23 de abril de 2015

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 23 DE ABRIL DE 2015

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Com perdas em corrupção, Petrobras tem prejuízo de R$ 22 bi em 2014 Fonte Jornal Folha de São Paulo SAMANTHA LIMA e LUCAS VETTORAZZO DO RIO 22/04/2015 às 19h 31 Com impacto do lançamento de perdas de R$ 6,194 bilhões relacionadas à corrupção e outros R$ 44,345 bilhões à reavaliação dos ativos, a Petrobras registrou, em 2014, prejuízo de R$ 21,587 bilhões ante o lucro de R$ 23,4 bilhões registrado em 2013. A divulgação das demonstrações contábeis auditadas de 2014 em atraso, dos dois últimos trimestres e da anual, foi feita ao mercado às 19h23. As do terceiro trimestre estavam atrasadas havia 159 dias, e a anual, 22 dias.

No ano passado, a receita de vendas da companhia atingiu R$ 337,26 bilhões, alta de 11% ante 2013, graças aos reajustes nos preços do diesel e da gasolina autorizados pelo governo e o efeito do câmbio. Já o endividamento total da companhia atingiu R$ 351 bilhões, um aumento de 31% em relação ao ano anterior. O indicador de dívida líquida sobre geração de caixa saltou de 3,52 para 4,77 - um índice considerado saudável para o mercado é de 2,5. A dívida cresceu por conta das captações e da desvalorização do real. A metodologia usada para a baixa por corrupção considerou principalmente os depoimentos em delação premiada feitos por executivos que participaram do esquema de corrupção, na Lava Jato. Segundo o gerente executivo de Desempenho da Petrobras, Mário Jorge Silva, a empresa considerou os depoimentos "consistentes em relação ao cartel, ao período em que operou, às empresas que participaram e os valores máximos", para efeito de lançamento no balanço. "Isso nos dá segurança de registrar essa perda no balanço". 2


Já a baixa por "impairment", ou seja, ajuste nos valores dos ativos em relação à capacidade de gerar receita no futuro e ao que foi investido foi decorrente da queda no preço do barril, do adiamento de projetos em refino para preservação de caixa e da revisão da demanda em petroquímica. O preço do petróleo teve impacto negativo de R$ 5,6 bilhões nos investimentos de exploração e produção. O adiamento de projetos em refino levou ao reconhecimento de perda de R$ 21,8 bilhões no Comperj, refinaria em construção no estado do Rio e de R$ 9,1 bilhões na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. As obras das duas refinarias foram alguns dos principais alvos de atuação do cartel que sustentou o esquema de corrupção na empresa. Foi reconhecida uma baixa de R$ 3 bilhões relativas à Petroquímica de Suape, em Pernambuco. O lançamento das perdas de corrupção foi exigência da PwC, empresa que audita as demonstrações financeiras da estatal. Foi decorrente da revelação, pela Operação Lava Jato, do funcionamento de um cartel de empresas que, com a participação de diretores da Petrobras, combinava resultados de licitações da companhia, a partir de 2004, e cobrava percentuais entre 1% 3% para abastecer o esquema, segundo depoimentos. O esquema veio à tona em outubro, o que levou a PwC a mandar a Petrobras aprofundar as investigações sobre corrupção, atrasando o balanço do terceiro trimestre. Com as evidências do desvio, a empresa teve de calcular o que foi lançado indevidamente como investimentos mas que, na verdade, foi desviado em propina. Em janeiro, duas consultorias contratadas por Graça chegou a uma conta que mostrava ativos superavaliados em R$ 88,6 bilhões. Conselheiros e diretores concluíram, porém, que o número incorporava outras perdas além da corrupção, como variação do câmbio e do barril, além de ineficiência dos projetos. O número, porém, foi revelado ao mercado, deixando a presidente Dilma Rousseff irritada. O episódio gerou uma crise que resultou na saída de Graça e de cinco diretores, no início de fevereiro. 3


Em 2014, a produção de petróleo da Petrobras no Brasil cresceu 5,3%, abaixo da meta inicial de 7,5% com um ponto percentual de tolerância para menos.

Editorial: Melhor, mas nem tanto Fonte Jornal Folha de São Paulo 23/04/2015 às 02h 00 Otimismo cauteloso talvez seja o resumo do último encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ocorrido na semana passada em Washington, o evento semestral reuniu autoridades, acadêmicos e executivos para debates sobre as tendências econômicas globais. Há certa confiança de que a economia mundial crescerá mais neste ano, mas preocupa que tal dinamismo se concentre em poucos países, especialmente nos EUA. Entre os principais emergentes, somente a Índia deve ter desempenho melhor na comparação com 2014. A falta de sincronia traz riscos, como o aumento da instabilidade cambial. Na medida em que o PIB dos EUA avança, aproxima-se o momento em que seu banco central (o Fed) precisará elevar os juros. Os mercados financeiros antecipam esse movimento e deslocam recursos para os EUA, com o que revigoram o dólar. Um processo salutar, em certa medida: a economia mais sólida tem sua moeda reforçada, o que beneficia as exportações de seus parceiros comerciais. A partir de determinado ponto, entretanto, uma valorização rápida demais do dólar pode dificultar a própria recuperação dos EUA. Se o motor americano falhar, o cenário mundial ficará mais conturbado. Na zona do euro, parece ter-se iniciado uma tímida retomada o FMI espera crescimento de 1,5% em 2015, evolução pequena em relação ao 0,9% do ano passado. Por outro lado, persiste o problema da Grécia, ainda pressionada por dívidas excessivas e instabilidade econômica. A falta de acordo entre o governo e seus credores mantém viva a chance de um calote, que poderia ter impactos deletérios sobre toda a zona do euro. Entre os emergentes, há preocupação com a redução do crescimento em muitos países. Na China, a economia surpreende negativamente, embora ainda deva se expandir ao menos 6,5% neste ano. O problema é o excesso de dívidas criadas para sustentar o ciclo de investimentos da década passada. Os débitos atingem 280% do PIB, cerca de 30% a mais que em 2008. O governo chinês procura reformar a economia e reduzir o ritmo de alta do crédito sem provocar recessão. Tem tido relativo sucesso, mas a ressaca, ao que parece, ainda está longe de acabar. Não se vislumbra, por isso, reversão na tendência de queda do preço das matérias-primas, fenômeno que contribui para reduzir o ritmo da maioria dos países exportadores Brasil entre eles. O caso brasileiro, aliás, não destoa no quadro geral de cautela. A boa notícia é que foi bem recebido o compromisso do governo de consertar as contas públicas e resgatar a agenda de investimentos em infraestrutura. Mas o FMI projeta crescimento abaixo de 2,5% ao ano até o final da década.

