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1
EDITORIAL
FICHA TÉCNICA DIRETOR E EDITOR-CHEFE Bruno Santos CO-EDITOR-CHEFE Pedro Lopes Silva EDITORES ASSOCIADOS MINUTO VMER Isabel Rodrigues ESTATÍSTICA Ana Isabel Rodrigues André Abílio Rodrigues Solange Mega NÓS POR CÁ Catarina Tavares FÁRMACO REVISITADO Alírio Gouveia Catarina Monteiro JOURNAL CLUB Ana Rita Clara O QUE FAZER EM CASO DE André Abílio Rodrigues CUIDAR DE NÓS Sílvia Labiza EMERGÊNCIA INTERNACIONAL Eva Motero Rúben Santos ÉTICA E DEONTOLOGIA Teresa Salero LEGISLAÇÃO Ana Agostinho Isa Orge CARTAS AO EDITOR Catarina Jorge Júlio Ricardo Soares TERTÚLIA VMERISTA Nuno Ribeiro MITOS URBANOS Christian Chauvin VOZES DA EMERGÊNCIA Ana Vieira Rita Penisga Solange Mega UM PEDACINHO DE NÓS Ana Rodrigues Teresa Castro TESOURINHOS VMERISTAS Pedro Oliveira Silva CONGRESSOS VIRTUAIS Pedro Oliveira Silva INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA Solange Mega Teresa Mota BEST SITES Bruno Santos
Caríssimos leitores, Já com o Verão terminado e com um Inverno que se avizinha exigente ao nível dos cuidados de saúde, lançamos a 22º Edição da Revista Lifesaving. Destaca-se nesta edição o artigo apresentado no Minuto VMER, acerca da doação de Órgãos. É uma temática que se pretende que esteja cada vez mais desperta nos cuidados de saúde pré-hospitalares, sendo muitas das vezes na rua, perante as situações, com pouco tempo para tomar decisões, que nos surgem as questões sobre o assunto. Outro marco desta edição é a estreia da nova rúbrica: Cartas ao Editor. Rubrica esta com o objetivo de levar os leitores a comentar um artigo publicado nas últimas 4 edições da revista, promovendo a discussão e visão crítica sobre o mesmo. Acreditamos que irá dinamizar muito as nossas publicações, criando maior interação com os leitores, otimizando a discussão de conteúdos. Neste número destacamos ainda os impactos do Covid no funcionamento da VMER, na perspetiva da Coordenação Médica, a discussão sobre o dador de coração parado na nossa tertúlia, um alusão histórica sobre o funcionamento do CODU apresentada na entrevista ao Dr. Francisco Marcão (na rubrica “Emergência Internacional”), o olhar sobre o Jornalismo e a interação com a Emergência Médica (na rubrica “Nós e os Outros”), e a referência à exposição comemorativa dos 5 Anos da Lifesaving, apresentada na Fnac de Faro. Os “Instantâneos em Emergência Médica” são outra novidade desta edição que deixamos por descobrir. Além destes, outros artigos e curiosidades de elevado interesse estarão disponíveis mantendo o formato leve e ao mesmo tempo sério a que esta revista já os habituou. Não posso terminar sem deixar um agradecimento a todos os editores e colaboradores desta edição pela disponibilidade, profissionalismo e comprometimento com este projeto, tornando possível a sua publicação nas datas previstas, bem como as boas vindas aos novos editores Bem hajam.
Pedro Lopes Silva
CO-EDITOR-CHEFE Enfermeiro VMER pgsilva@chalgarve.min-saude.pt
BEST APPS Pedro Lopes Silva ILUSTRAÇÕES João Paiva FOTOGRAFIA Pedro Rodrigues Silva Maria Luísa Melão AUDIOVISUAL Pedro Lopes Silva DESIGN Luis Gonçalves (ABC)
Momentos de inspiração
"As nossas convicções mais arreigadas, mais indubitáveis, são as mais suspeitas. Elas constituem o nosso limite, os nossos confins, a nossa prisão. Pouca coisa é a vida se não existir nela um anseio enorme de ampliar as suas fronteiras.”
José Ortega y Gasset (1883-1955) Filósofo, Historiador, Politólogo, Escritor, Ensaísta, Jornalista Espanhol.
PARCERIAS
Periodicidade Trimestral
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Linguagem Português ISSN 2184-1411 2
Propriedade: CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE Morada da Sede: Rua Leão Penedo. 8000-386 Faro Telefone: 289 891 100 | NIPC 510 745 997
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3
Indice
ICE22 1 4
SA
TH
ÍNDICE 09 15 21
27 29
MINUTO VMER
Órgãos são vida(s) FÁRMACO REVISITADO
Adenosina
JOURNAL CLUB
“Evaluation of pelvic circular compression devices in severely injured trauma patients with pelvic fractures” O QUE FAZER EM CASO DE
Traumatismo crânio-encefálico CUIDAR DE NÓS
Alimentação: um caminho para a saúde e performance
35 44 46 48 51
55
59 60
NÓS E OS OUTROS
O papel dos Órgãos de comunicação Social nos teatros de operações EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
CODU – o início: entrevista ao Dr. Francisco Marcão CARTA AO EDITOR I
A importância de uma ventilação não invasiva eficaz CARTA AO EDITOR II
Efeitos secundários da amiodarona TERTÚLIA VMERISTA
Dador coração parado, investir até quando no pré hospitalar? NÓS POR CÁ
“Impacto da pandemia covid-19 no funcionamento das VMER do Algarve" - perspetiva da Coordenação Médica NÓS POR CÁ
Estudantes de medicina escolhem VMER do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve para estágio eletivo (parte II) NÓS POR CÁ
Exposição comemorativa dos 5 anos da LIFESAVING no Fórum FNAC de Faro UM PEDACINHO DE NÓS
Pedro Lopes Silva
63
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA
64
TESOURINHO VMERISTA
64
CONGRESSOS E CURSOS
66
BEST SITES
67
BEST APPS
69
74
PÁGINAS ABC PÁGINAS APEMERG CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
78
ESTATUTO EDITORIAL
72
5
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31
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6
Descarregue através do QR CODE os nossos Algorritmos
Algoritmos LIFESAVING “O que fazer em caso de...”
organização:
Os 22 trabalhos já publicados, sob a forma de algoritmos, pretendem transmitir conceitos simples de abordagem de múltplos cenários de emergência médica, numa linguagem e grafismo dirigidos à Comunidade.
apoio FNAC
7
Indice
A rubrica “O que fazer em caso de...” (emergência), é publicada trimestralmente, mantendo presença assídua desde a estreia da Revista LIFESAVING, a 5 de Agosto de 2016.
Indice
8
MINUTO VMER
MINUTO VMER
ÓRGÃOS SÃO VIDA(S) Isabel. V. Rodrigues1, Susana Martins2 .Interna de Formação Especifica de Medicina Interna no Serviço de Medicina 2 do Hospital de Faro, Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Médica na VMER de Faro e Albufeira, Médica Reguladora do CODU, Médica SHEM 2 .Enfermeira no Serviço de Urgência Polivalente do Hospital de Faro, Centro Hospitalar Universitário do Algarve, CHUA 1
Possíveis Dadores de Órgãos
INTRODUÇÃO
Na Resolução de Madrid, em 2010,
O primeiro transplante renal com
os governos e os profissionais de
sucesso ocorreu em 1954 e, desde
saúde foram incentivados a
Um possível dador de órgãos é um
então, tem salvo e melhorado a
procurar autossuficiência na
doente com danos ou lesões
qualidade de vida de milhares
transplantação. A doação de órgãos
cerebrais devastadoras, ou um
de doentes1,2.
após a morte é uma componente
doente com falência circulatória
A doação e transplantação de
essencial para autossuficiência3.
que, aparentemente, está medicamente apto para doação de
órgãos, é uma área forçada a um desenvolvimento rápido com o
A doação após morte cerebral
órgãos. Num doente com lesões
intuito de corresponder às
representa a maior fonte de órgãos
cerebrais devastadoras, em
necessidades crescentes de
sólidos de dadores falecidos2.
particular, a doação de órgãos é possível se cuidados intensivos
transplantes, mas tem desafios Tipos de Dadores Falecidos:
caso já esta internado numa UCI)
órgãos. Esta área requer ainda o controlo de todas as atividades
forem iniciados (ou continuados,
1. Dador após morte cerebral –
imediatamente (Figura 2).
técnicas e de todos os serviços
Doação por pessoas cuja morte
Um doente com lesões cerebrais
cruciais que permitem a remoção de
foi declarada com base na perda
devastadoras representa um
órgãos de uma pessoa e a sua
irreversível das suas funções
ponto de partida comum para os
transferência para outra (Figura 1.)2.
neurológicas4,5.
dois diferentes métodos de
Num contexto de emergência
2. Dador após paragem circulatória
doação de órgãos em dadores
pré-hospitalar é importante que as
– Doação por pessoas cuja
falecidos – Doação após Morte
equipas estejam sensibilizadas para
morte foi declarada com base
Cerebral e Doação após Paragem
esta realidade e, exista um sentido
em critérios circulatórios.
Circulatória (Figura 2).
de ponderação desta opção. Sendo
Dependendo do cenário clínico
Um doente com falência circulatória
que os dadores e os métodos de
em que a paragem cardíaca
também é um possível dador de
doação têm passos específicos, nós,
ocorre, existem 4 categorias
órgãos. Se o Suporte Avançado de
profissionais de saúde do pré-
diferentes (Figura 2)4,5.
Vida (SAV) num doente com
hospitalar, devemos conhecê-las de
paragem cardíaca súbita não for
forma que este não seja o passo
bem-sucedido, este pode ser
limitante em todo o processo de
considerado um ponto de partida
doação e de transplante.
para o processo de doação de órgãos (Figura 2).
9
Indice
inerentes, entre estes, a escassez de
Indice
10
MINUTO VMER
Figura 1. Ligações complexas entre dadores e recetores no contexto de doação após a morte Adaptado de “Direção Europeia da Qualidade dos Medicamentos e Cuidados de Saúde. Guide to the quality and safety of organs for transplantation. (2018). 7ª Edição, European Directorate for the Quality of Medicines & HealthCare of the Council of Europe1.
Dadores de Órgãos Elegíveis
A identificação do possível dador é o
circulatória cessaram e, em que o
ponto de partida fundamental para a
SAV foi implementado, mas sem
sua referenciação, e o início do
sucesso sendo descontinuado
Os dadores de órgãos elegíveis por
processo de Doação de Órgãos
(Dador de Coração Parado), ou uma
Morte Cerebral são doentes que são
(Figura 2)6.
pessoa em quem as falências
medicamente apropriados e
respiratórias e circulatórias são
declarados mortos com base em
expectáveis dentro de um espaço
critérios neurológicos.
de tempo útil, e em quem o SAV não
Os dadores de órgãos elegíveis
Um potencial dador de órgãos em
é iniciado5.
após Paragem Circulatória são
Morte Cerebral é uma pessoa cuja
Outros potenciais dadores por
doentes medicamente apropriados
situação clínica é compatível com
paragem circulatória tem doenças
para doação de órgãos em quem a
morte cerebral.
neurodegenerativas ou doenças
morte foi declarada com base em
Um potencial dador de órgãos em
cardíacas/respiratórias,
critérios circulatórios.
Paragem Circulatória é uma pessoa
em fase terminal 1.
A morte também deve ter corrido
em que as funções respiratória e
dentro de um espaço de tempo que
11
Indice
Potenciais Dadores de Órgãos
Figura 2. Categorias dos dadores em paragem circulatória. Classificação Modificada de Maastricht, paris 2013. Adaptado de “Third WHO Global Consultation on Organ Donation and Transplantation: Striving to achieve self-sufficiency, 23-25 March 2010, Madrid, Spain. Transplantation 2011;91(Suppl 11):S27-S28..”6
A “regra de dador morto” deve ser respeitada. Ou seja, os doentes devem ser dadores apenas após a morte e, não morrerem para serem dadores.
Indice
Figura 3. Evolução do Possível Dador de Órgãos no Processo de Doação. Adaptado de “Domínguez-Gil B, Delmonico FL, Shaheen FAM et al.The Critical Pathway for Deceased Donation: reportable uniformity in the approach to deceased donation.” Transpl Int 2011;24(4):373-8.”2
12
MINUTO VMER
possibilite a recolha dos órgãos.
profissionais da emergência
Em circunstâncias em que a morte
pré-hospitalar, haja uma
Donation and Transplantation: Striving to achieve
cerebral não for confirmada,
consciencialização para estas
self-sufficiency, 23-25 March 2010, Madrid, Spain.
pode-se ativar por paragem
definições, no sentido em que em
Transplantation 2011;91(Suppl 11):S27-S28..”
circulatória, mas deve ser evitada
muitas ocorrências podemos ser
sempre que possível.
nós a identificar potenciais dadores.
practices in European intensive care units: the
Um potencial dador em paragem
Num contexto pré-hospitalar,
Ethicus Study. JAMA 2003;290(6):790-7.
circulatória pode não ser elegível
deparamo-nos em várias
porque morte de acordo com os
ocorrências com potencias dadores
Donor conversion rates depend on the
critérios circulatórios pode não ser
em morte cerebral e em paragem
assessment tools used in the evaluation of
determinada num intervalo de
circulatória, e este não deverá ser o
potential organ donors. Intensive Care Med
tempo útil. Este intervalo
passo limitante em todo os
2011;37:665-70.
corresponde em média a 2 horas e
processo de transplantação.
varia conforme o país.
Tendo em conta a escassez de
Existem poucas contraindicações
6.
7.
8.
Third WHO Global Consultation on Organ
Sprung CL, Cohen SL, Sjokvist P et al. End-of-life
Groot YJ, Wijdicks EFM, van der Jagt M et al.
órgãos e que transplantes salvam
absolutas para a doação de órgãos . 7,8
vidas, podemos nós “vmeristas” e restantes equipas, ser
Dadores de Órgãos
fundamentais a salvar múltiplas vidas mesmo quando não
Os dadores em morte cerebral e em
conseguimos salvar uma
paragem circulatória são definidos da mesma forma: - Um dador de órgãos elegível que, com o seu consentimento, uma
BIBLIOGRAFIA
incisão cirúrgica lhe foi feita com
1.
Direção Europeia da Qualidade dos
intenção de recolha de órgãos com o
Medicamentos e Cuidados de Saúde. Guide to the
propósito de transplantação.
quality and safety of organs for transplantation.
Um dador falecido é alguém a quem
(2018).7ª Edição, European Directorate for the
pelo menos um órgão foi recolhido
Quality of Medicines & HealthCare of the Council
com o propósito de transplantação . 1
of Europe. 2.
Dadores de Órgãos Utilizados
Domínguez-Gil B, Haase-Kromwijk B, Van Leiden
EDITORA
H et al. Current situation of donation after circulatory death in European countries. Transpl
Dadores de ambos os tipos, que são 3.
Global Observatory on Organ Donation and
pelo menos um órgão sólido foi
Transplantation. Disponívvel em: www.
transplantado. Após a recolha, os
transplant-observatory. org, accessed 13
órgãos podem não ser
February 2018.
transplantados por múltiplas razões.
4.
Kootstra G, Daemen JH, Oomen A. Categories of
A não utilização é mais frequente
non-heart-beating donors. Transplant Proc
nos casos de dadores com critérios
1995;27(5):2893-4.
alargados e após morte por paragem
5.
REVISÃO
Thuong M, Ruiz A, Evrard P et al. New
circulatória em comparação com
classification of donation after circulatory death
morte cerebral .
donors, definitions and terminology. Transplant
É importante que para nós,
Int 2016;29(7):749-59
3
ISABEL RODRIGUES Médica VMER CODU
COMISSÃO CIENTÍFICA
13
Indice
definidos como dadores dos quais
Int 2011;24(7):676-86.
