15 de outubro de 2014

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 15 DE OUTUBRO DE 2014

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Comércio cresce 1,1% em agosto após dois meses de queda, diz IBGE Fonte Folha de São Paulo PEDRO SOARES do RIO 15/10/2014 09h16 às 09h 52 Após dois meses de retração, o comércio do país registrou crescimento de 1,1 % de julho para agosto, num primeiro sinal de melhora do nível de atividade do setor. Na comparação com agosto de 2013, o varejo mostrou uma queda 1,1%. Já nos oito primeiros meses deste ano, o setor acumula uma alta de 2,9%. A taxa em 12 meses encerrados em agosto aponta uma expansão de 3,6%. O resultado no mês foi melhor do que o esperado pelo mercado. Segundo pesquisa da agência Reuters, a expectativa era de que as vendas subissem 0,75% em agosto na base mensal segundo a mediana das projeções. Na comparação anual, o desempenho foi igual ao esperado por economistas entrevistados pela agência: queda de 1,1%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (15). INDÚSTRIA Os números estão em sintonia com a reação mostrada também pela indústria e apontam para uma expansão do PIB desde terceiro trimestre, após dois trimestres consecutivos de queda período no qual economistas apontaram uma recessão técnica. Em agosto, a indústria surpreendeu e manteve a tendência de melhora iniciada em julho. O setor registrou expansão de 0,7% frente ao mês anterior. Em julho, a produção industrial do país havia crescido 0,7% ante junho, interrompendo quatro meses consecutivos de queda. Com esses dois meses seguidos de alta, a indústria soma expansão de 1,4%, mas não recompõe as perdas do período de retração do setor. De março a junho, o setor fabril acumulou uma perda de 3,4%. CENÁRIO DESFAVORÁVEL Apesar da retomada em agosto, o varejo sofre neste ano com a menor disposição dos consumidores de irem às compras, num ambiente de juros maiores, inadimplência elevada, freada do emprego e da renda e preços mais altos. Com esse cenário, especialistas esperam um crescimento da ordem de 4% neste ano, num ritmo inferior ao dos anos anteriores. SETORES De julho para agosto, a reação do comércio ocorreu de forma quase generalizado: oito das dez atividades pesquisadas apresentaram variações positivas, segundo o IBGE. Os destaques ficaram com o crescimento dos setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (7,5%), tecidos, vestuário e calçados (3,2%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%), combustíveis e lubrificantes (1,4%), móveis e eletrodomésticos (1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (0,9%) e material de construção (0,2%). Segmento de maior peso no comércio, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registraram uma pequena queda de 0,1%. VEÍCULOS Outro importante ramo, o de veículos e motos, partes e peças, mostrou uma perda maior: 2,5%. O setor sofre com o consumo menor de automóveis, o crédito restrito e a intenção dos consumidores de não assumirem dívidas de valor alto, num momento em que a renda já não cresce na mesma velocidade de antes e a inflação corrói o poder de compra. Em setembro, os emplacamentos de veículos subiram 8,08% na comparação com o mês anterior, segundo a Fenabrave (federação das distribuidoras de veículos). No entanto, ante setembro de 2013 houve retração 2,92%. 2


O mesmo acontece no ano. Consideradas em conjunto, as vendas de todos os segmentos do setor automobilístico acumulam retração de 7,99% nos primeiros nove meses de 2014. Os ramos de veículos e material de construção vendem seus produtos também por atacado. Por este motivo, não integram o índice do comércio varejista. O IBGE calcula o indicador do varejo ampliado, que incluiu também esses dois segmentos. Nesse caso, as vendas do comércio mais amplo apontaram queda de 0,4% de julho para agosto diante da queda de veículos. Já em 12 meses, a taxa se manteve positiva (0,6% até agosto), embora abaixo do varejo "puro".

Preço do petróleo desaba e zera defasagem da gasolina no Brasil Fonte Folha de São Paulo RAQUEL LANDIM de SÃO PAULO VALDO CRUZ de BRASÍLIA 15/10/2014 02h 00 A queda forte do preço do petróleo zerou a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel praticados no Brasil e no exterior. A notícia é um alívio para a situação financeira da Petrobras e o governo já cogita não reajustar os combustíveis este ano. "Não faz o menor sentido, num cenário como o atual, aumentar não só a gasolina como o diesel", disse um assessor do governo à Folha. Ele pondera, no entanto, que a decisão final será tomada após as eleições pela presidente Dilma. O barril de petróleo tipo Brent caiu 4,3% ontem para US$ 85,04 em Londres, o menor patamar em quatro anos. Desde o fim de 2013, a queda já chega a 23,5%, derrubando também as cotações dos produtos derivados. A defasagem entre os preços dos combustíveis no Brasil e no golfo do México, que chegou a 20% em fevereiro, desapareceu. Cálculo do Itaú BBA aponta que a gasolina está hoje 5% mais cara que no exterior e o diesel 1%.

Esses porcentuais não levam em consideração o frete, que onera o combustível importado em cerca de 10%. Se incluído esse custo, a defasagem na gasolina ainda estaria próxima de 7% sem reajustes. "No cenário atual, não há razão para reajuste dos combustíveis", disse Paula Kowarsky, analista do Itaú BBA. "Um reajuste seria malvisto, porque vai elevar a inflação à toa", disse Fábio Silveira, economista da GO Associados. Segundo assessores da presidente Dilma, a queda do preço do petróleo é uma notícia positiva para o governo diante do risco de a inflação estourar o teto da meta. 3


A Petrobras vinha sofrendo muito com essa diferença de preços local e externo, porque o governo optou por segurar repasses para não pressionar a inflação. Até agora, a estatal era obrigada a importar combustível caro e vender com prejuízo. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a Petrobras perdeu R$ 2,7 bilhões com essas operações desde novembro de 2013, quando ocorreu o último reajuste da gasolina. Segundo analistas, a forte queda do preço do petróleo é consequência da maior produção do produto nos Estados Unidos e da menor expansão da demanda global desde 2009. A Opep, que reúne os países produtores de petróleo, resiste em cortar a produção, apesar dos pedidos da Venezuela. A Arábia Saudita e outros países creem que a queda dos preços é passageira.

Além disso, os investidores estão se antecipando ao aumento de juros nos EUA e saindo das commodities.

MINÉRIO DE FERRO Os preços do minério de ferro também recuaram. A tonelada saiu de US$ 120 no início do ano para US$ 80. Segundo José Carlos Martins, diretor-executivo de ferrosos da Vale, houve um forte aumento de produção dos concorrentes na Austrália. Ele diz que as cotações devem se recuperar, mas não voltarão ao patamar anterior. É uma má notícia para a balança comercial. "A única saída para o Brasil não perder divisas é desengavetar projetos, que estão travados por restrições ambientais", diz Martins.

Gasolina sobra em posto, e álcool cai menos para o consumidor Fonte Folha de São Paulo 15/10/2014 02h 00 Se já estava difícil para as usinas vender etanol nesta safra, a situação ficou ainda pior neste mês. Além da já pouca competitividade do álcool, devido à retirada da taxa de tributação da Cide e à defasagem dos preços internos da gasolina ao longo do ano, a atual política de comercialização das distribuidoras e dos postos inibe ainda mais a venda do derivado de cana. No pico da safra, o litro de etanol teve queda de R$ 0,06 na porta das usinas nas últimas dez semanas. Nos postos, o recuo foi de R$ 0,02. Para complicar ainda mais a vida dos produtores de etanol, a gasolina teve recuo ainda maior do que o do derivado de cana, atingindo queda de R$ 0,03 no período. Tomando como base as margens das distribuidoras e dos postos, que vêm subindo, a opção maior deles deveria ser para o etanol, mas ocorre o contrário.

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Descontados impostos e outros custos, a margem atual das distribuidoras na revenda é de 9,42% na comercialização do etanol e de 5,30% na de gasolina. Já os postos têm margens de 17,70% na venda de álcool e de 14,40% na de gasolina. Um dos motivos desse não repasse da queda dos preços do etanol das usinas para o consumidor seria uma aposta errada na evolução da demanda do mercado interno. As distribuidoras acreditavam em uma recuperação do mercado nos últimos meses, o que não vem ocorrendo. Fizeram encomendas de gasolina acima do que se está consumindo. Quem não retirar essa gasolina recebe uma multa. A saída foi reduzir o preço do derivado do petróleo para elevar as vendas. Alguns postos de São Paulo comercializam a gasolina com queda de até R$ 0,10 por litro nas últimas semanas, aponta pesquisa da Folha. A avaliação era de vendas maiores também para o etanol, cujas encomendas feitas às usinas cresceram. Mas algumas distribuidoras não retiraram o produto adquirido, deixando os estoques ainda maiores nas usinas. Os dados de consumo de combustíveis indicam que o mercado realmente não está reagindo. Nos três primeiros meses do ano, o consumo médio mensal havia crescido 10% em relação a igual período de 2013. Nos meses seguintes esse percentual ainda foi positivo, mas recuou para 5% e nos últimos três meses o aumento é inferior a 2%. Em São Paulo, por exemplo, a venda média de etanol ficou em 600 milhões de litros por mês, enquanto a de gasolina foi de 880 milhões. Apesar dos preços mais vantajosos do etanol, vende-se 1,5 litro de gasolina em São Paulo por litro de etanol comercializado. A queda da demanda e a política de algumas distribuidoras de priorizar a gasolina vão elevar ainda mais os estoques de etanol, que já é grande devido à opção das usinas de produzir mais álcool neste ano, devido aos baixos preços do açúcar. Uma redução de demanda agora vai jogar mais estoques para a entressafra, o período de melhores ganhos do setor. Neste período, as pesquisas da Folha indicam que há vantagem no consumo de etanol sobre o de gasolina. O derivado de cana custa 65% do valor da gasolina. Pesquisas indicam que, quando o etanol vale até 70% do preço da gasolina, ele é mais vantajoso. SUÍNOS Demanda do mercado externo eleva preços em SP O suíno vivo chegou a ser negociado a R$ 95 a arroba nesta terça (14) nos frigoríficos paulistas. A competição pelo produto entre as demandas externa e interna tem elevado os preços. A média dos valores pagos aos produtores paulistas subiu 2,39% no dia, para R$ 94,40 a arroba.

