SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 25 DE JULHO DE 2014
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BC libera R$ 45 bi para crédito e diz que medida não afeta projeção de inflação Fonte: Jornal de São Paulo Online EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA 25/07/2014 11h 34 As medidas anunciadas nesta sexta-feira (25) pelo Banco Central para estimular o crédito representam um estímulo de mais de R$ 45 bilhões. A liberação dos recursos, entretanto, dependerá da vontade dos bancos de emprestar. Hoje, o total de crédito na economia é de quase R$ 3 trilhões. A decisão do BC afeta, principalmente, o crédito ao consumo. Há medidas adicionais, por exemplo, para incentivar o financiamento de veículos e motos, mas que também dependem do apetite do sistema financeiro por esses negócios. O BC disse que as mudanças, anunciadas um dia após a instituição afirmar que não vai cortar os juros por causa da desaceleração econômica, não alteram suas projeções para a inflação. Do valor a ser liberado, R$ 30 bilhões se referem aos depósitos compulsórios sobre recursos a prazo. O dinheiro poderá ser utilizado por grandes bancos para comprar operações de crédito de instituições menores. Se preferirem, as instituições de maior porte também podem usar o dinheiro diretamente para empréstimos ao consumidor em negócios com veículos e motos. O número de bancos de menor porte que podem vender carteiras foi ampliado pelo BC de 58 para 134. O depósito compulsório é um dos instrumentos que o Banco Central usa para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. O mecanismo influencia o crédito disponível e as taxas de juros cobradas. Por meio do compulsório, os bancos são obrigados a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. Quando reduz o compulsório, o BC dá aos bancos mais dinheiro para emprestar aos seus clientes. Isso pode ajudar a reduzir os juros bancários ou, em momentos de mais escassez de dinheiro, impedir que sequem as fontes de crédito para o consumidor e para empresas. PSI O BC também vai permitir que um número maior de bancos utilize 20% do compulsório sobre depósitos a vista para fazer empréstimos dentro do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), linha de crédito criada na crise 2008 para financiar a produção com juros mais baixos. Essa medida tem impacto de mais R$ 200 milhões. O governo também mudou regras para estimular empréstimos acima de cinco anos (60 meses) ao consumo. Para isso, decidiu que o capital que os bancos precisam ter para cobrir essas operações mais longas pode cair de acordo com o pagamento de prestações. A medida libera outros R$ 10 bilhões. Hoje, um empréstimo acima desse período exige do banco o dobro de capital até a quitação da operação. Agora, a exigência cai quando o número de prestações a vencer for menor que 60 meses. Essa medida pode ter impacto, principalmente, no crédito automotivo e consignado, embora se direcionada a todo o crédito ao consumo. EMPRESAS Por fim, o BC vai estimular empréstimos a pequenas empresas (até R$ 3,6 milhões de faturamento bruto anual), com impacto estimado de R$ 5 bilhões. Hoje, a exigência de capital praticamente inviabiliza que o banco empreste mais de R$ 600 mil para uma mesma empresa. O estímulo visa esticar esse limite para R$ 1,5 milhão. O chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sérgio Odilon dos Anjos, afirmou que a instituição está revisando medidas adotadas no fim de 2010, quando os riscos no mercado crédito eram maiores. 2
Ontem, o BC afirmou na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) que, após anos em forte expansão, arrefecida com a introdução das medidas macroprudenciais de 2010, o mercado de crédito voltado ao consumo passou por uma moderação. "Nos últimos trimestres observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos, de outro, desalavancagem das famílias", afirmou. "Portanto, infere-se que os riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados."
Opinião: Não há espaço para redução da taxa de juros no curto prazo Fonte: Jornal de São Paulo Online 25/07/2014 O mercado financeiro tem dessas coisas; quando o futuro perde o norte esperado, disparates surgem aqui e acolá tentando colocar ordem no insondável, e algumas percepçõesequivocadas se estabelecem como verdade. O último delírio coletivo foi a leitura de que, dado a atividade baixa e a inflação em queda na margem, o BC iria cortar os juros em setembro. Essa ideia não faz sentido por dois motivos. O primeiro é que em setembro o IPCA em 12 meses estará batendo seu pico de inflação (projeto 6,77%). Seria um esforço retórico de monta explicar ao mercado, e, principalmente, à sociedade, porque a autoridade monetária resolveu cortar os juros com a inflação estourando o teto da meta. O segundo motivo é mais tático. Cortar os juros antes da eleição presidencial seria um enorme salto no escuro uma vez que a variável fiscal será apenas decidida em outubro, com a eleição. Fazer um movimento antes de decidido o pleito seria assumir uma trajetória do superavit muito incerto, afinal, se há uma diferença entre os candidatos é, em tese, seus compromissos fiscalistas. Não seria sábio fazer isso. O mercado esquece que queria ver a Selic subindo até pouco tempo atrás, e o mercado também esquece que, se confirmada a vitória de Aécio, Armínio tende a subir. Porque iria cair a taxa agora? Nonsense típico de momentos de muita incerteza. O fato de surgir uma percepção equivocada como essa revela, porém, algo muito precioso. O mercado não sabe qual a trajetória esperada dos juros; a curva de juros pode ficar ªflatº e isso é sinal de indefinição que antecede formações de novos consensos. O Brasil vive um momento importante, em que o amadurecimento do Plano Real fez as taxas de juros caírem para patamares inéditos. A dúvida é: os juros vão continuar caindo como tem ocorrido desde o início do Plano Real? Minha resposta é sim, mas lá para o final de 2015. E o motivo é simples; não importa quem ganhe, o espaço para elevação dos juros é reduzido. Já pagamos mais que o dobro de juros que o segundo colocado, e subir mais os juros não vai resolver a inflação propriamente e apenas iria apreciar o Real. A margem de manobra é pequena no campo macro, 2015 será o ano da microeconomia. Esqueça mudanças drásticas.
