Jornais e Revistas de 30 de maio de 2014

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 30 DE MAIO DE 2014

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Dilma decidiu extinguir a democracia por decreto. É golpe! Blog do Reinaldo Azevedo Revista Veja online

Atenção, leitores! Seus direitos, neste exato momento, estão sendo roubados, solapados, diminuídos. A menos que você seja um membro do MTST, do MST, de uma dessas siglas que optaram pela truculência como forma de expressão política. De mansinho, o PT e a presidente Dilma Rousseff resolveram instalar no país a ditadura petista por decreto. Leiam o conteúdo do decreto 8.243, de 23 de maio deste ano, que cria uma tal “Política Nacional de Participação Social” e um certo “Sistema Nacional de Participação Social”. O Estadão escreve nesta quinta um excelente editorial a respeito. Trata-se de um texto escandalosamente inconstitucional, que afronta o fundamento da igualdade perante a lei, que fere o princípio da representação democrática e cria uma categoria de aristocratas com poderes acima dos outros cidadãos: a dos membros de “movimentos sociais”. O que faz o decreto da digníssima presidente? Em primeiro lugar, define o que é “sociedade civil” em vários incisos do Artigo 2º. Logo o inciso I é uma graça, a saber: “I – sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Pronto! Cabe qualquer coisa aí. Afinal, convenham: tudo aquilo que não é institucional é, por natureza, não institucional. Em seguida, o texto da Soberana estabelece que “todos os órgãos da administração pública direta ou indireta” contarão, em seus conselhos, com representantes dessa tal sociedade civil — que, como já vimos, será tudo aquilo que o governo de turno decidir que é… sociedade civil Todos os órgãos da gestão pública, incluindo agências reguladoras, por exemplo, estariam submetidos aos tais movimentos sociais — que, de resto, sabemos, são controlados pelo PT. Ao estabelecer em lei a sua participação na administração pública, os petistas querem se eternizar no poder, ganhem ou percam as eleições. Isso que a presidente está chamando de “sistema de participação” é, na verdade, um sistema de tutela. Parte do princípio antidemocrático de que aqueles que participam dos ditos movimentos sociais são mais cidadãos do que os que não participam. Criam-se, com esse texto, duas categorias de brasileiros: os que têm direito de participar da vida púbica e os que não têm. Alguém dirá: “Ora, basta integrar um movimento social”. Mas isso implicará, necessariamente, ter de se vincular a um partido político. A Constituição brasileira assegura o direito à livre manifestação e consagra a forma da democracia representativa: por meio de eleições livres, que escolhem o Parlamento. O que Dilma está fazendo, por decreto, é criar uma outra categoria de representação, que não passa pelo processo eletivo. Trata-se de uma iniciativa que busca corroer por dentro o regime democrático. O PT está tentando consolidar um comissariado à moda soviética. Trata-se de um golpe institucional. Será um escândalo se a Ordem dos Advogados do Brasil não recorrer ao Supremo contra essa excrescência. Com esse decreto, os petistas querem, finalmente, tornar obsoletas as eleições. O texto segue o melhor padrão da ditadura venezuelana e das protoditaduras de Bolívia, Equador e Nicarágua. Afinal, na América Latina, hoje em dia, os golpes são dados pelas esquerdas, pela via aparentemente legal. Inconformado com a democracia, o PT quer agora extingui-la por decreto.

