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1
EDITORIAL
FICHA TÉCNICA DIRETOR E EDITOR-CHEFE Bruno Santos
Caríssimos leitores,
CO-EDITOR-CHEFE Pedro Lopes Silva
É no pico da Pandemia que nos assola há já 2 anos que esta equipa editorial se mantem focada a lançar mais uma edição da Lifesaving.
EDITORES ASSOCIADOS MINUTO VMER Isabel Rodrigues PÓSTER CIENTÍFICO Ana Isabel Rodrigues André Abílio Rodrigues Solange Mega NÓS POR CÁ Catarina Tavares FÁRMACO REVISITADO Catarina Monteiro JOURNAL CLUB Ana Rita Clara O QUE FAZER EM CASO DE André Abílio Rodrigues CUIDAR DE NÓS Sílvia Labiza EMERGÊNCIA INTERNACIONAL Eva Motero Rúben Santos ÉTICA E DEONTOLOGIA Teresa Salero LEGISLAÇÃO Ana Agostinho Isa Orge CARTAS AO EDITOR Catarina Jorge Júlio Ricardo Soares TERTÚLIA VMERISTA Nuno Ribeiro MITOS URBANOS Christian Chauvin VOZES DA EMERGÊNCIA Ana Vieira Rita Penisga Solange Mega UM PEDACINHO DE NÓS Ana Rodrigues Teresa Castro TESOURINHOS VMERISTAS Pedro Oliveira Silva CONGRESSOS VIRTUAIS Pedro Oliveira Silva INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA Solange Mega Teresa Mota BEST SITES Bruno Santos
Quando pela primeira vez a OMS refere que o final da pandemia poderá não passar deste Inverno, acendem-se as luzes no final do túnel dando esperança e um sentido de dever cumprido a todos aqueles que de uma maneira ou de outra têm travado esta luta com a COVID-19. Desde o trabalho em si, até à produção de estudos e investigação científica, tem sido um esforço sem precedentes, do qual nos orgulhamos de fazer parte, com a produção da nossa revista. Neste número destacamos a rubrica “Emergência Internacional” em que Francisco Gomez, um Enfermeiro de UCIP que também é fotógrafo, nos traz um olhar diferente sobre a pandemia. A eficiência de comunicação entre meios de emergência é apresentada no “Nós e os outros” , com a otimização da comunicação CODU-Meios e discutida no “Journal Club” com novas tecnologias utilizadas noutros Países. A Pediatria volta a assumir destaque na nossa revista, com dois artigos: o triangulo de avaliação pediátrico, dirigido aos profissionais no terreno, relatado no “Minuto VMER” e “O que fazer em caso de convulsão”, dirigido à população. Na rubrica “Nós por cá”, enquanto preparamos a chegada da Ecografia clínica ao pré-hospitalar, tivemos o prazer de receber estágios do Erasmus Mundus na nossa VMER. O Enfermeiro Nuno Ribeiro lança a discussão do upgrade para o Lifepack 15 na nossa “Tertúlia Vmerista”. Mais uma vez, não me canso de agradecer a todos aqueles que tornam o lançamento desta revista possível, especialmente nestes momentos excecionalmente conturbados das nossas vidas profissionais Bem hajam.
Pedro Lopes Silva
CO-EDITOR-CHEFE Enfermeiro VMER pgsilva@chalgarve.min-saude.pt
BEST APPS Pedro Lopes Silva ILUSTRAÇÕES João Paiva FOTOGRAFIA Pedro Rodrigues Silva Maria Luísa Melão Solange Mega AUDIOVISUAL Pedro Lopes Silva DESIGN Luis Gonçalves (ABC) PARCERIAS
Momentos de inspiração
“O conhecimento é como as velas: quando uma é usada para acender a outra, não diminui a luz da primeira; pelo contrário, tudo se torna mais luminoso.”
Thomas Jefferson (1746-1826) Político americano, 3.º presidente dos Estados Unidos da América, redigiu a Declaração de Independência. Periodicidade Trimestral
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Linguagem Português ISSN 2184-1411 2
Propriedade: CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE Morada da Sede: Rua Leão Penedo. 8000-386 Faro Telefone: 289 891 100 | NIPC 510 745 997
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4
ÍNDICE
13 17 21 23 27 31 35 50
53 57 59
MINUTO VMER
Triângulo Pediátrico – Ferramenta de Avaliação Rápida e Eficaz PÓSTER CIENTÍFICO
A eficácia da administração do Ácido Tranexâmico em vítimas de trauma FÁRMACO REVISITADO
Noradrenalina
JOURNAL CLUB
Accionamento Telefónico para SBV-DAE O QUE FAZER EM CASO DE
Convulsão em Idade Pediátrica CUIDAR DE NÓS
Os Programas de Vigilância nos Cuidados de Saúde Primários NÓS E OS OUTROS
Otimização da comunicação entre CODU e meios de Emergência no terreno EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
Pandemia: O Olhar Através de uma Lente TERTÚLIA VMERISTA
"Upgrade para Monitor/Desfibrilhador Lifepak 15 na VMER, qual a melhoria mais significativa na tua opinião?" NÓS POR CÁ
A Chegada da Ecografía Clínica à Emergência Pré-Hospitalar do Algarve NÓS POR CÁ
Erasmus Mundus Master Course in Emergency and Critical Care Nursing UM PEDACINHO DE NÓS
Pedro Lopes Silva
63
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA
64
TESOURINHO VMERISTA
64
CONGRESSOS E CURSOS
65
FRASE MEMORÁVEL
66
BEST SITES
67
BEST APPS
69
PÁGINAS ABC
74
PÁGINAS APEMERG
77
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
80
ESTATUTO EDITORIAL
5
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09
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6
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7
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8
MINUTO VMER
MINUTO VMER
TRIÂNGULO PEDIÁTRICO – FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO RÁPIDA E EFICAZ Rodrigo Mendes1 1
. Médico Interno de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar. USF Ossónoba – Faro
INTRODUÇÃO
de ambulância, enfermeiros ou
Reflete a ventilação,
O Triângulo Pediátrico, criado com
médicos) em contatos pouco
oxigenação, perfusão cerebral,
apoio da Academia Americana de
frequentes com crianças em estado
homeostase e a função do
Pediatras (AAP) em 2000, tornou-se
crítico, que levou à necessidade de
sistema nervoso central.
pedra basilar na avaliação
criação do triângulo pediátrico.
pré-hospitalar, tendo sido incorporado
Este método usa apenas sinais
inclusivamente nos programas de
visuais e auditivos, sem
avaliado por sons anormais da
emergência e suporte de vida
necessidade de equipamento, e
via aérea (ressonar, sons
avançado pediátrico. É uma
demora cerca de 30 segundos a ser
abafados ou rouquidão, estridor,
ferramenta observacional rápida e
aplicado. É constituído por 3
gemido, sibilos), posição anormal
simples, independente da presença/
componentes: Aparência, Trabalho
(preferência pela posição
conhecimento de sintomas ou
Ventilatório e Perfusão Cutânea,
sentada, “sniffing position”
diagnóstico subjacente, com
fornecendo o status cardiopulmonar
– extensão cervical ligeira, tripé)
estandardização da abordagem inicial.
e a função cerebral/metabólica. É o
tiragem (supraclavicular,
primeiro passo na resposta a 3
intercostal ou subesternal,
Atualmente a abordagem a crianças
perguntas críticas: (1) quão severo é
balanceamento da cabeça) e
de todas as idades em regime de
o quadro; (2) qual a anormalidade
adejo nasal (inspiração). Reflete
emergência inclui 4 passos
fisiológica subjacente; e (3) qual a
a compensação ao stress
sequenciais, iniciando com (1) a
urgência do tratamento.
cardiopulmonar.
•
O Trabalho Ventilatório é
observação geral (onde se aplica o triângulo pediátrico), (2) avaliação
•
O Aspeto inclui o tónus
•
No que concerne à Perfusão
primária/fisiológica (ABCDEs), (3)
(movimentos espontâneos,
cutânea, pode haver palidez (pele
avaliação secundária/anatómica e (4)
resiste à exploração, sentado/
ou mucosas), marmoreamento
avaliação diagnóstica/terciária. Na
pé), a interatividade (alerta/
(descoloração cutânea por vários
abordagem da criança em estado
atento, interação com cuidador/
graus de vasoconstrição) e
crítico existe um comprometimento
clínico, explora o meio/
cianose (periférica ou central).
da avaliação física e respetiva
brinquedos), a capacidade de
Reflete o débito cardíaco e a
cooperação (da criança e cuidadores),
consolo (ao ser confortado pelo
perfusão de órgãos vitais.
dificuldade na avaliação/
cuidador e resposta diferente
interpretação dos parâmetros vitais,
com o examinador), olhar
atendendo à variação com a idade e a
(contato ou segue) e o discurso/
falta de experiência pelos clínicos da
choro (adequado/vigoroso).
9
Indice
emergência pré-hospitalar (tripulantes
APARÊNCIA
TRABALHO VENTILATÓRIO
Tónus
Sons anormais da via aérea
Interatividade
Posição anormal
Consolo/Olhar Discurso/Choro
PERFUSÃO Palidez Marmureamento Cianose
Figura 1. Triângulo de Abordagem Pediátrica, adaptada de “The Pediatric Assessment Triangle: Accuracy of its Aplication by Nurses in the Triage of Children”
Componente
Estável
Dificuldade Respiratória
Insuficiência Respiratória
Choque Descompensado
Disfunção metabólica/SNC
Falência Cardiopulmonar
Aparência
-
-
Alterado
(In)Alterado
Alterado
Alterado
Trabalho Ventilatório
-
Alterado
Alterado
-
-
Alterado
Perfusão
-
-
(In)Alterado
Alterado
-
Alterado
Quadro I – Interpretação dos achados. Adaptado de “The Pediatric Assessment Triangle: A novel approach for the rapid evaluation of children”
Impressão Geral
Estabilização/intervenção imediata
Dificuldade Respiratória
Posição de conforto, O2/aspiração se necessário, terapêutica dirigida (salbutamol, adrenalina…)
Insuficiência Respiratória
Extensão cervical com abertura da via aérea, O2 a 100%, ventilação com máscara e/ou remoção de corpo estranho se necessário, entubação se necessário
Choque (des)Compensado
Criar acesso venoso, iniciar ressuscitação com fluídos, O2 se necessário, terapêutica dirigida (antibiótico, trauma, disritmias…), análises/imagem se necessário
Disfunção metabólica/SNC
Oximetria e O2 se necessário, glicemia, considerar outras etiologias, análises/imagem se necessário
Falência Cardiopulmonar
Extensão cervical com abertura da via aérea, O2 a 100%, ventilação com máscara, compressões torácicas, terapêutica dirigida (desfibrilhação, epinefrenia, amiodarona…), análises/imagem se necessário
Indice
Quadro II – Impressão geral e a intervenção imediata. Adaptado de “Paramedics Accurately Apply the Pediatric Assessment Triangle to Drive Management”
10
MINUTO VMER
Permite perceber o timing ideal de
idade, permitindo uma avaliação
tratamento e o rápido início de terapia
rápida e global, determinando a
Usefulness of the Pediatric Assessment Triangle in
lifesaving quando indicada, sem
categoria etiológica e assim
emergency settings. J Pediatr (Rio J).
atraso. Inicialmente distinguindo se é
clarificando a abordagem inicial.
2017;93:60-7
um estado estável ou instável, e
Serve também para estandardização
dentro dos quadros instáveis permite
da linguagem e é uma métrica
Adults: Utilizing the Pediatric Triangle with the
saber se há risco de vida ou não.
consistente em reavaliação da
Classic ABCD Approach to Assess Pediatric
Categorizando a anormalidade
criança gravemente doente
Patients. Cureus March 26, 2020; 12(3): e7424.
fisiológica subjacente, se houver
ou ferida
DOI 10.7759/cureus.7424
9.
10.
Fernandez A, Benito J, Mintegi S., Is this child sick?
Walker A, Hanna A., Kids Really Are Just Small
alteração em pelo menos um dos parâmetros, em 6 categorias major: 1 – esforço respiratório, 2 – falência respiratória, 3 – choque compensado, 4 – choque descompensado/
BIBLIOGRAFIA
hipotensivo, 5 – disfunção nervosa
1.
Dieckman R., Gausche-Hill M., The Pediatric
central/metabólica, 6 – falência/
Assessment Triangle: A novel approach for the
paragem cardiovascular; que
rapid evaluation of children, Pediatric Emergency
condiciona a escolha da terapia de
Care 2010;26: 312-315
suporte como oxigenoterapia, suporte
2.
Jayashree M., Singhi S., Initial Assessment and
ventilatório, acesso venoso e
Triage in ER, Indian Journal of Pediatrics, 2011,
ressuscitação com fluídos,
78(9):1100–1108
medicação de emergência e início de
3.
suporte básico de vida.
Horeczko T. et al, The Pediatric Assessment Triangle: Accuracy of its Aplication by Nurses in the Triage of Children, Journal of Emergency Nursing
Esta ferramenta já foi avaliada em 4.
Horeczko T., Gausche-Hill M., The Pediatric
validade em aplicação na triagem por
Assessment Triangle: a powerful tool for the
equipas de enfermagem tal como de
prehospital provider, Journal of Paramedic Practice,
paramédicos, sendo preditivo do
2010;3:20-5
status clínico da criança e no seu
5.
Gausche-Hill M., Eckstein M., Horeczko T., et al.,
seguimento na urgência ou em
Paramedics Accurately Apply the Pediatric
situações de pré-hospitalar,
Assessment Triangle to Drive Management,
identificando com facilidade os sinais
Prehospital Emergency Care 2014, 18:4, 520-530
de alarme presentes, principalmente
6.
Ryan E., Pediatric Emergencies, Critical Care
quando a colheita da anamnese está
Nursing Clinics of North America 2015;
indisponível ou limitada. Deve ser
27:105–120
usada em conjunto com outras
7.
