SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 26 DE JANEIRO DE 2015
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'Programa de estímulo europeu já deu certo', diz Lagarde Fonte Revista Veja Ana Clara Costa, de Davos 22/01/2015 – 12h 22 No dia em que o presidente do Banco Central Europeu (BCE) deve oficializar o anúncio de um programa de estímulos semelhante ao que o Federal Reserve (Fed) levou a cabo nos Estados Unidos, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que o mercado já precificou o programa e isso já está surtindo efeito na economia do continente. "Se olharmos a variação cambial e onde o euro está agora, não podemos negar que as expectativas são de que um programa de estímulos está para ser anunciado e será muito significativo. Diante disso, podemos dizer que já funcionou", afirma. Lagarde participou nesta quinta-feira de um painel sobre política monetária durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Durante o debate, que contou com a presença do ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers, a diretora do Fundo afirmou que a implementação do programa deve impactar a inflação na zona do euro, o que ela considera positivo, já que, pela primeira vez desde 2009, a região registrou deflação no mês de dezembro. Summers afirmou que é "super a favor" do programa. A expectativa é de que o programa seja oficializado ainda nesta quinta pelo presidente do BCE, Mario Draghi, que também está em Davos. A dinâmica deve ser similar à do americano: o BCE entrará comprando mensalmente títulos de bancos e empresas privadas para que se capitalizem e estimulem não só o crédito, mas também a produção. À agência Reuters, uma fonte da zona do euro afirmou na quarta-feira que a Comissão Executiva do BCE propôs que o banco compre 50 bilhões de euros (58 bilhões de dólares) em títulos por mês a partir de março. Se isso se confirmar, a medida poderá totalizar um volume de 600 bilhões de euros. Se um plano similar durar até o final de 2016, poderá ultrapassar 1 trilhão de euros. Com os rumores do anúncio do programa, o preço do petróleo tipo brent subiu acima dos 50 dólares por barril. Desde 2009, o Fed implementou três rodadas de estímulos que começaram ser retirados no ano passado. Diante dessa expectativa, os juros futuros dos Estados Unidos começaram a subir, com investidores apostando que, logo após o fim dos estímulos, o Fed também elevaria as taxas. Esse movimento favorece a entrada de recursos nos EUA por meio de investimentos em títulos do Tesouro. Por outro lado, tende a valorizar o dólar num ritmo mais forte do que o que gostaria o banco central americano. Como os efeitos da retirada do programa dos Estados Unidos ainda são desconhecidos, e por isso ele é chamado de 'experimento', economistas em Davos ainda são reticentes em elogiar uma versão europeia da medida. Logo após o painel sobre política monetária, Lagarde se encontrou com o ministro da Fazenda Joaquim Levy, numa reunião privada. Ao comentar brevemente sua conversa com o ministro a jornalistas, a diretora do fundo disse estar satisfeita que um 'ex-FMI' tenha assumido o principal posto da economia brasileira.
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Analistas já prevêem PIB negativo em 2015 Fonte (Germano Luders/VEJA)(Com Estadão Conteúdo) 22/01/2015às 10h 15 A freada no investimento e no consumo deve fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil seja negativo este ano, já projetam alguns analistas. O pacote de ajuste da economia que afeta a renda disponível e o consumo das famílias - somado aos desdobramentos daOperação Lava Jato, que têm impacto direto no investimento e na infraestrutura, explicam o enfraquecimento da economia brasileira esperado para 2015. A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, já espera um PIB negativo apenas devido às condições macroeconômicas desfavoráveis. Segundo ela, os impactos da Operação Lava Jato no investimento e agora os riscos de um racionamento de energia elétrica e também de água podem, na sua avaliação, agravar esse cenário ruim. Isso significa um recuo ainda maior no enfraquecido nível de atividade esperado para 2015. A economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados, Thais Zara, cita a piora nas expectativas em relação ao consumo. "O consumo das famílias pode até ser negativo este ano", afirma. Diante do ajuste na economia, ela prevê um primeiro semestre de recessão com uma recuperação no segundo semestre. "Mas a recuperação é muito volátil e com base nas expectativas", pondera a economista. O consumo das famílias é o fator preponderante, segundo ela, para o fraco desempenho da atividade, porque representa 60% do PIB. Uma combinação perversa de fatores deve levar as famílias a consumirem menos este ano. Entre eles, os economistas apontam o aumento das tarifas públicas, o imposto sobre o crédito, a volta da tributação sobre os combustíveis, a elevação da taxa básica de juros (Selic), que subiu 0,5 ponto porcentual, para 12,25%, para conter a inflação e o impacto da desvalorização do real sobre os preços. "O consumo das famílias vai desacelerar bem", prevê Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria Integrada. Ela estima um avanço de apenas 0,2% no consumo das famílias este ano, ante uma alta de 0,9% em 2014. Já o diretor de Pesquisa da GO Associados, Fabio Silveira, reduziu de 0,8% para 0,3% a expectativa de crescimento do consumo das famílias para 2015. Ele observa que o ajuste no consumo foi o principal fator para que ele cortasse a projeção de crescimento do PIB deste ano, de 1,2% para 0,5%. O investimento deve ser o outro ponto vulnerável no fraco desempenho do PIB deste ano. Nas contas preliminares da consultoria Tendências, o investimento deve encerrar o ano com uma queda perto de 4%. Para a consultoria Rosenberg, o recuo será de 3,4%. Thaís ressalta que se trata de uma retração do investimento em relação a uma base já deteriorada. Os números fechados de 2014 ainda não foram divulgados pelo IBGE, mas a expectativa dos economistas é que o investimento tenha caído cerca de 8%.