Copa eleva gasto de estrangeiros no Brasil a nível recorde Fonte: Jornal de São Paulo Online EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA25/07/2014 11h54 Os gastos de turistas estrangeiros no Brasil somaram US$ 797 milhões em junho, mês que abrange as primeiras semanas da Copa do Mundo. O valor é recorde para todos os meses da série histórica iniciada pelo Banco Central em 1947. 3
O valor ainda está distante, entretanto, do que os brasileiros gastam no exterior. No mês passado, foram gastos US$ 2 bilhões fora do país por pessoas residentes no Brasil, valor recorde para meses de junho. Nos primeiros seis meses de 2014, as receitas do Brasil com turismo cresceram 5%, para US$ 3,6 bilhões. As despesas no exterior aumentaram 2%, para US$ 12,5 bilhões. Os dois valores são recordes. A diferença entre os dois números foi de US$ 8,7 bilhões no semestre. O valor corresponde a cerca de 20% do deficit do país em todas as suas transações de bens e serviços com o exterior.
O recado do BC Fonte: Jornal de São Paulo Online25/07/2014 10h51 O Banco Central não poderia ter sido mais explícito. Em documento divulgado ontem, informou que "a estratégia não contempla redução do instrumento de política monetária". Ou seja, não vai reduzir os juros. O recado é para fora e para dentro do governo. Assessores presidenciais, preocupados com os efeitos da desaceleração da economia na reeleição da presidente, defendiam nos corredores de Brasília que o BC devia cortar os juros. O mercado, já acostumado a uma autoridade monetária que cede aos apelos do Planalto, começou a apostar numa queda da taxa Selic, o que poderia piorar as expectativas de inflação. O BC fez questão de mostrar que errariam feio. Não faz sentido cortar juros com a inflação acumulada em 12 meses ultrapassando o teto da meta de 6,5%. A decisão de interromper o aperto monetário com esse nível de aumento nos preços já foi uma afronta ao sistema de metas de inflação. Mas o BC pagou hoje um pedágio pela decisão: reduziu o nível de depósito compulsório dos bancos, liberando mais dinheiro para emprestarem. É o famoso tirar com uma mão e dar com a outra: esfria a economia de um lado e aquece de outro. Vai adiantar? É provável que não dado o baixo apetite dos bancos por conceder crédito e, principalmente, das famílias para tomar mais dívidas. A economia está realmente muito fraca e é bem provável que o PIB tenha encolhido no segundo trimestre - uma situação delicada para Dilma explicar às vésperas da eleição, que será utilizada pela oposição. O aperto monetário feito pelo BC é um dos responsáveis por parte dessa desaceleração, mas está longe de ser o único. A falta de credibilidade da política fiscal, a incerteza gerada pelo intervencionismo do governo, e a paradeira provocada pela Copa e pelas próprias eleições são fatores tão ou mais importantes. O fraco crescimento da economia é responsabilidade do Planalto e do ministério da Fazenda. A missão do BC é controlar a inflação. É urgente mudar o rumo da política fiscal para ajudar na tarefa de colocar a economia de volta aos trilhos. Mas quem quer fazer a lição de casa quando é mais fácil passar o problema para frente?
Economia do Reino Unido cresce e recupera produção perdida na crise Fonte: Jornal de São Paulo Online DA REUTERS25/07/2014 Com o resultado do segundo trimestre, a economia do Reino Unido conseguiu avançar e ficar maior do que o registrado antes da crise financeira internacional há seis anos.
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O Produto Interno Bruto (PIB) do país expandiu 0,8% no período entre abril e junho sobre o trimestre anterior, no mesmo ritmo dos três primeiros meses do ano e em linha com as estimativas de economistas. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 3,1%, ritmo mais rápido desde o final de 2007, informou a Agência para Estatísticas Nacionais nesta sextafeira (25). Isso significa que a produção econômica total foi 0,2% maior do que no primeiro trimestre de 2008, seu pico anterior. A economia do Reino Unido ficou praticamente estagnada após a recessão de 2008/09. Mas voltou à vida no ano passado, e o país deve ser o que mais cresce no grupo das nações mais ricas do mundo neste ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). O Fundo estima que o Brasil tenha crescimento de 1,3% neste ano. SERVIÇOS A Agência inglesa informou que o dominante setor de serviços novamente liderou, com expansão de 1,0% no segundo trimestre sobre os três meses anteriores, crescimento trimestral mais rápido deste o terceiro trimestre de 2012. Mas em uma lembrança do desafio de colocar a economia em um caminho sustentável no longo prazo, a indústria avançou apenas 0,2% entre abril e junho, sua taxa de crescimento mais fraca em mais de um ano.
