- O contingenciamento do Orçamento de 2015 um dos pilares do plano de ajuste fiscal deve ficar em torno de R$ 70 bilhões. O número ainda está sendo fechado, mas técnicos do governo afirmam que ele representaria um meio-termo entre o que quer a equipe econômica e o que defende o núcleo político. O decreto com a cifra oficial do corte sairá nos próximos dias, depois que a presidente Dilma Rousseff sancionar o Orçamento deste ano. Segundo fontes da área econômica, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o secretário-executivo da pasta, Tarcísio Godoy, defendem um corte “exorbitante”, na casa de R$ 80 bilhões, pois querem atingir, a todo custo, a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública), fixada este ano em R$ 66,3 bilhões, ou 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o núcleo político, porém, não é possível fazer uma tesourada desse montante sem paralisar por completo a máquina pública. Assim, seria mais factível um contingenciamento entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões. Argumenta-se que nem esse valor será fácil de executar, já que vai atingir fortemente investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e programas sociais. — Para conseguir cortar R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões, já será preciso suar a camisa disse um integrante da equipe econômica.

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O corte de R$ 70 bilhões significa o governo manter, por todo o ano de 2015, o contingenciamento preventivo adotado em janeiro. Naquele mês, o governo determinou corte de 33% nas despesas discricionárias (gastos de custeio que não são obrigatórios e investimentos), o que resultou num bloqueio mensal de R$ 1,9 bilhão nos desembolsos dos ministérios. Pelo decreto, até a publicação da Lei Orçamentária de 2015, a execução das despesas fica limitada a um dezoito avos da dotação prevista no projeto da Lei Orçamentária. A medida representou um aperto adicional de 33% nas contas públicas, em relação ao que prevê a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015 que autoriza a execução de um doze avos dos gastos por mês. Anualizado, esse valor fica em torno de R$ 55 bilhões. Já o restante do contingenciamento deve ser feito nas emendas parlamentares incluídas no Orçamento. O contingenciamento é considerado essencial para reequilibrar as contas públicas, uma vez que a equipe econômica vem enfrentando dificuldades em implementar as medidas necessárias. As medidas provisórias (MPs) apresentadas ao Congresso para restringir o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários enfrentam resistência até da base aliada. Juntas, elas representam uma redução de despesas na casa dos R$ 18 bilhões. E nem o agronegócio vai escapar do ajuste fiscal. Levy e a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, informaram ontem que ainda esta semana o governo definirá as condições de pré-custeio agrícola programa de financiamento para as despesas com insumos e fertilizantes, com um “realinhamento natural” das taxas de juros, ou seja, aumento. Diante de um auditório lotado de produtores do agronegócio, na feira Tecnoshow Comigo 2015, em Rio Verde (GO), Levy defendeu o ajuste fiscal: — As políticas anticíclicas tomadas enquanto os outros países desenvolvidos estavam passando por uma crise muito forte e permitiram ao Brasil passar pelo período mais suavemente estão esgotadas. Estamos em um período de ajuste e equilíbrio. Isso é importante para criarmos a base para crescer afirmou o ministro. — Obviamente, os juros terão aquele realinhamento natural. Levy ouviu algumas queixas dos produtores, mas ressaltou que o Brasil está vivendo um “momento especial” e que o agronegócio contribuirá para a “rearrumação do país”. Outro sinal do compromisso com o ajuste fiscal será dado amanhã, quando o governo encaminha ao Congresso os parâmetros da proposta de LDO de 2016. Neles constarão a meta de superávit do ano que vem a projeção atual é de 2%, o valor do salário mínimo e as expectativas do governo para o crescimento e a inflação.

