SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 14 DE JANEIRO DE 2015
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Produção industrial cai em 7 Estados, afirma IBGE Fonte Portal Economia SC (Agência Brasil) 13 de janeiro de 2015 às 08h 49 Sete dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram queda na produção industrial na passagem de outubro para novembro de 2014. A maior queda foi observada no Amazonas (-4%), segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados nesta terça-feira, dia 13. As quedas aconteceram também em Minas Gerais (-2,6%), Santa Catarina (-1,9%), no Ceará (1,2%), Rio Grande do Sul (-0,9%) e em Goiás (-0,1%). Principal polo industrial do Brasil, o estado de São Paulo também teve redução na produção: -2,3%. A queda média nacional foi 0,7%. Por outro lado, sete locais tiveram alta na produção nesse tipo de comparação: Pernambuco (5,3%), o Rio de Janeiro (2,5%), Espírito Santo (1,7%), a Região Nordeste (1,0%), Paraná (0,9%), o Pará (0,8%) e a Bahia (0,6%). Nos outros tipos de comparação, o IBGE também analisa o desempenho do estado de Mato Grosso. Na comparação de novembro deste ano com o mesmo período do ano passado, em 11 dos 15 locais pesquisados houve recuo na produção. A principal queda foi observada no Amazonas (-16,9%). Houve avanço em quatro locais, com destaque para o Espírito Santo (11,7%). No acumulado do ano, a produção caiu em dez dos 15 locais pesquisados, com destaque para o Paraná (-6,2%). Na Região Nordeste, houve estabilidade. Em quatro locais, houve alta, entre eles o Pará, com crescimento de 8,8%. No acumulado de 12 meses, a produção recuou em dez dos 15 locais. As maiores quedas foram em São Paulo e no Paraná, ambos com 5,9%. Em cinco locais, houve alta, com destaque para o Pará (8,6%).
Vendas no varejo crescem 0,9% em novembro de 2014 Fonte Portal Economia SC (IBGE) 14 de janeiro de 2015 às 08h 20 O comércio varejista teve resultados positivos em novembro de 2014 quando comparado com o mês anterior. O volume de vendas cresceu 0,9% e a receita nominal, 1,4%, com taxas livres de influência sazonal. Nos dois casos, trata-se do quarto mês consecutivo de crescimento. Os dados foram divulgados hoje, dia 14, pelo IBGE. Mantiveram-se positivas também as variações da média móvel trimestral, com acréscimos de 0,9% para o volume vendas e de 1,3% para a receita nominal. Na comparação com novembro de 2013, o volume de vendas aumentou em 1,0% e a receita em 7,1%. Já no acumulado janeiro-novembro, o volume cresceu 2,4% e a receita 8,7%. E no acumulado dos últimos 12 meses, na mesma ordem, as taxas foram de 2,6% e 8,9%. Em relação as atividades do comércio varejista, sete das dez pesquisadas tiveram variações positivas em relação a outubro. O destaque ficou para o segmento de Livros, jornais, revistas e papelarias, com variação de 9,6%; seguido por Veículos e motos, partes e peças (5,5%); Móveis e eletrodomésticos (5,4%); Equipamentos de escritório, informática e comunicação (4,9%); Tecidos, vestuário e calçados (3,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,7%); e Material de construção (0,4%). Apresentaram reduções no volume de vendas Combustíveis e lubrificantes (-0,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de 2
perfumaria e cosméticos (-0,3%); e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%). Na comparação com novembro de 2013, com relação às oito atividades que compõem o comércio varejista, os resultados quanto ao volume de vendas, por ordem de participação na taxa geral, foram os seguintes: 9,3% para Outros artigos de uso pessoal e doméstico; 5,9% em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos;1,6% para Móveis e eletrodomésticos; 1,6% para Tecidos, vestuário e calçados; 4,7% em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 0,0% para Combustíveis e lubrificantes;5,3% em Livros, jornais, revistas e papelaria; e -1.5% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Entre as unidades da federação, 23 apresentaram resultados positivos na comparação entre novembro de 2014 e novembro de 2013, no que se refere ao volume de vendas. Os principais acréscimos ocorreram em Roraima (18,4%), Amapá (17,3%), Acre (9,4%), Rondônia (9,2%), e Tocantins (5,4%). Os resultados negativos foram verificados em São Paulo (-0,3%), Espírito Santo (-1,3%), Mato Grosso (-1,9%) e Distrito Federal (-2,7%). Quanto à participação na composição da taxa do comércio varejista, os destaques foram, pela ordem, Minas Gerais (2,0%), Ceará (4,7%), Rio de Janeiro (1,2%), Bahia (2,6%) e Pernambuco (2,7%).
