SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 25 DE JUNHO DE 2014
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Inadimplência tem primeira alta desde setembro de 2013, diz BC A inadimplência nas operações de crédito teve em maio a primeira alta desde setembro de 2013. Segundo dados do Banco Central, a inadimplência passou de 3,0% para 3,1%, o maior nível em seis meses. Em setembro, os atrasos correspondiam a 3,3% das dívidas de empresas e consumidores. Desde então, esse indicador vinha caindo ou se mantendo estável de um mês para outro. Para pessoas físicas, a inadimplência subiu de 4,4% para 4,5%, maior nível desde novembro do ano passado. Nesse caso, trata-se do segundo aumento no ano –o primeiro foi de fevereiro para março. Para as empresas, o indicador passou de 1,9% para 2,0% no mês passado e retornou ao nível de outubro de 2013. O indicador considera tanto recursos livres quanto direcionados (como para casa própria, crédito agrícola e empréstimos do BNDES).
A taxa média de juros subiu no mês passado tanto para pessoas jurídicas (16,3% ao ano) como para os consumidores (27,9% ao ano), depois de ficar estável em abril. O valor total do crédito bancário chegou à marca inédita de R$ 2,8 trilhões (56,1% do PIB). Em 12 meses, o crescimento foi de 12,7%, o que mostra desaceleração em relação ao verificado no final de 2013 (expansão de 14,6%). A desaceleração do crédito, a alta dos juros e o aumento da inadimplência refletem a ação do BC, que aumentou a taxa básica de juros (Selic) de 7,25% para 11% ao ano entre abril de 2013 e abril de 2014. Segundo o BC, o crédito livre (sem subsídios) cresceu 5,7% em 12 meses. Esses recursos respondem por 54% dos empréstimos bancários. "No segmento corporativo, destacaram-se os crescimentos em capital de giro, adiantamentos sobre contratos de câmbio e financiamentos a exportações", disse o BC. "Nas operações com famílias, a variação foi impulsionada, principalmente, pelos aumentos no crédito consignado e no cartão de crédito à vista." Já o crédito direcionado, formado principalmente por dinheiro do BNDES para empresas e recursos para habitação, avançou 22,3% em 12 meses.
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“Será, ou vai se tornar outra Passadena?”
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, deu um tom otimista à negociação que resultou em adição de mais 9,8 bilhões a 15,2 bilhões de barris às reservas recuperáveis da empresa sob o regime de contratação direta - o primeiro firmado no Brasil - e na obtenção de mais R$ 15 bilhões para atender às necessidades de caixa da companhia até 2018. Os pagamentos começam este ano, com um bônus de assinatura de R$ 2 bilhões e se seguem em prestações até 2018. Segundo Graça a aquisição dessas reservas vai aumentar em 3% os investimentos previstos no plano de negócios 2014-2018. A soma até agora era de US$ 220,6 bilhões, o maior em curso na história da indústria de petróleo e que já custa à empresa a posição de detentora da maior dívida corporativa do mundo. Como principal ponto positivo do negócio, tanto Graça quanto o diretor de exploração e produção, José Formigli, disseram que o contrato é importante para reduzir o risco exploratório futuro e garantir a curva de produção da companhia em patamares na faixa de 4 a 5 milhões de barris de óleo equivalente em um horizonte maior de tempo do que era possível estimar antes. Com o excedente da cessão onerosa, a estimativa é de aumentar em 1 milhão a produção em 2026, mas Formigli disse que não é possível somar uma coisa com a outra, já que existe um volume desconhecido de reservas que serão esgotadas no período. "É uma área que conhecemos muito bem. É uma ótima oportunidade para a Petrobras, é excepcional", disse Graça. "Estamos trabalhando e nos preparando para a produção de várias descobertas nesta área da cessão onerosa. É importantíssimo para nós", repetiu Graça em alguns momentos da coletiva, em que frisou a redução do risco exploratório de buscar mais áreas. Graça Foster também mencionou entre as premissas necessárias para acomodar os novos barris o crescimento da produção, o reajuste dos combustíveis, a venda de ativos de até US$ 11 bilhões e o comportamento dos preços do petróleo. A presidente também garantiu que não há previsão de qualquer impacto material nas projeções de redução da alavancagem da companhia e que o compromisso continua sendo o de baixar os indicadores. A notícia sobre a antecipação dos pagamentos de parte do excedente em óleo para o governo surpreendeu analistas e iniciou um movimento de queda das ações. "Acho que o governo fez o maior esforço para sobrecarregar o menos possível a companhia", disse Graça. Até ontem, o plano da Petrobras era chegar a 2020 produzindo 4,2 milhões de barris de óleo equivalente (boe). O primeiro óleo de Franco será extraído em 2016 e do excedente da cessão onerosa em 2021. Devido a uma série de questões não esclarecidas, Graça disse que a Petrobras vai divulgar hoje novos esclarecimentos