SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 26 DE MARÇO DE 2015
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Área de infraestrutura terá cortes no orçamento Fonte Portal Economia SC/Agência Brasil 25 de março de 2015 às 15h13 A presidenta Dilma Rousseff reuniu nessa quarta-feira, 25, os ministros da área de infraestrutura para discutir cortes no orçamento no setor e definir investimentos e as próximas rodadas de concessões. Antes de anunciar os cortes no orçamento deste ano, Dilma vai ouvir todos os ministros para identificar programas prioritários em cada pasta e, assim, evitar o contingenciamento de ações consideradas fundamentais pelo governo. Participaram do encontro desta quarta-feira os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa; das Cidades, Gilberto Kassab; da Integração Nacional, Gilberto Occhi; da secretaria de Portos, Edinho Araújo; da secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha; dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, além do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Segundo informações da secretaria de Imprensa da Presidência, na reunião de hoje, os ministros mapearam os programas mais importantes de cada área e identificaram quais dependem de recursos do Orçamento e quais estão vinculados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Também foram discutidos investimentos em obras de infraestrutura e logística até 2018 e os próximos editais de concessões do setor para a iniciativa privada.
Editorial: Audácias do PMDB Fonte Jornal Folha de São Paulo 26/03/2015 às 02h 00 Conceitos muito distantes entre si na experiência cotidiana, moralidade e esperteza, correção e oportunismo, ética e chantagem nunca tiveram limites claramente definidos na atividade parlamentar. Ainda assim, o modo com que se manipulam os termos do debate sobre austeridade pública e ajuste econômico tem levado o Congresso a registrar nos últimos tempos extremos de paradoxo e ironia. É dessa forma que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vem a público para apoiar a tese da redução do número de ministérios no governo. "Se aplaudimos recentemente o Mais Médicos", disse na terça-feira (24), "está na hora do programa Menos Ministérios, 20 no máximo". Não há dúvida de que cortar pastas no governo federal (são 39) pode representar, do ponto de vista simbólico, disposição para eliminar desperdícios na máquina pública. Mais que isso, o Planalto estaria em tese limitando sua classicamente elástica margem de acomodação partidária e pessoal de que faz uso sem nenhum compromisso com resultados administrativos. É irônico, mas não ilógico, que a exigência de diminuição dos ministérios venha do PMDB. Apresentada em proposta de emenda constitucional pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a ideia foi adotada em tempo recorde por Renan.
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Sintonizados, os dois peemedebistas superam a entrevada dupla PSDB-DEM na velocidade com que absorvem parte das reivindicações expressas nos protestos deste mês. O gesto, evidentemente, não adquire sequer a aparência de algo desinteressado e cívico. Uma redução dos ministérios, na ótica do confesso oportunismo que rege a política nacional, dificilmente significaria mais do que diminuir o espaço relativo das agremiações rivais. Se não for assim, o PMDB poderia iniciar sua adaptação aos tempos de austeridade desistindo dos gabinetes que ocupa. São sete, incluindo o de Portos, o de Aviação Civil e o da Pesca ponderáveis candidatos à inexistência. Não por acaso, a iniciativa se esclarece e se completa com a encarniçada resistência que o PMDB apresenta diante do intuito do ex-prefeito de São Paulo e atual ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), de oficializar um novo partido de apoio ao governo. Ocuparia, talvez, o lugar da fisiologia pura e simples, que o PMDB faz agora menção de abandonar. Para que cumprisse a vocação que esboça a de se tornar uma legenda conservadora de raízes regionais e religiosas, ao estilo dos republicanos dos Estados Unidos, a agremiação de Renan e Cunha teria de abandonar, entretanto, outros lugares que lhe foram reservados no Executivo. Destes, obviamente, não abre mão.
Frustração e rejeição do eleitor deixam Dilma com pouca margem de manobra reduzida Fonte Jornal Folha de São Paulo MAURO PAULINODIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA e ALESSANDRO JANONIDIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA 26/03/2015 às 02h 00 Por trás da reprovação majoritária da população ao governo Dilma Rousseff, revelada pelo Datafolha após as manifestações de 15 de março, há diferenças importantes entre os eleitores que se posicionam contra a presidente. Por meio de uma análise combinatória de duas variáveis --o voto declarado no segundo turno da eleição presidencial de 2014 e a avaliação que os entrevistados fazem do governo Dilma hoje--, o Datafolha dividiu a amostra de sua última pesquisa nacional em seis subgrupos. Os três primeiros reúnem aqueles eleitores que optaram por Dilma no ano passado e que agora têm visões diferentes sobre o desempenho da presidente. São os eleitores "satisfeitos", os "apreensivos" e os "frustrados". Os outros três grupos são compostos de pessoas que não votaram na petista, isto é, escolheram o senador Aécio Neves (PSDB-MG), votaram nulo ou em branco nas últimas eleições. São subdivididos em "surpresos", "atentos" e "refratários". Os eleitores "satisfeitos" avaliam positivamente o início do segundo mandato da candidata que elegeram. Atribuem à presidente nota 8,3 --a média na população é 3,7. Eles correspondem a 11% dos brasileiros, são mais velhos e muito mais petistas do que a média. Vivem principalmente no interior do país, estão mais otimistas com a economia e são os que menos acreditam em omissão de Dilma diante da corrupção na Petrobras. É o segmento mais fiel à presidente. Os eleitores "apreensivos" não aprovam, mas também não reprovam o governo Dilma. Avaliam sua gestão como regular ou não souberam opinar. Totalizam 15% da amostra e, entre os que votaram na petista, são o grupo com mais moradores das capitais. Dão nota 6,1 à presidente e estão pessimistas com os rumos da economia, mas em proporção menor do que a média. Em comum com os grupos que não rejeitam Dilma, os "apreensivos" estão mais otimistas em relação à sua situação econômica pessoal do que com as condições do país. Se sentirem em sua rotina os efeitos dos ajustes na economia, tendem a se frustrar. Caso contrário, podem voltar a apoiar a presidente. Os eleitores "frustrados" votaram em Dilma, mas agora a consideram uma presidente ruim ou péssima. De todos os seis subconjuntos, é o que tem menor renda e mais moradores no
