17 de setembro de 2014

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 17 DE SETEMBRO DE 2014

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Crescimento de Marina reflete insatisfação com corrupção e economia fraca, diz NYT FONTE: JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO Terça-Feira 16/09/14 O crescimento da candidata Marina Silva (PSB) nas pesquisas eleitorais é símbolo de um sentimento antigoverno que tem agitado os brasileiros, incluindo o cansaço das pessoas com a corrupção na política e o desempenho fraco da economia, destaca o jornal norteamericano The New York Times em uma extensa reportagem sobre as eleições brasileiras publicada na edição desta terça-feira. Com uma foto da candidata Marina Silva ocupando quase toda a página do início da editoria de Internacional, a reportagem, assinada pelo correspondente do jornal no Brasil, Simon Romero, fala do aumento recente da popularidade de Marina e da disputa apertada com a presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de outubro. Além da crescente insatisfação com a economia e a corrupção, o jornal destaca que Marina vem ganhando espaço na medida em que cresce o número de eleitores evangélicos no Brasil. Outra razão é a insatisfação dos brasileiros, que tiveram aumento de renda nos últimos anos, mas não da qualidade de vida e dos serviços públicos nas grandes cidades. O Times conta na reportagem a história de Marina, destacando sua infância pobre no Acre, sua alfabetização apenas depois dos 16 anos de idade e fala ainda da sua conversão à igreja evangélica em 1997. A reportagem destaca que Marina não tem dado tanta ênfase, até agora na campanha, para sua origem humilde e sua etnia. “Ao contrário, a candidata optou por uma mensagem difusa de uma ‘nova política’ necessária para barrar o PT e o PSDB, partidos que vêm dominando a política nacional por mais de 20 anos”, diz o texto. O jornal dos EUA ressalta que tanto Marinacomo Dilma foram ministras de Luiz Inácio Lula da Silva, mas enquanto ocupavam as pastas divergiam de quase tudo, de usinas nucleares a uma hidrelétrica na Amazônia. Dilma acabou sendo presidente do Brasil e o PT teve que fazer uma aliança com o PMDB para conseguir governar, diz o texto. Já Marina se distanciou do PT a partir de 2009, quando saiu do partido, e tem procurado mostrar que defende uma política econômica mais amigável ao mercado. Apesar de crescer nas pesquisas, os desafios para Marina persistem, destaca oTimes. O jornal cita, por exemplo, que a campanha de Dilma tem um caixa de US$ 55 milhões, cerca de cinco vezes a mais do que a da candidata do PSB. Além disso, ataques à Marina ganharam força nas últimas semanas, barrando o crescimento dela nas pesquisas mais recentes, ressalta o jornal. A reportagem destaca ainda que Marina falou pouco na campanha de como lidaria com questões diplomáticas mais sensíveis do Brasil, como a aproximação do país com a Venezuela e Cuba durante o governo do PT. O fato, porém, de que a corridapresidencial se estreitou em duas mulheres de esquerda, uma negra, ambas do governo Lula e contrárias ao regime militar, mostra a consolidação da democracia brasileira desde os anos 80, ressalta o texto.

Ibope mostra Dilma e Marina empatadas no 2º turno; Aécio cresce Fonte: Jornal Folha de SÃO PAULO 16/09/2014 20h 45 Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (16) mostra oscilações negativas de Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), e crescimento das intenções de voto em Aécio Neves (PSDB) –o terceiro colocado na disputa pela Presidência da República. Dilma lidera o primeiro turno com36%, três pontos percentuais a menos que na pesquisa anterior do mesmo instituto. Já Marina alcança 30%, recuo de um ponto, enquanto Aécio subiu de 15% para 19%. Com margem de erro de dois pontos, para mais ou para menos, o levantamento foi feito entre os dias 13 e 15. A comparação é com a pesquisa do Ibope concluída dia 8. 2


SEGUNDO TURNO Na simulação de segundo turno entre Dilma e Marina, há empate técnico: 43% para a candidata do PSB contra 40% para a petista. No teste Dilma versus Aécio, a presidente vence por 44% a 37%. No embate final Marina contra Aécio, a vitória é da ex-ministra do Meio Ambiente, por 48% a 30%. A avaliação do governo Dilma continua estável. Segundo o instituto, 37% julgam a administração como boa ou ótima. Contratado pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o Ibope ouviu 3.010 eleitores em todo o país. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-00657/2014.