Produção total da Petrobras em setembro sobe 0,8% ante agosto Fonte Jornal Valor Econômico Renato Rostás 15/10/2014 às 10h 09 SÃO PAULO - A Petrobras informou em comunicado produção consolidada de petróleo e gás, no Brasil e no exterior, de 2,781 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em setembro. Esse volume foi 0,8% superior ao registrado em agosto (2,759 milhões de boed). Segundo a petroleira, somente a produção de petróleo no Brasil atingiu em setembro a média de 2,118 milhões de barris/dia (bpd), 0,6% maior que a de agosto (2,105 milhões de bpd). A companhia detalhou que a produção total de petróleo operada pela Petrobras no Brasil — que inclui a parcela operada pela empresa para seus parceiros — atingiu em setembro 2, 239 milhões de bpd, volume 0,3% superior ao de agosto (2,232 milhões bpd). No país, a produção total de petróleo e gás da Petrobras foi de 2, 565 milhões de boed em setembro, 0,5% acima de agosto (2,551 milhões de boed). Já a produção total de óleo e gás natural operada pela Petrobras no Brasil — ou seja, que também inclui a parcela operada para 5


seus parceiros — foi de 2,743 milhões de boed em setembro, 0,3% superior à agosto (2,736 milhões de boed). A empresa informou que o crescimento da produção decorreu, principalmente, do “ramp up” da produção das plataformas P-55 e P-62, em Roncador (Bacia de Campos), e do FPSO Cidade de Paraty, em Lula Nordeste (Bacia de Santos). A petroleira detalhou ainda que, em setembro, seis novos poços offshore iniciaram operação nas Bacias de Santos e Campos, sendo cinco poços produtores e um injetor, totalizando 53 poços novos no ano. No pré-sal, a produção em setembro atingiu média de 532 mil bpd. A empresa informou ainda que, no mês passado, houve paradas programadas para manutenção em algumas plataformas, o que levou à interrupção temporária de 44 mil bpd na produção média do mês da empresa. No caso de específico da produção de gás natural no Brasil, a produção em setembro atingiu 71 milhões 137 mil metros cúbicos diários por dia (m³/d), 0,2% acima de agosto (71 milhões 22 mil m³/d). A produção no exterior, por sua vez, foi 3,2% maior do que agosto, atingindo 215,6 mil barris de óleo equivalente por dia. No caso de gás, a produção média de gás natural no exterior foi de 16 milhões 293 mil m³/d, 3,1% acima de agosto, que foi de 15 milhões 807 mil m³/d. Já a produção média de óleo no exterior em setembro, de 119,7 mil barris de óleo por dia (bpd), ficou 3,3% acima da de agosto.

Número de dívidas renegociadas cai 1,64% em setembro Fonte Portal economia SC 15 de outubro de 2014 às 09h 37 Em setembro, o número de dívidas regularizadas, calculado a partir das exclusões dos registros de inadimplência do bando de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), diminuiu 1,64% em relação a setembro do ano passado. A retração deste mês praticamente repetiu o resultado de agosto, quando o indicador apontou queda de 1,66%. No acumulado do ano janeiro a setembro de 2014 ante janeiro a setembro de 2013 a quantidade de dívidas renegociadas recuou 1,12%. Já número de exclusões de pessoas inadimplentes nas bases do SPC Brasil em setembro recuou 0,11%em relação a agosto deste ano. Essa piora na comparação mensal veio após um recuo de 2,92% verificado no mês anterior. Na avaliação dos economistas do SPC Brasil, a redução da quantidade de pendências quitadas ─ tanto na base anual quanto no acumulado do ano ─ reflete o enfraquecimento da atividade econômica que, aliado a níveis elevados de inflação e de taxas de juros, faz com que a confiança dos consumidores também seja prejudicada. “Estamos presenciando uma dificuldade cada vez maior para que o consumidor pague as dívidas em dia e recupere as pendências em atraso”, afirma a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Os economistas do SPC esperam um panorama de melhora na recuperação de crédito nos próximos meses, refletindo um movimento típico de final de ano, em função do recebimento das parcelas do 13º salário e dos feirões de renegociação de dívidas. “É natural nesse período do ano que o consumidor use parte do 13º salário para quitar dívidas para poder comprar a prazo no Natal”, afirma Kawauti.

O impacto do BNDES na política monetária Fonte Jornal Valor Econômico Cristiano Romero 15/10/2014 às 05h 00 Um dos temas mais relevantes do debate econômico brasileiro é o impacto do crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre a eficácia da política monetária. Em tese, os desembolsos do banco estatal, bem como do crédito subsidiado em 6


geral, diminuem a eficácia da política monetária, uma vez que parcela significativa dos tomadores de empréstimos não responde à alta da taxa básica de juros (Selic). Quando o Banco Central (BC) aperta as condições monetárias, o objetivo é desacelerar a demanda para controlar a inflação. Se nesse momento, o BNDES mantém ou aumenta a liberação de recursos para financiar os investimentos das empresas, a potência do ajuste monetário diminui. Por causa disso, o BC é obrigado a calibrar uma taxa Selic mais alta para promover o mesmo ajuste na demanda agregada e nos preços. Em tese, essa situação cria duas categorias de brasileiros: os afetados pela política de juros do BC e os não atingidos por ela. Como nem todo empresário tem acesso às linhas do BNDES, sofrem mais os efeitos da Selic os menores e médios, que enfrentam dificuldade para reunir as garantias necessárias à tomada de crédito junto ao banco. Intrigado por essa crítica, o Departamento de Acompanhamento Econômico (DAE) do BNDES decidiu quantificar o impacto das operações do banco sobre a política monetária. Trata-se de uma boa contribuição ao debate em curso no país. Antecipados a esta coluna, os argumentos não encerram o assunto, mas trazem pontos que devem ser levados em conta. Os técnicos do DAE alegam que a atuação do BNDES se dá exclusivamente sobre o investimento, mais especificamente sobre o investimento não residencial e, sobretudo, sobre o financiamento de bens de capital (máquinas e equipamentos). "Seu impacto sobre a demanda é restrito e concentrado", sustenta o DAE. O argumento é o de que a expansão de crédito do BNDES tem como objeto uma parcela do investimento que representa 62,9% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que mede a taxa de investimento da economia. Trata-se da FBCF, excluídos a construção residencial e outros investimentos. Como o investimento representa atualmente 17,7% da demanda agregada, diz o pessoal do DAE, os desembolsos do banco afetam diretamente apenas 11,1% da demanda doméstica. "Por outro lado, a política monetária afeta a demanda como um todo, sobretudo, o consumo das famílias, com participação de 61,4% na absorção", explica o DAE. O segundo argumento é o seguinte: a atuação do BNDES permite mitigar os efeitos da política monetária contracionista sobre o investimento, segregando seus efeitos mais intensos apenas sobre o consumo. Isso, dizem os técnicos do banco, é algo bastante desejável em qualquer economia e, especialmente, numa economia em desenvolvimento como a brasileira. No Brasil, a taxa de investimento (o estoque) é de apenas 17,7% do Produto Interno Bruto (PIB). A alegação do BNDES é que, se quiser atender aos anseios de desenvolvimento social, com melhora da renda, o país precisará crescer de forma mais rápida - a média anual na gestão Dilma Rousseff foi de apenas 1,5%, caso se confirme 0,3% em 2014. Sendo assim, observa o DAE, "é, certamente, indesejável que movimentos cíclicos da economia afetem de forma significativa o nível de investimento". Outro argumento usado pelo BNDES é que o banco tem pouco impacto sobre o mecanismo de taxa de câmbio de transmissão sobre o investimento. Aqui é preciso abrir um parêntese. Um dos canais de transmissão da política monetária sobre o investimento é o efeito do juro sobre a taxa de câmbio. Normalmente, o aumento dos juros no presente, assinalam técnicos do BNDES, leva a um esperado ajuste no diferencial entre câmbio futuro e câmbio presente, "geralmente implicando alguma valorização implícita do câmbio spot". Os efeitos acabam sendo ambíguos. Se, por um lado, o real mais forte reduz os custos dos investimentos em máquinas e 7


