SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 17 DE JANEIRO DE 2015
FAÇA PARTE DESSE TIME ASSOCIE-SE (WWW.OESC.ORG.BR)
1
Cerveró vê negligência de conselho chefiado por Dilma no caso Pasadena FONTE JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO BRUNO BOGHOSSIAN 16/01/15 às 16h 37 Segundo o documento encomendado por Cerveró, assinado pelo advogado André Saddy, houve uma “grave falha” na decisão do conselho de autorizar a Petrobras a adquirir 50% da refinaria americana, em fevereiro de 2006. O texto afirma que o Conselho de Administração foi “negligente” ao autorizar a operação, que provocou prejuízo de US$ 792 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União. O conselho era composto, à época da compra, por Dilma Rousseff, Antonio Palocci, Jaques Wagner, Arthur Sendas, Fabio Barbosa, Claudio Haddad, Jorge Gerdau, Gleuber Vieira e Jose Sérgio Gabrielli. “Tal falha procedimental ocorreu porque os membros do Conselho de Administração não tomaram a decisão da forma estabelecida no Estatuto Social da Petrobras, ou seja, sua deliberação deveria estar instruída de certos documentos e não estava”, afirma o documento. Em 2014, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o conselho da estatal autorizou a aquisição da refinaria com base em um parecer falho elaborado por Cerveró, que integrava a diretoriaexecutiva da Petrobras. O documento enviado por Cerveró à Justiça afirma que, “ao tomar a decisão, o conselho analisou apenas o resumo executivo. Assim, descumpriu o procedimento que deveria ser realizado”. Cerveró afirmou ao advogado que elaborou o parecer que “toda a documentação foi entregue para a Diretoria Executiva e para a Secretaria-Geral da Petrobras, que enviou, ou deveria ter enviado, para o Conselho de Administração”. “Fica claro que o Conselho de Administração não observou as normas internas, imperativas, da Petrobras que regiam tais tipos de aquisições, o que demonstra uma violação do dever de diligência, uma vez que resta claro que seus membros não procederam com o devido zelo, agindo de forma negligente”, diz o parecer. “O fato de a aquisição ter sido deliberada com base num relato feito pelo consulente [Cerveró] não retira a responsabilidade de todo o conselho.” O parecer entregue por Cerveró afirma que o conselho “deveria ter se louvado em dados muito mais elaborados e convincentes em vez de, negligentemente, em um resumo executivo e apresentação em Power Point elaborados pelo consulente [Cerveró], ainda mais se o entendimento exarado nesse resumo limitava-se a um simples relato de duas páginas”. A defesa de Cerveró alega que qualquer responsabilidade pelos prejuízos na compra deve compartilhada pelo Conselho de Administração. “Infere-se, assim, que ao menos houve participação culposa dos conselheiros ao deliberarem sobre uma significativa operação sem o mínimo de zelo requerido em situações da espécie, o que caracteriza flagrante negligência”, afirma o documento.
Meta na meta Fonte Jornal a Folha de São Paulo 18/01/2015 às 02h 00 A imprensa publicou nesta semana que a inflação ficou na meta em 2014 porque atingiu 6,41% no ano passado. Por um lado, é uma boa notícia para o Banco Central. Manchetes de que o BC cumpriu a meta reforçam a credibilidade da instituição. Por outro lado, é uma péssima notícia para o BC porque revela que, depois de insistentes declarações de autoridades, boa parte da opinião pública passou a considerar a inflação próxima de 6,5% como na meta. Isso transmite aos formadores de preço a mensagem de que, 2
se uma inflação de 6,5% é aceitável, as possibilidades de o índice continuar acima de 6% são elevadas. Nesses termos, a tendência é de eles aplicarem aumentos também acima de 6% ao ano. Isso é o que forma a chamada expectativa de inflação. Se os formadores de preço tendem a remarcá-los a uma taxa elevada, a atividade econômica e o consumo terão de cair mais do que o necessário para trazer a inflação para a meta, estipulada no Brasil em 4,5%. No caso da Europa, ela está ao redor de 2%, mas a região se vê ameaçada por uma taxa bem menor por causa não só da baixa atividade econômica e expectativa inflacionária, mas também da queda de preço de commodities como o petróleo. A Europa, por isso, começa a debater formas alternativas de fixação de metas para reduzir a influência da variação dos preços das commodities na inflação. Nos EUA, esse problema foi enfrentado, quando o Fed (o BC do país) fixou como medida oficial o chamado núcleo de inflação, que exclui os preços mais voláteis como alimentação e energia. A grande vantagem do sistema europeu e de outros países diante do americano é que ele inclui todos os itens da inflação no índice divulgado pelos meios de comunicação, e não apenas o seu núcleo, o que facilita o entendimento do cálculo por toda a população. Por outro lado, esse índice é impactado por itens não controláveis pela política monetária, complicando as decisões. No Brasil, a solução foi a definição de uma meta de inflação incluindo todos os itens, mas com um intervalo de tolerância, para acomodar exatamente esses choques de oferta, como variações bruscas, para cima ou para baixo, do preço dos alimentos. Por outro lado, como vemos hoje, nosso sistema dá margem para que a inflação acima da meta seja considerada adequada porque está na margem de tolerância. Portanto, para aperfeiçoar o sistema e trazer a inflação para o patamar correto, é preciso definir com clareza que a meta é 4,5% e que a tolerância apenas existe para situações excepcionais e transitórias.