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Nordeste. Somam 16% e atribuem média 2,4 à petista, nota superior apenas à dos "refratários". É um estrato que demonstra bastante pessimismo com a economia e o mais inseguro com o emprego. Para reconquistá-los, o governo deveria minimizar os efeitos da recessão no mercado de trabalho e em benefícios sociais. No universo dos que não votaram em Dilma na eleição, dois pequenos subconjuntos destacam-se pela avaliação que fazem da presidente. Os "surpresos" representam apenas 2% do total, são menos escolarizados e mais pobres, e dão nota 7,1 à gestão da petista. Os "atentos", que somam 10%, a consideram regular, com média 5,4. São mais jovens, a maioria tem ensino médio e é do sexo masculino, estão pessimistas com a economia do país, mas nem tanto em relação à situação econômica pessoal. O maior grupo de todos é o dos "refratários". Corresponde a quase metade da população (47%). É um contingente que não votou em Dilma e a reprova totalmente. Entre eles, a nota média obtida pela petista fica em 1,7. É o segmento mais escolarizado e com mais gente no Sudeste. Exibe grande pessimismo na economia e é o que mais condena a presidente por omissão diante da corrupção na Petrobras. Foi o estrato mais presente nos protestos do dia 15 e parece blindado contra iniciativas do governo. IMPACTO DO AJUSTE As variações na opinião pública daqui em diante dependerão principalmente do impacto do ajuste econômico no dia a dia dos brasileiros, especialmente nos segmentos "apreensivos" e "atentos" da população. São estratos que percebem a gravidade da situação do país, mas ainda não o projetam para a vida prática. Para os "atentos", ações ou confusões na área da educação, como a que aconteceu com o FIES, podem pesar bastante. Para os "frustrados", a questão é saber se o fantasma do desemprego se materializará. Isso pode ser determinante para a adesão desse segmento às manifestações de rua. Entre os eleitores "refratários", o governo não encontra, por enquanto, espaço para manobras. A rejeição que perdura desde as eleições, intensificada pela derrota do antipetismo nas urnas, anula, pelo menos por enquanto, qualquer tentativa de aproximação de Dilma com esse segmento. Resta saber quem da oposição preencherá essa lacuna.
Cresce a participação de dispositivos móveis em compras no varejo on-line Fonte Jornal Folha de São Paulo MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br 26/03/2015 às 02h 00 O acesso e o fechamento de compras no varejo on-line por meio de aparelhos como celulares e tablets cresceu de forma rápida em 2014, segundo empresas do setor. Na B2W Digital, que reúne Americanas.com, Submarino e Shoptime, a conexão através de dispositivos móveis atingiu 24% do tráfego total no quarto trimestre de 2014. No mesmo período de 2013, a parcela havia sido de 12%. Também na Cnova, que inclui o e-commerce de Extra, Pontofrio e Casas Bahia, as vendas concluídas por meio de smartphones e tablets saltaram de 4,4% em 2013 para 10,5% no ano passado. Os números mostram que, apesar do avanço, o percentual de internautas que usam os meios móveis apenas para consulta ainda é maior. "A participação do smartphone na compra é menor, mas o aparelho cada vez mais influência na decisão do consumidor", diz Romero Rodrigues, CEO global do Buscapé. Em 2014, os acessos ao comparador de preços pelo mobile atingiram 32% --eram 13% no ano anterior. Hoje, aos finais de semana, há picos de até 40%.
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Entre os consumidores que preferem os computadores tradicionais, as principais razões são o receio com a segurança e a falta de praticidade para obter detalhes do produto em uma tela menor. "Há ainda uma boa parcela que paga com boleto e precisa usar o computador para imprimir o documento", diz Rodrigo Borer, presidente do Buscapé na América Latina. Importação de bens de consumo cai 70% no 1º tri O setor de importação de bens de consumo reduziu em cerca de 70% as compras de mercadorias no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014, puxado pelo câmbio desfavorável. Este deverá ser o pior ano do segmento em dez anos, segundo a Abcon (que representa as empresas importadoras de utilidades domésticas, presentes e confecções, entre outros artigos). "Nem quando o dólar chegou a R$ 4 [em 2002] foi tão ruim, pois a confiança do consumidor era elevada e eles aceitavam pagar mais pelo produto", diz Gustavo Dedivitis, presidente da entidade. As mercadorias de bens de consumo importados estão entre 30% e 40% mais caras. Um jogo de jantar, por exemplo, que em dezembro custava R$ 276, não é encontrado por menos de R$ 380, segundo o executivo. "Esse é o momento para as fabricantes brasileiras tentarem se sobressair aos importados em relação a preços. " Alguns empresários que contrataram financiamentos específicos para esse setor passaram a arcar com débitos maiores que o planejado, devido à cobrança em dólar. "Mesmo as empresas que não compraram com o dólar alto reajustaram os preços." O setor faturou R$ 9 bilhões em 2014, 18% a menos que no ano anterior. MAIS CONTAS NO FIM DO MÊS O percentual de famílias endividadas no país cresceu em março, na comparação com o mês anterior, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio). O número saltou de 57,8% para 59,6% no período --a parcela inclui famílias que têm algum tipo de despesa a pagar, mas não necessariamente contas vencidas. A elevação no custo de vida causada pelo reajuste de preços de itens como energia e gasolina foi um dos motivos para o crescimento, de acordo com Marianne Hanson, economista da entidade. "O início do ano já é um período em que, por questões sazonais, como pagamentos de impostos, ocorre uma elevação no percentual de famílias endividadas", afirma. "Com o aumento de preços causado por pressões inflacionárias neste início de 2015, houve um maior comprometimento da renda." O percentual de famílias que tem dívidas em atraso também registrou uma leve evolução no período, de 17,5% em fevereiro para 17,9% no mês seguinte. O cartão de crédito apareceu como o principal motivo do endividamento (73,4%), seguido por carnês (18,2%), financiamentos de carro (14,4%) e da casa (8,3%). DURÁVEIS COMPACTOS A intenção dos brasileiros em comprar aparelho celular e computador teve a maior parcela em um mês de janeiro desde o início da série histórica da Fecomércio-RJ, em 2007, segundo estudo encomendado à consultoria Ipsos. Dos 17,6% dos brasileiros entrevistados que pretendem adquirir algum bem durável até abril deste ano, 14,8% querem comprar um celular e 10,7% um computador. "Itens de maior valor e que antes recebiam incentivos do governo, como carros e produtos da linha branca, passaram a competir por espaço com produtos de tecnologia", afirma Christian Travassos, economista da federação. A televisão é o artigo mais cobiçado, com 15,4%. Entre os eletrodomésticos, a geladeira lidera, com 12,7%. Em janeiro de 2014, a parcela disposta a comprar bens duráveis era de 17,9%.