Brasil importa energia da Argentina pelo segundo dia consecutivo Fonte Jornal Folha de São Paulo LUCAS VETTORAZZO DO RIO JULIA BORBA DE BRASÍLIA 22/01/2015 às 17h44 O Brasil voltou a importar energia da Argentina para fazer frente ao consumo intenso no país. Nesta quarta-feira (21), pelo segundo dia consecutivo, uma carga do país vizinho foi enviada por uma interligação no Rio Grande do Sul. Na última terça (20), um dia depois do apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) autorizou a transferência de energia. Foi a 3
primeira vez que o governo Dilma Rousseff usou um acordo firmado em 2006 com o país vizinho, projetado para funcionar em situações de emergência. As últimas importações ocorreram em novembro e dezembro de 2010. Na importação desta quarta, o volume foi menor, de 90 MW médios ao longo do dia, mas que chegou no horário de pico em 798 MW. A demanda por energia no horário de pico, registrado às 15h29, foi de 84.292 MW em todo o país. Vale destacar que a compra da energia não envolve pagamento em dinheiro e não há uma definição de preço. Ela é paga com energia posteriormente, em um sistema de crédito e débito. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a energia é sempre devolvida pela parte que importou, o que não configura intercâmbio por necessidade. A região Sudeste/Centro-oeste, considerada uma só pelo ONS, mais uma vez bateu o recorde de consumo no horário de pico na última quarta-feira, de 51.864 MW, superando a marca alcançada no dia do apagão, segunda-feira (19), de 51.596 MW. As informações constam do IPDO (Informativo Preliminar Diário de Operação), boletim feito diariamente pelo ONS, de quarta (20), publicado na manhã desta quinta (22). O calor intenso registrado desde 2014 fez mudar o horário de pico de consumo de energia no país, antes no início da noite, para entre 14h e 15h. Na terça, o país chegou a importar 998 MW no horário de pico o suficiente para abastecer 2 milhões de pessoas, registrado naquele dia às 14h48. Ao longo do dia, a importação média foi de 165 MW. A transferência de energia entre os dois países ocorre por meio de contrato firmado em 2006. Há acordos do mesmo tipo com o Uruguai e o Paraguai. A energia da Argentina entra por meio de uma interligação em Garruchos (RS). Em nota divulgada na última quarta-feira (20), o ONS explicou que o intercâmbio "vem sendo adotado em diversos momentos ao longo da vigência do acordo" entre os países. As últimas vezes em que o país importou da Argentina, porém, foram em novembro e dezembro de 2010. Desde então, não houve transações de nenhum dos dois lados. A operação chama a atenção porque, além de a Argentina viver atualmente um problema energético mais grave que o do Brasil, tanto o ONS quanto o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmaram, depois do apagão, que havia folga de energia no sistema brasileiro. "Estão buscando alternativas para ampliar a oferta de energia, em vez de falar para a população economizar no consumo. Essa importação corrobora a hipótese de que o sistema não está com essa folga toda", disse o doutor em energia elétrica e professor titular da Universidade Federal de Itajubá (MG) José Wanderley Marangon. A carga foi destinada especificamente ao sistema Sudeste/Centro-Oeste, que, tanto no dia do apagão quanto no dia seguinte, o da importação da carga argentina, não tem produzido energia suficiente para atender a sua demanda. HISTÓRICO Nesta terça-feira (20), apesar da importação de energia, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que não houve apagão. "O que houve foi um corte preventivo feito pelo operador para evitar o desligamento de maiores proporções", disse. E o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) voltou a afirmar também terça que o apagão não ocorreu por falta de energia, mas por uma sequência de desligamentos. A posição do ministro tentou se sobrepor ao fato de que, segundo o próprio ONS, houve um recorde de consumo de energia minutos antes de o desligamento ocorrer. A alegação também foi feita em um momento em que os reservatórios estão historicamente mais baixos para um mês de janeiro e diante desta nova temporada de seca em meio ao período chuvoso.