Assessment Approaches for Emergency Medical
utilização na abordagem inicial. Ainda
Services for Children. Pediatrics.2016;138(6)
é necessária validação clínica pelo
:e20161073 8.
ISABEL RODRIGUES Médica VMER CODU
Fuchs S, Terry M, Adelgais K, et al., Definitions and
ferramentas, mas é seguro a sua
uso por pediatras ou outros médicos,
EDITORA
REVISÃO
Fernández A., Ares M., Garcia S. et al, The
visto que há pouca evidência.
Validity of the Pediatric Assessment Triangle as
Portanto, o triângulo pediátrico,
the First Step in th Triage Process in a Pediatric
otimiza os primeiros segundos de
Emergency Department, Pediatric Emergency
contato com a criança de qualquer
Care 2016, 00: 00-00
COMISSÃO CIENTÍFICA
11
Indice
termos de precisão, fiabilidade e
2013;39:182-9
A EFICÁCIA DA ADMINISTRAÇÃO DO ÁCIDO TRANEXÂMICO EM VÍTIMAS DE TRAUMA RESUMO recorrentes em todo o mundo. A utilização do Ácido Tranexâmico veio demonstrar As situações de trauma com hemorragias associadas, são um dos fenómenos bastante de vítimas. O Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica – A ser um tratamento de eleição e indispensável para a sobrevivência de um maior número prestação de cuidados e gestão de cenários de trauma. Pessoa em Situação Critica, reveste-se de um papel fulcral no planeamento, formação, (7) Taxas de mortalidade do estudo 3
INTRODUÇÃO
16,30%
A hemorragia é uma das principais causas de morte evitável no trauma. Uma rápida identificação e tratamento são primordiais para a sobrevivência das vítimas(1). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a taxa de mortalidade por trauma, nos últimos anos, é cerca de cinco milhões de pessoas, o que corresponde a 9% de todas as causas de morte no mundo(2,3). A hemorragia associada a lesões traumáticas, quando não tratada atempadamente, pode conduzir a um choque hipovolémico, pelo que o seu controlo é a chave para a sobrevivência de um maior número de vítimas(4). O ácido tranexâmico [TXA], amplamente usado em contexto de trauma, é um fármaco anti-hemorrágico e antifibrinolítico, utilizado para neutralizar o sistema de fibrinólise cujos benefícios constituem uma área de interesse crescente não só por profissionais de saúde como por investigadores(5).
Pergunta de investigação: Qual a eficácia da administração do Ácido Tranexâmico em vítimas de trauma? Objetivo: Determinar a eficácia do Ácido Tranexâmico em vítimas de trauma.
MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa foi realizada nas bases de dados EBSCO, tendo sido usados como descritores “TXA”, AND “Trauma” e NOT “Pediatric”. Como critérios de inclusão considerámos indivíduos com idade superior a 18 anos, texto completo, analisado por especialistas e com data de publicação 2015-2020. No final, após processo de análise foram selecionados 3 artigos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Mortalidade às 24h Mortalidade às 48h Mortalidade aos 28 dias
Estudo 2(3) n= 560 Sem TXA Com TXA n= 280 n= 280
1,9%
3,6%
1,1%
1,1%
2,8%
4,4%
1,1%
1,4%
3,6%
8,3%
1,1%
5%
1
3
4
7
4
8
9
12
Transfusão componentes sanguíneos Dias de internamento hospitalar Tabela 1. Análise dos estudos (3,6)
Indice
Em ambos os estudos(3,6) verificou-se um decréscimo da mortalidade aos 28 dias, da necessidade de transfusão de componentes sanguíneos e do tempo de internamento hospitalar nos doentes que foram submetidos à administração do TXA, demonstrando uma eficácia na sua administração.
12
16,00%
12,40%
14%
12,00% 8,00%
5,80%
4,00% 0,00%
Com TXA n= 280
Taxa mortalidade às Taxa mortalidade aos 30 dias 24 h
Sem TXA n= 280
Gráfico 1. Análise da taxa de mortalidade do estudo 3
(7)
(7) constatou-se um decréscimo Após a análise do estudo 3 significativo da mortalidade com a administração do TXA tanto às 24h como ao fim dos 30 dias.
COMPETÊNCIAS DO ENF.º ESPECIALISTA
OBJETIVOS
Estudo 1(6) n= 724 Sem TXA Com TXA n= 362 n= 362
n= 516
20,00%
Os enfermeiros assumem um papel primordial na abordagem às vítimas em contexto de situação de exceção e catástrofe no âmbito do pré e intra-hospitalar. O enfermeiro especialista EMC-PSC reveste-se, particularmente neste campo, de extrema importância no que respeita à deteção precoce de choque hemorrágico e no controle da hemorragia: - Cuida da pessoa a vivenciar processos complexos de doença crítica e/ou falência orgânica(8), na prestação de cuidados às vítimas em situação de exceção; - Dinamiza a resposta em situações de emergência, exceção e catástrofe, da conceção à ação(8), planeando, priorizando e gerindo os meios técnicos e humanos no sentido de uma melhor eficácia e eficiência.
CONCLUSÃO Apesar da limitação dos estudos, a introdução do Ácido Tranexâmico [TXA] em contexto de trauma, veio demonstrar um impacto bastante significativo, traduzindo-se principalmente num menor índice de mortalidade. A menor necessidade de transfusão de componentes sanguíneos bem como do tempo de internamento hospitalar foram também variáveis observadas em dois dos estudos. O uso do TXA é, portanto, eficaz e o seu uso deve ser implementado como tratamento de eleição o mais precocemente possível, em situações de hemorragias major, como tratamento de primeira linha, contribuindo desta forma numa redução de morbilidade e da mortalidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS acido tranexámico en 1. Campillo AG, Rodríguez IT, Monray AM, Cervantes SG, García JFV. Uso del hemorragias en zona de combate. Ver ROL Enferm. 2018; 41(2): 122-125. 2. Organização Mundial da Saúde. Lesões. Temas de saúde. http://www.who.int/topics/injuries/en/. of hospital utilization of 3. Neeki MM, Dong F, Toy J, Salameh J, Rabiei M, Powell J, et al. Safety and efficacy Medicine. 2020; 21(2): tranexamic acid in civilian adult trauma resuscitation. Western Journal of Emergency 217-25. Disponível em: http://org/10.5811/2019.10.43055 Disponível em: 2016;36(1):40–51. Nurse. Care Crit hemorrhage. extremity traumatic of Control 4. Day MW. http://org/10.4037/ccn2016871 de mestrado [Mestrado 5. Silva MFRAB. Ácido tranexâmico no trauma major com hemorragia. Lisboa. Tese em: Disponível 2016. Lisboa; de Integrado em Medicina] – Faculdade de Medicina da Universidade https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/29027/1/MariaFBSilva.pdf civilian trauma care in the 6. Neeki MM, Dong F, Toy J, Vaezazizi R, Powell J, Wong D, et al. Tranexamic acid in Medicine. 2018; 19(6): California Prehospital Antifibrinolytic Therapy study. Western Journal of Emergency 977–86. Disponível em: https://doi.org/10.5811/westjem.2018.8.39336 of tranexamic acid in 7. Wafaisade A, Lefering R, Bohmer AB, GaBler M, Ruppert M. Prehospital administration 13054-016-1322-5. trauma patients. Critical Care. 2016; 20(1):1-9. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s o específicas do 8. Ordem dos Enfermeiros. Regulamento n. 429/2018 - Regulamento de competências em Situação Pessoa à Enfermagem de Área na Médico-Cirúrgica enfermeiro especialista em Enfermagem área de enfermagem à pessoa em Crítica, na área de enfermagem à pessoa em situação paliativa, na o a em: Disponível 19359–70. 135: situação crónica. Diário Da República. 2018; 2. Série, N. https://dre.pt/application/conteudo/115698617
Médico-Cirúrgica: A Pessoa em Autores: Marques, José*; Reis, Lúcio**; Trigo, Maria João* | * Mestre em Enfermagem Crítica Situação Crítica | ** Mestrando em Enfermagem Médico-Cirúrgica: A Pessoa em Situação
POSTER CIENTÍFICO
POSTER CIENTÍFICO
A EFICÁCIA DA ADMINISTRAÇÃO DO ÁCIDO TRANEXÂMICO EM VÍTIMAS DE TRAUMA Marques, José1; Reis, Lúcio2; Trigo, Maria3 .Enfermeiro na Unidade Cuidados Intensivos Polivalente 2 do Centro Hospitalar Universitário do Algarve - Portimão; Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER Barlavento); Mestre em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Pessoa em Situação Crítica. 2.Enfermeiro no Serviço de Urgência Básica do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio - Lagos; Ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV Lagos); Mestrando em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Pessoa em Situação Crítica. 3.Enfermeira na Unidade de Internamento de Doentes Agudos do Centro Hospitalar Universitário do Algarve - Portimão; Mestre em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Pessoa em Situação Crítica. 1
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
PAPEL DO EEMC-PSC
Uma das principais causas de morte
A pesquisa foi realizada nas bases de
Os enfermeiros assumem um papel
evitável no trauma é a hemorragia.
dados EBSCO, tendo sido usados
primordial na abordagem às vítimas
Doentes com coagulopatias induzidas
como descritores “TXA”, AND
em contexto de situação de
por trauma podem beneficiar do uso
“Trauma” e NOT “Pediatric”. Como
exceção e catástrofe no âmbito do
de agentes antifibrinolíticos, como o
critérios de inclusão considerámos
pré e intra-hospitalar. Os
ácido tranexâmico [TXA]. É um
indivíduos com idade superior a 18
enfermeiros especialistas EMC-PSC
medicamento utilizado para
anos, texto completo, analisado por
revestem-se, particularmente neste
neutralizar o sistema de fibrinólise,
especialistas e com data de
campo, de extrema importância no
sendo que o seu mecanismo de ação
publicação 2015-2020. No final, após
que respeita à deteção precoce de
dá-se pelo bloqueio da formação de
processo de análise foram
choque hemorrágico e no controle
plasmina mediante a inibição da
selecionados 3 artigos.
da hemorragia:
plasminogénio1. O uso do TXA no
RESULTADOS E DISCUSSÃO
•
trauma tem sido alvo de interesse
Através da análise dos artigos
processos complexos de doença
crescente por parte dos profissionais
pudemos verificar que as vítimas de
crítica e/ou falência orgânica5, na
de saúde e investigadores, no entanto
trauma com choque hemorrágico,
prestação de cuidados às vítimas
os seus benefícios ainda não estão
após administração de TXA,
em situação de exceção;
completamente definidos devido a
apresentaram significativa
insuficientes estudos sobre
diminuição da mortalidade ao fim de
de emergência, exceção e
a temática.
sensivelmente um mês2-4; menor
catástrofe, da conceção à
necessidade de transfusão de
ação(5), planeando, priorizando e
OBJETIVO
componentes sanguíneos e uma
gerindo os meios técnicos e
Determinar a eficácia do TXA nas
diminuição do tempo de
humanos no sentido de uma
vítimas de trauma.
internamento hospitalar3,4.
melhor eficácia e eficiência.
atividade das proteínas ativadoras de
Dinamiza a resposta em situações
13
Indice
•
Cuida da pessoa a vivenciar
Indice
14
POSTER CIENTÍFICO
CONCLUSÕES
BIBLIOGRAFIA
A administração do ácido
1.
Silva MFRAB. Ácido tranexâmico no trauma major
tranexâmico em contexto de
com hemorragia. Lisboa. Tese de mestrado
trauma demonstrou-se eficaz
[Mestrado Integrado em Medicina] – Faculdade de
traduzindo-se num menor índice de
Medicina da Universidade de Lisboa; 2016 2.
Wafaisade A, Lefering R, Bohmer AB, GaBler M,
de transfusão de componentes
Ruppert M. Prehospital administration of
sanguíneos e do tempo de
tranexamic acid in trauma patients. Critical Care.
internamento hospitalar, foi
2016; 20(1):1-9. Disponível em: https://doi.
também verificado em dois dos
org/10.1186/s13054-016-1322-5.
estudos 3,4. Através dos dados
3.
Neeki MM, Dong F, Toy J, Vaezazizi R, Powell J,
disponíveis podemos inferir
Wong D, et al. Tranexamic acid in civilian trauma
também a recomendação para
care in the California Prehospital Antifibrinolytic
administração precoce do TXA, em
Therapy study. Western Journal of Emergency
contexto pré-hospitalar, em
Medicine. 2018; 19(6): 977–86. Disponível em:
situações de hemorragias major,
https://doi.org/10.5811/westjem.2018.8.39336
como um tratamento eficaz. É de
4.
Neeki MM, Dong F, Toy J, Salameh J, Rabiei M,
salientar a limitação dos estudos,
Powell J, et al. Safety and efficacy of hospital
devido à pouca produção de
utilization of tranexamic acid in civilian adult
evidência sobre o tema
trauma resuscitation. Western Journal of Emergency Medicine. 2020; 21(2): 217-25. Disponível em: http://org/10.5811/2019.10.43055 5.