sobre questões "pontuais" que ela não adiantou. Analistas não entendiam ontem como a companhia vai se financiar para colocar de pé a nova produção, que prevê a instalação de 9 a 11 plataformas adicionais, não previstas no atual plano de negócios. A principal inquietação era relacionada às razões da antecipação de R$ 13 bilhões à União, considerando que a extração nas novas áreas só começa em 2021. Esse montante, segundo a presidente da Petrobras, foi calculado com base no barril a US$ 105 e de câmbio a R$ 2,20 e poderá ser pago em reais ou em óleo. O contrato de concessão começará a valer em 2016, e terá duração de 35 anos. Uma fonte do mercado suspeitava que a Petrobras poderia "entregar" parcelas da produção das áreas da cessão onerosa convencional, comprometendo o fluxo de resultados que todo analista calcula. "O que chamou a atenção é que até na sobra [de caixa] do futuro o governo já está metendo a mão", 3
disse o analista de um grande banco. Outro ponto que não está claro, por falta de negociação entre o governo federal e a Petrobras, diz respeito ao ritmo do pagamento da parcela de excedente em óleo relativa ás áreas adquiridas ontem. A parcela da União nas áreas que serão contratadas diretamente pela Petrobras e que excedem os volumes da cessão onera será, em média, de 47,52%. É uma parte desses pagamentos devidos ao longo de 35 anos que serão antecipados em bases não conhecidas. Para o economista Adriano Pires, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a decisão do governo de incorporar à Petrobras os excedentes da cessão onerosa tem "caráter eleitoreiro", e mais uma vez coloca os interesses econômicos do governo frente aos acionistas minoritários da Petrobras. "A notícia surpreende, porque o governo não deveria tomar decisão dessa importância a três meses da eleição presidencial. As áreas dadas à petroleira vão produzir daqui a seis ou sete anos, por que a pressa?", questionou. Pires ressaltou que ao mesmo tempo que o governo deu muitos deveres à Petrobras, retirou direitos, com o controle dos preços dos derivados. "O governo mostrou que não entende o que é política de Estado, e mais uma vez Petrobras foi manipulada." O analista lembrou que o pagamento dos R$ 2 bilhões em bônus, que a Petrobras fará ao governo ainda este ano, vai ajudar no superávit primário e favorece a política econômica. "É uma forma também de o governo reagir às CPIs, diz. "O governo provou que continua usando e abusando da Petrobras."
Apesar da Copa, saldo de contratações cai A expectativa do governo de crescimento do ritmo de criação de empregos formais com a Copa do Mundo ainda não se confirmou. O saldo de contratações com carteira assinada em maio foi de 58,8 mil vagas, o pior para o mês desde 1992. O governo esperava que, com a demanda por serviços e bens aquecida, seria fácil ultrapassar as 72 mil vagas criadas em maio do ano passado. As demissões na indústria de transformação, contudo, pesaram negativamente. Para o ministro Manoel Dias (Trabalho), o pessimismo do empresariado explica o desempenho fraco do mercado de trabalho no mês. "Havia um pessimismo de que o Brasil não ia fazer Copa, de que estádios e aeroportos não iam ficar prontos, o consumo diminuindo", disse Dias na divulgação do resultado do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) nesta terça (24). Para o ministro, é possível que os empregos para a Copa tenham sido antecipados para fevereiro, quando houve, segundo ele, um esforço de contratações temporárias. O governo estima que quase 1 milhão de empregos sejam criados em razão do Mundial --170 mil temporários. Com o baixo crescimento da economia e criação moderada de vagas, é provável que o governo revise, em julho, sua expectativa de saldo de contratações para o ano, que hoje é de 1,4 milhão de vagas. Até maio, foram criadas 543,2 mil vagas formais no ano. Na gestão Dilma, foram 5,1 milhões de novos empregos, informou o governo. Em maio, o setor de serviços, sobretudo de alojamento e alimentação, indicou ter reagido aos estímulos da Copa e quase dobrou o número de contratações --foram 38,8 mil novas vagas, ante 21,2 mil em maio de 2013. Na agricultura também houve aumento no ritmo de criação de emprego. O setor criou 44,1 mil postos, sendo 27,6 mil concentradas nas plantações de café em Minas Gerais e São Paulo. No entanto, a indústria de transformação demitiu mais do que contratou. Esse setor, que em maio do ano passado foi responsável pela criação de 15,7 mil postos, teve um saldo negativo de 28,5 mil postos. A região Sudeste concentrou a maior quantidade de novos postos --55,1 mil. Em seguida, veio o Centro-Oeste, com 7.800 vagas criadas. Para André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, o crescimento tímido das contratações em maio tem relação com o pessimismo do mercado, mas pode ter um efeito colateral positivo: de estabilização dos preços, sobretudo de serviços. A desaceleração na economia, combinada à queda no ritmo de contratação, tende a moderar a alta dos preços. A inflação, que ronda o teto da meta, tem dado dor de cabeça à equipe econômica da presidente Dilma no ano eleitoral. O grande economista e estadista Luigi Einaudi (1874-1961), ao analisar a confusão austríaca dos anos 30, indagou: "Quem assumirá a 4