Por que os juros do crédito são altos no Brasil? Fonte Jornal a Folha de São Paulo MARCO BONOMO DE ESPECIAL PARA A FOLHA 18/01/2015 às 02h 00 O mercado de crédito do Brasil tem dois segmentos bem diferenciados. O segmento livre, em que as taxas cobradas são de mercado, e o de crédito direcionado, em que as taxas seguem regras estipuladas pelo governo. No segmento livre, a taxa média cobrada num empréstimo à pessoa física no final de 2014 era de cerca de 44% ao ano, uma taxa real (descontada a inflação) de 35%, entre as maiores do mundo. Já as firmas pagavam no segmento livre uma taxa média de quase 23,5%. É útil pensar na taxa de juros do crédito como a soma da taxa de financiamento do banco com a taxa de "spread" bancário, definida como a diferença entre taxa de empréstimo e de financiamento. Vamos supor que a taxa básica de juros da economia, a Selic, controlada pelo Banco Central, seja o principal determinante da taxa de financiamento dos empréstimos. Dessa forma, decompomos o nosso problema dos altos níveis das taxas de empréstimo em dois outros problemas: os níveis das taxas básicas de juros e os níveis dos "spreads" bancários, ambos muito altos no Brasil. A TAXA DE JUROS BÁSICA A taxa de juros básica (Selic) está entre as mais altas do mundo, e não há consenso entre economistas sobre a explicação para isso. Alguns diziam que havia um problema de equilíbrios múltiplos e que, se o Banco Central reduzisse a taxa básica de forma voluntarista, aterrissaríamos num equilíbrio de taxa mais baixa, sem consequência ruim sobre a inflação. A tentativa malsucedida de 2012 nos mostrou que isso não era possível. 3
A teoria monetária moderna nos diz que o nível médio da taxa básica de juros deve flutuar em torno da taxa neutra, definida como a taxa de juros que faz a demanda agregada da economia ser igual ao seu produto potencial. Nessa concepção, o alto patamar da Selic deve-se ao nível elevado da taxa neutra, o que nos remete à questão do porquê de esta ser tão alta. Uma possível razão é a impaciência dos nossos consumidores, o que se traduz numa baixa propensão a poupar. Essa peculiaridade comportamental dos brasileiros pode ter vários motivos. A nossa longa experiência inflacionária pode ter gerado uma percepção exagerada de risco na atividade de poupar. O paternalismo do Estado, refletido nos diversos mecanismos de poupança forçada e benefícios pré-estipulados, também nos habituou à omissão nesse tipo de decisão. Por fim, nosso baixo nível de educação financeira certamente tem uma contribuição importante, interagindo com os aspectos citados. A essa razão mais enraizada podemos adicionar dois fatores conjunturais recentes: a deterioração da política fiscal e a da reputação do Banco Central. O primeiro eleva a taxa neutra, e o segundo reduz o efeito da política monetária contracionista sobre a inflação, fazendo com que a alta de juros necessária para combatê-la seja maior. O NÍVEL DE 'SPREADS' O nível alto da taxa básica de juros, que remunera aplicações com pouco risco, também contribui para um nível alto de "spread", pois se constitui num piso para a remuneração da atividade de intermediação financeira. Esta, por envolver risco, requer uma compensação ainda maior para ser atrativa, refletindo-se no "spread". Esse efeito é ainda exacerbado pela incerteza macroeconômica, que gera volatilidade nos preços dos ativos financeiros, contribuindo adicionalmente para o risco da intermediação financeira. Um componente natural do risco de intermediação financeira é o risco de default no empréstimo. No Brasil, o risco de inadimplência médio é relativamente alto, especialmente em modalidades de empréstimos em que as taxas de juros são muito altas. Assim, o alto nível de inadimplência é tanto causa como consequência das taxas. Além disso, o custo da recuperação dos empréstimos inadimplentes também é alto no Brasil. Embora avanços como o crédito consignado, a alienação fiduciária e a Lei de Falências tenham contribuído para a redução desse custo, o processo judicial de recuperação de garantias ainda é lento e ineficiente. A existência de um imposto indireto na intermediação financeira –o IOF– não é algo comum em outros sistemas financeiros e onera as taxas de empréstimo. Os percentuais de depósitos compulsórios que os bancos são obrigados a recolher também são extremamente altos diante dos de outros países. O fato de uma parcela expressiva desses depósitos não ser remunerada gera compensação na taxa de empréstimo. Outra característica peculiar no nosso sistema de intermediação financeira é uma parcela grande de empréstimos direcionados. Esses empréstimos têm taxas reguladas e terminam por gerar "spreads" bem mais baixos que os empréstimos livres. A despesa com eles gera compensações nos juros dos empréstimos livres, num esquema de subsídio cruzado. O fato de a parcela do crédito direcionado ter aumentado bastante nos últimos anos foi um fator importante para o "spread" ter se mantido em níveis tão elevados. O Brasil também tem um setor bancário altamente concentrado e uma população com baixo nível de educação financeira. A conjunção destes fatores dá grande poder de mercado aos bancos. Clientes menos informados e com baixo nível de educação financeira tendem a um alto grau de inércia nas suas relações financeiras, tornando-se reféns de seus bancos. Estes podem, por isso, cobrar mais de seus clientes e remunerar menos os seus recursos. 4
COMO MELHORAR Há inúmeras medidas que podem contribuir para a redução das taxas de empréstimos. A recuperação de credibilidade das políticas monetária e fiscal certamente contribui a médio prazo para a redução do nível básico de taxa de juros e da volatilidade dos preços dos ativos, gerando também reduções no "spread". Reduções adicionais do "spread" podem ser obtidas imediatamente pela redução de IOF e pela eliminação de depósitos compulsórios não remunerados. Outras medidas requerem mudanças mais estruturais, como a restruturação do sistema bancário de forma a eliminar os empréstimos direcionados. É possível continuar a progredir na redução do custo de recuperação de empréstimos inadimplentes com medidas que tornem o processo judicial de recuperação mais ágil. Políticas que incentivem a competição bancária e o aumento do poder de barganha do consumidor, como o cadastro positivo e medidas que facilitam a portabilidade, poderão ter efeito adicional. Por fim, vale ressaltar o risco ao tentar reduzir as taxas de juros dos empréstimos sem atacar as suas causas. O governo fez uma tentativa de forçar a redução do "spread" dos bancos privados com uma atuação agressiva dos bancos públicos. Assim como no caso da taxa básica de juros, foi malsucedido e gerou custos: não só os "spreads" continuam altos como a experiência levou à deterioração da carteira de empréstimos dos bancos públicos.