Ordem dos Enfermeiros. Regulamento n.o
EDITOR
429/2018 - Regulamento de competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica, na área de enfermagem à pessoa em situação paliativa, na
ANDRÉ ABÍLIO RODRIGUES Enfermeiro SIV/VMER
área de enfermagem à pessoa em situação crónica. Diário Da República. 2018; 2.a Série, N.o 135: 19359–70. Disponível em: https://dre.pt/
EDITORA
application/conteudo/115698617
SOLANGE MEGA Enfermeira SIV/VMER
EDITORA
ANA ISABEL RODRIGUES Médica VMER CODU
15
Indice
mortalidade. A menor necessidade
Indice
16
FÁRMACO REVISITADO
NORADRENALINA
Rui Pereira1,2 2
Médico Interno de Formação Específica em Anestesiologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto Médico da VMER do Sato António
INTRODUÇÃO
Adultos
A noradrenalina (NA) ou norepinefrina
Saco
Seringa Perfusora
é um agonista alfa e beta. A NA
4 mg / 250 ml = 16 mcg/ml
1.6 mg / 50 ml = 32 mcg/ml
estimula recetores beta-1
8 mg / 250 ml = 32 mcg/ml
10 mg / 50 ml = 200 mcg/ml
e alfa-adrenérgicos levando a um aumento da contractilidade e frequência cardíaca bem como vasoconstrição aumentando a pressão arterial sistémica e perfusão coronária. Clinicamente os efeitos alfa (vasoconstrição) são maiores que os efeitos beta (inotropismo e cronotropismo). A NA está indicada em casos de choque cardiogénico, hemorrágico, choque pós paragem cardíaca, choque séptico ou outros casos de choque distributivo. FORMAS DE APRESENTAÇÃO E POSOLOGIA Solução para administração endovenosa (perfusão) 1mg/ml ou 2mg/ml. Deve ser conservada a temperatura inferior a 25ºC e ao abrigo da luz. Deve ser diluída em glucose a 5% ou cloreto de sódio 0.9% (segundo indicação do fabricante). A administração por via central é preferida. Se não estiver disponível pode ser administrada num grande vaso proximal por uma duração curta. Titular a perfusão por objetivo (pressão arterial, perfusão de orgão alvo).
Doses habituais:
principalmente albumina, menor
0.05 - 0.4 mcg/kg/min
ligação a pré-albumina e glicoproteína alfa 1.
População Pediátrica
Metabolismo: via catecol-ortometiltransferase e mono-amino-
Diluição:
oxidase. Os metabolitos são inativos.
0.3 mg/kg / 50 ml -> 1 ml/h equivale a
Semivida de eliminação: média de 2.4
0.1 mcg/kg/min
min Tempo até ao pico, sérico: steady-
Doses habituais 0.05 - 0.1 mcg/kg/
state 5 minutos
min (máximo 2 mcg/kg/min
Excreção: urina (metabolitos inativos, pequena quantidade como fármaco
FARMACOCINÉTICA
não alterado)
Absorção: escassamente absorvida após injeção subcutânea. Se
CONTRA-INDICAÇÕES
administrada por via oral, é destruída
•
ativa ou excipientes
pelo trato gastrointestinal. A via de eleição é intravenosa.
Hipersensibilidade à substância
•
Insuficiência coronária,
Inicio de ação (intravenosa): muito
hipertensão, hipertiroidismo e
rápido.
arteriosclerose grave
Duração (intravenosa): 1 a 2 min após interrupção da perfusão.
PRECAUÇÕES
Distribuição: volume de distribuição
Relacionadas com efeitos adversos
de 8.8L. Distribui-se sobretudo pelo
Fármaco vesicante, deve ser
sistema nervoso simpático. Atravessa
verificado o correto posicionamento
a placenta mas não a barreira
do cateter antes e durante a infusão,
hematoencefálica.
de forma a evitar o extravasamento.
Ligação a proteinas: 25%,
Em causa de extravasamento parar a
17
Indice
1
infusão imediatamente e desconectar a infusão. Aspirar a solução extravazada (não fazer flush do cateter). Remover o cateter, elevar a extremidade. Iniciar fentolamina ou antídoto alternativo. Aplicar compressa morna, seca. •
Fentolamina: Diluir 5 a 10 mg em 10-20 ml de NaCl 0.9% infiltrar no local de extravasamento tão cedo quando possível (até 12h), pode ser readministrado se o doente se mantiver sintomático.
•
Alternativas (evidência limitada): •
Nitroglicerina tópica 2%: aplicar no local de isquemia, pode ser repetido a cada 8h se necessário
•
Terbutalina: infiltrar no local de extravazamento com 1 mg de terbutalina diluída em 10 ml de NaCL 0.9%
Relacionadas com a doença
Relacionadas com a apresentação
Outras precauções
Hipovolémia: a hipovolémia deve ser
Metabisulfito de sódio: pode conter
Descontinuação abrupta: a perfusão
tratada antes de iniciar a terapêutica.
metabisulfito de sódio. Usar com
deve ser reduzida gradualmente ao
Doentes que estão hipotensos por
cuidado em doentes com asma ou
expandir o volume plasmático com
hipovolémia podem apresentar
alergia a sulfitos, reações alérgicas
fluidos EV. Hipotensão severa pode
vasoconstrição periférica e visceral
incluindo sintomas anafiláticos e
ocorrer com uma interrupção abrupta.
severa, perfusão renal diminuída e
episódios asmáticos graves
Administração: administrar numa veia
diminuição do débito urinário, hipóxia
podem acontecer.
de grande calibre. Evitar veias dos
Indice
tecidular, acidose láctica e diminuição
membros inferiores em idosos ou
do fluxo sistémico apesar de pressão
Interações medicamentosas
doentes que sofram de doenças
arterial normal.
Halotano: pode aumentar o efeito
oclusivas (arterosclerose,
Hipóxia/ hipercárbia: o uso em
arritmogénico da NA
arteriosclerose, endartrite diabética,
doentes com hipóxia ou hipercarbia
Inibidores MAO / Antidepressivos
Doença de Buerger). Gangrena das
profunda pode originar taquicardia
tricíclicos: pode aumenta o efeito
extremidades pode ocorrer em
ventricular ou fibrilhação, devendo ser
hipertensivo da NA
doentes com doença vascular
utilizada judiciosamente.
Bicarbonato de sódio / Barbitúricos:
oclusiva ou trombótica ou com
incompatibilidade terapêutica
infusões prolongadas em altas doses.
18
FÁRMACO REVISITADO
TAKE-HOME MESSAGES
vasoconstritores com volume circulatório adequado. Evitar
BIBLIOGRAFIA 1.
A NA é um agonista alfa e beta.
L-Noradrenalina Braun 1mg/ml solução injetável,
hipertensão, monitorizar a pressão
Clinicamente os efeitos alfa
Aprovado em 20-05-2018. INFARMED. https://
arterial e ajustar a taxa de infusão.
(vasocontrição) são mais
extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/pesquisa-
Evitar em doentes com isquemia
significativos;
avancada.xhtml Acedido a 02/08/2021.
mesentérica ou trombose vascular
•
Resumo das Características do Medicamento
•
A NA está indicada em casos de
2.
Norepinephrine (noradrenaline): Drug
periférica, pelo risco de agravar a
choque cardiogénico,
information, Topic 9709 Version 296.0. UpToDate.
isquemia e área de enfarte.
hemorrágico, choque pós
https://www.uptodate.com/contents/
paragem cardíaca, choque
norepinephrine-noradrenaline-drug-
séptico ou outros casos de
information?source=history_widget Acedido a
choque distributivo;
02/08/2021.
Efeitos Adversos •
•
Cardiovascular: bradicardia,
•
A NA deve ser diluída e
3.
Scarth and Smith. Drugs in Anaesthesia and
arritmias cardíacas,
administrada em perfusão,
Intensive Care 5th Edition. Oxford Medical
cardiomiopatia (stress),
titulada para os efeitos
Publications 2016
insuficiência vascular periférica
desejados;
SNC: ansiedade, cefaleia
Cardenas-Garcia et al. Safety of Peripheral
Deve ser administrada
Intravenous Administration of Vasoactive
transitória
preferencialmente em acessos
Medication J Hosp Med 2015 Sep;10(9):581-5.
•
Respiratório: dispneia
centrais ou acessos proximais
doi:10.1002/jhm.2394. Epub 2015 May 26.
•
Efeitos locais: gangrena
de grande calibre;
periférica, isquemia periférica
•
4.
•
A NA tem propriedades vesicantes. O acesso deve ser monitorizado continuamente, se houver extravasamento a infusão deve ser interrompida, removido o acesso e aplicado antídoto Se indicado
EDITORA
CATARINA MONTEIRO Médica VMER
19
Indice
Uso adequado: minimizar o uso de
Indice
20
JOURNAL CLUB
JOURNAL CLUB
Ana Rita Clara1 Médica de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, Médica SHEM-SUL
INTRODUÇÃO
bombeiros, formação em suporte
de sobrevida. No entanto, não
As taxas de sobrevida após uma
básico de vida aos primeiros a ocorrer
existiam estudos comparativos antes
paragem cardiorespiratória (PCR) fora
ao local e fornecimento de material
e depois da introdução do AM.
do hospital são mundialmente baixas.
específico às ambulâncias (LUCAS,
Foi recentemente publicado, a 6 de
Cerca de 50-70% das vítimas de PCR
Boussignac, etc). Após a
janeiro de 2022, um estudo
encontram-se no seu domicílio e o
implementação destas medidas
observacional retrospectivo que
tempo médio de socorro ronda os 12
houve melhoria na sobrevida,
compara a taxa de sobrevida em
minutos, reduzido a probabilidade de
aumentando o número de doentes
doentes com PCR fora do hospital em
encontrar a vítima em ritmo
que recuperava a circulação
2012, ou seja, antes da introdução do
desfibrilhável.
espontânea (ROSC) e na taxa de
sistema AM, com a de doentes nas
Por forma a maximizar a sobrevida
sobreviva a um ano.
mesmas condições em 2018. Os
nestes doentes foi introduzida uma
Em 2014, os Países Baixos decidiram
autores analisaram também com que
cadeia de sobrevivência em 1992,
incluir a população geral na
frequência um cidadão AM chegou
durante a National Conference on
abordagem da PCR fora do hospital,
primeiro ao cenário e com que
Cardiopulmonary Resuscitation and
onde cidadãos voluntários, com
frequência conectou primeiro um DEA
Emergency Cardiac Care, baseada em
formação em SBV e DEA, recebiam
que os serviços de emergência.
4 elos de ligação: acesso precoce ao
um alerta por mensagem (AM), para
sistema de serviços médicos de
realizar SBV ou recolher o DAE mais
MÉTODOS
emergência, ressuscitação
próximo, tornando o programa viável
Foram incluídos doentes >16 anos
cardiopulmonar precoce,
a partir de 2016.
com necessidade de suporte
desfibrilhação precoce e atendimento
Começaram a surgir os primeiros
avançado de vida (SAV)/
avançado precoce.
dados sobre AM onde mostravam que
desfibrilhação entre novembro de
Na Holanda, esta cadeia de
o tempo até ao primeiro choque
2011 e 3 de abril de 2013 no grupo
sobrevivência foi optimizada,
recomendado era menor, de acordo
pré-AM e durante o ano de 2018 no
fornecendo precocemente
com a disponibilidade dos voluntários
grupo pós-AM. Eram activados os
desfibrilhadores automáticos
e a quantidade de DAE, e
cidadãos que se encontrassem a 750
externos (DAE) aos polícias e
apresentavam um aumento da taxa
metros do local ou a 500 metros de
21
Indice
1
Indice
um DAE. Os cidadãos do sistema AM
2018 foi superior que em 2012 (55%
A média de sobrevida diminuiu
receberam formação de SBV anual.
vs 46%, p = 0,03). Embora o SBV
durante o follow-up, e,
Foi avaliado a taxa de sobrevivência a
tenha sido iniciado com maior
consequentemente, também as
3 meses e a 1 ano.
frequência antes da chegada da
diferenças entre os dois grupos. Do
ambulância no grupo com
grupo pré-AM 88 doentes (24,3%)
RESULTADOS
pós-AM (76,1%) do que no grupo
estavam vivos ao fim de 3 meses e 85
Foram incluídos 425 de 500 doentes
pré-AM (72,5%), essa diferença
(23,5%) ao fim de 1 ano. Do grupo
(85%) no grupo pré-AM e 264 de 366
não foi estatisticamente
pós-AM 63 doentes (29,3%) estavam
(72,1%) no grupo pós-AM.
significativa (p = 0,29).
vivos ao fim de 3 meses e 55 (25,9%)
O ROSC foi atingido em 210
ao fim de 1 ano (p = 0,19 e p = 0,51) .
A idade e o sexo dos doentes foram
pacientes no grupo pré-AM (49,4%) e
semelhantes.
em 161 pacientes no grupo pós-AM
Não foram observadas diferenças nos
Os cidadãos voluntários pós-AM
(61,0%, p <0,01).
resultados neurológicos entre o grupo
chegaram primeiro ao cenário em 42
Foi realizada uma regressão
pré-AM e o grupo pós-AM (CPC p =
doentes (15,9%), e em 31 dos 42
multivariada corrigindo factores de
0,44, mRS p = 0,98). A maioria dos
doentes, conectaram um DAE (73,8%).
confusão, onde a presença de um
doentes apresentou bons scores em
Comparando com dados de 2012, a
sistema AM foi associada a uma
ambos os grupos.
percentagem de DAE utilizados em
maior probabilidade de atingir ROSC.
22
JOURNAL CLUB
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
Os dados apresentados pelos autores
Os autores concluem que o sistema
revelam que o sistema de alerta via
de alerta por mensagem parece
mensagem parece optimizar a cadeia
contribuir para a optimização da
de sobrevivência: os cidadãos
cadeia de sobrevivência porque se
voluntários AM conseguiram chegar
associou a uma taxa de ROSC mais
ao cenário mais cedo do que os
elevada, mesmo que os cidadãos
primeiros meios de emergência, e a
voluntários da AM tenham chegado
utilização de DAE deu-se em maior
mais cedo em apenas 15,9% dos
número, sendo que um número
casos. No entanto, após a fase
superior de doentes em PCR fora do
aguda, os benefícios não são tão
hospital atingiu ROSC. No entanto,
marcados, com sobrevida média
não houve melhoria na taxa de
semelhante nos dois grupos.
sobrevida, estatisticamente
São necessários mais estudos para
significativa, a 3 meses e 1 ano.
entender como melhorar a resposta
O número de cidadãos AM que
inicial, como por exemplo, maior
chegaram mais cedo aos doentes em
número de cidadãos AM e DAE, de
PCR foi relativamente baixo quando
forma a representar melhorias, não
comparado com os dados de estudos
só na fase aguda, mas também na
anteriores (15,9% vs 19% –95%). No
fase subaguda e crónica da PCR.
entanto, os que chegaram mais cedo conseguiram conectar um DAE em
COMENTÁRIO DA EDITORA
maior número.
