24 de fevereiro de 2015

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 24 DE FEVEREIRO DE 2015

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Caminhoneiros param estradas em sete Estados e afetam indústrias Fonte Jornal Folha de São Paulo TATIANA FREITAS, TÁSSIA KASTNER, GABRIELA YAMADA, NATUZA NERY E ANDRÉIA SADI DE SÃO PAULO DE RIBEIRÃO PRETO E DE BRASÍLIA24/02/2015 às 02h00 Uma combinação de redução no preço dos fretes e aumento de custos levou caminhoneiros a bloquearem trechos de rodovias em sete Estados nesta segunda (23). Apesar de não ter uma liderança unificada e pauta conjunta, o movimento, que começou na semana passada, ganhou força e amplitude nacional nesta segunda. Rodovias no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais foram bloqueadas, causando prejuízo a produtores rurais e indústrias dessas regiões. As principais queixas dos caminhoneiros são o aumento no preço do diesel e dos pedágios, o que aumenta os custos de transporte em um cenário desfavorável para reajustes nos preços dos fretes. Além da crise econômica, os preços das commodities agrícolas, primordialmente transportadas por caminhões, estão em queda, dificultando as negociações para um aumento no valor pago pelo transporte das cargas. Em um ano, o preço do frete de Sorriso (MT) a Santos (SP), uma das principais rotas da soja, caiu 27%, para R$ 230 por tonelada na semana passada, segundo o Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária). E o avanço da safra de soja, em plena colheita, seria um estímulo à realização dos protestos neste momento, devido à maior visibilidade. A mudança no quadro macroeconômico e de custos se tornou mais preocupante com o cenário de elevado endividamento no setor. Estimulados pelo PSI –programa do BNDES de incentivo à compra de caminhões novos–, muitos motoristas estão endividados e incluíram, nas reivindicações, a prorrogação de 12 meses das parcelas dos financiamentos. Os manifestantes também tentam pressionar a presidente Dilma a sancionar as alterações na "Lei dos Caminhoneiros", já aprovada no Congresso, que amplia a jornada de trabalho para até 12 horas oito horas mais quatro horas extras, e não duas horas extras, como em vigor. "Se eu sou autônomo, deveria trabalhar quantas horas quisesse, a hora que quisesse", disse Otávio Mango, caminhoneiro que decidiu se juntar ao movimento em Palmeira das Missões (RS).Segundo OdiZani, um dos líderes no município, os caminhoneiros registram em média queda de 30% no faturamento mensal.

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PREJUÍZOS Grandes produtores de aves e suínos, como a BRF e a Aurora, interromperam a produção de 17 unidades no Paraná e em Santa Catarina por causa do protesto. A paralisação representa cerca de 15% do abate da BRF e a totalidade das fábricas da Aurora, que nesta segunda já deixou de exportar. Segundo representantes das empresas, elas não conseguem enviar cargas para os portos, receber animais para o abate e demais matérias-primas, como ração e embalagens. A situação é mais grave no Sul do país, mas já começa a preocupar indústrias do Centro-Oeste, inclusive frigoríficos de carne bovina. Em Minas Gerais, a montadora da Fiat, que fica em Betim (MG), teve de dispensar funcionários dos turnos da tarde e da noite por falta de peças, que estão em caminhões parados nas rodovias. As indústrias recorreram ao governo federal, que encontra dificuldade nas negociações por não ter uma liderança clara no movimento. O ministro Miguel Rosseto (Secretaria Geral) foi incumbido pela presidente de identificar um interlocutor na categoria. O Planalto chegou a cogitar que o movimento poderia ter cunho político, mas descartou a possibilidade. A Advocacia-Geral da União irá recorrer à Justiça para pedir a liberação das rodovias federais bloqueadas. Já foram ajuizadas ações nos sete Estados onde houve interdições. O governo pede autorização para tomar medidas que garantam a circulação e multa de R$ 100 mil por hora de bloqueio.

Alta do dólar aproxima câmbio da taxa de equilíbrio Fonte Resenha ComexData/Agência Brasil 23/02/2014 Apesar de encarecer as importações e pressionar a inflação, a alta acumulada de 8,3% do dólar este ano tem um efeito benéfico para a economia brasileira. Atualmente em R$ 2,87, o câmbio comercial aproxima-se da taxa de equilíbrio, eliminando a sobrevalorização do real na última década e abrindo a oportunidade para o país exportar mais e diminuir o rombo nas contas externas.