equipamentos ao baratear as importações, por outro, a apreciação da moeda pode comprometer a rentabilidade dos investimentos mais voltados para exportação. O que o BNDES sustenta é que seus empréstimos são concedidos, em grande medida, para financiar a compra de máquinas e equipamentos, com exigência de um certo grau de nacionalização. Parte substancial dos bens de capital financiada pelo banco é produzida no Brasil. A parcela importada representa cerca de 40% do total e, por essa razão, sofre o efeito do câmbio da mesma forma e, portanto, não é afetada de forma significativa pelo crédito do BNDES. Por fim, a área técnica do banco afirma que a "elasticidade dos juros básicos em relação a variações nos desembolsos do BNDES é relativamente baixa quando estimada em modelo macroeconômico". Os exercícios do banco mostram que um aumento de 10%, em termos reais, dos desembolsos do BNDES gera, em um ano, deslocamento de 0,08 ponto percentual na taxa Selic em relação a sua trajetória. Portanto, se os desembolsos do BNDES estivessem 30% acima do "ideal" (R$ 195 bilhões previstos para 2014, em vez de hipotéticos R$ 150 bilhões), a taxa Selic estaria 0,24 ponto acima do seu valor esperado. "Um corte de R$ 45 bilhões no orçamento do BNDES, em um ano, ajudaria a flexibilização da política monetária, levando a Selic dos atuais 11% para 10,76%, ceteris paribus. O efeito é, de fato, pouco significante", afirma o DAE, que reconhece o BNDES como um instrumento que, ao sustentar parte da demanda, afeta de alguma forma a potência da política monetária. "Contudo, considerando a concentração da sua atuação e as restrições que coloca em sua política operacional, bem como os efeitos calculados de sua atuação sobre a demanda agregada, é possível afirmar que o impacto é bastante reduzido, senão desprezível."

Ovo por carne Fonte Folha de São Paulo 15/10/2014 02h 00 Segundo o ministro da Fazenda, o fraco desempenho da economia brasileira no mandato da presidente se deve exclusivamente à conjuntura internacional. Diante da mais severa crise do capitalismo desde os anos 30 do século passado, a redução do crescimento brasileiro seria consequência inevitável, descontadas, é claro, todas as bravatas sobre a "marolinha" que jamais afetaria o desempenho nacional. O argumento, reproduzido à exaustão a cada pronunciamento ministerial, é logicamente impecável, sofrendo apenas de um modesto problema: não guarda a mais remota semelhança com o ocorrido, seja no que se refere ao Brasil, seja no que diz respeito à economia global.

Não é necessário mais que uma simples tabela para demolir a história oficial, no caso uma que compare o crescimento brasileiro ao mundial, assim como ao do conjunto dos países emergentes, cobrindo os últimos cinco mandatos presidenciais.

Como se vê, o mundo cresceu algo como 3,5% ao ano entre 2011 e 2014, precisamente o mesmo ritmo registrado nos quatro anos anteriores. Por outro lado, o Brasil, que crescera 4,6% ao ano no período 2007-10, deve registrar expansão de apenas 1,6% anual nos últimos quatro anos, redução abrupta equivalente a três pontos percentuais. Nunca antes na história recente deste país o Brasil ficou tão para trás da economia global. 8


Posto de outra forma, a desaceleração mundial não pode ser invocada como motivo para a piora extraordinária do nosso desempenho, simplesmente porque jamais ocorreu, certamente não fora da fértil imaginação do ministro da Fazenda. A tabela também sugere que a "velocidade de cruzeiro" da economia global não parece ser muito diferente da observada no período mais recente: em 4 dos últimos 5 mandatos presidenciais ali destacados o mundo se expandiu à taxa de 3,5% ao ano, saindo da toada apenas no período 2003-2006, quando se acelerou para 5% anuais, sob o efeito combinado da bolha imobiliária nos países ricos e do pico do crescimento chinês. Nesse sentido, mesmo reconhecendo que a recuperação global poderia ser mais vigorosa, considerada a intensidade da queda do produto observada durante a crise de 2008-09, o ritmo de expansão mundial não chega a ser particularmente desastroso, pelo contrário. Já se limitarmos a comparação ao conjunto de países emergentes, as conclusões são ainda mais vexatórias. Em momento algum o Brasil conseguiu superar o desempenho de nossos pares. Afora isso, mesmo nos últimos quatro anos, quando a expansão emergente perdeu algo de seu brilho, caindo de 6,2% para 5,1% ao ano, a piora nacional foi bem mais pronunciada, padrão também difícil de reconciliar com a desculpinha oficial para a queda aguda do nosso crescimento. Nosso lamentável desempenho não pode, portanto, ser atribuído nem à (inexistente) desaceleração global nem à (muito mais modesta) desaceleração das economias emergentes. Como notado (com certo atraso) pelo FMI, se queremos entender o que vem ocorrendo no Brasil, temos que buscar causas locais, que, aliás, não são tão difíceis de encontrar. Em primeiro lugar, a redução visível do crescimento da produtividade, refletindo em larga medida a virtual paralisia do esforço reformista que marcou o país entre 1990 e 2005. Em segundo lugar o esgotamento da mão de obra ociosa, que durante algum tempo permitiu expansão baseada na simples adição de trabalhadores ao processo produtivo. E, por fim, também a fraqueza do investimento, que caiu de insuficientes 19,5% do PIB em 2010 para risíveis 17,7% do PIB nos últimos quatro trimestres, a despeito da maciça injeção de recursos nos bancos públicos, assim como de toda sorte de incentivos fracassados. Nenhum desses fenômenos óbvios é sequer reconhecido como problema no discurso oficial, que continua a insistir nas fantasias que criou, vendendo ovo por carne, tentando justificar a injustificável deterioração em praticamente todas as dimensões da economia brasileira.

Candidato Fonte Folha de São Paulo 15/10/2014 02h 00 É fato que a economia brasileira: 1) perdeu o vento de "cauda" da conjuntura mundial que a impulsionou de 2003 a 2010, mas mudou de direção em 2011, dificultando o seu crescimento; 2) tem um deficit em conta corrente insustentável de US$ 80 bilhões por ano (3,5% do PIB) devido ao uso da taxa de câmbio para controlar a inflação; 3) e sofre os inconvenientes da taxa de câmbio valorizada que são muito superiores aos seus eventuais benefícios na redução da taxa de inflação. Esta continua a namorar o limite superior de tolerância da meta (6,5%), mas, obviamente, não está fora de controle e 4) por tudo isso, paga o preço de um crescimento minúsculo (talvez 1,7% ao ano em 2011-2014) que, pelo menos em parte, é responsável pela desconfortável situação fiscal, mas que está longe de ser apocalíptica. Começamos a tomar consciência de que as desejadas políticas de inserção social, redução das desigualdades e ênfase no aumento da igualdade de oportunidades, ínsitas na Constituição de 1988, criaram uma modesta mas numerosa classe "média" em um mercado de 200 milhões de cidadãos. Para que elas continuem com sucesso, é preciso voltar a crescer com melhor equilíbrio. Seguramente esse é um problema menos difícil do que a quadratura do círculo com régua e compasso, mas está muito longe de ser trivial. O que é, afinal, esse fenômeno a que damos o nome de desenvolvimento? É apenas o codinome do aumento da produtividade do trabalho. Ele depende de muitas coisas: do 9


tratamento e dos estímulos dados a cada trabalhador e aos empresários, do ambiente de trabalho, da disposição de cooperação efetiva de cada um no processo global etc. Mas depende de duas condições necessárias (ainda que não suficientes): 1) é preciso alocar a cada trabalhador um volume crescente de capital físico (por exemplo, trocar um arado puxado a boi por um trator) que incorpore ganhos tecnológicos e 2) é preciso dar a cada trabalhador a capacidade, isto é, o preparo técnico, para tirar proveito da sofisticação do estoque de capital que lhe é alocado. Simplificando: desenvolvimento econômico = aumento da produtividade da mão de obra = mais capital físico com sofisticação crescente para cada trabalhador associado ao seu preparo técnico para operá-lo. Como fazer isso sem a cooptação dramática do setor privado depois que a política de inclusão empregou toda a mão de obra com pequenas habilidades e baixa produtividade, logo, com baixos salários (o que explica o "mistério" do baixo crescimento do PIB com baixo desemprego)? A resposta cabe aos dois candidatos.