Mudança de regime por decreto A presidente Dilma Rousseff quer modificar o sistema brasileiro de governo. Desistiu da Assembleia Constituinte para a reforma política - ideia nascida de supetão ante as manifestações de junho passado e que felizmente nem chegou a sair do casulo - e agora tenta por decreto mudar a ordem constitucional. O Decreto 8.243, de 23 de maio de 2014, que cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o

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Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), é um conjunto de barbaridades jurídicas, ainda que possa soar, numa leitura desatenta, como uma resposta aos difusos anseios das ruas. Na realidade é o mais puro oportunismo, aproveitando os ventos do momento para impor velhas pretensões do PT, sempre rejeitadas pela Nação, a respeito do que membros desse partido entendem que deva ser uma democracia. A fórmula não é muito original. O decreto cria um sistema para que a "sociedade civil" participe diretamente em "todos os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta", e também nas agências reguladoras, através de conselhos, comissões, conferências, ouvidorias, mesas de diálogo, etc. Tudo isso tem, segundo o decreto, o objetivo de "consolidar a participação social como método de governo". Ora, a participação social numa democracia representativa se dá através dos seus representantes no Congresso, legitimamente eleitos. O que se vê é que a companheira Dilma não concorda com o sistema representativo brasileiro, definido pela Assembleia Constituinte de 1988, e quer, por decreto, instituir outra fonte de poder: a "participação direta". Não se trata de um ato ingênuo, como se a Presidência da República tivesse descoberto uma nova forma de fazer democracia, mais aberta e menos "burocrática". O Decreto 8.243, apesar das suas palavras de efeito, tem - isso sim - um efeito profundamente antidemocrático. Ele fere o princípio básico da igualdade democrática ("uma pessoa, um voto") ao propiciar que alguns determinados cidadãos, aqueles que são politicamente alinhados a uma ideia, sejam mais ouvidos. A participação em movimentos sociais, em si legítima, não pode significar um aumento do poder político institucional, que é o que em outras palavras estabelece o tal decreto. Institucionaliza-se assim a desigualdade, especialmente quando o Partido (leia-se, o Governo) subvenciona e controla esses "movimentos sociais". O grande desafio da democracia - e, ao mesmo tempo, o grande mérito da democracia representativa é dar voz a todos os cidadãos, com independência da sua atuação e do seu grau de conscientização. Não há cidadãos de primeira e de segunda categoria, discriminação que por decreto a presidente Dilma Rousseff pretende instituir, ao criar canais específicos para que uns sejam mais ouvidos do que outros. Ou ela acha que a maioria dos brasileiros, que trabalha a semana inteira, terá tempo para participar de todas essas audiências, comissões, conselhos e mesas de diálogo? Ao longo do decreto fica explícito o sofisma que o sustenta: a ideia de que os "movimentos sociais" são a mais pura manifestação da democracia. A História mostra o contrário. Onde não há a institucionalização do poder, há a institucionalização da lei do mais forte. Por isso, o Estado Democrático de Direito significou um enorme passo civilizatório, ao institucionalizar no voto individual e secreto a origem do poder estatal. Quando se criam canais paralelos de poder, não legitimados pelas urnas, inverte-se a lógica do sistema. No mínimo, a companheira Dilma e os seus amigos precisariam para esse novo arranjo de uma nova Constituição, que já não seria democrática. No entanto, tiveram o descaramento de fazê-lo por decreto. Querem reprisar o engodo totalitário, vendendo um mundo romântico, mas entregando o mais frio e cinzento dos mundos, onde uns poucos pretendem dominar muitos. Em resumo: é mais um ato inconstitucional da presidente Dilma. Que o Congresso esteja atento - não apenas o STF, para declarar a inconstitucionalidade do decreto -, já que a mensagem subliminar em toda essa história é a de que o Poder Legislativo é dispensável.

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Estoque de crédito sobe 13,4% no Brasil em abril