Num país como a Holanda, onde a
Na região estudada, o número de
resposta pré-hospitalar ocorre em
cidadãos AM atingiu >10/km2, estando
média entre 9-12 minutos, entende-se
dentro das recomendações, mas a
que o número de cidadãos voluntários
densidade de DAE foi inferior (0,6/km2)
a chegar primeiro ao cenário não
ao recomendado (2/km2). Tal facto,
tenha sido superior.
pode levar a um gasto adicional de
Se extrapolarmos para a realidade
tempo até chegar ao DAE.
actualmente vivida em Portugal,
Para a população estudada, não
talvez este sistema de voluntários e
houve diferença estatisticamente
alerta por mensagem nos relevasse
significativa no outcome
números surpreendentes, sobretudo
neurológico relativamente os
nas localidades mais remotas, e,
doentes encaminhados para
quiçá, uma melhoria da resposta
centros de reabilitação, não
emergência pré-hospitalar em casos
correspondendo, no entanto, a uma
de PCR
amostra fidedigna, visto que uma
EDITORA
percentagem significativa de doentes com disfunção cognitiva grave acaba por não ser encaminhada para reabilitação.
23
Indice
ANA RITA CLARA Médica de Medicina Intensiva - CHLC, Médica SHEM-SUL
Indice
24
O QUE FAZER EM CASO DE
O QUE FAZER EM CASO DE...
CONVULSÃO
Em idade pediátrica
Na presente edição da LIFESAVING vamos abordar como deverá agir perante uma vítima em idade pediátrica em convulsão, focando nos cuidados a ter durante e após o evento convulsivo. Um episódio de convulsão é uma situação assustadora, principalmente se for presenciada pela primeira vez, e, neste sentido, é essencial manter a calma e executar gestos simples que podem fazer a diferença.
André Abílio Rodrigues 1 Enfermeiro VMER, SIV
CONSCIENTE
INCONSCIENTE
ASSEGURAR CONDIÇÕES DE SEGURANÇA (Local, Reanimador, Vítima)
ATENÇÃO • NUNCA mover a vítima do local onde esta se encontra, salvo se estiver em perigo (ex: dentro de água, na estrada); • NUNCA agarre a vítima ou contrarie o seu movimento. Permita que tenha a convulsão; • NUNCA coloque nada na sua boca (colheres, dedos, canetas, etc.); • NUNCA puxe a língua; • NUNCA coloque compressas com água fria nem dê banho com água fria. • NÃO DEIXE que as pessoas se aglomerem junto da vítima.
DURANTE A CONVULSÃO: • Manter a calma, observar o tempo de demora, para contabilizar a duração da convulsão; • Emparar a queda, e colocar vítima no chão; • Retirar objetos que possam magoar a vítima (ex: mobílias, pedras, brinquedos, óculos, chaves no bolso); • Amparar a cabeça com o intuito de evitar que esta bata contra o chão, mas evitar agarrá-la firmemente ou contrariar o seu movimento. Pode também colocar algo macio por debaixo da cabeça (manta, casaco, almofada); • Soltar a roupa do pescoço que esteja apertada. • Se tiver medicação prescrita, pelo médico em caso de CONVULSÃO, utilize-a; APÓS A CONVULSÃO: • Colocar em Posição Lateral de Segurança (PLS); • Avaliar a TEMPERATURA nas idades compreendidas entre os 6 meses e 5-6 anos, e SE Tª > 38ºC • Promover arrefecimento físico: remover roupas, colocar compressas com água morna; • Administrar Paracetamol supositório adequado à sua idade; • Minimizar situações embaraçosas. Se a vítima teve incontinência de esfíncteres coloque uma manta ou um casaco por cima; • Ficar alerta porque a vítima pode apresentar-se desorientada, irritada, com diminuição da interatividade, sonolenta ou pode até repetir convulsão; • Mantenha-se sempre junto da vítima até a ajuda chegar.
BIBLIOGRAFIA 1. https://www.nhs.uk/conditions/febrile-seizures, (14/01/2022) 2. https://www.epilepsy.org.uk/info/firstaid/ what-to-do, (14/01/2022) 3. https://www.cdc.gov/epilepsy/about/first-aid.htm, (14/01/2022)
4. 5. 6. 7.
Algoritmo SBV (Ligar 112)
LIGUE 112 • Informe a sua localização com pontos de referência; • Descreva a convulsão e quanto tempo durou; • Se existiu repetição da convulsão, e se recuperou a consciência entre elas; • Informe se existe historial de epilepsia; • Responda a todas as questões solicitadas; • Siga as instruções do operador. EDITOR
Manual de TAS — Nomas, Emergências Médicas de 2012, Instituto Nacional de Emergência https://www.epilepsy.com/sites/core/files/atoms/ files/SFA%20Flier_HQ_8.5x11_PDF.pdf, (14/01/2022) Manual de Emergências Pediátricas e Obstétricas — 2012, Instituto Nacional de Emergência Médica VII. Programa de edição de fotos: Painnt®
ANDRÉ ABÍLIO RODRIGUES Enfermeiro SIV/VMER
25
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1
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26
CUIDAR DE NÓS
CUIDAR DE NÓS
OS PROGRAMAS DE VIGILÂNCIA NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS Cristina dos Santos1, Joana Guerra2
2
Interna da Especialidade em Medicina Geral e Familiar - USF Sol Nascente - Albufeira Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar - USF Sol Nascente - Albufeira
Somos profissionais de saúde e no
Os CSP caracterizam-se pela
Nos rastreios oncológicos,
core da nossa profissão está bem
promoção da Saúde e prevenção da
destacam-se o Rastreio do Cancro
presente o princípio de cuidar dos
doença, ações conseguidas e
Colo-Rectal (RCCR), o Rastreio do
outros, mas acima de tudo somos
facilitadas pelo contacto contínuo e
Cancro da Mama (RCM) e o Rastreio
humanos e acabamos por viver a
de primeira linha entre o Médico de
do Cancro do Colo Útero (RCCU), os
nossa profissão em meio laboral e não
Família (MF) e o utente. A pandemia
dois últimos englobados nas consultas
só. Todos temos familiares, amigos,
Sars-Cov-2 resultou no afastamento
de vigilância de grupos vulneráveis
vizinhos, conhecidos que nos
do MF da sua função primordial neste
– Planeamento Familiar. Todos estes
procuram por motivos de saúde e
âmbito, com a atribuição de múltiplas
rastreios podem variar na altura da sua
mesmo que seja fora do contexto ou
tarefas inerentes a esta temática
realização ou mesmo no tipo de exame
horário laborais não negamos ajuda.
(deslocação para Centros de
pedido conforme os antecedentes
No entanto, desvalorizamos muitas
Vacinação e vacinação ao domicílio,
pessoais e familiares do utente.
vezes a nossa própria saúde
Centros de Atendimento dedicados à
Relativamente ao RCCR, este consiste
encontrando sempre motivos que nos
Área Respiratória, realização da
na realização de Pesquisa de Sangue
parecem válidos para a justificarmos.
vigilância telefónica Tracecovid),
Oculto nas Fezes a todos os utentes
É no sentido de recordar que antes de
diminuindo o tempo de consulta
entre os 50 e 74 anos, com uma
sermos profissionais de saúde,
presencial para as consultas de
repetição a cada dois anos caso o
somos cidadãos, com direitos e
vigilância de grupos de risco (doentes
resultado seja negativo. Caso seja
deveres como utentes, que surge esta
com Diabetes Mellitus (DM) e
positivo, deve-se proceder ao pedido
Rubrica Cuidar de Nós.
Hipertensão Arterial (HTA)) e
de Colonoscopia Total. Quanto ao
Consideramos assim importante
vulneráveis (consultas de Saúde
RCM, abrange as mulheres com
recordar o trabalho preventivo
Infantil, Planeamento Familiar,
idades entre os 50 e 69 anos através
desenvolvido nos Cuidados de
população idosa), assim como para a
do Programa de RCM da Liga
Saúde Primários (CSP) pelas suas
consulta de Saúde de Adultos, onde
Portuguesa Contra o Cancro: são
equipas de saúde e que estão ao
muitas vezes se procede à realização
enviadas cartas-convite às mulheres
dispor de toda a população com um
destas ações de modo oportunista.
desta faixa etária inscritas nos
número de Sistema Nacional de
São diversos os programas de
Centros de Saúde para realizar uma
Saúde (SNS) válido.
vigilância à população efetuados
Mamografia, com repetição a cada
pelos CSP, quer a nível de rastreios
dois anos caso o resultado seja
populacionais nacionais, quer a nível
negativo. Este programa utiliza
de programas de vigilância a
Unidades Móveis que se deslocam a
populações específicas.
cada concelho e também Unidades Fixas. Se por algum motivo a mulher
27
Indice
1
Indice
não for convocada ou faltar a esta
entre os 40 e os 65 anos. Este engloba
para a saúde e alteração de estilos de
convocatória, cabe ao MF o pedido
o estudo do perfil lipídico, os hábitos
vida, como o fornecimento de folhetos
dos exames na consulta. Por fim, o
tabágicos e o género do utente, este
informativos sobre a etiofisiopatologia
RCCU realiza-se a mulheres entre os
último fator de risco não modificável.
da doença cardiovascular, folhetos
25 e 64 anos através da realização da
Deve também ser efetuado o cálculo
educacionais sobre alimentação e
Citologia Cervico-Vaginal na consulta
de risco de desenvolvimento de DM
prática de exercício físico, ensinos
de Saúde da Mulher. O resultado pode
(que caso o resultado seja normal
sobre auto-monitorização da tensão
consistir na análise da presença das
deve ser recalculado a cada 3 anos),
arterial e abordagem da intervenção
estirpes de alto risco do Vírus
sendo que este engloba o índice de
breve na cessação tabágica.
Papiloma Humano (HPV) (responsável
massa corporal (IMC) e perímetro
Caso estas medidas sejam
pela evolução da doença), que caso o
abdominal do utente, a prática diária
insuficientes, deverá ser instituída
resultado seja negativo a indicação
de exercício físico, o consumo de
prescrição medicamentosa.
para repetir o RCCU é em cinco anos,
vegetais diários, a toma de medicação
Dentro deste âmbito cardiovascular,
ou então na análise celular, sendo que
anti-hipertensora, os antecedentes
as consultas de Vigilância de Grupos
face à sua normalidade, o RCCU é
familiares de DM e os antecedentes
de Risco – DM e HTA- devem realizar-
repetido em três anos.
pessoais de Diabetes Gestacional, no
se, caso o doente esteja controlado,
Para além dos Rastreios
caso da mulher. Na presença de
duas vezes por ano (uma consulta em
Populacionais, cabe também ao MF a
resultados anómalos ou práticas de
cada semestre do ano, espaçadas em
avaliação do Risco Cardiovascular da
estilo de vida de risco, devem ser
seis meses). No que diz respeito aos
população, com o cálculo do Score
implementadas medidas preventivas,
doentes hipocoagulados sob
Cardiovascular a toda a população
nomeadamente a nível de educação
Varfarina, esta periodicidade depende
28
CUIDAR DE NÓS
do valor de INR, com uma média de
metódicas e concretas, em estreita
de atenção e ação que o MF deve
intervalo de quatro semanas. Esta
articulação com a Consulta de
prestar nas consultas, de vigilância de
consulta é realizada por ambas as
Obstetrícia Hospitalar. No que diz
grupos ou de Saúde de Adultos, sendo
Equipas de Enfermagem e Médica,
respeito à população idosa, é da
que este trabalho é realizado, na
numa complementaridade de ações
responsabilidade do MF a avaliação
maioria das vezes,
que resultam numa maior eficácia do
geriátrica global a todos os utentes
oportunisticamente, não constituindo
tempo da consulta e perceção pelo
com mais de 75 anos, ou com mais de
o motivo de vinda do utente à
utente das diversas temáticas
65 anos e em situação de risco
consulta e resultando numa tarefa
abordadas. Esta consulta tem
(nomeadamente situações de perda/
extra dentro do tempo de consulta,
parâmetros específicos de estudo,
luto, alterações do modo de vida,
que é concretizada pela existência da
nomeadamente a análise periódica do
doença grave ou institucionalizados),
consulta. A pandemia Sars-Cov-2 veio
perfil glicémico, lipídico e renal, assim
através da aplicação de
diminuir o tempo de consulta
como o estudo cardíaco, em
escalas específicas.
presencial devido à retirada do MF
intervalos de tempo específicos a
Para além destas áreas globais
das suas funções, resultando numa
cada doente e patologia.
específicas, o MF é responsável pela
paragem e retrocesso da realização
Normalmente, as análises de
monitorização da evolução de
de todos estes programas de Rastreio
Hemoglobina Glicada,
diversas outras condições,
e Vigilância.