Câmara aprova MP 651, que aumenta incentivos e renúncia fiscal da União Fonte Jornal Valor Econômico Lorenna Rodrigues, Vandson Lima, Daniel Rittner e Ribamar Oliveira de Brasília 15/10/2014 às 05h 00 O projeto de conversão da Medida Provisória (MP) 651, cujo texto básico foi aprovado ontem à noite pela Câmara dos Deputados, amplia consideravelmente os incentivos tributários e a renúncia fiscal da União. Ao acolher cerca de 50 emendas ao texto original da MP, muitas delas negociadas com o governo federal, o deputado Newton Lima (PT-SP), relator da matéria, mudou a legislação de muitos setores da economia. A lista de beneficiados pelas mudanças abrange companhias aéreas, operadoras de transporte rodoviário, fabricantes de medicamentos, empresas de engenharia e arquitetura, coligadas e controladas de empresas brasileiras no exterior, empresas de telecomunicações, farmácias, indústrias de etanol, entre outras. O relator não estimou, no parecer, o custo das medidas para o erário público nos próximos anos. O projeto aprovado prorroga, até o fim de 2022, a isenção de Imposto de Renda sobre remessas ao exterior para o pagamento de leasing de aviões. Hoje, o benefício vale somente até 2016. É um tema sensível às empresas do setor, porque o arrendamento de aeronaves envolve centenas de milhões de dólares e uma programação de longo prazo. Por isso, o horizonte de dois anos até a extinção do incentivo era visto como curto demais. "A falta de previsibilidade atrapalha o nosso planejamento", disse o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz. O Valor apurou que a Secretaria de Aviação Civil, embora não tenha sido responsável por negociar com Lima a inclusão do artigo que trata do assunto, apoia a emenda. Houve redução para zero do PIS-Cofins aplicado sobre as receitas de empresas de ônibus que operam linhas semiurbanas. Depois dos protestos de junho de 2013, quando milhões de pessoas saíram às ruas para reclamar dos serviços públicos de transportes, o governo promoveu uma desoneração das tarifas de ônibus. Deixou de fora, porém, as linhas entre municípios de aglomerados urbanos que englobam dois Estados diferentes. É o caso, por exemplo, dos serviços que ligam Brasília e cidades-satélites em território goiano, ou entre Teresina (PI) e Timon (MA).

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Um dos pontos polêmicos incluídos no projeto de conversão da MP 651, mas retirado de última hora do texto submetido a votação, previa a fixação em 25% da margem de preferência dada a bens e serviços nacionais nas licitações públicas. Em 2011, quando lançou o Plano Brasil Maior, o governo começou a dar margens de preferência sobre importados. É uma forma de estimular a indústria brasileira, que muitas vezes não consegue competir em condições de igualdade e acabava sendo preterida nas compras governamentais. Vários setores já gozam de preferência, mas a escolha é feita por decretos ou portarias, com percentuais diferentes por área da indústria. O texto de Lima fixava essa margem de preferência em 25%, para todos os setores, até 2020. Na prática, tornava o benefício "horizontal", sem restrições. Essa medida foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em junho, durante o Fórum Nacional da Indústria. Nunca havia sido implementada. Lima disse ao Valor que foi obrigado a retirar a medida do projeto de conversão a pedido do DEM, apoiado pelo PSDB. "Vamos tentar incluí-la no texto da MP 656", informou o deputado. Além de tornar a desoneração da folha de pagamentos permanente para 56 setores da economia, como previsto no texto original da MP 651, o relator estendeu o benefício para as farmácias, as empresas de engenharia e arquitetura e de transportes rodoviários por fretamento. Outra novidade é a permissão para que o setor que se sentir prejudicado pelo modelo de desoneração - no qual a contribuição previdenciária passa a ser sobre o faturamento, e não sobre a folha de pagamentos - possa voltar automaticamente ao modelo anterior, algo a que o governo se opunha até agora. O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, disse ao Valor que o maior impacto do projeto, do ponto de vista fiscal, é a inclusão de novos setores no rol de desoneração da folha de pagamentos. "O que mais nos preocupa é a desoneração da folha, que teve uma ampliação com a inclusão de alguns setores. Os setores incluídos provocam um aumento de R$ 4,5 bilhões de renúncia por ano", estimou Oliveira. O relator disse que o impacto não é tão grande quanto o contabilizado pela Fazenda. "São setores que já haviam sido contemplados em MPs anteriores, que caducaram." A área econômica ainda analisará o impacto das mudanças incluídas no projeto em relação ao Reintegra, programa que restitui a exportadores parte dos impostos pagos na cadeia de produção. A MP 651 previa a devolução de até 3% sobre o faturamento com a venda de bens industrializados ao exterior, sendo que, desde o dia primeiro deste mês, o programa entrou em vigor com a alíquota máxima sendo utilizada. O relator elevou esse teto em até dois pontos percentuais, a depender da existência de resíduo tributário em cada cadeia. "Não temos posição fechada ainda sobre sanção ou veto desse adicional, vamos analisar nas próximas semanas", disse Oliveira. Outra mudança introduzida pelo relator, a pedido do governo, autoriza o Tesouro a renegociar os empréstimos que concedeu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo da renegociação é definir novo prazo de amortização de juros e do principal emprestado, o que vai melhorar o fluxo de caixa do banco estatal e, dessa forma, permitir que ele amplie os seus créditos ao setor privado. O relator concedeu mais vantagens também para as coligadas e controladas de empresas brasileiras no exterior. Uma mudança permitiu que as empresas que aderiram ao Refis usem prejuízos acumulados em seus balanços para pagar tributos. Até agora, esse abatimento só podia ser feito para quitar multas e juros, e não o principal da dívida.

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Para tentar baratear os preços dos medicamentos, o relator incluiu no projeto uma autorização para que os fabricantes de medicamentos aproveitem os créditos de PIS-Pasep e Cofins por meio de compensação com tributos próprios ou ressarcimento em dinheiro. Outra mudança feita por Lima foi a prorrogação para junho de 2015 do prazo para a apresentação, pelas empresas, de projeto ao Programa Nacional de Banda Larga.

Artigo estende capacidade de atuação da Casa da Moeda Fonte Jornal Valor Econômico Eduardo Campos de Brasília 15/10/2014 às 05h 00 Um dos mais de 120 artigos da Medida Provisória (MP) 651, destinada inicialmente a tratar da tributação no mercado de fundos e estímulos ao mercado de capitais, amplia as atribuições da Casa da Moeda do Brasil (CBM). Se aprovado, a Casa da Moeda ampliará sua capacidade de realizar negócios e poderá atuar na venda de moedas comemorativas. O parágrafo segundo, do artigo 61, diz que "a Casa da Moeda do Brasil poderá exercer outras atividades compatíveis com suas atividades industriais, bem assim a comercialização de moedas comemorativas nas quantidades autorizadas pelo Banco Central do Brasil". Segundo a assessoria de comunicação, a alteração da lei permitirá que a CMB aproveite os eventos esportivos que o país sediará, como a Olimpíada de 2016. Já está previsto o lançamento de 36 moedas relacionadas ao evento. A CMB é responsável pela fabricação desse tipo de moeda seguindo determinação do Banco Central (BC), que até então era o único responsável pela venda junto com o Banco do Brasil, que é custodiante do BC. A Casa da Moeda é uma empresa 100% pública, mas precisa de contratos com clientes para se manter, já que não recebe recursos orçamentários. "Por isso, estamos sempre em busca de novos mercados e oportunidades de negócios", disse a CMB por meio de sua assessoria. A prioridade da CBM é atender à demanda do Banco Central (BC), mas a empresa tem participado de licitações internacionais para produzir cédulas de países estrangeiros, aproveitando-se de eventual capacidade ociosa. Atualmente, a CMB imprime os pesos que circulam na Argentina. Em 2012, além de Argentina foi produzida moeda para a Venezuela e, em 2011, para Argentina e Paraguai. A estatal também fabrica passaportes com chips, selos fiscais e postais, diplomas e outros produtos que requerem itens de segurança. A MP também altera lei que autoriza a Casa da Moeda fazer a doação de cédulas ao Haiti, visando "auxiliar na recomposição do meio circulante daquele país". Foi ampliada a previsão de gasto com essa ação - de R$ 4,8 milhões para R$ 9 milhões - com os "custos suportados pela CMB", incluindo cunhagem e transporte. Está prevista a impressão de 100 milhões de cédulas.

Emprego perdeu fôlego em setembro, preveem analistas Arícia Martins e Tainara Machado de São Paulo 15/10/2014 às 05h 00

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O início do período de contratações temporárias deve ter dado algum alento à geração de vagas formais em setembro, avaliam economistas, mas foi insuficiente para tirar o mercado de trabalho da rota de desaceleração observada nos últimos meses. Segundo analistas, a indústria seguiu mostrando comportamento pior do que a média, mas outros setores, como o comércio e os serviços, também já começaram a ser afetados pela estagnação da atividade econômica. A estimativa média de 11 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta que 123,8 mil postos de trabalho formais foram abertos no mês passado. Se confirmado, esse resultado representará recuo de 41,3% em relação ao mesmo mês de 2013, quando 211 mil empregos com carteira assinada foram criados. As projeções para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que deve ser divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho, vão de 68,8 mil até 173,4 mil novas vagas em setembro. Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), afirma que setembro é um mês sazonalmente aquecido para o mercado de trabalho formal, devido à abertura de vagas na indústria e nos serviços para atender a demanda extra das festas de fim de ano. Mesmo assim, diz ele, a expectativa do Ibre, de abertura de 149,5 mil empregos celetistas no período, pode ser vista como um dado ruim. "É um resultado em linha com o de setembro de 2012, quando 150,3 mil postos foram abertos", compara Moura. Naquele ano, ele lembra que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 1%. Portanto, se confirmada sua estimativa para o Caged do mês passado, o economista avalia que a tendência de desaquecimento do mercado de trabalho será reforçada, embora a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas permaneça em patamar muito baixo, devido à redução da força de trabalho. Nos cálculos de Moura, a indústria de transformação abriu 45 mil vagas com carteira no mês passado, 28,8% a menos do que o saldo registrado em setembro de 2013. Os serviços, segundo o pesquisador, ainda não devem mostrar piora tão expressiva, mas já não estão mais segurando a geração de empregos como nos últimos anos. O Ibre trabalha com a abertura de 109,8 mil postos neste segmento no mês. "A renda ainda sustenta um desempenho um pouco melhor do emprego neste setor, mas cada vez menos", disse. Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria, também vê sinais de desaceleração neste ramo de atividade. Dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram queda do faturamento do setor, já descontada a inflação no período. O comércio também dá sinais de enfraquecimento, segundo Bacciotti, o que tende a reduzir o ritmo de criação de vagas com carteira assinada nestes dois setores nos próximos meses. "São segmentos que continuam empregando, mas menos do que no ano passado", diz. Bacciotti estima que o saldo líquido entre admissões e demissões deve ter sido de 125 mil em setembro. Embora seja um número melhor do que os 101 mil empregos criados em agosto, o economista comenta que, na série com ajuste sazonal calculada pela consultoria, a geração de vagas formais passaria de 22 mil para 13 mil no período. A construção civil e a indústria vão continuar como destaque negativo, afirma Bacciotti. No setor manufatureiro, as demissões começaram em maio e devem continuar em setembro, na série com ajuste sazonal, diz. "O noticiário recente mostra que as montadoras até intensificaram a adoção de férias coletivas e layoff como meio de enfrentar o baixo dinamismo da atividade e, por isso, não vejo reversão dessa tendência", diz, mesmo com aumento da produção entre julho e agosto.