Governo fecha a lojinha Fonte: Jornal de São Paulo Online 25/07/2014 No que diz respeito à economia, o governo Dilma Rousseff deixa transparecer que estão praticamente encerradas as suas atividades além da rotina burocrática. Ontem, o Banco Central afirmou que não vai mais mexer na política monetária (pode até mexer, mas afirmou que não vai). A atual taxa básica de juros, com o auxílio do Pibículo e do câmbio ("dólar") mais ou menos tabelado, baixaria a inflação para perto da meta lá por meados de 2016, afirma o Banco Central. Faz uma quinzena, o governo editou o que disse ser o último pacote de remendos destinado a evitar uma baixa crítica da rentabilidade das empresas, o que deve ajudar a evitar um surto de desemprego. Eram medidas derradeiras e cansadas de "estímulo econômico" compiladas numa medida provisória. No mais, a atividade do governo deve se resumir aos estertores de um remendo já previsto. Ou seja, arrumar trocados a fim de evitar que as contas públicas fiquem num vermelho muito escuro. Como se soube nesta semana, a arrecadação do governo federal praticamente não cresceu na primeira metade deste 2014 (alta de 0,28%, se descontada a inflação). A despesa cresce, mesmo que não se invente gasto novo. Até o final do ano, a gente vai ver de novo o show de mágicas e milagres com os quais o governo vai pretender dar aparência menos lastimável ao seu balanço, o que será tão convincente quanto a realidade de, bem, um show de mágica. O encerramento sem cerimônia da política econômica contou também com um mea culpa anônimo, um tanto espantoso e ainda não renegado, o reconhecimento de que a agitação ativista do governo foi infrutífera, pelo menos no que diz respeito aos tabelamentos ou tentativas de limitação de preços e lucros (gasolina, eletricidade, passagens de transporte público, juros, rentabilidade de privatizações). Assim vai seguir a economia, no meio do caminho, sem crescer nem resolver os problemas que estorvam ao menos a retomada de um crescimento "normal" (3%?), triste e fatigada como no poema de Olavo Bilac, parada de súbito na estrada da vida. Diga-se, mais uma vez, que não deve haver crise operística, frequentes até 2002, pois a economia tem gordura para queimar, reservas e melhoras acumuladas entre 1994 e 2008, por 5
aí. Isto é, não deve haver colapso de natureza econômica, de origem doméstica, embora se possa dizer que o crescimento da renda per capita abaixo de 1% ao ano (média entre 2011 e 2014) seja algo desastroso para um país ainda algo pobre. O mundo lá fora pode nos contaminar, não apenas devido a tumultos econômicos, vide as ondas recentes de mortícinios. A política econômica americana vai mudar, ou pelo menos os donos do dinheiro grosso podem antecipar tal mudança, talvez a partir do trimestre final deste ano, segundo o novo zum-zum-zum da praça financeira mundial. Pode não dar em nada de grave, pode haver novo surto de loucura especulativa, como se viu no ano passado e no início deste. No mais, haverá reflexos e paniquitos da eleição muito incerta e especulação sobre o que será do novo governo, que não será fácil para ninguém.
Renda agrícola deve recuar pouco em 2015, diz analista Fonte: Jornal de São Paulo Online 25/07/2014 O próximo ano não deverá ser tão ruim como se prevê, apesar da estimativa de redução dos preços das commodities. "Estamos olhando para a próxima safra como se a previsão atual de boa produção mundial já estivesse concretizada. Muita coisa ainda pode acontecer." A avaliação é do analista José Pitoli, de Cornélio Procópio, norte do Paraná. Vai haver queda, mas os preços das commodities não vão ser tão ruins, aponta ele. O produtor deverá se preparar, no entanto, para uma redução de 10% a 15% na renda, em vista desse novo cenário de recuperação da produção mundial, principalmente nos Estados Unidos.
Colheita de milho em Sertaneja, no Paraná; produção elevada reduz preços do cereal
As receitas deverão ser menores, mas os custos de produção param de subir. As indústrias de insumos normalmente acompanham a renda dos produtores e aproveitam o período de boa renda no campo para "a formação de uma gordura", afirma ele. Nos tempos menos favoráveis, pisam no freio nos reajustes de preços, acrescenta. Um dos motivos que fazem Pitoli acreditar em um cenário menos complicado no próximo ano, principalmente no setor de milho, é a demanda pelo cereal. A indústria brasileira de carne cresce, principalmente com a evolução das exportações, e os preços do cereal têm um limite para a baixa. A soja também cai de preço, se forem confirmados os patamares previstos de produção, mas a oleaginosa tem mercado garantido devido à demanda chinesa. Os preços das commodities em Chicago já refletem essa expectativa de boa produção na safra 2014/15. O primeiro contrato de soja está sendo negociado com queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o do milho caiu 29%. 6
O trigo, que apontava bons preços antes da safra, também cai. A queda, no entanto, tem limites. Dos R$ 41 por saca, o cereal voltou para R$ 37 devido ao aumento do número de contratos de venda nas últimas semanas, de acordo com Pitoli. Um dos fatores determinantes da renda do produtor na próxima safra serão os fretes, segundo o analista. Uma estrutura de transporte desfavorável –somada à possibilidade da recomposição da defasagem dos preços internos dos combustíveis em relação aos internacionais– vai colocar pressão ainda maior nos custos do agronegócio. Pitoli acredita que o produtor esteja preparado para a redução de preço das commodities porque está capitalizado, após o período de alta nos últimos anos. Ele acredita, no entanto, que a queda de preços vá provocar pressões no governo para que disponibilize todos os mecanismos disponíveis de comercialização. Ele acredita que, com a queda dos preços externos e o consequente reflexo interno, vai ser necessária a adoção desses mecanismos que o governo tem. Alguns produtos, como o milho, vão ter preços inferiores aos do mínimo em algumas regiões. Cana A moagem nesta safra atinge 244 milhões de toneladas e supera em 8% a de igual período de 2013. O rendimento, no entanto, é de 79,3 toneladas por hectare, 4% menos, segundo a Unica. Nova queda O preço da arroba de boi gordo caiu para R$ 118 em São Paulo, onde os negócios são poucos, aponta a Informa Economics. Leite A catarinense Ordemilk comprou as operações no Brasil da Boumatic, norte-americana de equipamentos para a cadeia do leite. Ampliação Com o negócio, a Ordemilk faz investimentos iniciais de R$ 5 milhões e quer ampliar a linha de produtos e equipamentos no setor. Algodão Preço tem forte queda no mercado externo Os preços do primeiro contrato do algodão caíram 3,4% nesta quinta (24) em Nova York, para 66,4 centavos de dólar por libra-peso. A forte redução ocorre devido à previsão do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de que os estoques mundiais deverão subir 5% no próximo ano.
