Indice
1
EDITORIAL
FICHA TÉCNICA DIRETOR E EDITOR-CHEFE Bruno Santos
Caríssimos leitores,
CO-EDITOR-CHEFE Pedro Lopes Silva
É no centro do Verão mais peculiar que já vivemos que lançamos a 21ª edição da nossa Lifesaving. Num período de extremo cansaço de todos os profissionais de saúde pela situação pandémica que se arrasta há demasiado tempo, é de louvar a manutenção do empenho de todos os editores e convidados que tornaram possível o lançamento de mais este número.
EDITORES ASSOCIADOS MINUTO VMER Isabel Rodrigues ESTATÍSTICA Ana Isabel Rodrigues André Abílio Rodrigues Solange Mega NÓS POR CÁ Catarina Tavares FÁRMACO REVISITADO Alírio Gouveia Catarina Monteiro JOURNAL CLUB Ana Rita Clara O QUE FAZER EM CASO DE André Abílio Rodrigues CUIDAR DE NÓS Sílvia Labiza EMERGÊNCIA INTERNACIONAL Eva Motero Rúben Santos ÉTICA E DEONTOLOGIA Teresa Salero LEGISLAÇÃO Ana Agostinho Isa Orge TERTÚLIA VMERISTA Nuno Ribeiro MITOS URBANOS Christian Chauvin VOZES DA EMERGÊNCIA Ana Vieira Rita Penisga Solange Mega UM PEDACINHO DE NÓS Ana Rodrigues Teresa Castro TESOURINHOS VMERISTAS Pedro Oliveira Silva
Nesta edição celebramos o nosso 5º aniversario, marcado pela emancipação da “Lifesaving Scientific”, que assume agora o grau de revista científica independente da Revista Lifesaving “normal” que mantem o seu caracter de divulgação e todas as outras rúbricas a que os temos habituado. Neste número destacamos a nossa tertúlia com uma reflexão dos nossos editores sobre os 5 anos de existência da Lifesaving; o artigo sobre a escolha da interface na ventilação não invasiva em contexto de insuficiência respiratória aguda, relatado no Minuto VMER e; “O que fazer em caso de…” Objeto empalado. Além destes, outros artigos e curiosidades de elevado interesse estarão disponíveis mantendo o formato leve e ao mesmo tempo sério a que esta revista já os habituou. Deixo um profundo agradecimento a todos os editores e colaboradores desta edição pela disponibilidade, profissionalismo e comprometimento com este projeto, tornando possível a sua publicação nas datas previstas, num período em que o cansaço e a desmotivação assolam o nosso dia-a-dia de trabalho Bem hajam e boas férias. Pedro Lopes Silva
CO-EDITOR-CHEFE Enfermeiro VMER pgsilva@chalgarve.min-saude.pt
CONGRESSOS VIRTUAIS Pedro Oliveira Silva BEST SITES Bruno Santos BEST APPS Pedro Lopes Silva ILUSTRAÇÕES João Paiva
Momentos de inspiração
FOTOGRAFIA Pedro Rodrigues Silva Maria Luísa Melão
“A criatividade requer coragem.”
AUDIOVISUAL Pedro Lopes Silva DESIGN Luis Gonçalves
Henry Matisse (1869-1954) Pintor, desenhista, gravurista e escultor francês.
PARCERIAS
Periodicidade Trimestral
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Linguagem Português ISSN 2184-1411 2
Propriedade: CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE Morada da Sede: Rua Leão Penedo. 8000-386 Faro Telefone: 289 891 100 | NIPC 510 745 997
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4
09 MINUTO VMER Ventilação não-invasiva na insuficiência respiratória aguda: escolha de interface 13 MITOS URBANOS Oximetria de pulso 18 FÁRMACO REVISITADO Sugammadex 23 JOURNAL CLUB “Effect of the use of an endotracheal tube and stylet versus an endotracheal tube alone on first-attempt intubation success: a multicentre, randomised clinical trial in 999 patients” 29 O QUE FAZER EM CASO DE Objeto empalado
43 NÓS POR CÁ Estudantes de medicina escolhem VMER do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve para estágio eletivo 48 NÓS POR CÁ O seu coração não pode parar. Ligue 112 51 VOZES DA EMERGÊNCIA Centro Humanitário Silves – Albufeira, Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) 56 UM PEDACINHO DE NÓS Dr. Luís Ramos 60 TESOURINHO VMERISTA 60 CONGRESSOS E CURSOS
31 CUIDAR DE NÓS Atividade física: um caminho para a saúde e performance
62 BEST SITES
35 EMERGÊNCIA INTERNACIONAL ECMO em emergência pré-hospitalar: uma perspetiva francesa na primeira pessoa
64 PÁGINAS ABC
40 TERTÚLIA VMERISTA "Revista LIFESAVING após 5 anos, que contributos para a emergência pré hospitalar?"
63 BEST APPS
68 PÁGINAS APEMERG
73 CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO 76 ESTATUTO EDITORIAL
5
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9ª SEPARATA CIENTÍFICA
ÍNDICE
5a8 ago
Indice
organização:
6
Celebração do 5º Aniversário da LIFESAVING no Fórum FNAC de Faro: •
Exposição de pinturas e gravuras originais publicadas na Revista LIFESAVING
•
Apresentação à Comunidade dos algoritmos: ”O que fazer em caso de...”
•
Apresentação dos projetos LIFESAVING - Revista de Emergência Médica e LIFESAVING - SCIENTIFIC
apoio FNAC
Descarregue através do QR CODE os nossos Algorritmos
Algoritmos LIFESAVING “O que fazer em caso de...”
organização:
Os 22 trabalhos já publicados, sob a forma de algoritmos, pretendem transmitir conceitos simples de abordagem de múltplos cenários de emergência médica, numa linguagem e grafismo dirigidos à Comunidade.
apoio FNAC
7
Indice
A rubrica “O que fazer em caso de...” (emergência), é publicada trimestralmente, mantendo presença assídua desde a estreia da Revista LIFESAVING, a 5 de Agosto de 2016.
Indice
8
MINUTO VMER
MINUTO VMER
VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA NA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA: ESCOLHA DE INTERFACE Ana Fernandes1 1
Serviço de Pneumologia – Centro Hospitalar Universitário do Algarve - Faro
INTRODUÇÃO A Ventilação Não Invasiva (VNI) é um dos tratamentos preferenciais na insuficiência respiratória aguda (IRA). O seu sucesso depende da patologia inerente à IRA, das caraterísticas do doente (formato da face, padrão respiratório nariz/boca, patologia nasal) e sua colaboração, da experiência da equipa que a institui e do equipamento disponível. Neste processo, a seleção de interface e sua vigilância/ajuste regulares, são determinantes para a tolerância e eficácia do tratamento.
Quadro 1 – Classes de interfaces (Adaptado de How to avoid interface problems in acute noninvasive ventilation, Breath, 2014). Legenda: AF – Anatomia Facial; CA – Contexto Agudo; UCI – Unidade de Cuidados Intensivos. Aplicável à interface Eventual alternativa (raramente)
A utilização da VNI aumentou bastante
facial, padrão respiratório, nível de
agudo o padrão respiratório oral,
nas últimas 2 décadas, contudo a sua
conforto) e da eficácia clínica,
condiciona menor eficácia das
taxa de insucesso na IRA ainda oscila
embora a experiência da equipa, o
interfaces nasais, uma vez que há
entre os 18 e os 40%1.
equipamento disponível e questões
fuga de ar pela boca1,2. Na IRA a
Os principais obstáculos à adaptação
económicas também a influencie1,2,3.
interface de eleição é a oronasal (>
a uma interface são a fuga de ar, as
A evidência científica não reflete
70%) [Figura 1A], podendo a facial
lesões cutâneas e o desconforto
diferença entre as interfaces na
total [Figura 1B] e o helmet1,2,3,4 ser
individual ao tratamento1,2.
melhoria dos parâmetros
opções, no entanto, o último não está
respiratórios, contudo em contexto
disponível em Portugal.
Seleção de Interface Existem 6 classes de interfaces, comercializadas em vários tamanhos, com vantagens e desvantagens (Quadro 1). A seleção da interface depende das caraterísticas do doente (anatomia
9
Indice
Figura 1 – Tipos de Interfaces. A) Oronasal; B) Facial Total; C) Nasal; D) Almofadas Nasais
Por último, colocar o arnês e ajustar, tentando corrigir ao máximo a fuga não intencional. Realizar gasometria arterial após 30-60min de VNI e quando alterações do estado clínico4. PREVENÇÃO E MANUTENÇÃO DOS PRINCIPAIS EFEITOS SECUNDÁRIOS Controlo da fuga de ar Uma técnica utilizada, é a regra dos 2 dedos, em que o ajuste não deve exceder a possibilidade de colocação de 2 dedos entre o arnês e a cabeça do doente1 (Figura 4). O material de fabrico da interface é Figura 2 – Interface ventilada e não ventilada. As interfaces não ventiladas têm habitualmente o “cotovelo” em azul para se diferenciarem.
determinante para o conforto do doente, a interface “almofadada” com
Rebreathing de dióxido de carbono:
Inicio da VNI:
silicone, ou que permite a insuflação
espaço morto e circuitos ventilatórios
O doente deve estar sentado e
de ar no seu interior, são opções bem
A VNI pode ser usada em 2
monitorizado, avaliando-se a cada
toleradas no controlo da fuga de ar.
formatos, consoante o ventilador e o
15-30 minutos (nas primeiras 2
Experimentar mais que 1 tamanho,
circuito utilizados:
horas) a oximetria de pulso,
até se atingir o equilíbrio fuga/
Circuito aberto de ramo único, em
frequência respiratória, traçado
conforto, é frequente.
que a interface é ventilada (Figura 2)
eletrocardiográfico, tensão arterial e
Não sendo possível mais ajuste da
e a saída do dióxido de carbono é
nível de consciência .
interface, recorre-se aos parâmetros
feita por intermédio de uma válvula
Descrever a sensação que poderá ter
ventilatórios, nomeadamente, ligeira
exalatória para o exterior
com a colocação da interface e
diminuição da pressão inspiratória ou
Circuito fechado de ramo duplo, com
permitir ao doente que a segure
mudança de volume controlado para
uma interface não ventilada (Figura
próximo da face (fornecendo
pressão controlada. Em doentes
2), em que existe uma via para exalação
menores pressões transitoriamente)
selecionados, aumentar a pressão
ou um filtro de remoção do dióxido de
pode ajudar a diminuir a ansiedade .
em modo de pressão controlada, ou
carbono dentro do sistema
A interface não deverá ficar
aumentar o volume corrente em
sobreposta às extremidades dos
modo volume controlado, pode
É fulcral garantir a compatibilidade
olhos ou da boca e deve ser
aumentar o volume/minuto apesar do
ventilador/circuito/interface antes
adaptada primeiro pela base e depois
aumento da fuga1.
de iniciar a VNI, pois uma
na pirâmide nasal (Figura 3).
1,2,3
.
.
1,2,3
4
1
1
montagem incorreta poderá ser fatal para o doente1. Atualmente, o circuito fechado é o preferencial, dado que diminui a dispersão de partículas.
Indice
Figura 3 – Posicionamento da interface. (Adaptado de instruções de utilização Varifit).
10
Figura 4 – Ajuste da interface. Regra dos 2 dedos
Pressão da interface
congestão nasal. A limpeza com soro
BIBLIOGRAFIA
A pressão, é necessária para garantir
fisiológico e aplicação de
1.
a selagem da interface. Em excesso,
descongestionante tópico é uma das
noninvasive ventilation. Breath. September 2014,
causa desconforto facial e contribui
soluções. A utilização de anti-
vol 10: 3, 231-243.
para lesões cutâneas (úlceras de
histamínico também pode beneficiar.
pressão)1,2,4. A utilização de uma base
A secura da mucosa decorre,
Ventilation and Weaning – Principles and
de apoio, feita com penso
essencialmente, da fuga de ar pela
Practice, 2010.
hidrocolóide, é uma forma de
interface e/ou pela boca, a sua
minimizar o problema1,2. Contudo, a
resolução e uma adequada higiene
Management of Acute Hypercapnic Respiratory
inspeção periódica da pele (1x turno),
oral e hidratação conseguem minorar
Failure in Adults; British Thoracic Society/
limpeza e secagem da mesma, alívio
o problema1.
Intensive Care Society Acute Hypercapnic
2.
3.
momentâneo das zonas de pressão
Brill, A. How to avoid interface problems in acute
Elliot M, Nava S, Schonhofer B. Non-Invasive
BTS/ICS Guidelines for the Ventilatory
Respiratory Failure Guideline Development Group.
(ex: pirâmide nasal) a cada 2-4h e
CONCLUSÃO
reposicionamento da interface com a
Na IRA, a VNI é o tratamento de
menor pressão possível, são a chave
eleição e a interface oronasal é a
the Hospital Setting: A Supplement to the ERS/ATS
para tolerância do doente1,2,4. Se a
mais eficaz, pois evita a fuga de ar
Clinical Practice Guidelines for Noninvasive
VNI for mantida por períodos longos,
pela boca, garantindo a otimização
Ventilation for Acute Respiratory Failure, ERS 2017.
a rotação de diferentes interfaces, é
das trocas gasosas.
a melhor estratégia .
