SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 26 DE MAIO DE 2014
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Decisão de proibir Facebook é idiota, diz Horts
Charles-Henri Besseyre des Horts, professor de recursos humanos e comportamento organizacional da escola de negócios francesa HEC Paris. A 12ª Expogestão 2014 – Congresso Nacional de Atualização em Gestão e Feira de Negócios e Relacionamentos – termina nesta sexta-feira, dia 23, com nomes de peso em seu congresso. A palestra do professor de Gestão de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional na HEC Paris CharlesHenri Besseyre des Horts na manhã de hoje, das 8h às 9h30, teve boa repercussão entre o público jovem. “Concordo plenamente que as empresas têm que se reinventar. A decisão de proibir o uso do Face book na empresa é idiota, porque as pessoas têm smartphones com 3G e/ou 4G e acessam as redes sociais da mesma maneira”, diz Horts. A revolução digital das pessoas teve um grande impacto nas empresas. “As mídias sociais provocam não só uma nova relação com o consumidor, mas também novos desafios para os recursos humanos” observam o doutor e um dos melhores especialistas em gestão de recursos humanos na Europa. Pela primeira vez no Brasil, ele abordou os desafios enfrentados pelos líderes na gestão de pessoas, de forma crítica. “Os líderes precisam prestar atenção e fazer aquilo o que se fala porque através das mídias sociais todo mundo fala sobre tudo e podem questionar: ‘Quem é esse cara? Ele faz o que fala?” O impacto das mídias sociais está provocando essa revolução. Segundo Horts, a transparência é usada com equilíbrio, uma ferramenta importante. Neste momento, desde as 10h, ocorre a sessão de inovação e competitividade, dirigida pelo presidente da 3M do Brasil, José Varela, e pelo presidente da IBM Brasil, Rodrigo Kede, e João Carlos Brega, presidente da Whirlpool Latin America, com mediação de David Cohen, diretor de redação da Época Negócios. A partir das 14 horas, o painel Mundo Digital irá explorar uma abordagem sobre como os impactos da tecnologia somam-se às oportunidades e desafios nos negócios. Debaterá o tema Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil, Antonio Schuch, diretor da Google Enterprise da América Latina, e Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor regional da Linkedin para América Latina. Após a apresentação individual dos palestrantes, será aberto um espaço para o diálogo e o debate entre os especialistas e para que os congressistas façam suas perguntas. Fechando o congresso, às 16h30 ocupa o palco o presidente da BMW no Brasil, Arturo Piñeiro, para falar sobre design e inovação. Piñeiro iniciou a carreira na BMW Espanha há 19 anos e atuou a partir de 2004 nas Américas. Agora, tem o desafio de construir a primeira fábrica da BMW no Brasil, na catarinense Araquarí.
O PIB dos economistas e o PIB do povo Na terça feira da semana passada, ampla reportagem do jornal "Valor" noticiou o entusiasmo do titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e meu colega da FGV, Marcelo Neri, com os avanços sociais na última década e, em particular, no quadriênio de Dilma Rousseff.
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Adicionalmente o ministro apontou a defasagem que há entre a evolução do produto per capita do país, também chamado de "PIB dos economistas", e a renda pessoal medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, o "PIB do povo". Entre 2003 e 2012, ano da PNAD mais recente disponível, o PIB per capita cresceu em termos reais 28%, enquanto a renda mediana domiciliar per capita teve aumento de 78%! Houve defasagem na velocidade de crescimento dos PIBs "do povo" e "dos economistas" de 50 pontos percentuais. Marcelo é reconhecido como um dos melhores microeconomistas da área de economia do trabalho no Brasil. Microeconomistas trabalham em geral com bases de dados muito amplas e estudam em detalhe a natureza de cada indivíduo. Diz-se que olham as árvores sem se preocupar com a floresta. Já os macroeconomistas estudam a floresta sem se preocupar com cada uma de suas árvores. O risco da análise macroeconômica é não notar pequenas dinâmicas que aos poucos ganham corpo e acabam por ter impactos agregados importantes. Já os microeconomistas correm o risco de não reconhecer que a dinâmica da árvore pode depender de fatores agregados que estejam a atingir toda a floresta. Por exemplo, é possível que a árvore esteja crescendo mais rápido porque as condições climáticas alteraram-se transitoriamente, em favor do crescimento. Quando o clima retornar ao padrão usual, a bonança perderá fôlego. Parece que esse longo período no qual o PIB do povo andou além do PIB dos economistas foi acompanhado da construção de desequilíbrios em outras variáveis macroeconômicas que colocam em xeque a manutenção do processo. Entre 2003 e 2012, o déficit de transações correntes como proporção do PIB elevou-se em 3,2 pontos percentuais. Como mostrei na semana passada, nesse período os termos de troca, isto é, o preço da pauta exportadora em unidades da pauta importadora, cresceu mais de 20%. Conta simples sugere que, se não tivesse havido a alteração dos preços em nosso favor, a variação do déficit de transações correntes entre 2003 e 2012 seria de mais de sete pontos percentuais do PIB, visto que nesse período a absorção (consumo e investimento dos setores público e privado) cresceu 60%, e o produto, 40%. Ou seja, parece haver associação entre o fortíssimo crescimento do PIB do povo além do PIB dos economistas e a elevação do déficit externo, que saiu de um superávit de 1,76% do PIB em 2004 para um déficit hoje na casa de 4%. Para verificar essa possível associação, tomei as Pnads de 1981 até 2012. Calculei a renda individual mediana de todos os trabalhos a preços de 2012. Essa será a minha medida do PIB do povo. Para o PIB dos economistas, considerei o PIB per capita a preços de 2012. Para cada um dos anos, tomei a diferença entre as taxas de crescimento do PIB do povo e do PIB dos economistas entre 1981 e a referida data. Sempre que essa estatística for positiva, significa que, entre 1981 e a referida data, o PIB do povo andou além do PIB dos economistas. Quando for negativa, o PIB do povo andou aquém do PIB dos economistas. Chamei essa variável de defasagem entre os PIBs. A má notícia é que a correlação entre o déficit de transações correntes e a defasagem entre os PIBs é de 75%. Desde a década de 1980, três quartos da variação do PIB do povo não explicada pela trajetória do PIB dos economistas está associada à piora das contas externas. Enquanto os microeconomistas do governo municiam a presidente e seus auxiliares com informações positivas associadas ao bom desempenho do PIB do povo, seria oportuno que os macroeconomistas do governo se debruçassem sobre o problemão de arrumar a casa–isto é, reduzir o déficit externo, entre outras coisas– sem fazer com que o PIB do povo ande muito aquém do PIB dos economistas.
Peso de dívidas das famílias cresce, e consumo deve cair A combinação entre elevação da taxa de juros, expansão mais moderada dos prazos de empréstimos e aumentos menores dos salários fará com que a parcela da renda das famílias comprometida com encargos de dívidas suba para nível recorde.