Com crescimento econômico forte, Panamá deve se tornar 'tigre latino' Fonte Jornal Folha de São PauloRAUL JUSTE LORESDE ENVIADO ESPECIAL AO PANAMÁ18/01/2015 às 02h00 Os locais adoram chamar a Cidade do Panamá de mini Dubai. Nove dos dez maiores edifícios da América Latina estão na cidade, onde foi inaugurado em 2014 o primeiro metrô da América Central. Os arranha-céus são a nova cara do país que teve o maior crescimento de PIB das Américas no ano passado, 6,5%. O ritmo deve ser mantido em 2015 e 2016. A renda per capita panamenha virou a segunda da América Latina, atrás apenas da chilena. O milagre econômico detonado em 2000, quando os EUA devolveram o canal que corta o país e leva seu nome, é facilmente visto além das torres de arquitetura kitsch que se espalham pela capital. O desemprego caiu de 13% para 4,5% em menos de uma década. No ano passado, o salário mínimo se tornou o maior da América Latina varia de US$ 488 a US$ 624 mensais (R$ 1.298 a R$ 1.659), conforme a região do país. "O Canal tinha uma direção estratégico-militar com os americanos. Quando passou ao Panamá, virou negócio, e os governos souberam aproveitar as oportunidades", disse à Folha o panamenho GalileoSolís, diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para inovação e competitividade. Na última década, o país subiu mais de dez posições nos rankings de competitividade do Fórum Econômico Mundial e do Banco Mundial. É possível abrir uma empresa em uma semana, com todos os trâmites on-line. A companhia aérea local Copa transformou o aeroporto da capital em centro regional. Nos últimos três anos, o número de voos diários do Brasil ao país dobrou para 14.
5
Com conexões aéreas fáceis, economia dolarizada e um pacote de incentivos, aCidade do Panamá conseguiu atrair 110 multinacionais que instalaram ali seus escritórios administrativos-financeiros para a América Latina. Empresas como 3M, HP, Caterpillar, Procter&Gamble, Heineken e Dell mudaram-se de cidades como São Paulo, Caracas ou Buenos Aires para o país centro-americano. "Damos benefícios fiscais e trabalhistas [facilitar o visto de trabalho a executivos e a importação para quem quer levar o carro] a empresas que se instalem aqui e criamos o site PanamaEmpreende, que ajuda quem abre empresa", afirma a vice-diretora do Centro Nacional de Competitividade do Panamá, Rose Piper. CANAL MAIOR A economia panamenha gira em torno do canal inaugurado em 1914 pelos americanos, que haviam apoiado o país na luta pela independência da Colômbia já de olho na construção de uma passagem do Pacífico para o Atlântico. Os EUA receberam então a "concessão perpétua" do canal, e só após tensas negociações que culminaram em um acordo em 1979, com 20 anos para a transição, aceitaram devolvê-lo ao Panamá. A transformação não terminou. A ampliação da passagem, iniciada em 2007, virou um ímã de investimentos. A partir do ano que vem, um terceiro "corredor" dará passagem a navios com até 13 mil contêineres de 20 pés –hoje, passam só os de 5.000. Com embarcações maiores, o governo espera dobrar a renda anual de quase US$ 1,3 bilhão que a hidrovia lhe traz. A obra, orçada em US$ 5,2 bilhões, ficaria pronta em 2014, mas atrasou e deve chegar perto de US$ 7 bilhões após paralisações e processos de empreiteiras italianas e espanholas que exigem cobertura do custo adicional. Esses não são os únicos obstáculos para o Panamá virar um tigre latino. A desigualdade social é alta, e o interior ainda está distante do progresso reluzente da capital. Cerca de 20% da população ainda é pobre, embora em 2000 fossem 55%. Escândalos de corrupção são frequentes, e o país é o 94º entre os 175 do ranking da Transparência Internacional, 25 posições abaixo do Brasil. O Panamá já foi acusado de ser um paraíso de lavagem de dinheiro, com investigações recentes do Departamento do Tesouro dos EUA e críticas da vizinha Colômbia. Por anos, durante e após o regime do general Manuel Noriega, traficantes compravam belos apartamentos ali. Mas, entre os arranha-céus da capital, as calçadas ainda são minúsculas e é comum ver ruas alagadas por canos que estouram. Blecautes são rotineiros mesmo nas áreas nobres, percalços que o milagre ainda não resolveu. RAIO-X PANAMÁ Área: 75.000 km² (Santa Catarina tem 95.000 km²) População: 3,7 milhões de habitantes (Espírito Santo tem 3,5 milhões) 6
Crescimento: 6,5% (2014, projeção)
Barack Obama vai pedir ao Congresso que aumente impostos dos mais ricos Fonte "NEW YORK TIMES" 18/01/2015 às 20h 08 O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai aproveitar seu discurso nesta terça-feira (20) sobre o Estado da União, o mais importante do ano, para pedir ao Congresso que aumente os impostos cobrados dos contribuintes mais ricos e das grandes firmas financeiras. O objetivo é reduzir a carga tributária da classe média e dos trabalhadores. A proposta, no entanto, vai enfrentar forte resistência num Congresso agora controlado pelo Partido Republicano. Os congressistas da oposição vêm se opondo a aumento de tributos em geral, com o argumento de que prejudica o crescimento da uma economia ainda frágil. Líderes republicanos rapidamente classificaram a proposta como um "não começo". O plano de Obama significa um aumento de arrecadação de US$ 320 bilhões na próxima década. Os recursos compensariam desonerações tributárias para a classe média, que chegam a US$ 175 bilhões no mesmo período. Os recursos também serviriam para cobrir dois anos de educação superior grátis para uma parte dos estudantes norte-americanos. A proposta de elevar os impostos dos ricos mostra que Obama, apesar do constrangimento político da derrota democrata nas eleições de meio de mandato, está se movendo agressivamente. A proposta ocorre após algumas outras medidas audaciosas de Obama, como a reforma do sistema de imigração e a retomada das relações diplomáticas com Cuba. HERANÇAS O ponto central do novo plano tributário americano é eliminar os fundos fiduciários que permitem a administração de