Microalbuminúria em amostra da
nomeadamente através da realização
Por tudo o que estes serviços
urina e INR são realizadas na consulta,
do Rastreio do Cancro Oral (deve ser
representam é urgente ver uma
levando a alterações terapêuticas na
efetuada uma avaliação da boca a
melhor organização e um bom
hora caso sejam necessárias, com
todos os utentes com mais de 40
funcionamento dos CSP, para que o
óbvio benefício em termos de
anos, fumadores e com consumos
utente aposte na prevenção e
transmissão da mensagem da
alcoólicos, com possibilidade de
coloque na sua agenda a ida ao
necessidade de alteração de
emissão de Cheque Dentista para
seu médico de família, com a
comportamentos, assim como uma
centro convencionado ou de
periodicidade sugerida.
melhor gestão a nível de tempo e
referenciação para Dentista dentro
Cabe a cada um de nós termos
agenda médica, pois evita a marcação
dos CSP). Ainda dentro da área do
uma atitude responsável com a
de nova consulta para avaliar os
tabagismo, cabe ao MF o pedido de
nossa saúde!
resultados. Com a crescente escassez
espirometria a todos os utentes
de recursos nos CSP, estas análises
fumadores com mais de 40 anos e
não têm estado disponíveis para
com consumo superior a mais de 10
BIBLIOGRAFIA
realização na consulta, com
Unidades/Maço/Ano (UMA). Também
Todos os dados relativos ao Plano Nacional de Saúde e
necessidade de requisição de
se deve proceder ao Rastreio
respetivos Programas de Saúde, referidos no artigo,
credencial para laboratório externo.
oportunista do Vírus de
podem ser consultados nos sítios da Internet:
Dentro dos grupos vulneráveis, a
Imunodeficiência Humana (HIV), com
1.
https://www.dgs.pt/a-dgs.aspx
Saúde Infantil é a mais representativa,
pedido consentido pelo de analítica
2.
https://pns.dgs.pt/
com realização da vigilância em
para o HIV a todos os utentes entre os
idades chave (1a consulta de via,
18 e 64 anos. Também na Saúde da
1-2-4-6-9-12-15-18 e 24 meses e,
Mulher, devem ser inquiridos os fatores
posteriormente, uma vez por ano até
de risco para Osteoporose a todas as
aos 18 anos, cada uma delas com
mulheres pós-menopausa e a todas as
áreas e competências específicas).
mulheres com mais de 50 anos, para
Dentro da Saúde da Mulher, a
averiguação da necessidade de estudo
vigilância da Saúde Materna implica
de Osteodensitometria.
igualmente periodicidades e ações
Deste modo, são inúmeras as áreas
EDITORA
29
Indice
SILVIA LABIZA Enfermeira VMER Heli INEM
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NÓS E OS OUTROS
NÓS E OS OUTROS
OTIMIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO ENTRE CODU E MEIOS DE EMERGÊNCIA NO TERRENO Sérgio Ribeiro1,2,3,4, Daniel Semião1,2 Técnico de Emergência Pré-hospitalar (TEPH), Operador CODU, 3 Responsável Turno CODU Lisboa, 4 Formador na área de CODU. 1
Atualmente existem 4 Centros de
psicológica de emergência (UMIPE).
um tratamento precoce do
Orientação de Doentes Urgentes
As equipas das ambulâncias do
síndrome coronário agudo (SCA).
(CODU), nomeadamente em Porto,
INEM e os parceiros do Sistema
Todos os meios da
Coimbra, Lisboa e Faro. Os CODU
Integrado de Emergência Médica
responsabilidade do INEM:
contam com o apoio do CODU-MAR,
(SIEM) articulam por norma com os
ambulâncias de emergência médica
CIAV (Centro Informação
CODU da área. Em situação de
(AEM), ambulâncias de suporte
Antivenenos) e CAPIC (Centro de
pedido de apoio diferenciado, a
imediato de vida (SIV), viaturas
Apoio Psicológico de Intervenção
chamada poderá ser encaminhada
médicas de emergência e
em Crise). Estes centros são
para o operador disponível a nível
reanimação (VMER), unidade móvel
operacionalizados 24 horas, numa
nacional, contudo o acionamento e
intervenção psicológicas de
escala nacional e respondem aos
gestão dos meios é da
emergência (UMIPE) e motociclos
pedidos de situações emergentes
responsabilidade do CODU da área.
de emergência médica (MEM),
encaminhados pela linha 112.
No caso dos meios diferenciados,
permitem comunicação via rádio
O CODU-MAR tem como missão
entenda-se ambulâncias de suporte
SIRESP, iTEAMS (computador) e
prestar aconselhamento médico e
imediato de vida (SIV) e viaturas
telemóvel com o CODU. Toda a
apoio na evacuação de vítimas, em
médicas de emergência e
informação que seja registada no
situações emergentes, que se
reanimação (VMER), os enfermeiros
respetivo evento é acessível a todos
encontrem a bordo das embarcações.
e médicos responsáveis dos meios
os CODU, permitindo articulação
O CIAV, é um centro médico que
falam diretamente com o médico
entre meios e operadores e/ou
faz uma a avaliação médica na
regulador disponível ou do respetivo
médicos a nível nacional, evitando
área da toxicologia, este centro
CODU ou a nível nacional.
perdas de informação que podem
pode ser contatado por
Atualmente as ambulâncias de
ser importantes.
profissionais de saúde ou público
emergência médica (AEM)
Por vezes, existe complicações em
em geral, através da linha 800 250
tripuladas pelos Técnicos de
relação à localização da ocorrência,
250 (linha gratuita).
Emergência Pré-Hospitalar (TEPH)
nestas situações, os meios devem
O CAPIC é assegurado por uma
do INEM, adquiriram recentemente
entrar em contato com o CODU da
equipa de psicólogos clínicos com
os monitores Lifepack15 e
área através da linha da passagem
formação especifica em intervenção
formação especifica para, em
de dados, assim é possível realizar
psicológica, emergências
situações de suspeita de enfarte
conferência entre quem liga 112 e
psicológicas e intervenção
agudo do miocárdio (EAM),
os meios acionados, evitando o
psicossocial em catástrofe. Este
realizarem ECG de 12 derivações e
atraso da chegada das equipas de
centro é responsável pela gestão
enviar ao médico regulador do
emergência pré-hospitalar junto
das unidades móveis de intervenção
CODU para avaliação, possibilitando
à vítima.
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Perante vítimas consideradas
médicos (OM), definindo diferentes
situações poderá ser utilizado o
críticas/emergentes com
tipos de prioridade na triagem
rádio SIRESP numa fase inicial para
necessidades de especialidades
realizada pelo operador, as
a comunicação ser mais rápida,
médicas, o médico no local pode
prioridades mais comuns requerem
permitindo ao médico regulador e
articular com o médico regulador
acionamento de meios, as
operadores CODU acompanharem e
do CODU para colaborar na
prioridades 1 e 3 (P1 e P3). As
colaborarem nas necessidades do
decisão de melhor destino
prioridades podem ser alteradas
teatro de operações. O CODU
hospitalar com as valências
pelo médico regulador do CODU, se
nestas situações pode providenciar
necessárias ao estado clínico da
entender ajustar a prioridade à
um canal do rádio SIRESP exclusivo
vítima e comunicar diretamente
situação clínica da vítima.
à ocorrência evitando falhas na
com as unidades de saúde para a
Em cenários multivítimas é muito
comunicação. O primeiro meio de
receção da vítima critica.
importante a articulação com o
emergência médica a chegar ao
Os fluxos de triagem e os planos
CODU, para o acionamento de
local da ocorrência e após
de acionamento dos meios no
meios em quantidade suficiente e
reconhecimento inicial poderá
CODU seguem algoritmos de
encaminhamento das vítimas às
entrar em contato com o CODU e
decisão validados pela ordem dos
unidades de saúde. Neste tipo
confirmar que tipo de situação se
32
NÓS E OS OUTROS
consoante as valências das equipas
VMER devem articular com médico
de emergência no teatro de
regulador do CODU para haver
operações, respeitando a ideia que
concordância no encaminhamento
meios diferenciados (SIV/VMER/
das vítimas às unidades de saúde
HELI) devem assumir esse papel.
e/ou acionamento de mais meios
As equipas das viaturas médicas de
para o local, por exemplo,
emergência e reanimação têm um
helicóptero de emergência médica
papel fundamental, pois, a primeira
(SHEM) ou unidade móvel de
VMER que chega ao local deve
intervenção em crise (UMIPE).
permanecer até ao fim da
Tratando-se de cenários
ocorrência, em concordância com o
multivítimas é muito importante a
médico regulador do CODU, como
organização dos meios e hospitais
equipa responsável na área da
de drenagem. No próprio teatro de
emergência pré-hospitalar gerindo a
operações o responsável das
triagem das vítimas, estado clínico
equipas de emergência
e drenagem hospitalar adequada ao
pré-hospitalar deve-se ir ajustando
seu estado clínico EDITOR
JOÃO CLÁUDIO GUIOMAR Enfermeiro VMER
33
Indice
trata, e o número de vítimas. As
ez Gómez
Indice
d Francisco Fernán
34
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
Estimados leitores,
Este artigo procura mostrar a sua
transplante de órgãos, que foi
relação muito especial com a
publicado no jornal “El País”, e
Este artigo foi uma conversa com
fotografia na UCI. Esta paixão
exposto internacionalmente. Nesse
um amigo. Foi um prazer voltar a
começou quando conheceu as UCI
trabalho vê-se a complexidade e o
contactar uma das pessoas mais
que lhe pareceram
esforço que faz com que algo tão
dedicadas e profissionais que
impressionantes e “violentas”.
triste como a morte signifique vida e
tive a sorte de conhecer.
Durante os primeiros meses, duros,
esperança. São 42 fotografias nas
de adaptação a sua esposa, Rosa,
quais podemos ver a despedida da
FRANCISCO FERNÁNDEZ GÓMEZ,
também enfermeira de UCIP
família do dador, a chegada da
para os amigos Fran, descobriu
(Unidade de Cuidados Intensivos
equipa médico-cirúrgica, a chegada
durante os seus anos de Liceu a
Polivalente?), animou-o a fazer um
do órgão e finalmente ver o resultado
inquietude de ser enfermeiro e rápido
curso de fotografia amadora para
do transplante. Com este trabalho
aprendeu o conceito de “cuidar“.
se descontrair e relaxar.
ganhou um primeiro prémio
Contudo teve, como todos em
Assim, ele inscreveu-se na escola de
em Moscovo.
Espanha, precários e limitados
arte “León Ortega “, em Huelva, onde
A partir desse momento
contratos de trabalho nos meses
terminaria o curso de Graduado
compreendeu que através da sua
no Verão e Natal, tendo sido
Superior em Fotografia Artística, no
fotografia, como “enfermeiro
obrigado a percorrer toda a
ano de 2015. Para o trabalho de final
fotógrafo ou fotógrafo enfermeiro “
geografia de Huelva.
de curso optou por tirar fotografias
poderia transmitir o valor do trabalho
Desde muito cedo que se ligou aos
aos colegas e rotinas da UCIP de
no sistema de saúde numa
cuidados do doente crítico em
forma natural no dia-a-dia. Com
perspectiva documental mas com
urgências hospitalares, e nas
estas fotografias fez um livro que foi
visão artística e com a elegância
urgências de vários centros
muito apreciado e aplaudido
suficiente para manter a dignidade
de saúde.
motivando várias propostas para
dos doentes e seu anonimato, com
Enfermeiro há mais de 25 anos, 10
participar em certames
técnicas de focagem e sombras.
dos quais passados na Unidade de
internacionais como Paris, São
Quando chegou a pandemia, já tinha
Cuidados Intensivos (UCI) do
Petersburgo, Minsk, tendo ganho
a sua câmara preparada e fez a sua
Hospital Juan Ramón Jiménez de
dois prémios na categoria de ciência,
primeira fotografia aquando chegada
Huelva. O lugar mais diferenciado,
nas cidades de Moscovo e Tóquio.
das EPIs (equipamentos de proteção
com mais meios e patologias mais
Outras fotografias individuais foram
individual). A sua intenção só era
complexas em que trabalhou.
galardoadas com prémios
registar algo que ele sabia que faria
Atualmente regressou a um Centro
internacionais e nacionais.
história, e recordemos que nos
de Saúde mantendo a sua ligação
Um dos seus trabalhos mais
primeiros meses não era permitido o
às urgências.
importantes foi sobre a doação e
acesso dos meios de comunicação,
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PANDEMIA: O OLHAR ATRAVÉS DE UMA LENTE
Foto _ Santana de Yepes
o que o tornou numa testemunha
Publicou um livro com o seguinte
E também nesta entrevista
única da primeira vaga.
título “UCI nos tempos de pandemia“
concedida à LIFESAVING, ele termina
As fotografias refletem o medo, as
com fotografias e textos explicativos,
agradecendo a toda a equipa da UCI
ansiedades, a falta de sono. Eram
numa linguagem aberta e emotiva.
do Hospital Juan Ramón Jiménez,
duas realidades paralelas, uma na
Devido à falta de registos da
porque perante a adversidade não
UCI onde os doentes faleciam em
pandemia o jornal “El País”
perderam a esperança e lutaram
menos de 24 horas, sem capacidade
convidou-o a participar no projeto
sempre pelo melhor dos doentes.
para despedir-se nem falar com
“Arquivo COVID” onde as suas
familiares - Fotografias de solidão e
fotografias podem ser consultadas.
morte crua. A outra realidade era social, as pessoas eram conscientes
https://archivocovid.com/autores/
do que estava a acontecer, os meios
fran-fernandez-a0007-an/
de comunicação mostravam a imagem infantil, a cara amável do
É tão reconhecida o seu labor que no
pesadelo que se vivia, animando a
dia de Andaluzia, a 28 de fevereiro o
bater das palmas e fazer desenhos
Governo Andaluz fez um homenagem
para os sanitários, ignorando a
aos profissionais de saúde que
verdadeira cara do vírus. Por isso, o
estiveram na primeira linha, durante
seu projeto tinha que ser leal e
a pandemia, e ele foi escolhido para
verdadeiro com a realidade.
recolher a medalha em representação de todo o colectivo Andaluz. Lembra com emoção e
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agradecimento esse dia.
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EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
Francisco Fernández Gómez
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA LIFESAVING: Agradecemos muito a sua generosidade por nos apresentar o seu trabalho, que nos leva a fazer um passeio pela história desta pandemia COVID-19, através das suas fotografias, acompanhadas pelos seus textos explicativos, com linguagem emotiva, transmitindo-nos a realidade daqueles dias.
Foto _ Francisco Fernández Gómez
Esta é a história de guerra contada por quem viveu nas trincheiras…
"ESTADO DE ALARMA DÍA 1" Aqueles primeiros dias da pandemia eram muito inquietantes, não só enfrentávamos nova realidade desconhecida como a sua percepção mudava constantemente. Os equipamentos de proteção individual (EPIs) passaram a formar
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parte imprescindível do dia-a-dia, apesar de que até essa altura eram quase desconhecidos.