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Essa tendência deverá contribuir para frear ainda mais a expansão do consumo das famílias, que já vem perdendo ritmo. A projeção é do banco Credit Suisse. "A taxa básica de juros está subindo e o aumento da renda disponível é o menor em muitos anos", diz Nilson Teixeira, economista-chefe do Credit Suisse. A instituição espera que a fatia dos rendimentos destinada a pagamento de juros e amortizações –que já vem subindo– salte de 21,9% em fevereiro para 23% no fim de 2014 e siga em trajetória ascendente até atingir 23,7% em dezembro de 2015. Até agora, o percentual mais alto já registrado no país foi 23% em janeiro de 2012. Apesar do ciclo de alta da SELIC (taxa básica de juros) a partir de abril de 2013, a fatia da renda disponível das famílias atada a pagamento de encargos de dívidas recuou entre o fim de 2012 e de 2013.
IMPACTO DA SELIC Segundo o Credit Suisse, a redução dos juros por parte dos bancos públicos em linhas como operações de crédito rotativo do cartão de crédito ajuda a explicar a queda. Outro fator foi a desaceleração na oferta de financiamento para a compra de veículos na esteira do esforço dos bancos privados para limpar suas carteiras de créditos inadimplentes. No entanto, o impacto da elevação da SELIC sobre as taxas dos financiamentos bancários já vem sendo sentido e aumentará ainda mais. O economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio, ressalta que os juros das linhas para pessoas físicas com recursos livres (sem incluir financiamentos imobiliários) atingiu 41,6% em março, nível mais alto desde fevereiro de 2012: "Até dezembro, esse movimento foi parcialmente atenuado por um aumento nos prazos dos empréstimos que já está perdendo fôlego." No caso do crédito imobiliário, os juros para pessoas físicas com recursos direcionados aumentaram de 7,8% no primeiro trimestre de 2013 para 9,4% no mesmo período deste ano.
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CASA PRÓPRIA Tendências nos financiamentos para compra da casa própria têm se tornado cada vez mais importantes para as famílias brasileiras. Entre 2008 e o primeiro trimestre de 2014, a parcela do crédito imobiliário no estoque de crédito para pessoas físicas quase triplicou, saltando de 11% para 28%. Nas estimativas do Credit Suisse, o crédito imobiliário continuará se expandindo, mas em ritmo mais modesto. Segundo Bentes, a procura por financiamento para compra de bens duráveis deve continuar piorando. Ele ressalta que o custo dos empréstimos (sem incluir o crédito imobiliário) já vem subindo quase no mesmo ritmo do aumento mais modesto da massa salarial: "Segmentos do comércio mais dependentes de crédito, como móveis, eletroeletrônicos e artigos de informática são os que mais sofrerão." INFLAÇÃO Fernanda Della Rosa, assessora econômica da FECOMÉRCIO-SP, afirma que, além da alta dos juros, a inflação mais elevada tem contribuído para o maior pessimismo entre os consumidores. Indicador da instituição que mede a confiança das famílias despencou de 155,6 em abril de 2013 para 119,7 no mesmo mês deste ano (o índice varia de 0 a 200). Segundo a economista, isso tem levado os brasileiros a colocarem o pé no freio na procura por crédito. "Tudo isso indica que não há perspectiva de melhora dos indicadores macroeconômicos no curto prazo". O economista Fábio Bentes acredita que a combinação de aumentos de salários mais minguados e juros em alta resultará em aumento da inadimplência de pessoas físicas do atual nível de 6,5% para 7% no segundo semestre deste ano.
Brasileiros gastam US$ 2,34 bilhões no exterior em abril, novo recorde BRASÍLIA - Os brasileiros gastaram em viagens internacionais a cifra de US$ 2,344 bilhão em abril, um novo resultado recorde, enquanto os viajantes estrangeiros deixaram no país US$ 547 milhões. Com isso, a conta de viagens internacionais ficou negativa em US$ 1,797 bilhão, segundo dados do Banco Central (BC). Para 2014, o BC projeta gasto líquido com viagens internacionais de US$ 18,5 bilhões. No ano passado, a conta foi negativa em US$ 18,4 bilhões. Nos primeiros quatro meses deste ano, a conta viagens internacionais está deficitária em US$ 5,9 bilhões, contra US$ 5,575 bilhões vistos em igual período do ano anterior. Em abril de 2014, essa conta foi deficitária em US$ 1,510 bilhão. Depois do novo recorde em abril, as despesas com viagens internacionais podem apresentar alguma moderação em maio. Dado parcial apresentado pelo Banco Central (BC) aponta gasto líquido de US$ 1,087 bilhão neste mês até o dia 21, contra US$ 1,797 bilhão em abril. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, os dados de abril para viagens estão fora do padrão, pois se observava uma moderação nessas despesas. No entanto, ainda é cedo para falar se é uma nova tendência ou apenas um ponto fora da curva. Na avaliação dele, é possível que os dois meses seguidos de valorização do real tenham alguma influência sobre esse gasto maior de turistas brasileiros no exterior.
Whirlpool: Copa faz um terço da equipe receber férias coletivas SÃO PAULO - Com o mercado de eletrodomésticos em ritmo lento, a Whirlpool, fabricante dona das marcas Brastemp, Consul e Kitchen Aid, decidiu dar férias coletivas a um terço de seus 15 mil funcionários no Brasil durante o mês de junho. “Com a baixa produtividade do período por conta da Copa e do feriado de Corpus Christi, e com uma queda de 15% registrada nas vendas em abril, decidimos tomar essa decisão”, informou a companhia, por meio de sua assessoria de imprensa. A paralisação afetará de forma distinta as três fábricas da companhia no país. Em Rio Claro, interior de São Paulo, onde são produzidas lavadoras e fogões, a produção será interrompida entre 16 e 25 de junho. Em Joinville, só vão parar os funcionários da área administrativa, entre os dias 15 e 25 de junho.
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A produção de refrigeradores continuará em funcionamento. Na unidade de Manaus, a paralisação acontecerá durante todo o mês de junho. Segundo a Whirlpool, a suspensão das atividades em Manaus é comum nessa época do ano, por conta da sazonalidade nas vendas de micro-ondas e equipamentos de ar condicionado. As atividades costumam ser retomadas em julho, de olho no verão. O ritmo mais lento nas vendas de eletrodomésticos já era previsto pela Whirlpool para 2014. Em entrevista ao Valor em fevereiro, o presidente da companhia, João Carlos Brega, disse que a expectativa era de estagnação para o setor de eletrodomésticos neste ano. A opção pelas férias coletivas, no entanto, foi tomada mais recentemente. De acordo com a assessoria de imprensa da companhia, as paralisações não afetam os planos de investimento para o ano. A previsão da companhia é lançar 180 novos produtos, 12,5% a mais do que o número do ano passado.