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"Em meio ao cenário pelo qual o país passa, se manter no mesmo patamar é uma boa notícia", diz Travassos. Olho... O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB/PE) apresentou nesta quarta (25) projeto que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal e impede mudança do superávit fiscal. ...no fiscal Medida para mudança só seria aceita em casos como de calamidade pública. O objetivo é evitar que o Executivo envie proposta de alteração da LDO perto do fim do exercício financeiro. Frota O setor automotivo deve se reunir com o ministro Armando Monteiro, do MDIC, hoje. Na pauta, a linha Finame/PSI, do BNDES. USADOS EM ALTA Apesar da desaceleração econômica, imobiliárias registraram aumento na comercialização de imóveis residenciais usados na região metropolitana de São Paulo. Nos dois primeiros meses deste ano, as vendas aumentaram 9,7% na Lello Imobiliária, na comparação com o mesmo período de 2014. "Esse desempenho é um reflexo da crise, que tornou o imóvel usado mais barato e seguro em relação aos que ainda estão na planta", afirma Igor Freire, diretor da imobiliária paulista. Outro fator que alavancou as vendas no período foi a disponibilidade de crédito, diz Freire. "Cerca de 80% das negociações foram fechadas por meio de financiamentos concedidos pelos bancos." O valor médio negociado de casas e apartamentos na Lello girou entre R$ 600 mil e R$ 750 mil. O tipo de imóvel mais procurado foi o de dois quartos com, pelo menos, duas vagas na garagem. A elevação da procura de usados na região não indica recuperação do segmento, diz Rodrigo Gordinho, da Lopes Imobiliária. "Temos que lembrar que ainda há um grande estoque de lançamentos que estão sem destino", avalia. APOSTA NA MOEDA O otimismo dos alemães em relação ao euro cresceu 19 pontos percentuais em um período de dois anos, segundo uma pesquisa feita pela consultoria GfK. A parcela que afirma confiar na moeda comum do continente ficou em 57% dos entrevistados. Em 2013, o número havia sido de 38%. O crescimento foi o maior em uma lista de 12 itens citados pela consultoria. No caso dos partidos políticos, por exemplo, o apoio dos alemães passou de 16% para 19% no mesmo intervalo. Em relação ao governo, a evolução foi de 34% para 40%, e à Justiça, de 65% para 64% no período de dois anos. Foram ouvidas cerca de mil pessoas para o estudo.
Brasileiros do 3G se unem a Buffett para assumir Kraft Foods Fonte Jornal Folha de São Paulo MARIANA BARBOSADE SÃO PAULO 26/03/2015 às 02h 00 A fabricante do famoso ketchup Heinz anunciou a fusão com a Kraft Foods, em mais um grande negócio envolvendo o trio de brasileiros do fundo 3G Capital --Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira-- e o megainvestidor Warren Buffett. A operação cria um gigante de US$ 28 bilhões de faturamento. A empresa nasce como a terceira maior de alimentos e bebidas dos EUA e a quinta no mundo, com cerca de 50 mil funcionários. Os acionistas da Heinz terão 51% da empresa, que receberá ainda um investimento de US$ 10 bilhões do 3G e da Berkshire Hathaway, holding de Buffett, a segunda pessoa mais rica do mundo. O comando da nova empresa estará nas mãos do brasileiro Bernardo Hees, que já é o atual presidente da Heinz.
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Os atuais acionistas da Kraft terão 49% da nova empresa e receberão dividendos de US$ 16,50 por ação valor que será pago por Buffett e pelo 3G Capital. A operação, avaliada em US$ 40 bilhões, está sendo considerada como a maior envolvendo troca de ações na carreira de Buffett, conhecido como "oráculo de Omaha", apelido que envolve sua cidade de origem, no Nebraska (EUA), e sua capacidade de fazer bons negócios. "Este é o meu tipo de transação: unir duas organizações de classe mundial, entregando valor para os acionistas", disse Buffett. CORTES E DEMISSÕES As ações da Kraft tiveram alta de 35% nesta quarta-feira (25), devido ao anúncio. O fundo 3G e a Berkshire fizeram a primeira grande operação conjunta em junho de 2013, ao adquirir a Heinz. Um ano e meio depois, a estratégia de gestão característica do trio de bilionários brasileiros, com base na meritocracia, foco agressivo em corte de custos e muitas demissões, fez a empresa se tornar a mais lucrativa do setor de alimentos industrializados dos EUA. No comunicado, a empresa diz que a economia de custos com a fusão das operações de Heinz e Kraft será da ordem de US$ 1,5 bilhão até 2017. Os planos incluem a re-internacionalização da Kraft, que em 2012 se voltou para o mercado norte-americano, com a cisão das operações globais, reunidas em uma empresa independente, listada em Bolsa, a Mondelez. Redimensionada, a Kraft passou a focar poucas, e famosas, marcas de laticínios, lanches refrigerados, sobremesas e bebidas nos EUA e no Canadá, enquanto a Mondelez, com US$ 35 bilhões de faturamento, ficou com balas, biscoitos e chocolates em todo o mundo (incluindo EUA). Nessa divisão, a Kraft manteve o direito de explorar a marca de cream cheese Philadelphia nos EUA e no Canadá. No resto do mundo, a marca pertence à Mondelez. No Brasil, a Mondelez é dona de Lacta, Tang, Trident e das outras marcas que pertenciam à extinta Kraft Brasil. Com base em pesquisas que mostram um recall forte da Kraft no mundo --em 2012, a marca era conhecida de mais de 80% da população de 14 países--, o 3G pretende aproveitar as estruturas globais da Heinz para reviver a Kraft fora dos EUA e internacionalizar seu portfólio. No Brasil, a marca Kraft é conhecida por 89%.