Ações da Petrobras caem até 9% após prejuízo de R$ 6,2 bi com corrupção Fonte Jornal Folha de São Paulo 23/04/2015 às 11h04 As ações da Petrobras caem nesta quinta-feira (23), um dia após a estatal anunciar que teve prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014, o primeiro desde 1991, segundo dados ajustados pela inflação. Desse total, R$ 6,2 bilhões se referem às perdas com corrupção investigada na Operação Lava Jato.

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Às 10h17, as ações preferenciais –mais negociadas e sem direito a voto– caíam 9,38%, para R$ 11,89. No mesmo horário, os papéis ordinários –com direito a voto– tinham queda de 6,40%, para R$ 12,46. Foram as cotações mínimas do dia até agora. Às 10h50, as preferenciais caíam 4,49%, para R$ 12,53, e as ações ordinárias tinham queda de 0,45%, para R$ 13,25. Às 10h50, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, subia 0,14%, para 54.692 pontos. As ações preferenciais têm queda mais acentuada que as ordinárias depois de a estatal indicar que não pagará dividendos em 2014. O dividendo é uma parte do lucro que a empresa distribui aos seus acionistas. Os papéis preferenciais pagam mais dividendos que os ordinários e têm preferência no recebimento desse dinheiro. "Essa diferença está relacionada ao fluxo de investimento estrangeiro. O investidor estrangeiro está preferindo migrar para as ordinárias, por isso o aumento do valor", diz Fabio Lemos, analista de renda variável da São Paulo Investments. O movimento de queda reflete a decisão de embolsar ganho dos investidores que compraram quando o papel estava cotado na casa de R$ 8, em 30 de janeiro deste ano. Desde então, as ações haviam subido cerca de 60%. Para Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, a situação financeira da empresa é "preocupante". "A questão vital para a companhia agora será equalizar seu endividamento, ou seja, reduzir sua alavancagem. O problema é que sua geração de caixa deve continuar pressionada pelo cenário de preços deprimidos do petróleo vis a vis o crescimento estimado da produção", diz, em relatório. Fabio Lemos, da São Paulo Investments, afirma ainda que seria necessário afastar completamente da estatal qualquer interferência governamental. "O [Aldemir] Bendine [presidente da estatal] ainda é muito identificado com o governo. Com o cenário de endividamento da empresa, seria preciso apostar em um nome para gerir melhor a Petrobras", afirma. As ações da mineradora ajudam a melhorar o humor no mercado brasileiro nesta quinta. Às 10h49, as ações preferenciais da Vale subiam 2,36%, para R$ 16,84. No mesmo horário, os papéis ordinários tinham alta de 2,98%, para R$ 20,03. Na quarta-feira, os papéis subiram mais de 9% com a alta do preço do minério de ferro e também ainda sob o efeito do lançamento de estímulos pelo banco central chinês, no domingo. No mercado cambial, o dólar se valoriza em relação ao real, acompanhando o exterior. Das 24 principais moedas emergentes, 14 caíam ante o dólar às 10h50. No mesmo horário, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,69%, para R$ 3,025, e o dólar comercial subia 0,59%, para R$ 3,026. A moeda reage à divulgação de que o número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego subiu na semana passada pela terceira semana seguida. Para analistas, porém, a tendência continua a apontar para uma sólida melhora no mercado de trabalho. Os pedidos iniciais subiram em 1.000, para 295 mil, segundo números ajustados sazonalmente, na semana encerrada em 18 de abril, informou o Departamento do Trabalho nesta quintafeira. O número de pedidos da semana anterior não sofreu revisões.

Dilma levou outro olé Fonte Jornal Folha de São PauloBERNARDO MELLO FRANCO 23/04/2015 BRASÍLIA - Parece inesgotável a capacidade do governo de tropeçar nas próprias pernas e levar rasteiras no Congresso. Bastou o vice Michel Temer dar um giro pela Europa para Dilma Rousseff sofrer outro drible humilhante do PMDB.