A tolerância à VNI depende da
1,2
Thorax, April 2016, vol 71, Supplement 2. 4.
Practical Application of Noninvasive Ventilation in
capacidade de adaptação do doente à interface, sendo por isso
A congestão nasal e a secura da
determinante, o papel de equipas
mucosa nasal e oral são os efeitos
experientes e a disponibilidade de
secundários mais frequentes nos
equipamentos (interfaces de vários
doentes sob VNI, ocorrendo em até
materiais, formatos e tamanhos).
50% dos casos .
Os principais problemas na
O ventilador ao disponibilizar débitos
adaptação às interfaces são a fuga
de oxigénio mais elevados, fornece
de ar e as zonas de pressão, uma
ao doente ar mais frio e seco, o que
vigilância regular, períodos de alívio
desencadeia um processo
da pressão e manutenção da
inflamatório da mucosa que causa
integridade cutânea são aspetos
1
chave para a tolerância à VNI
EDITORA
ISABEL RODRIGUES Médica VMER CODU
11
Indice
Congestão nasal e secura da mucosa
Indice
12
MITOS URBANOS
MITOS URBANOS
OXIMETRIA DE PULSO
Joana Silva1, Christian Chauvin2 1 2
Estudante do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve Médico VMER de Faro e Albufeira
Bem-vindos, queridos leitores, para mais uma edição dos Mitos Urbanos,
O oxímetro de pulso compacto,
especializado e específico, com um
bioengenheiro japonês que se
utilizado na comunidade e no
preço elevado, tornou-se
dedicava ao estudo de
contexto pré-hospitalar, ajuda ou
amplamente disponível com preço e
densitómetros de orelha para medir
dificulta o diagnóstico?
qualidade diminuída.
o débito cardíaco. Apenas em 1975,
Nesta edição dos Mitos Urbanos,
os oxímetros de pulso foram
Com a chegada da pandemia
este tema será abordado com o
testados em pacientes, pelo
COVID-19, a necessidade de medir a
intuito de transmitir aos leitores
cirurgião Susumu Nakajima1. Desde
saturação de oxigénio do sangue
informação útil para a utilização
então, esta tecnologia despertou o
periférico (SpO2) aumentou
dos oxímetros de pulso. Assim a
interesse de várias especialidades
exponencialmente. Em
tomada de decisões correctas
médicas como a anestesiologia e a
internamento, a monitorização
relacionada com encaminhamento,
medicina intensiva2,3. Ao longo dos
contínua da SpO2 é mandatária em
diagnóstico e terapia pelos
anos, os oxímetros de pulso têm
casos de hipoxemia severa com
profissionais de saúde será mais
vindo a ser aprimorados por várias
necessidade de suplementação de
acertada. Também os familiares
empresas.
oxigénio. A hipoxia é também
dos doentes, de forma mais
A forma de funcionamento dos
critério de admissão no circuito
consciente e informada, podem
oxímetros de pulso consiste na
respiratório (COVID-19), requerendo
melhorar significativamente o
emissão de dois feixes de luz com
a medição da oximetria com o
processo de transmissão de
comprimentos de onda diferentes:
oxímetro de pulso. Como
informação no momento de pedido
luz vermelha (660nm) e
consequência, a necessidade de
de ajuda, ao compreender as
infravermelha (940nm). Estes
adquirir equipamentos para este
funcionalidades e as limitações do
comprimentos de onda penetram
objectivo aumentou
próprio aparelho.
bem os vários tecidos e podem ser
consideravelmente, colocando
Abordando o tema numa
captados, na extremidade oposta,
pressão nos circuitos de produção,
perspectiva histórica, sabe-se que
por um foto-receptor. De seguida, o
logística e fornecimento. Deste
os oxímetros de pulso foram
processador compara o rácio de
modo, o oxímetro de pulso,
primeiramente desenvolvidos nos
absorção dos dois feixes de luz. O
anteriormente um equipamento
anos 70, por Takuo Aoyagi, um
objectivo deste sistema é
13
Indice
escrito em teletrabalho e com distância de segurança!
Indice
14
determinar a diferença de absorção
verniz das unhas (em especial as
Estados Unidos determinou que os
de luz da oxihemoglobina (660nm) e
cores azul, verde e preto), a luz
oxímetros de pulso deveriam ter um
da desoxihemoglobina (940nm),
ambiente e a movimentação do
erro ARMS ≤3.0 (raiz quadrada da
permitindo o cálculo da
doente
diferença entre o valor medido e o
percentagem de oxigénio presente
Quanto às alterações
valor real)17. No entanto, estes
no sangue arterial, entre o pico da
fisiopatológicas, estas podem ser
valores apenas são apresentados
sístole e da diástole, através da
observadas com frequência em
em oxímetros de pulso com valor
utilização de algoritmos
idosos, em especial a deficitária
superior no mercado actual (>150 $)
Estudos têm demonstrado que a
perfusão das extremidades. De
e apenas em alguns oxímetros com
utilização de oximetria de pulso
entre as causas mais frequentes de
valor < 50$. Para além disso, há
pode reduzir o número de
hipoperfusão encontram-se com
ainda os oxímetros que não são
gasimetrias efectuadas em
grande prevalência as doenças
aprovados pela FDA e que
contexto de urgência e na unidade
cardiovasculares e pulmonares.
simplesmente são classificados
de cuidados intensivos . No
Uma função cardíaca alterada, por
como “não indicados para uso
entanto, há determinadas situações
disfunção da contractilidade do
médico”7.
que alteram as leituras do oxímetro
ventrículo esquerdo, induz uma
Para contornar a limitação do
de pulso. A hipoperfusão dos dedos,
diminuição da amplitude do pulso e,
equipamento, deverão ser
em consequência de
consequentemente, uma má
estabelecidos pelo Médico
vasoconstrição, hipotensão e/ou
perfusão periférica por alteração da
Assistente, dependendo da
utilização de medicação
função de bomba do coração .
patologia do doente, as saturações-
vasoconstritora, é um exemplo de
O próprio algoritmo do oxímetro de
alvo de oxigénio adequadas, e os
uma situação que compromete a
pulso também tem as suas
níveis de alarme que devem
precisão da medição do aparelho.
limitações nas leituras da
desencadear a observação médica.
Para além disso, a compressão
saturação de oxigénio. Isto porque
Deste modo, quando o oxímetro
arterial por utilização da braçadeira
os estudos efectuados com o
apresenta valores inferiores ao
do esfigmomanómetro, o bloqueio
intuito do desenvolvimento de
valor estipulado, o doente deve
arterial por doença vascular
algoritmos foram efectuados em
dirigir-se a um estabelecimento de
periférica ou a presença de
indivíduos saudáveis. Como tal, e
saúde. Para além disso, outras
fenómeno de Raynaud, também
por razões éticas, foram expostos
indicações devem ser cumpridas,
podem alterar as leituras do
apenas a graus moderados de
de modo a minimizar as leituras
oxímetro. Uma outra causa é a
hipoxemia, com saturações de
erróneas: deve aquecer-se as
fraca amplitude do pulso arterial,
oxigénio de 75-80%. Desta forma,
extremidades frias antes da leitura,
pois impede a eliminação do ruido
saturações inferiores a 75% não são
aceitar valores apenas quando há
de fundo pelo oxímetro. Todas
precisas, pois o aparelho faz uma
sinal de pulso forte, observar as
estas situações induzem falsas
extrapolação de resultados em vez
leituras por 30-60s para identificar
leituras de baixo oxigénio no
de obtê-los de forma directa .
o valor mais comum, optar pelo
sangue. Nestes casos, é
Aquando da escolha do oxímetro de
segundo ou terceiro dedo da mão e
pulso a usar, é importante ter em
evitar os pés e os lobos das
conta a precisão do aparelho. O
orelhas7.
Há outros factores externos que
oxímetro ideal é aquele que
Ao transportar os dados e
são modificáveis e que podem
apresenta uma precisão e exactidão
considerações anteriormente
alterar as leituras do oxímetro de
elevada, mas um erro mínimo. Com
apresentados para a área de
pulso, tais como a posição da
o intuito de diminuir o erro e
Emergência Médica há várias
sonda/oxímetro no dedo do doente,
aumentar a precisão, a FDA (Food
conclusões importantes que
extremidades frias, utilização de
and Drug Administration) dos
poderemos retirar:
4–7
.
8,9
.
16
4
recomendada a utilização concomitante da gasimetria
13–15
7,10–13
.
15
Indice
MITOS URBANOS
Indice
16
MITOS URBANOS
Dados fornecidos por leigos
BIBLIOGRAFIA
(não profissionais de saúde) e
1.
oximetry: Understanding its basic principles
com dispositivos de medição
Improvement of the earpiece oximeter. Abstr 13th
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no pré-hospitalar (INEM,
S0735-6757(99)90019-0.
Care Med. doi:10.1007/BF01690773.
Bombeiros CVP etc.) para evitar
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oximetry. Curr Opin Crit Care. doi:10.1097/01.
que podem resultar no envio
ccx.0000224873.16700.78.
incorrecto de meios •
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valor muito reduzido para
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Jubran A (2015) Pulse oximetry. Crit Care. doi:10.1186/s13054-015-0984-8.
diferenciados ao local.
Prototyping Pulse Oximeter for Elderly People.
A formação contínua nesta área
Materials Today: Proceedings doi:10.1016/j.
The effects of gel-based manicure on pulse
é essencial para garantir um
matpr.2015.07.082.
oximetry. Singapore Med J. doi:10.11622/
Luks AM, Swenson ER (2020) Pulse oximetry for
smedj.2019031.
padrão de qualidade elevado e
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15.
Yek JLJ, Abdullah HR, Goh JPS, Chan YW (2019)
adequado na assistência às
monitoring patients with COVID-19 at home
vítimas
potential pitfalls and practical guidance. Ann Am
oximetry overestimates oxygen saturation in
Thorac Soc. doi:10.1513/AnnalsATS.202005-
COPD. Respir Care. doi:10.4187/respcare.04435.
418FR. 8.
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Food and Drug Administration Staff | FDA (2013)
adult emergency department: Impact on the
Available at: https://www.fda.gov/regulatory-
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Solsona JF, et al. (1993) Effect of pulse oximetry
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on clinical practice in the intensive care unit.
and-drug [Accessed July 26, 2021].
Lancet. doi:10.1016/0140-6736(93)91862-G.
EDITOR
CHRISTIAN CHAUVIN Médico VMER CODU
17
Indice
•
FÁRMACO REVISITADO
SUGAMMADEX
Daniela Rosinha Costa 1, Olga Santos2 Interna de Formação Especializada de Anestesiologia e Médica VMER do Centro Hospitalar de Setúbal Interna de Formação Especializada de Anestesiologia Centro Hospitalar e Universitário do Porto e Médica VMER Centro Hospitalar Tâmega e Sousa
1 2
O sugammadex é uma γ-ciclodextrina
anafilaxia induzida pelo rocurónio,
compreensível que a
modificada e constitui o primeiro e
existindo alguns relatos de caso. A
descurarização com
único agente desta classe
evidência científica atual não
sugammadex seja um
farmacológica. A sua molécula é
recomenda o uso de sugammadex
mecanismo dose-dependente,
hidrossolúvel, mas formada por um
neste contexto.
uma dose maior será mais eficaz
centro lipofílico permitindo encapsular
a diminuir a concentração de
todos os relaxantes neuromusculares
Formas de Apresentação:
(RNM) não despolarizantes
- Ampolas: 200 mg/2 mL ou 500
aminoesteróides, com maior afinidade
mg/5 mL (100 mg/mL).
pelo rocurónio, seguido pelo vecurónio
Farmacocinética: O sugammadex é quimicamente
e pancurónio. Não tem afinidade com
Conservação:
inerte, não tem interações
relaxantes musculares despolarizantes
Conservar a temperaturas inferiores
conhecidas com recetores, atividade
como a succinilcolina.
a 30ºC.
enzimática ou com canais iónicos de
Ensaios clínicos em humanos em
alta voltagem. O complexo rocurónio
2005 demonstraram a sua segurança
Farmacocinética e Farmacodinâmica:
- sugammadex é muito estável
e eficácia, resultando na sua
Mecanismo de ação:
independentemente do pH e da
aprovação para uso clínico na Europa
Cada molécula de sugamadex
temperatura.
e Austrália, em 2008. Em Dezembro
encapsula uma molécula de rocurónio
de 2015 foi aprovado pela Food and
numa relação 1:1 e apresenta 2 dois
Absorção:
Drug Administration (FDA).
mecanismos de ação:
Em adultos saudáveis, o
As principais vantagens do
1. em primeiro lugar ao entrar no
sugammadex tem um volume de
sugammadex são os seus efeitos
plasma encapsula o
distribuição estimado de 11-14 litros
secundários minor,
aminoesteróide circulante,
e uma semivida de eliminação de
comparativamente aos efeitos
tornando-o inativo;
cerca de duas horas.
muscarínicos associados aos
Indice
rocurónio livre.