Custos Sobre Controle Mantém Lucros em alta no Trimestre A continuidade do ajuste da oferta e a melhora da eficiência operacional garantiram a expansão dos resultados de empresas de capital aberto no primeiro trimestre. A temporada foi considerada positiva por analistas consultados pelo Valor, principalmente em vista do cenário macroeconômico de atividade mais contida. Segundo levantamento feito pelo Valor Data, com base nos dados do Valor PRO e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o lucro líquido de 257 companhias não financeiras subiu 5,7% de janeiro a março, comparado ao mesmo período do ano passado. O resultado agregado atingiu R$ 32,11 bilhões. Sem Vale, Petrobras e ELETROBRAS - que pelo tamanho distorcem esse tipo de amostra -, os ganhos saltam 20% e chegam a R$ 19,74 bilhões. O Valor optou por excluí-las da análise. O trimestre mostrou que ainda há espaço para cortes de custos. O aumento da rentabilidade nas operações voltou a surtir efeito para as empresas e, apesar de orçamentos mais altos na construção civil e de robustos gastos com a compra de energia no mercado à vista, a relação entre os custos fixos e o faturamento ficou em 70,9% no trimestre, melhora de 0,16 ponto percentual em igual comparação. Os dados mostram que a receita líquida cresceu 14,3%, para R$ 279,53 bilhões, enquanto os custos subiram 14%, para R$ 198,28 bilhões. Com Vale, Petrobras e Eletrobras na amostra, a expansão de gastos supera a alta do faturamento. William Alves, analista da XP Investimentos, aponta para tentativas de repasses de encargos aos preços dos produtos. Ele destaca gastos com transporte e logística, insumos e a inflação como principais fontes para o aumento de custos - quem não conseguiu elevar preços, perdeu em rentabilidade. Mas, em linhas gerais, o que se observou foi melhora nas margens. Sobre o resultado bruto das empresas, a elevação foi de 0,16 ponto percentual, para 29,1%, enquanto em relação ao lucro operacional houve avanço de 1 ponto, para 13,7%. A margem líquida terminou em 7,1%, incremento de 0,32 ponto. Quanto ao câmbio, as exportadoras continuaram em situação confortável. A cotação média, que referencia as vendas em dólares de empresas ao exterior, como produtoras de papel e celulose e frigoríficos, avançou 18,4% na comparação do primeiro trimestre com um ano antes, para R$ 2,36. Na comparação com dezembro, no entanto, o dólar do fim de período recuou 3,41%, para R$ 2,26. A dívida em moeda estrangeira é corrigida pela cotação do último dia e a diferença foi contabilizada como ganho financeiro no período. Não há efeito sobre o caixa, pois os desembolsos ocorrem em datas variadas, então o ganho é contábil.
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O resultado financeiro, porém, piorou em um ano. No primeiro trimestre, as perdas somaram R$ 9,89 bilhões, um aumento de 35,9% sobre o mesmo período de 2013. As empresas foram afetadas tanto pelo aumento dos juros, que corrigem dívidas em CDI, como por operações de hedge. Em relatório, o Bank of America Merrill Lynch (BofA) diz que "a alavancagem voltou a subir e as margens continuam sob pressão, comprometendo a geração de caixa". A dívida líquida foi a R$ 344,5 bilhões no trimestre, patamar 13,4% superior. O índice que relaciona dívida e Ebitda, porém, ficou praticamente estável em 1,84 vez, mas se Petrobras, Vale e ELETROBRAS forem adicionadas na conta, haveria alta para 2,25 vezes, contra 2,19 vezes um ano antes. O Credit Suisse reforçou a visão de que grande parte dos elogios aos balanços do primeiro trimestre se deram, na verdade, porque o mercado estava muito pessimista. "Ainda vemos os próximos meses como críticos no Brasil, por conta da queda do minério de ferro, indicadores econômicos mais fracos e do impacto incerto da Copa do Mundo", diz o relatório. O Citi elegeu companhias ligadas ao consumo e o setor financeiro como os destaques do período, especialmente por sua resiliência. Os resultados de bancos e de algumas varejistas também agradaram ao BNP Paribas. O BOFA ressaltou a surpresa positiva trazida por algumas empresas elétricas, graças aos ganhos no mercado à vista. O setor de energia, mesmo com o aumento dos custos da dívida, os riscos trazidos pela crise hídrica e a pressão sobre as distribuidoras, superou as expectativas ao vender a energia mais cara no mercado de curto prazo. Geradoras como a paulista Cesp, a fluminense Light e a Eletrobras ampliaram as receitas e superaram as projeções do consenso de mercado. Enquanto isso, as construtoras seguem como destaque negativo. Com estouros de orçamento nos últimos dois anos e forte elevação nos custos, as companhias lutam para conseguir voltar à geração de caixa. "As construtoras lançaram menos, mas o problema é que também venderam menos. O estoque aumentou e não foi possível reduzir esse nível em proporção às vendas, o que piora o retorno das operações", explica Alves, da XP. Se o setor imobiliário é consenso no lado negativo da safra, o de educação continuou a agradar aos analistas. Kroton, Anhanguera, Estácio e também a Abril Educação apresentaram novamente bons resultados. "As empresas estão quase blindadas ao período de campanha eleitoral, muito bem posicionadas até mesmo se o cenário macroeconômico se deteriorar", diz Alves.
Investimento estrangeiro direto soma US$ 5,233 bilhões em abril BRASÍLIA - O Brasil recebeu US$ 5,233 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED) em abril, insuficiente para cobrir o déficit em conta corrente do mês, de US$ 8,291 bilhões. Para o quarto mês do ano, o Banco Central (BC) projetava ingressos de US$ 5,3 bilhões. Para o ano todo, a estimativa é de US$ 63 bilhões. Em 2013, o ingresso de investimento estrangeiro direito somou US$ 64,046 bilhões e financiou 79% do déficit em conta corrente. Em relação a abril de 2013, quando foi de US$ 5,719 bilhões, o fluxo de IED caiu 8,5%. No acumulado do quadrimestre, o ingresso alcançou R$ 19,404 bilhões, acima dos US$ 18,975 bilhões vistos em igual período do ano passado. Além do valor destinado à participação no capital de empresas no Brasil, também são classificados como investimentos diretos os empréstimos concedidos por matrizes de empresas multinacionais a suas filiais no país e vice versa. Essa parte do IED, que são os empréstimos intercompanhias, respondeu por ingressos líquidos de US$ 1,147 bilhão em abril, ante R$ 1,36 bilhão em março). Em 2014, por ora, a cifra chega a US$ 4,887 bilhões. O investimento direto propriamente dito (participação no capital) foi de US$ 4,086 bilhões no mês, superior aos US$ 3,635 bilhões em março. De janeiro a abril, o ingresso correspondeu a US$ 14,517 bilhões. Para maio, o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, prevê entrada de US$ 5 bilhões. Em maio, até o dia 21, foi registrado ingresso de US$ 4,1 bilhões. Lucros e dividendos Pelo sexto mês seguido, as empresas remeteram lucros e dividendos para o exterior. Em abril, o montante foi de US$ 3,291 bilhões, já descontados valores recebidos em função de investimentos brasileiros no exterior, após envio de US$ 1,892 bilhão em março.