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O novo olé foi aplicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele despejou sobre os ombros de Dilma toda a responsabilidade pelo aumento da mesada paga aos partidos políticos, incluída no Orçamento por outro senador do PMDB. A emenda que triplicou o fundo partidário foi apresentada pelo peemedebista Romero Jucá, um dos mais fiéis aliados de Renan. A presidente deveria ter vetado a mudança, que atenta contra a necessidade de cortar gastos públicos, mas optou por sancioná-la, com medo de represálias dos parlamentares. O que fez o presidente do Congresso? Aproveitou a repercussão negativa da medida e aumentou o desgaste de Dilma, que já havia se curvado para tentar agradar os políticos. "A presidente fez o que havia de pior", atacou o senador. "Ela deveria ter vetado, como muitos pediram, porque aquilo foi uma coisa aprovada no meio do Orçamento sem que houvesse um debate suficiente." A reação de Renan mostra que Dilma errou feio ao assinar embaixo da farra do fundo. Agora ela terá que pagar a conta duas vezes. Assumirá o desgaste sozinha e precisará se virar para bancar o repasse extra de R$ 578 milhões aos partidos. O novo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, declarou que a imagem da entidade é ruim por culpa da imprensa, e não da cartolagem. "A CBF não é suja. A pessoa pode pensar que é suja, mas ela não conhece a CBF. Algum jornalista fala que ela é suja e a pessoa pensa isso", disse, em entrevista à ESPN. Quem esperava que o 7 a 1 mudasse alguma coisa no futebol brasileiro pode voltar a acreditar apenas em Papai Noel e no Saci Pererê.

Fazer a coisa certa ou desaparecer Fonte Jornal Folha de São Paulo 23/04/2015 O direito está em constante mutação, sempre tentando adaptar-se às mudanças da sociedade. Geralmente, essas mudanças são uma evolução que assegura maiores proteções para a coletividade. Uma nova lei, muitas vezes, opera mudanças profundas nos costumes, obrigando a todos nós, cidadãos, operadores do direito e sociedades empresariais, a nos adaptar aos novos tempos. Esse parece ser o caso da Lei sobre Lavagem de Dinheiro, de 2012, e, especialmente, da Lei Anticorrupção, que entrou em vigor em agosto de 2013. Com essas duas leis, o legislador colocou em evidência no Brasil o "compliance", um instituto já conhecido nos Estados Unidos desde os anos 1970, que certamente acarretará mudanças nas relações do mundo corporativo. O "compliance" pode ser entendido como um programa empresaria para o controle prévio da ética e da legalidade nas relações comerciais. O objetivo é assegurar a competição em igualdade de condições e evitar que a sociedade venha a ser onerada por eventuais ineficiências. A Lei Anticorrupção, que dispõe sobre a responsabilização das pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública nacional ou estrangeira, estabeleceu que as empresas que possuam sistemas de "compliance" podem ter significativa redução de uma eventual aplicação de pena de multa, o que pode significar, muitas vezes, a sua sobrevivência. O ponto nevrálgico do "compliance" parece residir no âmbito criminal. Somente com a adoção desse conjunto de práticas é que se pode dificultar --e até mesmo eliminar-- práticas de crimes dentro de uma empresa e a consequente responsabilização criminal de seus respectivos acionistas e executivos. A realidade indica, contudo, que o monitoramento prévio das atividades e processos empresariais com o objetivo de evitar práticas delituosas só terá efetividade se supervisionado, ao menos no momento de sua implantação, por profissionais com olhar treinado para a identificação de delitos de natureza penal. Nesse campo, situam-se os advogados criminalistas.

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Tanto a Lei Anticorrupção quanto a Lei sobre Lavagem de Dinheiro impõe uma nova realidade corporativa, que terá que ser aceita e assimilada pelas empresas. A legislação estabelece que, mesmo que o "compliance" de uma empresa identifique e comunique aos órgãos públicos competentes a prática de atos ilícitos, ela ainda será triplamente punida, no âmbito administrativo, civil e criminal. As punições incluem multa de 20% do faturamento bruto, interrupção temporária das atividades e, até mesmo, a dissolução da pessoa jurídica. A adoção do "compliance" será uma atenuante considerada. Essa é uma exigência da sociedade que quer melhor governança e mais transparência. Nesse sentido, a adoção do "compliance" criminal traz um duplo benefício: inibe a prática de crimes nas corporações (e a consequente responsabilização criminal de sócios e dirigentes) e aprimora as práticas empresariais, com o estabelecimento da justa competição. Isso trará um conjunto de benefícios para o ambiente empresarial e para a sociedade brasileira. Quem não se adaptar não sobreviverá.