2. em segundo lugar, dissocia o
fármacos anticolinesterásicos com a
aminoesteróide da junção
Metabolismo
neostigmina, a sua previsibilidade de
neuromuscular (JNM) ao criar
e Distribuição/Eliminação:
ação, a sua capacidade de reverter
um gradiente de concentração
Não é metabolizado e é excretado
bloqueios profundos e a menor
da JNM para o plasma, no qual é
quase exclusivamente inalterado
incidência de bloqueio residual
encapsulado. Este
pelos rins. A administração de
associado ao seu uso.
encapsulamento permite o
sugammadex altera a
Foi ponderado o papel do
retorno da transmissão e da
farmacocinética do rocurónio, sendo
sugammadex no tratamento da
função neuromuscular. É por isto
a sua eliminação desviada do
18
FÁRMACO REVISITADO
Tabela 1- Dose de Sugammadex recomendada para reverter diferentes níveis de bloqueio neuromuscular.
sistema biliar para uma excreção
E se necessitar de novo bloqueio
imediata (16 mg/kg de sugammadex).
predominantemente renal.
neuromuscular após o sugammadex?
Se for necessário um bloqueio
A necessidade de nova administração
neuromuscular previamente aos
Indicações Terapêuticas:
de um relaxante muscular
intervalos recomendados, deverá ser
É indicado para a reversão do
aminoesteróide, especialmente
usado um relaxante neuromuscular
bloqueio neuromuscular.
rocurónio ou vecurónio, depende
não aminoesteróide. O início de ação
Devido à capacidade de ligação
essencialmente do tempo decorrido
do bloqueador neuromuscular
1:1 com o rocurónio, o
desde a utilização do sugammadex e
despolarizante pode ser mais lento
sugammadex tem a capacidade de
da função renal do doente.
do que o esperado, uma vez que
reverter qualquer profundidade de
O início do bloqueio neuromuscular
uma fração substancial dos
bloqueio neuromuscular. A dose
pode ser prolongado até
recetores nicotínicos pós-juncionais
necessária para garantir a
aproximadamente 4 minutos, e a
pode estar ainda ocupada pelo
reversão completa depende da
duração do bloqueio neuromuscular
relaxante muscular.
profundidade do bloqueio, do
pode ser encurtado até aproximada-
tempo e da dose de rocurónio -
mente 15 minutos após
Efeitos secundários e interações
Tabela 1.
readministração de 1,2 mg/kg de
medicamentosas
De notar que existe uma grande
rocurónio dentro de 30 minutos após
O Sugamadex é geralmente bem
variabilidade no tempo de
a administração de Sugamadex.
tolerado. A hipersensibilidade ao
recuperação após a
Em doentes com compromisso renal
fármaco embora seja rara, é o efeito
administração de sugammadex
ligeiro a moderado, o tempo de espera
adverso mais preocupante. A sua
em todas as profundidades de
recomendado para reutilização de 0,6
incidência estimada é < 1% e é
bloqueio e, portanto, a
mg/kg de rocurónio ou 0,1 mg/kg de
provável que aumente com uso de
monitorização neuromuscular é
vecurónio após reversão de rotina
doses superiores e repetidas do
recomendada até a reversão
com sugammadex, deve ser de 24
fármaco. Outro efeito adverso
completa ser alcançada
horas. Se for necessário um intervalo
incomum mas preocupante é a
clinicamente. Doses reduzidas de
mais curto, a dose de rocurónio a
ocorrência de bradicardia acentuada
sugammadex (<2mg/kg) estão
utilizar para o novo bloqueio
alguns minutos após a administração
associadas a tempos de reversão
neuromuscular deve ser de 1,2 mg/kg.
de sugammadex para reversão do
prolongados e curarização
Sugere-se um intervalo de 24 horas
bloqueio neuromuscular. A
residual e, portanto, não
posterior à readministração de
bradicardia pode ocasionalmente
são recomendadas.
rocurónio ou vecurónio após reversão
levar a paragem cardíaca. Os
19
Indice
Tabela 2- Dose de relaxante muscular necessária após utilização de sugammadex.
doentes devem ser cuidadosamente
Um aumento do risco hemorrágico
Gravidez e amamentação: não
monitorizados relativamente a
não pode ser excluído em doentes:
existem dados clínicos suficientes.
alterações hemodinâmicas durante
•
Com défices hereditários dos
Estudos em animais não indicam
e após a reversão do bloqueio
fatores de coagulação
quaisquer efeitos nefastos diretos ou
neuromuscular. O tratamento com
dependentes da vitamina K;
indiretos no que respeita à gravidez,
agentes anticolinérgicos, tais como
•
Com coagulopatias pré́-existentes;
ao desenvolvimento embrionário/fetal,
a atropina, deve ser administrado se
•
Que tomam derivados
parto ou ao desenvolvimento pós-
se observar bradicardia
cumarínicos e com um INR
-natal. Contudo, existem
clinicamente significativa.
acima de 3,5;
recomendações que desaconselham
Que tomam anticoagulantes e
o seu uso na fase inicial do desenvol-
incluem disgeusia, cefaleias, fadiga,
que recebem uma dose de
vimento embrionário, dado a sua ação
náuseas, vómitos, tonturas, urticária,
sugammadex de 16 mg/kg.
sob a progesterona. Estudos em
Efeitos secundários mais comuns
•
animais mostram excreção de
dor abdominal e broncospasmo. Uma preocupação é o seu efeito
CONTRAINDICAÇÕES
sugammadex no leite, contudo
temporário de ligação aos
O seu não é recomendado em doentes
desconhece-se se no ser humano é
progestativos, diminuindo a ação dos
com doença renal crónica grave (CrCL
excretado para o leite materno. A
contracetivos orais, sendo
<30 mL/min). Estudos mostram que a
absorção oral de ciclodextrinas, em
recomendado alertar as mulheres a
clearance do complexo sugammadex
geral, é baixa e não se prevê efeito na
usarem outros métodos
- rocurónio fica significativamente
criança lactente após a administração
contracetivos nos 7 dias seguintes.
reduzido e permanece detetável num
de uma dose única a mulheres a
A FDA demonstrou preocupação
certo número de indivíduos após 7
amamentar. Deverá ser tomada uma
sobre o prolongamento do intervalo
dias da sua administração. A
decisão quanto à descontinuação da
QT, no entanto, estudos subsequentes
hemodiálise pode ser usada para a
amamentação ou à descontinuação/
demonstraram não existir nenhuma
sua eliminação.
abstinência da terapêutica com sugammadex, tendo em conta o
diferença no intervalo QT comparado com o placebo.
POPULAÇÕES ESPECÍFICAS
benefício da amamentação para a
Outra questão é o seu efeito na
Idosos: A dose recomendada de
criança e o benefício da terapêutica
coagulação, havendo estudos que
sugammadex para os idosos (> 75
para a mulher.
sugerem um aumento transitório do
anos) é a mesma que para os adultos
tempo de tromboplastina parcial
jovens. No entanto, o início de ação
Obesidade: Num estudo clínico
ativada (aPTT) e tempo de protrom-
pode ser mais lento, o que
dedicado a doentes com obesidade
bina (TP), que normalizam cerca de
possivelmente está relacionado com
mórbida, o perfil de reações adversas
uma hora e que não está associado
uma redução do débito cardíaco.
foi geralmente similar ao perfil dos
com aumento de risco de
Crianças: Uma base de dados
doentes adultos em estudos
hemorragia. Em doentes que
limitada sugere que o perfil de
combinados de Fase I a III. A dose de
recebem profilaxia pós-operatória de
segurança de sugammadex (até 4
sugammadex deverá ser calculada de
rotina com anticoagulantes esta
mg/kg) em doentes pediátricos foi
acordo com Peso Ajustado (peso
interação farmacodinâmica não é
similar ao dos adultos. Devido à
ideal + 40% do peso em excesso).
clinicamente relevante. Deve ter-se
limitada experiência do uso de
precaução quando se considera o
sugammadex nos lactentes e nos
PONTOS-CHAVE
uso de sugammadex em doentes que
recém-nascidos de termo a sua
- O Sugammadex é um agente eficaz
recebem tratamento anticoagulante
utilização é só recomendada em
para reverter o bloqueio
para uma comorbilidade ou condição
crianças acima dos 2 anos.
neuromuscular de relaxantes
pré́-existente.
musculares aminoesteróides, em
Indice
particular, todos os níveis de bloqueio
20
FÁRMACO REVISITADO
induzidos pelo rocurónio.
BIBLIOGRAFIA
O sugammadex é uma alternativa
1.
Prospecto Bridion
mais segura e vantajosa
2.
Morgan. Clinical Anesthesiology; 6th ed, Lange 2018
relativamente à neostigmina, contudo
3.
Ezri, T., Boaz, M., Sherman, A., & Armaly, M.
o seu custo económico oferece uma
(Janeiro de 2016). The journal of critical care
desvantagem.
medicine. Sugammadex: An update.
- O uso do sugammadex permitiu que
4.
Keating, G. (Junho de 2016). Drugs.
o rocurónio se tornasse uma
Sugammadex: A review of neuromuscular
alternativa comparável à
blockade reversal.
succinilcolina para realização de
5.
Mitchell, C., & Lobaz, S. (7 de Julho de 2016).
indução sequencial rápida.
Anaesthesia tutorial of the week, wfsahq. An
- A segurança do sugamadex em
overview of sugammadex.
termos de reações de hipersensibilidade e em certas
6.
EDITORA
CATARINA MONTEIRO Médica VMER
European Medicines Agency, Bridion EPAR – product information, updated 27/05/2020
EDITOR
populações específicas, como crianças e grávidas precisam ainda de mais investigação
21
Indice
ALÍRIO GOUVEIA Médico VMER
Indice
22
JOURNAL CLUB
JOURNAL CLUB
Ana Rita Clara1 Especialista de Medicina Interna do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, E.P.E., Unidade de Faro, Médica VMER Faro e Albufeira, Médica SHEM Algarve
1
INTRODUÇÃO
Em alternativa poderá ser usado um
MATERIAIS E MÉTODOS
A insuficiência respiratória aguda está
estileto condutor de forma a facilitar a
Desenho do estudo: Estudo
entre as causas mais comuns de
introdução do TOT, sendo sugerido, por
multicêntrico, não-cego, de grupos
admissão de Unidades de Cuidados
alguns autores, que facilita a sua
paralelos, pragmático, randomizado
Intensivos (UCI) e necessidade de
inserção, aumentando a taxa de
conduzido de 1 de Outubro de 2019 a
intubação orotraqueal (IOT) para
sucesso. No entanto, estão reportadas
17 de Março de 2020 que compara a
ventilação mecânica invasiva (VMI)
algumas lesões traumáticas como
utilização de estileto condutor no
em doentes críticos.
hemorragia da mucosa, perfuração da
TOT vs TOT sem estileto durante a
As complicações relacionadas com a
traqueia e edema faríngeo.
IOT de doentes críticos.
IOT são superiores nas UCI que no
Apesar dos estiletos condutores já
Doentes: O estudo foi conduzido em 32
bloco operatório por:
serem usados na abordagem da via
UCI de 30 hospitais franceses
i) dificuldade anatómica
aérea (VA) em emergência durante
universitários e 2 não-universitários
ii) dificuldades fisiológicas (hipóxia ou
décadas, desconhece-se o efeito do
sem qualquer critério de seleccção.
instabilidade hemodinâmica)
uso rotineiro da utilização do estileto
Foram incluídos maiores de 18 anos,
iii) dificuldade logística
condutor na primeira tentativa de IOT.
abrangidos pelo seguro de saúde
Têm sido utilizados diversos
Assim, foi conduzido o estudo STYLET
público, com consentimento informado
dispositivos e/ou estratégias com o
com o objectivo de determinar o efeito
dado pelo doente ou por um
objetivo de aumentar o sucesso
do uso do estileto condutor no sucesso
representante. Foram excluídos os
durante a primeira tentativa de IOT em
da primeira tentativa de IOT dos
doentes que sofreram paragem
doentes críticos, tentando diminuir as
doentes críticos. Os autores formulam
cardio-respiratória (PCR) após IOT ou
complicações relacionadas com a IOT.
que o uso do estileto condutor
previamente incluídos no estudo
O método habitualmente mais usado
aumenta significativamente a taxa de
durante o mesmo internamento em UCI.
para IOT nos doentes críticos é apenas
sucesso na primeira tentativa de IOT.
Procedimento: A primeira tentativa de IOT foi realizada com um
23
Indice
com o tubo orotraqueal (TOT).
Indice
Tabela 1. Resumo dos diversos outcomes definidos pelos autores
laringoscópio de Macintosh. No
RESULTADOS
idade média 63 anos, 65.5% do sexo
grupo TOT + estileto condutor o
De 1 de Outubro de 2019 a 17 de
masculino, IMC 26.6, scores SAPS II
estileto foi colocado até ao cuff com
Março de 2020, 1626 doentes
46 e SOFA 6 à admissão, e 498 no
moldagem de ângulo a 25º-35º na
apresentaram critérios de inclusão,
grupo TOT com idade média 62 anos,
ponta distal do TOT.
sendo 999 (61.4%) não apresentaram
60.6% do sexo masculino, IMC 26.3,
critérios de exclusão (Fig 1.). Um
scores SAPS II 47 e SOFA 5.9 à
total de 501 doentes localizou-se no
admissão. No grupo TOT + estileto
grupo TOT + estileto condutor, com
condutor 78.2% dos doentes foram
24
JOURNAL CLUB
taxa de sucesso de IOT na primeira tentativa superior quando comparado com o TOT isolado. Os resultados sugerem que para cada 15 doentes críticos submetidos a IOT, a utilização de TOT + estileto condutor evita a falha na primeira tentativa intubação em 1 doente. As intervenções estabelecidas na VA correspondem a procedimentos commumente associados a elevada mobi-mortalidade em UCI. Os distúrbios fisiológicos como a Figura 1. Sucesso na IOT à primeira tentativa e complicações relacionadas com a IOT
hipoxémia e a hipotensão, juntamente com a dificuldade do
intubados com sucesso na primeira
os dois grupos relativas aos eventos
procedimento, reduzem o tempo de
tentativa vs 71.5% do grupo apenas
adversos, saturação periférica de O2,
apneia segura para o doente,
com TOT. (Fig. 1 e 2)
PEEP mais alta e PaO2 mais elevada
sobrecarregando o operador. Entre
nas primeiras 24h após IOT. (Fig. 3)
10-15% dos doentes admitidos em
Um total de 194 doentes no grupo
UCI irão necessitar de IOT.