Juro Zero ultrapassa 33 mil operações em SC Fonte Portal Economia SC 14 de janeiro de 2015 às 07h 29 O Juro Zero, programa da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) de Santa Catarina para microempreendedores individuais (MEIs), concedeu R$ 93.341.060,81 em 33.121 operações. Somente em 2014 foram 12.716 empréstimos, 16% a mais que no ano anterior. Pelo programa, são disponibilizados até R$ 3 mil em linha de crédito para MEIs formalizados com receita anual inferior a R$ 60 mil. Este valor pode ser parcelado em até oito prestações. Se as sete primeiras forem pagas em dia a última, que corresponde aos juros, é quitada pelo Governo do Estado. “Este é um importante programa de desenvolvimento econômico, que dá apoio financeiro aos MEIs, com acompanhamento especializado”, explica o secretário adjunto da SDS, Daniel Lutz. Ele reforça, ainda, que um dos pontos importantes do programa é a baixa taxa de inadimplência, já que o índice é menos de 1%. O programa conta com parceria da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc), do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae/SC) e da Associação das Organizações de Microcrédito de Santa Catarina (Amcred/SC).
Nestor Cerveró é preso pela Polícia Federal no Rio Fonte Revista Veja14/01/2015 às 1h 40 atualizado às 9h30 Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, foi preso pela Polícia Federal no início da madrugada desta quarta-feira no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Cerveró foi detido por volta de 0h30 ao desembarcar de um voo vindo de Londres.Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras, o ex-diretor da estatal tinha depoimento marcado para quinta no Ministério Público Federal do Rio. Cerveró foi transferido para Curitiba, base das investigações da Lava Jato, nesta manhã. Ele chegou por volta das 8h30 à carceragem da PF na capital paranaense. Em nota, o Ministério Público informou que foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra Cerveró porque "há indícios de que o ex-diretor continua a praticar crimes". O MP acrescenta que a PF realizou buscas na residência de Cerveró e de familiares na terça-feira em 3
função de "seu envolvimento em novos fatos ilícitos relacionados aos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro". De acordo com o MPF, Cerveró tentou transferir recentemente para a filha 500.000 reais provenientes de uma aplicação, embora a transação resultasse na perda de 20% do dinheiro investido, 100.000 reais. Os investigadores acreditam, portanto, que o ex-diretor da Petrobras tentava esconder seu patrimônio. Em declaração para a GloboNews, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, afirmou que "estranha" a detenção de seu cliente. "Eu entendo que não existe motivo para a prisão, já que ele informou às autoridades sobre a viagem e retornou para prestar o depoimento", disse Ribeiro. Propina – De acordo com a acusação contra Cerveró, aceita pela Justiça em dezembro, o exdiretor recebeu 15 milhões de dólares, a partir da mediação do lobista Fernando Baiano, para a consolidação de um contrato com a Samsung. Depois de ter embolsado a propina, Cerveró, na condição de diretor da Área Internacional da Petrobras, recomendou à Diretoria Executiva da estatal a contratação da empresa sul-coreana por 586 milhões de dólares. Em uma segunda etapa, por meio de Fernando Baiano, Cerveró teria recebido mais 25 milhões de dólares para que a Samsung conseguisse um contrato para o fornecimento de outro navio sonda para perfuração de águas profundas ao custo de 616 milhões de dólares. O total de 40 milhões de dólares em vantagens indevidas, que o empresário Julio Camargo afirma ter sido destinado a Fernando Baiano, terminou, segundo apuração do Ministério Público, nas mãos de Cerveró. Pasadena – O ex-diretor também foi um dos principais responsáveis pela desastrosa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, um negócio que rendeu prejuízo de 792 milhões de dólares à Petrobras, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Na época diretor da Área Internacional da estatal, Cerveró elaborou um parecer favorável ao negócio apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras.