Dilma sob a regência do PMDB Fonte Jornal Folha de São Paulo 26/03/2015 às 02h 00 "SARNEYZAÇÃO", "parlamentarismo branco" ou "regência trina provisória". A gente pode se divertir, se irritar ou se deprimir na discussão dos nomes disso em que se vai transformando o governo do Brasil. Mas nesta semana fica explícito que parte do governo foi confiscado de Dilma Rousseff. Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado, exigiu ontem que o ministro da Fazenda não apenas apresente na terça-feira um último recurso contra decisões que o Senado está para tomar, contra o interesse do Executivo. Joaquim Levy teria de levar um programa econômico com "começo, meio e fim": que ofereça medidas alternativas de ajuste fiscal dentro de um plano maior de "retomada do desenvolvimento". Levy e Dilma não podem ser "inflexíveis, fundamentalistas". Em outros tempos, com menos sopapos e fraturas expostas, com negociações organizadas de bancadas bem definidas (ao menos entre situação e oposição), seria um embate animador e razoável. Afinal, para que temos um Congresso? Nestas semanas, não se trata de debate sobre equilíbrio de Poderes (ou não apenas disso). Trata-se de uma presidente sem bancada, sem coalizão de apoio ou até porta-vozes, que vê seu poder ser talhado a machadadas porque não tem escudo, porque não há anteparos, forças políticas para defender seus projetos e interesses, para nem dizer coisa pior.
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Calheiros quer levar à prática a lei de renegociação de dívidas de Estados e municípios com a União e legalizar os incentivos concedidos ilegalmente por Estados e municípios na "guerra fiscal" (redução de impostos com o objetivo de atrair empresas e negócios). No primeiro caso, o governo federal perde dinheiro, quase R$ 3 bilhões, em ano de pindaíba horrenda; no outro, vê avançar uma concessão a Estados e cidades sem obter progresso na reforma do lunático ICMS. São objeções sérias, se não fosse pelo fato de que o governo enrola faz anos esses assuntos, sem negociar nada direito. Se a apelação de Levy não for convincente, na terça, o Senado ameaça aprovar o que quiser contra o governo. Calheiros tem o apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e de quase todos os governadores, prefeitos e empresários interessados. Ao bater em pontos centrais do ajuste, que afetam empresários e benefícios sociais, Calheiros e Cunha já haviam encostado o governo no canto ringue. O governo ora se enrola sangrando nas cordas. Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, agiu como bombeiro, mas ainda assim Calheiros teve apoio e/ou força para mandar um ultimato ao governo, anunciado por um dos parlamentares mais influentes e sensatos do PT, o senador Walter Pinheiro, da Bahia. Como reação, o governo estuda levar o caso da renegociação da dívida de Estados e municípios à Justiça. Isso não vai prestar. "Sarneyzação" é a síndrome de um governo impotente, de poderes cassados, em tempos de crise econômica sem solução. Regência trina provisória foi o nome do governo do Império depois da abdicação de Pedro 1º; talvez seja o nome do arranjo destas semanas em que o PMDB manda na política, Levy, na economia, e Dilma se debate com o que restou.
A tentação do câmbio Fonte Jornal Folha de São Paulo 26/03/2015 às 02h 00 O câmbio, alimentado pela crise política, teve forte desvalorização desde fevereiro. O aparente estancamento nesta semana favorece uma avaliação mais estrutural a partir das perspectivas do balanço de pagamentos. Nesse sentido, é proveitoso o texto do professor da Unicamp André Biancarelli "Constrangimentos externos, de natureza financeira, ao desenvolvimento: um olhar dissidente sobre o Brasil no período pós-bonança", que em breve será publicado pelo CGEE (Centro de Gestão de Estudos Estratégicos). O saldo em transações correntes vem tendo deterioração em etapas. Depois de apresentar raros superávit em meados da década passada, teve no início do decênio déficit de 2% do PIB, que, mesmo com a economia estagnada, subiu para 4,2% em 2014, nem tão distante dos quase 5% registrados em 1999 e 2002. O saldo comercial é a principal explicação: depois de chegar a um superávit de 5% do PIB, tornou-se levemente deficitário no ano passado. As principais razões para essa trajetória foram: a queda dos preços das commodities de exportação (o risco de ter uma pauta concentrada), as dificuldades de Argentina e Venezuela (grandes compradores de manufaturados brasileiros), a queda da produção local de petróleo (em reversão), a agressividade comercial chinesa após a eclosão da crise financeira internacional, o esvaziamento das cadeias da indústria de transformação, entre outras coisas. Exceto pelos dois últimos motivos, esse quadro mostra que a depreciação tem baixo impacto no saldo comercial. O câmbio é uma tentação para países em desenvolvimento. Sua valorização só traz facilidade a curto prazo: a inflação cai, as possibilidades de consumo se ampliam, viajar pelo mundo fica mais fácil etc. A longo prazo, o problema é que a apreciação vem da abundância de recursos naturais ("doença holandesa"): isso reduz a diversificação da estrutura produtiva e da pauta de exportações, limitando a capacidade de promover o crescimento, cujos estímulos internos vazam para as importações. Além disso, o câmbio favorável é necessário, mas insuficiente, para garantir o adensamento produtivo e tecnológico, que também exige política industrial.