Foto _ Francisco Fernández Gómez
“EQUIPÁNDOSE“ Para colocar os EPIs, foram criados protocolos com listas de verificação supervisionadas por uma profissional que os lia em voz alta. Para tirar os EPIs utilizados e contaminados, foram habilitadas áreas nas quais ficavam diferenciadas as zonas limpa e sujas. Passo a passo, mantinham-se e cumpriam-se rigorosamente os protocolos propostos para garantir não contaminar nada. Igualmente para limpeza da área contaminada. Hoje sabe-se que a única medida
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verdadeiramente eficaz são as máscaras e a ventilação, mas na altura todos os cuidados eram poucos.
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Foto _ Francisco Fernández Gómez
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
“GASOMETRÍA” O facto dos recursos materiais, em concreto as máscaras e os restantes EPIs, se terem convertido num bem essencial, alterou muitos procedimentos. A falta de material de proteção era uma realidade. Era indispensável a correta
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planificação das tarefas e optimizar a utilização dos meios de forma a garantir a segurança de todos os profissionais.
Foto _ Francisco Fernández Gómez
“ENCRUCIJADA“ ... Dentro do local de trabalho era fundamental a separação das chamadas “zonas sujas e limpas “. Considerava-se zona suja, um carril com linhas amarelas e pretas. Os profissionais com os seus EPIs deslocavam-se dum compartimento para outro sem sair da faixa. Por vezes estas confluíam numa encruzilhada onde ficavam presos, metáfora subtil da realidade a que se enfrentavam. Uma encruzilhada de caminhos que num sentido ou outro, terminavam no mesmo
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destino: o isolamento, distância física, máscaras, recolher obrigatório e a luta incessante contra o vírus.
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Foto _ Francisco Fernández Gómez
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
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... E “HACIA LA LUZ”
Foto _ Francisco Fernández Gómez
“PACIENTE CERO” A imagem do nosso doente zero terá um lugar reservado no nosso mapa da dor por ser o inicio do quanto teríamos de viver. Com ele experimentámos pela primeira vez a solidão dum doente num compartimento isolado. A vulnerabilidade potenciada de alguém que tinha caído nas temíveis garras do vírus, envolvida numa atmosfera pesada de medo e inseguranças, que retornava aos cuidadores, igualmente vulneráveis Mas se grande era a solidão do doente, maior era a angústia dos seus familiares e amigos, os quais, na maioria das
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situações, não chegaram nem ter a oportunidade de despedir-se .
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Foto _ Francisco Fernández Gómez
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
“PRONANDO“ A vulnerabilidade é exposta em cada manobra de pronação, pelo que sem saber, estávamos a representar metaforicamente o que o vírus tinha feito com a sua vida, virar de cabeça para baixo o seu projeto vital. É nessa sucessão de decúbitos pronos e supinos, na qual o doente e os profissionais sanitários, vão fazer frente com esta
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espécie de irónica acrobacia, as cruéis piruetas do seu próprio destino.
Foto _ Francisco Fernández Gómez
“HUELLAS“ Este inimigo do ar, silencioso e astuto, veio para ficar demasiado tempo, deixou pegadas que marcaram inexoravelmente as páginas das nossas vidas e a nossa história. Pegadas invisíveis, mas bem marcadas no fundo das pupilas e na expressão de cada olhar. Pegadas que fazem sulcos no rosto e na alma marcada por dor, opressão e angustia. Mas além do visível e o invisível, mas além do tempo …
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ficarão as pegadas…
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Foto _ Francisco Fernández Gómez
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
“ENTRENEVEROS“, “ENCASILLADOS“, ... O nosso presente definiu matizes marcadas por um antes e um depois. Nuances que esqueceram a escala de cinzentos e refletem a realidade cheia de marcados contrastes dignos de uma ficção apocalíptica. Uma sociedade confinada numa ociosa normalidade tão desejada, a prudência e o cumprimento das regras enfrentam o negacionismo letal. O empobrecimento económico duma parte da sociedade frente à especulação e ao lucro dos que encontram na crise uma oportunidade para o enriquecimento. Hospitais colapsados e morgues cheias, frente a salas improvisadas de dança com pessoas sem distância de segurança e sem máscara. Mais além disto, a nossa visão como sanitários
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permitiu-nos ver diariamente, o brutal contraste entre vida e a morte.
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Foto _ Francisco Fernández Gómez
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Foto _ Francisco Fernández Gómez
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
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... E “360 GRADOS“
Foto _ Francisco Fernández Gómez
“ABRAZO“ ... O sentido de responsabilidade, o espírito do sacrifício, a capacidade de entrega e a esperança foram a principal força motivadora que acompanhou os sanitários durante este percurso. Uma esperança que sangrava perante as cifras de mortos e perante o passo do tempo sem trégua. A esperança como único principio e fim neste árduo caminho, sagrada virtude de quem nunca desiste. Origem da força e da temperança nas piores crises e antídoto perante o medo, angústia e inquietação numa sociedade ferida cultural, económica e sanitariamente. A esperança no olhar de quem
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cuidamos e dos que conseguiram, apesar de tudo, salvar a vida.
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Foto _ Francisco Fernández Gómez
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
... E “UNA MIRADA DE ESPERANZA“ EDITORA
EVA MOTERO Médica VMER
Com tudo isto esperamos, caro Francisco, que continues com o teu trabalho, como testemunha do esforço que o desconhecimento nega o valor. Esperamos ainda que estas imagens ensinem e recordem os erros que não devemos voltar a cometer.
EDITOR
Muito obrigada pela colaboração, e desejamos que faças muitas mais exposições por este mudo fora e com muito sucesso.
Eva Motero e Rúben Santos
RUBEN SANTOS Enfermeiro VMER
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Um abraço,
TERTÚLIA VMERISTA
"UPGRADE PARA MONITOR/DESFIBRILHADOR LIFEPAK 15 NA VMER, QUAL A MELHORIA MAIS SIGNIFICATIVA NA TUA OPINIÃO?"
mais “A melhoria será a significativa ecrã que qualidade do boa visão a um possibilita de rua em contexto te quando a especialmen no ecrã. de luz solar inci de problema an gr o a er se Es or. A do antecess por o de dados transmissã portátil o m co h ot blueto upgrade também é um .” or facilitad Pedro Tiago
Silva
“Eu acho qu e apenas o ecrã foi o único avanço nest a mudança. N a determinaç ão da PA e oxim etria muito mais incerta e de difícil leitura .O ECG manté m-se em conformidad e.” Pedro Migue
l Silva
“Software m ais atual……. Ecrã optimiz ado para a rua. …. Ajudas ao SAV……. Dispõe de to dos os parâmetros para
ente m do os nu o ser m r a r u nã mens …é pena o critic ve!” le mais nteiro o Mo Vasc
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a a que de ECG dúvid “Sem de de envio a a facilid etooth é um lu por b lia.” va mais seca a Fon Mónic
50
TERTÚLIA VMERISTA
“ Ponto s nega tivos: M da TA m e suscep ais lenta e m dição ais tível a interfe rê TA enro ncias…mang ue la mais d da e elástic ira ifícil de a muit o além d higien izar, e saltar correr risco para a d cara d e quand e algu o está ém sob te ganch n os sã demas de suporte o... sã ia a maio dos comprid o rp o nas am arte dos su s para po b imprim ulâncias... fu rtes ir ECG nção
automaticamente devia ter a possibilidade de desactivar... Ponto s positivos maior fac ilidade de envio ECG, ec rã mas fácil de ler, maior protec ção contra choques e água.” Christian Chauvin
EDITOR
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NUNO RIBEIRO Enfermeiro VMER TIP
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NÓS POR CÁ
NÓS POR CÁ
A CHEGADA DA ECOGRAFÍA CLÍNICA À EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR DO ALGARVE
Barbancho Molina1 Médico da Sala de Emergência, Centro Hospitalar e Universitário do Algarve - Unidade de Faro
A ecografia médica é uma ferramenta
A aplicação da informática à
portátil com o qual iniciou uma
fundamental na prática clínica diária
ecografia, assim como as melhorias
avaliação ecográfica (de base
e de especial relevo em determinadas
técnicas, tem permitido dotar a
dicotómica), cujo objetivo era
áreas médicas, como a cardiologia e
ecografia com inúmeros
determinar a existência ou não de
ginecologia. Atualmente a evolução
complementos como doppler a cores,
líquido no abdómen, o que permitiria,
técnica e a criação de diferentes
doppler pulsado, além de ter
em caso de ser positivo, direcionar
aplicações médicas, têm apresentado
permitido diminuir o tamanho dos
directamente o doente ao bloco
um crescimento exponencial no
aparelhos. Estes avanços criaram as
operatório, acelerando a aplicação do
número de áreas clínicas onde pode
bases de um novo ramo da ecografia
tratamento correto.
ser utilizada.
médica convencional, que foi posteriormente definida como Point
Depois destes acontecimentos
of care ou bedside. O local onde foi
naquele Hospital, o Dr Liu2 formou uma
aparelho de ultrasons no Instituto
utilizado pela primeira vez a ecografia
equipa que desenvolveu uma formação
Naval de Investigação Médica no fim
com este formato, e de forma pouco
em ecografia clínica obrigatória para
dos anos quarenta, sob a base do
consciente, foi em 1991 na cidade
todos os internos da especialidade de
fenómeno da piezoelectricidad,
Los Angeles (Califórnia), durante os
Emergência, esta inovação foi
descrito por Pierre Curie em 1890. No
confrontos produzidos entre
posteriormente extrapolada para o país
ano 1957 foi criado o aparelho
diferentes gangs, que produziu
inteiro, sendo criado na American
percursor dos que conhecemos na
inúmeros feridos por arma branca,
College of Emergency Physicians em
atualidade, fruto do trabalho
arma de fogo e acidentes de viação.
1995, a secção de Ecografia de
desenvolvido pelo Dr Donald e pelo
O hospital Los Angeles Country
Emergência. No ano 2001 o The
Engenheiro Tom Brown, que criaram
Southern of Califórnia, recebeu
Americam College of Emergency of
um scanner bimensional sem
inúmeros destes doentes com
Physicians cria a primeira guideline
necessidade do uso da técnica de
suspeita de hemorragias internas,
sobre ecografia clínica3
submersão utilizada.
que precisavam urgentemente de
Contemporâneamente o físico Dr John
realizar uma TAC. Uma situação
Hoje a ecografia realizada pelo
Wild é reconhecido como o pai da
complexa já que o aparelho se
mesmo profissional que atende
ecografia médica, depois de ter sido o
encontrava três pisos acima do nível
inicialmente o doente, sob um
primeiro a obter imagens de tecidos
do serviço de urgência. Por esta
conceito dicotómico (tem ou não
mediante a aplicação de ultrassons.
altura um dos médicos levou ao
tem), e que em conjunto com a
serviço de urgência um ecógrafo
informação clínica da exploração
O Dr George Ludwig
1,2
desenvolveu o
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1
Indice
permite formalizar uma atitude
desenvolvido sob a estrutura criada
(politraumatizado major, hipotensão/
terapêutica, é definida de várias
pelos protocolos já existentes de
shock, dispneia/falência respiratória),
formas, sendo os sinónimos mais
ecografia clínica, os quais serão
para assim poder encurtar o tempo de
frequentes, ecografia clínica, point of
integrados nos fluxogramas de decisão
diagnóstico e fazer uma terapêutica
care ou bedside, estas duas mais
normalmente utilizados na VMER.
mais focada na base etiológica
frequentes no mundo anglo-saxónico.
A fase inicial da formação será
Esta técnica é aplicada em diferentes
baseada no procolo eFAST (Extended
BIBLIOGRAFIA
áreas como a urgência, a emergência
Focused Assessment with sonography
1.
pré-hospitalar, em cuidados
in Trauma), com o qual se aprendem as
The History of US: From Bats and Boats to the
intensivos, etc.
bases da avaliação abdominal e
Bedside and Beyond:RSNA Centennial Article.
torácica, perante a suspeita de líquido
RadioGraphics 35, 960–970 (2015).
Kaproth-Joslin, K. A., Nicola, R. & Dogra, V. S..
O Centro Hospitalar Universitário do
livre. Posteriormente avançar-se-á para
Algarve, em conjunto com a
a avaliação pulmonar mediante o
and Ultrasound.” Annals of Emergency Medicine
Coordenação das Viaturas Médicas de
protocolo BLUE (Bedside Lung
65 (2015): 346-347.
Emergência e Reanimação (VMER) de
Ultrasound Exam) e o FEEL (Focused
Faro, tem desenvolvido um programa
Echocardiografic Evolution in
Emergency ultrasound guidelines. Ann Emerg
de formação que pretende integrar a
Resuscitation), sendo o último o
Med. 2009 Apr;53(4):550-70. doi: 10.1016/j.
ecografia clínica nos protocolos
protocolo RUSH (Rapid Ultrasound in
annemergmed.2008.12.013. PMID: 19303521.
assistenciais de todas as VMER do
shock and hypotension).
Algarve ( Faro , Albufeira, Portimão),
O objetivo final é que o operacional da
com o alvo de melhorar a qualidade
VMER seja capaz de integrar a
assistencial dos doentes, mediante a
informação da ecografia clínica na
formação dos dois elementos da
avaliação inicial da abordagem
equipa (médico e enfermeiro). O
pré-hospitalar nas doenças, com maior
conteúdo das formações vai ser
potencial de morbimortalidade
54
2.
3.
Liu, Rachel B.. “Pediatric Emergency Critical Care
American College of Emergency Physicians.
