SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 18 DE JUNHO DE 2014
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ONS prevê mais chuva para o Sul A melhora significativa das condições dos reservatórios no Subsistema Sul do país foi registrada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em seu Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação, relativo à semana de 14 a 20 de junho. No relatório, o ONS prevê ainda que o subsistema Sudeste/Centro Oeste deverá ter vazão próxima da média histórica, o Norte levemente abaixo da média e que o Nordeste deverá permanecer com afluência desfavorável, em torno de 44% da média. A previsão para o período de 14 a 20 de junho é de que a rápida passagem de uma frente fria no início da semana pelo Paraná ocasione chuva fraca na Bacia do Rio Iguaçu e em pontos isolados da Bacia do Rio Paranapanema. Uma segunda frente avança pela Região Sul durante a semana e causa chuva fraca nas bacias dos rios Uruguai, Jacuí e Iguaçu.O ONS prevê também que, em razão de o feriado de Corpus Christi (celebrado 60 dias depois da Páscoa) cair este ano no dia 19 de junho – no ano passado foi comemorado em 30 de maio – haverá menor crescimento da demanda por energia, comparada ao mesmo mês do ano anterior. Contribuirão ainda os dias de jogos da Copa, tanto aqueles com participação da seleção brasileira, quanto os demais jogos, com impacto maior nas capitais onde se realizarem. A estimativa é de que a carga prevista para junho, no Subsistema Nordeste, mantenha tendência de crescimento com base no comportamento do consumo das classes residencial e comercial. O crescimento deverá ser 2,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. No Subsistema Norte, a alta taxa de crescimento prevista, de 27,1%, decorre principalmente da interligação do Sistema Manaus a partir de julho de 2013. Retirando o efeito dessa interligação, a carga prevista para junho apresenta acréscimo de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Nos subsistemas Sul e Sudeste/CentroOeste, as taxas de crescimento previstas são 1% e 1,2%, respectivamente. Em relação aos reservatórios, eles fecharam a terça-feira (17) em 39,97% da capacidade máxima no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste (contra 36,97% do fim de maio); em 85,73% no Sul (contra 54,93%); no Norte em 91,97% (contra 92,97%); e no Nordeste em 38,39% (contra 40,8% da capacidade registrada no fechamento de maio). (Agência Brasil)
Importações de vestuário cresceram 5,95% em valor Nos primeiros cinco meses do ano, somente as importações de vestuário apresentaram aumento de 5,95%, em valor, comparativamente com o mesmo período em 2013. Em volume, o aumento de roupas importadas de janeiro a maio foi de 1,93%, segundo dados do Sistema Alice/MDIC. Já as importações totais de têxteis e confeccionados, entre janeiro e maio deste ano, cresceram 3,44%, em valor. As exportações caíram 7,67% enquanto o crescimento do déficit na balança comercial no período aumentou em 6,01% em relação ao mesmo período de 2013. Em maio, as importações de têxteis e confeccionados tiveram um aumento de 15,79%, em valor, se comparado a maio de 2013. As exportações cresceram 3,84%, enquanto que o déficit da balança comercial foi 19,48% maior do que no mesmo mês do ano anterior. Os especialistas da Abit acreditam que o déficit deve ultrapassar os U$ 6 bilhões ao final deste 2014. De janeiro a abril desse ano, a produção brasileira do segmento de vestuário teve crescimento de 0,8% em relação ao mesmo período de 2013, segundo dados do IBGE. Já no segmento têxtil houve uma queda de 6,9% no acumulado do ano. No mês de abril, a produção brasileira do segmento de vestuário teve queda de 1,6% e a do setor têxtil teve queda de 0,1% em relação ao mês anterior (março de 2014). Se comparada a produção de abril de 2014 com abril de 2013, a produção física da indústria do vestuário teve queda de 6,7% e a do segmento têxtil queda 11,8%. Em abril, o volume de vendas de produtos têxteis e de vestuário teve queda de 5,5% e a Receita Nominal teve queda de 1%, se comparados ao mesmo período do ano anterior. Já no acumulado do ano (janeiro – abril), o volume de vendas no setor cresceu 1,2% e a Receita Nominal aumentou 3,9%, se comparado à janeiro-abril de 2013. No comparativo entre abril de 2014 e março de 2014 o volume de vendas caiu 1,04% e a Receita Nominal apresentou crescimento de 1,18%. (Dados com ajuste sazonal). O saldo entre contratações e demissões na indústria têxtil e de confecção (somente de empregados com carteira assinada), em abril, foi de 2.364 contra 5.315. No acumulado do ano (de janeiro a abril), o saldo de emprego ficou em 17.580 frente aos 25.097 de janeiro a abril de 2013.
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Prévia da inflação mostra tendência de queda O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, ficou em 0,47% em junho deste ano. A taxa é inferior à observada na prévia de maio (0,58%), mas superior à de junho do ano passado (0,38%). O dado foi divulgado nesta quarta-feira, dia 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15 acumula taxas de 1,84% no trimestre, 3,99% no ano e 6,41% no período de 12 meses. O IPCA-15 de junho foi calculado com base em preços coletados entre 15 de maio e 11 de junho. A queda do IPCA-15 entre maio e junho foi provocada principalmente por taxas de inflação menores nos grupos de despesas alimentação e bebidas (cuja taxa caiu de 0,88% na prévia de maio para 0,21% em junho) e habitação (que passou de 1,19% para 0,29% no período). Segundo a prévia de junho, ficou 0,23% mais barato comer em casa, graças às quedas de preços (deflações) observadas em produtos como batata-inglesa (-16,35%), farinha de mandioca (11,67%), cenoura (-5,05%), hortaliças (-4,69%), frutas (-3,44%) e feijão-carioca (-3,37%). Apesar disso, comer fora de casa ficou 1,06% mais caro. A redução da inflação do grupo habitação foi influenciada principalmente pela queda de 18,36% do custo da água e esgoto em São Paulo. A média das tarifas de serviço caiu devido ao Programa de Incentivo à Redução de Consumo de Água, que deu descontos nas contas de água a usuários que reduziram o consumo. Outros grupos de despesa que tiveram queda na taxa de inflação foram educação (de 0,14% para 0,08%) e transportes (de 0,54% para – 0,33%). (Agência Brasil)