TOT + estileto condutor apresentou
DISCUSSÃO
Como a complicação mais comum e
pelo menos uma complicação
Neste estudo multicêntrico e
severa da COVID-19 é a insuficiência
relacionada com a IOT em
randomizado realizado em doentes
respiratória aguda hipoxemica, esta
comparação com os 200 doentes do
críticos com necessidade de IOT, a
pandemia veio aumentar o número de
TOT apenas. Não houve diferenças
utilização de estileto condutor
doentes com necessidade de IOT e VMI.
estatisticamente significativas entre
associado ao TOT resultou numa
As vantagens para utilização de
25
Indice
Figura 2. Risco Absoluto de sucesso à primeira tentativa de IOT entre grupos. As barras horizontais representam o intervalo de confiança de 95% em torno da diferença absoluta.
Indice
Figura 3. Outcomes primário e secundários distribuídos por grupos.intervalo de confiança de 95% em torno da diferença absoluta.
estileto condutor são: baixo custo,
necessários mais estudos para
houve selecção dos operadores
disponibilidade universal e não
completa esta análise de subgrupo e
consoante a experiência. A perda de
necessita de experiência do operador.
confirmar esta hipótese.
dados foi mínima.
Os autores reportam uma taxa de
Relativamente aos outcomes
Destacam, no entanto, várias
lesões traumáticas semelhantes
secundários, não foram encontradas
limitações: dada a natureza do
aos dois grupos, com e sem estileto
diferenças estatisticamente
estudo os operadores sabiam em que
condutor.
significativas, visto que o estudo não
grupo os doentes iam ser inseridos
Tendo em conta as vantagens
estava projectado para tal.
(estudo não-cego); a colheita de
supramencionadas e a taxa superior
Como pontos fortes os autores
dados foi realizada no momento da
de sucesso na primeira tentativa de
relatam que se tratou de um estudo
IOT; limitação apenas às UCI,
IOT, os dados favorecem a utilização
randomizado bem balanceado e com
desconhecendo-se se os dados
de estileto condutor. São, no entanto,
participação de vários centros. Não
poderam ser extrapolados para as
26
JOURNAL CLUB
Figura 4. Imagem resumo publicada na Intensive Care Medicine
CONCLUSÃO
emergência pré-hospitalar; o
Neste estudo multicêntrico,
tamanho da amostra foi inferior ao
randomizado, realizado em doentes
número calculado para o estudo; não
críticos com necessidade de IOT, a
foi comparada a posição dos doentes
utilização de estileto condutor foi
durante a IOT; receio na IOT com
segura e associou-se a uma taxa de
laringoscópio da Macintosh em vez
sucesso superior durante a primeira
de videolaringoscópio durante a
tentativa de IOT quando comparado
pandemia COVID-19.
com a utilização de apena de TOT
EDITORA
ANA RITA CLARA Médica VMER
27
Indice
enfermarias, serviços de urgência ou
Indice
28
O QUE FAZER EM CASO DE
O QUE FAZER EM CASO DE...
OBJETO EMPALADO
Na presente edição da LIFESAVING vamos abordar como deverá agir perante uma pessoa vítima de acidente, do qual resultou um objeto empalado. Entende-se como objeto empalado, qualquer objeto estranho que atravessa a superfície celular subcutânea, ficando introduzido com profundidade variável. A gravidade das lesões causadas pelo objeto empalado, é influenciada pela energia
André Abílio Rodrigues 1
envolvida aquando da lesão, pelas características e pelo tamanho do objeto, pelo
Enfermeiro VMER, SIV
local anatómico onde se encontra, e também pelas características da vítima.
1
INCONSCIENTE
ASSEGURAR CONDIÇÕES DE SEGURANÇA (Local, Reanimador, Vítima)
Algoritmo SBV (Ligar 112) NÃO REMOVER o Objeto Empalado •
A sua remoção pode piorar as lesões e causar uma Hemorragia;
CONSCIENTE
IMOBILIZAR o Objeto Empalado •
A sua imobilização evita que cause mais lesões produzidas pelo seu movimento nas estruturas anatómicas envolventes, podendo causar ou aumentar a hemorragia;
•
Para concretizar a imobilização poderá utilizar rolos de ligaduras, compressas e adesivo;
LIGAR 112 •
Para obter ajuda e aconselhamento.
ATENÇÃO • Se tiver um kit de primeiros socorros utilize;
LIGUE 112 • Informe a sua localização com pontos de referência;
• Se não tiver compressas esterilizadas utilize roupa limpa para executar a imobilização do objeto.
• Informe se faz medicação antiagregante plaquetária ou anticoagulante. Se tem alguma doença sanguínea, como por exemplo a hemofilia;
BIBLIOGRAFIA 1. National Association of Emergency Medical Technicians. Prehospital Trauma Life Support. PHTLS , 8ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier; 2017
• Responda a todas as questões solicitadas;
Manual de TAS — Emergências de Trauma 2012, Instituto Nacional de Emergência
3.
Programa de edição de fotos: Painnt®
ANDRÉ ABÍLIO RODRIGUES Enfermeiro SIV/VMER
• Siga as instruções do operador da central 112.
29
Indice
2.
EDITOR
Indice
30
CUIDAR DE NÓS
CUIDAR DE NÓS
ATIVIDADE FÍSICA: UM CAMINHO PARA A SAÚDE E PERFORMANCE Júlia Ribeiro1, Tomás de Brito Correia1 Interno(a) de Formação Específica de Medicina Física e Reabilitação, Centro Hospitalar Universitário do Algarve
Se está a ler este artigo,
de realização pessoal (33%). 1
mecanismos fisiológicos são o
provavelmente já presenciou
A AF influencia a saúde mental e
aumento de produção endógena
emergências médicas. Nunca
física dos PS, repercutindo-se na
de neurotransmissores como
experienciou cargas horárias e
sua performance laboral. Está
adrenalina, serotonina,
emoções intensas no trabalho,
recomendado para adultos
dopamina, endorfinas, o aumento
alternância de turnos e baixos
150-300 minutos de AF aeróbia
da termogénese e a melhoria da
níveis de atividade física (AF)?
moderada-vigorosa ou 75-150
regulação autonómica. Os
Nunca sentiu a exigência de alta
minutos por semana de
modelos psicológicos - a
performance, com uma vida nas
intensidade vigorosa.
distração dos problemas ou
mãos? Estes e outros fatores
Recomenda-se ainda exercício
sintomas, a sensação de
contribuem para um risco
resistido envolvendo os
concretização e mestria de
aumentado de patologia mental e
principais grupos musculares
tarefas e a interacção social -
orgânica nos profissionais de
duas vezes por semana e
explicam como a prática regular
saúde (PS). 1,2
exercícios de flexibilidade 5,6 . Uma
de AF é eficaz no tratamento da
revisão sistemática mostrou que
depressão e ansiedade. 9,10
Em Portugal escasseiam dados
o maior benefício da AF ocorre
sobre o estado de saúde dos PS.
nos sedentários que começam a
Terão os PS mais ativos melhor
Num centro de saúde português,
sua prática. Deste modo, uma
performance laboral? Embora
42% dos PS consideraram a sua
mensagem centrada num limiar
esta associação pareça lógica, é
saúde como “razoável” ou
fixo para AF pode constituir uma
dificilmente mensurável. Grande
“fraca”. Esta autopercepção
barreira ao início de um estilo de
parte dos estudos versam sobre
relaciona-se com a morbilidade e
vida ativo, não sendo baseada na
o absentismo e presentismo
mortalidade a curto prazo. 3 Em
evidência 7 . O mais importante é
laborais. Este último refere-se a
2018 o absentismo laboral nos
começar! Em 2019, 26% dos
trabalhar doente ou horas
trabalhadores do Ministério da
médicos reportaram um nível de
excessivas, algo muito comum
Saúde foi de 934 000 dias por
atividade física alto; 45% um nível
em PS. O presentismo toma
doença e 86 000 dias por
moderado e 28% um nível baixo. 8
maior relevância para a perda de
acidente em serviço ou doença
performance que o absentismo, o
profissional. 4 No CHUA
Os efeitos terapêuticos da AF na
que permite concluir a extrema
verificaram-se nos PS elevados
saúde mental transcendem os
importância de uma intervenção
níveis de exaustão emocional
benefícios cardiovasculares,
a este nível. 11 Demonstrou-se que
(45%), de despersonalização
sendo explicados por modelos
trabalhadores motivados e
(29%) assim como baixos níveis
fisiológicos e psicológicos. Os
satisfeitos atingem mais
31
Indice
1
Indice
32
CUIDAR DE NÓS
facilmente os objetivos do seu
BIBLIOGRAFIA
trabalho e com melhores níveis
1.
J. R. Pereira e F. G. Nave, «O Burnout nos
de performance. O nível de AF
profissionais de saúde do Centro Hospitalar do
correlacionou-se com a felicidade
Algarve – Unidade de Faro», p. 76, 2017.
no trabalho, proatividade e
2.
performance laborais. 12
L. Torquati, G. I. Mielke, W. J. Brown, N. W. Burton, e T. L. Kolbe-Alexander, «Shift Work and Poor Mental Health: A Meta-Analysis of Longitudinal
Podemos concluir que a AF, além
Studies», Am. J. Public Health, vol. 109, n. 11, pp.
dos seus benefícios fisiológicos,
e13–e20, Nov. 2019, doi: 10.2105/
está também relacionada com
AJPH.2019.305278. 3.
J. Martins et al., «Caracterização dos
performance laboral. Integre-a na
profissionais de saúde em Portugal Parte II –
sua rotina!
Como estamos, onde estamos e como nos sentimos», p. 9. 4.
Ministério da Saúde, «Relatório Social do Ministério da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde». 2018.
5.
Organisation mondiale de la santé, WHO guidelines on physical activity and sedentary behaviour. S.l.: s.n., 2020.
6.
M. N. Silva, C. Godinho, R. Mendes, e R. Santos, «Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física». 2020.
7.
D. E. R. Warburton e S. S. D. Bredin, «Health benefits of physical activity: a systematic review of current systematic reviews», Curr. Opin. Cardiol., vol. 32, n. 5, pp. 541–556, Set. 2017, doi: 10.1097/HCO.0000000000000437.
8.
H. Martins, J. Barata, e R. Mendes, «Níveis de Atividade Física dos Médicos Portugueses e Respetivos Hábitos de Promoção na Prática Clínica», p. 47, 2019.
9.
S. A. Paluska e T. L. Schwenk, «Physical Activity and Mental Health», Sports Med, p. 14, 2000.
EDITORA
SILVIA LABIZA Enfermeira VMER Heli INEM
33
Indice
melhor saúde mental e melhor
Indice
34
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
ECMO EM EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: UMA PERSPETIVA FRANCESA NA PRIMEIRA PESSOA Caros Leitores, Nesta edição temos o gosto de vos apresentar um colega que colaborou na nossa equipa durante alguns anos e que hoje se encontra a desenvolver a sua atividade profissional em França, mais precisamente em Paris. Irá falar-nos um pouco sobre o seu percurso profissional, abordando o sistema de emergência pré-hospitalar de Paris bem como a aplicação de ECMO neste contexto, finalizando com uma breve visão acerca da gestão da pandemia. Iremos conhecer o Dr. Pedro Cavaleiro um dos muitos médicos portugueses pelo mundo. Os Editores. Eva Motero e Rúben Santos
LIFESAVING (LS) - Olá Pedro, desde
desenvolvendo algum interesse pelo
LS - Quais são as principais
já agradecemos a tua disponibilidade
doente mais crítico associado à
diferenças entre Portugal e França no
e o facto de teres aceitado o nosso
Medicina Interna, na urgência e na
sistema de emergência?
convite. Como questão inicial, e de
sala de Emergência. O meu caminho
PC - Em França, existe a sub-
forma introdutória, pretendemos
pela emergência começa aí, nos
especialidade de urgência. Era um
saber qual o teu percurso profissional
primeiros anos de internato, e,
Diploma Complementar de 2 anos,
e de que forma entraste neste
posteriormente, com a extensão à
semelhante ao existente em Portugal
momento da emergência?
Emergência Pré-Hospitalar e às
para a Medicina Intensiva, e foram
Pedro Cavaleiro (PC) - Eu tive um
VMER de Faro e Albufeira.
fundamentalmente os médicos de
percurso na Medicina muito ligado ao
Após ter concluído o internato de
clínica geral quem seguiu esse
doente crítico cardiorrespiratório.