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Pela definição econômica, a taxa de equilíbrio representa o câmbio neutro para exportadores, importadores e produtores nacionais. O valor exato varia conforme as estimativas dos economistas, mas a maioria das projeções situa o câmbio de equilíbrio entre R$ 2,80 e R$ 3,20. "O câmbio competitivo é a taxa real que estimula a alocação de recursos nos setores de maior produtividade e assegura o crescimento econômico no longo prazo", explica o professor de economia André Nassif, da Universidade Federal Fluminense. O câmbio próximo do equilíbrio estimula as exportações, principalmente de produtos industriais. "Nos últimos anos, a indústria brasileira foi parcialmente dizimada. O dólar na taxa de equilíbrio ajuda a recuperar a competitividade dos manufaturados", diz Alexandre Espírito Santo, economista da consultoria SimplificPavarini e professor de macroeconomia do Ibmec. Com base no câmbio nos últimos 20 anos corrigido pela inflação, ele estima a taxa de equilíbrio entre R$ 2,80 e R$ 2,82. Por meio de estudos econométricos, Nassif estimou a taxa de equilíbrio em R$ 2,90. Ele, no entanto, ressalta que corretoras estrangeiras projetaram recentemente a taxa entre R$ 3 e R$ 3,20. Nassif destaca que o Banco Central, que no início do ano diminuiu pela metade as vendas de dólares no mercado futuro, agora precisa trabalhar menos para manter a moeda norteamericana próxima do nível de equilíbrio. "Aparentemente, o Banco Central está deixando de segurar o câmbio e indicando que o grau de intervenção será menor daqui para frente." Em 2014, o Brasil encerrou o ano com rombo de US$ 91 bilhões, 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas externas - soma da balança comercial, de serviços, de renda e transferências unilaterais. O indicador mede a vulnerabilidade da economia a crises externas. Quanto maior o déficit nas contas externas, mais rápido o real se desvaloriza em turbulências internacionais na economia. "Um rombo desse tamanho explica a volatilidade do câmbio nos últimos anos", ressalta Alexandre. Apesar das perspectivas de que o câmbio próximo da taxa de equilíbrio gere melhorias para a economia brasileira, por meio do aumento das exportações e da diminuição do déficit das contas externas, os benefícios só serão sentidos no médio prazo. Na melhor das hipóteses, a partir de 2016. "Como o câmbio ainda está muito volátil, os exportadores não estão seguros para fechar contratos. Somente depois que a taxa se estabilizar, os agentes econômicos se sentirão mais à vontade", pondera Alexandre. Outro fator que adiará os efeitos benéficos do câmbio equilibrado é a inflação. O dólar mais alto não encarece apenas os produtos importados, mas os produtos nacionais que usam matérias-primas importadas. Mesmo assim, André Nassif acredita que a pressão do câmbio sobre a inflação deve ser mais suave que o esperado por causa da política de ajuste fiscal e de aumento de juros posta em prática pelo governo. "Para cada 10% de aumento do dólar, os preços das mercadorias de setores oligopolizados [com poucas empresas produtoras e vendedoras] aumentam de 2% a 3%", calcula o professor

Prévia da inflação tem maior alta desde 2003 Fonte Portal Economia SC/Agência Brasil 24 de fevereiro de 2015 às 11h 02 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma previa da inflação oficial do governo, fechou o mês de fevereiro com alta 1,33%, ficando 0,44 ponto percentual acima da taxa de janeiro, que foi 0,89%. É o maior valor da série história desde fevereiro de 2003, quando o índica marcou 2,19%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, dia 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 4


Com a alta de fevereiro, o IPCA-15 fechou o ano com inflação acumulada de 2,33%, com a alta acumulada nos últimos 12 meses (a taxa anualizada) fechando em 7,36%. A alta de preços já era esperada, inclusive pelo IBGE, uma vez que a inflação de fevereiro reflete a alta de preços de diversos preços administrados pelo governo, como mensalidades escolares, combustíveis e tarifas de energia. O IPCA-15 tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos. O indicador tem a mesma metodologia do IPCA (inflação oficial), abrange as mesmas regiões envolvidas na pesquisa e a mesma faixa de renda, mas tem período de coleta diferenciada última metade do mês anterior e a primeira do mês de referência.

Governo estuda tributação extra para empresas com alta rotatividade Fonte Jornal Folha de São Paulo SOFIA FERNANDESDE BRASÍLIA24/02/2015 às 02h00 O governo estuda formas de compensar possíveis recuos nas medidas de restrição a benefícios trabalhistas e previdenciários, editadas no fim de 2014 como parte do pacote de ajuste fiscal. Entre as soluções cogitadas está o aumento da tributação de empresas cuja taxa de rotatividade da mão de obra supere o índice médio do setor em que se enquadra. Essa possibilidade já é prevista na Constituição, mas o artigo que trata de uma "contribuição adicional" dessas empresas carece ainda de regulamentação para vigorar. A ideia conta com o apoio das centrais sindicais, que têm marcado forte oposição às medidas do governo, principalmente às restrições de acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, mas enfrenta a resistência do setor produtivo. Dentro do governo, há apoiadores da medida como forma de conter a rotatividade e melhorar a arrecadação, mas ainda não há consenso, segundo a Folha apurou. Segundo estudo do Dieese feito em 2013, de cada 100 trabalhadores, 55 não chegam a completar nem um ano com o mesmo empregador. Esta semana será de intensas negociações entre governo, centrais sindicais e Congresso, por onde as medidas terão de passar para serem efetivadas. O governo vai colocar na mesa uma "pauta positiva", como contrapeso às impopulares decisões, que tinham como objetivo poupar R$ 18 bilhões e ajudar o governo a fazer a poupança prometida para o ano. Em discussão também está a criação de um programa de qualificação profissional de jovens de 15 a 25 anos recém demitidos, com direito a bolsas. Mas não há ainda uma definição sobre como esses gastos serão cobertos.