heranças, protegendo centenas de bilhões de dólares da cobrança de impostos todos os anos. O projeto também prevê a elevação da alíquota de Imposto de Renda de 23,8% para 28% para casais que ganham acima de US$ 500 mil anuais. Outra proposta é estabelecer uma nova taxa para os bancos com ativos acima de US$ 50 bilhões. Esses impostos serão utilizados para financiar uma série de benefícios fiscais para a classe média, incluindo um crédito de US$ 500 para famílias em que marido e mulher trabalhem. Também está previsto um aumento nos subsídios com creche e educação e incentivos para que os norte-americanos poupem mais para a sua aposentadoria. Obama vinha falando repetidamente em um potencial acordo com os republicanos para reformar os impostos para as empresas, mas muito pouco sobre taxação para indivíduos, uma área polêmica. "Bater nos pequenos negócios americanos com novos aumentos de impostos é renegar os benefícios das políticas tributárias que ajudariam no crescimento da economia e na criação de empregos", disse o senador republicano Orrin G. Hatch, que comanda o Comitê de Finanças do Congresso. "O presidente precisa parar de ouvir seus aliados liberais que querem aumentar impostos a todo custo e começar a trabalhar com o Congresso para consertar nosso quebrado sistema tributário."
7
Setor de educação superior privado reage a ajuste fiscal do governo Dilma Fonte Jornal Folha de São PauloGUSTAVO PATU e FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA 19/01/2015 às 02h 00 O ajuste fiscal do segundo governo Dilma Rousseff provocou um curto-circuito no mercado de ensino superior privado, cuja expansão foi uma das marcas do primeiro mandato da presidente. Com ações desabando na Bolsa, empresas do setor pressionam o Ministério da Educação a rever portaria editada no apagar das luzes de 2014 para endurecer as regras do financiamento a estudantes. Sem anúncio prévio ou justificativa oficial, a medida impôs uma pontuação mínima no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) aos interessados em tomar recursos públicos para bancar as mensalidades da rede privada. Além disso, reduziu o fluxo de pagamentos do governo às empresas mantenedoras. Procurado pela Folha, o Ministério da Educação afirmou que o objetivo foi aprimorar a qualidade do ensino superior, o que não explica a restrição aos pagamentos. De uma hora para outra, as perspectivas para os negócios do setor –até então um dos mais prósperos na Bolsa se tornaram menos luminosas. O valor de mercado da gigante Kroton, que atende a mais de 1 milhão de alunos, caiu 18,3%, de R$ 25,2 bilhões para R$ 20,6 bilhões, em apenas 15 dias de janeiro. No caso da Ser Educacional, a queda no período chegou a 40,5%, para R$ 2,2 bilhões. Não é difícil entender: nos últimos anos, alunos e receitas foram multiplicados com a ajuda da expansão dos gastos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Os desembolsos somaram R$ 13,7 bilhões no ano passado, ante R$ 1,1 bilhão em 2010. No primeiro mandato de Dilma, o número de contratos de financiamento saltou de 76 mil, no último ano de Lula, para 732 mil em 2014. Agora, em tempos de reequilíbrio do Orçamento e contenção da dívida pública, essa fonte não deverá mais ser tão generosa, ainda que Dilma tenha anunciado, como lema de seu novo governo, "Brasil, pátria educadora". Editoria de Arte/Folhapress
8
Gigante do setor sucroenergético fecha usina e demite 250 pessoas em SP Fonte Jornal Folha de São PauloGABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO 19/01/2015 às 02h 00 A crise no setor sucroenergético e a escassez de cana para moagem devido à estiagem fizeram com que a Raízen, maior produtora de açúcar e etanol do país, suspendesse as atividades da usina Bom Retiro, em Capivari, no interior do Estado. Foram realizadas 250 demissões e outros 506 funcionários deverão ser realocados nas 24 usinas do grupo. A medida da Raízen é válida por dois anos, segundo a assessoria de imprensa do grupo. O setor passa por turbulências há anos. De acordo com a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), ao menos nove usinas devem deixar de operar na safra deste ano. Das 392 usinas em funcionamento no país, 70 operam em recuperação judicial. Em sete anos, 58 empresas do setor encerraram as atividades. Com a suspensão das atividades da unidade de Capivari, a matéria-prima será redirecionada para outras usinas. A Raízen afirmou ainda que a operação dos fornecedores não será afetada. A empresa conta com uma produção anual de 2 bilhões de litros de etanol e 4,5 milhões de toneladas de açúcar. A forte estiagem do ano passado agravou a crise no setor sucroenergético, que registrou, em 2014, 13.681 demissões em todo o Estado, segundo dados da Fiesp/Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado). 9
Em nota, o diretor da UnicaAntonio de Pádua Rodrigues disse que o impacto da estiagem não foi maior porque houve aumento de área e produtividade em regiões não atingidas pela seca. O setor acusa o governo Dilma Rousseff de ter deixado de lado as políticas voltadas ao etanol e focado, principalmente, no pré-sal. O governo federal, por sua vez, diz que apoia o setor. EFEITO CASCATA A crise afeta toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético, além do comércio. Sertãozinho, na região de Ribeirão, tem um dos piores cenários econômicos. De acordo com o prefeito Zezinho Gimenes (PSDB), a reação da crise tem um efeito em cadeia: há queda na arrecadação, estagnação no comércio e desemprego. Para a retomada do setor, a prefeitura, a Câmara e outras cinco entidades, como o Ceise (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), decidiram se unir para mobilizações –o mesmo movimento ocorreu na década de 1980. De acordo com Carlos Liboni, secretário da Indústria e Comércio, no próximo dia 27 o movimento tentará suspender as atividades de todas as empresas para uma caminhada de cerca de 2 km. São esperados trabalhadores dos setores metalúrgico, canavieiro e comercial.