A hora da "dolorosa" Fonte Jornal Valor Econômico Caio Megale23/01/2015 às 05h 00 4
Uma das primeiras frases que aprendemos nos cursos de economia é que "não existe almoço grátis". Ela é usada para evidenciar os trade-offs (dilemas) presentes nas escolhas na economia. Para se obter um ganho, normalmente abre-se mão de outro. O custo de uma ação, mesmo que não seja claro à primeira vista, acaba aparecendo. A expressão tem origem no século XIX, mas foi popularizada pelo economista Milton Friedman (da Universidade de Chicago, a mesma em que estudou o ministro da Fazenda Joaquim Levy), que a transformou no título de seu livro publicado em 1975. As medidas fiscais anunciadas pela equipe econômica neste início de ano lembram essa frase. Em conjunto, representam um esforço grande para restaurar as contas públicas e realinhar preços relativos (especialmente tarifas), para que a economia volte a evoluir de forma sustentável. Estamos, na verdade, pagando a conta dos estímulos e subsídios oferecidos nos últimos anos, que foram exitosos em promover a expansão do consumo, mas geraram desequilíbrios que agora precisam ser corrigidos. Nos últimos anos, o consumo cresceu acima da renda, impulsionado por estímulos fiscais e para-fiscais (por meio de empresas e bancos públicos), e controle de preços. O resultado foi um déficit primário nas contas públicas em 2014 (o primeiro desde 1997), um aumento do déficit em conta corrente (pela aceleração das importações), e pressões inflacionárias - que por um tempo foram compensadas com tarifas artificialmente baixas e desonerações tributárias pontuais (que aceleraram deterioração das contas públicas). Hora de pagar a conta. Parte dela já foi endereçada no ano passado, com a alta da taxa Selic, a desaceleração do crédito, e o aumento dos preços de gasolina e energia, corrigindo parte do desalinhamento de preços. Mas ainda falta um bom pedaço, especialmente do lado fiscal. Este ajuste está começando para valer em 2015. E ele não é pequeno. Energia voltará a subir, em torno de 30%. Teremos que reverter um déficit primário em torno de R$ 10 bilhões de 2014 (o resultado final sai no fim deste mês), para um superávit de R$ 66 bilhões este ano. As diversas medidas anunciadas até agora representam um ganho em torno de R$ 45 bilhões, um bom volume, mas ainda não suficiente. Novas medidas, especialmente do lado do gasto, devem ser esperadas. Um ajuste destas proporções tende a representar um freio ao crescimento de curto prazo, mas que pode ser compensado por outros ganhos ao longo do tempo. Um estudo do FMI de 2010, que faz um resumo da pesquisa empírica sobre efeitos macroeconômicos de processos de consolidações fiscais, pode nos servir de guia (Will it hurt? Macroeconomiceffectsof fiscal consolidation). Segundo o estudo, um ajuste fiscal que se apoie mais em aumento de impostos do que em corte de gastos é mais doloroso para a economia. Isso acontece principalmente porque o aumento de impostos pressiona a inflação, deixando pouco espaço para o banco central cortar juros e suavizar o efeito da política fiscal contracionista. Neste aspecto, o caso brasileiro infelizmente não é favorável. Dada a rigidez dos gastos públicos e o uso extensivo de desonerações tributárias ao consumo nos últimos anos, o aumento de alíquotas é inevitável. Adicionalmente, o realinhamento de tarifas de energia elétrica e de ônibus urbano ora em curso e a depreciação recente da taxa de câmbio exercem pressão adicional nos preços. Desta forma, o banco central não apenas não tem espaço para reduzir, mas está precisando aumentar os juros. O estudo também sugere que o ajuste fiscal pode ser menos doloroso quando ajuda a reverter uma situação de risco soberano (por exemplo, pelo rebaixamento da nota do país pela agência de risco). A intuição é que, se o país tem risco de solvência, um ajuste fiscal contribui para reduzir esse risco, proporcionando uma queda nos juros de longo prazo e um melhor ambiente de negócios. De fato, o Brasil pode se beneficiar desse fenômeno. Apesar de não termos um risco de solvência significativo, os juros dos títulos brasileiros subiram nos últimos anos, e as 5