Indice
14
FÁRMACO REVISITADO
ADENOSINA
Teresa Mota 1,2 2
Interna de Formação Específica de Cardiologia - Centro Hospitalar Universitário do Algarve Médica da VMER de Faro e Albufeira
INTRODUÇÃO
vasodilatadoras e antiarrítmicas,
Ao contrário do que acontece no
A adenosina é um nucleósido
sendo incluído na classe dos
tecido supraventricular, a adenosina
endógeno (purina) naturalmente
“Antiarrítmicos Miscelâneos”.
não tem um impacto direto no
presente no organismo humano,
potencial de repouso ou no potencial
desempenhando um papel crucial na
de ação do miocárdio ventricular,
síntese de ácido desoxirribonucleico
FORMAS DE APRESENTAÇÃO
sendo a sua ação limitada ao
(ADN)/ ácido ribonucleico (ARN) e no
A adenosina exógena é
antagonismo das catecolaminas
metabolismo energético. A nível
comercializada na forma de solução,
endógenas, como a noradrenalina, o
extracelular integra o sistema
em ampolas com uma diluição de 3
que poderá explicar o seu papel na
purinérgico, funcionando como
mg/mL disponíveis em volume de 2
conversão de algumas arritmias
molécula de sinalização e exercendo
mL (6 mg) ou 4 mL (12 mg).
ventriculares e na abolição de
funções de mediação química em
pós-despolarizações induzidas por
vários sistemas, o que potencia a sua
catecolaminas.
utilização no âmbito da
FARMACOLOGIA
A ligação da adenosina a recetores
farmacoterapia.
- FARMACODINÂMICA /
A2 aumenta a atividade da
A adenosina pode ser libertada a
MECANISMO DE AÇÃO
adenilciclase e os níveis de
partir do espaço intracelular ou
A ligação da adenosina a recetores A1
monofosfato de adenosina ciclíco
resultar da hidrólise extracelular de
(com maior expressão a nível
(cAMP), inibe a entrada de Ca2+ nas
adenosina trifosfato (ATP) ou
cardíaco, e presentes no nó sinusal,
células e estimula os canais de
adenosina difosfato (ADP), ligando-se
no músculo auricular e no nó
potássio dependentes de ATP (KATP),
posteriormente aos recetores de
auriculoventricular [AV]) ativa
conduzindo à hiperpolarização das
adenosina (A1, A2A, A2B, A3), que
correntes retificadoras de potássio
células de músculo liso vascular e à
estruturalmente são recetores
(IKACh/IKAdo) com consequente
subsequente diminuição das
acoplados à proteína G, estando
hiperpolarização das membranas
resistências vasculares coronária/
presentes em quase todas as células
celulares, e inibe a corrente de Na+/K+
periférica, assim como a
do organismo. Deste modo, consegue
(If), conduzindo à diminuição da
vasodilatação microvascular.
atuar em múltiplos locais, incluindo o
frequência de despolarização
músculo liso, sistema nervoso central
espontânea das células do nó sinusal
e periférico, plaquetas, músculo
(efeito cronotrópico negativo). Por
- FARMACOCINÉTICA
cardíaco, tecido cardíaco de
outro lado, inibe as correntes de cálcio
A adenosina é rapidamente eliminada
condução e pulmões.
tipo L (ICaL), o que aumenta a
de circulação sanguínea através da
Enquanto fármaco, a sua utilização
refratariedade e atrasa a condução no
sua captação por eritrócitos e
centra-se nas propriedades
nó AV (efeito dromotrópico negativo).
metabolização na superfície luminal
15
Indice
1
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16
FÁRMACO REVISITADO
das células do endotélio vascular,
(categoria C da classificação de risco
com limitações no exercício físico.
onde é metabolizada em inosina pela
da FDA). Na população pediátrica
Este efeito permite ainda a sua
enzima adenosina deaminase ou
(com peso inferior 50 kg), a dose
aplicação em técnicas percutâneas
fosforilada a AMP; estes metabolitos
inicial indicada é de 0,05-0,1 mg/kg,
de avaliação funcional de lesões
são posteriormente excretados por
seguida de incrementos sucessivos
coronárias, no contexto de
via renal.
de 0,05-0,1 mg/kg por bólus, até uma
cateterismos cardíacos, onde pode
A sua semivida é inferior a 5
dose máxima de 0,3 mg/kg. Nas
ser administrada por infusão
segundos e o tempo de eliminação
crianças com peso superior 50 kg,
endovenosa contínua (140 µg/kg/
inferior a 10 segundos, o que permite
deve administrar-se uma dose
min) ou por bólus intracoronários
perceber a curta duração dos seus
sobreponível à dos adultos.
(15-40 µg)
efeitos (<20 segundos) e a segurança
A adenosina também é útil no
da administração repetida em
controlo de taquicardias auriculares
intervalos de 1-2 minutos.
focais, taquicardias de reentrada do
EFEITOS SECUNDÁRIOS
nó sinusal e taquicardia ventricular (TV) mediada por pós-
Os efeitos adversos mais comuns são:
POSOLOGIA E INDICAÇÕES
despolarizações tardias idiopática do
•
Flushing (cerca de 20%);
TERAPÊUTICAS
trato de saída do ventrículo direito,
•
Dispneia;
A principal indicação deste fármaco é
frequentemente desencadeadas por
•
Inibição nodal (sinusal ou AV)
a conversão de Taquicardias
estimulação adrenérgica.
excessiva - o risco de bradicardia
Paroxísticas Supraventriculares
Apesar da baixa probabilidade de
é superior em doentes com
(TPSV) dependentes do nó AV
conversão de Flutter ou Fibrilhação
transplante cardíaco ortotópico
(taquicardias de reentrada nodal ou
auricular (FA) a ritmo sinusal, a
desnervado;
auriculoventricular) a ritmo sinusal,
adenosina induz um bloqueio AV
verificando-se uma eficácia superior
transitório, permitindo clarificar o tipo
de TPSV ou indução de FA ou
a 90%. Neste contexto, deve
de atividade auricular subjacente e
TV);
administrar-se uma dose inicial de 6
contribuindo para o diagnóstico final
mg (em bólus rápido de 1-2
da arritmia. Pelo mesmo
segundos), seguida da infusão de
mecanismo, poderá ajudar na
•
Dor/desconforto torácico;
soro fisiológico. Em caso de
distinção entre taquicardias de
•
Síndrome de roubo coronário
persistência, a sua administração
complexos QRS largos com origem
(em que a vasodilatação
poderá ser repetida por duas vezes
supraventricular (e aberrância de
arteriolar em áreas bem
na dose de 12 mg, em intervalos de
condução) e origem ventricular,
perfundidas do miocárdio
1-2 minutos. Em situações
uma vez que é capaz de eliminar as
“rouba” fluxo sanguíneo a áreas
particulares (doentes idosos ou
primeiras mas não as segundas.
isquémicas);
medicados com verapamil, diltiazem
A sua rápida metabolização
•
Hipotensão;
ou beta-bloqueadores), deve
determina que seja administrada em
•
Náuseas;
ponderar-se reduzir a dose para
bólus rápido, caso contrário o seu
•
Sudorese;
metade (3 e 6 mg, respetivamente).
efeito perde-se antes de atingir o
•
Cefaleias.
A utilização de adenosina para este
tecido cardíaco.
efeito é igualmente indicada nas
Uma vez que tem propriedades
Ainda que tenham uma duração
grávidas, com efeitos secundários
vasodilatadoras, a adenosina pode
muito reduzida, o doente deverá ser
sobreponíveis aos da restante
ser utilizada em testes
informado dos efeitos adversos
população; não estão descritos
imagiológicos de perfusão
transitórios após a administração do
efeitos no feto, apesar de existirem
miocárdica (como a cintigrafia de
fármaco, nomeadamente da
dados limitados neste âmbito
perfusão miocárdica), em doentes
“sensação de morte eminente”.
•
•
Efeito pro-arrítmico (recorrência
Broncoespasmo (por vezes com
17
Indice
> 30 minutos de duração);
INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS
TAKE-HOME MESSAGES
ser administrada em contexto
A teofilina e outras metilxantinas,
•
hospitalar, com a devida
presentes no café ou no chá,
da adenosina é a conversão de
monitorização e disponibilidade de
bloqueiam os recetores de adenosina
taquicardias supraventriculares
equipamento de ressuscitação.
e minimizam, consequentemente, os
dependentes do nó AV (TRNAV e
seus efeitos.
TRAV) a ritmo sinusal, podendo
Pelo contrário, o dipiridamol inibe o
ser também utilizada em testes
mecanismo de reabsorção dos
de isquemia miocárdica ou na
nucleosídeos, potenciando a ação da
avaliação coronária
Absolutas:
adenosina e prolongando os seus
funcional percutânea.
•
efeitos adversos.
Face ao risco arrítmico associado à sua utilização, a adenosina só deve
CONTRA-INDICAÇÕES
Bloqueio auriculoventricular de
•
A principal indicação terapêutica
Graças à semivida breve e
2º ou 3º graus
eliminação rápida da adenosina,
Hipotensão (pressão arterial
a maior parte dos seus efeitos
sistólica inferior a 90mmHg)
adversos (incluindo a clássica
•
Broncospasmo
“sensação de morte eminente”)
•
Fibrilhação auricular associada a
têm muito curta duração.
•
pré-excitação
•
A adenosina é um fármaco de administração endovenosa com
Relativas:
efeitos adversos potencialmente
•
Asma/DPOC adequadamente
graves, que justificam a sua
controladas
utilização estritamente em meio
•
Angina
hospitalar, sob monitorização não
•
Síndrome do nó sinusal
invasiva, e com acesso imediato
•
Bradicardia inferior a 40 bpm
a material de reanimação
•
Pós-transplante cardíaco (pela desnervação parassimpática do aloenxerto), embora já exista evidência de baixo risco neste
Indice
contexto.
18
FÁRMACO REVISITADO
BIBLIOGRAFIA 1.
Katzung B.; Vanderah, T. Basic and Clinical Pharmacology, 15th edition. McGraw-Hill Education, 2020.
2.
Lerman B. Ventricular Tachycardia – Mechanistic insights derived from adenosine. Circulation: Arrhythmia and Electrophysiology, 2015.
3.
Brunton L.; Hilal-Dandan R. Knollmann, B.; Goodman & Gilman’s – The Pharmacological Basis of Therapeutics, 13th edition. McGraw-Hill Education, 2018.
4.
Ritter J., et al. Rang and Dale’s Pharmacology, 9th edition. Elsevier, 2020. Flyer J., Zuckerman W., Richmond M., et al. Prospective Study of Adenosine on Atrioventricular Nodal Conduction in Pediatric and Young Adult Patients After Heart Transplantation.
EDITORA
Circulation, 2017.
CATARINA MONTEIRO Médica VMER
EDITOR
ALÍRIO GOUVEIA Médico VMER
19
Indice
5.
Indice
20
JOURNAL CLUB
JOURNAL CLUB
Ana Rita Clara1 Médica de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, Médica SHEM-SUL
INTRODUÇÃO
verdadeiro efeito da redução fechada.
MÉTODOS
A mortalidade precoce após lesão
Foram desenvolvidos vários métodos
Os dados foram retirados do The
pélvica está geralmente associada a
de estabilização pélvicos não
Trauma Registar da German Trauma
hemorragia massiva ou lesão
invasivos ao longo do tempo. Para
Society, que foi fundado em 1993.
cerebral traumática grave. A
além da aplicação de um lençol
Limitou-se a doentes vivos com idade
distorção da cintura pélvica pode
circunferencial, vários dispositivos de
superior a 16 anos tratados na
levar a hemorragia extensa,
compressão circular pélvica (DCCP)
Alemanha entre 2015 e 2016 com um
instabilidade pélvica e lesão de
estão disponíveis para a abordagem
Injury Severity Score de 9 ou superior,
órgãos. A mortalidade associada às
pré-hospitalar em doentes com
Abbreviated Injury Scale AISpelvis de 3
fracturas da cintura pélvica varia de 5
lesões pélvicas instáveis. Os DCCP
a 5 e com informação completa
a 36%. As hemorragias major
não invasivos são cada vez mais
sobre a utilização de DCCP.
associadas a lesões pélvicas
usados para estabilização precoce
Foi realizada uma análise de coorte
resultam de lesão vascular, ruptura
em caso suspeito de fractura pela
dos doentes que sofrem de fracturas
do plexo venoso sagrado ou a lesão
possibilidade de fácil aplicação na
pélvicas relevantes, tendo sido
dos tecidos moles ou outras
abordagem inicial ao doente.
colhidos dados relativamente à
fracturas.
A utilização de DCCP encontra-se
mortalidade e necessidade de
A redução e estabilização das
recomendada na abordagem de
transfusão de sangue. Os resultados
fracturas pélvicas reduzem o volume
fracturas pélvicas instáveis de
apresentados foram comparados
pélvico interno e a concomitante
acordo com o Advance Trauma Life
com os resultados esperados
perda de sangue, pela possibilidade
Suport. No entanto, existem poucas
calculados através da Revised Injury
de tamponar a hemorragia massiva.
evidências de que essa abordagem
Severity Classification - version II
A pélvis não é uma cavidade fechada,
reduza a morbi-mortalidade.
(RISC II) e da Standardized Mortality
de modo que o efeito de
Os autores apresentam como
Ratio (SMR).
tamponamento da redução fechada é
objectivos do trabalho a avaliação da
Os dados estatísticos foram
questionável. A estabilização e
redução da mortalidade e do risco de
analisados através de SPSS.
protecção do chamado “primeiro
hemorragia nos doentes com trauma
coágulo” pode muito bem ser o
pélvico e utilização de DCCP.
21
Indice
1
Tabela 1. Previsão de mortalidade através da análise de regressão logística multivariável
Indice
Tabela 2. Previsão de necessidade transfusional através da análise de regressão logística multivariável
22
JOURNAL CLUB
RESULTADOS
DISCUSSÃO
cinta pélvica em 64 doentes, sem
Foram incluídos no total 9910
A hipótese de que a utilização de
redução da necessidade de
doentes, sendo que 1103 (11,13%)
DCCP em doentes com trauma
transfusões de sangue em doentes
apresentaram fractura pélvica
pélvico grave reduz a mortalidade e a
com fracturas instáveis da cintura
instável (AISpelvis 3–5), com racio de
necessidade de hemotransfusão não
pélvica.
sexo feminino:masculino de 2:3. Foi
foi confirmada pelos autores do
Por outro lado, um grupo de estudo
utilizado DCCP em 41% (454
estudo. O estudo revelou que menos
de Taiwan relatou um aumento da
doentes). O mecanismo de trauma
de metade dos doentes teve
taxa de sobrevida estatisticamente
mais comum, como causador de
necessidade de DCCP e que nestes a
significativa, menor volume médio de
trauma pélvico, foi a queda de uma
taxa de mortalidade foi elevada.
transfusão de sangue e taxa de
altura de pelo menos 3 metros
A aplicação do DCCP revelou ser um
mortalidade em 204 doentes que
(28,4%), seguida pelos acidentes
indicador geral de doença crítica. No
receberam um DCCP precoce. Este
rodoviários (22%).
entanto, não foi possível demonstrar
foi um estudo de coorte retrospectivo
A necessidade de utilização de DCCP
uma correlação entre o uso de DCCP
que incluiu doentes que receberam a
associou-se a um risco significativo
e a diminuição da mortalidade ou
cinta pélvica no departamento de
de hemorragia e instabilidade
menor necessidade de transfusões
emergência.
hemodinâmica, com taxas de
de sangue. Com base nos resultados
É possível que a aplicação da cinta
transfusão mais elevadas (AISpelvis
deste estudo, os doentes com
pélvica por pessoal treinado do
3=4.7%, AISpelvis 4=25.3%, AISpelvis
necessidade de DCCP em ambiente
departamento de emergência seja
5=58.9%), utilização de
pré-hospitalar apresentaram uma taxa
mais adequada, de modo que o efeito
vasopressores, paragem
de mortalidade mais elevada, bem
de tamponamento esperado possa
cardiorespiratória (PCR) pré-
como maior taxa de PCR e
ser mais significativo em
hospitalar, Escala de Coma de
necessidade de intubação orotraqueal,
comparação quando a aplicação é
Glasgow igual ou inferior a 8
e apresentaram maior tendência à
feita por pessoal menos treinado.
e mortalidade.
instabilidade hemodinâmica.