Editorial: Pacote grego Fonte Jornal Folha de São Paulo 24/02/2015 às 02h00 A Grécia pode respirar por mais quatro meses. No fim desta semana termina o programa de socorro financeiro que, em troca de reformas compulsórias e aperto de gastos públicos, impediu a bancarrota do país em 2012. O governo de do Syriza obteve entretanto uma trégua e alguma sobrevida para suas ambições. Não pode, contudo, apresentar nada de substantivo e material a seus eleitores, a quem foi prometida uma denúncia do acordo de 2012 e o fim do que é, de fato, uma usurpação do poder grego de conduzir sua política econômica. Na sexta-feira (20), gregos e alemães, líderes das partes credoras, chegaram a um acordo preliminar para a extensão de quatro meses do programa de socorro de 2012. A prorrogação provisória depende da aprovação da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI. A permanência da Grécia na eurozona e a solvência de seus bancos e governo depende de decisões unilaterais dessas instituições. 5


Os gregos conseguiram derrubar o veto a uma reabertura de negociações sobre os termos do acordo de socorro. Talvez possam rediscutir a meta de superavit fiscal (receita menos despesas, excetuados juros), caso ela prejudique ainda mais o crescimento. O governo da Grécia poderá apresentar um programa de reformas, em vez de receber um pacote pronto. A versão preliminar será apreciada nesta semana. Não houve abertura para rediscutir outro corte da dívida, embora o acordo de 2012 permita, mais adiante, rever alguns dos termos dos pagamentos. A esquerda grega também terá de apresentar um plano de reformas liberalizantes e outras que deem conta de uma economia burocratizada, dominada por oligopólios com grande influência nos governos, emperrada por cartórios, gastos excessivos com aposentadorias e pensões, além de minada pela evasão fiscal e pela corrupção. Trata-se de economia que perdeu um terço de seu poder de consumo e investimento desde 2008. Nenhuma sugestão grega poderá afetar o programa de metas fiscais, reformas e estabilidade financeira. Não está certo se o país receberá os fundos sem os quais seus bancos e seu governo quebrarão por volta de abril. Mas a Grécia pelo menos por ora tem tempo de preparar até uma saída menos caótica da eurozona. Resta saber qual vai ser a reação popular à ausência de medidas de alívio imediato e a reação da ala esquerda do Syriza. A pequena vitória diplomática não tem como reanimar um país em depressão.

Alberto Goldman: O impedimento e o desafio da oposição Fonte Jornal Folha de São Paulo 24/02/2015 às 02h00 Estamos iniciando um longo e dramático período político em nosso país. Longo, porque o mandato presidencial é de quatro anos. Dramático, porque Dilma Rousseff e seu partido não têm condições políticas e morais para conduzir o país por mais muito tempo. Para não se apresentar confessando o estelionato eleitoral, Dilma entregou à nova equipe econômica a missão de implantar medidas de sacrifício da população –que durante a campanha eleitoral dizia que a oposição imporia à nação–, na busca desesperada de superar a estagnação produzida por sua política desastrosa. Sem autocrítica, pelo contrário, em uma atitude covarde, procura arrastar o PSDB para o mar de lama em que está metida, ao afirmar que, se antes tivesse o governo FHC investigado e punido, não teríamos o que temos agora. Esconde a sua responsabilidade na articulação de diretores da Petrobras e de seus fornecedores com os partidos de sua base, que objetivou o saque de recursos públicos para suas campanhas (e o enriquecimento de muitos) –o que, agora, emerge de maneira avassaladora. É isso que destrói toda e qualquer condição moral de condução do país por parte da presidente Dilma Rousseff e seu ministério. Dilma tratou de montar um ministério com figuras que representam agrupamentos partidários ou grupos de interesse que possam lhe dar o respaldo necessário no Congresso Nacional, para evitar um possível pedido de seu afastamento definitivo do cargo, nos termos da Constituição em vigor, uma sobrevida difícil de obter. O governo petista está moribundo, e o partido continuará existindo como uma pálida imagem do que já foi no passado, quando, moralmente inatacável, pretendia ser o condutor de uma transformação profunda na sociedade brasileira. No governo, liderado pelo seu grande chefe, Luiz Inácio Lula da Silva, o PT se corrompeu ao buscar, a qualquer preço, a manutenção do poder. O projeto de uma nova sociedade se frustrou, transformando-se em projetos de subsistência de milhões de brasileiros que vivem na pobreza, mantidos nessas condições para garantir o controle dos seus votos. Não passa disso. 6