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No ano, as remessas somam US$ 8,968 bilhões, contra US$ 9,516 bilhões em igual período do ano passado. Em abril de 2013, o país remeteu liquidamente a outros países US$ 2,542 bilhões em lucros e dividendos. Olhando apenas para as remessas brutas, ou seja, sem considerar a remuneração de investimentos brasileiros no exterior, o Brasil gastou US$ 3,314 bilhões em abril. Já as receitas no mês ficaram em US$ 23 milhões. Dados parciais de maio mostram que as remessas de lucros e dividendos foram de US$ 1,564 bilhão até o dia 21. Segundo Maciel, os determinantes das remessas de lucros e dividendos são a atividade econômica, o aumento do estoque de IED no Brasil e a taxa de câmbio. “O movimento da taxa de câmbio em março e abril pode ter contribuído para o aumento dessas remessas”, disse.
As revelações do arquivo secreto de Paulo Roberto Costa
No dia 20 de março, a Polícia Federal apreendeu dezenas de papéis e 36 pen drives no apartamento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, no Rio de Janeiro. Ele fora o mais poderoso executivo da estatal no governo Lula. Ocupara, com o aval de Lula e de um consórcio partidário entre PP, PMDB e PT, a Diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012. Naquele dia, a PF buscava provas da relação de Paulo Roberto com o doleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava Jato. Assim que os policiais encontraram os documentos e os pen drives, Paulo Roberto entrou em pânico. Quando Youssef fora preso, dias antes, ele determinara a familiares que sumissem com documentos, computadores, outros pen drives – qualquer prova que pudesse incriminá-los. Por tentar obstruir a investigação da PF, Paulo Roberto permanecia preso até a semana passada. Sobravam razões para o pânico de Paulo Roberto. Elas estão na íntegra do material apreendido pela PF naquele dia. O que já veio a público sobre ele é devastador: tabelas de propina, pagamentos suspeitos de empreiteiras e multinacionais com negócios na Petrobras, contas secretas em paraísos fiscais. Os pen drives e os demais arquivos digitais de Paulo Roberto apreendidos pela PF, contudo, permanecem inéditos. ÉPOCA obteve acesso à íntegra desse material – e aos milhares de arquivos da investigação da Lava Jato. São cerca de 4 terabytes. Equivalem a 1 milhão de músicas ou 4 mil horas de vídeo. Há toda sorte de documento. A maioria converge para o mesmo tema: corrupção na Petrobras e em suas subsidiárias. O exame desse acervo demonstra que o esquema era mais amplo, mais rico e envolvia mais empresas – brasileiras e estrangeiras – do que se imaginava.
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Nesta edição, ÉPOCA conta um dos casos inéditos de suspeita de corrupção. Ele está fartamente detalhado, em dezenas de planilhas, contratos de gaveta e notas fiscais, num dos pen drives apreendidos pela PF. Expõe os métodos empregados por Paulo Roberto e sua turma para ganhar dinheiro na Petrobras. O caso envolve a gigante dinamarquesa Maersk, dona de uma frota com mais de 600 navios e faturamento anual de US$ 27 bilhões. É a maior empresa de transporte de petróleo do mundo. A Maersk atende a Petrobras há muito tempo. Recentemente, fechou um contrato de US$ 300 milhões para fornecer quatro navios. Outros 12 navios servem à Petrobras atualmente. De acordo com os documentos apreendidos, a Maersk pagou ao menos R$ 6,2 milhões de “comissão”, entre 2006 e 2010, para alugar navios à Petrobras. A área era então comandada por Paulo Roberto. O valor da comissão equivale a 1,25% de cada carga da Petrobras transportada nos navios da Maersk. De cada pagamento feito pela Petrobras à Maersk, segundo a PF, 1,25% era devolvido a Paulo Roberto na forma de propina. Para receber a comissão, Paulo Roberto fechou, em 2006, um contrato secreto com a Maersk. Como fazia em outros negócios, colocou na transação um parceiro: Wanderley Gandra. Não era apenas um parceiro de negócios. Gandra jogava buraco em mesas organizadas por Paulo Roberto. Eram amigos. Pelo contrato, uma empresa ligada à Maersk se comprometia a pagar a comissão de 1,25% a Gandra, por carga transportada no navio DS Performer. Outros 1,25% deveriam ser pagos à Maersk do Brasil, subsidiária da empresa dinamarquesa. Nos anos seguintes, contratos semelhantes foram fechados.
Recife é o novo polo da economia criativa São Paulo - No início do mês, o grupo Fiat Chrysler anunciou a instalação de um centro de tecnologia automotiva em Recife. O imóvel de uma antiga tecelagem, desativada há 20 anos, foi cedido para a montadora pelo governo de Pernambuco para abrigar o empreendimento, que exigirá investimentos de 500 milhões de reais e empregará 1 000 pessoas, entre engenheiros, técnicos e outros profissionais. O centro de pesquisa deve ser inaugurado em dois anos, mas a divisão de desenvolvimento de software começa a funcionar em breve, com 35 funcionários, em uma casa no Porto Digital, como é conhecido o polo de tecnologia da informação da cidade, localizado no bairro do Recife Antigo. O novo centro de tecnologia trabalhará em sintonia com outros núcleos de pesquisa e desenvolvimento da Fiat no mundo, colocando Recife no mapa global da engenharia automotiva. “O que quero da indústria é a inteligência”, diz o prefeito, Geraldo Julio. “Enquanto as fábricas produzem na região metropolitana, a inovação fica na capital.” A escolha de Recife não se deu apenas por conveniência da Fiat, que está erguendo uma nova fábrica de veículos em Goiana, na região metropolitana. Segundo a pesquisa da consultoria Urban Systems, Recife tem hoje a melhor infraestrutura do Brasil para negócios, além de excelente capital humano. Tanto em telecomunicações como em transporte, Recife leva vantagem sobre outras grandes cidades brasileiras. Conta, por exemplo, com um porto e um aeroporto em seu perímetro urbano. Em um levantamento feito pela Proteste Associação de Consumidores em 2013, o aeroporto de Guararapes foi considerado o melhor entre os 14 mais movimentados do país e o único que recebeu a classificação “bom”. Teve avaliação positiva em sinalização, banheiros e lugares para sentar (recebeu notas baixas em procedimentos de segurança e acesso por transporte coletivo, apesar de ser bem localizado e contar com uma estação de metrô). No setor de telecomunicações, a rede de banda larga fixa de Recife está muito acima dos padrões brasileiros. Cerca de 35% da população tem acesso a conexões com velocidade acima de 12 megabits por segundo, enquanto a média nacional é 9%. A rede de fibra óptica atende o Centro de Convenções de Pernambuco, que há três anos recebe a Campus Party, o maior evento de tecnologia do país, e conecta universidades e núcleos de pesquisa. Os equipamentos municipais estão sendo conectados por uma rede pública Wi-Fi. Desde sua fundação, no século 16, a “terra dos mascates”, como eram conhecidos os comerciantes portugueses que atuavam na época em Recife, mostrou sua vocação para comércio e serviços. Logo a cidade se firmou como um polo de distribuição de mercadorias, com forte atividade alfandegária.