Novas tecnologias dinamizaram a forma de ver TV Fonte Jornal Folha de São PauloMARIANA BARBOSA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA 23/04/2015 Dona de cerca de 40% de todo o investimento em publicidade no país, a Rede Globo faz 50 anos neste ano em um momento em que a competição deixou de vir apenas dos canais abertos. Serviços de vídeo sob demanda, como Netflix, e todas as segundas e terceiras telas disputam e dispersam a atenção do consumidor e levam à queda na audiência. Em entrevista à Folha, o diretor-geral de Negócios da Globo, Willy Haas, 63, diz que os pilares para continuar líder num cenário mais competitivo são qualidade e relevância de conteúdo, adequação do conteúdo à agenda diária e sazonal da população e capilaridade de distribuição da programação. Folha - A Globo está fazendo 50 anos. Como imagina a TV aberta quando a Globo fizer 60? O intervalo comercial será a principal fonte de receita? Willy Haas - A TV será vital, conectada com seu público, contando histórias que façam sentido e sejam relevantes à vida que se viverá daqui a dez anos. O mesmo vale para o comercial. A construção e a manutenção de marcas fortes continuarão a ser fundamentais. O intervalo comercial e o comercial de 30 segundos continuarão a ser os protagonistas nas estratégias de comunicação dos clientes. A empresa alemã GfK deve iniciar a medição de audiência no Brasil. Qual a sua expectativa com relação a essa ferramenta, que chega para competir com o Ibope? O mercado brasileiro tem características próprias e adota padrões técnicos elevados. O mais importante é ter informações tecnicamente precisas e seguras, para a tomada de decisões. E acreditamos que temos isso. Sempre que surgirem novas ferramentas e fornecedores iremos acompanhar seu desenvolvimento e avaliar sua utilização. É o que fazemos agora. Ainda que esteja bem na frente do segundo lugar, a audiência da TV Globo vem caindo. Como vê essa queda? A população cresceu, assim como o número de aparelhos de TV, o de lares com receptores de TV, as horas dedicadas pelos telespectadores e a área de cobertura. Com isso, as emissoras de TV aberta hoje têm mais audiência do que há 20, 30 anos. Numa conta rápida, 30 pontos de audiência da Globo em 1997 (ano do início da medição PNT "" Painel Nacional de Audiência de TV) equivaliam a 10.106.038 domicílios com TV. No ano passado, correspondiam a 18.146.208 domicílios com TV. Ou seja, a audiência da Globo cresceu 79,6% em âmbito nacional, em número de domicílios e, consequentemente, em número de telespectadores. Como a Globo se prepara para se manter relevante no contexto de novas mídias digitais? O que nos dá coragem para encarar esse e outros desafios são a qualidade e a relevância dos

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nossos conteúdos, a adequação deles à agenda diária e sazonal da população e a capilaridade de distribuição da nossa programação. Podemos dizer que as novas tecnologias dinamizaram a maneira de ver TV. Nossas histórias são grande combustível de conversas também no ambiente digital. Isso faz com que a gente esteja cada vez mais perto do público. É um momento muito favorável à TV aberta. Temos feito experiências, testado formatos, investido em novos talentos, estabelecido parcerias para enriquecer ainda mais a experiência de ver TV. Quem é o principal concorrente da Globo hoje? Todos. Não podemos nos acomodar, de jeito nenhum. Daí nossa filosofia de olhar para o futuro. Falar dos nossos 50 anos é falar do futuro. Como o sr. vê o surgimento de empresas como Netflix? Nossa filosofia é ter nosso conteúdo ao alcance do público em todas as plataformas que ele quiser. O que vem mudando são os canais de distribuição, não a essência do que produzimos. Neste momento, estamos privilegiando plataformas próprias para disponibilizar o nosso conteúdo, como fazemos, por exemplo, com o piloto do Globo TV + e, em breve, numa nova solução de VOD [vídeo ondemand]. Também distribuímos conteúdos em plataformas de terceiros, como é o caso dos serviços ondemand das operadoras de TV por assinatura, que já são nossos parceiros de longa data na distribuição em plataformas tradicionais. Este é um ano difícil para o país como um todo e as empresas de comunicação sentem a freada dos anunciantes. Como a Globo se adapta ao cenário? Como qualquer empresa, estamos permanentemente atentos ao que acontece na economia do país e trabalhamos em sintonia com o mercado publicitário. Como responde à crítica de que o modelo de compra de mídia no Brasil, em que a compra é concentrada nas agências, e não num bureau de mídia, reforça o poder de mercado da TV Globo? No Brasil, o modelo de relacionamento do mercado publicitário é bastante peculiar, regido por legislação e melhores práticas via autorregulação, e se baseia no atendimento fullservice [serviço completo, incluindo compra de mídia]. Esse modelo, apoiado pelas associações representativas de anunciantes, agências e meios, garantiu as condições para o desenvolvimento do mercado publicitário e a reputação da propaganda brasileira como uma das mais criativas e sofisticadas do mundo.

Abertura econômica é inimiga do povo? Fonte Jornal Folha de São PauloMONICA BAUMGARTEN DE BOLLE 23/04/2015 "Entreguismo" é termo antigo, usado para acusar aqueles que defendem uma maior abertura da economia de serem coniventes com o interesse de grandes empresas estrangeiras. Empresas que "roubam empregos", "inundam os mercados domésticos" retirando das empresas nacionais a fatia que lhes cabe. O medo da abertura é onipresente no Brasil, mas não é temor unicamente nacional. Ele existe nos EUA com igual vigor. Veja a discussão em torno da ousadia do presidente Obama, a promoção do TPP -o TransPacificPartnership, o megaacordo de comércio entre os EUA e 11 países asiáticos. Considere a posição de alguns congressistas democratas, ferrenhos opositores do TPP por acharem que o acordo reduzirá os empregos norte-americanos, o TPP como um "grande inimigo do povo". Há muita carga ideológica no debate sobre a abertura comercial e pouco conhecimento dos fatos, tanto no Brasil quanto nos EUA. Abertura ao comércio prejudica os empregos de um país? Em certos setores e empresas que perderam a capacidade de competir internacionalmente, é evidente que a resposta é um redundante sim. Mas, se nem todos ganham com a abertura econômica, no longo prazo ela