Os resultados eleitorais foram colhidos, mas isso não garante ser possível conduzir o país, fazendo as transformações necessárias para que ele possa avançar econômica, social e politicamente. Pelo contrário, a forma como esses resultados foram obtidos impõe à presidente e ao seu partido a necessidade de se legitimar perante a maioria do Brasil produtivo, que não vive na dependência do Estado. Tarefa impossível. O quadro atual é dramático também para a oposição e para os milhões de brasileiros que não veem no governo atual condições para vencer a crise. Como levar adiante uma transição nos limites da democracia constitucional em que vivemos, rejeitando firmemente qualquer solução que não seja legal, sem ter de aguardar quatro anos para que o país possa abraçar um caminho que abra novas perspectivas de desenvolvimento e de melhoria das condições de vida de nosso povo? Esse é o desafio que está colocado para nós. Sobra o caminho legal do impedimento, que só acontecerá se o agravamento das condições econômicas e políticas persistirem a ponto de mobilizar o povo e os partidos para uma solução que, de qualquer forma, ainda que legal e democrática, não deixa de ser traumática. Mas o próprio Lula já declarou, após a queda de Collor, que o povo brasileiro mostrou que o mesmo povo que elegeu um presidente pode tirá-lo. E pode, legalmente! Pode não haver outra saída.

Jairo Jorge: Radicalizar a democracia Fonte Jornal Folha de São Paulo 24/02/2015 às 02h00 O mundo precisa de mais democracia e governança. As manifestações que sacudiram o Brasil em 2013 e multiplicaram-se nos últimos anos em outros países revelam o nascimento de uma nova cidadania, o somatório de milhares de vontades e inteligências que se multiplicam, interagem e compartilham em rede. O mundo vertical da comunicação de massa, da indústria cultural, da propriedade e privatização do conhecimento, da massificação e da ineficiência dos serviços públicos está dando lugar a outro, horizontal, das redes sociais, da cultura do comum, dos códigos abertos, da personalização e também da cobrança de resolutividade das políticas públicas. Ao mesmo tempo, assistimos a um aprofundamento do ceticismo e do desencanto; as pessoas se afastam da cena pública. As instituições, os partidos e os sistemas vigentes, que nasceram na modernidade, não conseguem catalisar o indivíduo pós-moderno, não vocalizam seus anseios e sentimentos, não conseguem construir soluções eficazes para as questões da vida. Neste momento, quando de um lado aflora uma nova cidadania e de outro cresce o desencanto com a política, a melhor resposta da esquerda é radicalizar a democracia e retomar sua capacidade de autocritica e de indignação. Precisamos dessacralizar a autoridade, aproximar mais os políticos dos cidadãos, deixando de lado a arrogância e calçando as sandálias da humildade. Os governos de esquerda precisam construir uma gestão focada no cidadão: a vontade popular precisa estar no centro da ação da administração. Só que vontade popular não é uma propriedade de um ou outro partido. É algo que precisamos reaprender a ouvir. Devemos nos conectar com os indivíduos, multiplicar os canais de participação para dar voz às críticas, às reivindicações e às ideias para melhorar os serviços públicos. Precisamos levar o cidadão para o centro do governo, dando poder de decisão sobre investimentos, políticas públicas e o projeto estratégico da cidade, do Estado e do país. Uma gestão focada no cidadão é o contraponto possível da esquerda à proposta da direita neoliberal. No chamado choque de gestão, o cidadão é transformado em mero cliente, e a eficiência e a eficácia são um fim em si mesmas, dissociadas da efetividade. O cidadão, porém, não é um simples consumidor. 7


Não há mais espaço para administrações a que apenas alguns grupos têm acesso, sem espaço real para a crítica e a participação efetiva dos cidadãos. As pessoas não querem mais dar um cheque em branco aos governantes para que façam o que bem entenderem. Além de aprofundar a democracia, os governos de esquerda precisam avançar na gestão, inovando na forma de fazer, estabelecendo metas, buscando parcerias público-privadas, incentivando a valorização do mérito dos servidores públicos e implantando novos mecanismos de transparência, que permitam o combate sem tréguas à corrupção. É preciso construir um governo aberto, que não veja o conflito como problema, e sim como ponto de partida para a construção de soluções pactuadas pela sociedade. O compartilhamento do poder com todos nos possibilita criar uma nova esfera pública, mais plural e radicalmente democrática, única vacina para o ceticismo e o desencanto. Esse é um desafio que o PT precisa enfrentar, pois é capaz de vencê-lo.