EDITORA
CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM
Indice
55
Indice
56
NÓS POR CÁ
NÓS POR CÁ
ERASMUS MUNDUS MASTER COURSE IN EMERGENCY AND CRITICAL CARE NURSING Ana Agostinho1 1
Enfermeira VMER de Faro e Albufeira
Nos meses de outubro e novembro
A colaboração da equipa da VMER de
Mais uma vez, foi uma experiência
de 2021, a equipa da VMER de Faro
Faro foi no sentido de proporcionar
que se revelou enriquecedora para os
colaborou uma vez mais com a
estágios de observação a dois alunos
participantes, quer para a equipa
Escola Superior de Saúde da
do curso, com duração entre 30 e 60
VMER envolvida em cada turno, quer
Universidade do Algarve (UAlg), no
horas no seu total.
para os estudantes observadores,
mestrado em Enfermagem de
Assim, cada um dos alunos teve
pela análise informal efetuada no
Emergência e Cuidados Críticos
oportunidade de observar a
final dos estágios.
- Erasmus Mundus, à semelhança do
intervenção da equipa nas diversas
A equipa da VMER de Faro manifesta,
que já ocorrera em Outubro e
saídas que a VMER teve ao longo do
uma vez mais, a sua disponibilidade
Novembro de 2019.
tempo de duração do estágio.
para colaborar em futuras
O Erasmus Mundus Joint Master
No período de 18 de outubro a 1 de
oportunidades de formação neste
Degree in Emergency and Critical Care
novembro esteve connosco o
âmbito e outras que possam surgir, e
Nursing é oferecido através de um
estudante Karim Jebuni Feseini, do
agradece a prestimosa colaboração
consórcio entre a Universidade de
Gana e, de 15 a 19 de Novembro,
da Sra. Professora Filomena Matos
Oviedo (Espanha), a Universidade do
estagiou a estudante Panyada
Algarve e o Instituto Politécnico de
Cholsakhon, da Tailândia.
Santarém (Portugal) e a Universidade de Napier (Reino Unido)1.
EDITORA
https://www.ualg.pt/curso/1705
57
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1
ANA AGOSTINHO Enfermeira VMER Heli INEM
Indice
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“UM PEDACINHO DE NÓS”
UM PEDACINHO DE NÓS Ana Rodrigues1, Teresa Castro 2 2
Enfermeira das VMER de Faro e Albufeira, Enfermeira da VMER de Albufeira
Voltamos com a nossa rubrica “Um
onde completou o Mestrado em
Transmite-nos com esta simples
Pedacinho de nós”, na qual iremos
Medicina, em língua inglesa, na
frase as emoções e a ambição que
apresentar-vos a Isabel Rodrigues, a
Faculdade de Medicina da
fizeram parte desta sua etapa de
nossa médica da VMER Faro
Universidade Masaryk em Brno.
vida, não só em realizar o tão
e Albufeira.
Estudar no estrangeiro não era a sua
desejado curso de Medicina, como na
Nasceu em São Brás de Alportel,
primeira opção, mas, uma vez que
imensa vontade em regressar ao seu
situado entre o barrocal e a serra do
sonhava ser médica desde muito
belo “Algarve”: “ADOREI ter estudado e
Caldeirão, (na verdade nasceu no
pequenina, e por não ter atingido a
ter vivido fora, mas, como boa e
Hospital de Faro, mas é natural de
média escolar necessária para
orgulhosa algarvia que sou, regressei,
São Brás de Alportel, aka “Centro
frequentar este curso em Portugal, os
inicialmente não para o Algarve, mas
do Universo”).
seus pais proporcionaram-lhe a
com eventual regresso inevitável.”
O seu percurso escolar desde o
oportunidade de concretizar este
Ao longo deste seu percurso
pré-escolar até ao ensino secundário
sonho. E foi com essa convicção,
Universitário jamais havia ponderado
foi realizado na sua cidade natal, até
coragem e determinação que
estar ligada à emergência médica,
que, um belo dia, embarcou num
concretizou esse objetivo
como está atualmente. Aliás, foram
“aviãozinho” até à República Checa,
tão desejado.
várias as vezes que chegou a afirmar
59
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1
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60
“UM PEDACINHO DE NÓS”
que não fazia parte das suas
impressionada com a existência de
ir beber um copo ao fim de semana,
escolhas futuras!!…. No entanto, logo
um humilde e corajoso popular que
deixar de usar mascara
após ter iniciado o internato geral, a
se encontrava no local, disponível e
obrigatoriamente... enfim, coisas
sua curiosidade em relação ao
empenhado em ajudar a vítima. Outra
simples!”. Afirma a mesma, serem
pré-hospitalar começou a crescer, e
ocorrência que marcou deveras o seu
estes os seus projetos futuros pelos
ser “médica da VMER” passou a ser
percurso no pré-hospitalar foi um
quais tanto anseia.
um objetivo. Sentia que poder fazer a
despiste de um ligeiro que ficou
É com agrado e muita satisfação que
diferença no desfecho de uma
suspenso numa valeta, com um
reconhece ter a sorte e a
ocorrência de emergência, logo no
desencarceramento complicado e
oportunidade de trabalhar noutras
local, devia ser a melhor sensação do
demorado com difícil e quase
frentes da emergência médica, uma
mundo!!! Concretizou esse objetivo
impossível acesso á vítima
vez que é médica CODU e médica do
em 2013, com todo o seu
politraumatizada. Outro dos
Serviço de Helicópteros de
entusiasmo, euforia e dedicação, e
episódios com grande implicação
Emergência (SHEM), o que sem
iniciou logo turnos que pareciam
psicológica e algo “chocante” que
dúvida, a torna mais feliz e
infindáveis nas VMER de Faro
nos conta foi o ter chegado a uma
complementa a sua formação e a sua
e Albufeira.
casa onde estava uma mãe a olhar
atitude em contexto de emergência.
Ao longo de todos estes anos
para a massa encefálica do filho que
Por último afirma: “Para mim ser
presenciou múltiplas situações
tinha acabado de se suicidar com um
médica na emergência pré-hospitalar
caricatas, umas boas e outras más,
tiro de caçadeira na cabeça, bem
tem sido um orgulho, no entanto, entre
lembra-se de situações “divertidas”
como a ocorrência de um
todas as pessoas às quais tenho que
tais como:
assassinato da uma avó presenciado
agradecer pelo apoio neste percurso,
Uma ocorrência em que foram
pelas netas…
sinto que devo reconhecer a toda a
chamados por abuso de heroína e,
A grande questão que a nossa
equipa de enfermagem com a qual
assim que administramos o
entrevistada nos coloca em forma
tenho trabalhado, a dedicação, o
antagonista, a vítima disse-lhes:
de desabafo é: “Como se gere este
empenho, a ajuda e tudo o que me
“Então? Cortaste-me a moca porquê?
stress?”. Assim sendo, revela-nos
têm ensinado.”
Estou a celebrar ter saído da
que ainda está longe de ter essa
reabilitação hoje.”
resposta, sólida e segura. Também
Lembra também quando foi ativada
nos evidencia que tem por norma
para um jovem inconsciente, e
refletir muito após cada ocorrência,
chegaram ao local e a vítima estava a
sobre o que foi feito, e o que
tomar banho (sozinho) para ir limpo
poderia ter corrido melhor, e avalia
para o hospital;
as situações sempre como forma
Confessa-nos, que tem
de aprendizagem.
maioritariamente gravadas as
Atualmente é Interna de Formação
situações menos boas, como que em
Específica de Medicina Interna do
jeito de aprendizagem e crescimento
Hospital de Faro e, por motivos
pessoal e profissional… Dá-nos um
pessoais e familiares, não possui
exemplo de uma paragem
tanta disponibilidade para trabalhar
cardiorrespiratória num bebé, e de
na VMER, no entanto, reconhece: “O
um trauma com amputação do
bichinho continua cá dentro!”.
membro inferior, em que a vítima se
Assegura também que, como o seu
mantinha positivo e agradecido por
tempo para hobbies também este é
se manter vivo. Nessa mesma
limitado, de momento sonha com
ocorrência diz-nos que ficou
“voltar a viajar, ler um livro até ao fim,
EDITORA
ANA RODRIGUES Enfermeira VMER Heli INEM
EDITORA
61
Indice
TERESA CASTRO Enfermeira VMER
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA
EDITORA
TERESA FARIA DA MOTA Médica VMER
EDITORA
Indice
SOLANGE MEGA Enfermeira SIV/VMER
62
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA
"IT IS AMAZING WHAT YOU CAN ACCOMPLISH IF YOU DO NOT CARE WHO GETS THE CREDIT." – HARRY TRUMAN
AUTOR: PEDRO PAIVA
63
Indice
TEPH SIV LAGOS
TESOURINHO VMERISTA
Pedro Oliveira Silva 1 1
Médico VMER
"Numa madrugada em que os termómetros em Faro apresentavam uma temperatura estranhamente baixa, o anúncio de uma nova saída conseguiu inundar-nos de calor, sendo que o alerta era de uma jovem, nos seus 30 anos, que teria sofrido um acidente/agressão e como fator de gravidade tinha um objeto empalado no seu corpo de localização indeterminada.
Congressos e Cursos
À nossa chegada ao local, qual nosso espanto quando uma jovem se aproxima de nós, sem qualquer tipo de dano aparente, nos direcciona para outra vítima, esta do sexo masculino, com um fácies de dor e vergonha. À exploração inicial não foram detectados objetos e quando questionado o senhor nos
direciona para a região sagrada e para um objecto de cariz sexual inserido na totalidade na cavidade rectal, exclamando "as brincadeiras que nos metemos". Resultado: viagem ao serviço de urgência ao cargo da cirurgia geral para remoção do dito!"
VI JORNADAS TÉCNICAS DE MEDICINA INTENSIVA 19 a 20 de Fevereiro 2022 | Online
ICE - INTERNATIONAL CONGRESS ON EMERGENCY 2022 1 de Abril de 2022 | Teatro das Figuras, Faro, Portugal EDITOR
Indice
PEDRO OLIVEIRA SILVA Médico VMER CODU
64
TESOURINHO VMERTISTA
FRASE MEMORÁVEL
“O vulcão que abalou, não só o Pacífico, mas todo o mundo” (…) “O tsunami chegou ao Japão, ao Chile, ao Peru a aos EUA, pelo Pacífico, e subiu o nível do mar em Portugal, pelo Atlântico. O vulcão marítimo é parecido com o dos Capelinhos, mas muito mais explosivo”. In Jornal on-line Obervador | 18 jan 2022 Fonte: https://observador.pt/2022/01/18/o-vulcao-que-abalou-nao-so-o-pacifico-mas-todo-o-mundo-porque-e-que-a-erupcao-de-tonga-se-sentiu-ate-em-portugal/
“Erupção do vulcão de Tonga foi equivalente a milhares de bombas de Hiroshima” “A NASA estima que a erupção do vulcão de Tonga tenho libertado energia correspondente a cerca de 4 a 18 megatoneladas de TNT. Bomba de Hiroshima libertou 15 mil toneladas”.
In Jornal on-line Obervador | 24 jan 2022, 22:00
65
Indice
Fonte: https://observador.pt/2022/01/24/erupcao-do-vulcao-de-tonga-foi-equivalente-a-milhares-de-bombas-de-hiroshima/
BEST SITES
EMergucate Neste blog reservado à temática da emergência médica poderá encontrar múltiplos podcasts e posts de divulgação clínica (incluindo as
componentes imagiológica, laboratorial e eletrocardiográfica), módulos de aprendizagem e um fórum de discussão
https://www.emergucate.com/
[TMF] The Medical Futurist The Medical Futurist é um site que mostra uma visão futurista e inspiradora dos cuidados de saúde, divulgando os avanços mais
recentes nas tecnologias digitais, inteligência artificial e dispositivos médicos desta nova era de inovações em Medicina
EDITOR
Indice
BRUNO SANTOS Médico VMER
66
https://medicalfuturist.com/future-emergency-medicineinnovations-making-patients-point-care/
BEST APPS
BEST APPS Seguindo a linha das temáticas apresentadas nas revistas apresento mais uma aplicação que se poderá revelar útil quando é difícil manusear o telefone para pedir ajuda e outra que pode ser um bom auxiliar de registo para quem tem epilepsia.
SEIZURE EMERGENCY ALERT Desenvolvido pelos The Texas
executável em qualquer parte do
Guardians. Este aplicativo é uma
mundo. Durante a emergência basta
maneira fácil e rápida de enviar um
agitar o celular para o alerta ativar. Se
alerta SOS em caso de convulsão.
não for possível agitar, basta
Permite escolher os números de
pressionar o botão liga / desliga 4
telefone de emergência o que o torna
vezes e o alerta será ativado
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.seizure.alert
EPILEPSY JOURNAL Aplicação que lhe permite
das tendências e padrões da sua
documentar diariamente variáveis
epilepsia. Esta aplicação servirá
relativas à sua epilepsia, tais como
como uma ajuda de comunicação
tipos e causas de ataque. A
preciosa, permitindo que gere um
informação registada é organizada
relatório conciso e profissional que
em gráficos fáceis de ler que lhe
pode ser partilhado com os
permitem uma rápida visualização
seus médicos
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.ollytreeapplications.epilepsyjournal
EDITOR
67
Indice
PEDRO LOPES SILVA Enfermeiro VMER Heli INEM
Indice
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve 68
GENELAB BY ABC - LABORATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO GENÉTICA É na universidade do Algarve que
de mil doenças raras.