Brasil é ultrapassado pela Rússia e perde espaço no comércio com a China Fonte Jornal Folha de São Paulo 14/01/2015 às 02h 00 Com a queda do preço do minério de ferro, o Brasil perdeu espaço no ano passado com o seu principal parceiro comercial, a China. Segundo dados divulgados nesta terça (13) pelo governo chinês, o Brasil respondeu por 2,01% da soma de exportações e importações do país asiático em 2014. Um ano antes, o Brasil era responsável por 2,17% desse total. Com isso, o país foi ultrapassado pela Rússia entre os principais parceiros comerciais da segunda maior economia global –a única mudança que ocorreu entre os dez maiores– e ficou na décima posição em 2014.
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O principal "vilão" da queda brasileira foi a desvalorização do minério de ferro, segundo produto que o país mais vende para a China, superado apenas pela soja. Apesar de o Brasil ter vendido um volume de minério de ferro para a China 5% maior em 2014 do quem 2013, o recuo no preço global do produto anulou esse ganho. Em média, a tonelada do minério de ferro brasileiro foi negociada com a China a U$ 67 no ano passado, valor 27% inferior ao de 2013. Ironicamente, o principal motivo para a queda da commodity foi a própria China –ou, especificamente, sua desaceleração econômica. A expectativa é que a alta do PIB de 2014, a ser anunciada na semana que vem, seja a mais fraca em uma década. Esse ritmo menor limita o avanço da construção civil no país, que por sua vez afeta o consumo de aço e o de minério de ferro. Como a China é a principal consumidora global do minério de ferro –responde por cerca de dois terços das compras mundiais– os rumos de sua economia têm efeito direto no preço da commodity. Outro ponto que pesou para o declínio da cotação foi o excesso de produção por parte de mineradoras como a brasileira Vale e as angloaustralianas Rio Tinto e BHP Billiton. O aumento na oferta é provocado por grandes empreendimentos do setor anunciados há anos e que agora saem do papel. O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse no ano passado que o "cenário internacional é muito preocupante" com a freada do crescimento chinês, a estagnação na Europa e a recessão no Japão. Nesse ambiente de demanda fraca e com o excesso de produção de minério de ferro no mundo, a Vale não vislumbra melhora substancial dos preços do produto. Ferreira disse ainda que 2015 e 2016 serão anos "desafiadores" para a companhia, pois não se espera que os preços voltem a subir significativamente e a empresa estará em fase de pesados investimentos para colocar em operação sua nova mina de Carajás.
Varejo pode ter fechado 2014 com pior desempenho em 11 anos, diz IBGE Fonte Jornal Valor Econômico Diogo Martins 14/01/2015 às 09h 37 RIO -O volume de vendas no varejo restrito cresceu 0,9% em novembro na comparação com outubro, já descontados os efeitos sazonais, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). É a quarta alta mensal consecutiva. O resultado ficou acima da média de 0,3% estimada pelo Valor Data. O intervalo das projeções foi de queda de 0,8% a alta de 1,7%. 5
Em outubro, as vendas do varejo restrito cresceram 1,3% ante setembro, com ajuste sazonal. O dado foi revisado de alta de 1%. Na comparação com novembro de 2013, o varejo restrito subiu 1%, ante expectativa de estabilidade. No acumulado do ano até novembro, o varejo restrito cresceu 2,4%, ao passo que, em 12 meses, o setor teve alta de 2,6%. A receita nominal do varejo restrito subiu 1,4% em novembro, depois da alta de 1,5% em outubro frente a setembro, já descontados os efeitos sazonais. O dado foi revisado de uma alta de 1,3%. Na comparação com novembro de 2013, a receita nominal do varejo restrito subiu 7,1%. No acumulado do ano até novembro, a receita do varejo restrito subiu 8,7%, enquanto em 12 meses, a receita teve alta de 8,9%. As vendas do comércio varejista podem ter fechado 2014 com o pior desempenho desde 2003, de acordo com o IBGE. Segundo o histórico da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), de janeiro a novembro deste ano, as vendas do varejo aumentaram 