SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 16 DE JANEIRO DE 2015
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BNDES encerra 2014 com R$ 6,6 bi a parques eólicos Fonte Portal Economia SC 15 de janeiro de 2015 às 13h 15 O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) encerrou 2014 com R$ 6,6 bilhões em aprovações para novos projetos de geração eólica, equivalentes a 2.585,8 MW de potência instalada, contribuindo para colocar o Brasil entre os cinco maiores investidores globais, tanto em energia eólica quanto em energia renovável de maneira geral. O desempenho coloca o BNDES na liderança do financiamento ao setor. O valor representa um aumento de 83,3% em relação ao montante aprovado no ano anterior, de R$ 3,6 bilhões. Desde 2003, o apoio do banco à geração eólica somou R$ 20 bilhões, correspondentes a 7.287,8 MW. Além de ampliar a participação da energia limpa na matriz energética brasileira, os projetos contribuirão para reduzir insumos como gás natural e outros derivados do petróleo, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa. As energias renováveis respondem, atualmente, por cerca de 80% da matriz elétrica brasileira, uma participação bem superior à média internacional, de 20%, e a dos países europeus, de pouco mais de 18%. Os parques eólicos brasileiros trarão, ainda, efeitos econômicos positivos diretos e indiretos, como geração de emprego em regiões mais carentes, aumento da demanda por serviços e produtos nos municípios e nova fonte de renda para os pequenos proprietários em função do arrendamento das terras. Novas aprovações Em dezembro de 2014, a diretoria do BNDES aprovou financiamento de R$ 1,7 bilhão para 22 parques eólicos, com capacidade instalada de 590,4 MW, no Rio Grande do Sul e em três Estados do Nordeste (Pernambuco, Piauí e RN). Os projetos, todos com previsão de início de operação no primeiro semestre de 2015. No Rio Grande do Sul, o Complexo Eólico Chuí obteve financiamento de R$ 379,6 milhões para a construção de seis parques eólicos no município de Chuí, com potência instalada de 144 MW. Os recursos do banco incluem linha de transmissão associada e projetos sociais na região. O valor total dos investimentos é de R$ 806 milhões, gerando 1,5 mil empregos diretos e indiretos e incluindo a compra de 72 aerogeradores. Em Pernambuco, o apoio de R$ 580,8 milhões será destinado à construção de sete parques eólicos no Estado, com os respectivos sistemas de transmissão e investimentos sociais. Os parques, nos municípios de Paranatama, Pedra e Caetés, agreste pernambucano, terão potência instalada total de 181,9 MW, com 107 aerogeradores. A Ventos de São Tomé Holding S/A detém 100% do capital das sete sociedades de propósito específico constituídas para implantar os sete parques — Santa Brígida I a VII — que compõem o Complexo Eólico Caetés. A holding, por sua vez, é controlada pela Casa dos Ventos. Os investimentos totais são de R$ 846,8 milhões. No Piauí, o financiamento será de R$ 555 milhões para a construção de sete parques eólicos nos municípios de Marcolândia, Padre Marcos e Simões, com potência instalada total de 205,1 MW. Os recursos serão destinados à Chapada do Piauí Holding, controladora das sete sociedades de propósito específico criadas para construir e operar os parques Santa Joana IX a XIII e XV e XVI. O complexo contará com 115 aerogeradores e investimentos totais de R$ 845 milhões, criando 1,2 mil empregos diretos e indiretos durantes as obras. A energia gerada foi comercializada no 2
leilão de energia renovável realizado em agosto de 2013 e será conectada ao Sistema Interligado Nacional. No Rio Grande do Norte, o BNDES financiará R$ 154,6 milhões para a implantação de duas centrais eólicas, Santa Helena e Santa Maria, no município de João Câmara. Os parques, controlados pela Santa Helena Energias Renováveis e Santa Maria Energias Renováveis, terão 59,4 MW de capacidade instalada total, com 22 aerogeradores, e os recursos do banco incluem investimentos nos respectivos sistemas de transmissão e em projetos sociais na região. O valor total do investimento é de R$ 234,78 milhões.