agências de classificação de risco reduziram a perspectiva da nota do país. Neste sentido, o ajuste fiscal é importante para equilibrar a economia e restaurar a confiança dos agentes, abrindo espaço para a redução de juros e a volta do investimento. De fato, um ajuste fiscal bem feito pode ser importante para abrir espaço para ganhos futuros. O Brasil mesmo é um exemplo disso. Os anos de 1999 e 2003 assistiram importantes ajustes nas contas públicas, que representaram relevantes aumentos do superávit primário. Nas duas oportunidades, a consolidação fiscal foi seguida de um significativo aumento dos indicadores de confiança, o que impulsionou o crescimento econômico nos anos seguintes. Assim, a conclusão parece ser de que o ajuste de fato pesará sobre a economia em 2015. Vamos pagar pelos excessos dos últimos anos com mais um ano de crescimento perto de zero e a inflação em torno de 7%, pressionada pelo realinhamento de tarifas e aumento de impostos. Mas se formos persistentes e eficientes em implementar as mudanças necessárias, deixaremos o horizonte mais limpo para retomar o crescimento e começarmos a ver a inflação em queda. Não existe almoço grátis. Mas, com a conta paga, estaremos prontos para um merecido jantar.
Setor têxtil prevê mais um ano de retração Fonte Jornal Valor Econômico Cibelle Bouças23/01/2015 às 05h 00 A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) prevê mais um ano difícil para a indústria têxtil brasileira em 2015, com queda no faturamento de 7%, para US$ 51,5 bilhões. No ano passado, o setor apresentou queda de 4,8%, totalizando US$ 55,4 bilhões. Em reais, a receita em 2015 está estimada em R$ 139,05 bilhões, o que representa um alta de 6,8% em relação ao ano passado, quando o setor apresentou um avanço de 3,6% sobre 2013, para R$ 130,2 bilhões. A estimativa leva em consideração a estimativa da Abit de um dólar médio de R$ 2,70 neste ano, ante R$ 2,35 em 2014. Em relação à produção, a associação projeta um incremento de 0,7% na área de confecção, e de 0,3% na produção têxtil. Em 2014, a produção têxtil apresentou queda de 5%, para 2,1 milhões de toneladas. O segmento de vestuário teve retração de 2%, para 6 bilhões de peças. Na área comercial, a Abit prevê um déficit na balança comercial de US$ 6,13 bilhões, superior ao déficit de US$ 5,905 bilhões registrado no ano passado. O aumento deve-se a um crescimento estimado para importações de 3,6%, para US$ 7,34 bilhões, e uma alta de 2,7% em exportações, para US$ 1,21 bilhão. Para o presidente da Abit, Rafael Cervone, a elevação dos custos com o encarecimento da energia e da água e o aumento da carga tributária provocarão uma pressão sobre a indústria, que enfrentará dificuldades para repassar a alta ao varejo. "Além do ambiente econômico hostil, há uma falta de previsibilidade que há muitos anos não se via", disse. Sob uma previsão otimista, afirmou o executivo, é esperado um incremento de 0,4% no consumo do setor, que em 2014 atingiu 1,4 milhão de peças. Cervone, disse também que a Abit mantém conversas com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, para negociar medidas de desoneração fiscal. "Mostramos o impacto da desoneração, e ele reconheceu a importância", disse.
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Déficit do Brasil com o exterior no ano é o maior desde 2001 Fonte Jornal Folha de São Paulo SOFIA FERNANDES DE BRASÍLIA 23/01/2015 às 11h 35 O Brasil registrou em 2014 um rombo recorde nas contas externas. Os gastos brasileiros superaram as receitas em moeda estrangeira em US$ 90,9 bilhões, o equivalente a 4,17% do PIB. O saldo negativo nas transações correntes ficou 12,1% acima do déficit de 2013, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Banco Central. Também superou a expectativa da autoridade monetária, que em dezembro estimava um déficit de US$ 86,2 bilhões. Em proporção ao PIB, o resultado de 4,17% é o pior desde 2001, quando o déficit chegou a 4,19%, gerando desconfiança sobre a capacidade do Brasil de pagar a sua dívida. Os investimentos estrangeiros diretos (US$ 62,5 bilhões) não foram suficientes para cobrir o rombo das transações correntes. Em dezembro, o déficit das transações de bens e serviços com o exterior foi de US$ 10,3 bilhões. O fraco desempenho da balança comercial, que teve em 2014 seu primeiro déficit desde 2000, foi um dos principais fatores que levaram ao déficit recorde nas transações correntes. O Brasil importou mais que exportou US$ 3,9 bilhões no ano passado. . VIAGENS Também houve piora na conta de serviços. O déficit anual subiu de US$ 47,1 bilhões para US$ 48,7 bilhões. Apesar da desvalorização do real, os gastos de brasileiros em viagens ao exterior foi recorde, chegando a US$ 25,6 bilhões. No ano passado, foram de US$ 24,9 bilhões. Em ano de Copa do Mundo, os gastos de turistas estrangeiros no país cresceram US$ 210 milhões, muito aquém do que esperava o Banco Central. Os gastos dos brasileiros ultrapassaram o que os turistas estrangeiros deixaram aqui em US$ 18,7 bilhões.