2,4%. É o percentual mais baixo desde a queda de 4,5% registrada no mesmo intervalo em 2003. Os dados referem-se às vendas do varejo restrito, que não levam em conta veículos, motos, partes e peças e materiais de construção. No mesmo período do ano passado, o aumento acumulado era de 4,3%. O pico recente pertence ao ano de 2010, quando as vendas subiram 11%. Naquele ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%. Em 2014, as projeções indicam aumento de 0,15%, segundo o boletim Focus, do Banco Central. No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas subiu 1,2% em novembro na comparação com outubro, já descontados os efeitos sazonais. O dado de outubro na comparação com o mês anterior foi revisado de alta de 1,7% para avanço de 1,9%. Na comparação com novembro de 2013, o volume de vendas do varejo ampliado caiu 2,7%. Analistas esperavam alta de 0,8% ante outubro e queda de 3,9% ante novembro de 2013, segundo o Valor Data. No acumulado do ano até novembro, o varejo ampliado recuou 1,6% e, no acumulado em 12 meses, caiu 1,2%. A receita nominal do varejo ampliado avançou 2,2% em novembro, após aumentar 2,4% em outubro, dado revisado de alta de 2,3%. Em relação a novembro de 2013, a receita teve aumento de 2,7%. A receita do varejo ampliado cresceu 4%.
Conselho da Petrobras reúne-se no dia 27 de janeiro para aprovar balanço Fonte Jornal Folha de São Paulo SAMANTHA LIMA DO RIO 13/01/2015 às 22h 47 Os dez integrantes do conselho de administração da Petrobras já têm uma data para discutir e aprovar as demonstrações financeiras do terceiro trimestre da companhia, atrasadas desde 14 de novembro do ano passado. A Folha apurou que o grupo vai se reunir no dia 27 de janeiro para avaliar as demonstrações contábeis elaboradas pela companhia, ainda sem aval de sua empresa contratada de auditoria, a PwC, como exige a legislação do mercado de capitais. Tradicionalmente, a divulgação dos resultados da Petrobras acontece no mesmo dia em que os conselheiros assinam o balanço contábil. O atraso se deve à necessidade de baixa nos valores de ativos inflados por contratos superfaturados, devido ao esquema de pagamento de propina revelado nas investigações da Operação Lava Jato. 6
É previsto, nesse balanço, uma "grande baixa nos ativos", referentes a tais descontos. Essa baixa será lançada como despesa, logo, há um risco potencial de grande impacto em seu lucro no período. Em reunião nesta terça-feira (13), conselheiros de administração da Petrobras julgaram ser "possível" entregar o balanço auditado do terceiro trimestre em 30 de maio de 2015. A reunião foi presidida pela ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior. O presidente do conselho, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, não participou, sub justificativa de estar viajando. Seu nome ainda não foi substituído. Mais do que uma expectativa, a data é uma necessidade, uma vez que, se não atendida, credores da Petrobras determinarão a antecipação do vencimento de US$ 70 bilhões em dívidas da Petrobras, segundo pessoa ligada à administração da Petrobras. Tal valor corresponderia a mais de 60% da enorme dívida da empresa, de R$ 307 bilhões. Em outubro, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa relatou à Justiça a existência de um esquema de corrupção, com a participação de um grupo de empreiteiras, a partir de contratos firmados em grandes empreendimentos e negócios da companhia. Ele dirigiu a área de abastecimento entre 2004 e 2012. Segundo Costa, as empreiteiras atuavam em cartel para fraudar licitações. Parte das propinas era desviada, de acordo com o depoimento, para partidos políticos. Um percentual adicional de 3%, de acordo com seu depoimento, era cobrado dos contratos para abastecer o esquema. A denúncia levou a PwC a exigir da Petrobras, em outubro, o aprofundamento das investigações, sob pena de não assinar seu balanço do terceiro trimestre, e, em último caso, levar o caso às autoridades no Brasil e nos Estados Unidos, onde a Petrobras negocia ações. O aval de auditores no balanço contábil é exigência feita às empresas que negociam ações pelas