Caixa lidera queixas de clientes em dezembro Fonte Portal Economia SC (Agência Brasil) 15 de janeiro de 2015 às 11h 36 A Caixa Econômica Federal (Caixa) ficou em primeiro lugar no mês de dezembro no ranking de queixas entre bancos com mais de 2 milhões de clientes, registrando 805 reclamações procedentes e índice de 10,84%. Em segundo lugar ficou o Banrisul, com 40 queixas e índice de 10,3%. Em terceiro, o Santander, com 300 queixas e pontuação de 9,54%. Por fim, o HSBC teve 81 queixas e índice de 8%, e o Bradesco, 425 queixas e pontuação de 5,69%. O levantamento é divulgado mensalmente e foi publicado nesta quinta-feira, dia 15, pelo Banco Central (BC). O índice representa o número de reclamações da instituição financeira para cada 1 milhão de clientes. Para chegar ao percentual, as reclamações são divididas pelo número de clientes do banco e multiplicadas por 1 milhão. A posição da instituição financeira no ranking do BC dependerá do índice, mesmo que tenha sido alvo de mais reclamações em números absolutos. Nos últimos cinco meses, a liderança de reclamações de clientes de banco de grande porte era do BMG. A alteração na dinâmica ocorreu porque as reclamações contra o BMG passaram a ser contabilizadas no ranking dos bancos com menos de 2 milhões de clientes. Nesta lista, a instituição ocupou o quinto lugar entre as mais reclamadas. O banco registrou 97 queixas em dezembro, e alcançou um índice de reclamações de 50,37%, de acordo com metodologia do BC. A restrição à realização de portabilidade de operação de crédito ocupou o primeiro lugar entre as queixas contra bancos julgadas procedentes. Houve 654 queixas por este motivo em dezembro. Em segundo lugar, ficaram as irregularidades relativas à confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações, com 541 reclamações. O terceiro lugar ficou com débito em conta não autorizado pelo cliente, com 262 registros. Por fim, descumprimento de prazo para responder reclamações e cobrança de tarifa por serviços não contratados ocuparam o quarto e quinto lugares, respectivamente com 135 e 127 queixas. No total, houve 3.333 queixas procedentes em novembro.
Agricultura de SC comemora os resultados da safra Fonte Portal Economia SC 16 de janeiro de 2015 às 08h 29 Santa Catarina se destaca como um dos principais produtores de alimentos do Brasil. Os resultados da safra 2013/14 consolidam o Estado como o primeiro produtor nacional de cebola, carne suína, ostras, mariscos e pescados e o segundo maior produtor de aves, arroz, fumo e maçã. No final de 2014, o agronegócio catarinense foi reconhecido ainda pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) como o segundo mais competitivo do país. 3
O ano de 2014 foi muito bom para a agropecuária catarinense, com o clima cooperando e o uso de tecnologia de ponta os produtores garantiram uma boa safra. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca , Airton Spies, destaca que as chuvas foram regulares em quase todas as regiões do Estado, com algumas exceções de pequenos momentos de estiagem, mas em geral as condições foram boas para uma safra de grãos cheia. A safra catarinense de cebola 2013/14 foi a maior da história, com uma produção de 496 mil toneladas – 31,2% a mais do que no último ano. Com praticamente a mesma área plantada da safra anterior, Santa Catarina teve uma produtividade recorde de 26.140 quilos por hectare. “Tanto a cebola quanto o alho, produtos consolidados na economia agropecuária catarinense, conseguiram participar desse bom desempenho do setor agrícola”, ressalta Spies. O Estado mantém ainda a colocação de segundo maior produtor nacional de maçã, com uma safra de 629.437 toneladas em 17.762 hectares plantados. SC e Rio Grande do Sul concentram mais de 95% da produção nacional de maçã, respondendo por mais de um milhão de toneladas. Nos pomares catarinenses predomina a exploração dos cultivares Gala e Fuji, que representam 97% da produção. Os produtores catarinenses investem também na produção de suco de maçã, sendo o estado o maior vendedor do produto. As exportações catarinenses de suco são principalmente para os Estados Unidos, Japão e África do Sul. A produção de tabaco também cresceu 3% na safra 2013/14. A região Sul é responsável por 98% da produção brasileira de fumo. Em SC a atividade envolve 47.280 produtores rurais com uma produção de 258.2 mil toneladas. O Estado destinou mais de 75 mil toneladas de fumo à exportação, o que representa US$ 386.387.000. Os principais países importadores são Bélgica, Holanda, Rússia e Estados Unidos. O secretário Spies destaca que, em 2014, os preços foram compensadores e que, com o uso de mais tecnologias, os produtores conseguiram aumentar a produtividade por hectare dando mais estabilidade ao setor. O produto agrícola com mais dificuldade de comercialização foi o feijão, por causa da superoferta no mercado e da dificuldade na colheita. Spies explica que grande parte do feijão catarinense foi considerado “tipo 3”, que não é elegível para compras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) destinadas à formação de estoques. “As normas do Governo Federal, na Política de Garantia de Preços Mínimos, prevê a compra de feijão classificado como tipo 1 e 2. Então nosso produto não encontrou mercado e isso foi um prejuízo grande para os produtores”. O bom momento na agropecuária se estende também para os produtores de proteína animal. Santa Catarina continua sendo o maior produtor nacional de suínos e o segundo maior produtor de aves. O bom preço pago aos produtores combinado com o preço dos insumos