Em sua nota de Crédito e Política Monetária, o Banco Central apurou um estoque de crédito da ordem de 2,77 trilhões de reais em abril – 0,6% maior do que o visto em março e 13,4% superior na comparação anual. Do total, 2,61 trilhões de reais foram para o setor privado, em especial nos segmentos imobiliário, industrial, rural e também de energia. O dinheiro disponível para pessoas jurídicas foi de 1,48 trilhão de reais, enquanto o de pessoas físicas foi de 1,29 trilhão de reais. Vale ressaltar que a relação crédito/Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu em 55,9%. No quarto mês do ano passado estava em 54,1%. A maioria da carteira total do sistema financeiro (54,1% ou 1,50 trilhão de reais) é de recursos livres, ou seja, aquele dinheiro que não têm destino específico. Esta modalidade de crédito aumentou 0,1% na relação mensal e 6,2% na anual. As pessoas físicas são as que mais demandaram esse tipo de financiamento no mês: 752 bilhões de reais. O restante da carteira (1,27 trilhão de reais) é formado por recursos direcionados, aqueles usados apenas para financiamento habitacional, agricultura e repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). Esse tipo de crédito subiu 1,3% ante março e 23,2% em relação a abril de 2013. As carteiras de pessoas jurídicas e físicas totalizaram 731 bilhões e 542 bilhões de reais. Calotes - Ainda segundo o BC, a taxa de inadimplência no mercado de crédito brasileiro ficou, pelo quinto mês consecutivo, no patamar de 3%, menor nível da série histórica iniciada em março de 2011. O porcentual de calotes superiores a noventa dias entre pessoas físicas e jurídicas ficou inalterado em 4,4% e 1,9%, respectivamente. No segmento de recursos livres, a inadimplência ficou em 4,8% em abril, repetindo o nível visto em março. Já para recursos direcionados, o indicador passou de 1% pata 1,1% no quarto mês. Juros - Em abril, o spread bancário (diferença entre o custo desembolsado pelos bancos para captar dinheiro e o custo para quem o toma emprestado) foi de 12,5 pontos porcentuais (p.p.), acima do mesmo do mês anterior (12,3 p.p.). No segmento de pessoas físicas e jurídicas, os spreads se situaram em 18,6 p.p. e 7,8 p.p., respectivamente, ambos maiores do que em março. No crédito total, considerando também os recursos direcionados, os juros ficaram, em média, a 21,1% no mês passado, o mesmo de março, mas acima do vista há uma no (18,5%). A taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou abril em 31,7%, ante 31,6% em março e bem maior do que um ano antes (26,3%). Nos recursos direcionados, o custo médio permaneceu em 8% ao ano. Vale ressaltar que as pessoas físicas, que tomam empréstimo no segmento de recursos livres, são as que pagam a maior taxa de juros, de 42% ao ano em março. O destaque foi a alta de 5 p.p. na modalidade crédito pessoal não consignado. No período, o spread bancário (diferença entre o custo desembolsado pelos bancos para captar dinheiro e o custo para quem o toma emprestado) foi a 20,1 pontos porcentuais também neste segmento, acima dos 19,9 pontos vistos em março.

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Há um ano o BC vem elevando a SELIC, o que encarece o custo do crédito e acaba se refletindo no mercado. Na reunião do Comitê de Política Monetária de maio, finda nesta quarta-feira, a decisão foi pela manutenção da SELIC, taxa básica de juros, em 11% ao ano. "Olhando a série histórica, sempre que há mudança no ciclo monetário, há reação nas taxas ativas (de juros). Às vezes não no mesmo momento, mas a tendência é que essa elevação das taxas no ritmo observado nos últimos 12 a 13 meses não se mantenha", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

Rússia cria bloco comercial com ex-repúblicas da URSS

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira um acordo com os colegas do Cazaquistão e Belarus para criar uma união econômica entre os países. O governo russo afirmou que a União Econômica da Eurásia (UEE) com as ex-repúblicas soviéticas vai criar um mercado comum e ajudar a integrar a política econômica dos países membros, começando a partir de 2015. O acordo foi assinado pelos três presidentes em Astana, capital do Cazaquistão, e deve entrar em vigor a partir do dia 1º de janeiro do ano que vem, depois de ser ratificado pelos Parlamentos dos três países. O objetivo é garantir a livre movimentação de bens, serviços, capital e trabalho, além de políticas coordenadas em grandes setores econômicos. Os três países juntos têm um PIB de US$ 2,7 trilhões (mais de R$ 6 trilhões). Os críticos afirmam que o projeto é uma tentativa de reviver parte da União Soviética. O presidente da Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou que a Ucrânia deve se juntar ao bloco no futuro. Enquanto o presidente deposto, Viktor Yanukovych, ocupava o governo ucraniano, a Rússia pressionava o país para se juntar ao bloco.