Balanço de Pagamentos representa a poupança do País FONTE JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO YOLANDA FORDELONE 22 Março 2013 às 10h 45 Mês após mês o Banco Central divulga ao mercado uma série de saldos de transações realizadas pelo Brasil com o resto do mundo. Todos eles são compilados em uma conta chamada Balanço de Pagamentos. O BP reúne o dinheiro que sai e entra no País em forma de serviços, vendas e compras de produtos, empréstimos, entre outras. Se o BP é positivo em um período, significa que ingressaram mais recursos do que saíram do País. Ou seja, houve um acúmulo de reservas. Em caso de déficit, é preciso usar parte das reservas disponíveis para compensar a saída de recursos maior do que o ingresso. Entenda melhor a estrutura do Balanço de Pagamentos: Balanço de pagamentos Se divide em três contas: Transações Correntes, Conta Capital e Financeira e Erros e Omissões. 1. Transações Correntes Registra o saldo das transações comerciais, de bens e serviços, e de transferências (doações). 1.1. Balança comercial Saldo das exportações menos as importações. 1.2. Balança de serviços e rendas 1.2.1. Balança de serviços 7
Contabiliza o ingresso e saída de dinheiro em serviços como seguros, viagens internacionais, royalties, licenças e frete de transporte. 1.2.2. Balança de rendas Pagamentos de salários a empregos não residentes que prestam serviço no Brasil ou a brasileiros que prestam serviço no exterior. Compreende também a renda enviada de estrangeiros e recebida de brasileiros no resto do mundo. Lucros reinvestidos no Brasil também entram nessa conta. 1.3. Transações Unilaterais Transferência de recursos sem envolver uma troca por serviços ou bens. São doações de recursos feitas entre países. 2. Conta Capital e Financeira Registra as transações envolvendo a transferência de ativos e de passivos entre países, como empréstimos. 2.1. Conta capital Transferências unilaterais de ativos fixos, não financeiros. 2.2. Conta financeira Transações que envolvem ativos financeiros. 2.2.1. Investimentos Direto Recursos aplicados por estrangeiros no País em negócios e empresas e, em contrapartida, realizados por brasileiros no exterior. Também envolve empréstimo entre empresas. 2.2.2. Investimento em carteira Títulos de renda fixa e ações comprados e vendidos por estrangeiros no Brasil. Os papeis comprados e vendidos por brasileiros no exterior também entram nesta conta. 2.2.3. Derivativos Total de operações com ativos derivativos. 2.2.4. Outros investimentos Segundo o Banco Central, inclui os créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização. Empréstimos, de longo e curto prazos, por exemplo, estão aqui. 3. Erros e Omissões A diferença na Balança de Pagamento que não pode ser identificada devido a algum erro de lançamento aparece nesta conta. Resultado da BP e conta haveres A soma dos itens 1, 2 e 3 (Conta Corrente, Conta Capital e Financeira e Erros e Omissões) resulta no Balanço de Pagamentos. A conta haveres registra a variação das reservas internacionais. Assim, se há déficit no BP, é registrado o mesmo número, positivo, na conta haveres. Ou seja, houve um aumento da dívida externa, naquele valor. Se há superávit no BP, é registrado o número negativo (houve diminuição da dívida naquela soma).