Neste estudo, a análise de regressão
Assim, a necessidade de aplicação
Resultados semelhantes foram
multivariada não encontrou relação
de DCCP foi considerado, no geral,
apresentados por Agri et al; estudo
estatisticamente significativa entre a
um bom indicador de situação crítica
retrospectivo de centro único com
gravidade da lesão pélvica e a
com aumento da mortalidade (12.0%
228 doentes. Os autores encontraram
mortalidade ou a necessidade de
sem DCCP vs. 23.2% com DCCP
taxas de mortalidade e transfusão de
transfusão de sangue.
utilizado no pré-hospitalar).
concentrados eritrocitários
Para os autores, a prevalência de
Na análise de regressão multivariada
significativamente mais altas em
utilização de DCCP foi maior quando
a aplicação de DPPC não se associou
doentes com trauma pélvico grave.
a lesão era mais grave de acordo
a uma redução significativa da
Por outro lado, a aplicação de DCCP
com o código AIS. Por outro lado, não
mortalidade ou da necessidade de
não se associou à diminuição da
foram utilizados dispositivos em 59%
transfusão de derivados do sangue
mortalidade. Resultados
de todas as lesões pélvicas
(Tabela 1 e Tabela 2).
semelhantes foram encontrados por
relevantes (AISpelvis = 3–5), o que
Ghaemmaghami et al. e Schweigkofler
enfatiza a dificuldade em suspeitar e/
et al. num estudo multicêntrico
ou diagnosticar o trauma pélvico.
prospectivo e observacional sobre o
23
Indice
efeito clínico da aplicação precoce de
Indice
24
JOURNAL CLUB
LIMITAÇÕES
CONCLUSÃO
Os autores enumeram várias
Os autores concluem que o efeito
limitações ao estudo:
benéfico postulado pelos DCCP na
1. Apenas foram incluídos doentes
redução da mortalidade e hemorragia
vivos à admissão, logo os dados
com necessidade de transfusão de
sobre os outros doentes
derivados do sangue, mesmo após o
poderiam ter enviesado os
ajuste subsequente do estudo, não
resultados do estudo de
foi possível ser confirmado. A
maneiras imprevisíveis;
aplicação de DCCP em doentes com
2. As diferenças em termos de
trauma pélvico grave é um indicador
designs e colocação de DCCP
geral de doença crítica com
também podem ter influenciado
mortalidade aumentada. Os
os resultados do estudo. Não
resultados mostram a necessidade
havia dados acessíveis em
na realização estudos prospectivo e
termos do correcto
randomizado nesta área.
posicionamento do dispositivo e da pressão aplicada pelo mesmo. Além disso, é possível a ocorrência de um viés de selecção no uso do próprio dispositivo; 3. O estudo pode ter perdido certos subgrupos (por exemplo, doentes com fracturas por compressão lateral, cisalhamento vertical, etc). 4. Este estudo é baseado em dados do registro, nos quais a condição na admissão está bem documentada, mas sem desenvolvimento dinâmico durante a fase inicial de estabilização. Portanto, as
EDITORA
mudanças dinâmicas não puderam ser ajustadas. A aplicação de um DCCP pode, portanto, ser interpretada como uma deterioração da situação ANA RITA CLARA Médica de Medicina Intensiva - CHLC, Médica SHEM-SUL
25
Indice
do doente.
Indice
26
O QUE FAZER EM CASO DE
O QUE FAZER EM CASO DE...
Na presente edição da LIFESAVING vamos abordar como deverá agir perante
TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO
uma pessoa vítima de um traumatismo crânio encefálico. A gravidade das lesões causadas pelo traumatismo, é influenciada por alguns fatores como a energia envolvida, as características da vítima, o uso de medicação antiagregante ou anticoagulante. Contudo, lesões aparentemente menores podem ser enganadoras, pois até o simples “sacudir” da cabeça, pode causar lesões no interior do crânio, que inicialmente passam despercebidas. Por essa razão é necessário estar atento aos sinais e sintomas de traumatismo crânio encefálico e atuar em conformidade.
André Abílio Rodrigues 1 1
Enfermeiro VMER, SIV
INCONSCIENTE
ASSEGURAR CONDIÇÕES DE SEGURANÇA (Local, Reanimador, Vítima)
CONSCIENTE
Algoritmo SBV (Ligar 112)
HEMATOMA: Aplicar gelo; FERIDA: Limpeza com soro fisiológico ou água limpa;
BIBLIOGRAFIA 1. National Association of Emergency Medical Technicians. Prehospital Trauma Life Support. PHTLS , 8ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier; 2017 2. Manual de TAS — Emergências de Trauma 2012, Instituto Nacional de Emergência
3. 4. 5.
LIGUE 112 • Informe a sua localização com pontos de referência; • Responda a todas as questões solicitadas;
EDITOR
• Siga as instruções do operador da central 112.
Manual de primeiros socorros — Escola Nacional de Bombeiros, Sintra 2008 https://www.bleedingcontrol.org/~/media/ bleedingcontrol/files/stop%20the%20bleed%20 booklet.ashx Programa de edição de fotos: Painnt®
ANDRÉ ABÍLIO RODRIGUES Enfermeiro SIV/VMER
27
Indice
HEMORRAGIA: • Aplicar compressas esterilizadas; • Efetue uma pressão firme ; • Caso necessário coloque mais compressas, mas Nunca retirar a 1ª compressa; • Quando a hemorragia estiver controlada aplique uma ligadura; Contra indicações para aplicação direto • Hemorragia localizada numa fratura; • Objetos empalados ou corpos estranhos no local da Hemorragia;
Indice
28
CUIDAR DE NÓS
CUIDAR DE NÓS
ALIMENTAÇÃO: UM CAMINHO PARA A SAÚDE E PERFORMANCE
Sabemos hoje que a alimentação
de memória)3. Tem de se parar de
BIBLIOGRAFIA
afeta a produtividade e a
olhar para a comida apenas como
1.
performance física e cognitiva1.
combustível, sob pena de
the eating behavior of shiftworkers; what, when,
Mais que o desgaste físico, a fadiga
comprometer a saúde e performance
where and why’, Industrial Health, Vol.57 (4),
central é um dos grandes
do profissional.
pp.419-453, DOI: 10.2486/indhealth.2018-0147
problemas dos profissionais de
A melhor forma de evitar os erros
saúde, consequência do trabalho
alimentares atrás referidos é planear
da saúde portugueses: Uma análise a nível
por turnos, stress, pressão laboral,
e organizar com antecedência o dia
nacional’ Acta Med Port, Vol. 29(1) pp. 24-30
entre outros.
alimentar. Levar sempre que possível
No último grande estudo a nível
refeições preparadas de casa,
effects on habits, metabolism and performance’,
nacional, que decorreu entre 2011 e
manter uma boa hidratação, preferir
Scand J Work Environm Health , Vol 36(2) pp.
2013, 21,6% dos profissionais de
refeições simples privilegiando
150-62, DOI: 10.5271/sjweh.2898
saúde avaliados, apresentaram
hortofrutícolas, ter sempre
burnout moderado e 47,8% burnout
disponíveis snacks práticos de
elevado. Valores esses, hoje,
transportar, conservar e ingerir
consequentemente agravados
2.
3.
Coates, A, Gupta, C, 2019 ‘The factors influencing
Marôco J, et al. 2016 ‘Burnout nos profissionais
Lowden, A, et al, 2010, ‘ Eating and shift work –
(iogurtes líquidos, fruta, barras e
devido ao combate da pandemia .
iogurtes hiperproteicos, frutos
A adoção de hábitos alimentares
secos), fracionar a toma de cafeína
saudáveis nestes contextos, fica
ao longo do dia, ao invés de a
naturalmente para segundo plano.
concentrar numa só toma, são
Sempre que esgotados física e
apenas alguns desse exemplos.
mentalmente, a fast-food ou outros
Depende de nós, com decisões
alimentos menos saudáveis,
conscientes e pensadas, fazer
parecem mais apelativos. Estes são
da alimentação uma aliada em
também mais baratos e mais
nosso benefício
2
rápidos de consumir num dia atarefado, mas com implicâncias negativas no rendimento concentração, irritabilidade, falhas
EDITORA
SILVIA LABIZA Enfermeira VMER Heli INEM
29
Indice
(sonolência, dificuldades de
Indice
30
NÓS E OS OUTROS
NÓS E OS OUTROS
O PAPEL DOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL NOS TEATROS DE OPERAÇÕES
Conceição Ribeiro1 Jornalista / Coordenadora da Delegação da SIC no Algarve
São chatos, inconvenientes, chegam
17 de Junho de 2017
pânico na comunidade.
quase ao mesmo tempo que as
Os termómetros rondam os 40 graus.
O acesso de jornalistas ao teatro de
autoridades. Há quem os chame de
Uma conjugação de condições
operações tem a dupla função de
abutres e quem lhes reconheça valor.
climatéricas, seca generalizada,
noticiar o que está a acontecer no
Num cenário de emergência estão
terrenos por limpar, vasta zona de
terreno e permitir às autoridades
por todo o lado, perguntam tudo a
pinhal e eucaliptal potencia um
passar indicações relevantes. Nestes
toda a gente. Atrás da polícia, do
incendio de agressividade extrema e
momentos, há uma conjugação dos
pessoal médico, dos bombeiros e
faz abater sobre Pedrogão Grande e
princípios normativos da profissão e a
outros agentes da proteção civil, lá
concelhos vizinhos uma tragédia.
ideia de serviço público.
andam sempre os jornalistas. É
Sessenta e cinco pessoas perdem a
Aconteceu em Pedrogão, mas
mesmo preciso? Sim, é! Mais do que
vida a fugir das chamas, outras 253
também na serra do Caldeirão,
em qualquer outro cenário, é no
ficam feridas, quarenta e três mil
Monchique e tantos outros cenários
teatro de operações de emergência
hectares de mato e floresta são
de emergência. Durante e depois da
que o jornalismo cumpre a sua
devorados ao longo de seis dias,
tragédia, os órgãos de comunicação
função social.
várias casas ficaram destruídas.
social transmitiram apelos,
E eles lá estavam, os jornalistas.
informações ou contactos que
Incómodos. Quase a atrapalhar.
facilitaram aos responsáveis pelas
E se não estivessem? Numa altura de
operações de socorro dar indicações
uso generalizado de redes sociais,
especificas sobre estradas a evitar,
como seria depender de imagens e
hospitais de campanha a funcionar,
informações avulsas,
pontos de recolha de donativos,
descontextualizadas, sem filtros, sem
localização de pessoas ou animais
enquadramento, sem referência a
desaparecidos, entre outros
fontes, para acompanhar e perceber
dados relevantes.
a tragédia com o maior número de
Para lá do direito legal ao acesso às
vítimas de que há registo em
fontes de informação, nos momentos
Portugal? Como seria ter um familiar
críticos os jornalistas já mostraram
na zona de crise e não ter acesso a
que podem e são parceiros no
dados concretos e a informações
esforço de normalização
confirmadas sobre o que estava a
“pós-evento”. O relato do que está a
acontecer no terreno?
acontecer e o escrutínio durante e
Rumores e informações falsas
após cada crise é um sinal de
podem exponenciar a crise e lançar o
transparência que aproxima o
31
Indice
1
Indice
cidadão das entidades envolvidas.
estratégia de comunicação em crise,
as exigências da resposta à
Se as pessoas tiverem acesso à
do tipo de dados a passar, a
emergência em curso. Daí a
informação correta, podem avaliar e
nomeação de um porta-voz ou elo de
importância de haver um porta-voz,
entender as respostas das equipas
ligação quer possa atualizar
com formação e foco na
de emergência. Se essas respostas
periodicamente os dados relevantes
comunicação, que assegure o fluxo
forem do domínio público, os
e a definição dos canais por onde
de dados e ajuste simultaneamente
decisores políticos sentem-se
deve circular a informação oficial
as mensagens de orientação à
vinculados a ajustá-las e melhorá-las
assegura aos jornalistas dados
comunidade.
no futuro. Todos ganham.
fidedignos e encurta a margem de
Num cenário de crise, com múltiplas
Por seu lado, é importante que os
erro ou propagação de rumores.
vítimas, operações em curso, gestão
responsáveis pelas operações de
É certo que a quantidade de
de meios, pressão política e
socorro afinem a integração dos
empresas de comunicação, as
mediática e ansiedade social, a
“chatos” e persistentes jornalistas no
múltiplas equipas no terreno, os
integração dos média não é uma
teatro de operações. A definição com
diretos constantes e a atualização
opção. Tem de ser uma realidade.
os órgãos de comunicação social de
online minuto a minuto coloca sobre
Apesar de alguns desvios, que as
espaços e períodos de tempo para a
o comando de operações de socorro
entidades competentes devem
captação de imagens, de uma
uma pressão difícil de conciliar com
penalizar, o jornalismo é balizado por
32
NÓS E OS OUTROS
princípios normativos e legais, um
Para as equipas de emergência, que
código deontológico e livros de estilo.
se devem concentrar na situação em
Em caso de tragédia, os profissionais
concreto e para os jornalistas, cuja
devem reger-se pela verdade e rigor e
preocupação é recolher a informação
a abordagem às vítimas ser feita com
com rapidez e eficácia.
respeito, sensibilidade e bom-senso.
Ações de formação conjunta e a
Assegurar o cumprimento
definição de planos de
deontológico do jornalismo é uma
comunicação em cenário de risco,
tarefa destes profissionais, que não
que antecipem as necessidades que
deve pesar sobre os ombros de quem
ambos os lados irão sentir no
a tarefa é acudir à emergência no
terreno são meio caminho para que
terreno. O tempo que às vezes se
nos momentos de crise, todos os
perde no local a definir se os órgãos
lados chamados ao local
de comunicação social podem ou
colaborem e não se atropelem
EDITOR
não se aproximar, em que é precioso.
JOÃO CLÁUDIO GUIOMAR Enfermeiro VMER
33
Indice
circunstancias e com que condições
Indice
34
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
CODU – O INÍCIO: ENTREVISTA AO DR. FRANCISCO MARCÃO Caros Leitores, Nesta edição da nossa rubrica temos o privilégio de vos apresentar uma pessoa que esteve na essência da emergência médica em Portugal e que continua diariamente a trabalhar nesta área. Irá presentear-nos com algumas histórias do INEM, bem como a criação do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) e claro, da sua experiência internacional. Apresentamos o Dr. Francisco Marcão. Os Editores.
LIFESAVING (LS) – Dr. Francisco
(isso mesmo, escrito à mão!), pois
regresso a Portalegre (o meu Pai para
Marcão, antes de mais obrigado por
computadores e processadores de
dar continuidade à sua carreira ligada
aceitar o nosso convite. A nossa
texto eram futurologia! Felizmente
ao ensino da matemática e a minha
primeira questão é acerca da sua
fizera “Bancos” em São José, Dona
Mãe no regresso à sua terra natal),
carreira. Porquê a emergência
Estefânia e MAC (Maternidade
onde nasceram o meu irmão e a
médica e não outra especialidade?