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O balanço entre benefícios e custos de curto e longo prazos é dificultado porque o processo de depreciação é dolorido e mal dividido, sobrecarregando os trabalhadores. Além de ter efeitos imediatos opostos aos da valorização, a tentativa de contrabalançar o choque de custos o torna recessivo. A desvalorização costuma vir somente à força, como aconteceu em 1999 e 2002. Mas a abundância de recursos naturais e a atração de capitais com juros altos fazem voltar pressões de revalorização. Nesse sentido, é relevante a avaliação do autor de que o país não deverá ter dificuldade para financiar o déficit externo. Uma razão é que a economia brasileira está mais preparada para turbulências. Houve uma significativa redução do endividamento externo: de 42% do PIB em 2002 para 15% recentemente. Biancarelli também aponta a queda dos passivos externos denominados em dólar. Quase dois terços dos compromissos de carteira (ações e títulos de renda fixa) são em real, ante 8% de 2002. Isso ocorreu graças à valorização cambial prolongada, que ofereceu aos estrangeiros ganhos adicionais ao aplicar em reais (de 2012 a 2014, a depreciação real de 50% fez o passivo externo em dólar recuperar parte de sua participação no total). Boa parte do risco está agora com os credores, que numa saída de capital em massa arcam com a queda de preços dos títulos e com a depreciação cambial, murchando o passivo em escala muito maior que a fuga de capitais, como houve em 2008. O autor ressalta que a desdolarização do passivo externo precisa ser mais estudada, mas parece explicar a maior capacidade da economia de conviver com déficit em conta corrente. As contas externas tendem a não mais levar a depreciações descontroladas, em que o descasamento de moedas leva a crises bancárias (que no Brasil costumam ser estatizadas), como nos anos 1980 e no final dos 1990. A notícia é boa, claro. Porém, no campo produtivo, aumenta a atenção para, passadas as trovoadas, evitar a revalorização cambial. Afinal, a melhor maneira de desvalorizar é não deixar apreciar. O diabo é lembrar Oscar Wilde: "O único jeito de se livrar de uma tentação é ceder".
Colheita lenta de soja segura preço do frete Fonte Jornal Folha de São Paulo 26/03/2015 às 02h 00 O setor de transporte aposta em um avanço do volume de soja colhida para um eventual reajuste de preços. Por ora, devido à baixa demanda dos dois primeiros meses, o valor do transporte deste ano está inferior ao de 2014. O transporte de uma tonelada de soja da cidade de Sorriso (MT) para Santos (SP) custou, em média, R$ 295 na semana passada. Há um ano, as negociações eram feitas a R$ 300 por tonelada nesse mesmo período. A queda ocorre mesmo em um cenário mais adverso na economia, com elevação da inflação e dos combustíveis. O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) atribui esse recuo nos preços do transporte à menor demanda, provocada pelo atraso na colheita de soja em Mato Grosso. As exportações da oleaginosa colhida no Estado somaram apenas 357 mil toneladas em fevereiro. Em janeiro, não houve exportações. No mesmo período do ano passado, já havia sido transportado 1,2 milhão de toneladas das lavouras do Estado para os portos. A pressão por transporte foi adiada neste ano e deverá ocorrer a partir deste mês. De fevereiro a junho do ano passado, Mato Grosso exportou uma média de 2,44 milhões de toneladas por mês. Durante todo o ano passado, foram movimentados 12,3 milhões de toneladas para os portos.
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Neste ano, esse volume deverá ser maior. Os produtores do Estado semearam 8,94 milhões de hectares, 6% mais do que em 2014, e vão produzir 28,1 milhões de toneladas --mais de 7% ante o volume anterior, aponta o Imea. PRODUÇÃO A Agroconsult revisou a produção de soja no país e, devido ao clima favorável em várias regiões, a safra poderá atingir o recorde de 95,8 milhões de toneladas. André Pessôa, da Agroconsul, diz que a revisão da safra para cima ocorreu devido ao "altíssimo potencial produtivo das lavouras em todas as regiões". A produção chegou a superar 70 sacas por hectare em várias áreas. Os líderes de produção são Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Mato Grosso vai produzir 28,5 milhões de toneladas, enquanto os outros dois Estados terão uma safra de 17,3 milhões e de 15 milhões, respectivamente. A Agroconsult avaliou ainda a produção de milho da safra de verão, que deverá ficar em 29 milhões de toneladas. A safrinha deverá somar 50,4 milhões, elevando a produção total para 79,4 milhões. Frango halal A Malásia efetivou a abertura de seu mercado para importação de carne de frango halal do Brasil. O órgão do governo responsável pela liberação habilitou um frigorífico da JBS de Amparo (SP). Outras dez unidades aguardam aprovação. Importante Um mercado atraente, a Malásia estava no foco do Brasil havia vários anos e era uma das prioridades de 2015 da ABPA (Associação Brasileira de Proteínas Animal). Reconhecimento "É uma conquista que valoriza a capacidade brasileira de produção de carnes sob o rito halal para os mais exigentes mercados", diz o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra. Boi em alta A arroba de boi pronto para o abate subiu para R$ 148 nesta quarta-feira (25) no noroeste do Estado de São Paulo. Oferta O dado é da Informa Economics/FNP, que aponta baixa oferta de animais prontos para a venda. Café O preço voltou a se recuperar nesta quarta (25) em Nova York. O primeiro contrato esteve a US$ 1,40 por libra-peso (454 gramas). Produção A previsão da FCStone de que a produção brasileira fica entre 44 milhões e 44,5 milhões de sacas favoreceu a alta. PETRÓLEO +3,58% Ontem, em Nova York ALUMÍNIO -1,26% Ontem, em Londres
Com vendas em queda, Mercedes já adota semana de quatro dias Fonte Jornal Folha de São Paulo CLAUDIA ROLLIDE SÃO PAULO 26/03/2015 às 02h 00 Com queda nas vendas de até 40% nos primeiros dois meses deste ano, os fabricantes de caminhões já reduzem a jornada de trabalho e até salários para adequar a produção à fraca demanda. É a primeira vez neste ano que a "semana curta", usada no ano passado e em períodos de crise, é adotada. A Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, trabalha com jornada de quatro dias desde o dia 6 e deve estender a medida na linha de caminhões por um período mais longo. Na segunda-feira, todos os cerca de 10,5 mil funcionários ficaram em casa. Na terça, a linha de caminhões permaneceu parada. Desde julho do ano passado, 750 empregados da MBB estão em "lay-off" (suspensão temporária do contrato de trabalho). Devem retornar à fábrica no final de abril.