Desviei, mas não fui eu... Que a "contabilidade criativa" é a principal contribuição da atual equipe econômica para o progresso do país não resta a menor dúvida, mas seria injusto desconsiderar demais exemplos de criatividade no setor, em particular o esforço hercúleo do Banco Central em explicar por que –a despeito de todas suas promessas– não conseguiu entregar a inflação na meta nos últimos quatro anos; e não deverá fazê-lo nem neste ano, nem em 2015. Tempos atrás, o problema viria dos preços dos alimentos (era o "feijãozinho", depois substituído pelo tomate). Confrontada, porém, com medidas de inflação que mostravam aceleração mesmo desconsiderando preços de alimentos, assim como aumento persistente dos preços dos serviços, a desculpa mudou. O problema passou a ser a "resistência da inflação" resultante de "mecanismos regulares e quase automáticos de reajuste (...) que contribuem para prolongar (...) pressões inflacionárias". Na mais recente ata do Copom, porém, a criatividade do BC atingiu novos patamares. Segundo o documento, há "dois importantes processos de ajustes de preços relativos ora em curso na economia –realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e realinhamento dos preços administrados em relação aos livres". Trocando em miúdos, trata-se do impacto da desvalorização do real (durante bom tempo, diga-se, perseguida com afinco pelo próprio BC) por um lado e, por outro, a necessidade de corrigir preços que ficaram defasados em razão das medidas recentes de controles, notadamente (mas não apenas) energia e combustíveis. De fato, em entrevista a um órgão oficial de imprensa, uma "fonte (também) oficial" (cuja linguagem próxima da ata não deixava dúvida quanto a ser um diretor do BC) afirmou candidamente que "as projeções para 2015 estão bastante sensibilizadas pela questão dos preços administrados" e que, "se a inflação de preços administrados neste ano fosse de 1,5%, perto do ano passado, em vez dos 5% esperados, a inflação ficaria um ponto percentual menor". A declaração é merecedora do Prêmio Nobel da Obviedade, mas, além disso, reflete a nova desculpa: a inflação não cai por causa dos preços administrados, os mesmos que –sujeitos ao controle governamental– têm sido a principal estratégia (equivocada, claro) de combate à alta do índice de preços. É curioso, mas a "fonte oficial" não parece ter percebido que seu mesmo argumento poderia ter sido exposto como, "se a inflação de preços administrados tivesse sido de 5% em 2013 (para evitar as distorções causadas pelo controle destas tarifas), a inflação do ano passado teria sido um ponto percentual maior (isto é, 6,94%) e perderíamos inclusive o teto da meta". Na prática, a afirmação equivale a reconhecer que a política monetária tem sido inadequada para conter as pressões inflacionárias disseminadas observadas ao menos desde 2012, dependendo de "puxadinhos" como controle de preços. Significa também que o BC, supostamente o responsável pela
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estabilidade do poder de compra da moeda, abandonou essa função há tempos. Francamente não saberia dizer se tal posição reflete convicções da diretoria do BC ou apenas subserviência ao governo de plantão (ou ainda uma mistura das duas), mas a esta altura do campeonato a distinção é acadêmica. O (triste) fato é que não há ninguém cuidando da inflação, que cresce, saudável e indômita, como havia tempos não se via. E, diga-se também, essa política frouxa não impediu o crescimento anêmico, que não deverá chegar à média de 2% ao ano neste governo. Em tal contexto, é difícil evitar pensar que, caso o BC tivesse dedicado à questão uma fração da criatividade empregada na criação de desculpas, nosso desempenho poderia ter sido bem melhor do que a lastimável atuação dos últimos anos. Por outro lado, como ávido leitor de ficção e fantasia, anseio pela nova geração de desculpas a serem apresentadas mais à frente.
Análise: Estratégias de comunicação ajudaram a polir imagem da monarquia espanhola O que de fato aconteceu, duas semanas depois: em 2 de junho, às 10h39min, quase ao mesmo tempo do comunicado oficial do presidente do governo e duas horas antes de o rei aparecer na televisão para dar a notícia, a conta oficial da Casa Real na rede social anunciava a abdicação de Juan Carlos, aprovada pelo Senado nesta terça-feira (17/06). A política de comunicação da Casa Real é gerenciada por Rafael Spottorno, chefe da instituição, com a ajuda do secretário-geral e de uma equipe de cinco especialistas. Spottorno é sobrinho do filósofo José Ortega y Gasset, cuja principal obra, A rebelião das massas (1929), trata do rompimento entre as classes populares e as elites dominantes. Diplomata de carreira, Spottorno já trabalhou para o rei dez anos antes de assumir o cargo atual, época na qual esteve à frente do lançamento do site oficial da Casa Real. As elites, as massas e a imprensa A entrada no mundo virtual não foi a única medida tomada para reforçar a imagem da monarquia. Em 1981 foi criado o Prêmio Príncipe de Asturias, com o objetivo de competir com as principais homenagens internacionais a membros de destaque das artes e das ciências. E também com a intenção de melhorar a imagem do então jovem príncipe Felipe, que algum dia viria a ser convocado a assumir o trono. Também faz parte da estratégia de comunicação um estudado plano de aparições públicas, em que a família real percorre, todos os anos, todo o território da Espanha. Assim preenchem-se páginas e mais páginasde jornais e revistas espanhóis. A proximidade dos monarcas com o povo é tanta que uma vez roubaram o relógio do rei, um Rolex de ouro, enquanto ele distribuía apertos de mão à multidão durante uma visita a Sevilha. Mas a principal política de comunicação da Casa Real tem sido a atenção especial dada aos jornalistas, que retribuem com um respeito incomum. Já se chegou a falar sobre um suposto pacto de silêncio com a mídia, para que não fossem divulgados, por exemplo, casos amorosos do rei que acabaram sendo publicados pela imprensa estrangeira. De fato, até recentemente era difícil encontrar alguma crítica a Juan Carlos na mídia espanhola. O príncipe Felipe cuja melhor assessora é sua esposa, Letizia, que apresentava notícias na televisão antes de se tornar princesa– sabe que não herdará esse silêncio. O golpe de Estado de 1981 O maior êxito de toda a política de comunicação da Casa Real, no entanto, foi garantido por outra estudada aparição televisiva. Foi durante a tentativa de golpe de 1981. O rei dirigiuse aos espanhóis para repudiar os militares golpistas e reiterar seu compromisso com a Constituição e a democracia, recém-estabelecidas. Isso fez com que se dissolvesse o golpe de Estado, cujos envolvidos– entre eles, o então chefe da Casa Real– acreditavam ter o apoio de Juan Carlos. Há quem suspeite que o golpe de Estado tenha sido organizado pelo próprio rei, que teria recuado no último minuto. Ou então que o monarca teria planejado o golpe, desde o início, justamente para aparecer no final e rejeitar a tentativa. Juan Carlos sempre negou qualquer envolvimento ou conhecimento prévio do golpe. De qualquer forma, com ou sem a participação do rei, tendo sido uma armação ou não, tal aparição na televisão foi uma jogada de mestre em termos de comunicação e lhe rendeu mais três décadas de reinado.