Medicina Interna, tive a oportunidade
caminho (embora fosse possível para
Desde cedo que sabia que eram
de fazer o Ciclo de Estudos e concluí a
médicos de outras especialidades).
esses doentes que queria tratar e ter
sub-especialidade de Medicina
Desde 2017, é uma especialidade de
um percurso que me permitisse
Intensiva. Após isso emigrei, e trabalho
base, de 4 anos1.
fazê-lo e, portanto, ser especialista
em Paris desde 2020, no Centre
Os médicos urgentistas
em Medicina Intensiva. Era esse o
Hospitalier Universitaire Henri Mondor.
desempenham funções nos serviços
caminho que para mim fazia sentido.
Assim, ao contrário de muitos dos
de urgência intra-hospitalar, na sala
Em Portugal, até recentemente, isso
colegas envolvidos na Emergência
de emergência, em unidades de
implicava fazer uma especialidade de
Pré Hospitalar, eu não sou
internamento de curta duração, na
base e posteriormente o Ciclo de
primeiramente um médico de
regulação, nas viaturas de
Estudos Especiais em Medicina
emergência. A prova disso, associado
emergência pré-hospitalar e são os
Intensiva. No nosso país, a grande
às particularidades do sistema em
responsáveis pelas transferências
maioria dos médicos intensivistas
França, é que assim que deixei o
inter-hospitalares. Os profissionais
têm como especialidade primária
contexto português e emigrei, deixei
podem ser colocados em diferentes
Medicina Interna ou Anestesiologia.
de o fazer completamente. Hoje
postos, apesar de haver alguma
Eu sou internista.
trabalho 100% do meu tempo numa
especialização. Assim, são
Durante o meu percurso como
UCI médica.
responsáveis por papéis que em Portugal são desempenhados por
35
Indice
interno em Medicina Interna, fui
Indice
36
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
diversas especialidades.
extracorporal, é responsabilidade
Relativamente à utilização prática,
Na minha realidade em Paris, na
do médico urgentista.
pessoalmente não tenho qualquer
prática, isso gera algumas diferenças
É difícil falar da França como um
experiência. Na minha instituição, os
relativamente ao sistema em
todo, porque é realmente um país
doentes com PCR extra-hospitalar
Portugal. Dois exemplos.
heterogéneo e eu conheço mal o que
com critérios para ECMO são
#1. Imaginemos um doente com uma
se passa fora da área do sistema
directamente transportados para a
alteração do estado de consciência
hospitalar de Paris (AP-HP -
sala de hemodinâmica e são
assistido no pré-hospitalar, com
Assistance Publique – Hôpitaux de
canulados aí, sob sistema LUCAS se
necessidade de intubação oro-
Paris), que funciona em rede.
ainda estiverem em PCR. É importante relembrar que estudos
vaga em UCI. O colega urgentista
LS – De que forma funciona a ECMO
randomizados em contexto de eCPR
colocado na emergência pré-
na emergência pré-hospitalar?
quase não existem, com excepção do
hospitalar assiste o doente, transmite
PC - A aplicação de ECMO no
estudo ARREST, de fase 2, publicado
dados ao colega urgentista na
contexto pré-hospitalar ficou
em 2020 . Aguardam-se os resultados
regulação e este fala com o
conhecida com fotografias em
do estudo INCEPTION8.
intensivista, que aceita. Quando o
congressos e até na impressa
doente chega, o colega do pré-
generalista de doentes a serem
LS - Há algum protocolo específico
hospitalar (que pode ou não ser
canulados em museus ou no metro
de RCP em PCR COVID na AP-HP?
urgentista pertencente àquele
em Paris, em PCR extra-hospitalar,
Seguimos as recomendações do
hospital) transporta o doente à TAC e
por equipas móveis de ECMO
ILCOR9 e do ERC10. As alterações ao
depois o doente vem directamente
pré-hospitalar.
protocolo incidem fundamentalmente
para a UCI. Não há qualquer
Em 2011, foi publicado um case
na protecção da equipa.
transmissão urgentista-urgentista do
report a demonstrar que era possível
pré para o intra-hospitalar se se
aplicar a técnica2.
LS - Houve mudança de protocolos
pensa que o doente necessita de
Entre 2011 e 2015 foram reportadas
ou critérios nas diferentes vagas
nível de cuidados superior. Ou seja, é
em Paris 15 680 PCR extra-
para atendimento dos doentes?
frequente o doente vir directamente
hospitalares e, desses, 156 doentes
Outras lições aprendidas com a
do pré-hospitalar para uma unidade
receberam ECMO no pré-hospitalar
pandemia COVID.
de doente crítico.
(resultados publicados em 2017 ).
PC - No meu contexto profissional, as
#2. Um doente com ARDS está
Em 2015, o Comité de Avaliação e
principais alterações foram
internado num hospital sem
Difusão das Inovações
organizacionais. Não vivenciei a
capacidade para ECMO mas tem
Tecnológicas (CEDIT, na sigla
primeira vaga em Paris, mas estive
critérios para a aplicação da
original) da AP-HP produziu um
presente nas segunda e terceira.
técnica. A equipa móvel de ECMO
documento para avaliar o interesse
A gestão das camas de doente crítico
parte para o canular (perfusionista
do ECMO nesse contexto . Nesse
foi centralizada, com a criação de
+ cirurgião cardíaco na maioria dos
documento, recomendam a
uma célula de crise global, para todo
casos) mas o transporte sob ECMO
realização dum estudo clínico e
a AP-HP, e acesso actualizado a
é feito por uma equipa de urgência
reavaliar a utilização pré-hospitalar
todas as camas disponíveis de nível
pré-hospitalar, juntamente com o
de ECMO após os resultados.
2 e 3, em todos os hospitais da rede.
perfusionista (pode ou não
O estudo APACAR2 iniciou-se em
Assim, um médico de um hospital
transportar com o cirurgião), e
2016 e estaria previsto terminar este
periférico que necessitasse de uma
transporta o doente directamente à
ano. Há, em paralelo, o estudo
vaga para um doente ligava para o
UCI que recebe. Ou seja, o
SUB30 para avaliar a capacidade de
médico regulador da célula e doente
transporte inter-hospitalar, mesmo
implementação da técnica no
era encaminhado para um hospital
sob técnicas de circulação
contexto de Londres.
onde houvesse uma cama disponível,
3
4
5
6
37
Indice
traqueal. Tem necessidade de uma
Indice
38
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
mesmo que não fosse da sua área de
persistência de necessidades de
BIBLIOGRAFIA
referenciação. Houve ainda doentes
FiO2 > 80% e/ou aparecimento de
1.
que foram transferidos entre regiões
sinais de desconforto respiratório
partir da página 155 do seguinte documento:
do país de forma programada,
(e principalmente uma FR > 35/
https://www.sihp.fr/PDF/Arrete_du_21_avril_2017_
apenas e só para gestão de camas.
min), transferidos para uma cama
maquettes_et_liste_des_diplomes_et_des_options_
Os equipamentos de protecção
com capacidade de ventilação
et_formations_specialisees_transversales.pdf
individual evoluíram. Deixámos de
mecânica invasiva (mesmo que não
utilizar os fatos completos e
tivesse necessidade imediata). Os
e177-e178 / DOI: 10.1016/j.
impermeáveis, e as recomendações
outros critérios de admissão em
resuscitation.2012.03.016
hoje nas UCI em França são apenas
UCI mantiveram-se.
máscara P2, touca, óculos ou viseira
Alteramos também a forma de tratar
e bata, com diferentes
os doentes. Além dos fármacos que
recomendações adicionais para
foram demonstrando eficácia, fomos
wp-content/blogs.dir/85/files/2015/06/
alguns procedimentos.
personalizando os cuidados. À
ECMO-pr%C3%A9hospitaliere-Avis-du-CEDIT.pdf
Relativamente aos critérios de
medida que fomos utilizando mais a
5.
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT02527031
referenciação para a UCI, houve uma
HFNC, e após a experiência das 1ª e
6.
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT03700125
evolução nas recomendações das
2ª vagas, tornou-se infrequente
7.
DOI: 10.1016/S0140-6736(20)32338-2
diferentes sociedades médicas
propormos ventilação mecânica
8.
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT03101787
envolvidas, que foram adaptadas à
invasiva a doentes acima dos 70
9.
https://www.ilcor.org/covid-19
realidade local. É, no entanto,
anos (não pela limitação de camas,
10.
https://www.erc.edu/
primeiro preciso entender que o
porque muitas vezes eram admitidos
sites/5714e77d5e615861f00f7d18/content_entry5e
contexto é diferente. No meu
em UCI, mas pela previsível futilidade
a884fa4c84867335e4d1ff/5eecc7e44c
hospital, cerca de 10-12% das camas
terapêutica num doente frágil após
84866fd4e4d1ef/files/20200518_ERC_COVID-19_-_
são de nível 2 e 3. Assim,
falência de HFNC).
Section_3_-_ALS_-_Algorithm_HRES.
habitualmente, o limiar de entrada
Outra diferença entre os sistemas é
pdf?1596788172
numa cama de doente crítico é mais
que em Paris é frequente um doente
baixo do que na realidade que
sair directamente da UCI para uma
conheci em Portugal.
unidade de reabilitação. Isto
À medida que os números foram
permitiu uma gestão de vagas na
aumentando, os critérios de
fase de reabilitação e/ou desmame
admissão no que diz respeito à
de traqueostomia.
2.
3.
Programa de formação para consulta disponível a
L. Lamhaut et al. / Resuscitation 83 (2012)
L. Lamhaut et al. / Resuscitation 117 (2017) 109–117 / DOI: 10.1016/j.resuscitation.2017.04.014
4.
Disponível em: http://recherche.aphp.fr/
EDITORA
insuficiência respiratória aguda, o principal motivo de admissão
LS – Muito obrigado Pedro pela tua
destes doentes em UCI, foram
experiência e transmissão da
sendo restritos. Definiram-se 3
realidade do sistema de emergência
níveis – doentes com FiO2 até 50%
de Paris. Agradecemos também
ou 12 L/min mantinham-se em
todos os estudos disponibilizados.
enfermaria COVID, doentes com
Esperemos ver-te num próximo turno
necessidades superiores de FiO2
no nosso CHUA
EVA MOTERO Médica VMER
EDITOR
eram transferidos para uma das principal a Unidade Coronária, que se transformou em 75% COVID, 25% não-COVID) para oxigenoterapia nasal de alto débito (HFNC) e, se
Um grande abraço, Eva Motero Ruben Santos RUBEN SANTOS Enfermeiro VMER
39
Indice
unidades de nível 2 (sendo a
TERTÚLIA VMERISTA
REVISTA LIFESAVING APÓS 5 ANOS QUE CONTRIBUTOS PARA A EMERGÊNCIA PRÉ HOSPITALAR?"
de uma forma “Tornou-se dúvidas de to en im esclarec com o relacionadas a lar, com um pré-hospita .” ca base científi ho
Ana Agostin
ng foi sem “A Life Savi inovação no a um dúvida ergência em em mundo a sem dúvida é e Portugal, za na rte hoje uma ce das da ciência e divulgação
actividades que trazem a evidência ne sta área. A sua margem de crescimento rumo a uma ainda maior visibilida-de e valor, estã o seguramen te disponívei s..“ Catarina Ta vares “Sem dúvida uma mais valia na área do extra-hospi talar! Única revista dire cionada a te mas pertinentes na área das emergência s médicas,
Indice
cias ergên es e em tualizaçõ a m u A . tra s a a n re tric to pediá uas semp nhecimen o contin arda do c , à luz da a u vang lhor prátic e da m atual.” ia ciênc ega nge M Sola o ING é la ESAV erado pe sto IF L g a “A igma o de um v d a r a e p e uniã balho, qu ica à a ç r fo ed tra o de ente se d ento p u r g ecim rosam gene a de conh h il t r pa
40
TERTÚLIA VMERISTA
na áre a da e me médic a,… é a rgência prova categó ri das pa ca de que a soma rtes su p que, fr uto do era o todo, já esforç entreg oe a à cau sa, cad sente qu a um supera e melhora, ndo-se a si pró prio”. Bruno Santos
"Considero que a revista LifeSaving tem ho je uma importância esse ncial para a prática diária da emergência pré-ho spitalar pois proporciona uma atualização cons tante sempre centrada na qualidade e na evi dência científica, brindan do-nos com muitas curio sidades em diversas espe cialidades e disciplinas que contribuem para o sucesso da emergência pré-ho spitalar". Ruben Santos EDITOR
41
Indice
NUNO RIBEIRO Enfermeiro VMER TIP
Indice
42
NÓS POR CÁ
NÓS POR CÁ
ESTUDANTES DE MEDICINA ESCOLHEM VMER DO CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE PARA ESTÁGIO ELETIVO Pinto, P1.; Fazenda, C.1; Ferreira, B.1, Pinheiro, D.1; Silva, J.1; Dias, C.1; Silva, G.1 1
Estudante do 6º ano do 10º Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve
O Mestrado Integrado em Medicina
sessões de simulação de casos
qualificados do Instituto Nacional de
(MIM), lecionado na Faculdade de
clínicos em contexto de sala de
Emergência Médica.