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traz enormes benefícios, como documenta a extensa literatura acadêmica sobre o tema e os inúmeros estudos de caso. Pense na Coreia, em Cingapura, em Taiwan. Considere a Índia, a China. Todos esses países alcançaram taxas invejáveis de crescimento por tempo prolongado graças ao seu maior engajamento internacional. O "entreguismo" que atiça os argumentos protecionistas repercute a intensa preocupação com grupos específicos que inevitavelmente haverão de perder com a abertura econômica. Protecionistas exortam os governos a impor barreiras comerciais para proteger os empregos, as fatias de mercado das empresas nacionais. Entretanto, o que se sabe é que, quando essas barreiras são impostas, o custo do protecionismo pode ser incrivelmente alto. Quando um país adota maiores tarifas de importação para "proteger" os produtos locais, como fez o Brasil em 2012 com a famosa lista de cem produtos que incluía de pneus a produtos siderúrgicos, de materiais de construção a utensílios de cozinha, de plásticos a batatas -sim, batatas-, ele aumenta o custo das empresas que precisam desses insumos para produzir. A importação mais cara de pneus prejudica as empresas do setor automotivo; a de material de construção, o setor imobiliário; a de batatas..., bem, ao consumidor, as batatas. Se as empresas compram seus insumos no exterior a preços mais elevados, terão de repassar esses custos para o consumidor ou irão reduzir a produção. O corte na produção haverá de afetar não apenas o investimento como também o emprego. Ou seja, o ciclo protecionista se encerra não com a proteção do povo, mas com a perda de empregos, o aumento da inflação, a queda dos investimentos. Os argumentos contrários à abertura tendem a ser bem-sucedidos porque, se é fácil enxergar onde empregos serão perdidos devido ao aumento das pressões competitivas, é difícil ver onde novos empregos surgiriam em razão do maior acesso às novas tecnologias e aos novos mercados motivado pelo comércio. Mas a realidade é que, ao aumentar os custos dos insumos, o protecionismo permite que firmas estrangeiras do mesmo ramo sejam mais competitivas do que os exportadores domésticos. Desse modo, o protecionismo pune o trabalhador. Há ampla evidência de que empresas exportadoras geralmente pagam salários mais altos do que outras firmas (para o leitor interessado, há extensa literatura em www.piie.com). Assim, o trabalhador que poderia encontrar um emprego bem remunerado numa indústria exportadora cuja tendência seria de se expandir na ausência de medidas que limitam o comércio encontrará dificuldades devido ao protecionismo. Ou seja, os custos de fechar-se são especialmente perniciosos, pouco visíveis para o povo. A resposta, portanto, é que a abertura econômica não é "inimiga do povo". Ela tende a facilitar o futuro, enquanto o protecionismo tenta reconstruir o passado. Fica a cargo do leitor o julgamento sobre o que é melhor para o Brasil.

Para governo paulista, "sangria" da citricultura pode estar no fim Fonte Jornal Folha de São PauloMAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br 23/04/2015 A "sangria" da citricultura paulista pode estar chegando ao fim. A perda de pés de frutas continua, mas já em ritmo menor, de acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo Jardim. Levantamento da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, ligada à secretaria, indica que foram eliminados 13,1 milhões de pés de cítricos no segundo semestre do ano passado. A boa notícia, segundo o secretário, é que, entre replantio e pomares novos, foram colocados 6,6 milhões de novas mudas no solo. Além disso, outro 1,5 milhão de plantas foi eliminado para reforma de pomares. O levantamento aponta duas tendências no setor. Há uma concentração da produção da laranja para indústria nas grandes propriedades, mas surge também uma citricultura voltada para a oferta de laranja de mesa. E esse deve ser um dos focos da política paulista para o setor.

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Jardim diz que há uma retomada das atividades da câmara setorial da citricultura. Uma das preocupações é incentivar o consumo de suco, que vem caindo. Entre as medidas para esse incentivo se discute a redução tributária sobre o produto, segundo o secretário. "É um período difícil para reduções de alíquotas, mas, como já foi feito com a água e o xarope de milho, estamos estudando essa redução", afirma Jardim. O secretário destacou que boa parte da eliminação dos pomares paulistas se deve ao greening uma doença que avança no Estado. A pesquisa do segundo semestre de 2014 indicou a eliminação de 2,38 milhões de plantas devido a essa doença. Já o cancro cítrico foi responsável por outras 45,3 mil eliminações. Muitos produtores, no entanto, desistiram dessa atividade e cortaram 4,02 milhões de plantas para investir em outras culturas. Outros citricultores, responsáveis pelo corte de 5,2 milhões de plantas, não informaram o motivo da saída do setor, segundo a Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Os números da coordenadoria indicam que 10,5 mil propriedades concentram 14% das plantas cítricas do Estado. Essas propriedades têm até 10 mil plantas cada uma. Já outras 2.403 propriedades, com mais de 10 mil plantas cada uma, concentram os outros 86% de pés de cítricos. Apenas 11 propriedades detêm 22,6 milhões de plantas, 12% do total do Estado. O levantamento indicou que 68 milhões de plantas estão na faixa de 8 a 16 anos. Outros 16 milhões têm mais de 20 anos. A região de Barretos tem o maior pomar, com 23 milhões de pés, mas a citricultura avança para o sudoeste. As regiões de Itapetininga e de Avaré têm 21 milhões de pés. Milho chinês O estoque de milho da China subiu para 82 milhões de toneladas, um volume que garante mais de um terço do consumo. Menos carne O estoque de carne vermelha congelada nos EUA recuou 3% em março, ante fevereiro. Apesar da queda, ainda se mantém acima do de março de 2014. Frango Concorrentes do Brasil, os EUA tinham, em março, um estoque de carne de frango congelada 4% superior ao de fevereiro e 19% acima do de março de 2014.