responsabilidade de conservar, renovar e fazer crescer o capital nacional, se os impostos, os altos salários e a previdência social não deixarem nenhuma margem de lucro para as empresas?" "É preciso ser lógico", respondeu. "Ou se tenta como na Rússia, com sucesso ou não --isso não importa--, construir outro sistema social, fundado em motivos diversos dos de nossa sociedade, ou é preciso resignar-se e aceitar o elemento motor da empresa privada, que é a expectativa de lucro proporcional ao investimento realizado." Na verdade, os dois sistemas respondem à mesma estrutura interna de crescimento: a transformação do excedente produtivo em investimento, feito ou pelo setor privado ou pelo burocrático que detém o poder político. Em princípio, se os problemas de informação puderem ser superados e se for possível estabelecer incentivos que compatibilizem os valores dos indivíduos com os objetivos estabelecidos pela burocracia, o sistema deve funcionar razoavelmente. O problema é com os "ses"! De fato, se aqueles problemas não existissem, como supõem alguns altruístas amadores, talvez a economia centralizada pudesse ser mais eficiente do que o mercado. Restaria, entretanto, resolver o problema da liberdade, isto é, como impedir que a dominação do homem pelo homem no mercado, seja substituída pela sua dominação ainda mais dramática pelo burocrata, que é o que ocorreu na prática. Com todos os seus defeitos, o mercado assegura algumas escolhas para os indivíduos. Quando o Estado é empregador universal, não há alternativa para os inconformados! Até agora a centralização revelou-se incapaz de atender simultaneamente às exigências de uma produção razoavelmente eficiente e o exercício mínimo da liberdade. Esta é, obviamente, uma questão empírica que não pode ser resolvida no nível teórico. O homem vem tentando fazê-lo, praticamente, ao longo da sua história. É por isso que não é proibido sonhar como os jovens generosos de hoje: nada garante que o que não foi possível até aqui, não possa sê-lo no futuro. Não é preciso, pois, aferrar-se ao imobilismo ou pretender que toda mudança é uma ameaça. Não é preciso aceitar os defeitos do capitalismo como se fossem dogmas religiosos. Não é preciso supor que não possamos melhorar a situação dos mais carentes. Mas não é saudável ceder à tentação simplista que ignora as restrições físicas, ou ao democratismo reacionário que pensa poder calcular, pelo voto da maioria, o valor da raiz quadrada de dois!
Estudo indica queda na arrecadação de tributos federais Uma análise feita pela Fundação Getulio Vargas indica que a arrecadação de tributos federais encolheu no mês passado, tornando ainda mais difícil o equilíbrio das contas do governo. As dimensões e os motivos da queda ainda não são claros, porque o trabalho se baseou em dados preliminares --os números oficiais deverão ser divulgados nesta sexta-feira (27). Mas parecem evidentes os sinais de piora dos resultados da receita, já fracos nos meses anteriores em razão da estagnação da economia, cuja taxa esperada de expansão no ano tem sido revista para baixo pelos especialistas. "Em termos fiscais, piora a expectativa sobre o cumprimento da meta de superavit primário [a poupança que o governo faz para o abatimento da dívida pública]", diz o texto da FGV, assinado pelos economistas José Roberto Afonso e Bernardo Fajardo. As afirmações se baseiam em cifras obtidas no Siga Brasil, um sistema de informações mantido pelo Senado Federal para o acompanhamento da execução orçamentária da União. Os dados mostram forte piora, na comparação com maio do ano passado, da arrecadação dos tributos incidentes sobre o lucro das empresas e sobre o consumo. Em parte, o resultado pode ser explicado por receitas atípicas obtidas em maio de 2013: de R$ 3 bilhões em Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; e de R$ 1 bilhão em Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social e contribuição para o Programa de Integração Social. Segundo a Receita Federal, o primeiro valor foi gerado pela venda de uma participação societária, não revelada; o segundo foi resultado do depósito bancário de um montante questionado na Justiça por uma empresa. O Siga Brasil aponta ainda piora na contribuição previdenciária e dos impostos sobre importações e operações financeiras. Em consequência, a receita dos principais tributos administrados pela Receita mostra queda estimada em 6,6%, descontada a variação da inflação. Se confirmados os números, será a 5
primeira redução mensal da receita do governo neste ano. Ainda que os números finais não sejam tão ruins, é remota a possibilidade de algo compatível com a meta oficial de aumento da arrecadação no ano --já reduzida de 3,5% para 3%.