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Brasileiro vai trabalhar até 31 de maio só pra pagar imposto
De acordo com o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o brasileiro vai trabalhar até o dia 31 de maio - exatos 5 meses do ano, ou 151 dias - só para quitar sua cota de impostos, taxas e contribuições. É um dia a mais do que em 2013 e 13 dias a mais do que em 2004. Em 1986, a conta dava 2 meses e 22 dias. O levantamento leva em conta todos os tipos de tributação - sobre salários, rendimentos, consumo e patrimônio - e usa como base a renda média do brasileiro. Para quem ganha menos de R$ 3.000, a conta fica levemente abaixo: 143 dias. Quem ganha mais que R$ 10.000 trabalha por 154 dias para quitar suas contribuições. Na comparação internacional, o Brasil perde para países como Dinamarca (175 dias) e Áustria (158 dias), mas está na frente de Alemanha, Islândia, Reino Unido e Canadá - todos, diga-se de passagem, com serviços públicos infinitamente melhores do que os nossos. Veja como foi feita a conta: Rendimento médio brasileiro
% da renda
Dias trabalhados por ano
Tributos sobre a renda
15,06%
55
Tributos sobre patrimônio
3,03%
11
Tributos sobre o consumo
23,28%
85
Total de tributos
41,37%
151
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O dinheiro da comissão, segundo os documentos, era transferido da Dinamarca para uma conta no Brasil de uma empresa de Gandra. Houve pagamentos no afretamento de, ao menos, 11 navios da Maersk. Na contabilidade prestada por Gandra a Paulo Roberto, todos os valores eram sacados “como lucro”. “Importante frisar que 100% das receitas (da empresa de Gandra) tiveram origem na cobrança de comissões de 1,25% sobre afretamento de navios, indicando que a Gandra Brokerage foi criada somente para receber essas comissões”, diz o relatório da PF. A investigação desse caso, assim como de todos os demais que envolvem a Petrobras, está suspensa desde domingo passado. Naquele dia, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Justiça Federal do Paraná parasse imediatamente as oito ações penais da Lava Jato e enviasse todos os processos ao STF. Determinou ainda que fossem soltos os 12 réus que aguardavam presos seus julgamentos. A justificativa de Teori: como a investigação cita três parlamentares, detentores, portanto, da prerrogativa de ser julgados pelo Supremo, apenas o STF pode decidir o que fazer com o caso. Segundo a decisão de Teori, o juiz federal Sérgio Moro, que toca a Lava Jato, usurpara a autoridade do Supremo ao manter a investigação, mesmo depois de a polícia deparar com os parlamentares. Na segunda-feira, Moro soltou Paulo Roberto. Ele saiu da prisão sorrindo. Correndo o risco de receber uma censura, Moro pediu a Teori esclarecimentos sobre o alcance da decisão. Avisou que entre os presos havia traficantes e gente com dinheiro no exterior, capaz de fugir facilmente do país – caso também de Paulo Roberto. Teori voltou atrás. Mandou manter presos todos os que se enquadrassem nessas condições, menos Paulo Roberto. Gandra, um ex-piloto de helicóptero que prestava serviços à Petrobras, afirma que a intermediação de contratos da Petrobras com a Maersk é uma “coisa perfeita, absolutamente normal”. “O que tem de errado? A empresa paga todos os impostos.” Ele disse ter sido o responsável por trazer a Maersk para o Brasil. “Expliquei que o Brasil tinha potencial muito grande.” Sobre as planilhas apreendidas com Paulo Roberto, Gandra diz: “Não sei, não sei. Não entreguei nada a ele. Nunca repassei dinheiro a ele. Perguntei a ele (Paulo Roberto) como poderia participar de concorrências de fretamento da Petrobras. Mas não como informação privilegiada, só como orientação.” E como os documentos do negócio foram parar no pen drive de Paulo Roberto? “Acho que mandei por engano para ele. Nós jogamos buraco, e a
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gente manda a tabela... quem ganhou, quem perdeu. Devo ter mandado o e-mail errado para ele, no lugar da tabela.” O advogado de Paulo Roberto Costa, Nélio Machado, diz que ainda não teve condições de conversar com seu cliente sobre detalhes das investigações da Lava Jato. Afirma, no entanto, estar seguro de que, no momento correto, Paulo Roberto dará todas as explicações sobre o período em que foi diretor da Petrobras. Procurada, a Maersk não respondeu ao contato de ÉPOCA. Em seu site, a empresa afirma trabalhar “contra toda e qualquer forma de corrupção e em conformidade com a legislação. É nossa política que nenhum funcionário – seja por contrato direto ou por meio de terceirizações – poderá participar de qualquer forma de prática corrupta, incluindo suborno, propina e extorsão. Temos o compromisso de trabalhar de maneira eficiente, com o objetivo de eliminar pagamentos de facilitação, em conformidade com normas internacionais pertinentes”.
Arrecadação federal soma R$ 105,8 bilhões em abril O governo federal arrecadou 105,884 bilhões de reais em impostos e contribuições em abril, informou a Receita Federal nesta segunda-feira, alta de 0,93% sobre o mesmo mês do ano passado (já descontada a inflação). O montante é recorde para meses de abril e vem em linha com as apostas de economistas, que esperavam um recolhimento de 106 bilhões de reais no mês passado, segundo pesquisa da agência Reuters. Em março, foram recolhidos 86,62 bilhões de reais. Embora o resultado seja recorde para abril, a variação sobre igual mês do ano anterior é mais fraca do que nos meses anteriores. Em março, a arrecadação havia crescido 2,5% sobre um ano antes, enquanto que em fevereiro, a expansão havia sido de 3,44%. Nos quatro primeiros meses do ano, o pagamento de tributos somou 399,3 bilhões de reais, alta real de 1,78% em relação ao mesmo período de 2013, já descontada a inflação. Segundo a Receita, pesou negativamente em abril a renúncia decorrente de desoneração tributária de 8,9 bilhões de reais, além da queda anual na arrecadação de grande parte dos tributos, como o recuo de 7,42% no Imposto de Importação e de 12,11% no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O quadro de baixa expansão no recolhimento de impostos e contribuições levou o governo recentemente a reduzir sua previsão de arrecadação de tributos importantes, a exemplo do Imposto de Renda. Para compensar o menor ritmo, na semana passada o governo federal anunciou que espera uma arrecadação extra de 24,3 bilhões de reais em impostos neste ano para fechar a meta de superávit primário, de 99 bilhões de reais, ou 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Mais da metade desse valor, ou 12,5 bilhões de reais, deve entrar nos cofres federais com a aprovação do programa de refinanciamento de tributos atrasados, o chamado Refis, cuja reabertura está sob análise do Congresso Nacional. No ano passado, receitas não recorrentes totalizaram 36 bilhões de reais e foram cruciais para atingir a meta para as contas públicas. Expectativa frustrada - A Receita Federal reduziu nesta segunda-feira sua projeção de crescimento real da arrecadação neste ano para "em torno" de 3%. Anteriormente, trabalhava-se com a faixa de 3% a 3,5% de expansão. Segundo o secretário-adjunto da Receita, Luiz Fernando Teixeira Nunes, a nova conta leva em consideração a recomposição integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos a partir de julho. Segundo Luiz Fernando Teixeira Nunes, secretário-adjunto da Receita, a revisão se dá porque "o resultado de abril veio abaixo do esperado", apesar de não especificar qual era a expectativa para o período. No ano passado, a arrecadação havia registrado alta real de 4,08% sobre 2012. Barreto reforçou ainda que a projeção para as receitas extraordinárias neste ano é de 28,4 bilhões de reais.