num patamar normal, principalmente do milho, permitiram uma boa lucratividade. Com um rebanho efetivo de aproximadamente 160 milhões de frangos, o Estado é responsável por 23,7% das exportações de carne de frango do Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de carne de frango (frango inteiro, cortes, industrializados, carnes salgadas e embutidos) totalizaram 4,1 milhões de toneladas, num valor de US$ 8,08 bilhões, para países do Oriente Médio, Ásia, África e União Europeia. SC participou desse mercado com a exportação de 970 mil toneladas de carne de frango. A produção de aves catarinense está concentrada, principalmente, no Oeste, mas a atividade vem crescendo também no Norte. A suinocultura também continua sendo o destaque da produção catarinense. O Estado é o maior produtor nacional com cerca de 850 mil toneladas, representando 24% da produção nacional em 2014. Com um rebanho efetivo estimado em 7,9 milhões de cabeças, SC é responsável por aproximadamente 35% das exportações brasileiras. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em 2014, o Estado exportou 159,5 mil toneladas de carne in natura, no valor de US$ US$ 548,3 milhões. Além da carne in natura, foram exportados também miúdos, embutidos e outros produtos. 4
Os principais destinos da carne suína catarinense foram Rússia, Hong Kong, Angola, Cingapura, Chile, Japão, Uruguai e Argentina. Em 2014, destacam-se as exportações para o Japão com 3,8 mil toneladas e receita cambial de US$ 16,3 milhões. Há dois anos, quando as exportações tiveram início, o volume era de 162 toneladas e valor de US$ 753 mil. SC é o único estado brasileiro habilitado para exportar carne suína para o Japão, devido ao seu status sanitário diferenciado. Os setores da pesca, aquicultura e maricultura também acompanharam o bom ano para os produtores de proteína animal. SC é o maior produtor de pescados, de ostras, mariscos e mexilhões do Brasil. Em 2014, o setor conviveu com casos de interdição de áreas de cultivo por causa da presença de microalgas que produzem a toxina diarréica. “Foram constantes fechamentos e reaberturas de áreas de cultivo, mostrando que esses problemas podem ser administrados sem manchar a imagem do setor. Com o trabalho sério de monitoramento das áreas de cultivo de moluscos, nós conseguimos mostrar que se o produto está liberado para o consumo ele é um alimento seguro”. Por fim, SC foi classificada ainda pelo Ministério da Pesca e Aquicultura como um dos principais produtores de peixes de água-doce do país. Em 2014, teve uma evolução na produção de tilápias, com novas pequenas indústrias familiares aumentando a produtividade e levando produtos de qualidade ao consumidor. “Ainda há um espaço grande para a produção de peixes de água doce em nosso estado”, ressalta Spies. A safra 2014/15 promete ser ainda maior. Com índices pluviométricos satisfatórios até o momento, há indicativo de alta produtividade para as lavouras de grãos de verão. “Estamos agora com algumas lavouras em fase de colheita, como é o caso do milho, e já registramos produtividade acima de 12 mil quilos por hectare, acima de 200 sacos de milho por hectare, o que prenuncia uma colheita muito boa baseada no aumento da tecnologia e clima favorável”, conclui o secretário.
Para que servem os economistas? Fonte Jornal Valor Econômico Robert J Shiller 16/01/2015 às 05h 00 Desde as crises financeiras mundiais e a recessão de 2007-2009, intensificaram-se as críticas à profissão econômica. O insucesso de praticamente todos os economistas profissionais em prever o episódio - cujos efeitos colaterais ainda perduram - levou muita gente a indagar se os economistas dão alguma contribuição significativa à sociedade. Se eles não conseguiram prever algo tão importante para o bem-estar das pessoas, para que servem eles? Na realidade, os economistas não conseguiram prever a maioria das importantes crises do século passado, entre elas a grave crise de 1920-1921, as recessões sucessivas de 1980-1982 e a pior de todas elas, a Grande Depressão após o colapso das bolsas em 1929. Pesquisando arquivos de notícias referentes ao ano anterior ao início dessas recessões, não encontrei praticamente nenhuma advertência de economistas sobre a proximidade de uma grave crise. Em vez disso, os jornais enfatizavam os pontos de vista de empresários ou políticos, que tendiam a ser bastante otimistas. A coisa mais próxima de uma verdadeira advertência veio antes da recessão em 1980-1982. Em 1979, Paul A Volcker, presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), disse perante a Comissão Econômica Conjunta do Congresso dos EUA que os EUA estavam diante de "circunstâncias econômicas desagradáveis", e "necessitavam decisões difíceis, de contenção e até mesmo de sacrifício". A probabilidade de que o Fed teria de tomar medidas drásticas para conter a inflação galopante, juntamente com os efeitos da crise do petróleo de 1979, tornava bastante provável uma grave recessão. 5