Reconstrução Fonte Jornal Folha de São Paulo 24/02/2015 às 02h00 Benjamin Steinbruch Evito sempre citar muitos números em minhas colaborações nesta página por entender que o excesso de cifras torna o texto árido e aborrece o leitor. Mas peço licença hoje para fazer uma exceção, porque é necessário mostrar a dramática situação da indústria brasileira, cuja produção regride ano a ano a olhos vistos. Os números do ano passado já são conhecidos: a indústria como um todo teve uma produção 3,2% inferior à de 2013. A situação é muito grave na indústria de transformação, que apresentou queda de 4,2% –a extrativa cresceu 5,7%. A situação não seria ainda tão grave se algumas categorias da indústria de transformação tivessem escapado dessa tendência recessiva. Nada disso, todos os grandes setores terminaram o ano passado com quedas, algumas impressionantes. A indústria de bens de capital, cuja atividade reflete o ritmo de investimentos no país, teve redução de produção de 9,6%. A de bens de consumo duráveis, prejudicada bastante pela diminuição das vendas de veículos, caiu 9,2%. Nas categorias de bens intermediários e de bens de consumo não duráveis, as quedas foram menores, respectivamente de 2,7% e de 0,3%. Quando se tira um retrato da indústria manufatureira em dezembro para compará-lo com o de um ano antes, o resultado é deprimente, com números negativos de dois dígitos. A categoria de bens de capital mostra redução de produção de 11,9%. Principal razão: a retração de 17,6% na fabricação de máquinas e equipamentos de transporte. É deprimente também a observação desse retrato em seus detalhes, quando se olha o que ocorreu em subsetores da indústria. Alguns exemplos: a variação da produção acumulada nos 12 meses de 2014 foi negativa em 57% nos artigos de joalheria/bijuteria; 25% em componentes eletrônicos; 24% em caminhões e ônibus; 19% em tubos de aço; 16% em fundição. O tamanho desses números negativos e a magnitude das perdas mostram que o país não enfrenta um problema trivial. Não há nenhuma dúvida, a indústria está minguando. O índice de utilização da capacidade instalada, um bom indicador da saúde do setor, caiu seguidamente no ano passado. Estava em 84,6% em janeiro e encerrou dezembro em 81,3%, segundo dados da Fundação Getulio Vargas. Infelizmente, 2014 não foi um ponto fora da curva para indústria brasileira. O setor regride sistematicamente desde a crise global de 2008, à exceção do forte avanço de 2010, promovido por causa dos estímulos ao consumo interno. Levando em conta todo o setor industrial, inclusive a indústria extrativa, a produção se encontra hoje em um nível aproximadamente 6% inferior ao de antes da crise mundial. Em termos globais, a indústria brasileira perde participação. Trinta anos atrás, chegou a responder por quase 3% da produção industrial mundial. Hoje, segundo estimativas, tem pouco mais de 1,5%. 8


O setor não retomará seu ciclo de crescimento sem redução de suas fragilidades decorrentes de elevados custos, que minam a competitividade da produção. E as razões desses custos são por demais conhecidas: 1) elevada carga tributária e complicado sistema de arrecadação que exige esforço infernal para o cumprimento das obrigações –são urgentes a reforma tributária e a simplificação do sistema; 2) política cambial que não estimula a exportação; 3) política monetária que jamais permite aos setores produtivos conviver com taxas civilizadas de juros; 4) legislação trabalhista que engessa as relações entre empregado e empregador; 5) enormes deficiências na infraestrutura. A correção de rumo da indústria brasileira exige um esforço genuíno para enfrentar esse conjunto de fatores que elevam custos e tiram competitividade. E também clama por ações para estimular a inovação, a abertura de novos mercados externos, a preparação de mão de obra, a proteção do mercado interno contra a pirataria e a concorrência desleal de muitos produtos importados, o crédito de longo prazo, a desoneração de insumos básicos para beneficiar toda a cadeia produtiva, o incentivo à economia verde. Essa reconstrução não é uma tarefa para amadores e nem pode ser feita unicamente por obra e graça das forças do livre mercado.

Volume garante receita externa no agronegócio Fonte Jornal Folha de São Paulo 24/02/2015 às 02h00 O aumento do volume exportado pelo agronegócio brasileiro neste mês ainda mantém um patamar bom de receitas em relação às obtidas em igual período do ano passado. Dos 15 principais produtos exportados pelo setor, 10 tiveram aumento de volume até a terceira semana deste mês, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (23) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Como consequência desse aumento do volume, houve também elevação média das receitas. A Secex se baseia nas médias diárias por dia útil para compilar os dados. O volume exportado é maior, mas o valor internacional das commodities cai. Das 15 principais analisadas pela Secex, 12 tiveram redução de preços neste mês em relação a igual período do ano anterior. Ou seja, a balança comercial do agronegócio continua sendo sustentada mais pelo volume do que pelos bons preços dos últimos anos. Um dos destaques são as exportações de frango. As indústrias brasileiras estão colocando 15 mil toneladas de carne de frango "in natura" no mercado externo a cada dia útil de fevereiro. É o maior volume desde 2005, conforme informações disponíveis da Secex e do Ministério do Desenvolvimento. O setor está exportando 15% mais do que em igual período do ano anterior. Apesar da queda de 8% nos preços médios no mercado internacional, o país conseguiu uma evolução de 6% nas receitas deste mês nesse segmento na comparação com o registrado em igual período do ano passado. O volume mensal, mesmo com os feriados de Carnaval, deverá superar o de janeiro. Isso não ocorre com as demais carnes. Tanto a suína como a bovina tiveram recuo nos preços internacionais, no volume vendido e nas receitas obtidas. No caso da carne suína, o volume diário embarcado neste mês é o menor para esse período desde 2005. As exportações do agronegócio ganham força a partir do próximo mês, quando o volume das vendas externas de soja aumenta. Principal item de exportação na balança em 2014, a soja deverá ter, no entanto, preços menores neste ano. Os deste mês são 18% inferiores aos de fevereiro de 2014. 9