Editorial: As crises da Petrobras Fonte Jornal Folha de São Paulo18/01/2015 às 02h 00 Os efeitos da crise da Petrobras se alastram pela economia. A preocupação mais recente relaciona-se com o impacto que a asfixia financeira de empresas –envolvidas em corrupção ou não– pode ter sobre bancos e o mercado de capitais. A incapacidade das firmas de honrar seus compromissos tende a encarecer e reduzir o crédito para as áreas afetadas pelos escândalos ou pelo descalabro na estatal. Apesar de mais esse desdobramento, o governo ainda não apresentou plano duradouro a fim de restaurar a ordem, o equilíbrio financeiro e a confiança num dos maiores setores da economia. A Petrobras, a rigor, padece de uma conjunção de crises. Perdeu dezenas de bilhões com o subsídio de combustíveis; com os excessos da política industrial, pela qual é obrigada a comprar em demasia produtos e serviços nacionais mais caros; com os desvios. Tais fatores, acrescidos de um programa de investimentos por demais ambicioso, fizeram com que a taxa de endividamento da empresa quadruplicasse desde 2011. A política de reserva de mercado favoreceu o ambiente em que viceja a corrupção, além de eliminar incentivos a reduções de custos. A precariedade dos projetos de obras abriu espaço para sobre preços ou atrasos em pagamentos, pois ficaram nebulosos os critérios de revisão de contratos. O escândalo abateu um corpo doente. A estatal perdeu crédito e vai ter de reduzir investimentos à força, com efeitos em cascata. A desordem no setor e a corrupção em várias fornecedoras provocam pedidos de recuperação judicial, rebaixamentos de crédito e inadimplementos. Há obras paralisadas, demissões, greves. O tumulto gera ainda mais desconfiança sobre o crescimento da economia. O governo procura por ora manter o que imagina serem as aparências restantes e dedica-se a apagar incêndios. Por exemplo, que as empreiteiras não sejam declaradas inidôneas, o que poderia prejudicar obras; que se façam arranjos a fim de evitar impactos em bancos. Não se dá conta de que, agindo assim, de improviso e com um pragmatismo mesquinho, estoca ainda mais problemas para o futuro. É possível que, no intuito de evitar mal maior e imediato, tenha de se tolerar mais um desses remendos típicos do governo, mas com algumas condições incontornáveis. Primeiro, que o governo apresente um plano para restaurar a racionalidade econômica na Petrobras. Segundo, qualquer solução que envolva socorro a empresas inidôneas tem de ser 10
combinada a uma dura punição a seus proprietários, à maneira dos procedimentos de intervenção em bancos. Serão nada menos que intoleráveis o favor, a impunidade e o esbulho adicional do dinheiro público.