Brasil é o que mais abre investigação contra importações, mostra OMC GENEBRA - O Brasil é de novo o país que globalmente mais abre investigações antidumping para frear importações com preços supostamente desleais, revela a Organização Mundial do Comércio (OMC) em relatório submetido hoje ao G-20, espécie de diretório econômico do planeta. Nos ultimos seis meses, o governo brasileiro abriu 29 investigações, mais que o dobro das 13 iniciadas nos seis meses anteriores.
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Em comparação, o segundo colocado foi os Estados Unidos, com 12, a Austrália vem em seguida, com 11 investigações, e o quarto é a Índia, com dez. Já a Argentina, freqüentemente acusada de protecionismo, baixou para três suas investigações novas, ante 15 no semestre anterior. No total, o Brasil é responsável por 32,9% das 88 iniciações de investigações antidumping no mundo inteiro, entre 15 de novembro passado e 15 de maio deste ano. O governo brasileiro costuma se defender de acusações de protecionismo. Argumenta que o uso dos instrumento de defesa comercial é previsto pelas regras da OMC para combater importações com preços desleais e que assim afetam a indústria nacional. Em todo caso, sua ampla utilização pode causar incertezas no fluxo de importações nos setores envolvidos e reduzir os negócios. O Brasil tem sido campeão na abertura de investigações antidumping por solicitação do setor privado. O objetivo é impor sobretaxa contra produtos importados. Em boa parte das vezes, as investigações concluem contra a necessidade de aplicação de taxa adicional na importação. A OMC informa que, nos últimos seis meses, 112 novas medidas de restrição comercial foram adotadas por membros do G-20, menos do que as 116 adotadas no semestre anterior. O fluxo de comércio afetado é de 0,3% das importações dos países do G-20. A entidade global, chefiada pelo brasileiro Roberto Azevedo, alerta que permanece vigorando a vasta maioria das restrições ao comércio adotadas por países do G-20 desde o começo da crise financeira global. Nada menos de 1.185 medidas restritivas foram registradas desde outubro de 2008 nas maiores economias do mundo. Dessas, apenas 251 foram removidas até maio deste ano. Ou seja, permanecem 934 medidas em vigor.
Acordo com PDVSA causou prejuízo à Petrobras A Petrobras teve de arcar com um prejuízo milionário na construção da refinaria Abreu e Lima, por ter sido obrigada a adequar o projeto da refinaria às exigências feitas pela estatal PDVSA, da Venezuela. Sem ter assinado nenhum contrato com a PDVSA, e baseando-se apenas em protocolos de intenções assumidos entre os países, a Petrobras deu início às obras, que já estavam desenhadas para refinar o óleo sintético extraído na Venezuela. Esse petróleo seria processado em uma unidade (trem) de refino específica. Como a estatal não entrou no negócio, restou à Petrobras assumir os gastos que já havia feito e readaptar a refinaria para atender o tipo de petróleo extraído no Brasil. Uma das parcelas que a PDVSA deveria ter pago à Petrobras, mas não pagou, foi anunciada ainda em 2009 pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que voltou a ser preso na semana passada pela Polícia Federal, após o ministério público da Suíça bloquear US$ 23 milhões depositados em contas a ele atribuídas. Em agosto de 2009, Costa disse que a petroleira venezuelana pagaria à Petrobras uma primeira parcela de US$ 400 milhões, como parte do acordo de sócios em Abreu e Lima. Essa primeira fatura estava relacionada à quitação de investimentos feitos desde o início das obras até o fim de 2008. Uma segunda parcela ainda estava sendo calculada, à época, para que os venezuelanos entrassem com a parte dos investimentos já realizados em 2009. Em setembro daquele ano, a Petrobras chegou a anunciar que "todos os pontos em relação ao plano de investimentos, à compra de petróleo e distribuição foram acordados" e confirmou que o aporte de US$ 400 milhões "correspondia à parte da PDVSA nas obras". A estatal explicou ainda que uma consultoria, "contratada em conjunto pelas duas empresas", já estava atualizando a parte que cabia à PDVSA de desembolsos feitos entre janeiro e agosto de 2009. Esse valor, atualizado, seria somado aos US$ 400 milhões. O plano era que tudo fosse pago após a assinatura do acordo. A Venezuela nunca colocou nenhum centavo em Abreu e Lima. Na quarta-feira da semana passada, o Valor enviou questionamentos à Petrobras sobre o investimento já feito pela companhia no trem de refino que atenderia a PDVSA, o percentual de execução física dessa unidade e o processo de readaptação da planta. A Petrobras não se manifestou sobre o assunto. Na semana passada, em audiência à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista, a presidente da Petrobras, Graça Foster, reconheceu ter aguardado a PDVSA durante cinco anos, entre 2008 e 2013. Neste período, Abreu Lima funcionava como uma empresa à parte da Petrobras, com a finalidade de receber o sócio estrangeiro. "Por cinco anos, trabalhamos firme para que a PDVSA viesse. Nós, Petrobras, tínhamos o maior interesse que a PDVSA viesse porque era 40% do investimento com a PDVSA. A PDVSA não veio, incorporamos a empresa, no fim de 2013." Graça Foster não mencionou valores, mas informou que a Petrobras teve prejuízos ao levar adiante um projeto que jamais foi objeto de um contrato. "Poderia ter saído a um custo menor se nós estivéssemos sozinhos", declarou. Durante quatro anos, o conselho de administração da refinaria foi presidido por Paulo Roberto Costa. O ex-diretor tinha papel ativo nas negociações com os venezuelanos e, em 2009, chegou a declarar que não havia mais nenhuma pendência nas negociações entre PDVSA e Petrobras e que "todos os pontos em relação ao plano de investimentos, à parte de compra de petróleo e distribuição foram acordados". Abreu Lima, em seus estudos preliminares, em 2005, foi orçada em US$ 2,5 bilhões. Em 2008, o preço foi reajustado para US$ 13,3 bilhões. Hoje a estimativa da Petrobras é de que o empreendimento chegará a US$ 18,5 bilhões.