leis que regem o mercado de capitais. Credores também exigem apresentação das demonstrações auditadas, sob pena de determinarem o pagamento antecipado das dívidas. Por este motivo, a Petrobras não pôde atender o prazo legal para divulgação do balanço auditado do terceiro trimestre, que era 14 de novembro. A baixa dos ativos será estimada a partir de "provas emprestadas" da Lava Jato, explicou em novembro a presidente da Petrobras, Graça Foster. O percentual de 3% seria um parâmetro para tal ajuste. A reunião desta terça-feira durou mais de oito horas. Além da escolha do novo diretor de governança da Petrobras o engenheiro João Eleke do andamento das providências para fechamento do balanço, foram discutidos os cenários para a Petrobras este ano, diante dos preços de petróleo em queda e do dólar em alta. Diversos cenários foram analisados. Nos mais pessimistas, com barril próximo do atual patamar de US$ 50 e dólar a US$ 2,70, a empresa será obrigada a buscar recursos no mercado, o que seria inviável sem um balanço auditado. A expectativa da gestão da Petrobras, porém, é que os preços do petróleo se recuperem e fechem o ano a US$ 70 e dólar a US$ 2,58, cenário mais favorável à companhia.
Brasil é dos mais afetados na AL por freio na China, diz Banco Mundial Fonte Jornal Valor Econômico Sergio Lamucci WASHINGTON - O Brasil seria um dos países latino-americanos mais afetados por uma perda de fôlego da China, segundo o Banco Mundial. Em relatório divulgado nesta terça-feira, a instituição estima que uma desaceleração de 1 ponto percentual do crescimento do país asiático levaria a uma redução na casa de 0,8 ponto da expansão da economia brasileira, num horizonte de dois anos. É um impacto superior ao 0,6 ponto ao que seria experimentado pela América Latina, embora um pouco menor que o golpe de cerca de 1 ponto que sofreriam Peru e Argentina. “O crescimento na América Latina e no Caribe recebeu um impulso substancial da China na primeira década dos anos 2000 por meio dos crescentes laços de comércio, investimento e do 7
mercado de commodities”, afirma o Banco Mundial. À medida que as ligações entre China e América Latina se fortaleceram, os seus ciclos de negócios também se tornaram mais correlacionados. “Nesse mesmo período, os preços de commodities e a atividade global também ficaram mais alinhados à dinâmica do crescimento chinês”, diz o relatório. Segundo o Banco Mundial, um ponto importante é que a “desaceleração cuidadosamente administrada da China esperada para o curto prazo” pode afetar a expansão das economias da América Latina, colocando desafios importantes para os países da região. O documento ressalta que o crescimento rápido do país asiático coincidiu com um salto no seu comércio com a América Latina. “A fatia das exportações da região para a China aumentou dez vezes entre 2000 e 2013”, diz o Banco Mundial. “O impacto da China sobre o perfil exportador de Argentina, Brasil, Colômbia e Peru foi especialmente grande, embora haja alguma distinção nos produtos que o país asiático importa desses países.” Argentina, Uruguai e Paraguai vendem predominantemente produtos agrícolas, enquanto Chile e Peru exportam principalmente metais e Colômbia e Venezuela, petróleo. O Brasil, por sua vez, exporta para os chineses grande parte de sua produção agrícola e mineral. Commodities Uma desaceleração da China tende a reduzir a demanda por commodities e contribuir para a queda dos preços desses produtos, em especial no caso de metais pesadamente usados na produção industrial, diz o relatório. “Isso pode enfraquecer o crescimento dos países exportadores de commodities, como os da América Latina.” O ritmo de avanço da economia chinesa, lembra o Banco Mundial, perde força desde 2010, e essa tendência deve continuar no longo prazo, à medida que ocorre a transição de uma expansão baseada no investimento alimentado pelo crédito para um modelo puxado pelo consumo e pelos serviços. Para entender os efeitos de curto e médio prazo de uma desaceleração da China sobre a região, o estudo usa um modelo que leva em conta variáveis como os juros globais, a expansão da