Medicina e Ciências Biomédicas da
emergência, nas quais os estudantes
Realizar um estágio em contexto
Universidade do Algarve, inclui na sua
sistematizam o algoritmo ABCDE,
pré-hospitalar surge, assim, como uma
formação um estágio Eletivo que
aprendem a estabelecer prioridades e
opção natural e apelativa para alguns
permite aos seus estudantes o
a trabalhar em equipa, e treinam as
de nós que, desta forma, pretendíamos
contacto com áreas da atividade
funções de “team leader”.
complementar a formação pré-
médica que não estão contempladas
O MIM inclui, ainda, formação
graduada no âmbito do doente urgente.
no currículo obrigatório.
certificada em Suporte Básico de Vida
Este é o nosso testemunho do estágio
A aquisição e o desenvolvimento de
com Desfibrilhador Automático
que realizámos durante 140 horas
competências em medicina de
Externo e a frequência no curso de
numa Viatura Médica de Emergência e
urgência ocorrem desde o início da
Suporte Avançado de Vida, ambos
Reanimação (VMER) da região do
formação académica, através de
ministrados por formadores
Algarve.
VMER de Faro “Quando escolhi realizar este estágio tinha como objetivo compreender toda a atividade desenvolvida desde o socorro pré-hospitalar até à receção do doente no serviço de urgência. Esta experiência permitiu-me desenvolver conhecimentos e sentido critico em relação ao pré-hospitalar, que serão certamente muito úteis durante a minha carreira médica. Quem sabe se um dia não farei parte desta equipa maravilhosa”. Cindy Fazenda (Faro, Junho de 2021)
43
Indice
Cindy Fazenda
situação clínica de edema agudo do pulmão. No rendez-vous da VMER com a SIV, o doente encontrava-se inconsciente e durante o transporte evoluiu para choque cardiogénico, entrando em paragem cardiorrespiratória duas vezes. Foi extraordinário observar todo o empenho e a dinâmica instituída por estes profissionais para reanimar a vítima e mantê-la estabilizada até à chegada ao hospital.” Joana Silva (Faro, Julho de 2021) “Ao longo do estágio trabalhei a capacidade de raciocínio clínico, a destreza no tratamento em ambiente pré-hospitalar, a gestão de stress, o
Dra. Eva Motero; Enfª Solange Mega; Benedita Ferreira
trabalho em equipa e a triagem de
“Surpresa é a palavra que escolho
“Foi com grande satisfação que me vi
para definir esta experiência.
envolvida nesta vertente do pré-
Permitiu-me aprofundar
hospitalar, pois trata-se de uma das
conhecimentos, compreender
minhas áreas de interesse.
procedimentos e, acima de tudo,
A saída mais marcante foi uma
aperceber-me das limitações com as quais os nossos profissionais de saúde se deparam diariamente, sendo o “timing”, a distância e o local das ocorrências, algumas delas. A importância da organização e do trabalho de grupo foram duas competências que compreendi serem fundamentais para que tudo ocorresse da melhor maneira. Confesso que não estava preparada para o número de tentativas de suicídio para as quais fomos acionados e percebi a necessidade de um maior apoio à saúde mental destes utentes”. Benedita Ferreira
Indice
(Faro, Junho de 2021)
44
Joana Silva e à direita Enfª Telma Monteiro
doentes. Das inúmeras saídas realizadas, a que mais me marcou foi o rendezvous realizado para auxílio de uma vítima que se encontrava encarcerada após acidente de viação.
NÓS POR CÁ
senti a pressão inerente às situações de emergência, que requerem o estabelecimento de prioridades, a tomada rápida de decisões e um desempenho exímio de procedimentos, naquele momento crucial. Num contexto desprotegido e com recursos limitados, constatei que a organização e a cooperação dos elementos das diferentes equipas de socorro são fundamentais para o sucesso da abordagem, estabilização e transporte da vítima. No final de cada ocorrência, há um retorno imediato ímpar, sem paralelo com qualquer outra área da saúde.” Paula Teixeira Pinto (Portimão, Junho de 2021)
Paula Teixeira Pinto
Carolina Dias
saúde da VMER e os doentes/
“A realização deste estágio deu-me a
familiares e o quão recompensador
oportunidade de contactar pela
este trabalho é.”
primeira vez com a emergência médica pré-hospitalar. Observei de Débora Pinheiro (Faro, Julho de 2021)
perto a articulação da equipa da VMER com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e com
VMER do Barlavento
outros meios de socorro.
“No pré-hospitalar o inesperado é a
coordenação da equipa, a
Débora Pinheiro
rotina e a equipa médica está em
organização, rapidez, versatilidade e
Durante o transporte, pediu-me que
adaptação constante às diferentes
adaptação às mais diversas situações
segurasse a sua mão. Percebi que,
situações clínicas e cenários em que
ocorridas, tendo em conta a reduzida
apesar do breve contacto, é criada
as vítimas são encontradas.
disponibilidade de recursos humanos
uma forte relação de confiança e
Compreendi a exigência do papel de
e materiais em meio extra-hospitalar.
empatia entre os profissionais de
líder desempenhado pelo médico e
A realização deste estágio permitiu
45
Indice
Destaco a capacidade de
Indice
46
NÓS POR CÁ
O estágio no meio VMER foi uma experiência gratificante e enriquecedora que complementou a nossa formação académica no âmbito da medicina de urgência. O sentimento de gratidão é unânime e gostaríamos de dirigir o nosso agradecimento ao coordenador da VMER de Faro e Albufeira, Dr Bruno Santos, pelo entusiasmo com que recebeu o nosso pedido e por nos ter proporcionado esta oportunidade, e à coordenadora da VMER do Barlavento, Dra Inês Simões, por nos permitir atingir os objetivos do nosso estágio. Agradecemos a disponibilidade e dedicação dos médicos tutores, Dr André Villarreal, Dra Eva Motero, Dr Pedro Silva, Dr Christian Chauvan, Dr Márcio Guimarães, Dra Pilar Urbano e Dr Luís Ramos, que orientaram dedicadamente o nosso estágio. Os elementos das equipas das VMER que nos acolheram foram inexcedíveis na sua simpatia e generosidade e gostaríamos de agradecer todos os conhecimentos que partilharam e as experiências que nos proporcionaram. Finalmente, um agradecimento aos elementos das equipas das SIV de Loulé e Lagos, com quem contactámos brevemente.
Gracinda Silva, Dr. Pedro Silva; Enfª Eunice Martins
Aconselhamos esta experiência a
satisfazer uma motivação pessoal,
cuidados de saúde de qualidade em
complementar a minha formação
contexto pré-hospitalar.
médica e consolidar os
Aprendi que a emergência pré-
contacto dos estudantes com a
conhecimentos teóricos previamente
hospitalar exige uma enorme
emergência médica e dos
adquiridos no curso de medicina.”
resiliência e plasticidade mental, por
profissionais do pré-hospitalar com a
surjam mais oportunidades de
parte dos vários membros da equipa, Carolina Dias (Portimão, Julho de 2021)
todos os colegas e desejamos que
com o intuito constante de garantir que, independentemente dos fatores ou barreiras ambientais, sociais ou
academia. Esperamos honrar esta experiência e contribuir para uma melhor prestação de cuidados de saúde no Algarve
logísticas com que nos possamos
VMER de Albufeira
deparar, seja proporcionada uma
EDITORA
intervenção clínica de excelência ao “Creio que para alcançarmos
nosso doente, ainda no terreno”.
outcomes de sucesso a nível sido prestados, atempadamente,
Gracinda Silva (Albufeira, Julho de 2021)
CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM
47
Indice
hospitalar é essencial que tenham
Indice
48
NÓS POR CÁ
NÓS POR CÁ
O SEU CORAÇÃO NÃO PODE PARAR. LIGUE 112
Os doentes admitidos por Enfarte
Na ação tínhamos um stand com
Agudo do Miocárdio (EAM) mais
cartaz alusivo ao lema, um vídeo em
precocemente são os que chamam
projeção continua sobre o enfarte
o 112 e são acompanhados pela
miocárdio, como abordar um
SIV ou pela VMER, constituindo
paciente com suspeita de doença
fator de atraso no diagnóstico e
cardíaca aguda ligando o 112,
reperfusão a deslocação por meios
suporte básico de vida, utilização de
próprios aos SUB ou SU dos
DAE e relatos de casos reais por
Hospitais da Região com impacto
figuras públicas. Abordamos os
na mortalidade cardiovascular.
transeuntes sobre o tema, esclarecemos múltiplas dúvidas e
No sentido de chamar a atenção para
oferecemos um boné alusivo à
esse facto, a Liga dos Amigos do
necessidade de ligar 112.
Serviço de Cardiologia (LASC) realizou uma iniciativa populacional no dia 29
Considerando que estas iniciativas
de maio no Forum Algarve em Faro
devem ser contínuas, a LASC
cujo lema foi “O Seu Coração Não
pretende alertar ainda todos os
pode parar. Ligue 112”. Esta ação teve
profissionais de saúde no sentido de
como objetivo alertar a população
informar os seus pacientes sobre
para ligar 112 aquando de sintomas
quais os sintomas que poderão
que possam corresponder a um
corresponder a EAM, e nesse caso da
evento cardíaco agudo. Teve o apoio
necessidade de ligar de imediato
do CHUA, do INEM, da Abbott
para o 112 e não aguardar ou se
Portugal e do Forum Algarve.
deslocar por meios próprios a um serviço de saúde O Presidente da LASC Jorge Mimoso
EDITORA
49
Indice
CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM
Indice
50
VOZES DA EMERGÊNCIA
VOZES DA EMERGÊNCIA
CENTRO HUMANITÁRIO SILVES – ALBUFEIRA, CRUZ VERMELHA PORTUGUESA (CVP)
"Os Entrevistados desta Edição exercem funções no Centro Humanitário de Silves-Albufeira, Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), que contabiliza uma média de 280 ocorrências mensais de Emergência Médica".
Antonieta Almeida
Rui Jorge Bandeira Martins,
gestão de equipas de transporte,
Antonieta Almeida, tripulante de
identifica-se como funcionário do
organização administrativa interna e
Ambulância de Socorro (TAS) na Cruz
Centro Humanitário de Silves-
gestão de serviços diários.
Vermelha Portuguesa de Silves-
Albufeira desde 2009, exercendo
Refere que ao longo dos anos, apesar
Albufeira
desde 2013 o cargo de Coordenador
das dificuldades normais do cargo
Local de Emergência (CLE), com
que exerce, tem conseguido manter
As Ambulâncias da Cruz Vermelha
responsabilidades nas diferentes
junto dos colaboradores um elevado
Portuguesa (CVP), conhecidas como
áreas do socorro e emergência,
nível de rigor, qualidade e
Postos de Emergência Médica (PEM)
transporte de doentes não urgentes,
organização, parâmetros esses
no Sistema Integrado Emergência
gestão de recursos humanos,
indispensáveis ao exercício da
Médica (SIEM), funcionam em
eventos, formações, workshops,
atividade.
Delegações da Cruz Vermelha
51
Indice
Rui Martins
Maycon Silva e Antonieta Almeida
Indice
Antonieta Almeida e Nuno Brazão
52
VOZES DA EMERGÊNCIA
Portuguesa que têm protocolos com o
de TAS. Foi sem dúvida a melhor
LS: Existem limitações na vossa
Instituto Nacional de Emergência
opção de vida que fiz!
atuação? Se sim quais? RM: Sim, claro que existem
Médica (INEM), destinando-se a dar resposta a emergências médicas e
LS: O que os levou a enveredar por
limitações. Este Centro
trauma no pré-hospitalares no âmbito
esta profissão?
Humanitário não tem carro de
SIEM. Para o efeito utilizam uma
RM: Para além do respeito pelos
desencarceramento. A deficiente
ambulância de socorro, disponibilizada
princípios fundamentais da Cruz
geolocalização do evento por
pelo INEM, para responder aos
Vermelha, considero esta
vezes atrasa o socorro na chegada
pedidos de ajuda de quem liga 112.
instituição humanitária como uma
á vítima.
Estas ambulâncias estão operacionais
família, valorizando o espírito de
24 horas por dia, 365 dias por ano.
equipa entre todas as áreas, com
LS: Existe algum evento que o
o objetivo de satisfazer as
tenha marcado por algum motivo?
Têm como missão a deslocação
necessidades com as quais nos
Poderia descrevê-lo.
rápida de uma equipa de emergência
deparamos diariamente.