Alfredo da Costa) o que me dera uma
minha irmã e onde fiz a instrução
Qual o caminho que percorreu?
noção da realidade dos Serviços de
primária (Colégio Diocesano Santo
Francisco Marcão (FM) - Tendo
Urgência. A entrevista foi feita com a
António), ensino secundário (Liceu
atualmente mais de metade da minha
secretária do Conselho Diretivo do
Nacional de Portalegre) e o Curso
vida passada no INEM, posso dizer
INEM e lá me fui juntar ao grupo de
Geral de Enfermagem (Escola de
que para lá fui fruto do acaso e da
28 médicos que integraram a 1ª
Enfermagem de Portalegre). Tempos
necessidade. Pertenço ao grupo de
Bolsa de Estudo de Emergência
inesquecíveis da vida numa pequena
médicos cujo exame de entrada para
Médica e que haveriam de fundar o
terra do nordeste alentejano, com
a especialidade (1986) foi efetuado
CODU Lisboa. Não pensem que os
amizades que perduram e laços
conjuntamente com o curso do ano
tempos eram muito diferentes: Todos
familiares que muito contribuíram na
anterior, com as vagas
a recibo verde!
formação humana. Recordações da
correspondentes a um único ano.
Ainda repeti o exame de acesso para
“malta” do andebol (campeão distrital
Fiquei no “desemprego” em Janeiro
a especialidade em 1987, mas já
escolar em todas as categorias,
de 1987 e após 6 meses de trabalho
estava no INEM… e o “bichinho” do
participação em 2 campeonatos
para firmas de atendimento
CODU desenvolvia-se
nacionais escolares de Juvenis e
domiciliário, após muitos envios de
vertiginosamente!
“craque” federado na equipa de
currículos, lá surgiu um projeto novo,
A “outra metade” da minha vida (a
seniores do Sport Clube Estrela –
para o qual consegui ir a uma
metade inicial) iniciou-se em Agosto
Força Estrela Brilhante!), das tardes
entrevista (graças ao “empurrão” de
de 1957, em Lisboa, tendo vindo viver
de tertúlia no Café Alentejano, das
um bom amigo e colega de turma da
para a Trafaria com 4 dias de idade,
“futeboladas” no quintal lá de casa
Faculdade!). A área era mesmo nova
na casa onde sempre passei as férias
com o pessoal do Largo da Boavista.
e o projeto mesmo inovador. Para dar
de verão e que habito em
Esta “fase alentejana” (que tão
uma ideia da época, o Currículo Vitae
permanência desde 1985. Entretanto
profundas raízes criou!) terminou em
que enviara tinha sido manuscrito
acompanhei os meus Pais no seu
Fevereiro de 1978 (data em que
35
Indice
Eva Motero e Rúben Santos
Indice
terminei o Curso Geral de
vida académica para as lides
médicas tenho desempenhado –
Enfermagem) e deu inicio à “fase
profissionais foi feita como
ligadas à proteção médica ao
Alfacinha” com a entrada no Curso de
voluntário no Serviço de Cardiologia
desporto motorizado (Autódromo
Medicina (cujo 1º ano terminei em
do Hospital Pulido Valente (Diretor:
Fernanda Pires da Silva – Estoril,
Julho desse ano), logo enxertada
Prof. Dr. Martins Correia), hospital
Circuito de Vila Real, Rally Cidade de
com a ida para a tropa em Setembro.
onde faria o Internato Geral. Época
Serpa, Campeonato Nacional de
Esta aventura militar na Policia de
em que fui co-autor de publicações
Todo-o-Terreno – Beja e Reguengos
Exercito/Regimento de Lanceiros de
de trabalhos em revistas médicas e
de Monsaraz, que saudades de
Lisboa, como soldado Condutor Auto,
muito aprendi sobre a vida
Reguengos! Verdadeiros tempos
durou até Dezembro de 1979 e daria
profissional hospitalar.
magníficos!), ao ensino na área da
assunto para outra conversa!
A vida profissional prosseguiu numa
saúde (Escola Náutica Infante D.
O curso de Medicina efetuado na
empresa de atendimento médico
Henrique) e ultimamente (desde há
Faculdade de Ciência Médicas da
domiciliário, à qual voltaria anos mais
25 anos!) no Departamento Médico
Universidade Nova de Lisboa durou
tarde. Experiência deveras
de assistência em viagem de uma
até 1984. Período muito apaparicado,
gratificante, com colegas que
Companhia de Seguros. Momentos
residindo em casa de Tia e Avó
proporcionaram momentos
marcados pelo reconhecimento da
Materna, com um trajeto estudantil
inesquecíveis, alguns dos quais
qualidade ímpar das equipas que me
com muitos deslises e grandes
frequentemente partilhados e que foi
rodearam, de elementos de um
conquistas. Aluno de Grandes
temporariamente o único sustento da
profissionalismo inigualável e de uma
Mestres da Medicina e colega de
família, que entretanto constituíra.
amizade sem par. Atrevo-me a dizer
escola de expoentes atuais da
Paralelamente à vida profissional no
que todos os que participaram nestes
Medicina Portuguesa. A transição da
CODU/INEM outras atividades
eventos sentem orgulho pelo que
36
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
toda a Equipa fez e saudosamente recordam os momentos passados juntos. Ninguém esquecerá o choque em cadeia na prova do Estoril do DTM/ITC, do qual tive o privilégio de ser Diretor Médico da Prova. Se alguma vez ouvirem alguém a contar histórias de Reguengos ou do Autódromo não desconfiem – provavelmente são verdade! Grandes Amigos se criaram e as homenagens publicas recebidas sempre foram tidas como se à Equipa Médica fossem dirigidas. LS – Dr. Francisco Marcão, é considerado por muitos como uma lenda, um exemplo a seguir, na emergência médica. Conhece este sistema de emergência préhospitalar desde o inicio, em que pessoas. Como foi esse início?
recebiam os pedidos de socorro
época a A2 (autoestrada do sul) ia
FM - Para compreender o início do
telefónicos via “115” e os pedidos
até ao Fogueteiro!
CODU temos que ter presente: (1)
efetuados através da Rede de
Foi esta Central Médica – a
– Os recursos tecnológicos da
Avisadores de Estrada e transferiam,
“medicalização” dos pedidos de
época; (2) - A Grandiosidade do Sr. Dr.
os que à saúde diziam respeito, para
socorro da área da saúde efetuados
Francisco Filipe Rocha da Silva –
a Central Médica do INEM. Se a
via “115” - que o Sr. Dr. Rocha da Silva
Presidente do INEM.
ligação em fio metálico de cobre
idealizou e após a publicação de
As comunicações telefónicas eram
entre os Avisadores de Estrada fosse
vários artigos (um deles por ex.,
efetuadas através de uma rede
retirada por alguém (já na altura
sobre qual o nome a atribuir à Central
telefónica fixa. O Nº Nacional de
havia “colecionadores” de cobre!) ou
Médica do “115”) viria a criar no
Socorro era o “115”, com as
interrompida por alguma máquina
INEM, ao lado do já existente CIAV
chamadas encaminhadas para
durante a realização de obras, lá se ia
(Responsável: Dra. Arlinda Borges).
Centrais de Emergência (CE),
todo o pedido de socorro desse local
Para esta Central Médica do “115”
atendidas por Agentes da PSP ou
em diante! No distrito de Lisboa
foram contratados, pelo INEM, um
Guardas da GNR, com áreas de
havia mais CE´s, por exemplo, Vila
grupo de 28 médicos, através da
cobertura sobreponíveis ao do
Franca de Xira (indicativo 063) e
realização de uma Bolsa de Estudo,
respetivo grupo de redes telefónica.
Torres Vedras (indicativo 043) e em
que deveria durar 6 meses, mas foi-se
Por exemplo, a área que inicialmente
Setúbal, a CE Setúbal (indicativo
prolongando até resolução do vinculo
o CODU cobria correspondia à zona
065). Estas CE não faziam
laboral: Recibo verde!
dos TLP de Lisboa (indicativo 01),
inicialmente parte da área de atuação
Foram vários meses de aulas,
que incluía parte dos distritos de
do CODU, pois estavam fora da área
palestras, congressos, visitas de
Lisboa e Setúbal, com CE na PSP de
dos TLP Lisboa. Seria uma área com
estudo, estágios e reuniões, sempre
Lisboa. Nesta CE, os Agentes da PSP,
cerca de 1 800 000 de habitantes. À
sobre o controle, supervisão e
37
Indice
apenas eram ideias de algumas
Indice
socorro a enviar e os accionava
Rapidamente os médicos
acompanhamento do Sr. Dr. Rocha da
telefonicamente ou através de um
começaram a sentir a necessidade
Silva. Mas sobretudo foi o criar de
rádio UHF que estava em cima de um
de fazer mais pelos doentes, do que
um grupo coeso e ambicioso. Quem
armário de dossiers, no cantinho da
unicamente o aconselhamento
não se recorda da sardinhada dos
sala do CIAV, onde funcionava o
telefónico. Cada vez se sentia mais
Santos Populares nos jardins da
CODU. Isto no Piso 1 do edifício do
que se fossemos junto do doente
Quinta de Santa Teresinha, no Paço
INEM, na Rua Infante D. Pedro,
podíamos fazer a diferença. O envio
do Lumiar!
mesmo virado para a linha do
de ambulância começava a sentir-se
Mais um elo da cadeia do Sistema
comboio e com excelente exposição
como insuficiente. Da partilha destes
Integrado de Emergência Médica era
solar. Quando passava o comboio de
anseios, habitualmente ao fim da
assim acrescentado.
mercadorias às 13h30 (chegava a ter
tarde, com o Sr. Dr. Rocha da Silva,
O CODU começou a funcionar mais
40 wagons carregados de cereais!) o
nas suas idas ao CODU, surgiu a
cedo do que se programara. Houve
ruido era tanto que se interrompiam
permissão de em casos selecionados
eleições e… inaugurou-se o CODU!
as chamadas dos pedidos de socorro
pelo médico CODU, este ir junto do
As chamadas da área da saúde,
até o comboio passar! Talvez o
doente. A partilha de ideias, nestas
recebidas na CE Lisboa, eram
primeiro “avanço tecnológico” tenha
conversas de serviço, foi construindo
transferidas para o CODU. Dentro da
sido a colocação de vidros duplos e
aquilo a que se chamaria de Sub-
cidade de Lisboa (área
pelicula refletora. Sabíamos de cor o
sistema de Emergência Médica ao
correspondente ao concelho de
nº de telefone das centrais
domicílio. O Processo de
Lisboa) só as dos domicílios e locais
telefónicas dos Bombeiros,
acionamento era simples: o médico
de trabalho, pois as ocorrências na
conhecíamos pelo nome os
atendia uma chamada “115” que
via pública eram geridas direta e
Operadores e Operadoras das
considerava ser importante ir ao
exclusivamente pela PSP, que
diversas Cooperações. Os nº de
local. Avisava os colegas que ia sair,
também geria o acionamento das
telefone eram diferentes de dia (na
vestia a bata, pegava no material
ambulâncias INEM/PSP, tripuladas
Central) ou de noite (as linhas eram
(monitor-desfibrilhador Lifepak 5,
por Agentes da PSP com curso de
transferidas para a camarata!).
saco reanimação, aspirador de
Tripulante de Ambulância INEM.
Conhecíamos pessoalmente,
secreções, mala de fármacos e
Os registos das chamadas (hoje
sabíamos o nome ouvindo a voz, os
portátil de oxigénio), descia as
“Eventos”) eram feitos em papel e as
Operadores da CE Lisboa, fruto das
escadas para a Portaria e aguardava
Bases de Dados chamavam-se
múltiplas visitas de estudo e
pela chegada do táxi que entretanto
listagens e não eram mais que
conversas ao telefone.
telefonara a pedir à central dos
pastas e dossiers com folhas
O turno da manhã no CODU tinha 5
Radiotáxis. Colocava-se o material no
manuscritas ou datilografadas,
médicos escalados (o CODU Nacional
porta-bagagem, dizia-se a morada ao
repletas de acrescentos manuscritos
agora tem 6…) e a média diária de
taxista, que nos levava até ao local
em diversas caligrafias, que foram
chamadas nos primeiros 6 meses de
cumprindo todas as regras de
sendo feitas pelos médicos, à medida
atividade (segundo estudo elaborado
trânsito (parando nos semáforos,
que as necessidades o iam ditando.
por alguns dos médicos do CODU e
sempre dentro da sua “mão”, etc).
Inicialmente, no CODU, só
apresentado em reunião geral do
Chegados ao local carregávamos o
trabalhavam médicos. Eram quem
Departamento de Emergência Médica
material e seguíamos para observar o
atendia as chamadas dos pedidos de
– Diretor: Dr. Baptista Pereira,
doente, ficando o táxi e o taxista à
socorro, recebia a morada da
Assessor: Dr. Carlos Andias da Paula)
porta a aguardar o nosso regresso.
localização da ocorrência, fazia a
foi de 33 chamadas/dia (4093
Após duas destas “saídas” médicas,
triagem de acordo com os seus
chamadas/dia, em Janeiro 2021,
percebemos que o caminho não
critérios clínicos (e “feeling”
atendidas pelo CODU Nacional).
podia ser este. Não era possível
individual!), atribuía a gravidade
tentar socorrer um doente em
(prioridade), selecionava os meios de
38
paragem cardiorrespiratória e fazer
médica. Surgiu a ambulância
rentabilizando o seu desempenho em
Suporte Avançado de Vida sozinho.
medicalizada (tão solicitada hoje em
situações em que não havia a
Faltavam “mãos” para ajudar nos
dia nas chamadas para o CODU).
necessidade de acompanhamento do
gestos técnicos. Despendia-se tempo
Para os mais saudosistas a
doente até ao hospital, deu origem a
precioso para chegar ao local. Era
denominada Ambulância 1, na qual
mais um passo no surgimento de
difícil carregar sozinho com todo o
saia, quando indicado, o médico que
serviços na Emergência Médica
material. Após termos feito duas
estava no CODU e a Ambulância 4,
pré-hospitalar: A VMIR – Viatura
“saídas” médicas (uma dor torácica
que tinha médico em permanência na
Médica de Intervenção Rápida.
que afinal era uma cólica renal e uma
sua tripulação. Surgiu a Ambulância
O INEM comprara 4 Volkswagen Golf,
PCR que se confirmou e teve
2, sediada no Comando Distrital da
com caixa de velocidades
desfecho no local) conseguimos a
PSP e tripulada por Agentes da PSP/
automática, para as equipas médicas
realização de uma reunião para
Tripulantes de Ambulância INEM
que deram apoio ao Rally de Portugal
apresentar os casos clínicos e
(Diretor do Serviço de Saúde do
e que participaram numa tentativa de
soluções para o futuro do Sub-
Comando Distrital da PSP: Dr. Carlos
apoio médico às ambulâncias da
sistema de Emergência Médica
Martins). Abria-se assim o caminho
PSP/INEM na cidade do Porto, com
ao domicílio.
para a futura integração dos serviços
saídas do Hospital Geral de Santo
de Emergência Médica
António. Pelo que me disseram esta
O INEM estabeleceria um convénio
desempenhados pela Policia de
experiência fracassou, entre outros
com a Cruz Vermelha Portuguesa, a
Segurança Pública, na orgânica
motivos, pela inexistência de
qual disponibilizava ambulâncias
do CODU.
comunicações entre os envolvidos
para o serviço exclusivo do CODU.