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Para o economista, como a recuperação da atividade econômica é bastante modesta, o mais provável é que a perda de fôlego da geração formal de empregos se torne mais espalhada entre os vários setores da economia. Para o ano, o economista estima criação de 300 mil novos postos, contra 731 mil em 2013. No cenário do Ibre, outubro e novembro devem mostrar mais admissões do que demissões, em função das contratações temporárias, mas o mês de dezembro, que sazonalmente já é marcado por saldos negativos do Caged, pode ser ainda mais fraco em 2014, dependendo do resultado das eleições. Moura recorda que, em 2008, quando o país foi fortemente atingido pela crise internacional, o Caged contabilizou 655 mil cortes de vagas. "Esse número não deve ser superado agora, mas a semelhança com aquela época é o elevado nível de incertezas, que fez as empresas ajustarem suas expectativas para baixo", afirma o economista. Como já existe um consenso de que 2015 será um ano difícil para a economia, os empresários tendem a mostrar comportamento semelhante no fim deste ano, na avaliação de Moura, mas o ajuste pode ser maior caso o atual governo seja reeleito.

Saída da crise para indústria depende de câmbio e inovação Fonte Jornal Valor Econômico Vanessa Jurgenfeld de São Paulo 15/10/2014 às 05h 00 Uma desvalorização do real poderia ajudar uma grande parte dos setores industriais brasileiros a reverter a crise enfrentada nos últimos anos. Porém, seria suficiente apenas como medida de curto prazo. Independentemente do nome a ser eleito à Presidência do país, estudiosos do setor industrial ouvidos pelo Valor acreditam que, no longo prazo, o Brasil precisará repensar também a política especificamente voltada ao setor industrial, tendo foco na melhora da competitividade, em grande medida, com avanços na modernização e inovação tecnológica. Renato Garcia, professor do Instituto de Economia da Unicamp, afirma que, embora vários setores da indústria de transformação estejam com problemas, a valorização do real atinge principalmente aqueles cuja relação preço/salário é muito importante para a sua competitividade, estando mais sujeitos à concorrência com importados, como é o caso da produção de bens de consumo de massa, como têxtil e calçados. Garcia acredita que uma reversão da sobrevalorização pode mudar o cenário para alguns segmentos dentro de setores como esses. "Supondo que ocorra uma desvalorização do real ante o dólar, boa parte vai se recuperar. Isso deve ocorrer com a produção de itens mais commoditizados, que serão internalizados rapidamente", disse, citando como exemplo móveis, parte das cerâmicas, parte dos plásticos, sapatos e produtos têxteis mais básicos. São setores com tecnologia difusa, nos quais as dificuldades para se remontar fábricas - que possivelmente foram desativadas, em função da avalanche de produtos importados no mercado nacional são menores. A crise da indústria brasileira se refletiu nos últimos anos principalmente na produção de 10 setores, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA), que apura o desempenho de 24 ramos industriais. Entre os setores mais afetados estão têxtil, madeira, papel e celulose, coque e derivados de petróleo, produtos químicos, farmacêuticos, metalurgia, metalurgia exceto máquinas, informática e outros equipamentos de transportes. Nesses setores foi constatada, ainda que em graus diferentes, a redução da participação no Valor de Transformação Industrial (VTI) dentro do total de valor gerado pela indústria de transformação, quando comparados os dados de 2012 (os mais atuais disponíveis) com os de 2007 - um ano antes da eclosão da crise mundial. 14


O VTI é uma medida importante, porque é uma variável próxima ao conceito de valor adicionado que cada setor gerou dentro da indústria de transformação, contribuindo assim para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB). Para alguns economistas, o indicador compõe a cesta de estatísticas que sinalizam uma desindustrialização em curso, com algumas interpretações entendendo que o fenômeno ocorre de maneira precoce, porque o Brasil teria começado a se desindustrializar com um nível de renda per capita muito inferior ao dos países desenvolvidos. A professora da PUC-SP Anita Kon concorda que uma desvalorização do real seria de grande relevância, mas destaca que não bastam mudanças em uma variável macroeconômica para reverter a crise do setor. "Os empresários precisam também de juros mais baixos e uma política industrial efetiva de longo prazo", disse. A proposta de uma nova política industrial ganha corpo entre alguns economistas pela crítica que fazem da política industrial existente, basicamente o Plano Brasil Maior. "Nós não temos uma política industrial. Não adianta ter uma política que fique só no papel. Precisamos de uma política industrial de longo prazo que não seja para tampar buraco ou apagar fogo", afirma Anita. Garcia, por outro lado, reconhece méritos no Brasil Maior, mas aponta que há algumas falhas, como o fato de ter havido medidas mais compensatórias ao setor industrial do que indutoras de internalização de capacidades tecnológicas. Além disso, a necessidade de uma política industrial de longo prazo é ressaltada pelo entendimento de que os problemas mais de fundo do setor industrial não são resolvidos apenas com mudanças macroeconômicas, como no câmbio. Entre essas questões, Garcia cita as baixas escalas de produção, baixos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, incapacidade de as empresas brasileiras participarem mais das cadeias globais de valor, bem como pela incapacidade de o setor industrial incorporar capacitações sustentáveis no longo prazo. Como elementos de uma nova política industrial, Anita cita melhores condições no capital de giro, melhora da infraestrutura e medidas macroeconômicas e microeconômicas em sintonia. "Se é estabelecida uma certa taxa de juros (Selic), não se deve com isso pensar só no equilíbrio macro, mas que ela vai ter influências de diferentes tipos na indústria", diz. Assim como Anita, Garcia defende uma política industrial de longo prazo que eleja setores prioritários. "Em alguns casos, o bonde passou e o perdemos, mas temos que tentar pensar daqui para frente", disse. Como casos em que o bonde já passou, ele citou o complexo de eletrônicos, como a fabricação de chips, que não foi internalizada pelo Brasil. Isso não significa que não há o que fazer, mas é preciso identificar setores". Entre os dez setores que apresentaram queda na PIA estão alguns de alto conteúdo tecnológico, que seriam importantes para puxar o crescimento do país, colocando-o em uma melhor posição nas cadeias globais de produção, na avaliação de alguns economistas. Além disso, a lista demonstra que há uma certa heterogeneidade da crise: ela vai do têxtil à metalurgia e ao ramo de transportes. Apesar de o câmbio ser apontado como importante ferramenta de saída da crise para parte do setor industrial, economistas afirmam que existe uma probabilidade baixa de o governo - seja quem for o nome eleito no segundo turno - mexer no câmbio, porque essa medida traria aumento de custos e poderia ter efeitos sobre a inflação. Atualmente, existe uma atuação do governo no câmbio para evitar uma desvalorização excessiva, pelo entendimento de que isso pode ter impacto sobre a inflação, por meio do encarecimento das importações. "É possível, portanto, que a mudança no câmbio não venha de medidas deliberadas do governo brasileiro. Está tudo mundo de olho no Fed [o banco central americano] nos Estados 15