Ministro da Previdência afirma que ‘nada está fechado’ Fonte O Globo SIMONE IGLESIAS, economia@oglobo.com. br 14 abr 2015

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O ministro da Previdência, Carlos Gabas, sinalizou que o governo pode aceitar negociar mudanças nas medidas provisórias que alteram regras de benefícios sociais como pensões, auxílio-doença e seguro-desemprego. Ontem, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com o vice, Michel Temer, nove ministros e líderes do governo no Congresso para discutir estratégias para a votação das medidas de ajuste fiscal. -BRASÍLIA- O governo começou a semana com uma série de reuniões para tentar destravar o pacote de ajuste fiscal, agilizando a votação das medidas no Congresso. Ontem, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com o vice, Michel Temer, nove ministros e os líderes do governo na Câmara e no Congresso para definir estratégias que garantam a aprovação sem alterações que descaracterizem as propostas do Executivo. O governo quer começar a votação das medidas na comissão especial nesta semana, e o ministro da Previdência, Carlos Gabas, indicou que, para assegurar a votação, há espaço para aceitar mais mudanças nas medidas provisórias (MP) que reduziram benefícios sociais: — Hoje o que está colocado é o texto da MP. Tudo pode ser discutido, não há nada definido, não há nada fechado. Todos os temas são passíveis de modificação. Até lá (a votação), tudo é possível. Aceitamos discutir tudo. Esperamos que as MPs sejam, em seu conjunto, aprovadas. (Esperamos) votar preservando o conjunto das medidas, em acordo com o Congresso e com as centrais sindicais. Vai passar na Câmara melhor do que chegou. A ideia é apresentar o relatório do deputado Paulo Rocha (PT-PA) para a MP 665 (que altera as regras de concessão do seguro-desemprego e do abono salarial) amanhã e votar ainda esta semana o texto na comissão especial. Já o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), relator da MP 664, que altera regras para o pagamento de benefícios previdenciários — como auxílio-doença e pensão por morte —, apresentará seu relatório preliminar na semana que vem, após o feriado de terça-feira. Antes de ler seu relatório, Paulo Rocha se reunirá com dirigentes das principais centrais: — Vou cumprir o papel de mediador, buscando atender o governo no ajuste, mas sem passar por cima dos direitos dos trabalhadores. Zaratini também disse que mudanças no texto do Executivo deverão ocorrer, sem, contúdo, danificar a essência da medida ou descaracterizar o projeto, cujo objetivo é corrigir distorções. Ministros da área econômica resistem a mudanças, pois o plano do governo, com aprovações das MPs 664 e 665, prevê economia de R$ 18 bilhões. Depois da reunião de coordenação política, foi a vez de Temer receber em seu gabinete os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento), Luís Inácio Adams (AGU), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) e Gabas, mais os deputados e senadores que estão relatando as MPs. De noite, Temer chamou os líderes do PT na Câmara e no Senado. Os petistas apresentaram centenas de emendas às MPs e resistem a aceitar as perdas trabalhistas contidas no texto, principalmente a ampliação do prazo para obtenção do seguro-desemprego de seis meses para 18 meses. Após as reuniões, Temer indicou que as mudanças poderão ser nos prazos de acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial: 13


— O tempo pode ser examinado. Não estou garantindo nada. Ele lembrou que o acertado com o conselho político, integrado por presidentes e líderes dos partidos aliados, foi que todos apoiariam o ajuste, mas com aperfeiçoamento do texto: — Ficou estabelecido no documento que eles aprovariam o ajuste com as melhorias introduzidas eventualmente pelo Congresso. Como forma de tentar desfazer a ideia de que o ajuste fiscal será feito com base na perda de direitos dos trabalhadores, o governo lançará nos próximos dias uma campanha publicitária para esclarecer a população sobre as medidas. O novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, reuniu os coordenadores de comunicação dos ministérios para pedir que todos defendam o ajuste fiscal. Ele pediu que os ministros se exponham mais na mídia, explicando as medidas do governo e não se atendo somente às suas áreas de atuação. No encontro, foi distribuída uma cartilha intitulada “Ajustar para avançar”, com um resumo das medidas e argumentos para defendê-las. O projeto que obriga a União a colocar em prática o novo indexador das dívidas dos estados está na pauta de hoje do Senado. Existe a expectativa de ser aprovada uma emenda, apresentada pelo vice-presidente da Casa, senador Romero Jucá (PMDBRR), que adia a renegociação para fevereiro de 2016. A ideia é fugir do prazo máximo de 30 dias estipulado no projeto de lei de autoria do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ). Com a modificação no conteúdo, o texto voltará à Câmara.