A necessidade de conferir maior
(CE Porto, ambulâncias PSP e
Começámos então a acompanhar as
mobilidade e disponibilidade ao
tripulação do carro médico).
ambulâncias nas situações tidas
médico que realizava as “saídas
Foram estes Volkswagen Golf que
como necessitadas de intervenção
médicas” na Ambulância 1,
foram utilizados para permitir a
39
Indice
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
intervenção dos médicos do CODU, no local da ocorrência ou indo ao encontro da ambulância que transportava o doente (o “rendezvous”). Eram conduzidos por motoristas dos quadros do INEM, aos quais rapidamente se constatou a necessidade de ministrar formação (o curso de Tripulante de Ambulância INEM e posteriormente um curso de apoio à actividade médica na VMIR). Esta VMIR rapidamente necessitou de deixar de ser “Rápida” para ser VMER - Viatura Médica de Emergência e Reanimação. Iniciada no CODU Lisboa, teve continuidade no eixo Amadora-Sintra (na orgânica do CODU e com suas tripulações), em Loures (na época de Presidência do INEM do Sr. Dr. João Luis Malato Correia), no Hospital de Cascais, no Hospital de São Francisco Xavier e na Ponte Vasco da Gama (por ocasião da Expo´98). A aposta na Formação continuava em crescendo e em todos os patamares. Neste sentido dois médicos do CODU (Lídia Martins e António Folgado) obtiveram, através da Embaixada de Israel, uma Bolsa de Estudo em emergência médica pré-hospitalar em Israel, durante 3 meses. Semanalmente o Sr. Dr. Rocha da Silva vinha ao CODU e dizia-nos: “Liguem lá a ver como eles estão”. Ainda hoje me questiono de quem tinha mais saudades: se nós, colegas de CODU, se ele Presidente do INEM (ou se o seu fiel acompanhante – Técnico de Emergência Médica António Castro Ferreira). Foi por esta altura (1989) que o CODU participou o European Myocardial
Indice
Infarction Projet (EMIP – estudo
40
multicêntrico, duplamente cego, no
Informática do INEM) ao Instituto
abortasse a descolagem e nos desse
qual era administrado, no
Social de la Marina – Madrid, para
prioridade pois eramos um voo de
pré-hospital, trombólise com APSAC
perceber o que era esta função de
“Aide mèdicale urgente”. E passámos
ou placebo, em doentes com enfarte
apoiar à distância os inscritos
mesmo primeiro! Quando aterrámos
agudo de miocárdio).
marítimos, prevista no
no campo de futebol lá na terra onde
Foi o reconhecimento da atividade
desenvolvimento deste programa da
íamos buscar o doente, estavam os
das equipas médicas do CODU no
então CEE. Fui nomeado como
bombeiros em missão de segurança,
pré-hospital.
“Liason Officer” junto da Comunidade
com o carro de fogo e a ambulância
Estudo Coordenado em Portugal pelo
Europeia, para o desenvolvimento do
que nos iria levar ao hospital para ir
Sr. Dr. Ricardo Seabra Gomes
projeto. Seguiram-se visitas aos
buscar o doente. Qual não foi a
(coordenei inicialmente a Fase
Centros Médicos de Roma, Red Cross
minha aflição quando o responsável
Pré-hospitalar, tendo posteriormente
Greek, Atenas, Centre de Consultation
dos bombeiros se dirige a mim e não
sido substituído pela Sra. Dra. Elsa
Médicale Maritime - Toulouse (onde
ao colega que eu acompanhava. Na
Mourão), que deu lugar a publicação
me foi proporcionado um período de
UCI do hospital queriam passar-me a
de artigo cientifico em revista de
estágio no SAMU 31) e novamente
mim o doente e não ao médico
grande prestigio internacional, no
Madrid. O desenvolvimento deste
cardiologista que o tinha ido buscar.
qual era reconhecido o importante
programa comunitário (MAC-Net)
Bem tentava eu esclarecer as
papel das equipas médicas pré-
veio a originar a criação do
posições e diferentes papeis!
hospitalares na abordagem do
CODU-MAR, que teve honras de
Já na altura os cabelos brancos me
doente critico.
inauguração ministerial e grande
davam um aspecto que não
Iniciou-se, com os doentes deste
participação de entidades nacionais
correspondia à minha real idade
estudo, a drenagem direta de
e internacionais. Um serviço
e diferenciação!
doentes da “rua” para as Unidades
pequenino que muito me orgulho de
Voltando ao Eng. André Ruas,
de Cuidados Intensivos, com
ter ajudado a fundar no INEM,
relembrar que foi com ele, sendo
critérios semelhantes aos que
conjuntamente com a Técnica
Diretor dos Serviços Médicos do
haviam de ser, 20 anos mais tarde,
Superior Principal, Sra. Enf. Maria
INEM, o Sr. Dr. Ramiro Figueira, que
aplicados às Via Verde.
Candida Andréz e o Engenheiro
se deixaram de registar em papel as
Foi o começo do reconhecimento da
Informático André Nolan Ruas,
chamadas de socorro do CODU. Era
importância da atividade do CODU
grande parceiro nas viagens
então Coordenador do CODU de
pelos hospitais. As equipas médicas
pela Europa.
Lisboa e depois de ter implementado
de emergência médica pré-
Durante a minha primeira ida a
o “Ovo de Colombo do Sr. Cordeiro”
hospitalares iniciavam a prestação
Toulouse (Setembro 1989) realizei
(caixa com interruptores,
de cuidados ao doente critico cuja
breve estágio com as Equipas do
desenvolvida por um Técnico de
continuação era assegurada pelos
SAMU 31 e tive a oportunidade de
Telecomunicações do INEM, que
colegas das Unidades Hospitalares.
participar num helitransporte
permitia ao médico ouvir as
O doente certo, na hora certa, na
secundário de um doente com
chamadas dos Operadores do CODU
cama certa!
enfarte agudo do miocárdio, entre um
– solução falhada por grandes
hospital da periferia e o serviço de
empresas de telecomunicações!) e
Numa das suas idas ao CODU o Sr.
hemodinâmica do Hospital
alargado as funções dos Operadores
Dr. Rocha da Silva falou-me de um
Universitário de Toulouse.
de Telecomunicações do CODU, da
novo projeto que queria associar ao
Acompanhei o colega cardiologista e,
central rádio para a oficialização da
CODU: o MAC-Net (Medical Advice
claro, o piloto do heli. Assim que
sua intervenção do atendimento de
Center-Network). Acompanhei-o e ao
levantámos voo fiquei em pânico por
chamadas de emergência (Surgiriam
Sr. Eng: Túlio Gonçalves (Diretor do
ouvir ao rádio o piloto do heli a
os OPCEM – Operadores de Central
Serviço de Planeamento e
ordenar a um AirBus (enorme!) que
de Emergência Médica), que demos
41
Indice
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
outro grande passo ao implementar o sistema informático de registo, em tempo real, dos pedidos de socorro recebidos no CODU. Já iniciáramos a tarefa de alargar progressivamente a área de medicalização do “115” a outras Centrais de Emergência (CE Setúbal, CE Vila Franca Xira, CE Torres Vedras, etc) aumentando a cobertura da área de influência do CODU a cada vez mais população de Portugal continental, mas só o recurso a tecnologia que não o “registo em papel” permitiria a continuação da expansão do CODU. Foi no início do século XXI que finalmente (Novembro 2001) o CODU Lisboa viria a ocupar instalações especificamente concebidas para o seu funcionamento. O seu crescimento, o aumento de volume de chamadas, o alargamento da área, o surgimento de diversas funções e categorias profissionais assim o exigiu. Começou a falar-se de carreiras profissionais. Acompanhei as revindicações socio-laborais dos OPCEM do CODU, na sua primeira greve, pondo o lugar de Coordenador do CODU à disposição das instâncias superiores. A Ordem dos Médicos reconheceu a diferenciação da atividade préhospitalar da Emergência Médica e criou a Competência em Emergência Médica (integrei o grupo de trabalho – 2000/2001, que esteve na génese da sua criação). A Competência em Emergência Médica foi atribuída por mérito, pela Ordem dos Médicos, aos médicos do INEM, não obstante não serem Especialistas, nem integrarem
Indice
as carreiras médicas.
42
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
Durante estes anos tenho tido o
A minha vida no CODU/INEM tem
privilégio de conhecer e trabalhar
muito mais para contar. Muitas
com pessoas fantásticas
mais pessoas para nomear, muitos
pertencentes a diversas estruturas,
AMIGOS a quem agradecer.
em Portugal e no estrangeiro,
Contudo não vos quero aborrecer
dentro e fora da área da saúde.
mais! Fiquemos pelo início do
Sem desprimor para ninguém e
século 21.
receando, por esquecimento, não
Não se esqueçam: Estamos aqui para
mencionar todos (a Delegação do
impedir a morte evitável!
SAME Buenos Aires e o almoço de despedida, as Enfermeiras
Para quem não sabe devo dizer que
Finlandesas Mira e Minna e a
no INEM só fui médico quando
sardinhada com “alface in grill”, o
passei recibos verdes. De resto sou
jantar em Roma, na casa do Dr.
Técnico Superior! Com as
Stefano Camerucci – CIRM Roma, o
prerrogativas associadas aos
Dr. Michel Pujos do SAMU
licenciados da Administração
31-Toulouse, o Dr. Jose Acebes
Publica. Mas com muita HONRA e
Garcia do Centro Radiomedico de
ORGULHO!
Madrid/ ISM, a Ópera em Atenas com elementos da Hellenic Red
Aos meus Filhos, Inês e Francisco.
Cross, as muitas idas a Bruxelas , para reuniões de desenvolvimento
LS – Muito Obrigado Dr. Francisco
de projetos da EU, na SACES - Dr.
Marcão por nos ter concedido esta
Mario Corvi, os Serviços Regionais
entrevista. Obrigado por nos trazer a
de Proteção Civil e Bombeiros das
história do INEM bem como o seu
Regiões Autónomas dos Açores e
percurso profissional. Um grande
da Madeira e o seu Presidente
bem-haja e que continue a fazer a
Major Enfermeiro José Dias, os
diferença todos os dias!
amigos do peito da Andalucía/ EPES, do Projeto de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal
Eva Motero Ruben Santos
EDITORA
GeritransA+) quero no entanto colocar enfase no enorme orgulho em ter acompanhado o Presidente do INEM, Coronel-Médico Dr. Abílio Gomes, em reunião do Joint
EVA MOTERO Médica VMER
Medical Committee, realizada no Quartel General da OTAN, em Bruxelas, e de o ter substituído
EDITOR
como representante Português nesta estrutura civil de médicos dos países da NATO.
43
Indice
RUBEN SANTOS Enfermeiro VMER
CARTAS AO EDITOR I
A IMPORTÂNCIA DE UMA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA EFICAZ Eduarda Alves1 Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade Faro
1
Caro editor, A ventilação não invasiva (VNI) consiste na aplicação de assistência ventilatória com recurso a interface sem invasão da via aérea. No artigo intitulado «Ventilação não invasiva na insuficiência respiratória aguda: escolha da interface», presente na 21ª edição da revista Lifesaving, está explicitamente abordada a seleção da interface dependendo das caraterísticas do doente e da sua eficácia clínica. No entanto, o presente artigo não aborda questões fulcrais para uma melhor perceção do uso da VNI1. Os principais objetivos da VNI são melhorar as trocas gasosas, melhoria da ventilação alveolar, redução do trabalho dos músculos respiratórios
Indice
com consequente diminuição da fadiga muscular, redução dos
As principais indicações da utilização
ser utilizada no ARDS grave (ratio
sintomas de hipoventilação alveolar,
da VNI, na atualidade, são na Doença
PaO2/FiO2<100)3.
redução da frequência respiratória,
Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)
Tal como abordado no artigo, a fuga
diminuição da hipertensão pulmonar e
agudizada, no Edema Agudo do
de ar é a principal responsável pela
do consumo de oxigénio pelo
Pulmão e no desmame ventilatório. A
falência ventilatória, daí ser essencial
miocárdio. Tem um importante
asma, a pneumonia, o Síndrome de
o conhecimento e utilização das
impacto na melhoria da qualidade de
Stress Respiratório agudo (ARDS) ou a
interfaces disponíveis como o artigo
vida e tolerância ao exercício,
Insuficiência Respiratória de novo, são
nos apresenta4.
otimização da relação ventilação/
outras indicações relativas, menos
Uma máscara ou interface é o
perfusão, prevenção das
consensuais, uma vez que, nestes
elemento de ligação entre o doente e o
exacerbações da doença pulmonar
doentes, o uso da VNI pode protelar a
circuito, devendo adaptar-se
crónica, diminuição dos
entubação e, consequentemente,
hermeticamente à face para permitir
internamentos hospitalares e
aumentar a mortalidade, pois há maior
maior conforto do doente e menor
aumento da sobrevida2,3.
risco falência da VNI. A VNI não deve
fuga possível. Como mencionado
44
CARTAS AO EDITOR
existem dois tipos de máscaras:
fim, dois filtros antibacterianos devem
ventiladas e não ventiladas. E é de
ser colocados: um proximal ao
extrema importância fazer esta
ventilador ou no ramo inspiratório
distinção uma vez que as ventiladas
(ramo duplo) e um após cotovelo da
têm uma válvula exalatória
máscara não ventilada, antes da
(responsável pela exalação do CO2),
válvula exalatória5.
podem ser usadas em sistemas de
Tal como descrito no artigo o sucesso
tubuladura simples e a dimensão do
de uma VNI eficaz depende da
cotovelo é 22M/15F. Já as não
patologia inerente à insuficiência
ventiladas, são máscaras sem válvula
respiratória, daí ter optado por explicar
exalatória, podem ter ou não válvula
alguns destes temas. Considero ser
de emergência (anti-asfixia), e devem
um artigo muito prático, explicativo e
ser usadas em sistemas com válvulas
conciso acerca da melhor interface
exalatórias incorporadas, sendo a
para cada doente, que aborda os
dimensão do cotovelo de 22F . Os
aspetos essenciais para um doente
filtros bacteriológicos são elementos
agudo. Pretendo, igualmente, realçar
do circuito de extrema importância, e
com a presente carta a adaptação da
que não foram abordados no artigo. O
VNI à pandemia vigente
4
que apresenta cor amarela é antibacteriano simples, o de cor verde é um filtro antibacteriano com permutador de calor e humidade. Estes filtros, em situações normais,
BIBLIOGRAFIA
não pandémicas, devem localizar-se
1.
junto ao ventilador.
insuficiência respiratória aguda: a escolha da
Face à nossa atualidade pandémica da
interface: Lifesaving 21ªedição
COVID 19, penso ser relevante falar
2.
Ergan, B at all: European Respiratory Society
das alterações da VNI nestes doentes,
guidelines on long-term home non-invasive
não tendo também sido referida esta
ventilation for management of COPD
temática no artigo vigente. Dado o
3.
practice guidelines: noninvasive ventilation for
VNI, e, consequentemente, o risco
acute respiratory failure 4.
utilização de equipamentos de ventilação deve ser ajustada de modo
CATARINA JORGE Médica VMER
Rochwerg, B at all: Official ERS/ATS clinical
risco de aerossolização no decurso da aumentado de contaminação, a
EDITORA
Fernandes, A. Ventilação não-invasiva na
EDITOR
Brill, A. How to avoid interface problems in acute noninvasive ventilation. Breath. September 2014
5.
NEDResp – Sociedade Portuguesa de Medicina
a minimizar os riscos. Nestes doentes
Interna (SPMI). Tratamento não invasivo da
deve-se dar preferência à utilização de
insuficiência respiratória aguda em doentes com
circuitos de ramo duplo, a exalação é
COVID-19. 2020. Disponível em https://www.
feita através do ventilador e, por isso,
spmi.pt/tratamento-nao-invasivo-da-insuficiencia-
não há tanta dispersão de aerossol.
respiratoria-aguda-em-doentes-com-covid-19.