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Exigência de conteúdo local afeta produção O Brasil será a segunda maior fonte de crescimento da oferta de petróleo nos próximos cinco anos, após a América do Norte, entre os produtores fora do cartel da Opep, mas companhias estrangeiras estão menos dispostas do que antes a investir no país. A avaliação é da Agência Internacional de Energia (AIE), em relatório sobre perspectivas de médio prazo, na qual destaca também que a Petrobras tornou-se a companhia de petróleo mais endividada do mundo, com dívida superior a USS 110 bilhões, no rastro da "hemorragia de cash" causada pelo controle de preço da gasolina. Conforme a AIE, a produção brasileira de petróleo deverá passar a barreira de 3 milhões de barris/dia em 2019, com um ano de atraso em relação às projeções feitas no ano passado. Isso é resultado, principalmente, de atraso em projetos e em estimativas mais altas de declínio nos atuais campos de produção. Exploração no pré-sal cresce em "ritmo saudável" e atividade tem sido um sucesso, segundo a AIE. Ao mesmo tempo, desde 2010 a Petrobrás enfrenta problemas para aumentar a produção anual. O declínio na produção de campos de águas profundas chega a 20% e tem aumentado. A expectativa agora é de alta ligeira na produção este ano, numa reversão de dois anos de declínio. Entre 2013-2019, o aumento médio é estimado em 160 mil barris/dia por ano, na medida em que entram em operação grandes projetos nas bacias de Santos e de Campos. E termina com aumento de 47% comparado aos 2,1 milhões de barris/dia em 2013. Ao mesmo tempo, nota a AIE, a Petrobras enfrenta "severas restrições de caixa" por causa de perdas enormes nas atividades de "downstream". A agência destaca que o controle de preços da gasolina, mantido em níveis não lucrativos, choca-se com as necessidades de financiamento da companhia. "Isso tem causado hemorragia de dinheiro, com importações de produtos de petróleo a preços internacionais e vendas desses produtos a custo menor", nota. Com divida estimada em mais de US$ 110 bilhões, a Petrobras teve de cortar investimentos para os próximos anos. Outras companhias, como Statoil e Chevron ,por sua vez, projetam elevar investimentos para cerca de US$ 14 bilhoes por ano até 2018 no país. Segundo a AIE, mudanças nas estruturas de contratos de "upstream" (atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo) também afetaram a capacidade no país. "Companhias estrangeiros estão menos dispostas a investir no Brasil do que estavam antes nos campos do pré-sal, na medida em que o país parece oferecer termos menos atrativos", diz a AIE. A agência estima que, para várias companhias estrangeiras, é insatisfatório fazer enormes investimentos enquanto dependem da Petrobras como operadora. Nota que desenvolver campos do pré-sal é um desafio técnico importante, que exige mais investimentos, tempo e capacidade técnica. "A Petrobras tem visto um aumento de mais de 30% nos custos de produção para os poços existentes, equipamentos, materiais e mão de obra entre 2011 e 2013", segundo a AIE. A agência destaca que o governo continua "pesadamente envolvido" nas atividades de exploração de petróleo, com rígidas exigências de conteúdo local e tornando mais difícil fechar orçamentos e prazos de projetos. Petrobras e as outras companhias envolvidas na exploração devem usar uma certa percentagem de navios, plataformas re equipamentos nacionais. A agência se refere a questões de nacionalismo, e nota que, embora tenha chegado ao fim o ciclo de aumento de taxações e de royalties e de renegociação de contratos em vários países produtores, em contrapartida tem crescido o aumento de requerimentos de conteúdo local nos últimos anos. No Brasil, ela estima que a indústria doméstica é mais robusta e diversificada do que em vários outros grandes produtores de petróleo, e assim mais capaz de satisfazer as necessidades industriais, "mas as exigências de conteúdo local são onerosas e complexas, variando sobre águas profundas, categoria de gastos e fase de desenvolvimento". Além disso, nota que campos em águas ultra profundas exigem tecnologia e equipamentos altamente sofisticados que "frequentemente não são encontrados mesmo na base industrial diversificada do Brasil". Para a AIE, as companhias também assumem compromissos demasiados sobre conteúdo local "numa tentativa de ganhar licitações". Em comparação, a agência nota que a abertura do mercado de petróleo no México estabelecerá exigências de conteúdo local comparativamente baixas de 25%, numa lei que deve ser submetida ao Congresso mexicano nos próximos meses. Avalia que os problemas que as políticas de conteúdo local tentam resolver são genuínos e as preocupações das autoridades plenamente justificadas. Mas insiste que requerimentos excessivos onerosos, inflexíveis e mal orientados podem facilmente resultar em fiasco e desacelerar o ritmo de projetos do setor privado e estrangeiro. "Isso tem sido aparentemente um fator por trás dos recentes atrasos de produção em vários paises produtores", segundo a AIE.
Fed subirá taxa mais rápido que esperado, diz pesquisa O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) provavelmente vai elevar sua taxa referencial de juros em ritmo mais acelerado do que os investidores no mercado aberto preveem, segundo a maioria dos economistas consultados em pesquisa da Bloomberg. Os futuros de eurodólar, contrato mais negociado de taxas de juros de curto prazo do mundo, subestimam o ritmo de aperto para os dois próximos anos,
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segundo 55% dos economistas pesquisados entres 12 e 16 de junho, que compilou 56 respostas. As autoridades do Fed encerram hoje sua reunião de dois dias em Washington. Os investidores apostam em um ritmo menor de aumento na taxa de juros do que o próprio Fed presume, segundo Conrad DeQuadros, economista sênior da RDQ Economics, em Nova York. Eles também podem estar negligenciando os recentes informes mostrando que a maior economia do mundo vem ganhando força depois de contrair-se no primeiro trimestre, acrescentou. "Acho um pouco estranho que o mercado não esteja precificado nem com a mediana das previsões que o Fed divulgou", disse DeQuadros. "Vai haver um ajuste mais à frente." As opções dos contratos de futuros de eurodólar mostram probabilidade de 47% de que a taxa referencial do Fed esteja em 0,75% ao ano ou menos até o fim de 2015. A chance de que os juros estejam em 2% ou menos até o fim de 2016 é de 54%. Em março, as autoridades previram que a taxa dos fundos federais do mercado interbancário - hoje entre 0% e 0,25% - vai subir para 1% até o fim do ano e para 2,25% até o fim de 2016. As autoridades, lideradas pela presidente do Fed, Janet Yellen, vão divulgar um novo conjunto de previsões trimestrais sobre o desemprego, a inflação, o crescimento econômico e a taxa interbancária no encerramento de seu encontro hoje. AnetaMarkowska, economista-chefe nos Estados Unidos do SociétéGénérale, também acha que os investidores do mercado aberto estão vulneráveis. A instituição financeira projeta que a taxa interbancária estará em 2,5% no fim de 2016. "Achamos que a sinalização dos preços e salários vai nos empurrar para essa direção e, se começarmos a ver esses sinais antes do esperado, então" as estimativas do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) poderiam começar a mudar, disse. Mesmo prevendo um ritmo mais acelerado de aumento nos juros, a maioria dos economistas diz que o Fed vai manter seu balanço perto de patamares recordes por vários anos. Na pesquisa, 69% de 54 economistas disseram que o Fed nunca vai vender seus títulos do Tesouro dos EUA, enquanto 24% disseram que o banco central poderia começar a vendê-los em 2016. O rendimento dos títulos referenciais, de dez anos, subia 2 pontos-base nos negócios de ontem, o que representa 0,02 ponto percentual, para 2,62%, em Nova York, segundo dados compilados pelo Bloomberg Bond Trader. Após três rodadas de compras de bônus em grande escala, cuja ideia era restringir o custo dos empréstimos de longo prazo, o balanço do Fed expandiu-se para US$ 4,34 trilhões. As autoridades do Fed vêm testando ferramentas que vão ser necessárias para conter o excesso de reservas no sistema bancário, um passo que vão ter de dar para elevar as taxas de juros de curto prazo. Entre as ferramentas, estão os acordos de recompra reversa. Com esses acordos, o Fed vai temporariamente vender papéis para um banco ou firma de investimentos, retirando dinheiro do sistema financeiro, e reverter a transação em alguma data posterior. Entre os 56 economistas da pesquisa, 54% disseram que entre os comunicados ou medidas do Fed esperados para este ano, a mais importante é deixar claro qual vai ser a estratégia de saída das políticas atuais.