Atraso em 6 obras do PAC provoca perda de R$ 28 bi ao país 12
A demora do governo em concluir no prazo obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) causou um prejuízo de 28 bilhões de reais à sociedade. O valor é próximo ao que se estima gastar na realização da Copa. O estudo, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), procura medir os benefícios que deixaram de ser gerados para o país apenas pela demora nos projetos. Leva em conta, por exemplo, o que poderia ter sido a produção agropecuária no Nordeste, caso a transposição do rio São Francisco tivesse ficado pronta no prazo fixado pelo governo. Ou as receitas de exportação de minérios e grãos que deixaram de ocorrer pelo atraso na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Vale ressaltar que ele contempla apenas um grupo de seis projetos. Em todos os casos foi considerado também o custo de oportunidade - o custo do dinheiro público aportado nas obras que ainda não gerou benefícios. "Se o programa deveria ficar pronto em três anos e sai em seis, isso reduz a produtividade global da economia", diz o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes. Ele explica que a dificuldade em administrar megaprojetos não é exclusiva do Brasil. Porém, os prazos estourados tornaram-se praticamente uma regra, o que merece atenção. O estudo faz parte de um conjunto de 43 documentos-propostas que serão entregues aos presidenciáveis em junho, quando a entidade pretende fazer um debate dos candidatos com os industriais. A CNI propõe que o próximo governo, seja qual for, intensifique o programa de concessões em infraestrutura. Para Coelho, com isso a economia pode aumentar sua produtividade, visto que as reformas trabalhista e tributária demorarão a sair e gerar efeitos. Sugere, também, iniciativas para melhorar a qualidade dos projetos e para facilitar o licenciamento ambiental. Atrasos - Foram analisados o aeroporto de Vitória, o principal projeto de esgotamento sanitário em Fortaleza (Bacia do Cocó), a transposição do São Francisco, a Fiol, a duplicação da BR-101 em Santa Catarina e as linhas de transmissão das usinas do Madeira. A maioria dos projetos ainda está em andamento. Das obras selecionadas, a que causou maior prejuízo foi a transposição do rio São Francisco. Originalmente ela estava prevista para terminar em junho de 2010 (eixo Leste) e dezembro de 2012 (eixo Norte). Como isso não ocorreu, o estudo estima quanto deixou de ser produzido pela agropecuária local, já considerando um crescimento proporcionado pela disponibilidade constante de água e subtraiu da conta o custo da energia que deixará de ser gerada pela redução do fluxo de água para a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Os economistas da entidade chegaram a um total de 11,7 bilhões de reais de 2010 a 2015. A isso, foram somados 5 bilhões de reais referentes ao custo de oportunidade do dinheiro aplicado na obra, orçada em 8,2 bilhões de reais. A história da transposição segue o roteiro clássico de obra atrasada no país. Segundo o estudo, foi iniciada em 2005, baseada num projeto pouco detalhado de 2001 - que, evidentemente, estava desatualizado. Seguiram-se vários ajustes. Para andar mais rápido, foi dividida em 14 subcontratos. Mas o que em tese ia acelerar a construção virou um pesadelo gerencial. A própria presidente Dilma Rousseff reconheceu que o governo subestimou a complexidade do projeto.
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O Ministério da Integração Nacional afirma que a licitação da obra, em 2007, passou pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU). Os ajustes ocorrem principalmente porque os canais, que chegam a 477 quilômetros, passam por diferentes tipos de terreno. Foi necessária, também, a negociação com concessionárias de água e esgoto. Segundo a pasta, a obra será concluída em 2015. (com Estadão Conteúdo).
Petrobras contratava navios só com autorização verbal, diz jornal SÃO PAULO - O setor de abastecimento da Petrobras negociou e fechou contratos milionários de frete de maneira informal, alguns deles baseados só em autorizações verbais. A informação foi publicada nesta segunda-feira pelo jornal “Folha de S. Paulo”, que teve acesso a um relatório de 2009 sobre o assunto feito pelo grupo de auditoria interna da Petrobras. O documento mostra que operações feitas no ano anterior sem obedecer a requisitos mínimos de controle estabelecidos pela empresa totalizam US$ 278 milhões. O setor de abastecimento da estatal estava sob o comando de Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras até 2012 investigado por suspeita de corrupção. As irregularidades, segundo o jornal, envolveram contratações de navios. Segundo os auditores da Petrobras, os contratos analisados descumpriram "procedimentos previstos no manual de afretamento". Entre as falhas, aponta a reportagem, há falta de autorização por escrito para começar processos de afretamento; autorização prévia para tomada de preços com aval de gerente sem competência para tal; e contratações informais que levaram até 390 dias para serem registradas no sistema. Conforme o jornal, também há falta ou atraso no registro de informações de todo o histórico de negociação no sistema de conferência de compras da empresa. Neste caso, diz a auditoria, a irregularidade impede o rastreamento das condições de negociação, o que dificulta a própria apuração. O relatório não revela as perdas sofridas pela Petrobras como consequência dessas irregularidades. Mas diz que seriam tomadas providências para "aprimorar os controles de autorização, visto que foram realizadas aprovações verbais e posteriormente formalizadas". O grupo propôs "rever o manual de afretamento". Destino de 18% dos investimentos da Petrobras, o jornal observa que a área de abastecimento é a segunda mais importante da empresa, atrás de Exploração e Produção, alvo de 70% dos investimentos. Negócios relacionados a frete foram um dos alvos da Operação Lava Jato, investigação da Polícia Federal que apura suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro com recursos da petroleira e outras fontes. Entre os investigados da PF estão Paulo Costa, que ficou preso por dois meses por suspeita de destruir provas, e o doleiro Alberto Yousseff. Costa foi libertado na segunda-feira passada por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. Conforme a reportagem publicada hoje, até o STF suspender as investigações, a PF investigava se Costa reteve indevidamente uma comissão de 1,5% que deveria voltar à Petrobras. O valor é devolvido pelos afretadores no pagamento do frete. A Petrobras informou à reportagem não ter constatado "irregularidades ou prejuízos" nas operações auditadas em sua diretoria de abastecimento. As falhas e irregularidades constatadas pela auditoria interna da empresa em 2009 são "explicadas em parte pela dinâmica de mercado à época e pelo aumento das contratações de frete", informou a empresa.