Unidos. Se há um aumento de juros lá, certamente vai haver mudanças no câmbio brasileiro", destaca o professor da Unicamp. Em uma avaliação distinta de Anita e de Garcia, Sandra Rios, diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento, acha que o país não deveria temer o "desmonte" da produção vertical integrada que vem ocorrendo, o que alguns classificam como "perda de elos das cadeias produtivas" ou de desindustrialização. Ela entende que o país deve se especializar naquilo em que já tem maior competitividade. Por trás disso está a ideia de que o "desmonte" faz parte de um processo global natural, considerando a nova forma de atuação da indústria em cadeias produtivas globais, nas quais as grandes empresas escolhem onde e o que produzir em cada país, conforme seus interesses. Embora Sandra concorde que a sobreapreciação do real prejudica a indústria, ela considera que o país precisa buscar especializações, como a de produtor de matérias-primas, vista por ela como "inescapável para um país abundante em recursos naturais". Sobre setores intensivos em mão de obra, como é o caso de têxtil e calçados, por exemplo, Sandra considera que, antes da emergência da China no mercado internacional, trazendo todos os países da região com ela, o país podia até ter "alguma vantagem comparativa nisso", mas esse não é o caso do Brasil de hoje. "De um lado, o Brasil concorre agora com países que são de fato abundantes em mão de obra e, de outro lado, temos um aumento da ocupação da mão de obra e um encarecimento do custo do trabalho que não nos permite mais competir nesse nicho [de mão de obra intensiva] de preço", diz Sandra. De acordo com ela, o Brasil tenta resistir à tendência global de redução da produção integrada verticalmente. "A ênfase em políticas que buscam contrarrestar essa tendência acabam por prejudicar a competitividade", afirma. "Quando há uma política para manter a produção local de todas as partes, peças, componentes, insumos e bens de capital, é inevitável um encarecimento da produção que vai se fazer sentir de forma mais intensa nos elos da cadeia que estão mais na ponta", diz. Para Sandra, a solução não passa por uma política industrial que eleja setores prioritários ou evite a perda de alguns segmentos. "Pode até ter fábrica têxtil para produtos mais sofisticados, com um corte especial, ou naquela que haja alguma vantagem de produzir localmente, como moda praia, com um tipo de desenho que ainda valha a pena produzir aqui por conta da proximidade com o local do produto. Mas é difícil imaginar que o país vai ser competitivo em camiseta de malha sintética ou em produção de sapatos de borracha."

Aneel quer conter valor da energia sem afastar investidor Fonte Jornal Valor Econômico Rafael Bitencourt de Brasília 15/10/2014 às 05h 00 A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs ontem o corte pela metade do valor máximo da energia negociada no mercado de curto prazo (spot) a partir de 2015. A iniciativa tende a conter a explosão de gasto com energia em momentos de falta de chuva nos reservatórios das principais hidrelétricas, como vem ocorrendo nos últimos dois anos. Hoje, o valor do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) está em R$ 822,83 por megawatthora (MWh). A agência propôs corte para R$ 388,04 por MWh, o que representa redução de 52%. 16


Desde o ano passado, as distribuidoras foram submetidas a gastos bilionários ao recorrerem à compra à vista de energia. Tal situação demandou o uso de recursos do Tesouro Nacional e mecanismos de financiamento para conter a alta das tarifas e a pressão sobre o caixa das distribuidoras. A previsão de corte no preço máximo do PLD neste momento deve, ao menos, contribuir para o sucesso do Leilão A-1, marcado para o dia 5 de dezembro. O certame será realizado para cobrir o déficit de contratação de energia das distribuidoras em 2015. Ontem, a diretoria da agência também aprovou a abertura de audiência pública para receber contribuições sobre o edital. O favorecimento à contratação de energia no Leilão A-1 se dá com a perspectiva das geradoras de obter contratos de três ou cinco anos com as distribuidoras, em vez de contar com lucro menor no mercado à vista diante da redução dos valores máximos da energia no segmento. "Dependendo do teto do PLD pode ter mais ou menos interesse [das geradoras] em jogar com a questão na liquidação no mercado de curto prazo", diz Romeu Rufino, diretor-geral da Aneel. O diretor da autarquia Tiago Correia afirmou ontem que a definição de novos limites mínimo e máximo do PLD manterá os atuais níveis de atração de investimento ao setor elétrico. "Essa é uma solução que não altera o interesse, porque continuará sendo dado o mesmo sinal ao mercado. Acho até que vai ajudar, porque o mínimo, que tem mais peso que o valor máximo, praticamente não vai subir", disse Correia. O órgão prevê o aumento do piso do PLD de R$ 15,62 por MWh para 30,26 por MWh. Segundo a Aneel, o limite máximo do PLD foi alcançado apenas durante duas semanas entre 2003 e 2013. No ano de 2014, no entanto, o limite foi atingido em praticamente todas as semanas de fevereiro a maio. Caiu levemente em junho e vem subindo desde então, tendo ficado próximo a R$ 822,83 novamente em setembro.

Preço do aço na China cai e se aproxima do repolho Fonte Jornal Valor Econômico Lucy Hornby Financial Times, de Pequim 15/10/2014 às 05h 00 A forte queda na demanda por aço na China rebaixou os preços, em alguns mercados, ao nivel da cotação do repolho, à medida que crescem as preocupações com que o consumo anual de aço poderá encolher pela primeira vez em 19 anos. Alguns tipos de vergalhões, um produto de aço utilizado em construção, caiu para 2,6 mil ienes (US$ 419) por tonelada em mercados no norte da China, nesta semana, de acordo com os preços no Steelhome, website do setor. Esse valor é equivalente ao preço do repolho no varejo. O consumo chinês de aço foi sustentado durante anos pelo boom na demanda de geladeiras, na construção de supermercados, em vagões de trem e em estufas que hoje permitem que os habitantes de Pequim tenham acesso a vegetais frescos durante todo o inverno. Mas essa demanda está caindo acentuadamente, com a frenagem no crescimento econômico da China. Por seu turno, o repolho não é o produto onipresente que já foi. Caminhões carregados com o vegetal já não são vistos em Pequim no outono e alguns moradores os empilham sob suas escadarias, em antecipação ao inverno.

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A queda na demanda por aço "é uma tendência de longo prazo", disse Li Xinchuang, da China Iron and Steel Association, que representa as maiores siderúrgicas no país. Dados da Associação mostram que o consumo de aço caiu em julho e agosto, em comparação com o ano anterior. Li disse que o declínio persistiu em setembro. A queda no consumo de aço no terceiro trimestre reflete, em grande parte, um ritmo menor na construção de moradias. Uma queda similar neste trimestre faria de 2014 o primeiro ano de queda no consumo desde 1995, quando a economia chinesa estava recuperando-se de um surto inflacionário. "Todos os indicadores que analisamos mostram ser improvável que a recuperação da economia no quarto trimestre seja forte", disse Song Chunlei, vice-diretor da LGMI, consultoria especializada no setor do aço com sede em Pequim.

Carteira de pedidos da Embraer atinge maior valor de sua história Fonte Jornal Valor Econômico Daniela Meibak 15/10/2014 às 08h 56 SÃO PAULO - A carteira de pedidos firmes a entregar da fabricante de aeronaves Embraer chegou ao fim do terceiro trimestre em US$ 22,1 bilhões, o maior patamar da história da empresa. O avanço na comparação com o segundo trimestre foi de 22,1%. A carteira, segundo a companhia, foi impulsionada principalmente pela assinatura do contrato do KC-390 e pelo pedido firme de 50 jatos E175 da Republic Airways. Nos meses de julho, agosto e setembro, a Embraer entregou 19 jatos para o mercado de aviação comercial e 15 para o de aviação executiva, totalizando 34 aeronaves no período. Foram 16 jatos do modelo E175, 2 do tipo E190 e 1 avião E195, dentre os comerciais. A empresa destaca que as aeronaves para a Republic, cujas entregas estão programadas para começar no terceiro trimestre de 2015 vão até 2017, serão operadas pela United Airlines com a marca United Express. Outro destaque do trimestre foi o pedido firme de 15 jatos, compreendendo os modelos E170 e E190, assinado com a Japan Airlines (JAL). As entregas das novas unidades para a JAL estão previstas para começar em 2015.

Galeão replaneja investimentos e busca novos voos Fonte Jornal Valor Econômico Fábio Pupo de São Paulo 15/10/2014 às 05h 00 A concessionária do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, começou recentemente uma série de apresentações ("road show") em países da Europa e da Ásia, com objetivo de atrair novas companhias aéreas. A estratégia é posta em prática cerca de dois meses após a transição das operações da estatal Infraero para a RIOgaleão (como foi batizada a empresa), que decidiu replanejar o cronograma e o tamanho de investimentos. Sandro Fernandes, que acumula passagens por Iguatemi e Tiffany e foi chamado para o cargo de diretor comercial da RIOgaleão, diz que a concessionária vai adiantar a construção de dois hotéis de três e quatro estrelas na área do aeroporto que estavam originalmente programados para 2021. Agora, eles devem começar a operar em 2017. "Há necessidade de ter um hotel o 18