BNDES assume tesouraria e pode captar no mercado O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai, pela primeira vez, assumir a gestão de sua tesouraria, antes terceirizada para várias instituições, principalmente o Banco do Brasil. A decisão abre espaço para captações no mercado doméstico, via Certificados de Depósitos Bancários e Letras Financeiras, e é considerada estratégica pelo diretor financeiro do banco, Maurício Borges. Segundo ele, a iniciativa é resultado do processo realizado nos últimos cinco anos para que o BNDES ingressasse no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), o que ocorrerá no fim deste mês. "Finalmente teremos operação típica de tesouraria", diz Borges, que começou os estudos para ingresso no SPB em 2009. "Ter autonomia é um ganho." Com tesouraria própria, segundo o executivo, o BNDES poderá economizar em tarifas bancárias, aumentar sua rentabilidade e ter maior segurança sobre a efetividade das operações, principalmente o casamento entre ativos e passivos nas operações de hedge. Há também a possibilidade de emissão de títulos privados próprios, como CDBs e letras financeiras. "A emissão de títulos ainda está em estudos. Se ocorrer, só em 2015. Poderão ocupar o espaço da demanda por recursos a taxas de mercado, que representam hoje não mais do que 5% das contratações de operações de apoio a investimentos por ano", diz SelmoAronovich, superintendente da área financeira, que considera as letras financeiras mais adequadas às necessidades da instituição. "O [recolhimento] compulsório é um desestímulo [ao uso do CDB], mas o problema maior é o descasamento de prazos. Não se financia por dez anos com uma fonte de prazo tão curto", completa. A operação típica de tesouraria a que Borges se refere será a aplicação desses recursos e a realização das operações de hedge para casar ativos e passivos (principalmente em moeda estrangeira). De acordo com o diretor, a gestão própria também terá efeitos econômicos para a instituição, como a redução dos gastos com tarifas bancárias e o incremento de rentabilidade. Explicou, porém, que, pelas regras de disponibilidade do Banco Central, o banco precisa manter em caixa um colchão de liquidez de cerca de R$ 40 bilhões. É menos do que uma instituição comercial, mas compatível com o de outros bancos de
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fomento, como BID e Bird, e sugere que o impacto da mudança pode ser de milhões de reais. Mesmo sem uma captação ativa, ele acredita que apenas a gestão própria dos recursos já pode render vantagens para o banco. "Antes, a sobra de dinheiro ficava nos outros bancos", cita Borges, que explica que as "sobras" referem-se a recursos que o banco precisa ter disponíveis para suas operações, mas que - por motivos administrativos da própria instituição ou dos clientes - chegam a permanecer por alguns dias em conta, quando podem ser aplicados e gerar rendimentos para o banco. Para o diretor, o maior ganho na nova fase será dos clientes e tem pouco a ver com a tesouraria. O ingresso no SPB dará ao BNDES a possibilidade de ter uma relação menos burocratizada com os clientes. Todos os pagamentos serão feitos por boletos bancários e poderão ser efetuados em qualquer banco. Antes, o banco enviava um aviso de cobrança aos clientes, que tinham que fazer um depósito em conta do BNDES. Os desembolsos também poderão ser feitos fora do horário de expediente bancário. A liquidação antecipada dos empréstimos também poderá ser calculada pelo site, com a geração automática do boleto no site do BNDES. "Teremos menos custo, mais eficiência e mais solidez operacional", resume Borges. Ele explica que a estabilidade na gestão do banco nos últimos anos favoreceu a migração para o SPB. Apesar das vantagens, a migração é uma iniciativa complexa. Os estudos começaram em 2009, quando o Banco Central abriu uma nova janela para que agências de fomento, como o BNDES, entrassem para o SPB. Em 2002, quando optou por não migrar, o BNDES foi enquadrado nessa categoria pelo BC. "Em 2002, o banco avaliou o custo do ingresso e resolveu não entrar no novo sistema de pagamentos. Em 2009, nossa primeira iniciativa também foi contratar uma consultoria para estudar se seria vantajoso", conta, lembrando que os desembolsos do banco a clientes saltaram de R$ 30 bilhões para cerca de R$ 180 bilhões ao ano, entre 2002 e agora, o que já impacta nessa avaliação. O BNDES criou um departamento específico para a migração. Os departamentos de gestão financeira e reserva bancária também foram fortalecidos. Na prática, o diretor diz que o projeto serviu para intensificar no banco a adoção das melhores práticas de gestão no setor financeiro, com a segregação das funções de tesouraria, captação de recursos e operações interbancárias. A maior parte da tesouraria já foi internalizada. A migração será finalizada entre os dias 27 e 30, quando encerra o processo de ingresso no SPB e o BNDES passará a realizar todas as suas transações financeiras por meio de uma conta reserva bancária própria no Banco Central.