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Yanukovych foi deposto em fevereiro pelas forças de oposição que queriam mais laços com a União Europeia e não com a Rússia. Desde a deposição do ex-presidente, as relações entre os dois países se deterioraram em meio aos confrontos violentos no leste da Ucrânia. Nova integração Putin afirmou que a criação da UEE "marca uma nova era". "Este documento está levando nossos países para um novo nível de integração, preservando totalmente a soberania dos Estados", disse o presidente russo na reunião com os outros dois presidentes. Os três países estão "criando um centro de desenvolvimento econômico poderoso e atrativo, um grande mercado regional unindo mais de 170 milhões de pessoas", acrescentou o presidente russo. O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, afirmou que vê o novo bloco econômico como uma "ponte entre o Oriente e o Ocidente". Mas os presidentes também reconheceram que a união não está completa. "Perdemos algo no caminho: a Ucrânia. Tenho certeza de que, cedo ou tarde, a liderança ucraniana vai perceber onde a sorte está", disse o presidente Lukashenko. Além da Ucrânia, outras antigas repúblicas soviéticas também se recusaram a assinar o acordo, apesar de a Armênia e o Quirguistão estarem analisando a possibilidade de fazer parte da UEE.

PIB do Brasil cresce 0,2% no 1º trimestre de 2014 RIO - O Produto Interno Bruto (PIB) teve expansão de 0,2% no primeiro trimestre deste ano, sobre o quarto trimestre de 2013, e somou R$ 1,204 trilhão, de acordo com o resultado das Contas Nacionais divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No quarto trimestre de 2013, o PIB cresceu 0,4%, dado revisado de uma alta de 0,7%. A variação do intervalo janeiro-março ficou igual à estimativa média de 0,2% apurada pelo Valor Data junto a 20 consultorias e instituições financeiras. As projeções para o período oscilaram de queda de 0,1% a alta de 0,6%. A expansão do PIB do primeiro trimestre veio abaixo da variação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, e que mostrou crescimento de 0,3% sobre o período entre outubro e dezembro de 2013. Na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, houve alta de 1,9%. A média das estimativas do Valor Data apontava aumento de 1,6%, com intervalo entre 1,3% e 2%.