No entanto, sempre que uma crise pairou no horizonte, no século passado, o amplo consenso entre os economistas era de que isso não ocorreria. Até onde posso detectar, quase ninguém na profissão - nem mesmo celebridades como John Maynard Keynes, Friedrich Hayek ou Irving Fisher - fez declarações públicas prevendo a Grande Depressão. Como documentou o historiador Douglas Irwin, uma grande exceção foi o economista sueco Gustav Cassel. Numa série de palestras na Universidade de Colúmbia, em 1928, Cassel alertou para "uma depressão prolongada e mundial". Mas sua discussão bastante técnica (concentrada em economia monetária e no padrão ouro) não forjou nenhum novo consenso entre os economistas - e os meios de comunicação não reportaram nenhuma clara percepção de alarme. O noticiário contemporâneo revela pouca evidência de ira pública contra os economistas após o desastre em 1929. Então, por que o fato de não terem previsto as últimas crises repercutiu de modo tão distinto na profissão? Por que - ao contrário do que ocorreu ante insucessos preditivos anteriores - produziu-se tanta desconfiança em relação aos economistas? Uma das razões pode ser a percepção de que muitos economistas presunçosamente defendiam a "hipótese de mercados eficientes" - uma visão que parecia descartar a possibilidade de um colapso nos preços de ativos. Acreditando que os mercados tudo solucionam, eles desconsideraram as advertências de alguns meros mortais (inclusive eu) sobre valorização excessiva de ações e moradias. Depois que esses dois mercados tombaram espetacularmente, a credibilidade da profissão sofreu um impacto direto. Mas essas críticas são injustas. Nós não culpamos os médicos por não prever todas as nossas doenças. Nossas doenças são em larga medida aleatórias, e mesmo que os nossos médicos não possam nos dizer quais nos afetarão no ano seguinte ou eliminar todo o nosso sofrimento quando estamos doentes, somos gratos à ajuda que eles podem nos proporcionar. Analogamente, a maioria dos economistas dedicam seus esforços a questões muito distantes do estabelecimento de uma visão consensual sobre o mercado de ações ou a taxa de desemprego. E devemos ser gratos que eles o façam. Em seu novo livro "Trillion Dollar Economists", Robert Litan, da Brookings Institution, argumenta que a profissão dos economistas "criou trilhões de dólares de renda e riqueza para os EUA e o resto do mundo". Parece uma contribuição razoável, especialmente se fizermos algumas contas simples. Há, por exemplo, apenas 20 mil membros da Associação Americana de Economia (da qual sou presidente eleito); se eles criaram, digamos, US$ 2 trilhões em renda e riqueza, isso significa cerca de US$ 100 milhões por economista. Um cínico poderia indagar, "Se os economistas são tão inteligente, por que não são as pessoas mais ricas"? A resposta é simples: a maioria das ideias econômicas são bens públicos que não podem ser patenteados ou de alguma forma apropriadas por seus inventores. O fato de a maioria dos economistas não serem ricos não significa que eles não tenham tornado muitas pessoas mais ricas. O que é divertido, no livro de Litan, é que ele detalha muitas pequenas ideias inteligentes sobre como administrar empresas ou gerenciar melhor a economia. Essas ideias povoam a esfera de precificação ótima e mecanismos de marketing, regulamentação de monopólios, gestão de recursos naturais, provisão de bens públicos e finanças. Nenhuma delas vale sequer um trilhão de dólares, mas, no conjunto, a conclusão de Litan é, de fato, plausível. "Better Living through Economics" (viver melhor com a ajuda da economia), livro de 2010 editado por John Siegfried, enfatiza o impacto dessas inovações no mundo real: comércio de emissões, isenção tributária por renda e número de filhos, tarifas comerciais baixas, programas 6
de incentivo ao trabalho para beneficiários da previdência, política monetária mais eficaz, leilões de banda de frequências para telefonia, desregulamentação do setor de transportes, métodos para aceitação de alunos, política antitruste sensata, argumentos em favor de um exército constituído unicamente por voluntários e uso inteligente de opções padrão para estimular a poupança para aposentadoria. As inovações expressas nos livros de Litan e de Siegfried mostram que a profissão de economista produziu uma quantidade enorme de trabalho extremamente valioso, caracterizado por um esforço sério para fornecer evidência genuínas. Sim, a maioria dos economistas não consegue prever crises financeiras - assim como os médicos não conseguem prever doenças. Mas, assim como os médicos, eles comprovadamente tornam a vida melhor para todos.
Os 5 maiores desafios para a economia global em 2015 Fonte Jornal Folha de São Paulo 15/01/2015 às 13h34 Os principais obstáculos que a economia global deverá enfrentar neste ano vêm de paíseschave para o crescimento global. As duas maiores economias do mundo, China e Estados Unidos, preocupam por razões diferentes. Enquanto a China sofre com a desaceleração econômica, nos EUA a recuperação pós-crise cria expectativas sobre a primeira alta de juros depois de 2008. Uma taxa mais elevada nos EUA tende a levar os investidores a tirar dinheiro de outros mercados como o Brasil e investir no país. O BC americano, no entanto, ainda não tem certeza se a situação do mercado de trabalho e os índices de inflação criam condições para a elevação dos juros. A Rússia, com sua possível recessão em 2015, e a deflação que atinge a zona do euro também contribuem para o cenário, coroado pela queda no preço do petróleo, o que atinge a balança comercial de vários países produtores. 1º Recessão na Rússia A economia russa deve passar por uma recessão ou ter um crescimento fraco em 2015. Antes mesmo da queda dramática do rublo em dezembro, o banco central russo já previa uma retração de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado. Para ajudar a estabilizar a moeda, a instituição aumentou os juros de 10,5% a 17%. A desvalorização do rublo, a inflação de 9,1% em novembro de 2014 na comparação anual e os juros altos são problemas para consumidor russo que, em 2015, deve cortar os gastos pela primeira vez desde 2004.