Modelo de seguro-desemprego no país está 'completamente ultrapassado', diz Levy Fonte Jornal Folha de São Paulo 23/01/2015 às 12h29 O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse em entrevista ao jornal "Financial Times" que o modelo brasileiro do seguro-desemprego está "completamente ultrapassado". Em Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial, Levy disse que o país está em um período de austeridade e reformas, incluindo as mudanças no pagamento de benefícios sociais, anunciadas em dezembro. O governo espera que as novas regras, mais rígidas, gerem uma economia de R$ 18 bilhões neste ano. Incluídas em medidas provisórias, que ainda precisam ser aprovadas pelo 8
Congresso, elas afetam o acesso ao seguro-desemprego, pensão por morte, auxílio-doença e abono salarial. Ao jornal, o ministro disse que, para colocar as finanças do governo em ordem, será necessário "fazer cortes em várias áreas". Levy afirmou que sua intenção é "se livrar dos subsídios e corrigir os preços", destacando o setor de energia como alvo potencial. CRESCIMENTO O ministro reconheceu que a política de austeridade pode ter um impacto no desempenho da economia, afirmando que "o crescimento nulo não pode ser descartado como uma possibilidade, apesar do crescimento do PIB no Brasil ser resiliente". De acordo com o "Financial Times", ele argumentou que o país precisa mais de reformas de oferta do que de estímulos à demanda. Além disso, Levy se disse confiante de que "quando colocarmos a casa em ordem, a reação será positiva". Ao reafirmar que, apesar dos ajustes, o Bolsa Família não será cortado, Levy ressaltou que "as demonstrações de 2013 foram no sentindo de um governo melhor, não de um governo maior". "A maioria das pessoas no Brasil está preparada para pagar por serviços." TENDÊNCIAS INTERNACIONAIS Sobre o cenário mundial, Joaquim Levy disse acreditar que suas reformas estão em linha com tendências internacionais, principalmente com as políticas de controle destinadas à estimular a economia nos Estados Unidos e na China. "O mundo está mudando e é hora do Brasil mudar", afirmou, acrescentando que "políticas anti-cíclicas têm seus limites, especialmente quando você vê as duas maiores economias do mundo também alterando sua postura."
Medida eleva eficácia da alta da Selic, diz ministro Fonte Jornal Folha de São Paulo MARIA CRISTINA FRIAS DE ENVIADA ESPECIAL A DAVOS 23/01/2015 às 02h 00 As medidas de estímulo adotadas pelo BCE vão ajudar o Brasil a fazer a sua lição de casa, disse àFolha o ministro Marcelo Neri (da Secretaria de Assuntos Estratégicos), nesta quinta-feira (22), em Davos. "É melhor fazer ajuste com o vento a favor", disse Neri. "Melhor fazer assim do que com ventos contrários." "A alta de taxa de juros que tivemos vai ser mais efetiva nesse contexto do QE ['quantitativeeasing', na sigla em inglês], de afrouxamento monetário." "Estamos fazendo o nosso dever de casa, com a pessoa certa, aliás, não teria pessoa melhor, que é o ministro [da Fazenda] Joaquim Levy." Com a entrada de recursos estrangeiros que virão atrás dos juros do Brasil, o governo precisará usar menos instrumentos como "swaps" para segurar a desvalorização do real. "Vai usar menos porque a frente externa mudou." Para Neri, a Europa demorou a adotar as medidas anunciadas. "Poderia ter feito antes, foi uma decisão mais tardia, os americanos fizeram bem antes, mas foi a coisa certa no momento certo." Ilan Goldfajn, do Itaú Unibanco, também considerou que o BCE demorou a agir. "Deveria ter adotado bem antes esse pacote. Mas a necessidade de coordenação política na zona do euro leva a uma certa paralisia", disse o economista-chefe do banco.
Confiança da indústria deve subir 1,2% em janeiro Fonte Portal Economia SC (FGV/Ibre) 23 de janeiro de 2015 às 07h 42 A prévia de janeiro da Sondagem da Indústria de Transformação sinaliza avanço de 1,2% do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em relação ao resultado final de dezembro, considerando-se dados livres de influência sazonal. Com o resultado, o índice atingiria 85,3 9
pontos, retornando ao patamar de novembro passado (85,6). Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas e foram divulgados nesta sexta-feira, dia 23. O resultado de janeiro foi influenciado pela melhora das avaliações sobre o momento presente: o Índice da Situação Atual (ISA) avançaria 2,1% em relação a dezembro, atingindo 85,8 pontos, nível similar aos 85,9 pontos de novembro passado. Já o Índice de Expectativas (IE) avançaria apenas 0,4%, alcançando 84,9 pontos. O resultado preliminar do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) indica alta de 0,8 ponto percentual (p.p.) entre dezembro e janeiro, de 81,3% para 82,1%.