Termina sem acordo reunião entre governo e credores da Argentina em NY Fonte: Jornal Valor Econômico Online Marli Olmos 25/07/2014
BUENOS AIRES - O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, disse hoje que Argentina está disposta a negociar com os credores “sem extorsões”. “Estamos dispostos pagar a todos em condições equitativas, justas, legais, sem violar a lei argentina e nem estrangeira e com base numa negociação plausível”, disse. Já terminou em Nova York
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reunião desta sexta-feira entre representantes do governo argentino e os dos fundos que não aceitaram a reestruturação da dívida do país, com a mediação do advogado Daniel Pollack, novamente sem acordo entre as partes. “Ninguém quer um default, ninguém festeja um default”, destacou Kicillof em Buenos Aires. O ministro voltou a considerar que o depósito referente pagamento aos credores no último dia 30 mostra que a Argentina paga da forma “como faz habitualmente”. “Há um bloqueio dessa cobrança, que está funcionando como um instrumento extorsivo para o país”, disse. Para ele, o país “sofre um ataque violentíssimo de capitais especulativos, conhecidos como fundos ‘ abutres’”. Segundo Kicillof, a sentença do juiz americano Thomas Griesa, em favor dos fundos liderados pelo NMl, é algo “inédito e insólito e uma tentativa de jogar abaixo a reestruturação da dívida do país”.
IDH do Brasil cresce, mas a um ritmo mais lento, aponta Pnud Fonte: Jornal Valor Econômico Online Raphael Di Cunto | De Brasília 25/07/2014 às 05h00 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil no ano passado chegou a 0,744, aumento de 0,23% ante 2012, o que fez o país subir uma posição no ranking, para 79º lugar, empatado com Geórgia e Granada. Em expansão contínua desde 1980, o IDH tem crescido menos nos últimos anos, fenômeno que se acentuou com a crise econômica internacional de 2008 - e que é verificado na maioria dos outros 186 países pesquisados e em especial na América Latina e Caribe -, de acordo com o relatório Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado ontem. O IDH mede o desenvolvimento humano dos países e é calculado com base em dados de saúde, educação e renda. O índice varia de zero a um. Quanto mais próximo de um, mais desenvolvida é a nação.
O indicador brasileiro melhorou por dois motivos, de 2012 para o ano passado: a expectativa de vida dos brasileiros passou de 73,7 anos para 73,9 anos e o rendimento nacional bruto (RNB) per capita foi de US$ 14.081 para US$ 14.275. A expectativa de anos de estudo (de 15,2 anos) e a média de anos de estudo (7,2) permaneceram iguais pela falta de dados mais recentes. O congelamento dos dados sobre educação fez o governo brasileiro convocar coletiva ontem para rebater o Pnud e dizer que os números mais atuais elevariam o IDH em 2,69%, para 0,764. Com a mudança, diz o governo, o Brasil saltaria da 79º posição no ranking para a 67º - cálculo 8
que não considerou, contudo, avanço de outros países que também tivessem dados mais atuais disponíveis e que não foram usados. "Reconhecemos a complexidade de fazer um relatório com 187 países e com parâmetros que permitam comparação. Mas o Brasil tem dados disponíveis atualizados que não foram usados, enquanto vários países têm dados mais atuais no relatório do que os nossos", afirmou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. O governo reclamou da exclusão das matrículas de crianças de cinco anos que estão na préescola e de adultos com mais de 40 anos que frequentam o ensino fundamental e médio, parâmetro adotado pela Unesco, e do dado ser de 2012. Se for acrescentada essa parcela da população e usado o dado de 2013, diz o governo, a expectativa de escolaridade passaria de 15,2 para 16,3 anos. Também houve críticas ao número atribuído à média de anos de estudo da população com 25 anos ou mais, que no relatório do Pnud é de 7,2 anos de estudo, referente ao ano de 2009. O dado mais atual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2012, apontaria uma média de 7,6 anos. O Pnud argumenta que fez a coleta de dados até novembro de 2013 e que o dado ainda não estava disponível. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, questionou ainda que a expectativa de vida brasileira no relatório é de 73,9 anos. Chioro disse que o dado do Banco Mundial, coletado no IBGE, é de 2009, e que o número mais atual, de 2013, é de 74,8 anos. As informações do Pnud, contudo, foram retiradas do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, segundo as notas técnicas do IDH. Apesar das críticas à metodologia, que ocorrem todos os anos, o governo comemorou os resultados. O país foi citado 20 vezes no relatório como exemplo de políticas para o desenvolvimento humano, com destaque para o Bolsa Família, o aumento de renda das famílias mais pobres, o alto índice de emprego, adoção de políticas anticíclicas em resposta à crise de 2008 e redução das disparidades raciais. O Brasil também foi um dos 18 países, entre os 102 que estão na categoria de muito alto e alto desenvolvimento humano, que melhoraram no ranking em relação a 2012. Na lista geral, 38 nações subiram de posição e 35 caíram. Desde 1980, o IDH brasileiro melhorou 36,4%, o que representa aumento anual médio de 0,95% - um dos melhores desempenhos da América Latina e Caribe. Segundo o coordenador da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, Jorge Chediek, o desenvolvimento social brasileiro desde 1980 é resultado de ações políticas como a restauração da democracia, uma Constituição que estabeleceu novo pacto social, a estabilidade macroeconômica atingida nos anos 1990, a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a expansão e universalização da educação e a luta contra a extrema pobreza. "O Brasil foi um dos países que mais melhoraram, mas não está melhor, porque, embora tenha feito muita coisa nos últimos 20 anos, ainda tem um passivo muito grande. Basta ver que em 1980 metade dos brasileiros maiores de 25 anos tinha média de 2,6 anos de estudo. Eram praticamente analfabetos", diz Chediek. A melhora do IDH, porém, tem desacelerado ao longo das décadas, acompanhando o desempenho do continente. Entre 1980 e 1990, o índice cresceu em média 1,16% ao ano. Na década seguinte, o IDH do país aumentou 1,10% anualmente. De 2000 a 2008, o índice subiu 0,87% ao ano, e desacelerou para 0,34% desde então. Se considerado o IDH defendido pelo governo ontem, o Brasil seria uma das exceções e teria crescimento de 0,88% ao ano no período pós-crise. 9
De acordo com o Pnud, todos os continentes e categorias de desenvolvimento tiveram um avanço menor no período 2008-2013 em comparação com 2000 a 2008, mas a crise econômica não foi a única responsável pela desaceleração. As nações com mais alto índice de desenvolvimento já vinham apresentando crescimento menor mesmo antes do estouro da bolha financeira nos Estados Unidos, e os países africanos, que puxaram a alta no começo dos anos 2000, esbarraram nas dificuldades de se avançar a patamares mais elevados. Para Cheidik, o desafio brasileiro é diminuir a diferença entre pobres e ricos. "O Brasil precisa reduzir muito a desigualdade e aprimorar a resiliência para evitar que os milhões que saíram da pobreza voltem no futuro", disse. O IDH Ajustado à Desigualdade (IDHAD) mostra que o Brasil perde 27% de sua pontuação no IDH quando considerada a diferença de poder aquisitivo e o acesso à educação e saúde entre a população de menor renda e a de maior poder aquisitivo. O índice brasileiro cairia para 0,542, o que derrubaria o país 16 posições do ranking. A lista, contudo, não é divulgada, porque não há dados sobre todos os países. A queda no IDH brasileiro quando avaliada a desigualdade de renda e oportunidades é maior que a média global, de 22,9%, e é a segunda maior entre as nações com grau de desenvolvimento muito alto e alto - só fica abaixo da do Irã, que perde 33,6% de sua pontuação no IDHAD.