JÚLIO RICARDO SOARES Médico VMER
REVISÃO
Mesmo com ramo único, deve dar-se preferência à utilização de máscara não ventilada. Deve haver diminuição da dispersão de aerossol e, portanto,
COMISSÃO CIENTÍFICA
45
Indice
deve-se usar válvula exalatória. Por
CARTAS AO EDITOR II
EFEITOS SECUNDÁRIOS DA AMIODARONA Eduarda Alves1 Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade Faro
1
Caro editor, O artigo intitulado “Amiodarona” inserido na 19ª edição da Revista Lifesaving parece-me um artigo sucinto, que dá ênfase a este fármaco, bem como à sua farmacocinética e farmacodinâmica. Explica de forma adequada as indicações terapêuticas deste fármaco assim como a sua posologia1. Tal como descrito, a amiodarona pertence à classe III dos
Indice
antiarrítmicos, no entanto, inicialmente foi introduzida como um antianginoso.
adiposo, sendo as concentrações
incidência total anual é de 1% nos que
É caracterizada como antiarrítmico de
tecidulares muito superiores às
tomam doses mais baixas e pode
largo espetro face aos seus múltiplos
séricas. As doses administradas são
atingir 5-10% nas doses diárias de
mecanismos de ação, eficácia
cumulativas e a depuração é variável e
400mg. A fisiopatologia é
comprovada no tratamento de
prolongada, podendo a respetiva
desconhecida, mas a fosfolipidose
taquidisritmias supraventricular, nodal
semivida alcançar os seis meses.
pulmonar direta e a hipersensibilidade
e ventricular, bem como pela sua
No entanto, a amiodarona está
imunomediada podem ser o principal
aplicabilidade nas diversas
associada a efeitos secundários
mecanismo. Estes doentes
populações de doentes,
graves, que não foram
apresentam diminuição da capacidade
independentemente da função
pormenorizadamente referenciados no
de difusão de monóxido de carbono2,3.
ventricular esquerda2,3.
artigo. A sua ação tóxica, que pode
A hepatite associada à amiodarona
A amiodarona é um derivado
afetar vários órgãos ou sistemas,
ocorre em menos de 3% dos doentes,
benzofurânico muito rico em iodo
parece ser multifatorial, devendo-se
sendo raros os casos de insuficiência
(37% da molécula), contendo dois
quer à toxicidade direta, com
hepática ou cirrose. No entanto, a
átomos de iodo por molécula e é
libertação de radicais livres de
elevação transitória da
estruturalmente semelhante à tiroxina.
oxigênio, quer à indireta,
aminotransferase sérica não
Cada comprimido de 200 mg de
imunomediada ou associada à
amiodarona contém 75 mg de iodo,
libertação de iodo pela molécula .
do tratamento3.
10% da molécula é desiodada por dia.
A toxicidade pulmonar é a
A disfunção tiroideia desenvolve-se
O fármaco absorve-se lentamente e
complicação mais temida e está
em 14 a 18% dos indivíduos tratados
liga-se preferencialmente aos lípidos e
diretamente relacionada com a dose
com amiodarona, quer hipertiroidismo
proteínas, com predileção pelo tecido
total do fármaco acumulada. A
quer hipotiroidismo. A incidência de
46
é invulgar durante o inicio 4,5
CARTAS AO EDITOR
disfunção tiroideia induzida pela
envolvendo a face (fácies do homem
amiodarona está estritamente
azul). A descoloração da pele devido à
dependente da disponibilidade de iodo
amiodarona pode ser melhorada com
no ambiente circundante. O
a redução da dose ou mesmo
hipertiroidismo é mais frequente em
resolvida com a sua descontinuação3.
áreas geográficas com aporte iodado
Assim, penso que seja relevante,
baixo enquanto que o hipotiroidismo
aquando da abordagem de um
ocorre mais frequentemente em áreas
fármaco tão amplamente utilizado,
sem carência de iodo. A amiodarona
realçar as reações adversas mais
pode estar envolvida em fenómenos
frequentes e descriminar as interações
de autoimunidade tiroideia devido à
farmacológicas. É um artigo de
formação de auto-antigénios
revisão farmacológica importante para
induzidos pelo fármaco, com a
a nossa prática clínica na abordagem
criação subsequente de reações de
do doente agudo e que deverá servir
imunidade celular.
de mote para novas revisões
A descontinuação deste fármaco
na presente revista1
EDITORA
CATARINA JORGE Médica VMER
resulta na normalização da função tiroidea, no entanto, isto pode ocorrer
BIBLIOGRAFIA
lentamente devido à semivida
1.
prolongada e à
EDITOR
Peixoto C. Amiodarona. Revista Lifesaving. 2021; 19ªEdição:88-91
sua eliminação . 5
2.
Medscape. Amiodarone [Internet] Disponível em
A nível de manifestações oculares, os
https://reference.medscape.com/drug/
microdepósitos na córnea tem uma
pacerone-cordarone-amiodarone-342296
prevalência elevada em doentes
3.
tratados com amiodarona, mas apenas
Manual de Cardiologia. 2012, 13ªedição. New York:
10% tem sintomatologia, descritos
McGraw Hill Professional
como halos durante a visão noturna . 3
4.
2019. Disponível em https://www.uptodate.com/
com o tratamento a longo prazo e
contents/amiodarone-drug-information
fotossensibilidade ou coloração
5.
REVISÃO
Uptodate. Amiodarone: Drug Information [Internet].
As reações da pele são frequentes podem apresentar-se como
JÚLIO RICARDO SOARES Médico VMER
Walsh R, Fang J, Fuster V. Hurst’s o Coração
Campos MV. Efeitos da Amiodarona na Tiróide. Acta Méd Port 2004; 17: 241-246
COMISSÃO CIENTÍFICA
47
Indice
azulada da pele, muitas vezes
TERTÚLIA VMERISTA
DADOR CORAÇÃO PARADO, INVESTIR ATÉ QUANDO NO PRÉ HOSPITALAR?
a pende de um “Diria que de sa no rio ite cr o avaliaçã , de paragem local, tempo ade da id V, SB m com ou se osta às vítima, resp ” envolvência. manobras e o Silva
Pedro Tiag
muito “Questão é sde início, complexa. De os tudo na im st ve in do quan , e temos de reanimação doente é pensar se o ECPR, até ao elegível para
momento de entrega do doente à eq uipa intensiv ista no hospital. Penso, que se deve falar co m staff de UC ECMO e eq I uipas de transplante ... tempo de PCR e o protocol ado...” Denis Pizhin “A minha pr imeira resp osta, como leigo em matéria de viabilidade orgâ processos de nica e doação: É investir até ao momento da
Indice
rgãos dos ó u ponto e d a bilid o me invia oação. D sional de d a o r pr fis funções pa ta de m de vis spitalar e o que o s pré-h arve, pen ões para lg no A os condiç a do rt reunim até à po à fase o fazê-l al, quanto derei it o hosp te, não p ez que, v in segu der uma é preciso n , o respo sabemos o logístic s como m proces s e u io criar volve vár ursos, n c que e diosos re umanos, , n h dispe almente tificáveis s ip princ amente ju it perfe
48
TERTÚLIA VMERISTA
tendo em co nta os potenc ia progra is ganhos de ma” ste Pedro M
iguel S
ilva
ntro/ um ce os de o m m a s tr e encon e ECMO, m d equipa umpridos os o para p c sendo s como ‘tem tc., e ito requis manobras’, o de ad início como VMER que, a m u n m ia ento e seguir Barlav ente se con nunca O m a M C ic il E id de quipa inutos pós uma e e 60 m ilmente d s te c an uito difi agem PCR, m uma abord play’. ” s d o n a m tay tere te do ‘s diferen
“As dir eti de colh vas do prog ra e dadore ita de órgão ma se s cardio em paragem m re na sele spiratória sã o ç transp ão e tempos claras ort d coraçã e de dador e de o a situa parado, no e çã nta decisã o é de difícil nto o. A m e de ma ta dos nobras 3 em as 0 min sistolia
imões
num potencial da dor de coração parado é a altura em que as decisõe s têm de ser tomadas, e po nderar os critérios (principa lmente o tempo!) para trans porte para um centro ou susp ender manobras.”
Inês S
Teresa Ferreira
EDITOR
NUNO RIBEIRO Enfermeiro VMER TIP
49
Indice
“Sendo um cenário idealmente de ‘sc oop and run’ e uma vez qu e dependemos da distância e/ou tempo a qu e nos
NÓS POR CÁ
"IMPACTO DA PANDEMIA COVID-19 NO FUNCIONAMENTO DAS VMER DO ALGARVE" - PERSPETIVA DA COORDENAÇÃO MÉDICA Inês Simões1,2,3 , Bruno Santos4,5,6 Médica VMER de Portimão Coordenadora Médica da VMER de Portimão 3 Médica Heli INEM 4 Médico VMER de Faro e Albufeira 5 Coordenador Médico das VMER de Faro e Albufeira; 6 Diretor do Projeto LIFESAVING 1
2
Muito recentemente, ambos os
das missões de Coordenadores e
ameaças sentidas (threats).
Coordenadores Médicos das VMER
Operacionais de VMER.
Dada a relevância da reflexão que o
do Algarve foram desafiados pelo
Foi sugerida a utilização da
repto da Delegação originou, e a
Responsável Operacional da
metodologia SWOT para melhor
pertinência na partilha das respostas
Delegação Regional do Sul – Faro
estruturar o pensamento, e os dois
apresentadas aos seus pares, os dois
(DRS-F) do INEM - Dr. Carlos Raposo,
Coordenadores foram assim
Coordenadores tomaram a decisão
a transcreverem, via email, um
convidados a apontar sucintamente
de submeter para publicação na
esboço mental e refletido sobre as
no referido email: os pontos fortes
LIFESAVING o conteúdo integral dos
Lições Aprendidas na vigência da
(strenghts), as fraquezas da
seus emails de resposta, com o
contingência pandémica COVID-19,
instituição (weaknesses); as
conhecimento do Dr. Carlos Raposo,
aferindo daí o impacto sentido quer
oportunidades de desenvolvimento
não olvidando o seu incentivo e
na experiência pessoal e a vivência
em novas direções/reforço da
sagacidade que motivou a demanda.
de cada um, quer no desempenho
Instituição (oportunities); e as
INÊS SIMÕES
poder-se-ão manter mesmo após a
principalmente em alturas em que
pandemia, nomeadamente a
tivemos profissionais infectados ou
STRENGHTS (PONTOS FORTES)
utilização de máscara FFP2 (sempre
em isolamento profilático
- Desde o início da pandemia que se
existirão doenças respiratórias com
- O número de horas seguidas
nota que a equipa ficou mais coesa e
alta incidência em Portugal, como a
(muitas vezes mais do que 24h) que
com o sentido de responsabilidade
tuberculose, e eu nunca tinha visto a
foi necessário fazer para garantir a
de cuidar uns dos outros.
utilização de equipamentos
operacionalidade da VMER
- O espírito de união que se
adequados de protecção de via áerea
- Apesar das instituições terem um
conseguiu possibilitou que mesmo
no pré-hospitalar). O mesmo se
plano de contingência, este não
em períodos em que profissionais
aplica à utilização dos filtros HEPA.
estava adaptado nem adequado a
Indice
estiveram infectados ou em
esta pandemia. No caso concreto do
isolamento profilático fosse possível
WEAKNESSES (FRAQUEZAS)
CHUA – UHP, o plano de contingência
garantir a operacionalidade da VMER
- As equipas reduzidas e o acréscimo
que existia aquando do vírus Ébola,
- Estamos mais alerta para os riscos
de outras funções no hospital (ou em
nem sequer estava adequado caso
que corremos e sendo a COVID-19
outros meios) fez com que muitas
realmente tivesse sido necessário
uma doença de transmissão por via
vezes fosse difícil manter a
activá-lo.
aérea, alguns dos procedimentos
operacionalidade da VMER,
- Foi muito difícil, principalmente no
50
NÓS POR CÁ
início da pandemia em que não se
fácil instituir outras alterações ao
ninguém abandonasse o barco.
sabia sequer muito bem o meio de
funcionamento da VMER
Acredito que não tivesse sido só em
transmissão do vírus, adaptar os
- Neste período, foi possível
Portimão que isto tenha acontecido,
procedimentos do INEM às
estabelecer ligações de proximidade
por isso, e embora muito difícil,
exigências e material do CHUA. Os
com o coordenador e profissionais
talvez fosse mais profícuo que se
fatos integrais (que praticamente não
das outras VMER do Algarve no
adaptassem os procedimentos INEM
chegámos a utilizar depois), foram
sentido de uniformizar
para as VMER com base na
adquiridos apenas porque o Dr. Bruno
procedimentos, cargas das VMER e
realidade de cada hospital em que
Santos (Coordenador das VMERs de
muito importante, um plano de
elas se inserem.
Faro e Albufeira) estabeleceu o
formação conjunta para as 3 VMER
contacto; as batas cirúrgicas
- A elaboração dos planos de
Talvez muito mais houvesse para dizer,
rapidamente acabaram; houve
contingência, quer do INEM quer do
mas estes são os pontos que achei
ameaças de esgotarem as máscaras
CHUA, e o facto de todos terem sido
mais relevantes.
e luvas (felizmente nunca aconteceu),
efectivamente testados e aplicados,
Obrigada pela reflexão e por
os fatos de bloco nunca nos foram
a juntar a tudo o que se aprendeu
esta viagem!
disponibilizados para a VMER; as
relativamente ao viver uma situação
fardas do INEM que temos são
de verdadeira excepção, pode e deve
limitadas e com as lavagens a altas
ajudar a alterar e melhorar os
temperaturas ficaram danificadas; o
procedimentos previamente
esforço que o INEM fez em termos
existentes e outros que terão de ser
máquinas de lavar roupa disponíveis
realizados a partir daqui.
BRUNO SANTOS STRENGHTS (PONTOS FORTES)
não tínhamos fardas suficientes para
THREATS (AMEAÇAS)
procedimentos, obrigando ao ajuste
aguardar a lavagem e secagem.
- O início foi difícil para todos, pelo
das práticas instituídas em fase
- Percebi que o CHUA não entendia a
medo do desconhecido, o medo da
pré-pandémica, melhorando
VMER como um serviço do hospital
doença, da transmissão do vírus a
particularmente as medidas de
pelo que foi muito difícil exigir
outros profissionais ou familiares, o
segurança e de proteção dos
alguns destes equipamentos; várias
que fez com que tivesse estado dois
Profissionais, e adotando
vezes obtive a resposta ‘isso é
meses sem ver a minha família, ainda
procedimentos e abordagens mais
problema do INEM’ (sic).
mais numa altura em que tinha
eficazes em serviço;
nascido a minha sobrinha. Acredito
- [Em Março de 2020 foi pensado e
OPORTUNITIES (OPORTUNIDADES)
que tivéssemos vivido todos o
apresentado um plano de
- O facto de ser necessária muita
mesmo porque o desgaste
contingência para as VMER de Faro e
formação a muito curto espaço de
psicológico que se via em todos, era
Albufeira, resultando na criação de
tempo fez com que os profissionais
imenso.
uma Orientação de trabalho -
da VMER do Barlavento se
- Lembro-me várias vezes de, no
“Procedimentos COVID-19”. O
passassem a interessar mais pela
início, vários profissionais virem
documento foi ainda actualizado, em
actividade formativa, no âmbito da
questionar a operacionalidade da
Maio desse ano, tendo sido
COVID e não-COVID
VMER quando não tínhamos os
acrescentados 2 protocolos:
- Tinha assumido a Coordenação da
equipamentos que o INEM
“Procedimentos perante PCR em
VMER ainda não fazia um mês
protocolava. O facto de estar também
doente com suspeita ou confirmação
quando a COVID-19 chegou a
a trabalhar na Unidade COVID fez
COVID-19”; e "Abordagem da via
Portugal e como muitos
com que conseguisse desmistificar
aérea em doente infetado ou suspeito
procedimentos tiveram que ser
alguns medos (apesar de no início
COVID-19 no pré-hospitalar"].
implementados nessa altura, foi mais
sem grande convicção) e garantir que
- Promoção de ferramentas de
51
Indice
- Oportunidade para rever
acabou por não nos ser útil porque
actualização científica. [Ao nível editorial, o Projeto LIFESAVING não parou, manteve-se assíduo e pontual, acrescentou conteúdos relacionados com a pandemia COVID-19 e gerou publicações adicionais: Highlights COVID-19 v1.0 e v2.0. * E graças ao esforço do seu corpo Editorial é hoje um Projeto ainda mais complexo, com uma publicação científica e ambição de indexação]. - Aposta na Inovação tecnológica: colaborando directamente com Profissionais de outras áreas científicas, tornando possível a impressão 3D de viseiras de proteção, “clamps” de tubo endotraquel, ou das válvulas exalatórias para os equipamentos de VNI… *Foi também graças à pandemia, e por doação do Município de Albufeira, que foi possível adquirir mais equipamentos para a VMER: Ventilador OXILOG 3000 Plus e Ecógrafo portátil Philips Lumify. - Com a pandemia assistimos também a uma verdadeira transformação digital, com a disseminação de recursos informáticos de ensino à distância (webinars, cursos on-line, eventos virtuais…), e promoção da comunicação remota (plataformas teams, zoom, whatsapp,…), que além da segurança, tantas vezes nos fez poupar em tempo e desconforto nas deslocações. WEAKNESSES (FRAQUEZAS) - Demora no tempo de resposta às nossas solicitações de equipamentos, nomeadamente: aquisição de EPI’s completos (tendo nos valido algumas doações de
Indice
material); pedidos de fardamento
52
NÓS POR CÁ
adicional (que não nos foi atendido e
e estabelecer parcerias com
que nos obrigou muitas vezes a usar
as Universidades
fatos do Bloco Operatório);
e Institutos Tecnológicos.