Estranha no ninho FONTE JORNAL O Estado de S. PauloDora Kramer23 Janeiro 2015 às 02h 03 De repente as coisas mudaram no País: onde não havia oposição, hoje o que não há é situação. O PT, partido do governo, se comporta como se oposicionista fosse. Ninguém defende a presidente Dilma Rousseff, nem ela. Seu mentor e antecessor, Luiz Inácio da Silva, arquiteto da guinada na condução da política econômica - alvo principal da fúria petista - tampouco se manifesta no sentido de reunir a tropa dispersa e cada vez mais estridente nas críticas à presidente. Circunstância até certo ponto natural não fossem o centralismo e a disciplina partidária são características fortes do PT. O partido briga internamente, mas externamente sempre esteve unido principalmente quando o caso era a defesa do projeto de poder. Daí a singularidade da existência de focos de resistência explícita ao governo. São vários. Aparecem em declarações de militantes, de parlamentares, de avaliações formais de correntes do partido preocupadas com os efeitos de medidas ortodoxas para a imagem do PT (preocupação que não tiveram em relação aos escândalos de corrupção) e agora até na movimentação de José Dirceu, conforme revelou a repórter Vera Rosa na edição de ontem do Estado, para criar um grupo dentro do PT com a finalidade de confrontar a condução do governo Dilma Rousseff. É de se perguntar aonde quer chegar o partido. Aliás, não fica claro se há estratégia conjunta ou não. Mas é esquisito que no início do mandato, com quatro anos de governo pela frente e uma oposição fortalecida pelo resultado das urnas, o PT se dê ao desfrute a desagregação em praça pública. E o mais esquisito é que isso seja provocado por reação a uma atitude de Dilma conduzida por aconselhamento de Lula, a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Indicado para corrigir os equívocos cometidos por ela, é verdade. Mas Dilma Rousseff foi invenção de quem? Pois é. Então nessa revolta toda, justiça se faça, há um sujeito oculto a pagar a conta junto com a presidente. Cizânia. Segunda-feira senadores de oposição vão se reunir com um grupo de dissidentes do PMDB para discutir a viabilidade do lançamento de uma candidatura à presidência do Senado para disputar com Renan Calheiros. Os nomes dos pemedebistas são mantidos em sigilo a fim de evitar "ataques" do Palácio do Planalto. Entre eles há gente que até outro dia integrava o primeiro escalão do exército governista. 10
Ligação direta. O fato de o deputado Júlio Delgado (PSB) ser o terceiro colocado no ranking dos candidatos à presidência da Câmara não subtrai importância às suas propostas. Ao contrário. Enquanto o favorito Eduardo Cunha (PMDB) e seu oponente Arlindo Chinaglia (PT) prometem aumento de verbas, gabinetes mais confortáveis e se digladiam nas questões relativas à interferência do Palácio do Planalto na disputa, Delgado prefere falar à sociedade. "Minha plataforma é simples: precisamos voltar ao tempo em que o deputado não tinha vergonha de ser parlamentar." E como se faz isso? Segundo ele, exercendo o poder do presidente para, em primeiro lugar, não deixar que a pauta da Câmara seja ditada pelos Poderes Judiciário e Executivo. Depois, estabelecer um dia em que seriam votados exclusivamente projetos de iniciativa de deputados. Além disso, dar ao Conselho de Ética o poder de convocar testemunhas, no lugar de fazer apenas convites. Encarar com seriedade a proposta de reforma política, interditar quaisquer propostas que representem ameaça à liberdade de expressão e atuar permanentemente em "conexão com os interesses da sociedade". Na opinião de Júlio Delgado não há saída: "Ou mudamos ou seremos mudados".