Mais renda O cooperativismo foi a melhor solução encontrada por 36 produtores de batatadoce de Braúna (SP) para eliminar o atravessador. O resultado será um ganho de renda. Estrutura Em uma ação conjunta com o Sescoop/SP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo), os produtores vão investir R$ 400 mil para a construção de um galpão de 500 m e um lavador de batatas. Direto para o varejo Toda a produção, próximo de 2.500 toneladas por ano, será comercializada com as redes de varejo e indústrias, elevando em 50% o faturamento, segundo produtores. Redução de custos Para Edivaldo Del Grande, do Sescoop/SP, a formação de uma cooperativa permite ganho de escala e redução de custos para esses produtores. Alumínio As importações do setor deverão atingir US$ 146 milhões neste mês, 29% mais do que em igual período do ano passado, segundo a Secex. Fertilizantes O ritmo de importações está mais dinâmico neste mês ante igual período de 2014. As indústrias do setor deverão gastar US$ 439 milhões em fevereiro, 63% mais do que em igual mês do ano passado, apontam dados da Secex. Efeito clima Previsões de chuva nas regiões brasileiras de café provocaram recuo de 3,8% nos preços do primeiro contrato de Nova York, para US$ 1,44 por libra-peso.

Caminhões de crises Fonte Jornal Folha de São Paulo 24/02/2015 às 02h00 Mais opções Caminhoneiros bloqueiam estradas pelo país desde sábado, quando eram poucos. Ontem, atrapalhavam o tráfego em pelo menos sete Estados. A situação era pior no Sul, no Paraná e em Santa Catarina. Algumas fábricas de alimentos pararam a produção. A BRF até soltou nota, em que dizia haver paralisações em 11 Estados. Em outros tempos, os caminhoneiros já quase pararam o país, que ora anda congestionado por muitos maus humores. Algum efeito grave do movimento caminhoneiro? Não. Mas convém prestar atenção. Há brotos de várias crises; a presidente espalha cascas de banana e pisa nelas com gosto ou distraída. Há manifestações pelo "impeachment" de Dilma Rousseff marcadas para o domingo, 15 de março. No começo do ano, isso era coisa de birutas marginais. Agora, há mais birutas, mas não só, que além do mais contam com apoios do centro da política, senadores, tucanos, por 10


exemplo. De resto, o mau humor em relação à presidente explodiu em diversas direções, sendo cada vez mais suprapartidário. Em breve, haverá mais notícias explosivas. A Procuradoria Geral da República vai divulgar o listão de políticos que passaram no vestibular do Petrolão. Ainda no que parece ser o distante final de março, a gente vai saber se os governos vão decretar racionamentos de eletricidade e água. Nesse ínterim, haverá mais gente a receber contas carésimas de luz, a ver o salário acabando mais cedo, mais desempregados. Pode não dar em nada. Mas o ambiente está tenso. Considere-se a revolta dos servidores públicos do Paraná contra Beto Richa (PSDB), que, reeleito, começou a baixar um pacotaço de arrocho a fim de enfrentar a ruína do Estado, herança maldita que o tucano deixou para si mesmo. Há pequenas manifestações dispersas das dezenas de milhares de desempregados e trabalhadores sem pagamento das obras arruinadas pela crise da Petrobras. No dia 10, uns 200 deles, do Comperj, pararam a ponte Rio-Niterói. Ontem, os protestos dos caminhoneiros não eram coisa grande. No ano tumultuado de 1999, de desvalorização caótica do real, arrocho e marchas contra FHC, as várias associações e sindicatos de caminhoneiros quase pararam o país entre julho e agosto. Era uma desordem, pois os caminhoneiros não têm liderança nacional, são muito divididos (note-se: muitos dos mais organizados apoiaram o tucano Aécio Neves na eleição do ano passado). Em agosto de 1999 horrível de FHC, houve protestos de ruralistas, pois os fazendeiros queriam renegociações de dívidas, comuns pré-boom de commodities. No final daquele mês, houve a marcha dos 100 mil pelo "fora, FHC", liderada pelo PT e que contava com apoio de parte do PMDB. Em setembro, 56% dos brasileiros achavam que o governo de FHC eram ruim/péssimo (no caso de Dilma, são 44%). Os caminhoneiros de agora querem frete maior, diesel e pedágios mais baratos, mudanças nas leis da jornada de trabalho, entre outras reivindicações picadas e diversas, pois não há direção central no movimento. Muitos dos autônomos parecem desesperados. Empresas menores e autônomos também falam em devolver os montes de caminhões comprados com dinheiro do BNDES. Mesmo com juros baixos, não conseguem pagar as prestações.