Emprego dura até a eleição Os registros em carteira vêm definhando, decerto, como quase tudo mais na economia brasileira. Ontem podíamos ler nos noticiários em "tempo real" que maio de 2014 foi o pior mês dessa estatística desde 1992. O nível de emprego na indústria é praticamente o mesmo de maio do ano passado. O ritmo de novos registros de emprego formal nos últimos 12 meses equivale a cerca de 60% da média dos três primeiros anos da economia sob Dilma Rousseff. A frente fria econômica é inegável. De interesse também político, resta saber se a oferta de trabalho vai continuar a definhar no ritmo surpreendente do restante da economia. De interesse econômico e social, resta saber se o governo vai continuar a oferecer os incentivos (menos impostos, subsídios) que em parte incentivaram as empresas a manter postos de trabalho ou até criá-los. O pacotinho econômico da Copa estendeu a vigência de alguns desses incentivos. Mas o governo não tem mais como oferecer nada, dada a pindaíba, o "aperto fiscal". Para piorar, o ano que vem será ainda pelo menos fraco. Ainda assim, as estatísticas de emprego são de certo modo impressionantes. Repita-se que lidamos com uma economia que, entre 2011 e 2014, terá crescido menos de 2%, em média, ante os 4% dos anos lulianos. Este ano, de resto, tende a ser tão fraco quanto 2012, de crescimento quase nulo da renda nacional por cabeça (PIB per capita). Considere-se ainda que o ritmo de formalização do emprego e da criação de empregos com registro em carteira não poderia ser o mesmo dos anos da retomada econômica, a partir de 2004, por aí, quando havia muito desemprego e informalidade. Nas grandes metrópoles, como já é mais do que sabido, o número de pessoas empregadas parou de crescer faz mais ou menos um semestre (na comparação com nível de emprego de cada mês do ano passado). No conjunto do país, ao menos até o primeiro trimestre, porém, o nível de emprego sobe de modo significativo, embora não saibamos bem que empregos são esses (a nova pesquisa nacional de emprego, a da Pnad Contínua, ainda não publica informações sobre salários). No conjunto da obra, temos, em primeiro lugar, desemprego baixo devido a algum desalento ou opção (não há emprego para menos qualificados, ficou mais difícil achar vagas e as condições sociais melhores permitem que parte das famílias não precise procurar trabalho, preferindo ir para a escola ou cuidar da casa). Em segundo lugar, ao menos no conjunto do país, fora das grandes cidades do Sudeste em particular, há oferta de mais trabalho. Economistas ponderados por ora preveem que esse estado de coisas vai começar a se deteriorar de modo mais visível, mas nada cataclísmico, a partir do terceiro trimestre, lá por outubro. Mas as condições econômicas (inflação, gasto do governo, confiança) para que tal situação prossiga pelo ano que vem parecem esgotadas.
A lição Bourbon A Argentina voltou às manchetes, mas não pelo golaço de Messi contra o Irã, na única oportunidade em que não esteve marcado por dois ou três adversários. A Suprema Corte dos EUA reconheceu os direitos dos credores que não aceitaram os termos da reestruturação da dívida argentina ("holdouts") de receberem integralmente o que lhes é devido. Em particular proíbe que se faça o pagamento dos demais credores antes dos "holdouts", o que, na prática, pode jogar o país novamente na vala comum dos caloteiros. Concretamente a Argentina não tem capacidade de pagar aos "holdouts", pois poderia levar os demais credores a demandarem tratamento igual, o que implicaria um desembolso além daquele que suas condições fiscais e o nível das suas reservas permitem. A decisão da Suprema Corte levanta questões delicadas sobre o funcionamento do mercado internacional de capitais. Em casos futuros de reestruturação, por exemplo, haverá, sem dúvida, um incentivo para que credores se tornem "holdouts", na esperança de receberem o valor integral, ou, ao menos, valores maiores do que aqueles pagos aos que aceitem as novas condições. Talvez nem mesmo as 6
Cláusulas de Ação Coletiva, termos do contrato que tornam forçosa a anuência às novascondições caso uma maioria qualificada (tipicamente 75% ou 80% do valor da dívida) as aceitem, sejam suficientes para impedir o problema à luz de perspectivas de obter um resultado mais favorável junto às cortes. Independentemente disso, porém, há primeiro que entender como a Argentina se colocou nesta posição e se há consequências potencialmente graves para o Brasil. De fato, até há pouco o país era o preferido dos nossos "keynesianos de quermesse", com seu modelo que privilegiava a administração da taxa de câmbio, devidamente apoiada pela política monetária que, para manter o câmbio depreciado, não podia ser utilizada para controlar a inflação. O descaso com a inflação, porém, tem custos. Preços administrados foram "congelados", desarticulando serviços públicos, assim como alguns preços da cesta básica. Subsídios para compensar este problema foram gradualmente erodindo as finanças públicas e o resultado primário do governo nacional, que havia chegado a 3-4% do PIB entre 2004 e 2008, minguou para um déficit de em torno do 1% do PIB no ano passado. Não bastasse isto, asestatísticas oficiais foram maquiadas: enquanto o índice de inflação calculado pelo governo insistia em taxas inferiores a 10% ao ano, estimativas de consultores privados sugeriam algo entre 25% e 30% ao ano, o que os levou a serem perseguidos pela máquina pública. O resultado foi desconfiança generalizada, retração do setor privado, reforçadas pela atitude beligerante do governo, e, portanto, baixo crescimento e desorganização da economia. A inflação elevada corroeu a suposta competitividade que deveria advir do câmbio depreciado e as contas externas voltaram ao vermelho. Somada à fuga de capitais, isto fez com que as reservas internacionais caíssem de US$ 52 bilhões em meados de 2011 para US$ 29 bilhões agora, insuficientes para fazer frente aos compromissos resultantes da decisão da Suprema Corte. É uma tragédia anunciada. Por mais que nossos "keynesianos de quermesse" tentem agora se distanciar da experiência platina, a verdade é que cada desenvolvimento negativo no período foi decorrência lógica do modelo de política econômica adotado há dez anos e celebrado então como a revolução que haveria de catapultar o país ao crescimento acelerado. Isto dito, se alguém identifica ecos da política argentina na nossa manipulação da taxa de câmbio, descaso com a inflação, congelamento de preços administrados e piora das contas públicas, trata-se apenas de coincidência infeliz, resultado do pessimismo dos setores conservadores. Nada a aprender, portanto, com erros alheios.