- Sobreposição de competências dos vários Profissionais, trabalhando em
THREATS (AMEAÇAS)
vários sectores da Instituição, e que
- Do ponto de vista pessoal, custou-
dificultou o reforço, por vezes
me lidar com a incerteza inicial,… seja
necessário, para preenchimento nos
pelo receio de poder contrair a
turnos de VMER;
doença, que inicialmente todos
- Insuficiências no Plano de
conhecíamos mal, que sabíamos
Resposta a situações de catástrofe
poder ser letal, e sem vacina
das Instituições, particularmente no
disponível …, quer pela natural
domínio pandémico, faltando
preocupação em poder contagiar a
modelos mais previsíveis de gestão
minha família, colegas de trabalho,
dos equipamentos e dos recursos
ou os meus doentes;
humanos, o que levou muitas vezes
- Senti a apreensão natural com a
ao improviso forçado e gestão
possibilidade de se esgotarem os
menos racional.
recursos materiais, sobretudo de proteção individual (EPI’s), e com a
OPORTUNITIES (OPORTUNIDADES)
probabilidade de algumas
- É bem verdade que “a dificuldade
indisponibilidades ao nível dos
aguça o engenho”, e demonstrámos
recursos humanos (com
que nos momentos de crise
isolamentos profiláticos ou por
conseguimos adaptar-nos e até
infecção, ou mesmo a simples
transcender as nossas capacidades
assistência a familiares).
habituais, mantendo ou aumentando
- A pandemia COVID 19 transformou
muitas vezes a nossa performance.
o trabalho da VMER numa verdadeira
Contudo, a meu ver, mais importantes
situação de exceção, alterando
serão certamente as lições que
rotinas, abordagens e procedimentos,
deixamos para o futuro,... e neste
por vezes de difícil aplicação, e que
âmbito da pandemia COVID-19,
veio condicionar as nossas práticas;
designadamente impõe-se:
- Senti ainda ameaçada a Saúde
- Garantir recursos materiais e
Mental dos Profissionais, pelo
recursos humanos para outras
excedente de horas de trabalho, e
contingências que possam surgir
pelas dificuldades sentidas com o
(sempre sem aviso!!);
tipo de assistência prestada, … todos
- Apostar nas plataformas digitais e
envolvidos na linha da frente, mas
recursos tecnológicos inovadores
muitos em várias frentes, e em vários
que facilitem a formação e
níveis de assistência.
EDITORA
INÉS SIMÕES Coordenadora Médica da VMER de Portimão
EDITOR
actualização científica; Desculpem, não me lembro de mais
mental e apoio psicológico aos
nada, e provavelmente até me esqueci
Profissionais da Emergência Médica;
de alguma coisa importante!!!.
- Promover a interação e diálogo com outros ramos da ciência e tecnologia,
BRUNO SANTOS Coordenador Médico da VMER de Faro e Albufeira
53
Indice
- Investir na promoção da saúde
Indice
54
NÓS POR CÁ
NÓS POR CÁ
ESTUDANTES DE MEDICINA ESCOLHEM VMER DO CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE PARA ESTÁGIO ELETIVO (PARTE II) Ulyana Pidhirna1 , Rui Pimenta1 1
Estudante do 6º ano do 10º Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve
O curso de Mestrado Integrado em
VMER de Faro
Medicina da Universidade do
Olhando em retrospetiva, os sinais de alerta estavam presentes, mas
Algarve, inclui na sua formação 8
A capacidade imediata na tomada
não foram interpretados e não foi
semanas de estágio de opção, o
de decisão com base no melhor
possível prevenir o sucedido. Uma
aluno tem livre arbítrio para escolher
conhecimento, a calma na
outra ocorrência marcante foi uma
qualquer local do mundo e o que
abordagem de um doente e a
PCR na via pública, em que foi
pretende conhecer e aprender. Deste
empatia no consolo pela perda de
possível a recuperação de
modo, e pelo interesse que temos
um ente querido são algumas das
circulação espontânea, pois toda
pela área da emergência médica,
características que admiro nesta
a cadeia de sobrevivência tinha
escolhemos a Viatura Médica para a
vertente do médico e enfermeiro
funcionado. Desde o início
realização de um estágio de 4
que fazem parte de uma equipa de
precoce das manobras, uma
semanas, com altas expetativas e
emergência.
desfibrilhação com DAE e chegada
com muita vontade de aprender.
Durante o crítico mês de agosto
rápida da VMER ao local - tudo
no algarve, tive a possibilidade de
funcionou, e no final foi possível
realizar o meu estágio na VMER de
salvar uma vida. A maior
Agradecimentos,
Faro, apesar de não ter sido tao
dificuldade sentida foi na
Queremos em conjunto agradecer, a
crítico como imaginava, consegui
abordagem de criança doente,
todos os intervenientes que
ter uma variedade nas
qualquer saída que envolve
permitiram que este momento de
ocorrências, o que é positivo para
criança era para mim um pouco
aprendizagem se proporcionasse,
a minha aprendizagem como
mais desafiador.
mesmo em pandemia com os
estudante de medicina. Aprendi
E por fim, a calma, a concentração,
recursos alterados, e durante a
muito com cada elemento da
organização, empatia e tomada de
interrupção letiva, foi possível e não
equipa.
decisão começaram ainda mais a
podíamos estar mais gratos. Ambos
Uma das várias ocorrências que
sobressair pela sua importância
saímos da experiência com muitas
mais me marcaram, foi um
em situações cheias
aprendizagens. Queremos
suicídio por enforcamento, não só
de adrenalina.
especialmente agradecer aos nossos
pelo ato em si, mas também pela
tutores por nos terem recebido tão
história que o familiar contou.
Ulyana Pidhirna
bem, como também aos restantes médicos e enfermeiros com os quais
55
Indice
tivemos a oportunidade de aprender.
Indice
56
NÓS POR CÁ
não revertida, ocorrida na praia.
interveio no local.
Encontrando-nos ainda a
Da exposição pública, à carga
Em Julho tive a oportunidade de
operacionalizar a viatura no local
emocional inerente a este evento,
fazer um breve estágio de duas
onde tínhamos terminado o evento
marcou-me particularmente a
semanas na VMER de Albufeira e
anterior, fomos ativados para um
capacidade de coordenação,
não podia ter pedido melhor
afogamento na praia. Em marcha
assertividade e comunicação dos
contexto de aprendizagem para
para o local recebemos informação
profissionais envolvidos no socorro,
perceber a relevância dos cuidados
de que a vítima se encontraria em
bem como a capacidade de
pré-hospitalares.
PCR e a receber manobras de
liderança do médico, que no final do
A disponibilidade dos recursos, mas
Suporte básico de vida garantidas
evento fez questão de comunicar o
acima de tudo a capacidade técnica
pelos nadadores-salvadores.
seu reconhecimento pelo esforço
e de coordenação entre os
Chegados ao local, foi iniciado
de cada um dos envolvidos no
profissionais são a base para uma
protocolo de suporte avançado de
socorro à vítima, não obstante o
resposta em tempo útil que permite
vida que lamentavelmente não foi
seu desfecho
na maioria das situações
suficiente para reverter a situação,
(infelizmente não em todas)
tendo sido declarado o óbito no
entregar o doente no hospital com
local. A vítima era uma octogenária
um melhor prognóstico.
que apesar da avançada idade era a
Uma experiência enriquecedora
cuidadora e suporte de um irmão
quer ao nível acadêmico quer
que também ele se encontrava na
pessoal, que me despertou o
praia e a quem foi necessário
interesse por esta área
transmitir a má notícia, situação
de intervenção.
que motivou inclusivamente o
De entre as ocorrências que
pedido de colaboração à equipa de
presenciei durante o meu estágio, a
apoio psicológico que num curto
que mais me marcou foi uma PCR
espaço de tempo se deslocou e
Rui Pimenta
EDITORA
CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM
57
Indice
VMER de Albufeira
Indice
58
NÓS POR CÁ
NÓS POR CÁ
EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA DOS 5 ANOS DA LIFESAVING NO FÓRUM FNAC DE FARO Bruno Santos1,2 1 2
Médico VMER Coordenador Médico das VMER de Faro e Albufeira
Decorrente da parceria entre o
Neste âmbito, foram assim
Projeto LIFESAVING e a Fnac de
apresentados à Comunidade:
Faro, foi realizada, de 5 a 8 de Agosto de 2021, uma Exposição de
•
Uma pequena exposição com
âmbito artístico, comemorativa dos
uma seleção de pinturas e
5 anos da LIFESAVING, e que se
gravuras originais publicadas
realizaou no Fórum FNAC em Faro.
na Revista LIFESAVING;
A data do arranque desta
•
A apresentação à Comunidade,
exposição, a 5 de Agosto, coincidiu
via QR code, dos algoritmos
com a data de Aniversário do
publicados na rubrica “O que
Projeto LIFESAVING. Nessa mesma
fazer em caso de…”, para
data celebrámos o lançamento da
aconselhamento à Comunidade
21ª Edição da Revista, que revelou
sobre pequenos gestos que
a estreia da nova publicação
salvam vidas, alusivos a
LIFESAVING Scientific, de
diversas temáticas na área da
periodicidade trimestral e
emergência médica.
divulgação on-line, com revisão de
•
A Projeção de conteúdos
pares, e intenção de futura
audiovisuais, já anteriormente
indexação, dando continuidade aos
produzidos para o lançamento
desígnios da anteriormente
das várias edições.
apelidada "Separata Científica" da Revista, inserida no interior
“O Corpo Editorial da LIFESAVING
da publicação.
agradece toda a colaboração,
Este Evento, de formato mais
hospitalidade e simpatia
simples que os Eventos anteriores
demonstradas pelos Profissionais
pré-pandemia, foi o considerado
da FNAC de Faro responsáveis pela
mais adequado para a contingência
Organização do Evento. EDITORA
pandémica que vigorava ainda O nosso MUITO OBRIGADO”.
CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM
59
Indice
naquela altura.
“UM PEDACINHO DE NÓS”
UM PEDACINHO DE NÓS Ana Rodrigues1, Teresa Castro 2 Enfermeira das VMER de Faro e Albufeira, Enfermeira da VMER de Albufeira
1
Indice
2
Cá estamos com mais uma edição da
ajudando-o a viajar nos seus
profissão digna e tão prestigiante nos
nossa rubrica “Pedacinho de Nós",
pensamentos ….
cuidados dedicados ao outro.
para a qual apresentamos mais um
O enfermeiro Pedro iniciou o curso
Ao finalizar o seu o curso académico
dos nossos colaboradores, o
base de enfermagem em 1999, e foi
em 2003, diz-nos que teve a sorte
enfermeiro Pedro Lopes Silva que
na escola de Faro que nos revela
tremenda de ter sido colocado no
trabalha diariamente connosco na
ter-se apaixonado pela “coisa
serviço que o acolhe desde então: o
equipa da VMER Faro/Albufeira.
rápida, rasteirinha e barulhenta que
Internamento de Pediatria.
“Nascido e criado em Olhão”, onde
morava mesmo ali ao lado” ...
Confidencia-nos que ali descobriu
continua a viver, e diz-nos com
imaginem só, fala-nos da nossa
outra das suas vocações, … o cuidar
muito orgulho.
viatura de emergência e
da criançada.
Apaixonado desde cedo pelo mar,
reanimação: A VMER de Faro.
Transmite-nos a alegria e ao mesmo
onde encontra a paz e o equilíbrio,
Diz-nos ter sido amor à primeira vista
tempo o desafio de chegar até
quer seja a navegar, aproveitando
e que ditou os seus objectivos
eles(crianças), e que o facto de
muitos desses momentos para
formativos desde aquela altura,…
ganhar a sua confiança e ter um
desfrutar e passear em família, quer
altura esta em que estava a começar
sorriso e um abraço no dia da alta,
seja simplesmente para contemplar,
a dar os seus primeiros passos nesta
preenche-lhe o seu ego e fortalece a
60
“UM PEDACINHO DE NÓS”
sua decisão em ter concretizado este
Em 2011 surgiu a oportunidade de se
sonho de ser Enfermeiro.
especializar em Saúde Infantil e
No entanto, ao longo deste percurso
Pediatria, e abraçou mais esta
profissional teve as suas situações
oportunidade, com todas as suas
menos boas, mas também aí, as
forças. Uma vez que para além das
crianças muito lhe têm ensinado.
exigências do curso de especialidade,
Já em 2006 teve a oportunidade que
neste mesmo ano nasce o seu
mais desejava, fazer o Curso VMER, e
primeiro filho.
em 2007 ingressou na equipa da
Valeram-lhe os apoios
VMER Faro e Albufeira. Ainda guarda
incondicionais da esposa e dos pais.
com emoção e recorda da primeira
Em 2014 surge o convite para outra
saída num misto de medo e orgulho
paixão, o de ingressar
por estar dentro daquela viatura.
no Helicóptero INEM.
Foi nesse ano (de 2006), quando se
E mais uma vez para além do
sentia no auge da sua realização
desafio profissional este faz-se
profissional (pensava ele) que surgiu
acompanhar mais uma vez de um
mais uma paixão, que nos identifica
novo desafio familiar: o nascimento
como a sua companheira com quem
do seu 2º Filho.
partilha até então a sua vida, e de
Desde então, conta-nos que a sua
onde resultou um casamento e duas
vida continua um reboliço de
“criaturas” fantásticas, que exigem
horários, uma vez que há
uma ginástica de horários também
necessidade de uma grande logística
gigante (uma vez que são os 2
para equilibrar as vicissitudes do
enfermeiros, profissionais no CHUA),
trabalho e da vida familiar, onde se
mas que preenchem as suas vidas
tenta equilibrar tudo na balança, com
num completo estado de Bem-Estar,
prioridade para a família onde
onde a partilha de emoções e
encontra o amor, o apoio e a paz.
EDITORA
ANA RODRIGUES Enfermeira VMER Heli INEM
EDITORA
alegrias são uma constante a cada dia que passa, … e o amor de pai Votos de muita saúde e paz Pedro,
dia-para-dia .
pois o resto o Universo trás!!!
TERESA CASTRO Enfermeira VMER
61
Indice
aumenta inesgotavelmente de
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA
EDITORA
TERESA FARIA DA MOTA Médica VMER
EDITORA
Indice
SOLANGE MEGA Enfermeira SIV/VMER
62
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA
"FAZER A DIFERENÇA COM COMPAIXÃO E SENTIDO DE COMPROMISSO PELO BEM ESTAR DO PRÓXIMO”
63
Indice
AUTOR: JOÃO PÓVOA
TESOURINHO VMERISTA
Pedro Oliveira Silva 1 1
Médico VMER
Todos temos histórias ou situações invulgares que nos acontecem durante cada serviço, umas trágicas, outras que nos deixam com os pêlos em pé, umas que queremos esquecer, e mesmo algumas raras que conseguem mudar, nem que seja por horas, a maneira como sentimos ou vemos o que nos rodeia. Esta situação é apenas o produto de um simples esquecimento.