Alta do dólar e desaceleração reduzem déficit do Brasil com o exterior Fonte Jornal Folha de São Paulo EDUARDO CUCOLODE BRASÍLIA24/02/2015 às 12h24 A alta do dólar e a desaceleração da economia brasileira contribuíram para reduzir o resultado negativo do país nas suas transações com o exterior. Em janeiro, esses fatores se refletiram, principalmente, na melhora no saldo da balança comercial e na queda nas remessas de lucros para o exterior na comparação com janeiro do ano passado. O déficit do país nas suas transações com o exterior ficou em US$ 10,7 bilhões em janeiro, segundo o Banco Central. O valor está abaixo do verificado no mesmo período de 2013 e de 2014, quando o resultado negativo superou US$ 11 bilhões. Para fevereiro, o BC espera resultado negativo de US$ 6,4 bilhões, abaixo dos US$ 7,4 bilhões de fevereiro do ano passado. O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que o câmbio e a desaceleração da atividade econômica foram responsáveis pelo resultado melhor no comércio exterior (o déficit caiu de US$ 4,1 bilhões para US$ 3,2 bilhões entre janeiro do ano passado e deste ano).

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O mesmo ocorre com as remessas de lucros, que recuaram 33% na mesma comparação. Segundo Maciel, as empresas estão lucrando menos. Além disso, seus ganhos em reais, quando convertidos para um dólar mais caro, geram menos divisas. Sobre o investimento recorde em renda fixa no mês passado (US$ 8,2 bilhões), Maciel afirmou que houve retorno de praticamente todo o recurso que saiu em dezembro (US$ 8,5 bilhões). "A saída em dezembro não foi apenas no Brasil. Houve o mesmo movimento em vários países emergentes no último mês de 2014. No caso brasileiro, há um retorno em janeiro, basicamente na mesma magnitude", afirmou.

Na história, queda do déficit externo indica ruptura da política econômica POR DINHEIRO PÚBLICO & CIA24/02/15 às 11h 41 O déficit do Brasil nas transações de bens e serviços com o resto do mundo tende a cair neste e no próximo ano, mas essa não é exatamente uma boa notícia -ao menos, não de imediato. Conforme dados divulgados nesta terça-feira (24), o Banco Central projeta uma queda de US$ 90,2 bilhões, em 2014, para US$ 83,5 bilhões em 2015. Pelas contas mais consensuais dos analistas de mercado, serão US$ 78,4 bilhões neste ano e US$ 69,8 bilhões no próximo. Na história do país, a tradição é gastar acima das receitas nas relações com o exterior, seja no comércio, no turismo, nos pagamentos de juros e nas remessas de lucros. Essa tendência só é revertida em momentos de ruptura forçada da política econômica, em geral com alta do dólar, do desemprego e da pobreza.

Basta observar os poucos exemplos disponíveis desde a industrialização brasileira: as vésperas do início da ditadura militar, a crise do petróleo nos anos 70, a crise da dívida externa no início dos 80, a recessão dos anos Collor e o colapso do Plano Real no segundo mandato de FHC. Em comum, todos foram momentos em que o país foi obrigado a consumir menos e, portanto, sacrificar seu bem-estar para se adaptar a cenários de escassez de recursos. Agora, trata-se do desmonte das políticas da administração petista para estimular o crédito, as compras e as contratações. 12


Medidas como a injeção de dinheiro do Tesouro Nacional nos bancos, ampliação dos programas de transferência de renda e redução de tributos levaram a demanda de famílias e empresas por bens e serviços a crescer mais rapidamente que a produção nacional. O resultado foi alta da inflação e das importações, o que levou o déficit do Brasil com o resto do mundo a ultrapassar os patamares considerados seguros para países emergentes -para o mercado global, algo entre 2% e 3% do PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda nacional). Com a recuperação da economia dos EUA e maior procura mundial pelo dólar, ficou mais difícil atrair empréstimos e investimentos para cobrir o déficit brasileiro. Não por acaso, a cotação da moeda americana disparou.

Estrangeiro faz investimento recorde em renda fixa no Brasil Fonte Jornal Folha de São Paulo EDUARDO CUCOLODE BRASÍLIA24/02/2015 às 11h11 O aumento dos juros no Brasil contribuiu para que o investimento estrangeiro em títulos de renda fixa no país alcançasse em janeiro o valor recorde de US$ 8,2 bilhões, segundo o Banco Central. O maior valor registrado até hoje era a entrada de US$ 7,2 bilhões em setembro de 2013. O valor registrado pelo BC em janeiro é mais que o dobro do capital estrangeiro destinado a investimentos diretos (IED) em empresas no mesmo mês, que somou US$ 4 bilhões. A renda fixa foi o principal destino do capital estrangeiro em janeiro, superando também as aplicações em ações (US$ 1,7 bilhão). O Brasil está hoje entre os países com as maiores taxas de juros do mundo. E a perspectiva é que elas continuem subindo nos próximos meses. O capital estrangeiro, mesmo aquele de curto prazo, contribui para financiar o déficit do país nas suas transações com o exterior, que ficou em US$ 10,7 bilhões em janeiro. O valor está abaixo do verificado no mesmo período de 2013 e de 2014, quando o resultado negativo superou US$ 11 bilhões. A queda em relação ao primeiro mês de 2014 é explicada, principalmente, pela redução do déficit na balança comercial e pela queda nas remessas de lucros e dividendos. Por outro lado, houve aumento nos gastos com serviços, como viagens internacionais, e nas remessas para pagamento de juros no exterior. Os gastos com viagens internacionais, por exemplo, somaram US$ 2,2 bilhões no mês passado, acima do verificado no mesmo período de 2014 (US$ 2,1 bilhões), apesar da alta do dólar que torna essas viagens mais caras para os brasileiros.