Dívidas e restos a pagar em 2015 Fonte: Jornal Folha de São Paulo 17/09/2014 02h00 Campanhas eleitorais sempre deixam dívidas impagáveis. Quer dizer, dívidas políticas impagáveis. As demais, pagam-se com contribuições de grandes empresas ou com grandes contribuições à degradação adicional da política. O passivo desta eleição deve ser o maior desde 2002. As condições econômicas, das contas públicas ao desemprego, das contas externas à inflação, decerto são agora muito melhores que as da transição de 2003, parece claro. Incerto é o nível de expectativas do eleitorado em relação a melhoras econômicas e sociais, para nem falar das impaciências em relação ao comportamento de partidos e políticos. A julgar pelas opiniões expressas nas ruas e em pesquisas desde 2013, o nível de intolerância a ineficiências, bandalhas, falta de representatividade e inércia dos governantes diminuiu bem. É evidente que pelo menos um terço do eleitorado oscila entre irritação e revolta. O que não quer dizer que mais gente não possa ficar exaltada a partir do ano que vem. De mais previsível e óbvio, vai se sentir em 2015 o contraste entre a conversa eleitoreira e as possibilidades materiais reduzidas. Deve haver um aumento de desemprego, ainda que ligeiro, inflação pelo menos na média dos últimos quatro anos, na melhor das hipóteses, e desaceleração adicional do consumo. Quanto a gastos públicos, mesmo as autoridades econômicas da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) passaram a declarar em público, nesta semana, que a contenção de gastos será 3


maior em 2015. Dado que o aumento da receita de impostos será ínfimo, se algum, está claro que não haverá como expandir programas sociais. Além disso, não será nada fácil administrar o passivo político desta eleição e os restos a pagar de escândalos passados, tanto na política-politiqueira, partidária, como nas relações do governo com o público em geral. Na ânsia de atirar chumbo grosso na campanha de Marina Silva (PSB), a campanha de Dilma acertou também o próprio pé. Queimou pontes com a finança, demonizando banqueiros, com quem já estava em maus lençóis. Já com o filme queimado devido a intervenções em hora e lugar errados na economia, aumentou sua má fama ao dizer por via tortas que tem gosto por controlar a política do Banco Central e reafirmar os piores aspectos de sua política econômica. Marina Silva teria as dificuldades sabidas de compor uma coalizão de governo. Terá nos calcanhares, de resto, uma oposição tão violenta quanto a campanha eleitoral petista. Sua situação não deve melhorar muito com o racha do PSDB (Aécio Neves queima pontes com o marinismo, embora parte do PSDB paulista já cozinhe, nas internas, como vai aderir). A barafunda deve se tornar ainda maior com a grande possibilidade de o escândalo da Petrobras vir inteiramente à tona, uma mancha de óleo que pode se espraiar por grande parte dos Congresso e entre lideranças políticas importantes. Caso o governo padeça de baixa popularidade, devido a mais um ano de estagnação econômica e impaciência do eleitorado "mudancista", a situação pode se tornar ainda mais tensa.