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Indústria O PIB da indústria teve retração de 0,8% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o quarto trimestre de 2013, feito o ajuste sazonal. O resultado veio abaixo da média apurada pelo Valor Data, que apontava queda de 0,3%. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o PIB industrial aumentou 2,8%. No PIB, a indústria engloba, além do setor manufatureiro e extrativo, a construção civil e a produção e distribuição de energia e gás. Os dados já incorporam a reformulação da pesquisa de produção industrial do IBGE, algo que, segundo alguns analistas, foi relevante para reduzir as expectativas para a economia no período. A mudança de metodologia, que incluiu novos produtos, recalculou os pesos setoriais dentro da produção total e elevou o número de empresas que fornecem informações, adicionou mais de um ponto percentual à alta da produção no ano passado, que passou de 1,2% para 2,3%. No entanto, ao elevar a base de comparação do ano passado, a reformulação teve efeito negativo sobre o indicador de atividade do setor manufatureiro no primeiro trimestre. A produção industrial passou de um avanço de 0,6% na pesquisa “velha” para retração de 0,5% de acordo com a nova série. Além desse fator estatístico, um dos principais ramos da indústria, o automobilístico, enfrenta que da de vendas e de produção, e há, ainda, um cenário de aumento de estoques diversos fabricantes. Serviços Entre o último trimestre do ano passado e o primeiro deste ano, o setor de serviços, que engloba comércio, intermediação financeira e serviços públicos, entre outros, cresceu 0,4%, feito o ajuste sazonal. A média das estimativas apurada pelo Valor Data era de alta de 0,3% para esse ramo de atividade, em média. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB do setor de serviços subiu 5,2%. Agropecuária O setor agropecuário, por sua vez, teve expansão de 3,6% no primeiro trimestre de 2014, sobre o último de 2013, e foi o destaque do PIB no lado da oferta. A alta veio em acima da média de 2,3% esperada pelos analistas. No período entre outubro e dezembro de 2013, o PIB agropecuário caiu 0,5%. Ante o primeiro trimestre do ano passado, o PIB agro cresceu 2,8%. Demanda Pelo lado da demanda, o consumo das famílias caiu 0,1% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao período imediatamente anterior, feitos os ajustes sazonais. O resultado ficou abaixo das previsões coletadas pelo Valor Data, que na média indicavam avanço de 0,4% para esse componente do PIB. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias subiu 2,2%. O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,7% no período entre janeiro e março, em relação aos três meses imediatamente anteriores, feitos os ajustes sazonais, desempenho acima do previsto pela média das projeções do Valor Data, que indicava alta de 0,4% para a demanda do setor público nesta comparação. Em relação a igual período do ano passado, o aumento nos gastos da administração publica foi de 3,4%. No quarto trimestre do ano passado, o consumo do governo aumentou 0,9%, valor que também foi revisado para cima, já que a alta anteriormente informada era de 0,8% no período. A formação bruta de capital fixo (FBCF - que representa o investimento em máquinas e equipamentos e na construção civil) teve retração de 2,1% entre janeiro e março, sobre outubro a dezembro de 2013.

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Setor externo As exportações registraram desempenho negativo no primeiro trimestre de 2014. Entre janeiro e março, as vendas do Brasil ao exterior caíram 3,3% em relação ao quarto trimestre, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou abaixo da média das projeções coletadas pelo Valor Data, que apontava queda de 3,2%. Em relação ao primeiro trimestre de 2013, houve avanço de 2,8% das exportações. No quarto trimestre do ano passado, as exportações cresceram 3,6% sobre o terceiro trimestre após revisão dos dados. Já as importações ganharam força no primeiro trimestre, ao crescerem 1,4% ante o quarto trimestre de 2013, quando tiveram queda de 0,4% após revisão dos dados. O resultado do primeiro trimestre ficou abaixo da média das projeções coletadas peloValor Data, que apontava aumento de 1,5%. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, houve expansão de 1,4% nas compras de bens do exterior.

Mesmo com queda, Brasil lidera investimentos externos na América Latina Relatório divulgado ontem (29), em Santiago, pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) mostra que Brasil atraiu, no ano passado, US$ 64 bilhões dos investimentos estrangeiros diretos (IED) destinados a esta região. Segundo a Cepal, o valor, "levemente" abaixo do captado em 2012, representa 35% do montante recorde de investimentos na região, de US$ 184,9 bilhões. O destaque do relatório Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e no Caribe 2013 é México, que dobrou o volume captado do exterior em relação a 2012. Com isso, o país passou a ser o segundo receptor na região, com US$ 38,3 bilhões no ano passado. De acordo com o levantamento, 82% dos fluxos de IED foram destinados às seis principais economias da região. Enquanto o Chile (-29%), a Argentina (-25%) e o Peru (-17) deixaram de atrair investimentos externos, o Panamá (61%) e a Bolívia (35%) passaram a despertar maior interesses de investidores estrangeiros. O documento revela que a América Central captou 21% mais IED que em 2012, enquanto o Caribe recebeu menos 19%. Conforme levantamento da Cepal, uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas (ONU), exceto em 2006 e 2009, os investimentos estrangeiros diretos na região vêm crescendo desde 2003 e se mantiveram estáveis em 2011. Com a previsão de desaceleração econômica mundial neste ano, a Cepal calcula que também haverá queda desse tipo de aplicação em 2015. O relatório mostra ainda que, em 2013, o setor de serviços recebeu 38% do total de investimentos estrangeiros, enquanto o de manufaturas ficou com 36% e o de recursos naturais, com 26%. Responsável por quase metade do montante de IED, a Europa foi a região que mais investiu nos países da América Latina e do Caribe, enquanto os Estados Unidos foram o país que mais destinou recursos para a região. Fonte: Agência Brasil