China e da América Latina, o comércio global e os preços de commodities. Os resultados mostram que uma perda de fôlego da China está de fato associada a um avanço mais lento dos países latino-americanos, afirma o Banco Mundial. “Os resultados indicam que um declínio de 1 ponto percentual no crescimento da China tende a ter um impacto forte e estatisticamente significativo no Peru, na Argentina e no Brasil, enquanto o efeito na Colômbia é muito mais fraco e não é estatisticamente significativo”. Nesse cenário, o Banco Mundial diz que se torna urgente que os países da América Latina promovam reformas para aumentar a produtividade e garantir o crescimento sustentável, assim como elevar as chances de que os países da região se beneficiem das novas oportunidades que podem surgir com as mudanças estruturais na China. Segundo o relatório, é importante consolidar as melhoras na administração macroeconômica atingida nas últimas duas décadas e adotar medidas pelo lado da oferta para aumentar a poupança e elevem o investimento em infraesturutra. Melhorar a qualidade da educação e do ambiente de negócios também são passos necessários, na visão do Banco Mundial. Essa análise faz parte do relatório Perspectivas Econômicas Globais (GEP, na sigla em inglês) divulgado na terça-feira na íntegra.
Mais de 54 milhões de brasileiros estão inadimplentes, aponta SPC Fonte Jornal Valor Econômico Danylo Martins SÃO PAULO - Mais de 54 milhões de consumidores terminaram 2014 inadimplentes, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas 8
(CNDL). Em dezembro, o volume de pessoas com contas em atraso cresceu 3,45% ante o mesmo período de 2013, conforme os dados divulgados nesta terça-feira pelo SPC. Trata-se do menor crescimento para os meses de dezembro desde 2011, início da série histórica. Após registrar pico em agosto, de 5,09%, os números de inadimplência desaceleram nos últimos meses. Na comparação com novembro deste ano, sem ajuste sazonal, também houve queda no indicador, com recuo de 0,94% de um mês para o outro. De acordo com o SPC, a queda se deve a um comportamento típico no fim de ano: a injeção de dinheiro extra com o pagamento de 13º salário e o aumento de vagas temporárias, dois fatores que contribuem para a quitação de dívidas. Além disso, o ritmo menor de crescimento da inadimplência tem como causas a baixa atividade econômica e a maior seletividade na concessão de crédito. Na prática, os bancos e as lojas estão mais criteriosas para conceder linhas de crédito aos consumidores, o que pode ter resultado numa redução de riscos de calote nas compras parceladas. "As vendas de itens essencialmente ligados a crédito, como móveis e eletrodomésticos, veículos e materiais de construção têm apresentado franca desaceleração, desde o início de 2013", afirma a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti. "Os dados foram fortemente influenciados pela perda de dinamismo da economia brasileira, que deve apresentar crescimento próximo de zero no fechamento do ano. O cenário adverso afetou os indicadores de emprego e da confiança do consumidor e dos empresários. Soma-se, ainda, as taxas de juros em patamar elevado ― inclusive com retomada do ciclo de alta em novembro ― e a inflação resistente, que flertou com o teto da meta ao longo de todo o ano de 2014, limitando o poder de compra dos consumidores", analisa Marcela. Os bancos lideram o ranking de dívidas feitas pelos brasileiros, conforme o indicador do SPC. Cinco em cada dez dívidas pendentes (46%) entre pessoas físicas no país têm como credor um banco ou uma instituição financeira. O comércio vem em seguida, concentrando 21% do total de dívidas não honradas, à frente do setor de comunicação (16%) — que inclui internet, televisão e telefonia. Os débitos com as empresas concessionárias de serviços básicos, como água e luz, representam 7% das dívidas não pagas. Para 2015 os economistas do SPC projetam um crescimento do número de inadimplentes semelhante ao observado no ano passado, mas com viés de alta, caso a atividade econômica não esboce recuperação e o mercado de trabalho sofra com o corte de vagas.