Nuvem barata e vantajosa FONTE O ESTADO DE S.PAULO 23 Abril 2015 às 02h 04 Se houvesse um prêmio para a empresa que mais fizesse segredo de seus negócios, a Amazon seria uma candidata quase imbatível. Conseguir uma entrevista com os executivos da companhia não é tarefa para qualquer um. Até detalhes banais são mantidos em segredo, como a localização aproximada da sala do fundador e CEO da empresa, Jeff Bezos, na sede de Seattle. E, como não poderia deixar de ser, as teleconferências em que a companhia anuncia e discute seus resultados trimestrais são quase sempre sonolentas. Mas os analistas financeiros e muitos no setor de tecnologia da informação (TI) estarão bastante atentos hoje, quando a gigante de comércio eletrônico divulgar os resultados obtidos nos três primeiros meses deste ano. Quase dez anos depois de ter lançado o Amazon Web Services (AWS), a empresa informará os acionistas sobre o tamanho, o ritmo de crescimento e a lucratividade de seu negócio de computação em nuvem. O objetivo do esclarecimento é tranquilizar os investidores, que andam preocupados com a crônica falta de lucros da Amazon e com o volume de recursos que a companhia vem gastando - no ano passado, a empresa como um todo investiu quase US$ 9 bilhões. Mas o anúncio também deve sinalizar que a computação em nuvem (em que os dados são armazenados e

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processados em servidores remotos) chegou à maioridade. Acredita-se que o faturamento do AWS tenha chegado a US$ 5 bilhões em 2014 e que a unidade esteja crescendo mais de 50% ao ano. Os analistas já avaliaram o AWS em US$ 44 bilhões - colocando-o na mesma categoria de grandes fabricantes de computadores, como a Hewllet-Packard, cujo valor de mercado é de US$ 60 bilhões. Apesar de o AWS ser muito maior do que os negócios de nuvem de concorrentes como Microsoft e Google, estes também crescem em ritmo acelerado. A empresa de pesquisas Gartner calcula que o mercado global dos serviços de computação em nuvem movimentará US$ 176 bilhões este ano. Esse valor ainda representa apenas 4% do total de gastos com TI, mas a computação em nuvem é uma área que cresce a olhos vistos, enquanto a maior parte do setor permanece estagnada ou em declínio. Até 2017, os gastos com serviços em nuvem chegarão a US$ 240 bilhões, prevê a Gartner. Custo. Com os prestadores de serviços em nuvem se apressando em construir data centers e brigando por fatia de mercado, o custo em que as empresas incorrem para transferir suas operações de armazenamento de dados para nuvens online é cada vez menor. Segundo o Citigroup, os preços caíram cerca de 25% ao longo dos últimos três anos. Novas e significativas quedas parecem inevitáveis. Alguns provedores, como a Microsoft, começaram a oferecer serviços gratuitos para startups, na expectativa de que, conforme elas cresçam, suas necessidades aumentem e elas se disponham a pagar. O setor de TI passa por uma transformação que, em certa medida, reverte a tendência observada nos anos 90, quando as empresas trocaram a centralização dos mainframes gigantes pela dispersão de desktops e servidores. Como acontece com a maioria dos avanços em TI, o barateamento do processamento e armazenamento de dados online foi consequência da Lei de Moore - o princípio empírico, que fez seu 50º aniversário em 19 de abril, segundo o qual a densidade dos transistores num microchip dobra a cada dois anos, aproximadamente. E, por sorte, a Lei de Moore parece que ainda tem alguns anos de vida pela frente. No entanto, para os provedores de serviços em nuvem e para seus acionistas, a questão é: vai dar para ganhar dinheiro com isso? Até o momento, tudo o que muitos deles conseguiram foi acumular prejuízos. Como é difícil oferecer serviços diferenciados nessa área, os provedores se veem obrigados a oferecer preços cada vez mais baixos e, em vista disso, precisam expandir rapidamente suas atividades para ganhar economias de escala. O perigo é que acabem numa situação semelhante à das companhias aéreas e das montadoras de carros populares: cronicamente atormentadas pelo excesso de capacidade instalada, sempre se esforçando para operar com margens decentes e eternamente à espera de que seus rivais entreguem os pontos primeiro. Assim como os prejuízos das companhias aéreas e das montadoras significam ganhos para os passageiros e proprietários de automóveis, as empresas e outras organizações que fazem uso intensivo de serviços de TI serão beneficiadas com grandes economias. Em vez de gastar rios de dinheiro comprando servidores e contratando um sem-fim de engenheiros para cuidar de sua manutenção, essas empresas e organizações alugarão, a preços baixos, cada vez mais poder de processamento e espaço de armazenagem; e o mesmo administrador de sistemas que hoje cuida de algumas dezenas de servidores que operam no interior da companhia, será capaz de gerir centenas de "máquinas virtuais" na nuvem. Isso não significa dizer que todas as atividades de informática das empresas serão transferidas imediatamente para as nuvens. Graças a provedores pioneiros, como a Salesforce, muitas empresas já administram e armazenam na nuvem itens como contas de clientes, malas diretas e sistemas de monitoramento de funcionários. As empresas também colocaram nas nuvens