Etanol no Brasil é vítima do controle de preço da gasolina, diz AIE GENEBRA - A indústria de etanol do Brasil enfrenta tanto pressões de aumento do custo da terra e da mão de obra, como tornou-se uma vítima não intencional do controle de preços da gasolina para frear a inflação, avalia a Agência Internacional de Energia (AIE). Esse controle sobre o preço afeta severamente a indústria de etanol em termos econômicos, estima a agência em relatório sobre as perspectivas de médio prazo no setor do petróleo. A AIE destaca que, como a revolução que toma conta na produção de petróleo, também a indústria de bicombustível passa por um processo de transformação que deverá continuar na segunda metade da década. A agência aponta dificuldades de diferente natureza que o setor de bicombustível enfrenta nos três grandes mercados - Estados Unidos, Brasil e União Europeia. Nota que as políticas de apoio nos dois maiores produtores, o Brasil e os EUA, eram baseadas na percepção de valor da substituição do petróleo para reduzir a dependência em relação ao combustível importado. Só que o Brasil e os EUA desde então descobriram e desenvolveram amplas reservas de petróleo não convencional e o bicombustível pode ter sido em parte uma “vítima” desse sucesso. Tanto no Brasil como nos EUA e na UE, as políticas de apoio parecem ter diminuído para a indústria de bicombustível, resultando em menor perspectiva de produção esperada para o resto da década. No Brasil, a AIE nota que o aumento da capacidade de produção de etanol estagnou, várias plantas de etanol foram fechadas e “mais capacidade pode estar em risco”. Quanto aos EUA, uma surpreendente contração na demanda de gasolina, desde que os mandatos de uso de bicombustível foram introduzidos, expôs falhas na política de etanol e causou incertezas sobre a direção política futura no setor. No caso da UE, após queixas de práticas desleais impostas contra o bicombustível estrangeiro, as inquietações agora são sobre a sustentabilidade ambiental do bicombustível convencional. Assim, em Brasil, EUA e UE o anunciado progresso em etanol de segunda geração que os tornaria comercialmente viável “está se provando ser ilusório”. A AIE aponta, porém, crescente apoio para o bicombustível em outras economias emergentes e em desenvolvimento, sobretudo nos países importadores de petróleo que subsidiam pesadamente o consumo de combustível. O objetivo é reduzir a importação de petróleo e baixar a fatura dessas compras. Segundo a agência, vários países da Ásia e da África adotaram recentemente novos planos de mistura de etanol com gasolina ou elevaram suas metas existentes para
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o uso de etanol ou biodiesel. Nesse cenário, a AIE projeta aumento da produção global de combustíveis em 2,3 milhões de barris ao dia em 2019, significando 18% a mais do que os níveis de 2013, mas ainda 50 mil barris ao dia abaixo da projeção feita no ano passado para 2018.
Fila para carregar grãos nos portos do Brasil alcança 109 navios SÃO PAULO - A programação para o carregamento de grãos (“lineup”) nos portos brasileiros aponta que há 109 navios (entre atracados, aguardando na barra e a caminho do país) esta semana, bem abaixo dos 204 do mesmo período do ano passado, de acordo com dados da S.A. Commodities/Unimar Agenciamentos Marítimos. A maioria das embarcações (34) tem o porto de Santos como destino. Conforme a consultoria, está previsto o embarque de pouco mais de 5,63 milhões de toneladas de grãos (entre soja e seus derivados, milho, trigo e arroz), 51% aquém das 11,46 milhões de toneladas de um ano atrás. Entretanto, o volume é 16,1% superior às 4,85 milhões de toneladas do mesmo período de 2012. No acumulado desde o início de 2014, o Brasil já exportou 32,728 milhões de toneladas de soja, acima dos 31,993 milhões no mesmo intervalo do ano passado. No caso do milho, já foram embarcadas 3,733 milhões de toneladas, bem abaixo das 6,616 milhões de toneladas de um ano atrás.
Serasa: Atividade econômica cresce no mês em abril, mas cai ante 2013 SÃO PAULO - A atividade econômica brasileira aumentou 0,3% em abril, na comparação com março, feitos os ajustes sazonais, de acordo com indicador calculado pela Serasa Experian. Na comparação com o mesmo mês de 2013, houve, porém, contração de 0,5%, a primeira nesse tipo de confronto desde outubro de 2009. No acumulado do ano, a atividade econômica desacelerou de uma alta de 1,9% em março para 1,3% em abril e, em 12 meses, saiu de 2,5% em março para 2% em abril. De acordo com a Serasa, o fraco desempenho neste início de segundo trimestre reflete o aumento dos juros, a inflação ainda elevada, a queda na confiança dos consumidores e do setor privado. Na área externa, a empresa de análise de crédito cita a fraca economia europeia e os sinais de desaceleração do crescimento da economia chinesa. Pelo lado da oferta agregada, o melhor resultado em abril ocorreu no setor agropecuário, que cresceu 2% ante março e 1,9% em relação a abril do ano passado. Por outro lado, a indústria avançou apenas 0,5% ante o mês anterior e caiu 4,5% frente a abril de 2013. Por fim, o setor de serviços teve expansão nula frente a março e cresceu 0,8% ante abril do ano passado. Do ponto de vista da demanda agregada, o consumo das famílias cresceu 1,8% em abril sobre março e 2,1% contra abril de 2013. Também as exportações cresceram 3,3% e 1,0% nesses respectivos períodos. O consumo do governo recuou 1,5% em abril contra março e avançou apenas 0,5% frente ao quarto mês do ano passado. Os investimentos subiram apenas 0,3% no confronto mensal, mas recuaram 10,2% ante abril de 2013. Por fim, as importações avançaram 6,4% ante março, mas recuaram 4,3% contra a abril do calendário anterior.
IGP-M aprofunda ritmo de queda e tem deflação de 0,64% na 2ª prévia O cálculo da segunda prévia compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência. O indicador serve de referência para o reajuste de contratos, como os de aluguel. No atacado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) - que responde por 60% dos IGPs - teve queda de 1,33% na segunda leitura de junho, seguindo declínio de 0,45% na parcial de maio. Esse resultado decorre principalmente do recuo de 3,49% nos preços agropecuários e decréscimo de 0,49% nos preços industriais. Na segunda medição de maio, essas taxas foram positiva em 0,07% e negativa em 0,66%, respectivamente. No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) - com peso de 30% no IGP desacelerou o ritmo de alta entre a segunda prévia de maio e a mesma leitura deste mês, de 0,66% para 0,28%. Seis das oito classes de despesa tiveram taxas menores, com destaque para Alimentação, que saiu de alta de 0,63% para queda de 0,10%, devido ao item hortaliças e legumes, que foi de elevação de 0,98% para queda de 9,62%. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou 1,67% na segunda prévia de junho, após incremento de 1,06% um mês antes. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou aumento de 0,49% e aquele representa o custo da mão de obra subiu 2,75%.