Congressos e Cursos
Como provavelmente sabem, a VMER é activada conjuntamente por três formas, a mais antiga via rádio SIRESP (os nossos comuns walkie-talkies), via telemóvel e a mais recente via ITEAMS (os nossos tablets), não sendo raro o esquecimento de algum desses meios em situações críticas. Ora bem, estávamos todos a aguardar a próxima ocorrência quando do nosso rádio, surge uma voz desconhecida, e sem
conhecimento do protocolo, a dizer: “ Está aqui alguém?”, Ouvindo-se do lado CODU “Saída VMER de ***”. Passados dois segundos, novamente a voz mas agora com um tom preocupado “ Olhem desculpem, esqueceram-se aqui em casa do rádio!” Conclusão: agradecemos à senhora a lembrança e preocupação e voltámos lá a casa buscar o rádio SIRESP com toda a região SUL a ouvir o decorrer da situação
VI JORNADAS TÉCNICAS DE MEDICINA INTENSIVA 4-5 de Novembro de 2021 | Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa
6º CONGRESSO NACIONAL DE URGÊNCIA 5 -7 de Novembro de 2021 | Penafiel Park Hotel EDITOR
EUROPEAN CONGRESS FOR TRAUMA AND EMERGENCY SURGERY – ECTES 2022 1 de janeiro de 2022 | Lisboa
Indice
PEDRO OLIVEIRA SILVA Médico VMER CODU
64
TESOURINHO VMERTISTA
FRASE MEMORÁVEL
"Cumbre Vieja. La Palma declarada oficialmente zona de catástrofe e lava chega ao mar. O Conselho de Ministros espanhol declarou Zona Gravemente Afetada por uma Emergência de Proteção Civil. Lava chegou ao mar e pode explodir, criando uma chuva de pedaços de lava cristalizada."
In Jornal on-line Obervador
65
Indice
Fonte: https://observador.pt/2021/09/28/erupcao-em-la-palma-vulcao-destruiu-586-edificios-e-arrasou-257-hectares/
BEST SITES
IRODAT1 DATABASE 1
INTERNATIONAL REGISTRY IN ORGAN DONATION AND TRANSPLANTATION
Trata-se de um site que disponibiliza dados sobre o registo internacional no âmbito da doação de órgãos e transplantação. Facilita o trabalho de
pesquisa científica, de governantes, jornalistas, profissionais de saúde e público em geral
https://www.irodat.org/
CareerCer Trata-se de um site de divulgação de formação às Equipas Médicas de Emergência, nas mais diversas áreas. Destacamos nesta edição, um artigo
integrante do blog associado a este site, que clarifica os aspetos relacionados com as boas práticas da alimentação dos Profissionais de Saúde
EDITOR
Indice
BRUNO SANTOS Médico VMER
66
https://www.careercert.com/blog/ems/ meal-hacks-for-emergency-and-healthcare-professionals/
BEST APPS
BEST APPS Não sendo uma aplicação para uso na União Europeia (apenas na India), esta aplicação não deixa de ser curiosa pelo caracter informativo que fornece a potenciais recetores e a dadores voluntários de órgãos em vida ou doação de corpo após a morte. Encaminha quem procura esta informação para Organizações ou Hospitais dedicados à matéria. Doar parte de nós é um acto de amor ao próximo de qualquer parte do mundo.
ORGAN DONATION APP Fornece informações sobre: Bancos
Órgãos e Leis sobre o transplante.
de Olhos, Bancos de pele, Hospitais
Fornece links para se registar como
transplante de órgãos, doação de
um dador de órgãos
corpo, ONGs no campo da Doação de
https://play.google.com/store/apps/details?id=mohanfoundation.helplineapp
EDITOR
67
Indice
PEDRO LOPES SILVA Enfermeiro VMER Heli INEM
Indice
68
Indice
69
Indice
70
Indice
71
E V SA 2 2 E IC 1 ABRI
L
E H T
2022
Indice
IGURAS F S A D TEATRO FARO
72
E T DA
– Entrada grátis em webinares formativos a organizar pela APEMERG; – Descontos nos eventos a organizar pela APEMERG; – Participar na Assembleia Geral da APEMERG, nos termos definidos nos estatutos; – Prioridade na participação em projectos educacionais e estudos que a associação vier a promover; – Convites para entrada em eventos de parceiros na área do doente crítico. – Descontos em eventos realizados pelos nossos parceiros".
73
Indice
E
Indice
74
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO – Novembro de 2021
A Revista LIFESAVING (LF) é um órgão de publicação pertencente ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e dedica-se à promoção da ciência médica pré-hospitalar, através de uma edição trimestral. A LF adopta a definição de liberdade editorial descrita pela World Association of Medical Editors, que entrega ao editorchefe completa autoridade sobre o conteúdo editorial da revista. O CHUA, enquanto proprietário intelectual da LF, não interfere no processo de avaliação, selecção, programação ou edição de qualquer manuscrito, atribuindo ao editor-chefe total independência editorial. A LF rege-se pelas normas de edição biomédica elaboradas pela International Commitee of Medical Journal Editors e do Comittee on Publication Ethics.
respectivos autores. A LF reserva-se o direito de publicar ou não os artigos submetidos, sem necessidade de justificação adicional. A LF reserva-se o direito de escolher o local de publicação na revista, de acordo com o interesse da mesma, sem necessidade de justificação adicional. A LF é uma revista gratuita, de livre acesso, disponível em https://issuu.com/lifesaving. Não pode ser comercializada, sejam edições impressas ou virtuais, na parte ou no todo, sem autorização prévia do editor-chefe.
3. Direitos Editoriais Os artigos aceites para publicação ficarão propriedade intelectual da LF, que passa a detentora dos direitos, não podendo ser reproduzidos, em parte ou no todo, sem autorização do editor-chefe.
2. Informação Geral A LF não considera material que já foi publicado ou que se encontra a aguardar publicação em outras revistas. As opiniões expressas e a exatidão científica dos artigos são da responsabilidade dos
4. Critérios de Publicação 4.1 Critérios de publicação nas rúbricas
originais em qualquer das categorias em que se desdobra, de acordo com os seguintes critérios de publicação: Nós Por Cá - Âmbito: Dar a conhecer a realidade de actuação das várias equipas de acção pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Dimensão: 250 palavras. Tertúlia VMERISTA - Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante. Dimensão: 250 palavras. Minuto VMER - Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos. Dimensão: 1000 palavras Fármaco Revisitado - Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER. Dimensão: 500 palavras
A LF convida a comunidade científica à publicação de artigos
75
Indice
1. Objectivo e âmbito
Journal Club - Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. Dimensão: 500 palavras
Cuidar de Nós - Âmbito: Diferentes temáticas, desde psicologia, emocional, metabólico, físico, laser, sempre a pensar no auto cuidado e bem estar do profissional. Dimensão: 500 palavras.
Nós e os Outros - Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a actuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. Dimensão: 1000 palavras
Pedacinho de Nós - Âmbito: Dar a conhecer os profissionais das equipas de emergência pré-hospitalar. Dimensão: 400 palavras.
Ética e Deontologia - Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. Dimensão: 1000 palavras Legislação - Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. Dimensão: 500 palavras O que fazer em caso de... - Âmbito: Informação resumida mas de elevada qualidade para leigos em questões de emergência. Dimensão: 500 palavras.
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Mitos Urbanos - Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. Dimensão: 1000 palavras.
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Tesourinhos VMERISTAS - Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da nossa experiência enquanto VMERistas. Dimensão: 250 palavras Congressos Nacionais e Internacionais - Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica. Di-mensão: 250 palavras. Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar - Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica préhospitalar -Dimensão: 250 palavras Cartas ao Editor - Objetivo: comentário/exposição referente a um artigo publicado nas últimas 4 edições da revista promovendo a discussão e visão crítica. Poderão ainda ser enviados observações, casuísticas particularmente interessantes de temáticas atuais que os autores desejem apresentar aos leitores de forma concisa.
- Instruções para os autores: 1. O corpo do artigo não deve ser subdividido; sem necessidade de resumo ou palavras-chave. 2. Deve contemplar entre 500 a 1000 palavras, excluindo referências, tabelas e figuras. 3. Apenas será aceite 1 figura e/ou 1 tabela. 4. Não serão aceites mais de 5 referências bibliográficas. Devendo cumprir as normas instituídas para revista. 5. Número máximo de autores são 4. Instantâneos em Emergência Médica - Âmbito: Fotografias em contexto pré-hospitalar, contextualizadas nas diversas áreas da Emergência. - Formato: Título; Autores – (primeiro nome, último nome, título, categoria profissional opcional); imagem em formato JPEG com resolução original); Legenda explicativa com breve enquadramento ou breve comentário acerca do sentido da imagem para o Autor. – máx. 100 palavras. É de a responsabilidade dos autores respeitar a POLITICA DE PRIVACIDADE, De acordo com o art. º13.º do Regulamento Europeu de Proteção de Dados Pessoais Reg. UE 201/679. Os Autores são responsáveis por respeitar e obter o consentimento de imagem, quando necessário ( n.º 1 do artigo 79.º do C.C).
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
4.2 Critérios gerais de publicação O trabalho a publicar deverá ter no máximo 120 referências. Deverá ter no máximo 6 tabelas/ figuras devidamente legendadas e referenciadas. O trabalho a publicar deve ser acompanhado de no máximo 10 palavras-chave representativas. No que concerne a tabelas/ figuras já publicadas é necessário a autorização de publicação por parte do detentor do copyright (autor ou editor). Os ficheiros deverão ser submetidos em alta resolução, 800 dpi mínimo para gráficos e 300 dpi mínimo para fotografias em formato JPEG (.Jpg), PDF (.pdf). As tabelas/figuras devem ser numeradas na ordem em que ocorrem no texto e enumeradas em numeração árabe e identificação. No que concerne a trabalhos científicos que usem bases de dados de doentes de instituições é necessário fazer acompanhar o material a publicar do consentimento da comissão de ética da respectiva instituição. As submissões deverão ser encaminhadas para o e-mail: revistalifesaving@gmail.com
5. Referências
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Os autores são responsáveis pelo rigor das suas referências bibliográficas e pela sua correta citação no texto. Deverão ser sempre citadas as fontes originais publicadas. A citação deve ser registada empregando a Norma de Vancouver
Estatuto Editorial
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A Revista LIFESAVING é uma publicação científica e técnica, na área da emergência médica, difundida em formato digital, com periodicidade trimestral. Trata-se de um projeto inovador empreendido pela Equipa de Médicos e Enfermeiros das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) de Faro e de Albufeira, pertencentes ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, e que resultou da intenção estratégica de complementar o Plano de formação contínua da Equipa. A designação “Lifesaving”, que identifica a publicação, é bem conhecida por todos os profissionais que trabalham na área da emergência médica, e literalmente traduz o desígnio da nobre missão que todos desempenham junto de quem precisa de socorro – “salvar vidas”. Esta Publicação inovadora, compromete-se a abraçar um domínio editorial pouco explorado no nosso país, com conteúdos amplamente dirigidos a todos os profissionais que manifestam interesse na área da emergência médica. Através de um verdadeiro trabalho de Equipa dos vários Editores da LIFESAVING, e
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aproveitando a sua larga experiência em Emergência Médica, foi estabelecido o compromisso de apresentar em cada número publicado, conteúdos e rubricas de elevada relevância cientifica e técnica no domínio da emergência médica. Por outro lado, este valioso instrumento de comunicação promoverá a partilha das ideias e conhecimentos, de forma completa, rigorosa e assertiva. Proprietário: Centro Hospitalar Universitário do Algarve, E.P.E. NIPC: 510 745 997 Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro N.º de registo na ERC: 127037 Diretor: Dr. Bruno Santos Editor-Chefe: Dr. Bruno Santos Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro Sede da redação: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro Periodicidade: trimestral
TIPO DE CONTEÚDOS Esta publicação periódica pretende ser uma compilação completa de uma seleção de matérias científicas e técnicas atualizadas, incluídas em grande diversidade de Rubricas, incluindo: – “Nós Por Cá” – Âmbito: Dar a conhecer a realidade de atuação das várias equipas de ação pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Poderá incluir também a descrição sumária de atividades, práticas ou procedimentos desenvolvidos localmente, na área da emergência médica – Dimensão: 500 palavras; – “Tertúlia VMERISTA” – Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante – Dimensão: 250 palavras;
– “Minuto VMER” – Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos, ou de aspetos práticos relacionados com Equipamentos utlizados no dia-à-dia. Dimensão: 1000 palavras; – “Fármaco Revisitado” – Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar, ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER. – Dimensão: 500 palavras; – “Journal Club” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Nós e os Outros” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a atuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. -Dimensão: 1000 palavras; – “Ética e Deontologia” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Legislação” – Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. – Dimensão: 500 palavras; – “O que fazer em caso de…” – Âmbito: Informação resumida, mas de elevada qualidade, para leitores não ligados à área da saúde, ou da emergência médica -Dimensão: 500 palavras; – “Mitos Urbanos” – Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. -Dimensão: 1000 palavras;
ESTATUTO EDITORIAL
PREVISÃO DO NÚMERO DE PÁGINAS: 50; TIRAGEM: – não aplicável para a publicação eletrónica, não impressa em papel.
ONDE PODERÁ SER CONSULTADA: Pode ser consultada no site do CHUAlgarve, no setor “Comunicação”, no domínio http:// www.chualgarve.min-saude.pt/ lifesaving/, e adquirida gratuitamente por subscrição nesse mesmo site. Não dispomos ainda de um site oficial para organização dos nossos conteúdos, de modo que atualmente todas as Edições estão a ser arquivadas no Repositório Internacional ISSUU, onde poderão ser consultadas gratuitamente (https://issuu.com/lifesaving). Marcamos presença ainda noutras plataformas de divulgação (Facebook, Instagram, Twiter e Youtube).
N.º 1 do art.º 17.º da Lei de Imprensa: Garanta de liberdade de imprensa: 1 - É garantida a liberdade de imprensa, nos termos da Constituição e da lei. 2 - A liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações. 3 - O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura
DIVULGAÇÃO DA LIFESAVING: A LIFESAVING será difundida no site do Centro Hospitalar do Algarve (no setor média e imagem), e sua Intranet, com possibilidade da sua subscrição para receção trimestral via e-mail. Inserida on-line no repositório de publicações ISSUU, adquirindo um aspeto gráfico otimizado para tornar a leitura ainda mais agradável. Será também difundida na página de Facebook da VMER de Faro, página própria com o nome LIFESAVING.
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– “Cuidar de Nós” – Âmbito: Discussão de diferentes temáticas, de caráter psicológico, emocional, metabólico, físico, recreativo, centradas no autocuidado e bem estar do profissional da emergência. -Dimensão: 500 palavras; – “Pedacinho de Nós” – Âmbito: Dar a conhecer, em modo de entrevista, os profissionais da Equipa das VMER de Faro e Albufeira ou outros Elementos colaboradores editoriais da LIFESAVING. – Dimensão: 500 palavras; – “Vozes da Emergência” – Âmbito: Apresentar as Equipas Nacionais que desenvolvem trabalho na Emergência Médica, dando relevância a especificidade locais e revelando diferentes realidades. – Dimensão 500 palavras; – “Emergência Global” – Âmbito: publicação de artigos de autores internacionais, que poderão ser artigos científicos originais, artigos de opinião, casos clínicos ou entrevistas, pretendendo-se divulgar experiências enriquecedoras, além fronteiras; – “Tesourinhos VMERISTAS” – Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da experiência dos Profissionais da VMER. – Dimensão: 250 palavras; – “Congressos Nacionais e Internacionais” – Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica – Dimensão: 250 palavras; palavras; – “Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar” – Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica pré-hospitalar -Dimensão: 250 palavras
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