Oremos! FONTE JORNAL O Estado de S. PauloEliane Cantanhêde23 Janeiro 2015 às 02h 07 O governo Dilma Rousseff aboliu do dicionário da República os termos "apagão" e "racionamento", mas vamos aos fatos: com o consumo de energia batendo recorde atrás de recorde e os níveis dos reservatórios em baixa, no fundo do poço, a conta não fecha. Algo precisa ser feito. Ou, ao menos, dito. Atarantado, o governo não diz coisa com coisa. Quando dez Estados e o Distrito Federal ficaram às escuras, foi reunião daqui, entrevista dali, e nada de uma explicação confiável e de anúncio de providências sérias. Político, o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, botou vagamente a culpa numa tal "falha técnica ou humana" e saiu-se com essa, que já entra para os anais do reinício do mandato Dilma: Deus é brasileiro, vai dar um jeito de mandar frio e chuvas e salvar a Pátria. Técnico, o diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chip, foi mais realista: com esse calorão, dispara o uso de ar-condicionado, ventilador, chuveiro e máquina de lavar e houve um pico de consumo que o sistema não suportaria. E, já que não suportaria, teve de ser desligado preventivamente. O político nega e o técnico confirma que a geração não está dando conta do recado e o resultado é que houve um apagão para evitar um risco de apagão (?!). O que nenhum dos dois disse, mas ocorria naquele mesmo dia, é que o gigante Brasil foi bater na porta da encalacrada Argentina, de pires na mão, para pedir um pouco de energia emprestada. E se o ONS não tivesse desligado preventivamente o sistema em quase metade das unidades da Federação? E se não tivesse pedido socorro à Argentina? Dá até para saber o que poderia 11
acontecer, mas não o nome que isso teria no dicionário da presidente. De apagão e de racionamento não se pode falar, nem pensar alto... Segundo dados do próprio ONS, 85% das hidrelétricas estão com níveis de água inferiores aos que registravam durante o apagão do governo Fernando Henrique, em junho de 2001. No Sudeste e no Centro Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade de geração de energia do País, os níveis dos reservatórios bateram em 17,63%. No apagão, tinham 28,55%. E todo dia tem novo recorde de consumo. As termelétricas estão trabalhando a todo vapor, apesar de serem muito mais caras que as hidrelétricas e só servirem como Plano B, como complementação. O Plano B está virando Plano A. Feia a coisa, mas o mais incrível é como o setor público é capaz de bater cabeça - e de cometer erros. Outro dado rapidamente, para não cansar, é o desperdício de 37% da água tratada no Brasil. Só em São Paulo, que vive uma alarmante falta de água, o desperdício em 2013 foi de 34,3%. Os cidadãos ficam sem água aqui, e o setor público joga fora água tratada ali. Por quê? Por falta de planejamento, infraestrutura, investimento, manutenção, treinamento de pessoal. Em outras palavras, por descaso mesmo, num país que desperta inveja no mundo inteiro por ser uma potência hídrica. E não adianta rezar para Deus. Nem para Cristina Kirchner. Nos Andes. Aliás, por onde anda a presidente da República durante essa confusão toda, de crise de energia, de aumento de juros, de crédito mais caro para as pessoas físicas e de insubordinação no PT? Em Davos, atraindo investidores? Não. Dilma está em La Paz para a posse do presidente Evo Morales, que não tem a menor novidade: a Bolívia fica aqui do lado e essa posse de Morales nem foi a primeira nem será a última.
Programa do BCE pode estimular investimento, avalia Levy Fonte Danielle Chaves, do Estadão Conteúdo23/01/2015 ÀS 13H 30 São Paulo - O movimento do Banco Central Europeu (BCE) para iniciar um programa de relaxamento quantitativo pode estimular o investimento no Brasil e aumentar a demanda por exportações brasileiras, afirmou o ministro da Fazenda,Joaquim Levy, em entrevista à Dow Jones Newswires durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Levy minimizou qualquer impacto da recente desaceleração do crescimento na China. "O que está acontecendo na China era perfeitamente esperado", disse. Segundo o ministro, o crescimento do Brasil será "quase estável" em 2015, em meio a uma série de aumentos de impostos e cortes de gastos no País, bem como em razão da expansão global mais lenta. "Nós temos de lidar com questões de curto prazo sobre investimento", disse Levy. "Há várias coisas que precisam ser feitas no Brasil." Um blecaute no Brasil na segunda-feira, 19, levantou receios de que o País esteja sob risco de um racionamento de eletricidade enquanto lida com uma seca severa. Levy afirmou que ficará mais claro em um mês se haverá necessidade de um racionamento de eletricidade, depois do pico do verão. O ministro, porém, minimizou os baixos preços do petróleo e disse que isso tem um efeito líquido positivo para a economia. 12
Também afirmou que a Petrobras está "bem" no lado da produção, até mesmo aumentando a produção, e que, apesar de uma investigação de corrupção na companhia, ela melhorou sua governança e sairá "ainda melhor". Ao Financial Times, Levy falou sobre uma potencialmente controversa reforma de programas sociais. O ministro deixou claro que o Bolsa Família não será cortado e comentou que está confiante em que "no Brasil a maioria das pessoas está pronta para pagar por serviços". Sobre os receios de que a disciplina fiscal e as reformas defendidas por Levy não tenham apoio da presidente Dilma Rousseff, o ministro disse que essas dúvidas são injustificadas. Segundo ele, Dilma é uma "pessoa muito decidida e entende as escolhas".
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