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A Petrobras afirmou também que acatou as sugestões de melhorias em seus processos internos feitas no relatório final da auditoria. O advogado do ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, Nélio Machado, afirmou que a gestão de seu cliente na estatal foi "irretocável nos oito anos em que dirigiu o abastecimento da Petrobras". Machado disse ainda que se tratou de um período "sem qualquer ponto de vulnerabilidade".
Emergentes reduzem intervenção cambial A baixa volatilidade das taxas de câmbio nos países emergentes, atualmente na mínima em sete anos, insinua um ambiente de calma nesses países que contrasta com a sinalização do Federal Reserve (Fed) de que o período de normalização da política monetária se avizinha. A dúvida é se tal cenário é apenas uma janela de oportunidade para os bancos centrais emergentes se prepararem para novo solavanco ou a realidade pode ser, de fato, menos dramática em função de uma mudança estrutural nos Estados Unidos. Essa mudança poderia ser um nível de juros de equilíbrio mais baixo do que foi em outros ciclos de retomada da economia, como em 2000 e 2006. Nesses dois ciclos de alta anteriores, a "fed fund rate", taxa de juros de referência dos EUA, foi até 6,5% e 5,25%, respectivamente. Se considerarmos a previsão dos bancos autorizados a atuar no mercado em nome do Fed, os chamados "primary dealers", divulgada na sexta-feira, que serviu de referência para a última reunião de política monetária, o juro americano no longo prazo será de apenas 3,25%, nível este que seria alcançado em 2018. É uma situação diferente porque de certa forma explica os patamares baixos exibidos recentemente pelas taxas dos títulos de 10 anos dos EUA, com rendimento em torno de 2,5%, nas mínimas em quase sete meses. Os bancos centrais emergentes tomaram uma série de medidas a partir do tumulto pós-Bernanke, há exatamente um ano, quando foi sinalizada a redução dos estímulos monetários. Para conter a fuga de capitais diante da expectativa de que o juro começaria a subir em algum momento nos EUA, os bancos centrais decidiram intervir no mercado cambial e apertar a política monetária, como no Brasil, Turquia, Indonésia e Índia. De abril para cá, entretanto, vêm reduzindo paulatinamente suas intervenções, em resposta à baixa volatilidade e à apreciação das moedas locais desde os picos de desvalorização vistos no início deste ano. Em abril, os BCs emergentes compraram conjuntamente US$ 4 bilhões em moedas estrangeiras, revertendo as vendas vistas nos quatro meses anteriores, segundo levantamento do Nomura. A média mensal de vendas de moeda estrangeira no ano ainda é de US$ 12 bilhões.
Por países, segundo o estudo do Nomura, a reversão notada em abril se deu principalmente pela menor venda de moeda estrangeira pela Rússia (US$ 2,8 bilhões em abril, ante US$ 26,5 bilhões em março). O Brasil continuou seu programa de intervenção via swaps de dólar, vendendo US$ 3,6 bilhões no mês passado, enquanto a Turquia manteve o passo de vendas de US$ 1 bilhão. Já os BCs da Índia e da Indonésia compraram US$ 5,8 bilhões e US$ 2,6 bilhões, respectivamente, incrementando as reservas internacionais. Na avaliação do estrategista sênior de câmbio para mercados emergentes do Brown Brothers Harriman, Ilan Solot, esse desmonte das atuações para defender as taxas de câmbio mostra que as principais economias emergentes estão retomando suas políticas de estímulo à competitividade. "É um retorno ao mundo pré-Fed, mas obviamente muito mais frágeis [as economias], com perspectivas mais frágeis", diz Solot.
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O estrategista pondera que, embora o elemento central na mudança de postura dos BCs emergentes seja a perspectiva de uma recuperação mais demorada nos Estados Unidos - que atrasaria um aumento de juros por lá e manteria o fluxo para esses mercados -, há elementos específicos influenciando esse movimento, o que também impacta a leitura dos riscos que uma mudança de postura precipitada implicaria. "A Coreia do Sul está numa posição de balanço de pagamentos, por exemplo, bem melhor que economias como Turquia, Indonésia ou Brasil. A Turquia, aliás, surpreendeu ao cortar o juro, o que certamente tem algo a ver com a perda de ritmo da economia local. No caso de uma nova piora, vamos ter de novo a história de alguns países sofrerem mais e outros menos." Um ponto que chama a atenção de Solot é a recuperação das moedas emergentes ao mesmo tempo em que aumentam os riscos de baixa para o euro. O estrategista lembra que, em períodos recentes de recuperação pós-crise, o apetite por moedas emergentes era acompanhado também pela alta do euro. A moeda única europeia superou US$ 1,50 no último trimestre de 2009, recuperando-se após cair abaixo de US$ 1,20 com o estouro da crise de 2008.
"Um cenário em que o euro perde força ante o dólar pode limitar o apetite pelas moedas emergentes de maneira geral, basicamente por uma questão de sentimento, já que o euro é uma moeda forte como o dólar", diz. O índice MSCI para moedas emergentes acumula alta de 2,46% desde o início do ano e retomou níveis de maio de 2013, um pouco antes de o Fed sinalizar pela primeira vez o início da redução dos estímulos monetários. O estrategista para América Latina do Standard Chartered, Italo Lombardi, diz que a surpresa com a fraqueza da economia americana no primeiro trimestre, que frustrou expectativas de uma alta do rendimento do Treasury de 10 anos para acima de 3% já neste semestre, está por trás da mudança de postura dos bancos centrais emergentes. "Os BCs agora estão se ajustando ao momento. Atuaram forte no período de maior estresse e agora veem espaço para reduzir as intervenções. Isso é importante porque você acaba guardando munição para o caso de um novo estresse e reduz os riscos de mais um solavanco como o visto no ano passado", afirma. Segundo Lombardi, embora não seja o cenário base da maioria no mercado, não se pode desprezar a chance de a economia americana chegar ao fim do ano num ritmo ainda lento, o que impactaria diretamente as perspectivas para os fluxos de capital e, por tabela, as estratégias dos BCs do mundo emergente. "De toda forma, ainda que cheguemos ao fim deste ano com o 'yield' do Treasury de 10 anos em torno de 3%, provavelmente não veremos todo aquele susto do ano passado, quando houve a onda de venda de emergentes. Com isso, as ações dos BCs tendem a ser mais brandas." Para Solot, do Brown Brothers, a reação dos BCs emergentes a uma nova alta nos rendimentos dos Treasuries depende da velocidade com que esse movimento do mercado aconteceria. "Se for uma alta para 3% até o fim do ano condizente com uma economia americana em recuperação moderada, não vejo grandes impactos. Mas se esse movimento for abrupto, no intervalo de alguns meses e por uma mudança do Fed para um tom mais agressivo, então veremos um novo período de estresse."