PIB do agronegócio cresce, mas agroindústria pisa no freio Fonte: Jornal Folha de São Paulo Mauro Zafalon17/09/2014 02h00 O agronegócio brasileiro continua sendo eficiente dentro da porteira, mas há dificuldades no avanço da industrialização desses produtos saídos do campo. É o que aponta o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) na pesquisa do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio referente ao primeiro semestre deste ano. Parte dessa dificuldade vem de problemas encontrados pelo país na exportação de produtos manufaturados. As matérias-primas e os semiprocessados dominam as vendas externas, enquanto os processados e os produtos frescos (frutas, flores e outros) enfrentam barreiras comerciais ou não atendem às exigências de qualidade e sanitárias, afirma Geraldo Barros, coordenador do Cepea. Nos últimos dez anos, o PIB do agronegócio cresceu a uma taxa anual de 2,7%; o da agropecuária, 3,8%, e o da agroindústria, 2%. Neste ano, este último setor está estável. No ano passado, a agropecuária representou 29% do PIB do agronegócio, com a agroindústria ficando com 28%. Em 1995, a participação da agroindústria era de 35% e a da agropecuária, 24%. Mesmo sem um avanço consistente da agroindústria, a evolução da produção no campo, via aumento de produtividade, fez os alimentos chegarem com preços mais acessíveis ao consumidor. Para Barros, o grande desafio do setor é manter o ritmo de crescimento da produtividade, elevando a competitividade do agronegócio, o que pode gerar mais renda ao produtor e mais benefícios ao consumidor. Nos últimos 18 anos, o PIB agropecuário cresceu 3,6% ao ano, em média, acima dos 2,9% da economia toda. No período, os preços reais dos alimentos caíram 8%. A pesquisa do Cepea apontou que a evolução global do PIB do agronegócio foi de 1,9% no primeiro semestre. Essa taxa foi puxada pela pecuária, que teve aumento de 4,9% no período. Já a agricultura aumentou 0,6%. O PIB agropecuário deverá ter uma evolução de 3,8% neste ano, um pouco abaixo dos 3,9% registrados em 2013, conforme estimativas do Cepea para o setor. 4


O espírito de Joinville Fonte: Jornal Folha de São Paulo 16/09/2014 02h00 Não paro. Não podemos parar. Estou sempre viajando pelo mundo e pelo Brasil, de olho em novidades. Não dá para ficar só "googlando" a vida. É preciso ver a vida. "Os olhos precisam viajar", dizia Diane Vreeland, a grande fashionista americana. Desta vez, estava no Sul do Brasil. Indo lançar uma agência em Santa Catarina, eu encontrei esta pérola: o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville. Cidade colonizada por alemães, apesar do nome francês, Joinville tem 550 mil habitantes, é a maior cidade de Santa Catarina, está na 21ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (o IDH da ONU) entre as cidades brasileiras, abriga algumas das indústrias mais importantes e maduras do nosso país, possui uma escola de dança do teatro Bolshoi, mas tem entre seus maiores orgulhos um Corpo de Bombeiros Voluntários. Estabelecido no século 19, de inspiração europeia, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville é sustentado hoje por milhares de cidadãos que fazem doações todo mês, via conta de luz ou outras formas novas de pagamento. O corpo voluntário nasceu de iniciativa de empresários da cidade, que reservam até hoje um dia de seu atarefado mês para dar plantão como bombeiro em turnos de 18 horas. Os custos da operação voluntária são muito menores do que os da estrutura estatal-militar e sua eficiência é comprovada por séculos de existência e bons serviços, apesar do lobby contrário. O número de Corpos de Bombeiros oficiais no Brasil é pequeno. São poucas as cidades cobertas pelo sistema estatal. O voluntariado e o terceiro setor são caminhos necessários para resolver nossas carências, esta inclusive, de forma rápida e a custo baixo. O Estado se move devagar -a sociedade civil 2.0 quer acelerar o passo. Esse espírito cidadão, empreendedor e eficiente mobiliza empresários, trabalhadores, donas de casa, professores etc. Dezenas de cidades já se inspiraram no modelo do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville. Um modelo que é muito disseminado pelo mundo, especialmente nos Estados Unidos e em países da Europa. Esse espírito, que às vezes parece tão distante da nossa realidade, redobra minha crença neste país e neste mundo a despeito das coisas horríveis que o mundo e este país podem produzir neste ou naquele momento. É difícil compreender por que governantes de Santa Catarina querem insistentemente acabar com os Corpos de Bombeiros voluntários e substituí-los por Corpos de Bombeiros profissionais. Isso apesar de comparações de custo mostrarem que os do modelo voluntário conseguem ser muito menores do que o do oficial. Mais de 2.700 pessoas hoje são voluntárias nas várias corporações desse tipo que se espalharam pelo Estado e pela região. Elas têm treinamento especializado e executam serviços de combate a incêndios, busca e salvamento, prestação de socorros em emergências, desabamentos, inundações, catástrofes, calamidades públicas. Tenho certeza de que, como Joinville, muitas comunidades e cidades brasileiras se orgulham de iniciativas eficazes e viáveis para resolver seus problemas e destravar seu potencial. Não é possível ficarmos presos a interesses cartoriais num mundo que é ultracompetitivo, mas também cheio de soluções. O Brasil é muito grande, muito maior que seus problemas. Existe vida rica e intensa fora de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que às vezes monopolizam demais as discussões e os rumos do país. O saber e o fazer estão se espalhando. As cidades médias têm tanto a contribuir quanto as nossas grandes metrópoles. Um país cheio de carências só pode ser rico em soluções. 5