BC projeta déficit em conta corrente de US$ 6,7 bilhões em julho Fonte: Jornal Valor Econômico 25/07/2014 BRASÍLIA - O Banco Central (BC) projeta déficit em conta corrente de US$ 6,7 bilhões para o mês de julho. Segundo chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (Depec/BC), Fernando Rocha, caso esse dado se confirme, haverá nova redução no déficit acumulado em 12 meses, para US$ 78,9 bilhões, contra os US$ 81,193 bilhões vistos nos 12 meses até junho. Para o investimento estrangeiro direto (IED), a projeção do BC é de ingresso de US$ 5,2 bilhões. Na parcial do mês de julho, até o dia 23, o IED somava US$ 4 bilhões. Rocha também citou que a entrada de US$ 3,924 bilhões no Brasil na forma de investimentos estrangeiros diretos (IED) no mês passado foi a menor quantia apurada para meses de junho desde 2010. Ele avaliou, porém, que esse resultado é “pontual”. A análise de Rocha se baseia na entrada de IED no primeiro semestre deste ano, que foi de US$ 29,264 bilhões, resultado parecido com o mesmo período de 2013, quando essa entrada foi de US$ 29,989 bilhões.
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Juros futuros operam em queda na BM&F com ajuste de posições Fonte: Jornal Valor Econômico Online Antonio Perez25/07/2014 às 10h45 SÃO PAULO - Depois da forte alta de ontem, na esteira da divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), os juros futuros operam hoje em queda na BM&F, com as tesourarias ajustando as posições. Segundo operadores, a perspectiva é de que sejam mantidas na curva a termo chances, embora pequenas, de redução da Selic ainda neste ano. Como sinalizado na ata ontem, segundo interpretação majoritária dos analistas, o BC anunciou hoje o relaxamento de medidas macroprudenciais, como as exigências de recolhimentos compulsórios. A leitura inicial é que o BC trocou o uso de um instrumento abrangente de desaperto monetário (a meta da taxa Selic) por uma medida que específica de estímulo ao crédito. As mudanças no compulsório liberam para os bancos um valor estimado em R$ 30 bilhões. A sensação entre operadores é que o BC tenta evitar a imagem de leniência com a inflação ao manter a Selic em 11% ao mesmo tempo em que busca combater o desaquecimento da economia com um desperto das condições de crédito. “É uma flexibilização monetária que não passa pela mudança da taxa de juros. É mais impulso para o consumo, para a demanda, o que não combina com a inflação ainda elevada”, afirma Flávio Serrano, economista sênior do BES, que não vê uma moderação relevante do ritmo de alta dos índices de preços nos próximos meses. Para Serrano, a despeito da sinalização do BC de que não pretende cortar os juros, o mercado deve manter embutida na curva a termo uma ligeira possibilidade de afrouxamento monetário ainda neste ano. Isso porque o BC comandado por Alexandre Tombini tem um histórico de mudanças abruptas de direção e há possibilidade de retomada das pressões por um corte caso a economia desande ainda mais. Lá fora, os Treasuries operam em leve queda, o que contribui para tirar um pouco do fôlego dos juros futuros a partir do vértice 2017, que são mais sensíveis ao ambiente externo. Contratos de DI para janeiro/2015 são negociados a 10,76% (ante 10,78% ontem, após ajustes); DI janeiro/2016 a 11,03% (ante 11,09%) e DI janeiro/2017 a 11,25% (ante 11,29%).