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A montadora abriu na semana passada um PDV (programa de demissão voluntária) para enxugar o quadro de pessoal --considera que, além dos 750, há um excedente de 1.200 na unidade. "A semana reduzida vai até abril e pode ser estendida. Estamos negociando medidas para evitar demissões, já que a Mercedes tem dito que há um excedente de trabalhadores", afirma Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A MAN, divisão de caminhões da Volkswagen em Resende (RJ), trabalha em 2015 com jornada e salários reduzidos em 10%. O acordo, feito com o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense e aprovado pela categoria, inclui ainda um PDV aberto aos 5.000 funcionários da montadora e de sete fornecedores que atuam na unidade no sistema produtivo conhecido como consórcio modular. A Scania, em São Bernardo, prevê cinco dias de parada em abril para adaptar seus volumes, segundo acordo de jornada flexível negociado com o sindicato da região. Dos atuais 3.779 funcionários da fábrica, 60% estão na linha de produção. No Paraná, a Volvo concedeu férias coletivas para 1.700 empregados do setor de produção de caminhões de 16 de março a 5 de abril. Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, diz que, com a volta dos funcionários, deve discutir redução da jornada e outras medidas com a Volvo. "Não tem outra forma, temos de negociar. No final de 2014, já houve a dispensa de 200 empregados com contrato temporário determinado", diz. Na Ford, há uma negociação para a abertura de um plano de demissões, segundo a Folha apurou. A empresa tem 424 empregados em banco de horas por tempo indeterminado na unidade de São Bernardo, onde produz caminhões e automóveis. PESADOS Com os juros mais altos para o financiamento e o agravamento da crise, a demanda de caminhões vem caindo principalmente no segmento de pesados para construção civil e agronegócio. As quedas nesse segmento chegam a 70% no primeiro bimestre ante igual período de 2014, com as decisões de compra postergadas. Em 2014, o setor de caminhões já havia registrado queda de 11,3%. "Temos negociado com o governo um plano para proteger empregos e renovar a frota de caminhões", diz Marques.
Aprovada lei que deve agilizar instalação de antenas de telefonia Fonte Jornal Folha de São PauloJULIA BORBA, MARIANA HAUBERT E GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA 26/03/2015 às 02h 00 Após uma espera de mais de dois anos e meio, a Lei Geral das Antenas foi aprovada pelo Congresso e segue para sanção de Dilma Rousseff. O texto final, aprovado nesta quarta (25) pelo Senado, vinha sendo aguardado com ansiedade pelo setor de telecomunicações desde sua criação, em agosto de 2012. A norma estabelece regras nacionais para a instalação e o licenciamento das antenas de telecomunicações, tendo em vista as políticas urbanas, a proteção do patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico e a proteção à saúde da população e do ambiente. Empresas do setor defendem que a lei permitirá a ampliação e o reforço do sinal da telefonia e internet móvel em todo país, ao padronizar exigências feitas às empresas. Segundo o Sinditelebrasil, sindicato que representa as principais operadoras, uma regra nacional é fundamental para simplificar e unificar essas demandas e orientações. A ideia é que as empresas poderão, com a vigência da lei, ampliar mais facilmente sua infraestrutura e melhorar a cobertura. Segundo o sindicato, há 270 diferentes leis municipais para determinar as áreas em que as antenas podem ou não ser instaladas. As distintas exigências impunham dificuldades para o licenciamento dos equipamentos e atrasava a realização de projetos.
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MAIS RÁPIDO Outro ponto importante do projeto está na determinação do prazo de 60 dias para que Estados e municípios façam a análise dos projetos de instalação das antenas. Ultrapassado esse período, o pleito das empresas será remetido para a Anatel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que terá a obrigação de analisá-lo. A agência reguladora não poderá vetar a instalação, mas, se houver impedimentos para a instalação de determinada antena, a Anatel determinará os ajustes que devem ser feitos
Petrobras sofre duas novas ações na Justiça americana Fonte Jornal Folha de São PauloGIULIANA VALLONEDE NOVA YORK 26/03/2015 às 02h 00 Duas novas ações judiciais contra a Petrobras foram protocoladas nesta semana na Corte de Nova York, nos Estados Unidos. Ambas pedem ressarcimento de prejuízos por investimentos em ADRs (recibos de ações na Bolsa de NY) e em títulos de dívida da companhia brasileira. Um dos processos é movido pela gestora de fundos Skagen, da Noruega, o grupo Danske, com subsidiárias na Dinamarca e em Luxemburgo, e a também gestora Oppenheimer, com sede em Nova York. A Petrobras já é alvo de uma ação coletiva em Nova York, que prevê ganhos para todos os que investiram na companhia entre 2010 e 2014 em caso de vitória dos acionistas. Duas das gestoras envolvidas nesse novo processo, Skagen e Danske, haviam entrado com pedido para liderar a ação coletiva. Juntas, elas alegavam prejuízo de até US$ 267 milhões com aplicações no mercado norte-americano. O juiz do caso, JedRakoff, no entanto, apontou outro grupo, o fundo de pensão de professores e pesquisadores USS, do Reino Unido, como investidor líder. "Eles decidiram sair da ação coletiva e dar início a um processo próprio", afirmou Blair Nicholas, um dos advogados do grupo que reúne Skagen, Danske e Oppenheimer. BANCOS COMO RÉUS O novo processo tem como réus, além da Petrobras, os bancos responsáveis por distribuir os títulos de dívida da companhia brasileira no mercado americano. São citados Citigroup, JPMorgan, Scotia Capital, HSBC, Banco do Brasil, Banco da China, Bradesco e Banco IMI. A segunda nova ação foi protocolada em nome de fundos do grupo Dimensional. O processo pede ressarcimento dos prejuízos com investimentos na Petrobras entre maio de 2010 e janeiro deste ano. Levantamento da Folha feito em dezembro de 2014, no entanto, mostra que um dos fundos citados na ação, o Dimensional EmergingMarketsValue, quase dobrou suas aplicações nas ADRs da estatal no terceiro trimestre, após as primeiras revelações da Operação Lava Jato, em março. Os advogados do Dimensional não responderam à reportagem até a conclusão desta edição.