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Fatores externos e o risco-país Depois de um início de ano turbulento, os ativos financeiros de países emergentes passaram a mostrar um bom desempenho nos últimos meses. Bolsas subindo, taxas de câmbio se apreciando, indicadores de risco-país em baixa. É difícil acreditar que os fundamentos dos países emergentes, de forma sincronizada, pioraram no final do ano passado, para depois melhorar desde fevereiro. O mais provável é que esta dinâmica tenha sido determinada por fatores externos, como a taxa juros de mercado nos EUA. De fato, entre novembro e dezembro do ano passado, os juros de 10 anos do Tesouro dos EUA subiram de 2,6% para 3% ao ano, reduzindo a liquidez global e provocando depreciação dos ativos emergentes. Em contrapartida, desde então taxa voltou para 2,6%, dando um novo impulso aos preços dos ativos de maior risco. Esta dinâmica me levou a revisitar minha dissertação de mestrado, defendida em 2003, cujo título é o mesmo deste artigo. O trabalho investigou os determinantes do risco-país de economias emergentes, medido pelo diferencial de juros de títulos de um país em relação a uma taxa considerada livre de risco. Os resultados mostraram que indicadores específicos de cada país, como dívida pública, superávit primário, crescimento do PIB e reservas internacionais são determinantes importantes do risco-país. Mas mostram também que fatores externos, como a taxa de juros dos EUA e indicadores de aversão global ao risco, também são relevantes na medida em que influenciam a liquidez global dos mercados financeiros. Esta análise é importante, pois a influência de fatores externos sobre os ativos financeiros com frequência leva a interpretações equivocadas do movimento dos preços. Por vezes, a piora dos preços em um país é interpretada como um sinal de deterioração de seus fundamentos econômicos, quando na verdade está apenas refletindo uma piora na liquidez global. E vice-versa: nem sempre uma valorização é um sinal de que os fundamentos estão no rumo correto. Uma análise da evolução do risco-Brasil na última década nos ajuda a entender esta relação. O gráfico abaixo mostra o risco-Brasil (aqui medido pelo Credit Default Swap de 5 anos) comparado a um indicador de condições externas, que construí combinando (por meio de uma regressão linear) a taxa de juros dos títulos de 10 anos dos Estados Unidos com uma tradicional medida de aversão ao risco, o índice de volatilidade implícita da bolsa americana (conhecido como VIX). No período de 2005 a 2007, o gráfico mostra que a queda do risco-Brasil foi principalmente determinada pelos fundamentos locais, como aceleração do crescimento, acumulação de reservas e tendência de queda da relação dívida/PIB. Já durante a crise do Lehman Brothers, entre 2008 e 2009 a alta do risco-Brasil foi explicada essencialmente pela alta da aversão global ao risco. Nos últimos anos, houve novo descolamento. O risco-Brasil recuou menos do que sugeriria o afrouxamento das condições externas em 2012, enquanto em 2013 a alta do risco-Brasil foi mais intensa do que o projetado pelo aperto da liquidez global. Esta dinâmica foi provavelmente resultado da mudança nos fundamentos internos, como desaceleração do crescimento e a queda do superávit primário. Desta forma, ainda que os fatores externos não sejam o único determinante do movimento de preços de ativos financeiros emergentes, fica clara sua importância. Neste sentido, o estresse nos preços de mercado do final do ano passado foi gerado pelo clima global pior, e, portanto, não era uma indicação de que os fundamentos internos dos emergentes estavam frágeis. Da mesma forma, o clima favorável nos mercados dos últimos meses não é necessariamente um sinal de que está tudo bem. As economias emergentes estão crescendo menos e o déficit em conta corrente em alguns países está em nível relativamente elevado. Assim, independente da dinâmica de curto prazo de seus ativos financeiros, é importante que os emergentes busquem o reequilíbrio macroeconômico, para continuarem a ser um destino relevante dos investimentos globais no longo prazo.
Brasil é 43º melhor país para fazer negócios, diz EIU São Paulo - A EconomistIntelligence Unit (EIU), braço de inteligência da The Economist, acaba de divulgar seu último ranking sobre a facilidades para fazer negócios nos próximos 4 anos. Em 82 países foram analisados e o top 3 continua o mesmo do último relatório, de 2009: Singapura em primeiro lugar,Suíça em segundo e Hong Kong em terceiro. O Brasil caiu da 41ª para a 43ª posição apesar da nota do país ter melhorado levemente, de 6,33 para 6,57. Isso acontece porque alguns países melhoraram mais. A Irlanda, por exemplo, foi da 20ª para a 15ª posição com um aumento da nota de 7,30 para 7,79. O Chile é o melhor colocado da América Latina, subindo uma posição para o 13º lugar. A Venezuela caiu de 74º para 82º e ficou em último. O ranking da EIU dá uma nota de 0 (ruim para os negócios) a 10 (bom para os negócios) em 91 indicadores divididos em 10 categorias: ambiente político, ambiente
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macroeconômico, oportunidades de mercado, política em relação ao livre comércio e a competição, política em relação ao investimento estrangeiro, controle das trocas internacionais, impostos, financiamento, mercado de trabalho e infraestrutura. Cerca de metade são quantitativos. Os indicadores são escolhidos de forma a "refletir os critérios usados por empresas para formular suas estratégias de negócios globais, baseado não só em condições históricas mas nas condições prevalentes nos próximos 5 anos." No último ranking do tipo divulgado pela Bloomberg, o Brasil saltou 23 posições e ficou em 38º. Na última edição do Doing Business do Banco Mundial, o país ficou no 116º lugar. As discrepâncias acontecem por causa das diferentes metodologias e critérios escolhidos.
BC vende US$ 198,3 milhões em leilão de swap Brasília - O Banco Central vendeu os 4 mil contratos de swap cambial ofertados nesta quarta-feira, 18, distribuídos em dois vencimentos. O valor total da venda foi de US$ 198,3 milhões. Para o vencimento em 2 de fevereiro de 2015, foram negociados 2.700 contratos, no total de US$ 134,1 milhões. A taxa nominal ficou em 1,0821% e a linear, 1,059%. O PU mínimo foi de 99,336700. Não houve taxa de corte. Para o vencimento em 1º de junho de 2015, foram vendidos 1.300 contratos, no valor de US$ 64,2 milhões. A taxa nominal ficou em 1,3044% e a linear, 1,289%. O PU mínimo foi de 98,776000 e taxa de corte, de 80%. Os contratos negociados hoje terão como data de emissão e liquidação esta sexta-feira, dia 20. Essa operação faz parte do programa do BC de intervenções diárias no câmbio. No primeiro semestre deste ano, haverá leilões de 4 mil contratos de swap cambial de segunda a sexta-feira.