Por resultados na diplomacia comercial Fonte Jornal Valor Econômico Como na equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff trocou o comando da diplomacia brasileira para mudar significativamente a atuação do governo na área. A mudança ficou a cargo de Mauro Vieira, diplomata habituado a conquistar influência no alto escalão de governos e a enfrentar, a portas fechadas, atritos e desafios do Brasil na relação com seus principais parceiros. Vieira recebeu a missão de fortalecer o Itamaraty na promoção de exportações e nas negociações para eliminar gargalos que bloqueiam a expansão das exportações brasileiras, que, em 2014, sofreram uma queda de 7% em relação a 2013. Expandir o comércio não será o único objetivo do ministro, que também terá a tarefa de elevar o perfil do Brasil no cenário global, após quatro anos de progressivo retraimento. Vieira, ao assumir, fez questão de citar elogiosamente seu antecessor e ex-chefe Celso Amorim, e o ex-secretário-geral do Itamaraty 9
Samuel Pinheiro Guimarães, promotores da diplomacia "ativa e altiva" - às vezes hiperativa do governo Lula. Dilma não é Lula, porém, especialmente em política externa. A falta de paciência da presidente com ações "simbólicas", cuja importância, às vezes, só se verifica em longo prazo, reflete-se na instrução a seu novo chanceler: ele está no governo para apresentar "resultados". Sua escolha foi bem recebida no Itamaraty, onde o desconforto tem crescido nos últimos anos, devido ao desapreço de Dilma, fácil de medir, pelo corte na fatia do orçamento destinada ao ministério, de 0,33% do total em 2010 para 0,27% em 2014. Vieira, que fez discretas referências à penúria orçamentária ao tomar posse, disse, em entrevista à Folha de S. Paulo, na semana passada, que os cortes de verbas devem ser "passageiros" e que, espera, o orçamento deve voltar "aos níveis anteriores". No campo comercial, que o ministro classificou como "uma linha mestra na atuação do Itamaraty", o problema é menos orçamentário que estratégico e político. A crise econômica nos principais parceiros na América do Sul, Argentina e Venezuela, cobra do Brasil um esforço maior para evitar que as dificuldades cambiais nesses dois países sirvam de pretexto para barreiras injustificáveis aos produtos brasileiros. Regras de controle personalizado, como as famigeradas DJAI argentinas, licenças de importação aplicadas discricionariamente, são inadmissíveis entre sócios de uma União Aduaneira como o Mercosul A Argentina perdeu para os Estados Unidos em 2014 o posto que detinha desde 2009, de maior importados de produtos manufaturados brasileiros. Vieira, como o novo ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, irá à Argentina em breve. Tudo indica que ambos seguirão tratando, caso a caso, dos problemas bilaterais. A perda de mercado do Brasil nos países vizinhos pode agravar-se com a crescente influência da China sobre esses países, sedentos de dólares que o governo chinês parece disposto a emprestar em troca de vantagens comerciais e de investimento. As estatísticas mostram que o problema não é só a situação internacional; é o Brasil que tropeça e não acompanha o ritmo do comércio no resto do planeta: as exportações do país somavam 1,36% do total mundial em 2010, patinaram nos anos seguintes e caíram a quase 1,2% em 2014, ano em que as metas oficiais projetavam chegar a 1,6%. Sem recursos para reverter a deterioração do comércio com os vizinhos, o país terá de ser mais agressivo na busca de alternativas como os Estados Unidos, principal fator de recuperação na economia mundial. É urgente sair da posição de conforto adotada até hoje. Na retomada das conversas para a visita de Estado de Dilma Rousseff a Washington, as negociações sobre facilitação de comércio, com acordos de licenciamento de importação e redução da burocracia dos organismos de inspeção sanitária e de segurança têm importância crucial. A visita será uma oportunidade de remover de vez barreiras à exportação de carnes frescas aos americanos, como espera o Itamaraty, mas seria um erro não aproveitar para um estudo detalhado e profundo sobre as oportunidades e desafios de conquista de maior fatia no mercado americano. O setor privado, que também tem falhado em aproveitar melhor as oportunidades de comércio nos países desenvolvidos, deveria acompanhar o governo nesse esforço.
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