Vamos descobrir as novidades centenárias e as novidades da última hora. Deus não pensou pequeno quando fez o Brasil. Depois de dois dias de palestras e inaugurações em Joinville, saio gripado e exausto, mas animado e revitalizado por esse espírito cidadão de tocar a vida em comunidade. Generosidadesnesses tempos que às vezes nos parecem ser tão pouco generosos.

Crescimento global será direcionado por China e Índia, diz líder chinês Fonte: Jornal Folha de São Paulo DA REUTERS17/09/2014 09h57 A combinação da "fábrica do mundo" e do "escritório de serviços de apoio" vai direcionar o crescimento econômico mundial, afirmou o presidente chinês, Xi Jinping, antes de uma rara visita à Índia nesta quarta-feira (17), minimizando as desconfianças que têm mantido os gigantes asiáticos afastados. O novo primeiro-ministro indiano, NarendraModi, está determinado a construir relações mais próximas com a segunda maior economia do mundo. O líder chinês chegou no 64º aniversário de Modi armado com promessas de investir bilhões de dólares em ferrovias, parques industriais e estradas. "Como os dois motores da economia asiática, precisamos nos tornar parceiros de cooperação liderando o crescimento", escreveu Xi em uma coluna no jornal "The Hindu". Ele afirmou que a forte base manufatureira da China e as habilidades científicas e de software da Índia têm grande potencial tanto como base de produção quando para criação de mercado consumidor. Xi voou direto para Ahmedabad, no Estado natal de Modi, Gujarat, onde o primeiro-ministro lhe deu um buquê de lírios. A visita coincide com a desaceleração da economia da China, com as empresas do país olhando para o exterior em busca de oportunidades de crescimento. Um acordo bilionário para montar dois parques industriais para investimento chinês na Índia está em jogo, afirmou uma autoridade chinesa em Nova Délhi em evento separado, onde outros acordos de US$ 3,4 bilhões foram assinados entre empresas chinesas e indianas. Espera-se que outros acordos avaliados em dezenas de bilhões de dólares sejam anunciados na visita de três dias, suplantando os US$ 400 milhões investidos pela China na Índia nos últimos 14 anos. Modi está ávido por investimentos chineses para ajudar a equilibrar os US$ 65 bilhões em comércio anual que pesa amplamente para o lado chinês. Ele também busca mais acesso para os serviços de tecnologia da informação e de farmacêuticos da Índia à China. DESACELERAÇÃO O Banco Popular da China (BPC) injetará um total de 500 bilhões de iuanes(US$ 81 bilhões) nos cinco principais bancos do país a fim de combater o arrefecimento da economia, informou a imprensa local. Esta medida chega após uma série de indicadores que apontam que a locomotiva econômica chinesa está perdendo fôlego, ainda que, com um crescimento de 7,4% nos primeiros seis meses do ano, esteja mais pujante que as de Estados Unidos, União Europeia e Japão. Os débeis dados de produção industrial de agosto divulgados esta semana, o arrefecimento do setor imobiliário e a queda do investimento exterior nos últimos dois meses contribuíram para gerar inquietação sobre a pujança do crescimento chinês.