Educação, eleições e o PNE Fonte: Jornal Valor Econômico Online 25/07/2014 às 05h 00 Em seu editorial de 10 de junho, o Valor apresentou a crítica mais contundente e pertinente sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), recém-aprovado pelo Congresso. A única nota otimista do referido editorial é a esperança de que o Plano não será implementado. Dada a expectativa, cabe indagar: se todas as críticas ao PNE são corretas e pertinentes, onde estava o setor privado e as associações de classe durante sua discussão e votação? Olhando para a frente, indagamos: como será o diálogo do setor produtivo com os candidatos à Presidência da 11
República, considerando que os três principais postulantes já se manifestaram a favor do plano e um deles já colocou a execução de suas metas como compromisso de campanha? O PNE ilustra o processo equivocado de formulação e aprovação de políticas que vem predominando no Brasil. Abre-se inicialmente um processo de consulta, que em tese é amplo e que na prática acaba controlado pelos especialistas em manipulação, hoje devidamente instalados em todos os setores do Estado e níveis federativos, com predominância no federal. Ao invés de se debaterem teses e propostas fundamentadas, constrói-se uma colcha de retalhos em que as reivindicações dos que falam mais alto vão ganhando corpo. É a vontade de cada um predominando sobre o interesse coletivo. As alianças entre os grupos de poder e concessões feitas aqui e ali arrematam o processo, dentro de um governo federal que se tornou totalmente aparelhado. No Congresso Nacional o esquema de pressão funciona com perfeição. Os grupos da "sociedade civil (ou incivil?) organizada" se instalam nos gabinetes e aterrorizam os poucos parlamentares que ousam discordar de suas propostas - usando e abusando das redes sociais para denegrir as vozes discordantes em suas bases eleitorais. Técnicas "inovadoras" de votação adotadas pela atual presidência trazem as vozes da sociedade organizada para dentro do Plenário, coagindo os parlamentares com bandeiras, gritaria e outros rituais que desmoralizam o Parlamento e o processo democrático. No fim deu no que deu - uma lista de 20 prioridades desconjuntadas e mais de uma centena de indicadores e metas. Se tudo for implementado, o Brasil vai dobrar o investimento público em educação e, como corretamente previu o editorial do Valor, nada vai acontecer com o resultado. O brasileiro quer mudanças. O país precisa mudar, desenvolver seus recursos humanos, tornar-se produtivo e competitivo. No século XXI, os fatores que contribuem para o pleno desenvolvimento humano, especialmente na área cognitiva e social, são os mesmos que contribuem para o desenvolvimento econômico: educação, produtividade e desenvolvimento andam de mãos dadas. O processo de elaboração do PNE demonstra que nosso sistema democrático carece de instituições fortes e de processos adequados para apresentar ideias transformadoras. O conteúdo das discussões e o conteúdo do que foi aprovado demonstram que falta ao Brasil uma visão clara do que efetivamente promove mudanças em educação. Continuamos na linha dos anos 50 de que mais é melhor. Qual o papel do empresariado nessa história? Depois do indivíduo, o setor produtivo é o maior interessado em que o país tenha uma educação de qualidade. A falta dela significa enormes custos de recrutamento, seleção, treinamento e retreinamento de pessoas e perda de produtividade. A qualidade dos serviços no Brasil tem como resultado intermináveis aborrecimentos no cotidiano do cidadão e é matéria de chacota na mídia internacional. O período da Copa do Mundo prova isso. Os empresários perdem dinheiro com educação de má qualidade, mas silenciam diante de um plano que vai manter o status-quo com maiores custos.
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Nunca o setor privado local participou tanto das questões da educação. Milhares de companhias engajam-se em atividades pertinentes à educação, dentro da empresa, no seu entorno ou em parceria com outras. Empresários criam, participam, promovem ou financiam governos, instituições e ações em prol da educação. Alguns deles até participam de instituições e ações de nível mais amplo. E as Federações e Confederações nacionais de empresários têm papel, peso e voz importante nas decisões nacionais. Nada disso parece ter funcionado no caso do PNE. E o tema merece análise. Por que, diante de um problema que afeta a sobrevivência das empresas, os empresários, individual e coletivamente foram incapazes de se mobilizar? Ou, talvez, tenham se mobilizado do lado errado? Por que só agora a mídia, como fez o Valor, põe a nu o retrocesso representado pelo PNE? O desafio ao setor produtivo é gigantesco. Embora insatisfeito com a educação, o setor não tem uma proposta para ela. E certamente esse não é o seu papel. Também não tem exercitado critérios para avaliar o custo da má qualidade da educação, resigna-se a pagar a conta e repassá-la aos custos. Não se habituou a promover avaliações independentes ou a fazer valer a sua voz a partir das avaliações existentes. No caso da discussão do PNE, limitou-se a ficar de fora do debate e garantir interesses menores em fatias do Pronatec. Este é o Brasil que temos hoje. E estamos diante de um pleito eleitoral que pode mudar essa situação. Há pouco mais de vinte anos, uma campanha na televisão tinha como slogan a seguinte frase: "se o seu candidato não sabe como mudar a educação, mude de candidato". Como o rol de candidatos está praticamente fechado, a opção que nos cabe é outra. Quem sabe convencer algum candidato e fazê-lo mudar de ideia sobre as ilusórias bondades do PNE? É o que nos resta tentar. E cabe à mídia criar espaço para essa reflexão.
A Argentina e o direito internacional Fonte: Jornal Valor Econômico Online25/07/2014 às 05h 00 Em 2001 a Argentina declarou uma moratória no pagamento de sua dívida externa. A suspensão dos pagamentos se estendia a títulos emitidos nos Estados Unidos de 1994 a 2001. Como resultado de negociações com os portadores desses títulos, o país conseguiu substituir, em 2005 e em 2010, a quase totalidade dos papéis. O fato de que alguns poucos investidores, entre os quais aqueles que compraram tardiamente os títulos - bem depois da moratória -, tenham optado pela cobrança judicial perante os tribunais de Nova Iorque dá lugar hoje a um risco de crise e novo calote.
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Os títulos originários continham uma disposição, conhecida por pari passu, que impõe ao país devedor a obrigação de não subordinar esses papéis ou lhes dar condições menos privilegiadas que outros de mesma natureza. Quando a Argentina renegociou a dívida, deixou muito claro, passando inclusive legislação nesse sentido, que os detentores de títulos que não se incorporassem ao processo de substituição dos papéis enfrentavam o risco de não-pagamento. E desde então, de fato, o país tem cumprido fielmente o cronograma de pagamentos dos títulos substituídos e não tem pago os que restaram. O que decidiram os tribunais de Nova York, e o que foi finalmente confirmado pela Suprema Corte Americana, é que a interpretação correta da cláusula pari passu impõe a conclusão de que as decisões e a legislação argentinas, bem como o pagamento apenas dos títulos decorrentes da renegociação, são violações da igualdade de tratamento devida originalmente. Essa decisão está fundada na interpretação que fazem da lei de Nova York que, segundo os termos dos títulos emitidos, é a lei aplicável às controvérsias que viessem a surgir. E a decisão é tomada pelos tribunais do mesmo Estado americano porque também isto está previsto em cláusula de foro competente. Normalmente, por conta do princípio da soberania dos Estados, um país não pode ser submetido à jurisdição dos tribunais de um outro, a não ser que o faça voluntariamente. Tratase da imunidade de jurisdição à qual o Estado pode, portanto, renunciar. E esta renúncia houve, aos olhos dos tribunais, pela aceitação dos termos dos títulos. Mas, para além da imunidade de jurisdição, há aquela imunidade dita de execução, ou seja, a impossibilidade de se executar as obrigações de um Estado diante da jurisdição de um outro, ainda que ele tenha renunciado à imunidade de jurisdição e tenha sido com base nessa renúncia condenado. É esta limitação que dá um sentido especialmente problemático ao caso argentino. Tanto a imunidade de jurisdição quando a de execução são regras do direito internacional público razoavelmente uniformes na sua compreensão. No entanto, cada Estado tem a sua própria formulação dessas normas. É por conta desse possível desencontro entre a interpretação dos tribunais nacionais e a formulação no direito internacional que surge a discussão sobre a possibilidade de a Argentina levar essa controvérsia à Corte Internacional de Justiça.