O risco latino Fonte O GloboCOM ALVARO GRIBEL (DE SÃO PAULO) miriamleitao@oglobo.com.br MÍRIAM LEITÃO oglobo.com.br/economia/miriamleitao 14 abr 2015 Nos últimos 15 anos, a América Latina foi beneficiada pelo forte crescimento chinês e pela valorização das matérias-primas. Soja, minério de ferro, cobre, petróleo, tudo subiu de preço, aumentando exportações, gerando superávits no balanço de pagamentos e fortalecendo a arrecadação dos governos. Agora, a região terá que se adaptar a um cenário mundial menos favorável. Pareceu fácil durante muito tempo, porque inverteram-se os termos de troca, como dizem os economistas. O que a região exporta aumentou de preço. O boom das commodities ajudou Venezuela e Colômbia, que exportam petróleo; Brasil, que exporta minério de ferro e alimentos; Argentina, que exporta um pouco de tudo; Chile, que vende cobre. Tudo isso, em grande parte, subiu puxado pelo crescimento chinês. Depois da crise de 2008, as emissões monetárias dos países ricos e o esforço da China para evitar a queda abrupta mantiveram as matérias-primas em alta. O crescimento chinês, que chegou a 14% no melhor momento, em 2007, está em torno de 7% este ano e deve diminuir nos próximos. Isso significa menor consumo de 14


commodities, principalmente as metálicas, o que é um problema para vários países da região. A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, avisou em entrevista a um jornal peruano que o tempo de vagas gordas acabou e que a hora é de reformas. O Brasil já está sendo afetado pela forte queda do minério ferro. Somente este ano, há redução de 30% nos preços internacionais da matéria-prima. Em 12 meses, o tombo chega a 60%. Depois de passar de US$ 180 em 2011, a tonelada está sendo negociada na casa de US$ 48. Ontem, o Citigroup escreveu em relatório que os preços podem cair para US$ 30 até 2020. Por esse cenário adverso, a agência de classificação de riscos Standard &Poor’s (S&P) avisou que pode colocar sob revisão negativa o rating da Vale e de outras sete mineradoras pelo mundo. A S&P revisou de 2,1% para 0,8% a previsão de crescimento do PIB da América Latina este ano. Praticamente todos os países tiveram números reduzidos, desde a estimativa feita há três meses. A Venezuela teve um corte de seis pontos percentuais, de alta de 1% para queda de 5%. A trapalhada política e econômica do governo Nicolás Maduro ficará mais grave com a forte queda do preço do petróleo. O Brasil teve a segunda maior revisão negativa, de 0,8% de alta para retração de 1%, enquanto a Argentina teve um corte de 1% para 0,5%. Esses são os três países latino-americanos com piores perspectivas para 2015. Mas até as economias que cresceram fortemente nos últimos anos estão sendo afetados pela conjuntura internacional. A Colômbia, que cresceu 4,8% em 2014, deve ter seu ritmo reduzido para 3,5%, segundo a S&P. O principal produto de exportação da Colômbia é o petróleo. O Chile e o Peru reduziram o ritmo no ano passado, com altas de 1,6% e 2,6%, respectivamente, e este ano devem melhorar um pouco, para 2,5% e 3,6%. O México, que tem uma relação mais forte com a economia americana, deve crescer mais em 2015, 3%, do que os de 2,1% de 2014. O Brasil se tornou um problema, porque é o maior PIB da região e está estagnado. Isso afeta a maioria das economias da área. A ameaça de alta dos juros americanos também torna o crédito mais caro e mais restrito para todos os países. Num efeito circular, a desaceleração na América Latina é também um problema para a indústria brasileira porque a maior parte das nossas exportações de manufaturados tem como destino países do Mercosul, principalmente a Argentina. O Brasil deveria ter aproveitado o bom momento para estabelecer mais mercados para os mais variados produtos brasileiros. Foram muitos os avisos de que a dependência da China e de alguns produtos estava grande demais. O comércio com os Estados Unidos encolheu. O Brasil não fechou acordos comerciais com nenhum país relevante. E precisa mais do comércio exterior para financiar seu déficit e reduzir a pressão cambial. Os governantes acharam que o ciclo duraria para sempre. Mesmo estando com todas essas dificuldades, a América do Sul perdeu a oportunidade da reunião de cúpula das Américas. A maior parte do tempo foi gasta por presidentes como Rafael Correa, do Equador, ou Nicolás Maduro, em diatribes ideológicas contra os Estados Unidos. A mesma briga que Cuba encerrava por ser obsoleta.