Estatal afasta, por ora, risco de perder a sede Fonte Jornal Folha de São PauloSAMANTHA LIMADO RIO 26/03/2015 às 02h 00 A Petrobras afastou temporariamente o risco de execução da hipoteca de sua sede, no centro do Rio, que havia sido decretado pela Justiça em fevereiro para garantir pagamento de indenização de R$ 935 milhões à Refinaria de Manguinhos. A Justiça estadual aceitou apelação da empresa que questiona a sentença em primeira instância. Na ação de 2013, Manguinhos pedia compensação por perdas entre 2002 e 2008 atribuídas ao preço praticado pela estatal ao vender combustíveis por suas refinarias, congelado quando a cotação no exterior subia.
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Em graves dificuldades financeiras, Manguinhos interrompeu o refino em 2005 e, após vender por algum tempo combustíveis feitos de outros insumos, deixou a atividade. Hoje, está em recuperação judicial. A juíza MariannaManfrenatti, da 25a Vara Cível, rejeitou os embargos e manteve a hipoteca, mas encaminhou o caso para análise dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio. Até lá, a hipoteca da sede não poderá ser executada. Procurada, a Petrobras não comentou.
Juros de crédito para consumidor ficam maiores em fevereiro Fonte Jornal Folha de São PauloSOFIA FERNANDESDE BRASÍLIA 26/03/2015 às 02h 00 Quem precisou recorrer a cartão de crédito, cheque especial ou outra modalidade de crédito para consumo pagou caro em fevereiro. A taxa média de juros para a pessoa física ficou em 54,3% ao ano em fevereiro, o maior patamar desde março de 2011, informou o BC. Em fevereiro de 2014, o juro do crédito livre para pessoa física estava em 47,9%. Os bancos cobraram juros de 342,2% ao ano no crédito rotativo --modalidade mais cara, quando o consumidor deixa de pagar toda a fatura do cartão de crédito. Em fevereiro de 2014, essa taxa estava em 315,1%. No cheque especial, os juros subiram de forma ainda mais expressiva. Em fevereiro do ano passado, estavam em 156,7% e saltaram para 214,2% ao ano, a maior taxa de juros dessa modalidade desde março de 1996. A elevação das taxas de juros reflete o atual ciclo de aperto monetário. De outubro para cá, o BC elevou em 1,75 ponto percentual a taxa básica de juros, que agora está em 12,75% ao ano. A elevação do custo do crédito e o menor crescimento da economia têm desmotivado as famílias a se endividar, afirmou Maciel. Segundo os dados do BC, o estoque de crédito livre (em que as taxas não são reguladas pelo governo) para pessoas físicas caiu 0,3% em fevereiro em relação a janeiro. O crédito para compra de carros caiu 5,2% nos últimos 12 meses. As famílias também recorreram menos ao cartão de crédito à vista em fevereiro. O saldo dessa modalidade chegou a R$ 111,5 bilhões, depois de queda de 6,4% em relação a janeiro. O volume de crédito ofertado pelos bancos para pessoas físicas e empresas avançou 0,5% em fevereiro em relação a janeiro, totalizando R$ 3 trilhões, o equivalente a 58,6% do PIB.
IBGE cancela Contagem da População em 2016 após cortes no orçamento Fonte Jornal Folha de São Paulo 26/03/2015 às 12h05 Após uma nova tentativa de negociar com o ministério do Planejamento, a direção do IBGE divulgou um boletim interno a seus funcionários no qual informa o cancelamento da Contagem da População em 2016 o que já estava previsto desde setembro do ano passado, quando houve um corte no orçamento da instituição. "O Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG) confirmou à Direção do IBGE ontem (23/03/2015) que, em razão de contenção orçamentária para o ano de 2015, será impossível realizar a Contagem da População em 2016 a despeito de a instituição estar preparada tecnicamente para a sua realização", diz a nota distribuída a seus empregados. Em setembro, o IBGE pleiteava um orçamento de R$ 776 milhões para 2014. Seu pedido foi negado pelo ministério, que só prevê uma despesa de R$ 204 milhões -suficiente apenas para as despesas correntes do órgão e para a realização da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), que serve para atualizar o IPCA, índice oficial de inflação, pois mapeia o padrão de renda, despesa e consumo das famílias do país.
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Com o corte, saíram do calendário a Contagem da População e o Censo Agropecuário. O instituto estima o custo de cerca de R$ 3 bilhões das duas pesquisas –a maior parte dos gastos seriam em 2016. Estava prevista, porém, uma etapa de preparação para 2015. Quando o novo ministro Nelson Barbosa (Planejamento) assumiu, a diretoria do IBGE tentou, sem sucesso, retomar o orçamento pleiteado no ano passado. A justificativa foi o ajuste fiscal em curso. No ano passado, a ex-ministra Miriam Belchior dizia que não era um bom momento incluir essas despesas em um ano eleitoral, sem assumir as dificuldades de caixa da União. Especialistas, sindicalistas técnicos do IBGE enxergam na decisão do Planejamento uma forma de desprestigiar o órgão oficial de estatística do país, que sofre com atrasos recorrentes em seu calendário de pesquisas e com o esvaziamento de seu quadro de funcionários.