Russa fala ao telefone enquanto painel de banco mostra cotação do rublo em dezembro
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2º Queda do petróleo A cotação do petróleo tipo Brent, em Londres, que no início de 2014 estava acima de US$ 100, chegou a US$ 60 no final de dezembro. A queda do preço do petróleo, vista normalmente como algo positivo para a economia global porque diminui os custos dos negócios, está afetando Rússia, Venezuela e Irã, que precisa do produto para equilibrar suas contas. A retração também afeta o setor de gás de xisto nos Estados Unidos, que perde competitividade.
Bomba de extração de petróleo em fazenda no Texas, nos Estados Unidos 3º Desaceleração na China O desempenho da China será crucial para o crescimento da economia global neste ano. O país teve um 2014 difícil, com a tentativa de enxugar os excessos de crédito após estratégia adotada durante a recessão de 2008. As restrições já começaram a ocorrer e é certo que o crescimento do país será o menor que no ano passado: a dúvida é quanto menor. Uma desaceleração do mercado chinês afeta o resto do mundo por causa da representatividade das exportações para o país e também porque, com seus produtos mais baratos, a China deve levar deflação para o resto do mundo.
Funcionária altera preços em supermercado de Hefei, província de Anhui, na China; inflação ao consumidor foi de 2% em 2014 4º Estados Unidos Este ano será muito importante para a presidente do Fed (banco central dos EUA), Janet Yellen. O foco dos investidores em 2015 será o momento da primeira alta na taxa dos juros desde a crise financeira. As taxas têm estado em um patamar entre zero e 0,25% desde dezembro de 2008, mas a economia ganhou fôlego nos últimos meses, o que levou o Fed a 8
encerrar seu programa de estímulos em outubro. A especulação sobre a primeira elevação da taxa em seis anos terá repercussões no mundo todo e investidores vão analisar as declarações da instituição em busca de qualquer mudança que possa indicar quando o aumento virá.
Pessoal a procura de trabalho fazem fila para evento que reúne empresas com vagas em Los Angeles 5º Crise na zona do euro A crise europeia continua e há razões para se acreditar que ela não cessará em 2015. No ano passado, o euro foi marcado por uma recuperação falha e níveis de deflação preocupantes. Nenhum desses problemas acabou, com a o crescimento de 0,2% no terceiro trimestre de 2014 na comparação com o segundo trimestre e uma taxa de inflação de 0,2% em dezembro. A Grécia e a Espanha já estão presos na deflação e há preocupação de que isso se espalhe pelo resto da região. O temor é que, se os preços continuarem a cair, empresários e consumidores adiarão seus planos de gastar enquanto esperam que os valores diminuam ainda mais. Alkis Konstantinidis - 27.nov.2014/Reuters
Consumidor deixa loja de eletrônicos em Athenas, Grécia; país vive meses consecutivos de deflação nos preços
Banco central da Suíça abole limite cambial e franco suíço dispara Fonte DO "FINANCIAL TIMES"16/01/2015 às 02h00 O franco suíço disparou em relação ao euro nesta quinta (15) após o banco central da Suíça surpreender os mercados e abandonar o limite adotado há mais de três anos para a cotação da moeda. Quase imediatamente, a divisa suíça subiu 39% contra o euro e o dólar, uma das valorizações mais agudas da história recente. Durante o dia, a alta amenizou, e a valorização ficou em 15%, com o euro cotado a 1,02 franco. 9
A medida vem uma semana antes de o Banco Central Europeu (BCE), na expectativa do mercado, iniciar um programa de compra de títulos de dívida, o que aumentaria a demanda pelo franco.
Suíços formam fila para sacar dinheiro em caixa eletrônico na cidade de Genebra A moeda é considerada um dos portos seguros dos mercados e a procura maior por ela dificultaria a manutenção do teto da cotação, feita por meio de intervenções do BC suíço que vinham ficando mais caras, dizem analistas. A decisão do BNS ressalta a dificuldade de economias como Reino Unido e Suíça para navegar entre o Federal Reserve (BC dos EUA), que deve elevar juros, e o BCE, que se prepara para injetar dinheiro no mercado. Representa ainda uma reviravolta para o BNS, que há um mês insistia no limite da cotação em 1,20 franco suíço por euro. Thomas Jordan, presidente do conselho do BNS, defendeu a decisão afirmando que tão logo ficou claro que a política era insustentável, era importante agir. "Melhor agora do que em 6 ou 12 meses."