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Pirataria causou prejuízo de mais de R$ 30 bi à indústria em 2013, diz entidade Fonte: Jornal Folha de São Paulo RENATA AGOSTINIDE BRASÍLIA16/09/2014 18h19 A venda de produtos ilegais causou prejuízos de mais de R$ 30 bilhões à indústria formal brasileira em 2013, de acordo com estimativa prévia do Fórum Nacional Contra a Pirataria (FNCP). O cálculo inicial, divulgado nesta terça-feira (16), é baseado nas estimativas do tamanho do "mercado negro" de alguns dos setores da economia. A pesquisa completa será divulgada no fim do ano. A prévia do estudo foi divulgada em evento conjunto com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), no qual as entidades divulgaram um conjunto de propostas aos presidenciáveis. O documento, batizado de manifesto, é assinado por 18 associações, entre elas a Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Abifumo (Associação Brasileira da Indústria do Fumo) e ABPI (Associação Brasileira da Propriedade Intelectual). Os empresários pedem aos candidatos que incentivem a desburocratização, estimulem ações de intercâmbio com os demais países da América Latina, entre outras medidas. Sugerem ainda a criação do Dia Nacional do Combate ao Contrabando.

"O item contrabando precisa ser enfrentado com ênfase. O combate tem de estar na cabeça do parlamentar e do Executivo brasileiro. Um dia para discutir inteligentemente o que pode ser feito para que o mercado interno aumente além da expectativa do PIB. Temos um grande pedaço que está na economia subterrânea", afirmou Evandro Guimarães, presidente-executivo do ETCO.

De acordo com estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em parceria com o ETCO, a economia subterrânea brasileira - que reúne os valores das atividades não declaradas ao poder público - tem receitas de R$ 782 bilhões por ano no Brasil. Caso fosse um país, seria a quarta maior economia da América Latina, atrás apenas de Brasil, México e Argentina. "É um tema que muitas vezes não é compreendido em sua total importância. Esses crimes afetam a segurança pública, a saúde, os empregos, a indústria, o comércio e a arrecadação pública. E muitas vezes eles são minimizados", disse Edson Vismona, presidente do FNCP e do Instituto Brasil Legal. CRIME ORGANIZADO O mercado negro de produtos envolve a prática de crimes como sonegação de impostos, falsificação e pirataria. Para Vismona, tais infrações representam somente a ponta do problema, já que por trás dos delitos há organizações criminosas ativas e organizadas. "Em São Paulo, está mercado aberto para a bandalheira hoje. Um camelô tem um pequeno estoque recolhido num dia e no dia seguinte ele volta rapidamente. Por quê? Qualquer lojista iria falir. O ilegal não, porque as organizações estão por trás. Elas distribuem produtos ilegais, atuam no tráfico de drogas, alimentam sonegação, trabalho escravo", destacou. Para alguns setores, o mercado negro é um rival poderoso. A indústria de perfumes, por exemplo, calcula ter faturado cerca de R$ 2,5 bilhões em 2012 ano e estima que outros R$ 2,5 bilhões tenham sido movimentos no mesmo ano com a venda de produtos ilegais.