quanto antes. Tem uma grande demanda reprimida", afirma. Segundo ele, esse investimento só não fica pronto para a Olimpíada pela escassez de tempo. Outra mudança é o centro de convenções, cuja capacidade deve ser ampliada - de 750 pessoas para pelo menos 1000. A empresa decidiu pelas mudanças depois de avaliar os resultados de uma pesquisa encomenda à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) sobre as demandas do aeroporto. O levantamento revelou, entre outros itens, que 75% dos usuários do Galeão têm ensino superior completo e uma renda mensal média superior a R$ 11 mil. "É algo de se espantar, porque fica acima da média de vários shopping centers de classe média e média alta. É um passageiro sofisticado", afirma Fernandes. Apesar disso, ele diz que a ideia é melhorar a chamada "experiência do passageiro" para diferentes classes sociais. "Queremos ser não só um 'hub' [centro de distribuição de voos] para o Brasil, mas para a América do Sul. Então buscaremos atender todo tipo de público." Em 2014, estão sendo investidos R$ 450 milhões no aeroporto. Está programada nesse período a reconfiguração do pátio de aeronaves para criar novas posições de estacionamento de aviões. A empresa também diz já ter feito melhorias no estacionamento - ao instalar 250 novas placas de sinalização e quatro mil novas lâmpadas, além da cobertura de mil vagas. No terminal, serão feitas outras melhorias até dezembro - como polimento dos pisos, reparação de placas danificadas e substituição de telhas e calhas para conter infiltrações e vazamentos. Como as outras concessionárias, os banheiros (um dos itens campeões de reclamação de passageiros) também são prioridades: serão revitalizados, diz a RIOgaleão, com nova pintura de paredes, pisos e forros. Também entrarão em operação novos restaurantes, como Domino's Pizza, Espaço Sushi e McDonald's. Em 2015, começa a fase de maior esforço em investimentos. Para este intervalo, estão programados R$ 1 bilhão. Em 2016, serão R$ 300 milhões - o que somará R$ 1,75 bilhão, considerando a cifra prevista para 2014. O Terminal 2 terá 26 novas pontes de embarque. O edifício-garagem terá quatro novos andares e 2,1 mil novas vagas. "Daqui até 2016, o passageiro terá muito pouco impacto", diz Fernandes sobre as obras - que serão executadas pela Construtora Norberto Odebrecht e MPE. A concessionária também estuda, diz, investir em meios de transporte para facilitar o acesso ao Galeão - mas a análise ainda é inicial. Segundo Fernandes, a empresa pretende atrair mais voos de Gol, TAM, Azul e Avianca e, com isso, aumentar a atratividade do aeroporto para companhias estrangeiras, devido ao possível maior número de conexões com outras cidades no Brasil. "Houve um encolhimento no aeroporto das companhias aéreas brasileiras com o passar do tempo. Estamos atraindo elas de volta." "Estamos negociando com todas as grandes companhias aéreas [internacionais], todas. Nós fomos muito bem recebidos no nosso 'road show'. É como um dos executivos disse: 'o mundo está de olho no Rio'", afirma. Recentemente, foi aberta uma nova rota Cidade do México - Rio de Janeiro, da Aeroméxico (iniciada em junho); e os voos diretos da Air Canada, com a rota Toronto - Rio de Janeiro (a partir de dezembro). A RIOgaleão tem como acionistas controladores a Odebrecht TransPort e a Changi - que opera o melhor aeroporto do mundo (segundo a revista Skytrax), o de Cingapura. Fernandes diz que a concessionária colocará Galeão não como o melhor, mas pelo menos entre os 25 melhores do mundo. "Eu não preciso ter uma Ferrari, eu preciso ter um Corolla. Quem já tem, sempre quer ter, porque não dá problema e a relação custo benefício é ótima", afirma. 19


Cresce demanda por marcas mais simples, sem enfeites Fonte Jornal Valor Econômico - Financial Times 15/10/2014 às 05h 00 Um dos principais motores do crescimento de grandes empresas de luxo até ano passado era baseado no forte apelo de marca. Mas a fadiga com logos e a mudança no gosto dos consumidores afetaram conglomerados, como Kering, Richemont e LVMH. Enquanto esses grupos tentam afastar o foco das marcas sobre as quais o sucesso foi construído, emergem selos que parecem mais sintonizados com o humor dos consumidores de luxo. A investida do governo chinês contra o hábito de dar presentes caros levou a elite do país a apreciar habilidades artesanais e alternativas discretas de exibir riqueza. Uma tendência similar surgiu na Europa, afetada pela recessão. Nos Estados Unidos, Pam Danziger, da Unity Marketing, diz que um "novo estilo de luxo está se desenvolvendo". A austeridade levou a uma tendência em direção ao prático, simples e sem muitos enfeites. No segmento mais caro das novas marcas de nicho voltadas a essas demandas há selos populares, como o The Row, criado pelas irmãs Ashley e Mary Kate-Olsen, estrelas de Hollywood. Suas coleções sazonais, chiques e minimalistas rapidamente atingiram status de cult. Enquanto isso, outros nomes mais acessíveis da "masstige" (mistura das palavras inglesas "massas" e "prestígio"), como o site Everlane, apenas de peças básicas, e a varejista de óculos Warby Parker, também ficaram conhecidas pela abordagem estética simples e direta. Ambas operam o modelo de negócio conhecido por "capitalismo colaborativo", alardeando que cortaram o intermediário para liberar fundos para fins beneficentes. Mas a ideia de que o "pequeno é bonito" não foi abandonada pelos conglomerados. Uma guerra por aquisições estar por surgir. Há rumores de que a LVMH estaria sondando a Proenza Schouler, de Nova York. Recentemente, o grupo comprou fatia da Marco de Vincenzo, na Maxime Simoens e na JW Anderson. A concorrente Kering comprou a Christopher Kane, do Reino Unido, e uma participação na Joseph Altuzarra, em 2013.

Em vez de cartão, Mastercard aposta em smartphone Fonte Jornal Valor Econômico Tatiane Bortolozi de São Paulo 15/10/2014 às 05h 00 A Mastercard, empresa de tecnologia com foco na indústria de pagamentos, quer substituir o chip do cartão de crédito pelo do smartphone na expansão da área de pagamentos móveis. A companhia vai oferecer a tecnologia de comunicação por aproximação (NFC, na sigla em inglês) aos clientes da Apple nos Estados Unidos. Por aqui, terceiro maior mercado global da americana, a empresa já opera o NFC - um dos parceiros é o Santander - e o número de emissores deve aumentar em 2015, pois está pronta uma rede de 1,5 milhão de terminais. "O Brasil é um dos mercados que mais têm entusiasmo por tecnologia e vemos os negócios avançando tremendamente", disse Ed McLaughlin, diretor de pagamentos emergentes da Mastercard, em visita ao país na semana passada. Ele destacou a crescente demanda por dispositivos móveis e o avanço das compras online no Brasil. 20


As vendas de smartphones cresceram 22% no segundo trimestre, sobre um ano antes, para 13,3 milhões de aparelhos, segundo a consultoria IDC. Enquanto isso, o comércio eletrônico cresceu 26% no primeiro semestre e faturou R$ 16 bilhões, informa o relatório WebShoppers, divulgado pela consultoria especializada e-bit, que prevê receitas de R$ 35 bilhões até dezembro. Para não deixar os dados dos cartões vísiveis, a Apple armazenou os dados de clientes em um chip no iPhone. O código é ativado quando um pagamento é processado e impede que as informações bancárias sejam compartilhadas com varejistas. Na loja, ao aproximar o aparelho de um leitor, a transação é autenticada pela impressão digital. Em um aplicativo, pode ser usado um código de identificação ou a própria biometria. No Brasil, dos 3,8 milhões de terminais de captura de transações (máquinas de cartão) em uso, a Mastercard estima que 1,5 milhão tenham tecnologia para realizar transações com NFC. Bancos como Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e CEF desenvolveram em parceria com operadoras de telefonia móvel sistemas de pagamento com uso do NFC em smartphones. "O pagamento por celular não vai substituir hábitos anteriores, mas trazer novas possibilidades", diz McLaughlin. Segundo ele, a mudança será comandada pela melhora da experiência do consumidor. "E nisso a Apple é uma especialista", afirma. O executivo espera que com mais brasileiros com acesso à internet, os negócios continuem a crescer.

Petrobras anuncia descobertas no ES e BA Fonte Jornal Valor Econômico André Ramalho do Rio 15/10/2014 às 05h 00 A Petrobras anunciou três descobertas de petróleo e gás natural nas Bacias do Espírito Santo e do Recôncavo (Bahia). A petroleira informou à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a existência de óleo e gás no campo de Golfinho e no bloco terrestre ES-T-486, ambos no Espírito Santo, e no campo Taquipe, no Recôncavo. Os indícios identificados no bloco terrestre ES-T-486 arrematado pela companhia no ano passado, na 11ª Rodada de Licitações, foram descobertos a partir da perfuração do poço 1BRSA1268ES. No mês passado, a estatal já havia registrado uma descoberta no mesmo bloco. Em Golfinho, a descoberta foi possível graças à perfuração do poço 4BRSA1265ESS, em lâmina d'água de 1.319 metros. No Recôncavo, a descoberta foi anunciada após a perfuração do poço 6BRSA1266DBA. A Petrobras produz cerca de 3 mil barris de petróleo por dia e 70 mil metros cúbicos diários de gás natural em Taquipe. Em golfinho, a produção da estatal totaliza 18 mil barris/dia de óleo e 930 mil m3 /dia de gás. A Parnaíba Gás Natural também informou uma descoberta de gás natural no bloco PN-T-68, na Bacia do Parnaíba. Os indícios foram descobertos a partir da perfuração do poço 3PGN2MA, que faz parte do plano de avaliação da descoberta de Fazenda Santa Vitória. O bloco abriga, ainda, o campo Gavião Real, único ativo de produção da companhia. De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o campo produziu, em agosto, 5,5 milhões de m3 diários de gás natural. Com a conclusão das perfurações em Santa Vitória, a companhia decidirá quais as próximas descobertas a passarem por avaliação. A Parnaíba Gás Natural possui outros onze planos de avaliação de descobertas previstos para os próximos anos. 21


A princípio, a empresa pretende dar prioridade às descobertas mais próximas ao polo de Gavião Real, como Bom Jesus, Fazenda Santa Isabel, Angical e Fazenda Chicote. Ao todo, a Parnaíba Gás Natural prevê investir entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão nos próximos três anos para desenvolvimento do campo Gavião Branco e para avaliação de descobertas na Bacia.