Li Jinzhang: Cooperação nos trará mais frutos Fonte Jornal Folha de São Paulo19/01/2015 às 02h00 Celebramos em 2014 os 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre China e Brasil. Foram quatro décadas de ricos frutos. Colhemos, em primeiro lugar, o fruto de uma profunda confiança política mútua. Em 1993, foi estabelecida a parceria estratégica China-Brasil, algo inédito entre a China e outro país em desenvolvimento. Em 2012, o Brasil se tornou o primeiro parceiro global em diálogo com a China em toda a América Latina. Os dois países têm mantido estreita coordenação na ONU e em mecanismos como OMC (Organização Mundial do Comércio), G20, Brics e Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), salvaguardando em conjunto direitos e interesses dos países em desenvolvimento. Partimos de uma corrente de comércio bilateral de US$ 17,42 milhões no início de relações diplomáticas para a cifra atual de quase US$ 90 bilhões. A China é o maior parceiro comercial do Brasil há cinco anos consecutivos, e o Brasil é o principal destino dos investimentos chineses na América Latina. Os investimentos mútuos tendem a ser mais diversificados, sofisticados e abrangentes. Em julho último, durante sua visita ao Brasil, o presidente da China, Xi Jinping, manteve conversas muito frutíferas com a presidenta Dilma Rousseff. Foram assinados 56 acordos de cooperação, cujo valor atingiram US$ 35 bilhões e abrangem áreas como investimento, finanças, ciência e inovação, tecnologia da informação e infraestrutura. O projeto CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês) é pioneiro entre os países em desenvolvimento no campo da alta tecnologia. Saudamos o recente lançamento do CBERS-4 e vamos continuar a oferecer gratuitamente as imagens do satélite aos países amigos africanos e latino-americanos. O Banco do Brasil já inicia em Xangai as operações da primeira agência de um banco da América Latina na China. A maior empresa de serviço de buscas da China, Baidu, lançou o serviço de buscas em português no Brasil. Isso é prova da confiança e da alta importância atribuídas à cooperação, além de revelar a perspectiva promissora dessa parceria e cabe a nós explorar ainda mais o grande potencial que vemos pela frente. Na área de infraestrutura, com o Programa de Investimentos em Logística, que prevê um investimento de R$ 240 bilhões nos próximos anos, o Brasil entrará em uma fase crucial de crescimento econômico e novos postos de emprego. A ferrovia bioceânica Brasil-Peru, fundamental para o desenvolvimento da região, terá participação da China. A primeira reunião ministerial do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados LatinoAmericanos e Caribenhos), realizada em Pequim neste mês, é uma nova plataforma para aprofundar a cooperação entre China, Brasil e América Latina. Queremos continuar a coordenação com o Brasil nos assuntos internacionais relevantes. Compartilhamos pontos idênticos ou semelhantes sobre uma série de temas. Neste momento, a China está aprofundando reformas para garantir um funcionamento estável e firme da economia. O desenvolvimento da China significa maiores oportunidades de mercado, de investimento e de crescimento. Defendemos um novo tipo de relações internacionais cuja essência é a cooperação e o ganho compartilhado. Queremos construir uma rede de parcerias e definimos a meta de ampliar a união com os grandes países em desenvolvimento. China e Brasil devem e podem construir um caso exemplar de cooperação entre grandes emergentes caraterizado por união, colaboração e desenvolvimento comum. Os desafios e as 11
dificuldades não serão poucos. Apesar disso, China e Brasil irão materializar o sonho de cooperação e progresso.
Empresas já estudam férias ilimitadas Fonte Elisa Tozzi, da Revista VOCÊ S/A19/01/2015 06:30 Richard Branson, CEO do Grupo Virgin, que tem 400 empresas de setores que vão de aviação a telecomunicações, é conhecido por ser um executivo polêmico. Ele já se vestiu de aeromoça e trabalhou em um voo durante 6 horas para pagar uma aposta, tentou fazer duas voltas ao mundo de balão e admitiu nunca ter lido um livro sobre gestão de pessoas até escrever o seu. Agora voltou a causar. Desta vez promete testar com 170 funcionários de um de seus negócios o conceito de férias ilimitadas. O executivo abordou o assunto em seu blog em setembro de 2014. “O trabalho flexível tem revolucionado o local, o horário e a maneira como cumprimos nossas funções”, escreveu o bilionário. “Se trabalhar das 9 da manhã às 5 da tarde não é mais a realidade, por que deveríamos restringir as políticas de férias a uma vez ao ano?” Ele crê que o bom senso fará com que as pessoas não encarem a flexibilidade como permissão para passar meses longe do trabalho. A ideia é fazer com que os profissionais decidam quando tirar uma folga, seja ela de horas, dias, semanas ou meses. “Presumo que as pessoas só farão isso quando se sentirem 100% confortáveis de que cumpriram suas tarefas e de que a ausência não vai afetar negativamente os negócios ou sua carreira”, disse Richard. A ideia não surgiu da cabeça (imaginativa, de fato) do magnata. Veio de uma sugestão de sua filha, que o avisou sobre uma política semelhante adotada pela Netflix, empresa de vídeos online. Nos Estados Unidos, há uma tendência entre as empresas de tecnologia, principalmente as moderninhas do Vale do Silício, a conceder mais autonomia sobre o período de folga. No Brasil, as leis trabalhistas obrigam as companhias a cumprir férias de 30 dias para os funcionários — no máximo, pode-se vender dez dias. Quem ousa fazer algo diferente aqui é a Return Path, empresa de análise de e-mails, que adota o conceito