Durante a Copa, produtividade cai 30% e pode custar caro A seleção brasileira suou a camisa nos três jogos já realizados e agora enfrentará o Chile nas oitavas de final da Copa do Mundo. Fora de campo, grande parte do esforço nos escritórios foi mesmo direcionado para a torcida pelo Brasil e a produtividade do trabalho manteve-se baixa para os padrões fora do Mundial. Segundo o Índice Runrun.it de Produtividade (IRRP), nos dias úteis compreendidos entre 12 e 23 de junho, o nível de entrega de tarefas nas empresas avaliadas ficou 30% abaixo da média registrada em iguais períodos analisados nos meses de janeiro a maio. Na primeira fase do torneio, entre o primeiro e o último jogo do Brasil, o número médio diário de tarefas entregue por trabalhador ficou em 0,54, ante média diária de 0,77 registrada em igual período (entre 12 e 23) de janeiro a maio. Em fevereiro, esse número foi até maior, com 0,84 tarefa entregue também entre os dias 12 e 23. "O índice em junho ficou bem fora da normalidade", diz o co-fundador da empresa de tecnologia Runrun.it, Franklin Valadares, ressaltando que a análise da entrega de tarefas pode ser considerada o nível mais básico de produtividade do trabalho.
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Para Valadares, os números sinalizam que a Copa pode custar caro não só para as empresas que fizeram investimentos diretamente ligados ao Mundial, mas para companhias que não se organizaram para, por exemplo, compensar os dias em que a cabeça do trabalhador está, como não poderia deixar de ser, no Mundial sediado no Brasil. "Além disso, os números indicam que a Copa não afeta a produtividade apenas nos dias do jogos do Brasil, mas no período todo". O índice mede a variação do número de tarefas entregue pelos usuários da ferramenta, que é usada por cerca de 60 mil empresas distribuídas em alguns países - 80% desse total no Brasil. Para avaliar a produtividade do trabalho em dias de Copa, a Runrun.it avaliou oito mil usuários espalhados em uma amostra de 800 empresas mais ativas, a maioria delas pertencente à área de prestação de serviços, como agências de publicidade, empresas de tecnologia e escritórios de arquitetura e advocacia. Olhando cada uma das partidas do Brasil, o jogo de abertura da Copa, em 12 de junho contra a Croácia, foi o que causou a maior diminuição da produtividade nas empresas. O nível de entrega de tarefas ficou 56,3% abaixo da média comparada às dez quintas-feiras úteis anteriores. Segundo o estudo, embora o feriado nesse dia tenha sido decretado apenas na cidade de São Paulo, é provável que, em nível nacional, metade do dia tenha sido dedicado ao jogo, e não ao trabalho. Na última segunda-feira, dia em que o Brasil ganhou de 4 a 1 da seleção de Camarões, a queda foi de 41,8% no volume de tarefas finalizadas se comparado à média das últimas dez segundas-feiras úteis anteriores. Já no segundo jogo da seleção na Copa, quando o Brasil empatou com o México em uma partida sem gols, a produtividade pode ser considerada baixa tanto no campo quanto fora dele: o nível de entrega de tarefas nas empresas ficou 41,4% abaixo da média na mesma base de comparação. Valadares faz coro a outros especialistas ao dizer que elevar a produtividade é a chave para que o país volte a crescer a taxas mais robustas. Para além da Copa do Mundo, diz ele, um primeiro passo nesse sentido incluiria mudanças simples no dia a dia das empresas, como deixar mais claro aos funcionários o que precisa ser feito, quando precisa ser entregue e a importância de cada uma das tarefas. Segundo ele, no Brasil, as pequenas empresas em geral não controlam a produtividade de seus trabalhadores e as grandes acabam se perdendo em burocracia.