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Após três meses de deflação, IGP-10 sobe em setembro Fonte: Jornal Valor 17/09/2014 às 08h20 SÃO PAULO - Com inflação mais alta no atacado e no varejo, em especial a dos alimentos, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) subiu 0,31% em setembro, após ter registrado queda de 0,55% em agosto, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com isso, o indicador dá fim a uma sequência de três meses consecutivos de deflação. Em setembro de 2013, houve alta de 1,05%. No ano, o IGP-10 acumula elevação de 2,01%; em 12 meses, de 4,04%. No atacado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) - que tem peso de 60% nos IGPs subiu 0,35% em setembro, após queda de 0,91% um mês antes. Os preços agropecuários aumentaram 0,61%, após baixa de 2,20%, e osprodutos industriais avançaram 0,25%, na sequência de recuo de 0,43% no mesmo período. Os itens que mais influenciaram a alta do IPA foram carne bovina (0,12% para 7,23%), bovinos (-1,01% para 3,22%), café em grão (3,77% para 9,04%), suínos (5,97% para 9,86%) e laranja (1,06% para 9,58%). As maiores influências negativas foram minério de ferro (-0,02% para -2,79%), ovos (-2,23% para -6,84%), tomate (-8,88% para -14,77%), soja em grão (-4,55% para -0,58%) e trigo em grão (-12,40% para -10,45%). No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) - com peso de 30% - subiu 0,26% em setembro, vindo de um incremento de 0,01% em agosto. Das oito classes de despesa que compõem esse índice, o principal destaque partiu do grupo Alimentação, que saiu de deflação de 0,18% para alta de 0,21%, por causa principalmente das hortaliças e legumes, cuja taxa foi de uma queda de 12,52% para decréscimo de 5,59%. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou em setembro alta de 0,15%, inferior ao resultado do mês anterior, de 0,45%. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços avançou 0,31% e o índice que representa o custo da mão de obra não registrou variação. O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

MME formaliza desistência de leiloar UHE Tapajós em 15 de dezembro Fonte: Jornal Valor Econômico 17/09/2014 às 09h26 BRASÍLIA - O Ministério de Minas e Energia (MME) formalizou nesta quarta-feira a decisão, anunciada na terça-feira, de revogar a portaria que tinha marcado para 15 de dezembro deste ano o leilão da Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós, a ser construída nos municípios de Itaituba e Trairão, no Estado do Pará. A Portaria 485/2014, que também estabelecia diretrizes para o leilão, foi revogada por nova portaria (493/2014) publicada pelo órgão no “Diário Oficial da União”. A UHE São Luiz do Tapajós é um dos maiores projetos de geração, com potência prevista superior a 6 mil megawatts e previsão de mais de 3,3 mil megawatts médios de energia assegurada. O ministério desmarcou a licitação que, por enquanto, não tem nova data prevista, para fazer adequações nos estudos sobre a usina. Na terça-feira, o governo informou que é necessário adequá-los à questão indígena, que tinha ficado de fora das análises de viabilidade técnica e de impacto ambiental do empreendimento.

Custo para segurar tarifa de energia não para de crescer Fonte: Jornal Valor Econômico 17/09/2014 às 05h00 O esforço do governo para segurar o aumento das tarifas de energia já custa quase R$ 100 bilhões, uma conta que mais cedo ou mais tarde vai cair no bolso do consumidor. A verdadeira 8