Previsão da produção agropecuária é de R$ 477,5 bi Fonte Portal Economia SC 24 de fevereiro de 2015 às 15h 05 O Valor Bruto da Produção (VBP) de 2015, estimado com base nas informações de janeiro, deve atingir os R$ 477,5 bilhões, o que representa 1,1% acima do obtido em 2014, que foi de R$ 472,5 bilhões. De acordo com a Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/Mapa), o total das lavouras representa R$ 292,9 bilhões e da pecuária, R$ 184,6 bilhões. Essas estimativas são preliminares, visto que ainda não há informações completas para alguns preços em 2015 e os dados de produção referem-se a janeiro. Da lavoura, os produtos que vêm apresentando melhor desempenho são: mamona, com aumento de 121,2%; pimenta do reino, 23,0%; amendoim, 16,5%; café, 7,3%; laranja, 4,5% e soja, 4,9%. Entre os produtos com queda no VBP, em relação ao ano passado, estão tomate, cacau, cebola, maçã, milho, algodão, uva e cana-de-açúcar. Destes produtos, a cana-de-açúcar, o milho, o algodão e o tomate têm peso expressivo na formação do VBP. “Como eles tiveram um comportamento negativo, o VBP está sendo menor do que poderia ser”, disse o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques. 13


Na pecuária, o melhor desempenho tem sido obtido pela carne bovina, que tem previsão para crescer 10,4% no faturamento, em relação a 2014. Em segundo lugar está a carne suína, com 3,8%, seguida pela carne de frango, com 3,5% e ovos, com 3,3%. Apenas o leite apresenta resultado negativo, com queda de 1,2%. Resultado regional Os resultados por região mostram que o Sudeste continua na liderança do VBP; seguido pelo Sul e Centro-Oeste. Em quarto lugar está o Nordeste e, por último, o Norte. Segundo a AGE, ainda não há significativas alterações nos resultados em relação ao ano passado. “A maior alteração observada é no Espírito Santo, onde a seca nos meses de janeiro e fevereiro deve provocar forte queda na produção do café Canephora, com repercussão sobre o valor produzido”, comentou Gasques.

Déficit em conta corrente ultrapassa US$ 10 bi em janeiro Fonte Revista Veja/Reuters/Estadão 24/02/2015 às 11h 43 O ano de 2015 começou com um déficit das transações correntes do Brasil de 10,654 bilhões de dólares, em janeiro, segundo informações do Banco Central (BC). O resultado ficou próximo da mediana das estimativas de economistas consultados pela Reuters, que previam saldo negativo de 10,99 bilhões de dólares no mês passado. O BC projetou que o déficit de janeiro seria de 10,8 bilhões de dólares. Segundo o chefe do departamento econômico da instituição, Tulio Maciel, janeiro é sazonalmente um mês de resultados negativos para o setor externo. Em janeiro de 2014, o resultado do setor externo também ficou negativo, em 11,58 bilhões de dólares, recorde histórico da série do BC. De acordo com o BC, a conta de rendas em janeiro ficou negativa em 3,965 bilhões de dólares. Já a conta de serviços ficou no vermelho em 3,61 bilhões de dólares no período. A balança comercial, por sua vez, teve saldo negativo de 3,17 bilhões de dólares. Dentro da conta serviços, pesaram os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens, que em janeiro atingiram 1,65 bilhão de dólares, ante 1,477 bilhão dólares em igual mês de 2014. No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em 90,358 bilhões de dólares, o que representa 4,17% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa do BC para o acumulado de 2015 é de que as transações correntes encerrem o ano com déficit de 83,5 bilhões de dólares. IED - No mês de janeiro, o Brasil recebeu 3,96 bilhões dólares de Investimento Estrangeiro Direto (IED), acima das expectativas de analistas consultados pela Reuters, de 3,3 bilhões de dólares, e também do BC, de 3,2 bilhões de dólares. No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro deste ano, o saldo de IED está em 61,34 bilhões de dólares, o que representa 2,83% do PIB. No Relatório Focus, divulgado na segunda-feira pelo BC, a estimativa é a de que, no acumulado deste ano, o saldo de IED chegue a 65 bilhões de dólares. Fevereiro - Neste mês, o BC projeta um déficit em conta corrente de 6,4 bilhões de dólares. Já a previsão sobre IED é de um volume de 3,1 bilhões de dólares, sendo que até o dia 20 o acumulado estava em 2,2 bilhões de dólares.

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