Saldo negativo no setor é nova 'dor de cabeça' na área externa O déficit crescente nas relações do Brasil com o exterior na área de serviços pode se tornar uma nova dor de cabeça para as contas externas do país. No ano passado, o déficit nesse segmento específico ultrapassou 2% do Produto Interno Bruto (PIB) pela primeira vez e, pelo segundo ano consecutivo, superou o resultado negativo da conta de rendas (as remessas de lucros e dividendos para o exterior). Essa situação se manteve nos primeiros cinco meses deste ano e o déficit em serviços foi 17% maior que o de rendas. Os dados sugerem uma mudança no padrão do que vinha pressionando a balança de transações correntes do país. Em 2005, o déficit na conta de rendas representou 3,9% do PIB, percentual que foi de 1,8% no ano passado. Na conta de serviços, o saldo a favor do exterior representou, naquele ano, 1,25% do produto brasileiro. A terceira parte da mudança é a perda de dinamismo na balança comercial. 8
O Brasil encerrou 2013 com um déficit de transações correntes de 3,6% do PIB, bem acima do déficit de 2,4% de um ano antes. No resultado negativo, a principal responsabilidade veio da piora na balança comercial. A deterioração em serviços veio na sequência, com um resultado 15% pior e que somou US$ 47 bilhões. "O aumento da importação de serviços não é um problema, se ele ajudar a alavancar o crescimento do PIB", pondera o professor Jorge Arbache, da Universidade de Brasília e assessor da diretoria do BNDES, que acabou de escrever um pequeno trabalho sobre o aumento crescente do déficit em serviços, e se ele é um risco ou não para o país. Olhando para os dados tanto da balança de serviços como das próprias exportações de bens do país, o professor da UnB encontrou evidências de que o aumento da importação de serviços está muito mais associada ao consumo final e ao mercado interno. Entre os setores, as principais pressões sobre o Brasil são as viagens internacionais (onde o déficit é forte por turismo das famílias e não de negócios), com saldo negativo de US$ 18,4 bilhões no ano passado, e o aluguel de equipamentos, com US$ 19 bilhões de déficit. Nesse setor, a exploração crescente de petróleo no pré-sal deve pressionar o segmento devido à política brasileira de produzir plataformas no país e "exportá-las" para subsidiárias da Petrobras. A preocupação de Arbache é que a conta de serviços tende a ser crescente e o modelo atual de crescimento no Brasil não traz sinais de agregação de valor nem nesse setor, nem na indústria. O diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e Globalização Econômica (Sobeet), Luis Afonso Lima, também olha com apreensão para o crescente déficit na balança de serviços e sua composição. "Em áreas onde o Brasil ia bem, como serviços profissionais, ainda temos superávit, mas ele diminuiu", diz. Lima também observa que o fluxo de investimento direto estrangeiro para o Brasil nos últimos anos tem privilegiado setores de serviços, mas o foco é principalmente o atendimento da demanda doméstica, como projetos imobiliários, atividades do varejo e seguros, entre outros. No ano passado, o setor de serviços absorveu 48% do ingresso de investimento externo para participação no capital, dos quais 35% foram apenas para dois setores totalmente dirigidos para o mercado interno - comércio e imobiliário. A professora Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), observa que o déficit em serviços tem caráter "estrutural" em vários segmentos, como informática, pagamento de royalties, serviços audiovisuais, além dos conhecidos gastos de turistas no exterior e o aluguel de equipamentos. Na outra ponta, onde o Brasil tem superávit, como o fornecimento de serviços técnicos e profissionais, o volume é pequenopara fazer contraponto às demais despesas. Para Lia, a baixa produtividade do Brasil no setor de serviços acaba aumentando a importação em vários segmentos, como área de design, inovação, desenvolvimento de softwares. "O país precisa descobrir onde ele pode ter vantagens nessa área e explorar esses mercados", diz. Lima, da Sobeet, lembra que a teoria econômica aponta que a "luz amarela" do déficit de transações correntes acende quando ele ultrapassa 3% do PIB, o que voltou a acontecer no Brasil no ano passado. Mas a preocupação com esse "número mágico" depende do que está provocando esse resultado negativo. "É preciso identificar se o que provoca o déficit de hoje pode gerar produção ou a agregar valor em um segundo momento e, assim, contribuir para revertê-lo", acrescenta. No caso do Brasil, diz, essa possibilidade não parece colocada. Lia pondera que a Copa do Mundo pode ajudar o Brasil na parte de viagens internacionais, pois pode abrir espaço para um maior e mais constante fluxo de turistas internacionais. Arbache olha para todo quadro com mais preocupação, pois avalia que os 9
serviços ficam cada vez mais sofisticados em todo o mundo e permitem agregar valor em outros setores, como a indústria. "Nesse sentido, o Brasil anda na contramão", afirma.