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Dilma encerra mandato com quatro anos seguidos de “pibinho” BRASÍLIA - O governo Dilma Rousseff foi posto diante de dois fatos nesta sexta-feira, 30. Segundo uma fonte graduada do Palácio do Planalto, que comentou "politicamente" ao jornal O Estado de S.Paulo o resultado final do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 e o avanço do PIB no primeiro trimestre de 2014, o governo federal tem motivos para comemorar e se resignar, a partir de agora.

Ainda que a equipe econômica trabalhe com uma melhora na economia a partir do segundo semestre deste ano, o que levará o PIB para uma alta de 2%, pelo menos, o Palácio do Planalto já se resignou: Dilma terminará seu mandato presidencial tendo a alta de 2,7% registrada logo no primeiro ano (2011) como a mais elevada de seu período. A equipe econômica ainda esperava algum alento com a revisão final do PIB de 2013, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estava fazendo. Ao incorporar a nova pesquisa industrial, que leva em conta um quadro geral mais preciso das fábricas no Brasil, o IBGE verificou um salto muito maior da produção industrial no ano passado, e o governo contava que a alta do PIB, inicialmente de 2,3%, fosse revisada para cima, ao ponto de ultrapassar o dado verificado no primeiro ano de Dilma. De fato, o PIB de 2013 foi revisado para cima - e este foi motivo de comemoração hoje na equipe econômica -, mas para 2,5%. Assim, o PIB de 2011 se consolida como o maior de toda a "Era Dilma". "O governo trabalhou diuturnamente, por mais de três anos, para estimular a economia brasileira, que atravessou uma fase difícil da crise mundial nesse período", afirmou a fonte do Planalto. "Não fossem esses esforços e nossa indústria estaria hoje em uma situação grave, e a taxa de investimentos seria menor." No primeiro trimestre de 2014, os investimentos representaram 17,7% do PIB, resultado inferior ao verificado em igual período do ano passado, quando os investimentos atingiram 18,2% do PIB. A aposta do governo é que o primeiro trimestre de 2014 terminará sendo o mais fraco de todo o ano. "A economia terminou 2013 muito bem, e houve um ajuste geral no início deste ano. Mas os dados que dispomos já apontam melhoras no segundo trimestre, e até o final do ano, com a dissipação da crise mundial, vamos ganhar ritmo", explicou uma fonte da equipe econômica ao 'estado'. "Havia uma certa preocupação no mercado quanto à possibilidade do PIB do primeiro trimestre ser negativo, então uma alta de 0,2%, ainda que é pequena, não deixa de ser boa notícia", ponderou o economista do governo. A resignação que se instalou hoje pela manhã com o fato de que o avanço de 2,7% do PIB em 2011 terminará sendo o maior do governo Dilma se dá por uma razão específica: tanto Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) quanto Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) conseguiram avanços mais expressivos mesmo em seus primeiros mandatos. O maior avanço do PIB em todos os oito anos de FHC foi obtido logo no primeiro ano, coincidentemente, com uma alta de 4,4%, quase repetida em 2000, quando o PIB cresceu 4,3%. Lula, no entanto, veria as maiores taxas de PIB em segundo mandato, quando chegou ao recorde de 7,5%, em 2010, mas em seu primeiro mandato também obteve uma alta da economia superior a Dilma, com 5,7%, em 2004.