O Judiciário americano fundou sua decisão numa lei interna federal sobre a imunidade e interpretou seus termos como restrições a que as autoridades nacionais pudessem de algum modo penhorar ou apreender bens argentinos presentes no território americano. Diante dessa restrição, decidiu o tribunal de Nova York, apoiado mais tarde pela Suprema Corte, que as medidas aptas, e permitidas, a dar força ao seu julgamento eram basicamente 14
duas: por um lado, sem tomar posse dos recursos argentinos porventura existentes em bancos, impedir que a Argentina opere os pagamentos aos detentores dos títulos renegociados a não ser que o faça na mesma proporção em relação aos títulos dos que se recusaram a negociar; por outro lado, permitir que se demande de bancos e outros informações sobre bens argentinos existentes em qualquer lugar do mundo. Há aqui evidentemente uma questão problemática que diz respeito à interpretação que fazem os tribunais americanos da imunidade de execução e seus limites. Combinado isso com o efeito extraterritorial, que esta decisão se permite explicitamente, e que decisões de tribunais americanos tendem a ter por força da centralidade desse país nas relações econômicas internacionais, situações críticas podem surgir e se multiplicar. Por isso, a situação vivida pela Argentina suscita um debate sobre a conveniência de um acordo internacional para as renegociações de títulos de dívida soberana. A existência de regras válidas internacionalmente poderia ajudar a lidar com as incertezas que afetam tanto Estados quanto investidores nessas situações e que tendem a se agravar a partir da experiência argentina.
IPC-Fipe sobe 0,11% na 3ª prévia com forte alta em despesas pessoais Fonte: Jornal Valor Econômico Online25/07/2014 às 08h17
SÃO PAULO - Puxada por aumento com despesas pessoais e habitação, a inflação acelerou na cidade de São Paulo na terceira quadrissemana de julho. O Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) subiu para 0,11%, em comparação com o avanço de 0,04% na segunda apuração do mês. De uma pesquisa para outra, Despesas pessoais foram de aumento de 0,33% para 0,98%. Habitação passou de elevação de 0,22% para 0,33%. Houve ainda aceleração em Saúde, de 0,43% para 0,60% de incremento, e Educação, que subiu de 0,05% para 0,16%. Os alimentos, por outro lado, ajudaram a amenizar a inflação. O grupo passou de queda de 0,49% para recuo de 0,69%. Da mesma forma, Vestuário aprofundou a deflação, de 0,22% para 0,33%. Transportes, por sua vez, abrandou o ritmo de alta, indo de 0,10% para 0,07%.
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Ingresso de investimento estrangeiro direto em junho excede projeção Fonte: Jornal Valor Econômico OnlineEduardo Campos e Lucas Marchesini 25/07/2014 às 11h21 BRASÍLIA - O Brasil recebeu US$ 3,924 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED) em junho deste ano, informou o Banco Central (BC). O ingresso foi suficiente para cobrir integralmente o déficit em conta corrente do mês, que somou US$ 3,345 bilhões. Para o sexto mês do ano, o BC projetava um ingresso de investimento externo direto de US$ 3,6 bilhões. Para o ano, a estimativa é de US$ 63 bilhões. Em 2013, o ingresso de IED somou US$ 64,046 bilhões e financiou 79% do déficit em conta corrente, de US$ 81,075 bilhões. Em relação a junho de 2013, quando houve entrada de US$ 7,170 bilhões, o fluxo de IED caiu 45%. No acumulado do ano, o ingresso de investimento estrangeiro soma US$ 29,264 bilhões, abaixo dos US$ 29,989 bilhões vistos em igual período de 2013. Além do valor destinado à participação no capital de empresas no Brasil, também são classificados como investimentos diretos os empréstimos concedidos por matrizes de empresas multinacionais as suas filiais no país e vice-versa. Essa parte do IED, que são os empréstimos intercompanhias, respondeu por ingressos líquidos de US$ 387 milhões em junho, ante ingressos de R$ 1,373 bilhão em maio. Esses ingressos somaram US$ 22,401 bilhões no ano passado. Agora em 2014, estão em US$ 6,620 bilhões. O investimento direto propriamente dito (participação no capital), portanto, foi de US$ 3,537 bilhões em junho, inferior aos US$ 4,590 bilhões de um mês antes. No ano passado, o volume foi de US$ 41,644 bilhões. De janeiro a junho, o ingresso é de US$ 22,644 bilhões.
Copa esfria crédito imobiliário, que registra recuo de 19% em junho Fonte: Jornal Valor Econômico Online Felipe Marques | De São Paulo 25/07/2014 às 05h00 O crédito imobiliário vai precisar de um impulso no segundo semestre se quiser encerrar o ano crescendo na velocidade prevista pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Os desembolsos de financiamento imobiliário com recursos da poupança encerraram o primeiro semestre com R$ 53,1 bilhões concedidos, um crescimento de 7% na comparação com igual período de 2013, e longe da projeção da entidade para o fim do ano, de avanço de 15%. O mês de junho foi particularmente ruim, com a grande quantidade de feriados e os jogos da Copa do Mundo esfriando a venda de imóveis usados e os lançamentos de incorporadoras. No mês, foram desembolsados R$ 9 bilhões em empréstimos imobiliários, valor 19% menor que igual período do ano passado. Em junho de 2013, a modalidade bateu o recorde de 16
desembolsos desde o começo do real (R$ 11,2 bilhões). Ante o volume de maio, houve recuo de 7%.