Ex-presidente reforça campanha de Dilma Fonte Jornal Valor Econômico Andrea Jubé e Raymundo Costa de Brasília 15/10/2014 às 05h 00 O PT fechou uma intensa agenda eleitoral para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de afastar as especulações sobre seu afastamento da campanha da presidente Dilma Rousseff no segundo turno. Lula não é visto em atividades da presidente desde o dia 5, no primeiro turno, e só foi aparecer no programa de televisão da candidata petista na última segundafeira, ainda assim com imagens antigas. Dessa forma, Lula começa nesta semana um périplo pela Região Norte, seguindo uma estratégia traçada no primeiro turno, de maximização dos recursos - quando Dilma estiver no Sudeste, Lula estará no Norte, e vice-versa. Dilma fica em São Paulo até amanhã, por força dos debates na Band e no SBT. O PT ainda tenta articular uma agenda conjunta dele com Dilma em São Paulo. Outro compromisso eleitoral de Lula considerado "forte" no PT será uma visita a Pernambuco, em princípio prevista para a terça-feira. "Tudo é discutido em conjunto [na campanha]", disse o presidente do PT e chefe do comitê eleitoral de Dilma, Rui Falcão. Ele acrescentou que a presença de Lula em eventos de Dilma desde que começou o segundo turno ainda não havia sido solicitada. Falcão também minimizou o vídeo antigo veiculado no horário eleitoral do segundo turno. "Não importa, o programa disse o que precisava ser dito: que a presidente, a exemplo de Lula, vai fazer um segundo mandato melhor que o primeiro", afirmou. Lula vai ao Pará, ao Amazonas - onde esteve no primeiro turno - e ao Acre nos próximos dias. Em todos esses destinos, além do reforço eleitoral à campanha de Dilma, subsiste também o compromisso pessoal de Lula com os aliados que disputam o segundo turno para o governo estadual. Assim, o ex-presidente vai a Ananindeua, na Grande Belém, para turbinar a campanha de Helder Barbalho (PMDB), filho do senador Jader Barbalho (PMDB), ao governo do Pará - o maior colégio eleitoral do Norte. Lula também volta a Manaus, para reforçar a campanha do senador Eduardo Braga (PMDB) ao governo do Amazonas. E vai ao Acre, em um afago ao governador Tião Viana (PT), que tenta a reeleição. Lula tem ligações pessoais tanto com Braga quanto com os irmãos Jorge (senador) e Tião Viana, fundadores do PT. A agenda mais afinada com a campanha presidencial está programada para sábado, quando Lula e Dilma comandarão atos políticos no Sudeste, em Estados diferentes. Lula estará com o governador eleito de Minas, Fernando Pimentel, tentando ampliar a vantagem de Dilma no quintal de Aécio Neves (PSDB). No mesmo dia, Dilma estará no Rio de Janeiro, com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e outras lideranças, em uma roda de samba na quadra da Portela, tradicional escola de samba carioca, no bairro de Madureira.

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Na terça-feira, Lula desembarca em Pernambuco. O PT investe na popularidade do expresidente, para compensar o apoio da família do ex-governador Eduardo Campos a Aécio Neves. Apesar da força do petista no Estado, os pernambucanos votaram em peso em Marina Silva (PSB) no primeiro turno. Ele deve ir ao Porto de Suape, obra construída com recursos do governo federal durante a sua gestão e a de Dilma. O PT também cogita agendar uma visita à fábrica da Fiat em Goiana, na Grande Recife, que também foi viabilizada com incentivos federais no final de seu mandato. Dilma não acompanhará Lula - ela reservará este dia para se dedicar à entrevista que concederá ao "Jornal Nacional". Na véspera da incursão de Lula ao Nordeste, no dia 20, Dilma comandará dois megaeventos em São Paulo. Pela manhã, em Itaquera, encontrará jovens do hip-hop, rap e do funk. À noite, no Teatro Tuca, receberá apoio de intelectuais e artistas. Dilma esteve em São Paulo, no domingo, onde visitou um Centro de Ensino Unificado (CEU) localizado em Guaianazes, na zona leste, acompanhada de políticos derrotados, como Alexandre Padilha, que teve um desempenho pífio na eleição para o governo do Estado, e do senador Eduardo Suplicy, que perdeu a cadeira para o tucano José Serra, após 24 anos, na proporção de quase dois votos por um. O único político vencedor que acompanhava a presidente era o prefeito Fernando Haddad, cuja avaliação de governo é baixa, segundo as pesquisas. Mas segundo Falcão, não houve preocupação em convidar lideranças políticas para aquele ato, porque "era o Dia das Crianças e o ato não tinha preocupação eleitoral". Ele lembrou que a presidente recebeu alguns documentos de entidades relacionadas aos direitos das crianças naquele evento.

Ala do PT propõe que Dilma reconheça erros na Petrobras Fonte Jornal Folha de São Paulo VALDO CRUZ, NATUZA NERY de BRASÍLIA 15/10/2014 02h 00 A cúpula da campanha da presidente Dilma Rousseff está dividida sobre a melhor estratégia para enfrentar o escândalo da Petrobras, que arranha a imagem do PT na reta final da disputa pelo Planalto. Um grupo avalia que a tática mais eficaz seria reconhecer que houve erros na gestão da estatal, insistir que os culpados devem pagar por eles e que a Justiça Federal dará a palavra final sobre a responsabilidade de cada um, buscando virar a página do escândalo. Segundo a Folha apurou, são favoráveis a esta posição o marqueteiro da campanha João Santana, Miguel Rossetto, um dos coordenadores da campanha, Jaques Wagner, atual governador da Bahia, e Fernando Pimentel, governador eleito de Minas Gerais. Outro grupo, integrado por Rui Falcão, presidente do PT, Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, e Franklin Martins, da coordenação da campanha, acredita que Dilma deveria seguir na linha atual, defendendo a reforma política como escudo contra desvios e questionando as acusações feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O tema foi debatido nesta semana em reunião da cúpula de campanha petista. Por enquanto, prevalece a tese do segundo grupo. O PT já anunciou que vai processar Paulo Roberto Costa por difamação. A presidente Dilma, segundo interlocutores, até gostaria de optar pela estratégia de admitir que houve erros na estatal e tentar se descolar do escândalo da Petrobras. Mas resiste, ainda, por acreditar que compraria briga com o PT na reta final da campanha. 23


Nos dois grupos, há dúvidas, porém, se o reconhecimento de erros na agenda ética não alimentaria ainda mais a ofensiva do PSDB na propaganda eleitoral no rádio e na TV. Os defensores da tese de que a candidata petista deveria admitir desvios dizem que Dilma poderia adotar o lema de que a Justiça deve cuidar dos criminosos, sejam eles quem forem, e que cabe à presidente da República cuidar do Brasil. Segundo auxiliares da petista, o desgaste do governo só aumentará se o PT e o Palácio do Planalto optarem apenas por uma postura reativa. Como na semana passada, em que negaram as irregularidades e atacaram a divulgação dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras e do doleiro Youssef à Justiça. Um interlocutor de Dilma disse que será um erro o PT ficar insistindo na tecla de que as declarações do ex-diretor e do doleiro são caluniosas. Segundo ele, os áudios divulgados e a informação de que Paulo Roberto Costa vai devolver R$ 70 milhões frutos de corrupção dão credibilidade a, no mínimo, parte importante das acusações contra o partido. Em depoimento à Justiça, o ex-diretor afirmou que o esquema de corrupção na estatal irrigou campanhas de três partidos nas eleições de 2010: PT, PMDB e PP. DIVERGÊNCIA O receio é que, nos próximos dias, surjam mais novidades do escândalo, com citação de envolvimento de assessores do governo e de aliados, o que deixaria a presidente em situação ainda mais difícil. Pesquisas qualitativas mostram que já se cristalizou na opinião pública a visão de que existia, de fato, um esquema de corrupção dentro da Petrobras. A cúpula petista, porém, não concorda com essa visão. Diz que o partido e o governo não podem ficar acuados diante das denúncias e que precisam se defender. O PT acredita ser vítima de uma armação política para tentar derrotar Dilma na eleição. Enquanto a divergência dá sinais de que tanto o partido quanto o governo ainda não encontraram a fórmula ideal para blindar a presidente no debate sobre corrupção, petistas afirmam que a saída para a vitória em 26 de outubro é reconquistar parte do eleitorado de classes mais pobres que votou com Aécio Neves (PSDB) ou Marina Silva (PSB) no primeiro turno. LULA NA ESTRADA Lula, que não encontra sua afilhada política há mais de dez dias, decidiu atender a pedidos de aliados e irá subir no palanque de candidatos a governos no Norte do país. Ele irá para Amazonas, Acre e Pará nos próximos dias. Também pretende ir no fim de semana em Pernambuco, onde Marina venceu no primeiro turno.

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