RM: A Passagem de Ano em
médica pré-hospitalar ao local da
AA: No dia do falecimento do meu
Albufeira é um evento de grandes
ocorrência, a estabilização clínica das
Pai seguir os seus conselho e
dimensões tanto a nível nacional
vítimas de acidente ou de doença
contribuir para salvar vidas, Foi
como internacional. É um destino
súbita e o transporte assistido para o
sem dúvida a melhor opção de
procurado por um grande número
serviço de urgência mais adequado ao
vida que fiz!
de pessoas que, para além do grande programa de animação que
seu estado clínico. LS: Há quantos anos colaboram na
o Município de Albufeira oferece
A tripulação é composta por dois
CVP? Denota alguma evolução ao
nesta época festiva, também
profissionais com Curso de Tripulante
longo dos tempos?
querem usufruir de excelentes
de Ambulância de Socorro (TAS) e
RM: Desde 2009 que sou
condições climatéricas nesta
Tripulante de Ambulâncias de
funcionário do Centro Humanitário
altura do ano, o que cativa um
Transporte (TAT) ou dois elementos
de Silves Albufeira. Sim, houve
público-alvo muito diversificado.
com formação em TAS.
uma grande evolução nas várias
Obriga-nos a que haja um grande
áreas, em especial na formação
planeamento pois apoiamos o
1. LIFESAVING (LS): Como surgiu o
para o Pré-hospitalar. Apareceram
Socorro Pré-Hospitalar deste
gosto pela emergência?
novas aplicações digitais e
evento, onde disponibilizamos
desenvolvimentos tecnológicos
meios materiais e humanos
Rui Martins (RM): Ao me tornar
que melhoraram o socorro.
preparados para todo o tipo de
voluntário da cruz vermelha, até lá
AA: Há dois anos e meio. Sim
ocorrências que possam surgir
não tinha qualquer ideia do que se
melhores condições de trabalho, a
neste tipo de Eventos.
fazia numa ambulância, e senti
coordenação é cinco estrelas, o
que podia ajudar e fazer a
Rui Martins é uma pessoa
LS: Como gere esses eventos?
diferença na vida de alguém.
humana, muito acessível, sempre
RM: Dificilmente teremos uma
Antonieta Almeida (AA): Desde
disponível em ajudar o próximo.
percepção 100% assertiva olhando
pequena que o meu Pai me dizia
Foi uma pessoa que apostou em
apenas de dentro, por isso
que eu tinha vocação para salvar
mim, para fazer emergência e eu
conversar abertamente e sem
vidas, no dia do seu falecimento,
sou eternamente grata, pela
mágoas, com os colegas pode ser
pensei no que ele me disse
confiança que debutou em mim….
bastante positivo e agregador ao
durante o tempo que estivemos
GRATIDÃO!
nosso desenvolvimento
53
Indice
juntos e então resolvi tirar o curso
emocional. Pois quem está de fora enxerga melhor a situação. Então, deixo que os colegas mais próximos e com quem tenho uma relação de amizade e respeito, me dêem feedbacks em relação ao meu comportamento e incorporo as dicas que são realmente benéficas e positivas ao meu crescimento. LS: Quais foram as recordações/ experiências mais marcantes como Profissionais do Préhospitalar? RM: Foi o acidente com o autocarro dos Holandeses na A22 em 2015. Houve uma criança de 2 anos que estava a viajar com os pais e a mãe morreu no acidente, demos apoio com tudo o que fazia falta para a criança e ainda com apoio de um psicólogo. AA: A primeira paragem Cárdiorespiratória, jovem de 33 anos com overdose e que não consegui salvar, a impotência de não consegui ajudar. LS: Na vossa atividade profissional o que pensam ser mais difícil de lidar/suportar? RM: Ver por vezes as condições degradantes em que algumas pessoas infelizmente vivem, e no momento não puder fazer mais. AA: As situações mais difíceis são sempre aquelas em que vidas humanas nos escorregam entre os dedos apesar de todos os esforços. LS: O que mais os motiva? RM: A diversidade do dia-a-dia, o
Indice
espírito de concretização com o
54
VOZES DA EMERGÊNCIA
objetivo de satisfazer as
projetou para a posição que hoje
necessidades com as quais nos
ocupo, a sugestão que gostaria de
deparamos diariamente.
deixar aos elementos que
AA: O que mais me motiva é acima
integram as equipas de
de tudo o facto de estar a fazer a
emergência Pré-hospitalar é que
diferença na vida de alguém, nem
mantenham a formação sempre
que seja só por ouvir a pessoa, dar
em dia, e que quando vêm
a mão ou até mesmo ajudar em
trabalhar que venham com
situações graves. O ajudar,
vontade e que se escolheram esta
contribuir para ajudar o próximo!
profissão que a abracem verdadeiramente.
LS: Mudariam alguma coisa
AA: Como sugestão digo 2 coisas:
relativamente à vossa atividade
1- invistam na vossa formação, só
profissional?
assim estarão sempre a trabalhar
RM: A longo prazo anseio pela
sob a melhor prática. 2- não
realização de vários projetos
desistam dos vossos sonhos;
nomeadamente na área da saúde, procurando a proximidade com a
LS: Como visualizam o pré-
comunidade, dando ênfase à
hospitalar daqui a 10 anos?
relação estreita com as pessoas
RM: Que todos os socorristas
especialmente nos momentos de
tenham mais formação, e que as
maior vulnerabilidade.
ambulâncias de socorro passem a
A criação da carreira profissional
ter todas um enfermeiro além do
de técnico de emergência médica
socorrista.
com todos os direitos e deveres de
AA: Visualizo com grande ambição
forma a poder haver uma
e mais formação para todos;
EDITORA
progressão de carreira. AA: Relativamente aquilo que faço
LS: O que diz o vosso coração?
atualmente, penso que deveria ser
RM: Que adoro o que faço, e que o
exigida mais formação e treino
faço com muito orgulho.
entre as instituições que estão no
AA: O meu coração diz que adoro
pré hospitalar, uma vez que muitas
aquilo que faço e que continuarei
vezes trabalhamos em conjunto.
a fazer seguramente durante
SOLANGE MEGA Enfermeira SIV/VMER
EDITORA
muito tempo. É algo que me LS: Gostariam de deixar alguma
satisfaz.
sugestão aos elementos que
RITA PENISGA Enfermeira SUB/VMER
integram as equipas de emergência pré-hospitalar? RM: Ao olhar para trás para o meu percurso profissional, admito que poderia alterar algumas das
“A LIFESAVING agradece a Equipa entrevista toda a colaboração,
EDITORA
disponibilidade e simpatia com que nos recebeu.”
opções que tomei, no entanto não foi um percurso de crescimento profissional enorme e que me
O nosso MUITO OBRIGADO ANA VIEIRA Enfermeira VMER
55
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esqueço que o caminho percorrido
“UM PEDACINHO DE NÓS”
UM PEDACINHO DE NÓS Ana Rodrigues1, Teresa Castro 2 Enfermeira das VMER de Faro e Albufeira, Enfermeira da VMER de Albufeira
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Nasceu a 03.01.1971, natural da
A sua árvore genealógica remonta
Em 1996 concluiu a Licenciatura em
freguesia de Torredeita, concelho e
ao século XVI, elaborada (durante
Medicina na Faculdade de Medicina
distrito de Viseu. É o último de uma
anos) pelo seu irmão “Zé” a partir de
dos Hospitais da Universidade de
fratria de sete irmãos (cinco rapazes
documentos guardados numa mala
Coimbra (HUC).
e duas raparigas). Nasceu no
antiga pela sua tia “Glória” (Maria
A decisão de candidatar-se ao Curso de
domicílio, de parto assistido pela
Dias da Fonte). Os seus pais, ambos
Medicina foi tardia, apenas no último
parteira da terra (“curiosa”), num dia
naturais de Torredeita, são primos
ano do Ensino Secundário, em
dos maiores nevões dos últimos 50
em 16.º grau.
detrimento da Engenharia Agronómica
anos. Recebeu o nome de Luis Carlos
Fez o Ensino Primário e a Telescola
(em Lisboa).
de Fonte Ramos. O seu pai, na pressa
(5.º e 6.º anos de escolaridade) em
O fascínio e o interesse pela Medicina
de chamar a parteira, residente a
Torredeita. Frequentou o Ensino
resultaram de uma reflexão pessoal,
poucas centenas de metros, deu um
Secundário na Escola Secundária
inspirado em algumas referências,
valente trambolhão numa descida
Comercial e Industrial Emídio
atraído pelo aprofundar do
íngreme coberta de neve.
Navarro, em Viseu.
conhecimento do Ser Humano e poder contribuir para o seu Bem-Estar,
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prevenindo e tratando o seu sofrimento.
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O desafio do Curso de VMER surgiu
Em Agosto de 2003, após terminar a
mais complicadas depende, à partida,
no ano 2000, durante a primeira
Especialidade em Psiquiatria, ruma ao
da coesão e capacidade de
metade da especialidade em
Algarve, onde se mantém até a data a
comunicação das equipas VMER, e
Psiquiatria, depois de concluir um
desempenhar funções no CHUA-Faro.
sua articulação com os restantes
ano de trabalho (semanal) no
A maioria dos seus familiares reside
meios envolvidos, na melhor
Serviço de Urgência Geral (Medicina
em Viseu, onde se desloca todos os
assistência às vítimas.
Interna/Balcões) no Hospital de S.
meses; em menor número vivem no
Os momentos de debriefing
Teotónio – Viseu.
Porto, Lisboa e, finalmente, no Algarve.
pós-situação são fundamentais
Foi encorajado e estimulado pela
A gestão familiar e da profissão não
para ventilação dos aspetos
então Coordenadora da VMER, Dra.
é fácil, mas é fundamental existir e
positivos e a melhorar,
Alexandra Guedes (anestesista).
procurar o equilíbrio nos tempos
determinantes na aprendizagem e
Sentiu que era uma oportunidade para
dedicados à actividade profissional
gestão psicológica subsequente.
obter novos conhecimentos e
e à família, para além das áreas
É fundamental estarmos todos nas
competências na área de Urgência/
socioculturais e lúdicas de
melhores condições físicas e mentais
Emergência, uma mais-valia em
interesse pessoal.
para esta actividade tão exigente,
qualquer contexto médico.
A gestão psicológica das situações
aliciante e motivadora.
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“UM PEDACINHO DE NÓS”
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“UM PEDACINHO DE NÓS”
No início da sua atividade na VMER
Sempre foi fascinado por quase
de Viseu, a 24.3.2001, vivenciou uma
todas actividades desportivas,
situação marcante e deveras
praticando algumas (ex., corrida e
stressante, após despiste de um
futebol até lesionar-se no joelho
autocarro de passageiros em Santa
direito, natação, ciclismo BTT,
Comba Dão, a cerca de 35 km de
caminhadas na natureza, etc.). Tem
Viseu, num final de tarde e início de
interesses culturais diversificados,
noite, com dezenas de vítimas de
com necessidade de lhes dedicar
trauma incluindo catorze mortos. A
mais tempo (ex., leitura, cinema,
complexidade do cenário e articulação
viagens por outros povos e
dos meios envolvidos é das suas
costumes, etc.).
memórias mais impressionantes.
É um “bom garfo” sobretudo da
No outro polo, menos stressante e
comida tradicional portuguesa.
exigente, nos anos recentes, uma
Realça os alimentos (legumes,
ocorrência num domicílio, para vítima
frutas) da agricultura biológica e
do sexo masculino em estado
o peixe fresco (destaque para a
comatoso após intoxicação
sardinha fresca algarvia).
medicamentosa voluntária. Durante a
O balanço destes 20 anos de
assistência da Equipa de
actividade na VMER é
Emergência à vítima, ouviu-se a voz
francamente positivo.
da esposa citando: - “Cala-te
Sente a mesma paixão do início,
Doutor!...”. De imediato, direcionou o
mas maiores responsabilidades
olhar para esta, que se desculpou,
de actualização e exigência face
referindo ter-se dirigido ao seu cão,
aos constantes progressos
chamado “Doutor”.
técnicos e científicos.
Uma das suas principais
Desde há anos, tem havido
aptidões/”skills” até à entrada na
movimentos e tendências para a
Faculdade de Medicina foram (e
reestruturação da actividade de
são) os conhecimentos e
Emergência Pré-Hospitalar, cabendo
competências nas áreas da
aos seus intérpretes zelar pelo seu
agricultura e pecuária, adquiridos no
rumo em defesa da melhor
ambiente familiar nuclear (sobretudo
assistência às populações
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da sua mãe), permitindo um contacto estreito e saudável com a natureza, servindo também para “recarregar as baterias”.
ANA RODRIGUES Enfermeira VMER Heli INEM
EDITORA
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TERESA CASTRO Enfermeira VMER
TESOURINHO VMERISTA
Pedro Oliveira Silva 1 1
Médico VMER
Com a temperatura a subir, aumentam também as ativações para a praia e seus circundantes. Neste final de tarde foi exatamente isso que aconteceu, o ICARE transmite a informação sobre homem de idade desconhecida, afogado na costa, junto a praia de Faro. Ao chegar ao local, a extração ainda não tinha sido conseguida, já que o corpo parecia estar no seu próprio percurso, ou seja, estava à tona 2-3 min, submergia e aparecia metros à
frente, fazendo que o resgate por parte dos nadadores salvadores, apenas munidos de prancha, extremamente complicado. Apos vários minutos e após recolha do corpo e enquanto a equipa VMER está a aguardar, um transeunte aproxima-se identificando-se como profissional de saúde que exulta confiante e repetidamente “é para chocar… é para chocar…”, a equipa solta um sorriso tímido e continua a observar a chegada da vítima.