Aumento na busca por trabalho e cortes eleva desemprego Fonte Revista Exame Daniela Amorim, do Estadão Conteúdo26/03/2015 ÀS 13H 00 Rio - A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País está crescendo por causa de um aumento no número de pessoas à procura de um trabalho aliado a um corte no número de vagas existentes, segundo Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Esse crescimento da taxa de desocupação está relacionado ao crescimento da procura e redução da ocupação. Você tem os dois movimentos agindo ao mesmo tempo", afirmou Adriana. A taxa média de desemprego no primeiro bimestre aumentou de 4,9% em 2014 para 5,6% em 2015, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Emprego. "O que está acontecendo em 2015 diferente de 2014? Ao longo de 2014, o que a gente vinha observando era uma estabilidade na população ocupada. Não tinha expansão de postos de trabalho, mas também não tinha redução. E, em contrapartida, você tinha uma população desocupada que só caía", lembrou a pesquisadora. "Então, a desocupação não pressionava o mercado de trabalho e também não havia dispensa de trabalhadores ocupados", acrescentou. Segundo Adriana, a população ocupada que estava mais estável em 2014 começa a se retrair, enquanto a população que estava desocupava e não pressionava a taxa começa a crescer. Além disso, a migração de pessoas para a inatividade vem contribuindo menos para conter o desemprego. "O aumento da inatividade em fevereiro foi bem inferior em relação a anos anteriores. A população não economicamente ativa estava crescendo a números mais elevados, agora está crescendo menos, o que pode ter levado a um crescimento na desocupação", sugeriu a técnica do IBGE. Adriana ressalta que o crescimento da população inativa começou a ocorrer mais significativamente em setembro de 2013. O fenômeno ajudou a conter a taxa de desemprego ao longo de 2014, apesar da estagnação na geração de novas vagas. "O crescimento da Pnea (população não economicamente ativa) foi a tônica de 2014. Continua crescendo, mas num porcentual menor do que aquele que chamava atenção da gente", avaliou ela. Em janeiro, houve até recuo na inatividade em relação a dezembro. Em fevereiro, o movimento de alta retornou, mas ainda não significativo estatisticamente, com aumento de apenas 0,4% em relação ao mês anterior. Outros serviços A dispensa de 229 mil trabalhadores na passagem de janeiro para fevereiro teve forte influência do segmento de outros serviços, segundo Adriana. A atividade cortou 165 mil empregados, queda de 3,7% no total de ocupados, de acordo com a pesquisa do IBGE. As áreas mais atingidas foram as de transporte, serviços pessoais e alojamento e alimentação.
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O segmento de serviços pessoais - que inclui manicure, esteticista e cabeleireiro - dispensou 70 mil pessoas em fevereiro. O setor de alojamento e alimentação demitiu outras 34 mil pessoas. Já o transporte terrestre teve redução de 30 mil vagas. "Alojamento e alimentação é até um setor que não dispensaria tanto (nessa época do ano), porque tem carnaval, férias. Então, de fato, é um movimento que não teria tanto uma (influência da) sazonalidade", avaliou Adriana. No caso dos serviços pessoais, a pesquisadora reconheceu que há forte ligação do setor com a renda do trabalhador. O rendimento médio real dos ocupados caiu 1,4% em fevereiro ante janeiro. "É um tipo de atividade onde há um aumento de população ocupada em função de renda", lembrou ela. Ainda em relação a janeiro, a indústria contratou 12 mil funcionários em fevereiro, alta de 0,4% no total de ocupados. A construção demitiu 26 mil empregados, queda de 1,6%. O comércio fechou 57 mil vagas, redução de 1,3%. Os serviços prestados a empresas dispensaram 23 mil trabalhadores, recuo de 0,6%. Educação, saúde e administração pública contrataram 18 mil pessoas, alta de 0,5%. Os serviços domésticos absorveram mais 21 mil trabalhadores, alta de 1,5%.
Portal Único de Comércio Exterior amplia uso de documentos digitalizados e simplifica operações Fonte Resenha ComexData/MDIC 26/03/2015 Representantes dos órgãos intervenientes no comércio exterior estiveram reunidos, nesta terça-feira (24/3) no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em Brasília, para conhecer os resultados da fase inicial do módulo "Anexação de Documentos Digitalizados" disponibilizado no Portal Único do Comércio Exterior. Desde o início do trabalho, em dezembro de 2014, já foram entregues eletronicamente mais de 23 mil documentos para a instrução de operações de importação e exportação. A segurança das informações compartilhadas é garantida pela utilização de certificados digitais. "É uma ferramenta de grande impacto no comércio exterior, que mostra que estamos cumprindo o compromisso de entregas graduais para facilitar a vida dos usuários do Siscomex e também dos órgãos públicos que trabalham no controle das operações", disse o secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, na abertura do encontro. Durante a reunião, todos renovaram o apoio ao Portal Único e o compromisso de adesão à anexação eletrônica de documentos até o final deste ano. Além da Secex, a Receita Federal do Brasil também avançou na eliminação do papel nas operações de comércio exterior. Depois de iniciar, em dezembro de 2014, um projeto piloto em quatro unidades do país, a previsão é de que, até julho deste ano, todos os processos referentes às declarações de importação sejam instruídos por meio de documentos digitalizados. Para o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, "esta iniciativa é parte do contexto das ações de governo que visam a melhoria do ambiente de negócios e o fortalecimento da competitividade da indústria nacional, com foco no comércio exterior". Outros órgãos já iniciaram os trabalhos para o uso da ferramenta em seus processos, ainda em 2015. Portal Único de Comércio Exterior Coordenado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), o Portal Único vai permitir que as empresas apresentem as informações uma
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única vez aos órgãos federais, o que irá reduzir a burocracia e os custos de exportadores e importadores. Para as operações de exportações, a meta é reduzir o prazo de 13 para 8 dias, e de 17 para 10 dias, para as operações de importações. O programa envolve a reengenharia dos processos de importação e exportação e o desenvolvimento de novos sistemas que permitam o compartilhamento de documentos e informações entre os envolvidos. O sistema de anexação de documentos é a ferramenta do portal que viabiliza o compartilhamento dos documentos para todos os órgãos a partir de entrega única no sistema.
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