Confiança do brasileiro caiu, diz estudo do "FT" Levantamento da LatAm Confidencial, serviço de pesquisas do "Financial Times", a ser divulgado hoje, mostra que a confiança do brasileiro caiu ao menor nível desde fevereiro de 2012, quando foi iniciada essa sondagem. De acordo com o blog "BeyondBrics", do FT, o indicador de confiança da pesquisa em questão tem caído desde níveis próximos a 60 pontos no início de 2012, para 19,5 no segundo trimestre deste ano. O índice de situação financeira doméstica teve desempenho melhor, mas também está no recorde de baixa. Dos que responderam à pesquisa, 64,3% acreditam que a economia brasileira está em situação pior que há um ano. Renda em baixa e ameaça de desemprego foram citados como a maior preocupação (25%). A confiança do consumidor, nota o texto, tem recuado junto com as expectativas dos economistas. O blog se junta ao coro dos que avaliam que a era de crescimento dirigido pelo consumo acabou. A pesquisa da LatAmConfidential mostrou que no segundo trimestre só 6,6% dos entrevistados compraram um carro e 4,9% compraram imóvel. Também mostrou que 28,5% fizeram turismo doméstico e 4,5% viajaram para fora.
Insegurança trava consumo e desacelera o crescimento Apesar de a Copa do Mundo ter estimulado as vendas de produtos como televisores, tudo indica que o varejo continua fraco, compondo com a indústria e os serviços um quadro de desaceleração econômica. Desde o fim do primeiro trimestre, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra recuo no volume de vendas no varejo restrito, que exclui material de construção e automóveis. Em março, a queda foi de 0,5%; em abril, novo baque foi verificado, de 0,4%. Levantamentos do comércio mostram que a tendência se manteve nos meses seguintes, emitindo sinais negativos para o desempenho da economia no segundo trimestre. Em um dos principais mercados do país, a cidade de São Paulo, a intenção de consumo é a menor desde 2009, de acordo com avaliação da Federação do Comércio. Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) indica queda na intenção de consumo das famílias em junho, de 1,6% em comparação com maio, para o menor patamar da série histórica, iniciada em 2010. Em comparação com junho de 2013, a queda é de 7,4%. Para a CNC, a tendência de enfraquecimento das atividades do varejo pode se intensificar no segundo semestre. Por isso, acaba de reduzir a estimativa de aumento do volume de vendas neste ano, dos 4,9% acumulados em 12 meses até abril, para 4,7%. A nova previsão frustra a expectativa de recuperação mais significativa do varejo em comparação com 2013, quando o volume de vendas aumentou 4,3%, menos do que a inflação e praticamente a metade dos 8,4% de 2012 o pior resultado aferido pelo IBGE desde 2003, quando houve queda de 3,7%. Um mix de inflação mais elevada, aumento dos juros, maior endividamento das famílias e preocupação com o emprego desestimula as compras. A inflação e o crédito apertam o orçamento familiar. Com os consumidores gastando mais com alimentos, diminuiu o espaço para a compra de outros produtos, como bens duráveis de maior valor. No passado, as famílias não hesitavam em se endividar para consumir mais, confiantes na manutenção do emprego e em salários crescentes. A pesquisa da CNC apurou, porém, queda de 6,2% na intenção de compras a prazo. O nível de confiança das famílias caiu em todas as faixas, mas foi mais acentuada no segmento com renda abaixo de dez salários mínimos. Um dos principais motivos é a preocupação com o mercado de trabalho. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, mostram queda de 18,3% na criação de vagas em maio, para o pior patamar para o mês desde 1992. O percentual das famílias que se 10
sentem seguras em relação ao emprego caiu de 45,5% para 44,2% em junho. Segundo a FecomércioSP, os paulistanos não estavam tão preocupados com suas carreiras desde outubro de 2009, quando a crise internacional atingiu em cheio o país. Além do receio de desemprego, o aumento dos juros inibe a tomada de crédito. O custo do crédito ao consumidor sobe há 12 meses seguidos, constatou a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Embora a inadimplência esteja estável nos bancos pelo critério habitual de atrasos acima de 90 dias, o quadro não é animador nos prazos mais curtos. Por isso, as instituições já apertam os controles, exigindo mais documentos e comprovações de capacidade de pagamento (Valor, 24/6). O varejo, porém, que costuma trabalhar com critérios mais flexíveis, registra aumento da inadimplência desde o início do ano. O desempenho nada animador do varejo se soma ao da indústria, cuja produção e faturamento vêm desacelerando neste ano. Nos 12 meses encerrados em abril, a produção da indústria de transformação aumentou 1% e o faturamento, 1,9%. Até o setor de serviços dá sinais de arrefecimento desde fevereiro. Em abril, registrou aumento de faturamento de 8,3% no acumulado em 12 meses, a menor taxa da série histórica, iniciada em janeiro de 2013. A situação do varejo preocupa particularmente porque reflete o pulso do consumo das famílias, que representa 65% do PIB e vinha sustentando o crescimento econômico, mas já registrou queda de 0,1% no primeiro trimestre o que só ocorreu três vezes entre 2004 e 2013 e pode repetir-se agora.