Simon Derrick, estrategista chefe do BNY Mellon, disse que o BNS havia antecipado uma grande entrada de capital para ativos denominados em francos suíços nos próximos dias e que "via pouca razão para oferecer aos compradores uma cotação artificialmente barata". "O BNS ou acredita que a crise da Rússia vai se intensificar ou, mais provavelmente, que um programa de relaxamento quantitativo [compra de títulos da dívida dos países] do BCE é iminente." A decisão do banco central foi recebida com decepção pelos exportadores suíços, pois um franco suíço mais forte tornará os produtos do país mais caros no exterior. O principal índice de ações da Suíça, o SMI, caiu 10%. As ações de bancos locais também se desvalorizaram: tanto os papeis do UBS como do Credit Suisse recuaram 11%. O BNS anunciou ainda que reduziria suas taxas de juros referenciais para - 0,75% (valor negativo), mas isso não conteve a disparada do franco (juros menores costumam tornar aplicações na moeda do país menos atraentes). O breve comunicado do banco central diz que a cotação limite, introduzida durante os desdobramentos da crise financeira de 2008, havia protegido o franco suíço no pico de volatilidade do mercado europeu. Mas nos últimos meses as políticas monetárias das economias desenvolvidas divergiram significativamente, derrubando o euro diante do dólar e enfraquecendo o franco suíço. 10
As reservas cambiais suíças saltaram de 257 bilhões de francos suíços em 2011, quando surgiu o limite, para 494 bilhões quase 80% do PIB do país em dezembro.
Reajuste da energia elétrica deve ficar entre 20% e 25%, diz Braga Fonte Jornal Valor Econômico Valmir Zambrano 16/01/2016 às 05h 00 SÃO PAULO - O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou nesta quinta-feira que o reajuste da tarifa de energia elétrica deverá ficar entre 20% e 25%, “ou algo próximo disso”. O ministro fez a declaração durante entrevista à jornalista Míriam Leitão, nesta quinta-feira, na GloboNews. Braga voltou a dizer que os rumores sobre um reajuste de 40% não têm fundamento. “Não podemos afirmar de quanto será exatamente o reajuste de energia elétrica, mas deve ficar entre 20 e 25%, ou algo próximo disso”, disse ele. Braga disse que a tarifa será decidida em reunião da Agência Naciona de Energia Elétrica (Aneel) no próximo dia 20. O ministro afirmou que 2014 foi “o ano em que aconteceu tudo”, em alusão ao baixo nível das chuvas e aos custos altos de manter as termelétricas ligadas durante o ano todo. Braga também negou que haverá racionamento de energia. “Analisamos todos os cenários para ver que situação temos. Entramos em 2015 com menos água do que em 2014, mas no Sul e no Norte temos ritmo hidrológico melhor que em 2014 no início do ano”, justificou. O ministro afirmou que a adoção das bandeiras tarifárias vai ajudar o consumidor a ser mais “racional” sobre como usar a energia elétrica, o que, na visão de Braga, vai ajudar a reduzir o uso das termelétricas. O ministro também acredita que a energia eólica e a de biomassa também terão destaque em 2015. “Temos o equivalente a uma usina de Belo Monte em energia eólica e outra Belo Monte em biomassa no Brasil. E elas estarão a pleno vapor quando entrar o período da estiagem. Tudo isso significa que não teremos racionamento”, afirmou ele. Braga disse também que o plano de modernização da rede básica vai entrar em vigor. As redes básicas são aquelas que distribuem a energia dentro das cidades. “Vamos modernizar as redes para avançar na eficiência energética, automatizando-as. Hoje as árvores derrubam a energia e ela tem de voltar na mão. Desde a década de 70 não se mexe nisso. Agora, com as renovações das concessões, isso vai entrar na pauta”, concluiu. Sobre os preços de gasolina e diesel, Braga não admitiu que os valores possam baixar em função da queda forte nos preços do petróleo no mercado internacional nas últimas semanas. “Há pouco tempo, estávamos na situação inversa, com a gasolina mais barata aqui dentro do Brasil em relação ao exterior. E também não há garantia de que a cotação do petróleo vá ficar baixa durante muito tempo, porque essa queda atual é conjuntural, e não estrutural”, disse ele.
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Exportações do agronegócio somam US$ 65,69 bi Fonte Portal Economia SC 16 de janeiro de 2015 às 08h 51 Entre janeiro e dezembro de 2014, São Paulo liderou o ranking de exportações do agronegócio com a soma de US$ 18,18 bilhões. Em seguida, está o Mato Grosso, com US$ 14,60 bilhões e o Paraná, com US$ 12,63 bilhões. Em quarto colocado ficou o Rio Grande do Sul, com exportações que alcançaram a cifra de US$ 12,19 bilhões e em quinto está Minas Gerais, com o montante de US$ 8,09 bilhões. No total, os cinco estados somaram US$ 65,69 bilhões, o que representa 67,9% do total exportado pelo Brasil. Os dados são do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat). Produtos - Em São Paulo, o complexo sucroalcooleiro foi destaque, com exportações que alcançaram a cifra de US$ 6,76 bilhões. No setor, o açúcar foi o item mais exportado, com US$ 5,96 bilhões. Em segundo lugar ficaram as carnes, com US$ 2,64 bilhões, com destaque para a carne bovina, que somou US$ 2,12 bilhões. No Mato Grosso, o complexo soja foi responsável por US$ 9,85 bilhões das exportações, sendo US$ 7,21 bilhões da soja em grãos. Em segundo lugar, estão os cereais, farinhas e preparações, com a soma de US$ 2,06 bilhões. Em terceiro, ficaram as carnes, com o montante de US$ 1,60 bilhão em exportações. No Paraná, o destaque foi do complexo soja, que alcançou a cifra de US$ 5,48 bilhões. Deste valor, US$ 3,33 bilhões foram da soja em grãos, US$ 1,61 bilhão do farelo de soja e US$ 538 mil do óleo de soja. Em segundo, ficaram as carnes, com a soma de US$ 2,75 bilhões, sendo que US$ 2,36 bilhões foi de carne de frango. O complexo soja também foi o setor mais exportado pelo Rio Grande do Sul, com o montante de US$ 5,37 bilhões. O destaque do setor foi a soja em grãos, com US$ 3,99 bilhões. As carnes estão em segundo lugar entre os produtos mais exportados pelo Estado, com US$ 2,24 bilhões, sendo que US$ 1,39 bilhão foi de carne de frango. O café foi o destaque de Minas Gerais, com exportações que somaram US$ 4,12 bilhões. O segundo setor mais exportado pelo estado foram as carnes, com US$ 975 milhões, sendo que US$ 446 milhões foram de carne bovina e US$ 319 milhões de carne de frango.