bomba de efeito retardado cresceu recentemente com a avaliação das indenizações prometidas pelo governo às empresas de transmissão que aceitaram antecipar o vencimento de suas concessões nos moldes propostos pelo governo na famosa Medida Provisória 579, considerada por vários especialistas a mãe de das mazelas do setor. Editada há exatamente dois anos, a MP 579 prometia reduzir em 20% a conta de luz da população com um plano de antecipação em três anos em média dos vencimentos das concessões do setor de energia elétrica e a renovação com base em critérios que privilegiavam a modicidade tarifária. Nada menos que 20 regulamentações entre decretos e resoluções surgiram posteriormente para tentar colocar de pé a proposta e recauchutar as distorções. Para atrair as transmissoras de energia para o plano, o governo prometeu indenizar os investimentos feitos e ainda não amortizados. Uma parte da conta, no valor de R$ 13 bilhões, referente aos ativos implantados depois de maio de 2000, foi equacionada rapidamente e tem sido paga com recursos de dois fundos, a Reserva Global de Reversão (RGR) e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Mas restou a indenização dos investimentos feitos antes de 2000, estimada em cerca de R$ 20 bilhões por empresários do setor. O número ainda não foi sancionado pelo governo, que apostava em uma quantia menor e deve pechinchar com as empresas. De toda forma, até essa nova conta surgir na planilha, montava a nada menos do que R$ 78,5 bilhões o total de gastos assumidos pelo governo para bancar a promessa de reduzir a conta de luz, um pesadelo pior do que o cipoal de novas regras - pior porque, apesar do objetivo inicial de reduzir as tarifas para os consumidores, a MP 579 acarretou uma série de consequências que acabarão onerando o bolso da população nos próximos anos. O plano começou a enfrentar problemas quando nem todas as geradoras de energia aderiram à renovação antecipada e continuaram cobrando as tarifas antes praticadas. Ficaram de fora importantes geradoras estaduais. Houve ainda descasamento entre oferta e demanda de energia, em parte causado pela escassez de chuvas, que obrigou o uso das termelétricas. Nem todos especialistas concordam que a redução das chuvas é a causa do aumento do uso das térmicas e fala-se em ineficiência das hidrelétricas. O fato é que, desde outubro de 2012, as térmicas funcionam a plena carga. De 10% do total de energia produzido, as térmicas passaram a garantir de 20% a 30%. A energia térmica é mais cara, problema que estourou no caixa das distribuidoras. O Tesouro bancou as primeiras contas. Mas elas não pararam de crescer. As limitações fiscais levaram o governo a montar operações de socorro na forma de empréstimos do setor financeiro, que totalizam R$ 23,3 bilhões. A situação só não é pior pelo motivo errado: o baixo crescimento econômico diminui a pressão da demanda. O consumo deste ano já teve uma redução de pouco mais de 1 mil MW médios para 64,7 mil MW médios e deve diminuir mais 1,6 mil MW médios em relação ao projetado para 2015. Mas a despesa não para de crescer. Ainda não está pacificada a demanda das geradoras, que também querem uma ajuda porque estão comprando energia mais cara para atender seus compromissos. O certo é que a conta vai ser repassada, seja pela necessidade de cobrir os gastos do Tesouro seja na forma de tarifas mais elevadas. Desde que o segundo pacote de financiamento para as distribuidoras foi montado, discute-se o impacto das ajudas no aumento das tarifas. Analistas independentes estimam que a conta de luz vai subir até 24%, sendo pouco mais de 13% somente em 2015, para cobrir os compromissos do ano. Preocupado com o impacto eleitoral da medida, o governo desmentiu a possibilidade de um tarifaço. Mas os diferentes setores do governo não se entendem a respeito da conta. Enquanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê em aumento de 8 pontos percentuais no próximo ano, o Ministério das Minas e Energia optou pelo gradualismo, com reajustes em conta-gotas, de 2,6% em 2015, 5,5% em 2016 e 1,4% em 2017.