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muitos de seus chamados "sistemas de engajamento", isto é, os serviços que administram suas interfaces com o público, como os aplicativos para smartphone. Os softwares que as empresas criam para si próprias - em empresas da "economia de compartilhamento" tipo Uber, por exemplo - são cada vez mais desenvolvidos e testados na nuvem, além de rodados nela. Lentidão. No entanto, há muitas empresas em que parte importante das operações é executada com softwares antigos. E sabe-se que não são poucas as dificuldades que podem aparecer pelo caminho quando se resolve substituir sistemas tradicionais. Muitos desses apps teriam de ser reescritos para rodar na nuvem, diz John Rymer, da Forrester, empresa de pesquisas. E, com frequência, eles estão muito ocupados nas operações do dia a dia da companhia para que possam ser facilmente substituídos por softwares mais novos, concebidos para rodar em nuvens. Setores altamente regulamentados, como o bancário, enfrentam um problema de outra natureza. Ainda que estejam convencidos das vantagens, em termos de custo, e da conveniência de transferir seus sistemas para nuvens cada vez mais baratas, os bancos terão de persuadir tanto os órgãos reguladores quanto as seguradoras de que não há risco de vazamento de dados ou de quedas de sistema. Em virtude disso, as empresas estão começando a dividir seus departamentos de TI em dois grupos, explica David Mitchell Smith, da Gartner. Um deles se encarrega de manter em funcionamento um número cada vez menor de sistemas tradicionais em frangalhos, enquanto o outro desenvolve e administra sistemas novos, ultramodernos, que rodam na nuvem. De modo semelhante, agora há também dois tipos de empresas de TI: de um lado, aquelas que, lideradas pela Amazon, têm na nuvem seu habitat natural, e, de outro, as velhas fabricantes de hardware e software que, embora ainda dominem o mercado de TI, estão tendo de se esforçar para se adaptar à nova era. As fabricantes de software não estão tendo apenas de reescrever seus aplicativos para que rodem na nuvem. Também precisam adotar um modelo de negócio em que grande parte de suas receitas advinha da venda de licenças caras para um modelo em que o faturamento se baseia no pagamento de importâncias menores por assinaturas renováveis. Algumas delas já avançaram bastante, como a Adobe, que desenvolve softwares para o setor editorial. Outras, entre elas Oracle e SAP, grandes provedoras de apps corporativos, estão só começando. A adaptação será mais complicada para fabricantes de hardware voltado para o mercado corporativo, como a HP e a Dell. Empresas que antes adquiriam servidores dessas companhias, realizando compras que envolviam até duas dezenas de máquinas, cada vez mais tenderão a contratar serviços de nuvem. E ainda que os provedores de serviços em nuvem tenham de adquirir enormes quantidades de servidores, o fato é que eles vêm progressivamente projetando suas próprias máquinas. Com relação ao software usado por provedores de computação em nuvem para gerenciar seus data centers gigantes, ele tende a ser gratuito, de "código aberto" em vez das versões pagas. Dilema. Fabricantes de computadores enfrentam uma escolha difícil: estabelecer uma posição firme na nuvem ou focar no seu negócio tradicional. A IBM optou pela primeira alternativa: em 2013, ela comprou a SoftLayer, um provedor de serviços em nuvem, na qual tem investido pesadamente desde então. A HP parece confusa: no início do mês, a companhia deu a impressão de anunciar que iria parar de concorrer com o AWS e outros provedores de serviços em nuvem - só para se contradizer alguns dias depois. Acompanhar os novos rumos será difícil para IBM e HP: ao contrário do Google, elas não dispõem de um lucrativo mecanismo de buscas para se amparar enquanto mudam de um

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modelo para o outro. Tampouco contam com minas de ouro como os softwares Windows e Office, da Microsoft. E seus acionistas não são tão pacientes quanto os da Amazon Falando em termos meteorológicos, os grandes usuários de TI terão céu azul pela frente, salpicado de nuvens brancas, fofas e baratas. Os provedores de computação remota talvez tenham de conviver com muitos dias nublados de lucratividade baixa. E os fabricantes de hardware e software podem contar com um tempo de nuvens carregadas, sujeito a muitas chuvas e trovoadas.

Anima desfaz negócio bilionário com americana Whitney FONTE O ESTADO DE S.PAULO 23 Abril 2015 às 02h 06 A Anima Educação vai desfazer o negócio bilionário com a americana Whitney University System anunciado em dezembro do ano passado. De acordo com o comunicado divulgado ontem, a decisão, comum às duas empresas, foi tomada por causa das mudanças impostas pelo governo federal, que afetaram "as premissas e perspectivas pelas quais foram negociadas as bases estruturais da operação". A empresa se refere às novas regras do programa de financiamento estudantil, o Fies, que impuseram, entre outros pontos, notas mínimas para obtenção do benefício e um limite no total de novas vagas financiadas. No dia 20 de dezembro - antes, portanto, das mudanças serem anunciadas pelo governo federal -, a Anima Educacional divulgou a aquisição da Universidade Veiga de Almeida (UVA), do Rio de Janeiro, e do Centro Universitário Jorge Amado (UniJorge), da Bahia, por R$ 1,14 bilhão. As duas instituições pertenciam à Whitney. Foi a maior aquisição no setor de educação do País entre as 14 que ocorreram no ano passado. Com o negócio, a Anima - que já é dona da Universidade São Judas Tadeu e da Unimonte, em São Paulo, e da Una e da Uni-BH, em Minas Gerais - teria acesso a duas regiões em que não tinha nenhuma presença "Apesar do distrato, as partes decidiram promover um contrato de cooperação na área de ensino, a partir do qual a Whitney University System licenciará à Anima Educação os seus softwares de educação à distância e marketing", afirmou a empresa brasileira sem dar mais detalhes. Além disso, as instituições controladas pela Anima Educação passarão a fazer parte da Rede Ilumno, que suportará sua internacionalização, acrescentou. Por conta do distrato, a Anima pagará R$ 46 milhões à Whitney - empresa com sede em Miami que opera no Brasil desde 2006.