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Economia subterrânea perde importância no PIB brasileiro

São Paulo - A economia subterrânea é enorme no Brasil, mas tem perdido importância sistematicamente na última década. É isso que mostra o Índice de Economia Subterrânea (IES) criado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE). O indicador calcula valores absolutos e relativos da produção de bens e serviços não reportada ao governo - ou seja, que está à margem do PIB nacional. Pirataria, atividades ilegais e sonegação de impostos, por exemplo, entram no cálculo. O IES mostra que a economia subterrânea respondia por 21% do PIB do país em 2003. No ano passado, foram 16,2%. A queda de quase cinco pontos percentuais está relacionada ao forte crescimento econômico, mas nos últimos 3 anos, os números caíram não só em termos relativos mas também absolutos. Veja na tabela: Em % do PIB

Em R$ (preços de 2013)

2003

21,0%

709,2 bilhões

2004

20,9%

744,1 bilhões

2005

20,4%

750,9 bilhões

2006

20,1%

770,6 bilhões

2007

19,4%

786, 2 bilhões

2008

18,7%

797,4 bilhões

2009

18,5%

785,3 bilhões

2010

17,7%

807, 9 bilhões

2011

16,9%

796,6 bilhões

2012

16,8%

792,3 bilhões

2013

16,2%

782,3 bilhões

Os números atualizados, divulgados ontem, já usaram dados da PNAD Contínua, que analisa 5 mil municípios e não 3 mil como a PNAD anterior. “Historicamente, a formalidade é mais forte nos grandes centros, e esse resultado mostra que ela também está se espalhando para os pequenos municípios, ainda que a economia já não tenha o mesmo vigor. É o que eu costumo chamar de melhora institucional do País”, explica Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da FGV/IBRE.

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O presidente executivo do ETCO, Evandro Guimarães, diz que a melhora dos números está relacionada a políticas públicas como a desoneração tributária, a ampliação do uso da Nota Fiscal Eletrônica, a desburocratização de processos tributários e as políticas dirigidas a pequenos empresários, como o MEI e o Simples Nacional.

Brasil é o quinto maior mercado de internet, aponta estudo

Internet: Brasil fechou 2013 com 100 milhões de internautas e 72 milhões de smartphones

São Paulo - O Brasil é o quinto maior mercado para negócios na internet do mundo. É o que diz um relatório divulgado nesta semana pela empresa americana de investimentos Kleiner Perkins Caufield & Byers (KPCB). Na frente do Brasil, estão só os mercados chinês, americano, japonês e indiano. O relatório traz a assinatura de Mary Meeker, que é sócia da KPCB e um nome respeitado quando o assunto são negócios na internet. De acordo com o documento, o Brasil fechou 2013 com 100 milhões de internautas. O número representa um crescimento de 12% em relação ao ano anterior e indica que quase 50% da população brasileira já está conectada. O Brasil também ficou com o quarto lugar no ranking dos países que passam mais tempo por dia usando seus aparelhos eletrônicos. Na imagem abaixo, veja a lista dos dez primeiros países desta lista:

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Em média, o brasileiro gasta fazendo isso 474 minutos do seu dia - distribuídos em 113 minutos assistindo TV, 146 no laptop ou PC, 149 no smartphone e 66 com tablets. Só na Indonésia, Filipinas e China se passa mais tempo com gadgets do que no Brasil. Smartphones O levantamento abordou ainda o mercado de smartphones no Brasil. Classificado como emergente, o país conta com 72 milhões de linhas conectando smartphones (segundo a Anatel, há um total de 274 milhões de linhas celulares no país). Elas atendem cerca de 36% da população. Entre os países emergentes, o Brasil só fica atrás de China e Índia nesse quesito. De 2012 para 2013, o número de smartphones no Brasil cresceu 2 milhões de unidades e a tendência de crescimento deve se manter em 2014, de acordo com a KPCB.

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