Sinal amarelo no Planalto Nova pesquisa de opinião saiu do forno no fim de semana e confirmou a tendência dos resultados recentes apontados pelo Ibope e pelo Datafolha. Segundo levantamento do Instituto Sensus feito para a revista IstoÉ, as intenções de voto na presidente Dilma Rousseff caíram de 34% em abril para 32,2% em junho. Em trajetória oposta, o tucano Aécio Neves subiu de 19,9% para 21,5%, enquanto o exgovernador de Pernambuco Eduardo Campos perdeu terreno, de 8,3% para 7,5%. Em quarto lugar, aparece o surpreendente pastor Everaldo Pereira, do PSC, com 2,3%. A margem a favor de Dilma também ficou mais estreita na hipótese de segundo turno. Ela derrotaria Aécio, mas por apenas 5,1 pontos percentuais. Teria 37,8% dos votos contra 32,7% do neto de Tancredo, que oficializou a candidatura em convenção no sábado. O momento, de fato, não é nada bom para Dilma. Sirva de exemplo o episódio das vaias e xingamento no jogo de abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão. Por mais que tenham partido de grupos minoritários formados por gente que tem dinheiro para pagar os ingressos cobrados pela Fifa, é mais do que sabido que São Paulo hoje é ambiente hostil para a presidente. A insatisfação ali é crescente, tanto assim que Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo do Estado, está empacado com modestíssimos 3% nas pesquisas. Dilma sequer foi à festa de lançamento da candidatura de seu ex-ministro ontem, alegando que tinha de se preparar para jantar com a chanceler alemã Angela Merkel. Comenta-se que acendeu um sinal amarelo no staff da campanha de reeleição. Ainda se acredita piamente que os 12 minutos na propaganda obrigatória na TV em horário nobre, a partir de agosto, será arma poderosa para restabelecer a zona de conforto e o favoritismo da atual ocupante do Palácio do Planalto. Mesmo com a economia fazendo água, FHC foi reeleito em 1998, e Lula também foi reconduzido, apesar do escândalo do mensalão. Com a caneta na mão, Dilma tem tudo para manter a regra. Mas há divergência sobre a pegada da campanha. Dizem que o jornalista Franklin Martins, responsável pela comunicação, defende um tom mais agressivo contra os adversários, no estilo bateu/levou. Já o experiente marqueteiro João Santana quer evitar o confronto. Ele prefere campanha mais propositiva, com ênfase nas realizações do período Lula/Dilma. Porém, diante da tendência das pesquisas, com o paulatino crescimento de Aécio Neves, fica claro que Dilma Rousseff vai ter de mudar a estratégia atual. Apesar dos problemas na economia e na Petrobras, a presidente se mantém fiel à equipe de colaboradores. Nas peças publicitárias do governo e nos programas obrigatórios do PT, ela procura vender o peixe de sua gestão, tentando convencer a opinião pública a partir de uma agenda positiva, baseada nas grandes obras públicas e no êxito dos programas sociais. Mas essa receita, que deu certo em outros tempos, perdeu a eficácia. Prova disso são os baixos índices de aprovação do governo e o desejo de mudança cada vez mais forte. Tudo indica que os eleitores cobram ações efetivas. Não adianta a presidente da Petrobras, Graça Foster, chorar em depoimento na CPI do Congresso. A pergunta é simples: como o ex-diretor de abastecimento Paulo
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Roberto Costa conseguiu acumular a fortuna de US$ 28 milhões na Suíça? Onde e como os controles da estatal falharam? Os eleitores exigem respostas. Agora.
Argentina tentará nova troca de títulos públicos para evitar calote O ministro argentino da Economia, Axel Kicillof anunciou nessa terça-feira (17) que o país tentará fazer uma nova troca de títulos da dívida pública sob a lei argentina para assegurar o pagamento aos detentores de papéis reestruturados. Segundo ele, os advogados que representam o país procurarão o juiz norte americano Thomas Griesa, para consultá-lo sobre a proposta. “Estamos diante de um problema de dimensões globais, e o que contestamos é: não vão derrubar nossas reestruturações [renegociações] de dívida, porque vamos impedir isso”, disse Kicillof em entrevista coletiva em que abordou as consequências da decisão da Corte Suprema norte-americana, de rejeitar a apelação apresentada pela Argentina para não pagar pequenos credores que não aceitaram os acordos de reestruturação da dívida pública, que sofreu calote em 2001. O ministro confirmou que, hoje mesmo, comparecerá ao Congresso da Argentina para reunir-se com os presidentes da Câmara, do Senado e dos blocos parlamentares para explicar a situação e os passos a serem seguidos. De acordo com Kicillof, as consequências da sentença de Griesa, que determina o pagamento de US$ 1,33 bilhão a fundos dehedge [de alto risco] que contestaram os acordos de reestruturação da dívida, “empurram a Argentina ao calote”. Além desse valor, a Argentina se verá obrigada a pagar US$ 15 bilhões a outros credores, cifra que equivale à metade das reservas internacionais do país. Segundo o ministro, a sentença também contempla quem aceitou os acordos e querem estar em condições de igualdade com outros que não entraram na renegociação. A decisão da Justiça norte-americana, disse ele, fará o governo abonar o total da dívida. O próximo pagamento da dívida, de US$ 900 milhões, ocorrerá em 30 de junho, oportunidade em que a Argentina também deveria pagar a quantia determinada na sentença de Griesa e convalidada segunda-feira (16) pela Suprema Corte dos Estados Unidos. “Se uma sentença pede que nos suicidemos, não vamos nos suicidar”, disse. “Não podemos permitir que nos impeçam de honrar nossos compromissos.” “Por isso, estamos iniciando os passos para fazer um acordo de dívida para pagar na Argentina, sob a legislação argentina, os títulos hoje soblegislação norte-americana”, acrescentou o ministro, sem dar maiores detalhes sobre as condições da nova reestruturação. A ideia de pagar sob a legislação argentina havia sido adiantada em agosto do ano passado pela presidenta Cristina Kirchner, quando a Câmara de Apelações de Nova York havia avalizado a decisão de primeira instância tomada por Griesa. (Agência Brasil)
FMI alerta para consequências de possível calote da Argentina A derrota sofrida pela Argentina na Suprema Corte dos Estados Unidos, na segunda-feira, não só teve impacto na nota de crédito do país, que foi reduzida nesta terça, mas também acionou um alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em comunicado, o Fundo afirmou que está "preocupado com as implicações sistêmicas" de um possível calote da dívida argentina. O alerta se deu após a derrota judicial do governo argentino antecredores de títulos da dívida do país nos Estados Unidos. Na segunda-feira, a Suprema Corte americana se recusou a ouvir o recurso da Argentina sobre sua tentativa de evitar o pagamento de 1,33 bilhão de dólares aos credores — fundos de hedge que adquiriam papéis da dívida no início dos anos 2000, também chamados de fundos abutres. No ano passado, o FMI alertou que se a Argentina fosse derrotada na Corte, o caso abriria precedentes para que outros credores exigissem o mesmo tipo de retorno sobre os títulos de outras nações, o que, segundo o Fundo, poderia se transformar num problema de ordem sistêmica. Ou seja, afetar as reestruturações de dívida ao redor do mundo, sobretudo de países com situação fiscal frágil, como os que ainda se recuperam da crise do euro. O FMI tem revisto sua forma de lidar com as dívidas de países em crise. Se um país não consegue arcar com seus débitos, o Fundo tradicionalmente pressiona uma
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reestruturação, como condição para emprestar recursos para arcar com os juros pagos aos credores. Agora, o Fundo vem cogitando a extensão dos prazos dos títulos. Em comunicado, o FMI afirmou que divulgará ainda nesta semana um documento sobre o tema. Em discurso transmitido em rádio e TV na noite de segunda-feira, Cristina Kirchner afirmou que o país não dará o calote.
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