Congressos e Cursos
XXIII Congresso Nacional de Medicina Intensiva Pediátrica 14 a 15 de outubro de 2021 Evento online
Choque ou não, à aproximação da mesma, denota-se movimento voluntário do corpo, onde na chegada à praia, a vítima levanta-se, recusando qualquer ajuda, exclama que estava só a treinar apneia para a modalidade de triatlo e que não tinham o direito de o interromper… Por isso se forem treinar apneia avisem e por favor não recomendem choques só porque viram que na televisão resulta…
Curso de Via Aérea Difícil 3 e 4ª Edição 15-16 outubro de 2021 Centro Biomédico de Simulação. CHP-ICBAS, Porto
EDITOR
VI Jornadas Técnicas de Medicina Intensiva 04-05 de novembro de 2021 Faculdade de Medicina Dentária, Lisboa
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PEDRO OLIVEIRA SILVA Médico VMER CODU
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TESOURINHO VMERTISTA
FRASE MEMORÁVEL
"Christian Eriksen, a maior vitória do Euro 2020"
Christian Eriksen, médio da Seleção de Futebol da Dinamarca, caiu inanimado nos minutos finais da primeira parte do jogo Dinamarca-Finlândia, do grupo B do Euro 2020, disputado no Estádio Parken, em Copenhaga, na tarde de 12 de Junho de 2021. Sofreu paragem cardiorrespiratória, com manobras de reanimação no relvado, e foi a pronta assistência médica que lhe salvou a vida.
Fonte: MAISFUTEBOL.iol.pt - jornal desportivo online
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https://maisfutebol.iol.pt/dinamarca/euro2020/figura-do-dia-christian-eriksen-a-maior-vitoria-do-euro-2020
BEST SITES
EUROPEAN RESUSCITATION COUNCIL "Trata-se de um site que disponibiliza gratuitamente as diretrizes do Conselho Europeu de Ressuscitação, facilitando o acesso à aprendizagem e fundamentação científica da Ressuscitação Cardiorrespiratória"
Estas diretrizes foram desenvolvidas tendo em conta a prática europeia neste âmbito. Clique aqui para aceder à atualização de 2021 das Guidelines do European Resuscitation Council
https://cprguidelines.eu/
ELSEVIER - Novel Coronavirus Resource Directory Trata-se de um site de ampla difusão do conhecimento na área da COVID-19. É um verdadeiro diretório de orientação clínica
baseada na evidência, que possibilita o acesso a recursos gratuitos, incluindo a uma larga gama de artigos científicos
EDITOR
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BRUNO SANTOS Médico VMER
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https://www.elsevier.com/novel-coronavirus-covid-19
BEST APPS
BEST APPS São verdadeiramente fantásticas as capacidades dos smartphones dos dias de hoje. Utilizados de forma regrada, consciente e com apoio médico, podem ser uma preciosa ajuda na deteção de problemas de saúde. Estas 2 simples aplicações são um bom exemplo disso.
OXÍMETRO DE PULSO A avaliação da oximetria periférica
capazes de utilizar este tipo de
pode ser um grande auxiliar de
aplicação e fazer uma avaliação da
diagnostico, desde que bem utilizada.
saturação periférica de oxigénio
(ler mitos urbanos)
inicial e em qualquer lugar, alertando
Muitos são os smartphones atuais
para um potencial problema
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.dungelin.pulseoximeter
FIBRICHECK Aplicação capaz de detetar arritmias e fazer uma avaliação inicial do ritmo cardíaco.
Não é um ECG de 12 derivações, mas pode chamar a atenção para um eventual problema
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.qompium.fibricheck
EDITOR
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PEDRO LOPES SILVA Enfermeiro VMER Heli INEM
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– Entrada grátis em webinares formativos a organizar pela APEMERG; – Descontos nos eventos a organizar pela APEMERG; – Participar na Assembleia Geral da APEMERG, nos termos definidos nos estatutos; – Prioridade na participação em projectos educacionais e estudos que a associação vier a promover; – Convites para entrada em eventos de parceiros na área do doente crítico.
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– Descontos em eventos realizados pelos nossos parceiros".
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CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO – Agosto de 2021
A Revista LIFESAVING (LF) é um órgão de publicação pertencente ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e dedica-se à promoção da ciência médica pré-hospitalar, através de uma edição trimestral. A LF adopta a definição de liberdade editorial descrita pela World Association of Medical Editors, que entrega ao editorchefe completa autoridade sobre o conteúdo editorial da revista. O CHUA, enquanto proprietário intelectual da LF, não interfere no processo de avaliação, selecção, programação ou edição de qualquer manuscrito, atribuindo ao editor-chefe total independência editorial. A LF rege-se pelas normas de edição biomédica elaboradas pela International Commitee of Medical Journal Editors e do Comittee on Publication Ethics.
2. Informação Geral A LF não considera material que já foi publicado ou que se encontra a aguardar publicação em outras revistas. As opiniões expressas e a exatidão científica dos artigos
são da responsabilidade dos respectivos autores. A LF reserva-se o direito de publicar ou não os artigos submetidos, sem necessidade de justificação adicional. A LF reserva-se o direito de escolher o local de publicação na revista, de acordo com o interesse da mesma, sem necessidade de justificação adicional. A LF é uma revista gratuita, de livre acesso, disponível em https://issuu.com/lifesaving. Não pode ser comercializada, sejam edições impressas ou virtuais, na parte ou no todo, sem autorização prévia do editor-chefe.
3. Direitos Editoriais Os artigos aceites para publicação ficarão propriedade intelectual da LF, que passa a detentora dos direitos, não podendo ser reproduzidos, em parte ou no todo, sem autorização do editor-chefe.
4. Critérios de Publicação 4.1 Critérios de publicação nas rúbricas
artigos originais em qualquer das categorias em que se desdobra, de acordo com os seguintes critérios de publicação: Nós Por Cá - Âmbito: Dar a conhecer a realidade de actuação das várias equipas de acção préhospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Dimensão: 250 palavras. Tertúlia VMERISTA - Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante. Dimensão: 250 palavras. Minuto VMER - Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos. Dimensão: 1000 palavras Fármaco Revisitado - Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER. Dimensão: 500 palavras
A LF convida a comunidade científica à publicação de
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1. Objectivo e âmbito
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CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
Journal Club - Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. Dimensão: 500 palavras
Cuidar de Nós - Âmbito: Diferentes temáticas, desde psicologia, emocional, metabólico, físico, laser, sempre a pensar no auto cuidado e bem estar do profissional. Dimensão: 500 palavras.
Nós e os Outros - Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a actuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. Dimensão: 1000 palavras
Pedacinho de Nós - Âmbito: Dar a conhecer os profissionais das equipas de emergência pré-hospitalar. Dimensão: 400 palavras.
artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. Dimensão: 1000 palavras Legislação - Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. Dimensão: 500 palavras O que fazer em caso de... - Âmbito: Informação resumida mas de elevada qualidade para leigos em questões de emergência. Dimensão: 500 palavras. Mitos Urbanos - Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. Dimensão: 1000 palavras.
experiência enquanto VMERistas. Dimensão: 250 palavras Congressos Nacionais e Internacionais - Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica. Di-mensão: 250 palavras. Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar - Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica préhospitalar -Dimensão: 250 palavras
4.2 Critérios gerais de publicação
instituições é necessário fazer acompanhar o material a publicar do consentimento da comissão de ética da respectiva instituição. As submissões deverão ser encaminhadas para o e-mail: revistalifesaving@gmail.com
5. Referências Os autores são responsáveis pelo rigor das suas referências bibliográficas e pela sua correta citação no texto. Deverão ser sempre citadas as fontes originais publicadas. A citação deve ser registada empregando a Norma de Vancouver
O trabalho a publicar deverá ter no máximo 120 referências. Deverá ter no máximo 6 tabelas/ figuras devidamente legendadas e referenciadas. O trabalho a publicar deve ser acompanhado de no máximo 10 palavras-chave representativas.
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Ética e Deontologia - Âmbito: Apresentação de
Tesourinhos VMERISTAS - Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da nossa
No que concerne a tabelas/ figuras já publicadas é necessário a autorização de publicação por parte do detentor do copyright (autor ou editor). Os ficheiros deverão ser submetidos em alta resolução, 800 dpi mínimo para gráficos e 300 dpi mínimo para fotografias em formato JPEG (.Jpg), PDF (. pdf). As tabelas/figuras devem ser numeradas na ordem em que ocorrem no texto e enumeradas em numeração árabe e identificação. No que concerne a trabalhos científicos que usem bases de dados de doentes de
Estatuto Editorial A Revista LIFESAVING é uma publicação científica e técnica, na área da emergência médica, difundida em formato digital, com periodicidade trimestral.
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Trata-se de um projeto inovador empreendido pela Equipa de Médicos e Enfermeiros das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) de Faro e de Albufeira, pertencentes ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, e que resultou da intenção estratégica de complementar o Plano de formação contínua da Equipa. A designação “Lifesaving”, que identifica a publicação, é bem conhecida por todos os profissionais que trabalham na área da emergência médica, e literalmente traduz o desígnio da nobre missão que todos desempenham junto de quem precisa de socorro – “salvar vidas”. Esta Publicação inovadora, compromete-se a abraçar um domínio editorial pouco explorado no nosso país, com conteúdos amplamente dirigidos a todos os profissionais que manifestam interesse na área da emergência médica. Através de um verdadeiro trabalho de Equipa dos vários Editores da LIFESAVING, e
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aproveitando a sua larga experiência em Emergência Médica, foi estabelecido o compromisso de apresentar em cada número publicado, conteúdos e rubricas de elevada relevância cientifica e técnica no domínio da emergência médica. Por outro lado, este valioso instrumento de comunicação promoverá a partilha das ideias e conhecimentos, de forma completa, rigorosa e assertiva. Proprietário: Centro Hospitalar Universitário do Algarve, E.P.E. NIPC: 510 745 997 Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro N.º de registo na ERC: 127037 Diretor: Dr. Bruno Santos Editor-Chefe: Dr. Bruno Santos Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro Sede da redação: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro Periodicidade: trimestral
TIPO DE CONTEÚDOS Esta publicação periódica pretende ser uma compilação completa de uma seleção de matérias científicas e técnicas atualizadas, incluídas em grande diversidade de Rubricas, incluindo: – “Nós Por Cá” – Âmbito: Dar a conhecer a realidade de atuação das várias equipas de ação pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Poderá incluir também a descrição sumária de atividades, práticas ou procedimentos desenvolvidos localmente, na área da emergência médica – Dimensão: 500 palavras; – “Tertúlia VMERISTA” – Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante – Dimensão: 250 palavras;
– “Minuto VMER” – Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos, ou de aspetos práticos relacionados com Equipamentos utlizados no dia-à-dia. Dimensão: 1000 palavras; – “Fármaco Revisitado” – Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar, ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER. – Dimensão: 500 palavras; – “Journal Club” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Nós e os Outros” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a atuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. -Dimensão: 1000 palavras; – “Ética e Deontologia” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Legislação” – Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. – Dimensão: 500 palavras; – “O que fazer em caso de…” – Âmbito: Informação resumida, mas de elevada qualidade, para leitores não ligados à área da saúde, ou da emergência médica -Dimensão: 500 palavras; – “Mitos Urbanos” – Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. -Dimensão: 1000 palavras;
ESTATUTO EDITORIAL
– “Cuidar de Nós” – Âmbito: Discussão de diferentes temáticas, de caráter psicológico, emocional, metabólico, físico, recreativo, centradas no autocuidado e bem estar do profissional da emergência. -Dimensão: 500 palavras; – “Pedacinho de Nós” – Âmbito: Dar a conhecer, em modo de entrevista, os profissionais da Equipa das VMER de Faro e Albufeira ou outros Elementos colaboradores editoriais da LIFESAVING. – Dimensão: 500 palavras; – “Vozes da Emergência” – Âmbito: Apresentar as Equipas Nacionais que desenvolvem trabalho na Emergência Médica, dando relevância a
PREVISÃO DO NÚMERO DE PÁGINAS: 50;
especificidade locais e revelando diferentes realidades. – Dimensão 500 palavras; – “Emergência Global” – Âmbito: publicação de artigos de autores internacionais, que poderão ser artigos científicos originais, artigos de opinião, casos clínicos ou entrevistas, pretendendo-se divulgar experiências enriquecedoras, além fronteiras; – “Tesourinhos VMERISTAS” – Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da experiência dos Profissionais da VMER. – Dimensão: 250 palavras; – “Congressos Nacionais e Internacionais” – Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica – Dimensão: 250 palavras; palavras; – “Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar” – Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica pré-hospitalar -Dimensão: 250 palavras
todas as Edições estão a ser arquivadas no Repositório Internacional ISSUU, onde poderão ser consultadas gratuitamente (https://issuu.com/lifesaving). Marcamos presença ainda noutras plataformas de divulgação (Facebook, Instagram, Twiter e Youtube).
TIRAGEM: – não aplicável para a publicação eletrónica, não impressa em papel.
ONDE PODERÁ SER CONSULTADA: Pode ser consultada no site do CHUAlgarve, no setor “Comunicação”, no domínio http:// www.chualgarve.min-saude.pt/ lifesaving/, e adquirida gratuitamente por subscrição nesse mesmo site. Não dispomos ainda de um site oficial para organização dos nossos conteúdos, de modo que atualmente
N.º 1 do art.º 17.º da Lei de Imprensa: Garanta de liberdade de imprensa: 1 - É garantida a liberdade de imprensa, nos termos da Constituição e da lei. 2 - A liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações. 3 - O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura
DIVULGAÇÃO DA LIFESAVING:
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A LIFESAVING será difundida no site do Centro Hospitalar do Algarve (no setor média e imagem), e sua Intranet, com possibilidade da sua subscrição para receção trimestral via e-mail. Inserida on-line no repositório de publicações ISSUU, adquirindo um aspeto gráfico otimizado para tornar a leitura ainda mais agradável. Será também difundida na página de Facebook da VMER de Faro, página própria com o nome LIFESAVING.
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