Endeavor seleciona duas empresas brasileiras FONTE MÔNICA SCARAMUZZO - O ESTADO DE S. PAULO 23 abril 2015 às 07h 31 Duas empresas brasileiras a Cers, de ensino à distância de cursos preparatórios para concursos e exames de ordem da OAB, com sede em Pernambuco e a rede de casas de carnes Pobre Juan, de São Paulo foram selecionadas nesta quarta-feira, 22, como “Empreendedores Endeavor”, uma organização sem fins lucrativos que promove o empreendedorismo em países

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em desenvolvimento e tem entre seus tutores empresários de calibre, como Jorge Paulo Lemann, dono da 3G Capital (acionista da Burger King, Kraft Foods e InBev). Participaram este ano do 58º Painel Internacional de Seleção da Endeavor, realizado no Chile, 38 empreendedores de 23 empresas de 10 países - duas delas brasileiras. Das 23 empresas participantes, 18 foram selecionadas. Os empreendedores brasileiros aprovados foram Renato Saraiva e Francisco Salles, da Cers, Cristiano Melles, Luiz Marsaiolli e Rafael Valdívia, do Pobre Juan. Eles serão apoiados pela organização e terão acesso a uma rede de grandes mentores, com o objetivo de alavancar o crescimento e o impacto de seus negócios. “Estar entre os escolhidos é um privilégio. Estamos neste processo (de seleção) há quase um ano e já demos início a mudanças dentro da nossa empresa”, disse ao Estado Renato Saraiva, um dos sócios da Cers, criada em 2009 e que faturou R$ 62 milhões ano passado. “Nos últimos meses, mudamos nosso conceito de TI (tecnologia da informação), aumentando nossa equipe de sete para 24 pessoas nessa área e colocamos a inovação em primeiro lugar”, disse o empreendedor. “Pretendemos oferecer cursos de pós-graduação e programas customizados para empresas privadas e públicas.” Para Cristiano Melles, um dos sócios da rede Pobre Juan, com 11 unidades no Brasil, fazer parte do Endeavor é ter acesso a grandes empresários, como Lemann, para discutir seu negócio. “Crescemos muito em poucos anos e temos um processo de verticalização da proteína próprio, que faz o rastreamento da carne desde o início (fazenda) até chegar ao prato”, disse. No ano passado, o faturamento da rede, fundada em 2004 com inspiração nas casas de carne da Argentina, ficou em torno de R$ 100 milhões. Indicação. O processo seletivo da Endeavor funciona por indicação e é dividido em etapas. Após passarem por um filtro inicial, os empreendedores são submetidos a entrevistas com membros da própria organização e grandes especialistas, uma banca nacional e outra internacional, que acontece durante o ISP (InternationalSelectionPanel). O ISP é a última fase do processo de avaliação da Endeavor, e as bancas da 58ª edição foram formadas por 24 investidores, executivos e empreendedores, responsáveis por avaliar os 38 candidatos das 23 empresas. Nos dois últimos dias, os candidatos a empreendedores foram sabatinados pela banca e participaram de seminários. Só no ano passado mais de 2 mil empresas foram avaliadas no Brasil, 300 foram entrevistadas e apenas 8 conseguiram a aprovação final. O objetivo é selecionar os melhores empreendedores do País. Presente em 22 países, a Endeavor é a principal organização de fomento ao empreendedorismo de alto impacto do mundo. No Brasil desde 2000, trabalha para multiplicar o número de empreendedores e construir um ambiente de negócios melhor para as empresas. No País, já foram selecionados 138 empreendedores, à frente de 77 empresas. No mundo, são apoiados 1.030 empreendedores, líderes de 651 companhias, e que, juntos, geram mais de 400 mil empregos e somam US$ 6,8 bilhões em receita.

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Espanha quer ser "porta de entrada" do Brasil na UE, diz ministro espanhol Fonte Resenha ComexData/Agência Brasil 23/04/2015 O ministro de Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel García-Margallo, afirmou hoje (23) que a Espanha quer ser a porta de entrada do Brasil na União Europeia (UE). García-Margallo, que falava no Fórum Líderes ao lado do vice-presidente brasileiro, Michel Temer, acrescentou que a conclusão de um acordo comercial e de investimentos entre a UE, os Estados Unidos e o Mercosul será crucial para reforçar a posição da Espanha no Brasil. O ministro disse que o Brasil "é um país extraordinariamente importante" para Espanha, que, por sua vez, apoia as empresas que desenvolvem a sua atividade no exterior. "O Brasil ocupa um lugar preferencial nas nossas relações", disse García-Margallo, acrescentando que é o segundo maior exportador e importador da América Latina (atrás do México) e que a Espanha é o segundo maior investidor no Brasil (atrás dos Estados Unidos). García-Margallo falou sobre os três principais eixos da política externa espanhola - a União Europeia, Estados Unidos e América Latina - e realçou que a Espanha e a UE "têm que reafirmar a sua posição na América Latina". "Os Estados Unidos, que durante alguns anos se esqueceram da América Latina para se dedicarem a outros assuntos, renovaram o seu interesse na agenda americana", declarou o ministro espanhol. A recente presença do presidente norte-americano, Barack Obama, na Cúpula das Américas, no Panamá, demonstra que os Estados Unidos "voltam a olhar esse continente como prioritário na sua política exterior", lembrou García-Margallo. Para o ministro espanhol é importante um acordo comercial e de investimentos entre a UE, os Estados Unidos e o Mercosul. "Se fecharmos um acordo com Estados Unidos e o Mercosul haverá uma triangulação perfeita que nos permitirá servir de plataforma de entrada da América Latina na UE e no Norte de África, mas também de entrada da UE na América Latina", ressaltou García-Margallo.

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