Inflação tem segunda alta no mês de acordo com FGV Fonte Portal Economia SC 16 de janeiro de 2015 às 10h 02 O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,32 ponto percentual, ao passar de 0,96% para 1,28%, na segunda prévia de janeiro, segundo a apuração do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Seis dos oito grupos pesquisados apresentaram avanços em ritmo acima do registrado na pesquisa anterior com destaque para educação, leitura e recreação (de 0,79% para 1,93%). Esse aumento foi puxado, principalmente, pelos cursos formais que corrigidos em 4,22% ante 0,83%. No grupo alimentação, os itens ficaram em média 1,7% mais caros ante uma alta de 1,41% na primeira pesquisa do ano. Só as hortaliças e legumes tiveram um reajuste de 11,56% ante uma variação de 7,91%. O orçamento familiar também foi mais pressionado por acréscimos em habitação (de 1,21% para 1,54%) e o que mais pesou foi a tarifa de eletricidade residencial ( de 5,85% para 7,76%). Em transportes, a taxa passou de 0,8% para 1,26% influenciada pela tarifa de ônibus urbano (de 1,71% para 4.36%). No grupo de despesas diversas (de 0,51% para 1,02%), o que mais pesou no bolso do consumidor foi o reajuste dos cigarros (de 0,54% para 1,37%). Em 12
comunicação, o índice teve leve acréscimo (de 0,41% para 0,43%) que ocorreu diante da elevação do preço de assinatura para o acesso à TV a cabo ( de -0,15% para 0,52%). Já nos dois grupos restantes, embora tenham sido registrados aumentos, as taxas de correção foram menores do que na apuração passada. Em vestuário, os artigos subiram 0,13% ante uma variação de 0,38% e em saúde e cuidados pessoais houve reajuste de 0,4% ante 0,46%. Neste último caso, o decréscimo está associado aos artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,25% para -0,01%). Os cinco itens que mais influenciaram a inflação foram: tarifa de eletricidade residencial (7,76%); tarifa de ônibus urbano (4,36%); batata inglesa (39,24%); refeições fora de casa (0,88%) e condomínio residencial (2,02%). Em sentido contrário, os itens que mais ajudaram a minimizar o impacto de alto foram: leite tipo longa vida (-2,28%), gasolina (-0,49%), passagem aérea (-3,04%), bana nanica (-6,26%) e geladeira e freezer (-1,32%).
Impostômetro chega amanhã aos R$ 100 bi em 2015, diz ACSP Fonte Revista Exame Carla Araújo, doEstadão Conteúdo15/01/2015 ÀS 18H 24 São Paulo - O Impostômetro, painel da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que registra valor total de impostos, taxas e contribuições destinados à União, aos estados e aos municípios arrecadados, vai chegar à marca dos R$ 100 bilhões nesta sexta-feira, 16, às 13 horas. No ano passado, os primeiros R$ 100 bilhões também foram alcançados no dia 16 de janeiro. Em 2013, esse montante foi alcançado apenas no dia 26 de janeiro. De acordo com o presidente da ACSP, Rogerio Amato, a expectativa para este ano é que os impostos não aumentem. "A expectativa é a de que a carga tributária cresça apenas em função da taxa de inflação e do crescimento do PIB, sem aumento de impostos", explicou. No ano passado, o valor total arrecadado com impostos, conforme o painel da ACSP, foi de R$ 1,8 trilhão.