de férias ilimitadas na matriz americana e que, em terras brasileiras, deixa os funcionários escolher os melhores dias para se afastar do trabalho, sem precisar de negociação com a chefia. Alguns fatores impedem a realização das férias. Uma pesquisa do site de viagens e reservas Expedia mostra que 30% dos brasileiros vendem as férias para guardar dinheiro. Pode ser bom para o bolso, mas sacrifica a descompressão. Outros 28% optam por não tirar todos os dias de uma vez, deixando acumular para tirar mais para a frente. E 26% reclamam da dificuldade de conciliar os planos com amigos ou familiares. Eternas ou não, as férias são um momento importante para a vida de qualquer profissional embora muitos não consigam desligar e continuem checando e-mails do trabalho: uma pesquisa do TripAdvisor mostra que 75% dos brasileiros tomam essa atitude. Claro que esse hábito é justificável. Quanto maior a pressão nas empresas, maior a sensação de que as folgas são um luxo ao qual poucos têm direito. E que, já que somos obrigados por lei a passar alguns dias fora do escritório, é melhor trabalhar remotamente do que desligar, para não correr o risco de que uma pilha de trabalho se acumule, dando a sensação de que alguns dias no paraíso não compensam tantas horas num inferno de pendências. Isso se deve, segundo HendrieWeisinger e J.P. Pawliw-Fry, ao modo antiquado como muitas empresas funcionam, acreditando que pressão gera resultados. Só que isso é um mito. Como parte da pesquisa para o livro PerformingUnderPressure: The Science ofDoingYour Best When It MattersMost (“Desempenho sob pressão: a ciência de fazer o seu melhor quando isso é mais importante”, numa tradução livre), com lançamento previsto para fevereiro, os autores entrevistaram 12 000 pessoas que viviam sob pressão ao longo de 12
vários anos. A grande conclusão é que pressão e produtividade não têm uma relação de causa e efeito. As pessoas criam mecanismos de proteção, como aguentar críticas ou ficar mais focadas no próprio desempenho, para não deixar que a ansiedade as impeça de trabalhar. Mas, para os autores, a pressão aprisiona talentos e boas ideias, pois muita gente não solta a criatividade por ter metas (irreais) a cumprir. As férias ajudam a fugir desse círculo de pânico e maus resultados. Algumas vezes, é preciso tomar uma atitude drástica, como fez o empreendedor David Niu. Exausto por tocar a gestão de dois empreendimentos de mídia digital, ele resolveu que era a hora de parar, sem hora para voltar. Em 2012, vendeu seus bens, inclusive a casa, e saiu com sua esposa e sua filha para uma viagem pelo mundo com o intuito de relaxar e ter novas ideias. Um período que ele apelidou de “carrérias” e é contado no livro Careercation: Trading Briefcase for SuitcasetoFindEntrepreneurialHappiness (“Carrérias: trocando a pasta pela mala para encontrar a felicidade empreendedora”, numa tradução livre, sem edição no Brasil). David comprou passagens só de ida para a Nova Zelândia e passou por Austrália, China, Vietnã, Hong Kong, Coreia e Taiwan antes de voltar aos Estados Unidos. Nesses países, falou com 30 presidentes para descobrir os problemas das empresas. Compreendeu que a grande preocupação deles é não entender por que perdem pessoas que pareciam felizes com o trabalho, mas que estavam, na verdade, frustradas. Dessa percepção, que ele não teria se estivesse trabalhando, veio a ideia para sua nova startup, a TinyPulse, que ajuda empresas a descobrir quão felizes, estressados ou desmotivados seus funcionários estão e manda relatórios sobre o humor da equipe para os chefes, de modo que eles possam agir antes que alguém peça as contas. Férias produtivas são isso aí.
Economistas cravam alta da Selic de 0,5 p.p. esta semana Fonte REUTERS19/01/2015 ÀS 09H 02 São Paulo - Economistas de instituições financeiras cravaram as apostas de que o ritmo de aperto monetário será mantido nesta semana e a Selic será elevada em 0,50 ponto percentual, em um ambiente de inflação ainda mais alta e crescimento mais fraco. A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que a expectativa é de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75 por cento após intensificação do ritmo de aperto no final do ano passado, será elevada a 12,25 por cento ao final da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira. Os economistas consultados também deixaram inalterada a perspectiva de que a Selic encerrará este ano a 12,50 por cento e 2016 a 11,50 por cento. Entretanto, o Top-5 de médio prazo, com os economistas que mais acertam as projeções, voltou a elevar a projeção para a Selic em 2015, a 13 por cento, bem como para 2016, a 12 por cento. Em ambos os casos as projeções subiram em 0,25 ponto percentual em relação à pesquisa anterior. Sobre a inflação, a perspectiva de alta do IPCA em 2015 subiu pela terceira semana seguida no Focus, em 0,07 ponto percentual, a 6,67 por cento, e com isso continua acima da meta do governo de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Para 2016 a projeção permaneceu em 5,70 por cento. Os primeiros números sobre a inflação oficial do país neste ano serão conhecidos na sextafeira, quando o IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de janeiro. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto em 2015 também caiu pela terceira vez seguida, a 0,38 por cento, 0,02 ponto percentual a menos do que na semana anterior. 13
A indústria continua sendo um peso sobre a atividade em geral, com a projeção de expansão neste ano recuando a 0,71 por cento, contra 1,02 por cento anteriormente. A expectativa é de que a economia melhore em 2016, com crescimento de 1,80 por cento, sem alteração.