Grupo constrói fábrica para atender setor de mineração A Mercúrio, empresa paulista que produz correias de borracha para uso industrial, planeja construir uma fábrica no Pará para atender o segmento de mineração. A unidade ficará na cidade de Marabá, cerca de 550 km ao sul de Belém, e receberá um investimento de aproximadamente R$ 100 milhões. Procurada, a diretoria do grupo confirmou as informações por meio de nota e informou que trabalha para que as obras da planta sejam iniciadas nos próximos meses. Os pedidos de licença prévia e de instalação já foram entregues à Secretaria de Meio Ambiente do Estado.
Nesta quinta-feira (26), o presidente da companhia, Fausto Bigi, apresentará o projeto a representantes dos governos estadual e municipal na cidade paraense. Hoje, a unidade paulista da companhia, localizada em Jundiaí, fabrica correias transportadoras utilizadas por segmentos variados. Os equipamentos servem para carregar produtos como minério, cimento, grãos, açúcar, madeira e celulose. A nova planta vai aproximar a empresa de mineradoras que já são clientes do grupo e operam no Estado. "O setor mineral responde por cerca de um terço do nosso PIB, mas ainda é muito pautado pela atividade mais primária, de extração", afirma Maria Amélia Enríquez, secretária de Indústria, Comércio e Mineração do Pará. "Para que haja um adensamento da cadeia produtiva, é importante a chegada de empresas fornecedoras."
Espanhol em queda A empresa de intercâmbios CI vai lançar novos formatos de franquias, mais enxutos, para ampliar a presença da rede no país. O objetivo é facilitar a chegada a municípios menores e 11
possibilitar a abertura de pontos dentro de instituições, como universidades e colégios. Além de lojas com espaços mais reduzidos e menos funcionários, também haverá modelos de atuação compartilhada (dentro de livrarias, por exemplo).
Celso luiz Garcia, sócio-diretor da empresa de intercâmbios A rede trabalhará ainda com a transformação de agências independentes para a bandeira CI. O inglês permanece como a língua mais procurado pelos clientes (85%) que buscam intercâmbio. O espanhol, no entanto, recuou e hoje representa só 7%. "É reflexo do enfraquecimento do Mercosul, pois a busca por um idioma está sempre muito ligada à questão econômica", diz o sócio, Celso Luiz Garcia. A rede tem 78 unidades em operação e planeja chegar a cem em 2015. O faturamento foi de R$ 242 milhões no ano passado.
Pessimismo brasileiro A parcela da população brasileira que considera boa a situação econômica do país diminuiu seis pontos percentuais em maio na comparação com abril e ficou em 20%, de acordo com levantamento da Ipsos. Há um ano, esse percentual era mais que o dobro e alcançava 42%.
O resultado colocou o Brasil na oitava posição dos países mais críticos em relação à economia, atrás de Itália (9%), França (9%), Espanha, (10%), Romênia (10%), Hungria (18%), Argentina (18%) e Coreia do Sul (19%). A média dos 25 países que participaram do levantamento foi de 39%. Os brasileiros, no entanto, estão entre os mais otimistas em relação ao futuro. Quando questionados sobre como estará a situação econômica local daqui a seis meses, 56% disseram 12
que deverá ser melhor. Apenas a Índia ficou na frente, com 60%. A média global foi de 25%. Foram entrevistadas 19.242 pessoas entre os dias 6 e 20 de maio.
Taxas de juros e inadimplência sobem em maio As taxas de juros e a inadimplência subiram em maio, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira. A alta nos juros para as famílias chegou a 0,5 ponto percentual de abril para maio, com taxa média de 42,5% ao ano. Para as empresas, os juros subiram 0,1 ponto percentual, para 23% ao ano. A taxa do cheque especial subiu 6,7 pontos percentuais e chegou a 168,5% ao ano. O crédito pessoal (incluídas operações consignadas em folha de pagamento) subiu 0,2 ponto percentual, para 25,5% ao ano. No caso do crédito para a compra de veículos, a taxa ficou em 23% ao ano, com alta de 0,4 ponto percentual. A inadimplência, considerados atrasos superiores a 90 dias, subiu 0,2 ponto percentual tanto para empresas (3,5%) quanto para famílias (6,7%). Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. No caso do direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados basicamente aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa de juros do crédito para as famílias subiu 0,2 ponto percentual, para 7,9% ao ano. Para as empresas, a taxa ficou em 8,7% ao ano. A inadimplência ficou estável para pessoas físicas (1,9%) e jurídicas (0,5%). O saldo das operações de crédito do sistema financeiro, incluídos recursos livres e direcionados, chegou a R$ 2,804 trilhões em maio, com elevação de 1% no mês e de 12,7% em 12 meses. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, esse estoque correspondeu a 56,1%, contra 56% em abril e 54,5% em maio de 2013.
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