China anuncia medidas de suporte após fraqueza econômica Fonte Da REUTERS16/01/2015 08:07 Pequim - A China anunciou nesta sexta-feira novas medidas de suporte para sua economia após dados mostrarem uma queda preocupante nos empréstimos bancários e o crescimento do investimento estrangeiro recuar para o menor nível em dois anos. O banco central informou que vai emprestar 50 bilhões de iuanes (8,1 bilhões de dólares) a bancos a taxa de redesconto para permitir que eles reemprestem o dinheiro a produtores rurais e pequenas empresas --áreas da economia que estão usualmente sem dinheiro. A mais recente tentativa de estimular a economia de maneira "direcionada" para ajudar os setores mais vulneráveis foi anunciada no momento em que dados mostraram que o investimento estrangeiro direto na China cresceu apenas 1,7 por cento em 2014, ritmo mais lento desde 2012. A segunda maior economia do mundo atraiu um recorde de 119,6 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos no ano passado, mas isso representou uma desaceleração forte em relação ao crescimento de 5,3 por cento em 2013, informou o Ministério do Comércio. "As prioridades da política macroeconômica neste ano é deixar a economia mudar suas marchas sem perder a velocidade", disse Zhu Zhixin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, poderosa instituição de planejamento econômico do país. 13
Afetada pela desaceleração do setor imobiliário, dos investimentos e da indústria, a economia da China provavelmente expandiu 7,2 por cento no trimestre entre outubro e dezembro ante o ano anterior, ritmo mais fraco desde o ápice da crise financeira global, de acordo com pesquisa da Reuters junto a economistas. Se confirmado, o resultado ficará abaixo da meta do governo de expansão de 7,5 por cento em 2014, marcando o pior desempenho do país em 24 anos. A China deve divulgar o PIB do quarto trimestre no próximo dia 20. Com analistas apostando em mais fraqueza em 2015, a expectativa é de que a China anuncie mais medidas nos próximos meses. "Esperamos três cortes na taxa de compulsório neste ano, totalizando 1,5 ponto percentual", disse Ting Lu, economista do Bank of America-Merrill Lynch Um corte no compulsório dará aos bancos maior capacidade de emprestar, mas muitos questionam se as empresas vão querer tomar empréstimos já que as condições econômicas se deterioram e se os bancos vão querer correr o risco de mais inadimplência.
Cerveró diz que lobista atuava em mais duas diretorias da Petrobras FONTE JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO BRUNO BOGHOSSIAN15/01/15 às 16h 22 O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (15) que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, atuava nas diretorias de Abastecimento e de Gás e Energia da estatal. A Diretoria de Abastecimento foi comandada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012, e a Diretoria de Gás e Energia foi ocupada por Ildo Sauer de 2003 a 2007, e pela atual presidente da companhia, Maria das Graças Foster, entre 2007 e 2012. Sem especificar datas, Cerveró relatou a dois delegados da PF em Curitiba que conheceu Baiano em 2000 e que o lobista “continuou frequentando a Petrobras representando outras empresas, tendo se dirigido a outras diretorias, como a Diretoria de Abastecimento e [a Diretoria de] Gás e Energia”. Preso na madrugada de quarta-feira (14), o ex-diretor disse que mantinha “uma certa relação de amizade” com Fernando Baiano, acusado de desviar US$ 40 milhões de propina em 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda pela estatal. Cerveró afirmou aos investigadores que Baiano representava empresas interessadas nos contratos, mas disse “não ter recebido ou lhe ter sido oferecida qualquer vantagem financeira” pela transação. O ex-diretor disse acreditar que Baiano “recebesse algum tipo de comissão” por intermediar contratos entre empresas privadas e a Petrobras, mas não soube informar o valor. Segundo o termo de declarações, o ex-diretor disse “nunca ter sido oferecida qualquer vantagem direta ou indireta por parte de Fernando Soares a fim de que agisse para atender os interesses deste ou das empresas que o mesmo representava”. Cerveró afirmou aos delegados que Baiano indicou o empresário Júlio Camargo, da Toyo Setal, para o fornecimento de navios-sonda para a Petrobras. “Foi agendada uma reunião por volta do ano de 2006, salvo engano, no gabinete da Diretoria Internacional no Rio de Janeiro, ocasião em que estavam presentes o declarante, Júlio Camargo, um diretor da Mitsui-Toyo, um diretor da Samsung”, declarou. O ex-diretor disse que Fernando Baiano não participou das negociações sobre a contratação dos navios-sonda, mas afirmou acreditar que “o mesmo tenha feito algum tipo de tratativa com Júlio Camargo, presumindo que o último tenha recebido algum tipo de comissão quanto a esse negócio, desconhecendo o valor”. Cerveró afirmou que transferiu imóveis a seus filhos e a uma neta em maio de 2014 “como antecipação de herança”, e que declarou o valor de compra dos imóveis na transação “para fins de imposto, embora saiba que o valor de mercado destes seja muito maior”. Questionado sobre declarações de seu advogado sobre Graça Foster, o ex-diretor disse que “a atual presidente da Petrobras realizou operações semelhantes, transferindo imóveis aos filhos dela”. 14
Cerveró declarou que não possui contas no exterior em seu nome ou de terceiros e que nunca recebeu pagamentos fora do país “a qualquer título”. Afirmou ainda nunca ter mantido contato com o doleiro Alberto Youssef e que o viu “pela primeira vez” na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde está desde quarta-feira.
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