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Salário mínimo sobe 1.019% em 20 anos, mas inflação tira parte dos ganhos Porém, se descontada a inflação do período, a alta se reduz a 146%, segundo pesquisa do Instituto Assaf. De acordo com o estudo, houve aumento real do poder de compra dos salários, mesmo com a inflação corroendo boa parte dos reajustes. No período, o salário mínimo passou de R$ 64,79 em 1994 para R$ 724 nos dias atuais. O Plano Real completa 20 anos no dia 1º de julho. "A pesquisa mostrou que o plano trouxe aumento de poder aquisitivo da população como um todo. O aumento médio efetivo foi de 12,18% por reajuste", calcula o pesquisador do Instituto Assaf, Fabiano Guasti Lima. Apesar de o plano ter reduzido a inflação para patamares menores, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou em 20 anos, até março, alta de 354,74%. "Ao analisar os números concluímos que o aumento real do salário mínimo, aquele que ficou acima da inflação, foi de 4,6% ao ano", avalia o professor e diretor do instituto, Alexandre Assaf Neto. Dentro do IPCA, alguns grupos pesaram mais que outros na alta dos preços, conforme explica o economista da consultoria LCA, Étore Sanchez. "O grupo Habitação, influenciado pelo aluguel residencial, foi o que mais subiu", afirma Sanchez. No total, o grupo acumulou alta de 654,87% desde 1994, sendo que o aluguel avançou 868%. O aumento do aluguel foi maior inclusive que os 503% do próprio Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM), que corrige os contratos de locação. "Atualmente, habitação é o terceiro maior grupo, representando 14% do IPCA. Tem um peso considerável na inflação", pondera o economista. Nos dados de inflação, foram considerados apenas seis grupos: alimentação e bebidas, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, artigos de residência e despesas pessoais. Os outros dois grupos da atual composição do IPCA - educação e transporte - não existiam no início da série em 1994, não sendo possível calcular a inflação acumulada no período. Como se proteger. Para se proteger contra a alta dos preços no longo prazo, especialistas citam pelo menos cinco opções de investimento, que devem ser escolhidas de acordo com o valor disponível, o tempo que o investidor planeja aplicar e até o risco. A primeira delas, a mais comum entre pequenos investidores, é o Tesouro Direto. Após realizar um cadastro em alguma corretora, é possível investir em títulos públicos atrelados ao IPCA - as Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B) e Série B Principal (NTN-B Principal). Tais títulos pagam um juro fixo, atualmente entre 5% e 6% ao ano, mais a variação da inflação no período. O preço dos títulos varia entre R$ 704 e R$ 2.479, segundo a oferta de papéis disponível no site do Tesouro na última sexta-feira. Para aplicar, no entanto, o valor mínimo é menor. O investidor pode comprar frações de 10% do título, sendo necessário assim uma quantia a partir de R$ 70. Se for uma compra programada (operações agendadas nas plataformas de home broker das corretoras), a fração cai para 1%, mas por regra a aplicação mínima deve ser de R$ 30. Os títulos de inflação são voltados para o longo prazo, sendo indicados inclusive como reserva para a aposentadoria. O mais curto vence em 2019 e o mais longo, em 2050. Se o investidor não tem necessidade de uma renda extra e quer apenas proteger o patrimônio, a NTN-B Principal é mais indicada, por pagar o juro e o valor principal investido na data do vencimento do papel. A NTN-B paga juros semestralmente, enquanto o valor principal só é recebido pelo investidor no vencimento. Além das NTN-Bs, especialistas citam como alternativa contra a inflação os títulos privados, como as debêntures, atrelados a algum índice de preços. Nas emissões de menor valor, como as do BNDESPar, foi possível aplicar R$ 1 mil. "Há ainda os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), títulos de renda fixa de operações de crédito imobiliário que podem ser atrelados à inflação", afirma o estrategista da Rio Bravo, Beto Domenici. O investimento é voltado para grandes investidores, pois a aplicação inicial começa em R$ 300 mil. Mais acessíveis, os fundos imobiliários também são lembrados. "Há todo tipo de fundo imobiliário no mercado, mas para proteger o patrimônio é interessante optar por algum atrelado ao pagamento de aluguéis. Se a inflação subir, o IGP-M corrige o aluguel e o investimento fica protegido", diz Domenici. Há fundos cujas cotas podem ser compradas na BM&F Bovespa, como uma ação, bastando para isso ser cadastrado em uma corretora. Por menos de R$ 100, já existem algumas opções de fundos. Por último, há o próprio investimento em ações, o mais arriscado dentre as opções citadas. "Não é uma via direta, mas no longo prazo teoricamente as ações funcionam na proteção contra inflação. Se os
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custos dos produtos e insumos sobem, as boas empresas tendem a corrigir seus preços, o que se reflete na receita, no lucro e na própria cotação da ação", analisa o estrategista.
O Brasil terá educação financeira, finalmente Entre 5 e 9 de maio, aconteceu a 1ª Semana Nacional de Educação Financeira. É a primeira iniciativa da Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef). O objetivo foi disseminar práticas conscientes e inteligentes para o bom uso do dinheiro. Foram centenas de atividades por todos os Estados brasileiros, incluindo palestras, seminários, debates, distribuição de cartilhas, teatro adulto e infantil, narração de histórias e mutirões para regularização do nome dos cidadãos. Muitas delas permanecerão disponíveis on-line. Aparentemente, nenhuma dessas iniciativas é novidade. Só aparentemente. Se você já teve contato com alguma cartilha de banco ou seguradora, certamente desconfiou do caráter comercial dela. Diante de especialistas, certamente desconfiou da parcialidade dos produtos oferecidos. A inovação da Enef está em reunir instituições com interesses potencialmente concorrentes para criar uma pauta de educação única, com o aval de todas as entidades participantes. É inédita, no mundo, a união de forças de tantas entidades para um trabalho de larga escala, simultâneo e, principalmente, em uníssono. É essencial citar as 12 instituições envolvidas para dar dimensão da importância da iniciativa. São elas: Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados, Superintendência Nacional de Previdência Complementar, ministérios da Educação, Fazenda, Justiça e Previdência Social, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, BMF Bovespa, Confederação Nacional das Empresas de Seguros e Federação Brasileira de Bancos. O público-alvo é heterogêneo, com ações para todas as idades e todos os níveis de renda. A principal delas é o lançamento da Plataforma Aberta de Livros de Educação Financeira, no portal edufinanceiranaescola.org.br. Por meio do site, é possível baixar conteúdo e apostilas para ensino nas escolas para o ensino médio. O ensino fundamental deverá receber o material no segundo semestre. Tudo gratuito. Ainda neste ano, será lançado o selo Enef, para reconhecer iniciativas gratuitas de conscientização e educação financeira, desde que elas sigam as diretrizes de imparcialidade. São iniciativas bem-vindas a uma sociedade que ainda lida mal com o dinheiro. Devem impactar indicadores de consumo, crédito e investimento. É um alento para a educação de nossos jovens e para a economia do país. E motivo de atenção para os adultos: em breve, jovens sairão das escolas sabendo lidar com o dinheiro melhor que seus pais. Estaremos preparados?
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