Esse foi o primeiro mês desde setembro de 2012 em que houve uma queda na comparação com igual período do ano anterior. "Com os feriados e a Copa, junho parou", disse o presidente da Abecip, Octávio de Lazari Junior. Segundo o executivo, sem o "efeito junho", estimava-se um avanço próximo de 13% para o semestre. A Abecip segue apostando em um avanço de 15% para o ano e espera uma aceleração dos desembolsos no segundo semestre. "Mesmo com eleição, vamos chegar aos 15%", afirmou Lazari, ponderando que a segunda metade do ano costuma ser mais forte em crédito imobiliário. A melhora do segundo semestre, contudo, vai ter que esperar julho passar, já que o mês também sofreu os efeitos negativos do Mundial. "Agosto e setembro vão ser referências melhores para o resto do ano", disse. Os desembolsos de crédito para aquisição de imóveis somaram R$ 38,3 bilhões, com avanço de 8% na comparação anual. Olhando apenas imóveis usados, foram concedidos R$ 23 bilhões no período, queda de 0,07% ante 2013. Já para a construção de imóveis, foram R$ 14,8 bilhões desembolsados no semestre, um crescimento de 4% na mesma comparação. Quem deixou para financiar a casa própria no segundo semestre pelo menos não vai precisar se preocupar em pagar mais caro por isso. Segundo Lazari, a perspectiva de aumento de taxas de juros no crédito imobiliário nos próximos meses "tende a zero". "A oportunidade para aumento de taxas ficou para trás", disse, citando a forte competição no segmento. O executivo afirma que não chegou a 0,5% ao ano o acréscimo nas taxas de juros do financiamento imobiliário no rastro do aumento da Selic do último ano. "Quem mais corrigiu foram os bancos que estavam mais fora da curva, como os públicos. Se você olhar as taxas de juros dos bancos privados hoje, é difícil dizer qual é qual." A Caixa Econômica Federal, por exemplo, que cobrava 6,91% ao ano, em média, no financiamento habitacional em janeiro, passou a cobrar 7,46% em junho. No Bradesco, a taxa passou de 8,47% para 8,69% no mesmo período, segundo o Banco Central.
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Explosão de crédito leva dívida da China para 250% do PIB
São Paulo - A dívida total da China chegou a 250% do PIB, de acordo com um cálculo do banco britânico Standard Chartered. No final de 2008, o número estava em 147%. Isso significa que em menos de 6 anos, a China acumulou dívidas extras do tamanho da sua economia (a segunda maior do mundo). Só nos últimos seis meses, o aumento foi de 17 pontos percentuais. "A economia continuará sendo alavancada e o mercado continuará preocupado", diz Stephen Green, que assina o relatório. O problema não é o número em si. Em 2013, a relação entre dívida e PIB chegou a 260% nos Estados Unidos, 277% no Reino Unido e 415% no Japão, de acordo com o Financial Times. A diferença é que todos estes países são de alta renda e acumularam suas obrigações financeiras ao longo de um período maior. Na China, isso ocorreu de forma rápida e antes que o país enriquecesse. Desde a crise financeira, os chineses tem apostado fortemente no crédito como forma de sustentar suas altas taxas de crescimento. Historicamente, este é um processo que termina em crise financeira. Em março, o país registrou seu primeiro calote doméstico de bônus, da fabricante de equipamentos solares Chaori Solar, e muitos analistas afirmam que outros fatalmente virão. Conta a favor da China o fato de que a esmagadora maioria dessa dívida é doméstica. O governo central controla quase todo o sistema financeiro e a maior parte dos devedores, o que facilita e muito a rolagem da dívida. Mas o fato é que se a economia chinesa não caminhar para um modelo mais saudável, estará condenada à lei dos rendimentos decrescentes: precisar de "mais e mais crédito para entregar menos crescimento", nas palavras de Christopher Wood, economista do CLSA. O governo demonstra que está atento para o dilema, mas não hesita em insistir nos mesmos instrumentos de estímulo ao menor sinal de desaceleração. Por enquanto, tem dado certo, mas o sinal amarelo foi aceso.
Investimentos brasileiros no exterior chegou a US$ 391,5 bi Brasília - O estoque de investimentos de empresas brasileiras no exterior chegou a US$ 391,575 bilhões, em 2013, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (25). No ano anterior, esse total de investimentos estava em US$ 355,982 bilhões, e em 2011, em US$ 280,265 bilhões.
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Esses investimentos foram declarados por 27.014 pessoas físicas e 3.559 empresas. O investimento brasileiro direto, que vai para o setor produtivo da economia do país, chegou a US$ 295,382 bilhões, em 2013, contra US$ 266,252 bilhões, em 2012. Os investimentos em títulos e renda fixa totalizaram US$ 25,437 bilhões e em ações, a US$ 16,930 bilhões.
Banco Central vende US$ 198,7 milhões em swap Brasília - O Banco Central vendeu os 4.000 contratos de swap cambial ofertados nesta sextafeira, 25. A venda, no valor de US$ 198,7 milhões, foi apenas para o vencimento de 2 de fevereiro de 2015. A taxa nominal desses contratos ficou em 1,3033% e a linear, 1,269%. O PU mínimo foi de 99,338200 e não houve taxa de corte. Para o vencimento de 1º de junho de 2015 foram rejeitadas todas as propostas feitas pelos participantes do leilão. Os contratos negociados hoje terão como data de emissão e liquidação segunda-feira, dia 28 de julho. Essa operação faz parte do programa do BC de intervenções diárias no câmbio. Até o fim do ano, haverá leilões de 4 mil contratos de swap cambial de segunda a sexta-feira.
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