Gastos do Planalto com cartões corporativos sobem 51% FonteUeslei Marcelino/Reuters19/01/2015 às 07h 16 No ano em que o governo federal enfrentou dificuldades orçamentárias e o desajuste fiscal ficou ainda mais evidente, o gabinete da Presidência da República elevou em 51% os gastos com cartões corporativos. A Secretaria de Administração da Presidência, que lida com as despesas diretas da presidente Dilma Rousseff, encerrou 2014 com um gasto de 8,8 milhões de reais em cartões corporativos. No ano anterior, o total havia sido de 5,8 milhões, em valores já corrigidos. Os gastos de Dilma e sua equipe mais próxima constituíram uma média de 24.007 reais por dia em 2014, incluindo feriados e fins de semana – justamente em um ano no qual a presidente dedicou-se à campanha eleitoral e passou muito pouco tempo governando. Um detalhe chama ainda mais a atenção no gasto: é praticamente impossível avaliar se houve desperdício ou mau uso dos recursos porque 99% das despesas foram declaradas sigilosas. Ao todo, o governo gastou 65,2 milhões de reais com cartões corporativos em 2014, um aumento de 1,2% na comparação com 2013, em valores atualizados. A Presidência da República é o órgão que mais gasta com os cartões. Em 2014, foram 21,2 milhões de reais em uma conta que inclui órgãos como a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em seguida, aparecem os Ministérios da Justiça, do Planejamento, da Educação e da Defesa. O site de VEJA procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, mas não obteve respostas sobre os gastos. Os cartões corporativos, oficialmente chamados de cartões de pagamento do governo federal, só podem ser usados para compra de material e contratação de serviços de pequeno vulto, em caráter excepcional. Despesas com passagens aéreas e diárias de hotéis, por exemplo, estão vetadas. Rede de Escândalos: a farra dos cartões corporativos Escândalo – No início de 2008, vieram a público revelações de que o primeiro escalão do governo Lula usava seus cartões de crédito corporativos para fins recreativos. Descobriu-se primeiro que alguns ministros – Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial, Orlando Silva, do Esporte, e Altemir Gregolin, da Pesca - haviam se habituado a usar o cartão para pagar desde tapioca até temporadas com a família em hotéis de luxo. Em seguida, soube-se que o abuso de 11.510 cartões nas mãos de 7.145 funcionários públicos era fato corriqueiro. Os ministros se defenderam dizendo que haviam sido mal orientados, e o Planalto decidiu apoiar a criação de uma CPI – desde que englobasse os gastos dos cartões na gestão do FHC. Foi a senha para que uma equipe da Casa Civil revirasse os arquivos da pasta atrás de informações desabonadoras para constranger os tucanos, de que resultaria um escandaloso dossiê, que o governo insistiu em chamar de "banco de dados", mas pelo qual se desculpou com o ex-casal presidencial, Fernando Henrique e Ruth Cardoso. Ao fim do escândalo, foram editadas novas normas para disciplinar o uso dos cartões, e Matilde deixou o governo.
14
Economistas prevêem alta de 0,5 ponto no juro e elevam estimativa de inflação em 2015 FONTE REUTERS19 Janeiro 2015 às 09h 10 Economistas de instituições financeiras cravaram as apostas de que o ritmo de aperto monetário será mantido nesta semana e a Selic será elevada em 0,50 ponto porcentual, em um ambiente de inflação ainda mais alta e crescimento mais fraco. A Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que a expectativa é de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75% após intensificação do ritmo de aperto no final do ano passado, será elevada a 12,25% ao final da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira. Os economistas consultados também deixaram inalterada a perspectiva de que a Selic encerrará este ano a 12,50% e 2016 a 11,50%. Entretanto, o Top-5 de médio prazo, com os economistas que mais acertam as projeções, voltou a elevar a projeção para a Selic em 2015, a 13%, bem como para 2016, a 12%. Em ambos os casos as projeções subiram em 0,25 ponto porcentual em relação à pesquisa anterior. Sobre a inflação, a perspectiva de alta do IPCA em 2015 subiu pela terceira semana seguida no Focus, em 0,07 ponto porcentual, a 6,67%, e com isso continua acima da meta do governo de 4,5%, com margem de 2 pontos porcentuais para mais ou menos. Para 2016 a projeção permaneceu em 5,70%. Os primeiros números sobre a inflação oficial do País neste ano serão conhecidos na sextafeira, quando o IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de janeiro. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto em 2015 também caiu pela terceira vez seguida, a 0,38%, 0,02 ponto porcentual a menos do que na semana anterior. A indústria continua sendo um peso sobre a atividade em geral, com a projeção de expansão neste ano recuando a 0,71%, contra 1,02% anteriormente. A expectativa é de que a economia melhore em 2016, com crescimento de 1,80%, sem alteração. Já em relação ao câmbio, houve uma elevação de R$ 2,83 para R$ 2,85 na cotação do dólar pra o final de 2016. A mediana das projeções para essa variável estava em R$ 2,75 quatro semanas atrás. Com essa mudança, o dólar médio do ano que vem subiu de R$ 2,75 para R$ 2,77 - um mês antes estava em R$ 2,72. Para este ano, a mediana das estimativas para o dólar ficou congelada em R$ 2,80, como na semana passada. Quatro edições anteriores da Focus, a mediana estava em R$ 2,75. Com a paralisação, o câmbio médio ficou estacionado em R$ 2,72 (estava em R$ 2,69 há quatro semanas). O BC confirmou ao final do ano passado que continuará a ofertar a ração diária iniciada em agosto de 2013 por pelo menos mais três meses - até o fim de março. A atuação do BC nesse mercado, no entanto, tem sido mais tímida, com a colocação de US$ 100 milhões por dia metade do volume visto até o fim de 2014.
15
Volume de cheques devolvidos atinge recorde de 1,99% em 2014 Fonte Mário Braga, doEstadão Conteúdo19/01/2015 ÀS 08H 30 São Paulo - A proporção de cheques devolvidos pela segunda vez por falta de fundos em relação ao total movimentado ficou em 1,99% em 2014. O nível registrado no ano passado é 0,02 ponto porcentual maior que o de 2013, de 1,97%, e representa o maior porcentual em 5 anos, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 19, pela Boa Vista Serviços, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Em 2009, a proporção atingiu 2,10%. Apesar do avanço na relação sobre o total de cheques em circulação, o número absoluto de cheques devolvidos registrou retração no ano passado na comparação com o anterior. Em 2014, foram 15.356.894 devoluções ante 16.831.533, em 2013. O recuo de 8,8% nas devoluções no acumulado do ano foi menor que a diminuição do total de cheques movimentados, que caiu 9,8% na mesma base comparativa. Na análise pela origem de emissão dos cheques sem fundos, houve queda de 11% entre consumidores e de 2,5% entre as empresas. Em dezembro, a proporção de cheques devolvidos sobre o total movimentado ficou em 1,91% ante 1,90% de novembro. No período, houve aumento de 15,9% no número de cheques sem fundos e de 15,2% no de cheques em circulação.
16