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Recuperação de crédito fecha o primeiro trimestre em queda Fonte Portal Economia SC 14 de abril de 2015 às 09h 34 A piora do cenário macroeconômico reflete-se cada vez mais na vida financeira dos consumidores. No primeiro trimestre deste ano, o número de pessoas que quitaram suas dívidas diminuiu 2,30%, em relação ao mesmo período do ano passado. Em março, a queda foi de 7,62%, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do indicador de recuperação de crédito do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O indicador mostra ainda que a situação não é diferente na comparação com fevereiro deste ano: o número apresentado no banco de dados ao qual o SPC Brasil tem acesso no mês de março trouxe uma queda de 5,27%. Em janeiro e fevereiro, o mesmo indicador mensal registrou baixas de 5,15% e 2,69% respectivamente. Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, além da crescente inflação e da alta da taxa de juros no país, o consumidor tem sentido também os efeitos do menor crescimento da massa salarial e do aperto fiscal, que contribuem para a piora no cenário da recuperação de crédito. “Por essas razões, o consumidor está com mais dificuldade para pagar suas dívidas em atraso”, completa Pinheiro. A economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que o atual cenário econômico brasileiro ainda pode demorar a melhorar. “Essa piora recorrente mostra que 2015 é um ano reativo, ou seja, é o momento de o consumidor fazer reservas financeiras, adotar a educação financeira preventiva e buscar sempre pelo pagamento à vista”, alerta a economista.

Balança comercial acumula superávit de US$ 132 mi Fonte Portal Economia SC/Agência Brasil13 de abril de 2015 às 16h 17 A balança comercial exportações menos importações acumulou superávit de US$ 132 milhões nas duas primeiras semanas de abril, desempenho melhor do que o registrado no mesmo período de 2014, quando houve déficit de US$ 13,1 milhões. Na primeira semana do mês, o país exportou US$ 271 milhões a mais do que importou. Na segunda semana, porém, o Brasil comprou do exterior US$ 139 milhões a mais do que vendeu. Os números foram divulgados nessa segunda-feira, 13, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em 2015, o país acumula déficit de US$ 5,425 bilhões na balança comercial. O rombo é 10% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o indicador registrava resultado negativo de US$ 6,027 bilhões até a segunda semana de abril. No acumulado do ano, as exportações estão caindo mais que as importações. Até a segunda semana de abril, o país vendeu US$ 47,828 bilhões, queda de 15,3% pela média diária em relação ao mesmo período do ano passado. As importações somaram US$ 53,253 bilhões, retração de 14,5% também pela média diária. Em abril, todas as categorias de produtos registraram queda nas exportações. As vendas de produtos básicos caíram 29,5% em relação às duas primeiras semanas de abril de 2014, motivada pelo recuo nas vendas de soja em grão, minério de ferro e farelo de soja. As exportações de bens semimanufaturados caíram 27,5%, por causa da queda nas vendas de açúcar bruto, ouro em forma semimanufaturada, couros e peles. As vendas de produtos manufaturados caíram 22,8%, com destaque para as reduções nos embarques de açúcar refinado, automóveis e autopeças. Em relação às importações, as principais quedas nas duas primeiras semanas de abril ocorreram nas compras de combustíveis e lubrificantes (-51,9%), adubos e fertilizantes (48,9%), químicos orgânicos/inorgânicos (-27,9%).

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