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Ideias que avançam lentamente Fonte: Jornal Valor Ecoômico Pedro Ferreira e Renato Fragelli17/09/2014 às 05h00 A polêmica gerada pela acirrada propaganda da candidata à reeleição contra a proposta de banco central independente, projeto defendido por sua opositora mais provável no segundo turno, deve ser vista como uma mera etapa na longa evolução institucional do país. Assim como ocorreu no passado, o que hoje é polêmica amanhã terá se tornado um fato consumado devidamente compreendido pela sociedade. O Brasil é um país que enfrenta mudanças em seu modelo econômico, mas o faz muito vagarosamente. No século XIX, uma economia agrário-exportadora fundada na escravidão apresentou crescimento lento por décadas. A longa campanha abolicionista iniciou-se abertamente em 1870, após a Guerra do Paraguai. Mas seguiu vagarosas etapas: primeiro a Lei do Ventre Livre (1871), depois a do Sexagenário (1885) e finalmente a Lei da Abolição (1888). O esgotamento moral e econômico do modelo de trabalho levou à sua autodestruição. Na República Velha, a economia seguiu o modelo agrário-exportador, atualizado o modelo de trabalho para o assalariado. A lenta industrialização, cujos primeiros rebentos brotaram no rastro da imigração europeia para São Paulo, tornou-se uma estratégia de desenvolvimento somente em meados do século passado. Alguns debates acirrados marcaram episódios notáveis da evolução das ideias econômicas no país. A campanha pela nacionalização do petróleo opôs céticos a nacionalistas, tendo culminado na lei do monopólio em 1953. Como sempre, a inspiração foi estrangeira, seguindo os exemplos de México e Venezuela. A diferença é que, nesses países, a nacionalização ocorreu após as empresas estrangeiras terem localizado o petróleo em escala comercial. No Brasil, o nacionalismo exacerbado estatizou o risco de sua localização e exploração, tendo drenado vultosos recursos que teriam tido retorno maior caso investidos na educação. Somente na década de 1990, o monopólio do petróleo foi eliminado, com extraordinário aumento da produção nacional. Outro debate acalorado foi o da reforma agrária. Esta histórica bandeira da esquerda, que mobilizou políticos de várias gerações, tornou-se economicamente inviável após as mudanças tecnológicas por que passou a agricultura. No século XIX, a agricultura era uma atividade intensiva em terras e trabalho; atualmente ela tornou-se mais intensiva em capital do que trabalho. Numa meritória decisão tomada sem alarde, o governo Dilma compreendeu essa mudança, tendo engavetado a reforma agrária, priorizando em seu lugar o exitoso programa Minha Casa Minha Vida. Em vez de se dispender recursos espalhando miséria no campo, passou-se subsidiar a compra de imóveis destinados à população desfavorecida das cidades, contribuindo-se para a formação e ampliação de uma classe média de proprietários urbanos. Na década de 1980, enquanto o processo de transição do regime militar para o civil estava em curso, o acalorado debate sobre a reserva de mercado da informática conseguiu a proeza de unir uma improvável rede de simpatizantes formada por militares nacionalistas, empresários atraídos pelo lucrativo cartório em concepção, UNE, OAB e até a SBPC. O atraso tecnológico decorrente daquela decisão somente seria revertido com a abertura da economia promovida na década de 1990, mas seu impacto sobre a eficiência de nossa economia durou muito mais tempo. A privatização de importantes setores da economia, criando oportunidades para investimentos que teriam drenado vultosos recursos públicos, foi tabu até as reformas implantadas por FHC. A cada leilão de privatização realizado na antiga Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, a praça XV de novembro tornava-se um campo de batalha. A evolução da compreensão das restrições orçamentárias enfrentadas pelo governo levou até o PT a aceitar o que antes era um anátema. Prova inequívoca são os leilões de concessão realizados com sucesso em 2013, após uma renhida e fracassada insistência em forçar empresários a aceitarem as taxas de retorno artificialmente baixas propostas pelos editais iniciais. 10


O debate sobre o banco central independente se insere nessa série de temas que, em diferentes momentos, suscitaram polêmicas, mas acabaram digeridos pela sociedade. Conforme discutido em mais detalhe no artigo publicado neste espaço no último mês de julho, um banco central independente só é compatível com o regime democrático se a taxa de inflação a ser alcançada for definida por representantes eleitos pelo povo. Ao banco central cabe tão somente a tarefa técnica de cumprir a ordem recebida, utilizando os instrumentos necessários mais adequados para alcançar o objetivo, sem a interferência oportunista do partido político de plantão. Assim, o controle é feito pela sociedade como um todo e não - como um dos lados do atual debate tem defendido - por grupos de interesses ou lobbies organizados. É em essência um instrumento institucional de democracias maduras - EUA, Canadá, Reino Unido, União Europeia, etc. - muito bem sucedido em sua função essencial: controlar a inflação.

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