O ABC irá realizar testes em áreas
vai ficar sediado provisoriamente o
Num futuro próximo, irá integrar o
como a neurologia, cardiologia e
primeiro laboratório de
novo edifício dedicado à saúde e
oncologia, o que é fundamental para
investigação genética no Algarve.
investigação, que será construído em
a escolha do melhor tratamento
Através de um financiamento
Loulé. Esta infraestrutura pretende
possível para cada doente.
europeu de mais de 1 milhão de
corrigir diversas carências da região
euros, o laboratório GENELAB by
do Algarve, neste caso específico no
Contacte-nos através do site
ABC, vai poder diagnosticar mais
domínio dos exames genéticos.
https://genelab-abc.pt
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve
O ABC no âmbito da candidatura
intitulada “ABC COVID-19”, foi
de "Melhor Projeto" e recebeu um
apresentada à 14.ª Edição do Prémio
selecionado como um dos
Certificado de Boas Práticas.
de Boas Práticas em Saúde (PBPS),
candidatos ao Prémio na categoria
69
Indice
PROJETO “ABC COVID-19” RECEBE CERTIFICADO DE BOAS PRÁTICAS
Defective chromosome separation in a cell derived from a patient with biallelic mutations in the BUB1 gene. Mitotic chromosomes, magenta; centromeres, green; spindle, blue © Sara Carvalhal, 2022
ESTUDO CIENTÍFICO COM PARTICIPAÇÃO ABC: IDENTIFICADOS OS PRIMEIROS PACIENTES COM NOVA DOENÇA RARA CAUSADA POR ERROS NA DIVISÃO CELULAR Um novo estudo publicado na Science
clínicas e moleculares semelhantes
Human Genetics do Diagnostic and
Indice
Académico depacientes Investigação e Formação do Algarve Advances descreve os doisCentro primeiros às dos descritos, como aBiomédica Research Center for Molecular pacientes com mutações em ambas
aneuploidia variegada em mosaico
BioMedicine, Áustria; o Cancer Center
as cópias de BUB1, um gene crucial
(MVA), as coesinopatias e a
Amsterdam, o Department of Clinical
para a divisão celular. Contrariamente
microcefalia primária (MCPH).
Genetics dos Amsterdam University
ao que se pensava, estas mutações
O estudo foi desenvolvido pelo
Medical Centers, e Northwest Clinics,
são compatíveis com a vida, apesar
Instituto Gulbenkian de Ciência em
Países Baixos.
de estarem associadas a problemas
colaboração com o Algarve
do desenvolvimento.
Biomedical Center Research Institute,
Sara Carvalhal irá agora dedicar-se a
Este estudo colaborativo entre
Portugal; a Unit of Clinical Genetics da
esta linha de investigação e estudar o
médicos e investigadores contribui
Paracelsus Medical University, o
efeito dos erros na divisão celular
também para a compreensão de
Department of Pediatrics da University
nas doenças raras no seu próprio
doenças raras com caraterísticas
Hospital Salzburg, o Institute of
laboratório no ABC.
70
FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD | ABC | FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE (UALG) - PÓS-GRADUAÇÃO EM FUNDAMENTOS DA MEDICINA Após o sucesso da primeira edição em
entidades. Este novo grupo de alunos
investigadores da Fundação
2020, iniciou-se um novo ciclo de
que integra a Pós-Graduação em
Champalimaud e o método PBL
estudos em Janeiro de 2022, com a
Fundamentos da Medicina, contam
(Problem-Based Learning) do Mestrado
renovação da parceria ente estas
com a vasta experiência dos
Integrado em Medicina da UALG.
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve
No âmbito de um dos projetos de
Programa Operacional Regional do
âmbito do referido projeto. Este
investigação do ABC, já está em
Algarve (CRESC Algarve 2020).
projeto tem como principal objetivo
curso o projeto ALFAScore – Algarve
Atualmente, já foram contratados 4
o desenvolvimento de uma
Fit Ageing Score. Trata-se de um
bolseiros de investigação, os quais
ferramenta que permita avaliar o
projeto cofinanciado por fundos
vão ficar dedicados a 100% às
grau de envelhecimento da
europeus, nomeadamente pelo
atividades a serem desenvolvidas no
população da região do Algarve.
71
Indice
PROJETO ALFAScore – ALGARVE FIT AGEING SCORE BY ABC
PRÉMIO DE BOAS PRÁTICAS 2022 - Algarve Active Ageing O Programa para uma Sociedade
Durante o primeiro semestre de
Este encontro regional pretende
Longeva – PSL lança a primeira
2022, terá lugar o Encontro Regional
promover e divulgar as melhores
edição do Prémio de Boas Práticas
do Algarve de Inovação e Boas
práticas da região do Algarve no
2022 Algarve Active Ageing – A3
Práticas no Envelhecimento Ativo e
âmbito do envelhecimento ativo e
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve para a região do Algarve, em parceria Saudável, onde serão apresentadas saudável e fomentar o diálogo e o com o Reference Site Algarve Active
as melhores candidaturas, votados e
debate na procura de melhores
Ageing, com a Comissão de
anunciados os vencedores do
soluções e abordagens para a
Coordenação e Desenvolvimento
Prémio de Boas Práticas 2022
melhoria da qualidade de vida da
Regional do Algarve, com o Centro
Algarve Active Ageing.
população sénior.
Académico Algarve Biomedical Center e a Universidade do Algarve. As candidaturas estão abertas até ao dia 25 de fevereiro de 2022.
Indice
https://www.ualg.pt/programa-para-uma-sociedade-longeva-promove-concurso-de-fotografia
72
CENTROS DE PROMOÇÃO DE VIDA SAUDÁVEL E ENVELHECIMENTO ATIVO em Tavira O ABC como coordenador do centro
O ABC propõe-se a criar o Campus
para o Envelhecimento e Para a
de referência para o Envelhecimento
Med Life, destinado à formação num
Doença, numa parceria entre o ABC e
Ativo e Saudável - Algarve Active
estilo de vida saudável, associada ao
a Universidade Johns Hopkins,
Ageing (A3) tem promovido com o
Estilo de Vida Mediterrânea, com
promovendo a manutenção da
Algarve Active Ageing Hub iniciativas
formação prática, complementada
capacidade física e cognitiva da
desde a investigação laboratorial,
com o recurso a tecnologias de
população e a reabilitação nas
translacional, clínica, formação e
realidade virtual. Será ainda criado
situações de doença.
aplicação na comunidade.
um Centro de Terapêuticas Digitais
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve
CENTROS DE TESTAGEM ABC COVID-19
Albufeira | Aljezur | Castro Marim | Faro/Loulé | Lagos | Lagoa | Moura | Portimão | São Brás de Alportel | Silves | Tavira | Vila Real de Santo António https://abc.masterinsoft.com/
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Indice
Mourão C, Cartaxo V, Marques N.
Indice
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– Entrada grátis em webinares formativos a organizar pela APEMERG; – Descontos nos eventos a organizar pela APEMERG; – Participar na Assembleia Geral da APEMERG, nos termos definidos nos estatutos; – Prioridade na participação em projectos educacionais e estudos que a associação vier a promover; – Convites para entrada em eventos de parceiros na área do doente crítico. – Descontos em eventos realizados pelos nossos parceiros".
Scan para inscrição
1 Abril 2022 Teatro das Figuras, Faro
75
Indice
REGISTO ONLINE: WWW.APEMERG.PT
Indice
76
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO – Novembro de 2021
A Revista LIFESAVING (LF) é um órgão de publicação pertencente ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e dedica-se à promoção da ciência médica pré-hospitalar, através de uma edição trimestral. A LF adopta a definição de liberdade editorial descrita pela World Association of Medical Editors, que entrega ao editorchefe completa autoridade sobre o conteúdo editorial da revista. O CHUA, enquanto proprietário intelectual da LF, não interfere no processo de avaliação, selecção, programação ou edição de qualquer manuscrito, atribuindo ao editor-chefe total independência editorial. A LF rege-se pelas normas de edição biomédica elaboradas pela International Commitee of Medical Journal Editors e do Comittee on Publication Ethics.
respectivos autores. A LF reserva-se o direito de publicar ou não os artigos submetidos, sem necessidade de justificação adicional. A LF reserva-se o direito de escolher o local de publicação na revista, de acordo com o interesse da mesma, sem necessidade de justificação adicional. A LF é uma revista gratuita, de livre acesso, disponível em https://issuu.com/lifesaving. Não pode ser comercializada, sejam edições impressas ou virtuais, na parte ou no todo, sem autorização prévia do editor-chefe.
3. Direitos Editoriais Os artigos aceites para publicação ficarão propriedade intelectual da LF, que passa a detentora dos direitos, não podendo ser reproduzidos, em parte ou no todo, sem autorização do editor-chefe.
2. Informação Geral A LF não considera material que já foi publicado ou que se encontra a aguardar publicação em outras revistas. As opiniões expressas e a exatidão científica dos artigos são da responsabilidade dos
4. Critérios de Publicação 4.1 Critérios de publicação nas rúbricas
originais em qualquer das categorias em que se desdobra, de acordo com os seguintes critérios de publicação: Nós Por Cá - Âmbito: Dar a conhecer a realidade de actuação das várias equipas de acção pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Dimensão: 250 palavras. Tertúlia VMERISTA - Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante. Dimensão: 250 palavras. Minuto VMER - Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos. Dimensão: 1000 palavras Fármaco Revisitado - Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER. Dimensão: 500 palavras
A LF convida a comunidade científica à publicação de artigos
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Indice
1. Objectivo e âmbito
Journal Club - Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. Dimensão: 500 palavras
Cuidar de Nós - Âmbito: Diferentes temáticas, desde psicologia, emocional, metabólico, físico, laser, sempre a pensar no auto cuidado e bem estar do profissional. Dimensão: 500 palavras.
Nós e os Outros - Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a actuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. Dimensão: 1000 palavras
Pedacinho de Nós - Âmbito: Dar a conhecer os profissionais das equipas de emergência pré-hospitalar. Dimensão: 400 palavras.
Ética e Deontologia - Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. Dimensão: 1000 palavras Legislação - Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. Dimensão: 500 palavras O que fazer em caso de... - Âmbito: Informação resumida mas de elevada qualidade para leigos em questões de emergência. Dimensão: 500 palavras.
Indice
Mitos Urbanos - Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. Dimensão: 1000 palavras.
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Tesourinhos VMERISTAS - Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da nossa experiência enquanto VMERistas. Dimensão: 250 palavras Congressos Nacionais e Internacionais - Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica. Di-mensão: 250 palavras. Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar - Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica préhospitalar -Dimensão: 250 palavras Cartas ao Editor - Objetivo: comentário/exposição referente a um artigo publicado nas últimas 4 edições da revista promovendo a discussão e visão crítica. Poderão ainda ser enviados observações, casuísticas particularmente interessantes de temáticas atuais que os autores desejem apresentar aos leitores de forma concisa.
- Instruções para os autores: 1. O corpo do artigo não deve ser subdividido; sem necessidade de resumo ou palavras-chave. 2. Deve contemplar entre 500 a 1000 palavras, excluindo referências, tabelas e figuras. 3. Apenas será aceite 1 figura e/ou 1 tabela. 4. Não serão aceites mais de 5 referências bibliográficas. Devendo cumprir as normas instituídas para revista. 5. Número máximo de autores são 4. Instantâneos em Emergência Médica - Âmbito: Fotografias em contexto pré-hospitalar, contextualizadas nas diversas áreas da Emergência. - Formato: Título; Autores – (primeiro nome, último nome, título, categoria profissional opcional); imagem em formato JPEG com resolução original); Legenda explicativa com breve enquadramento ou breve comentário acerca do sentido da imagem para o Autor. – máx. 100 palavras. É de a responsabilidade dos autores respeitar a POLITICA DE PRIVACIDADE, De acordo com o art. º13.º do Regulamento Europeu de Proteção de Dados Pessoais Reg. UE 201/679. Os Autores são responsáveis por respeitar e obter o consentimento de imagem, quando necessário ( n.º 1 do artigo 79.º do C.C).
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
Posters em Emergência Médica - Âmbito: Apresentação sumária de Póster científico original, sobre a temática da Emergência pré e intra-hospitalar, e do doente crítico. Dimensão: 800 a 1000 palavras. Limite de tabelas e imagens: 6
5. Referências Os autores são responsáveis pelo rigor das suas referências bibliográficas e pela sua correta citação no texto. Deverão ser sempre citadas as fontes originais publicadas. A citação deve ser registada empregando a Norma de Vancouver
4.2 Critérios gerais de publicação
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Indice
O trabalho a publicar deverá ter no máximo 120 referências. Deverá ter no máximo 6 tabelas/ figuras devidamente legendadas e referenciadas. O trabalho a publicar deve ser acompanhado de no máximo 10 palavras-chave representativas. No que concerne a tabelas/ figuras já publicadas é necessário a autorização de publicação por parte do detentor do copyright (autor ou editor). Os ficheiros deverão ser submetidos em alta resolução, 800 dpi mínimo para gráficos e 300 dpi mínimo para fotografias em formato JPEG (.Jpg), PDF (.pdf). As tabelas/figuras devem ser numeradas na ordem em que ocorrem no texto e enumeradas em numeração árabe e identificação. No que concerne a trabalhos científicos que usem bases de dados de doentes de instituições é necessário fazer acompanhar o material a publicar do consentimento da comissão de ética da respectiva instituição. As submissões deverão ser encaminhadas para o e-mail: revistalifesaving@gmail.com
Estatuto Editorial
Indice
A Revista LIFESAVING é uma publicação científica e técnica, na área da emergência médica, difundida em formato digital, com periodicidade trimestral. Trata-se de um projeto inovador empreendido pela Equipa de Médicos e Enfermeiros das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) de Faro e de Albufeira, pertencentes ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, e que resultou da intenção estratégica de complementar o Plano de formação contínua da Equipa. A designação “Lifesaving”, que identifica a publicação, é bem conhecida por todos os profissionais que trabalham na área da emergência médica, e literalmente traduz o desígnio da nobre missão que todos desempenham junto de quem precisa de socorro – “salvar vidas”. Esta Publicação inovadora, compromete-se a abraçar um domínio editorial pouco explorado no nosso país, com conteúdos amplamente dirigidos a todos os profissionais que manifestam interesse na área da emergência médica. Através de um verdadeiro trabalho de Equipa dos vários Editores da LIFESAVING, e
80
aproveitando a sua larga experiência em Emergência Médica, foi estabelecido o compromisso de apresentar em cada número publicado, conteúdos e rubricas de elevada relevância cientifica e técnica no domínio da emergência médica. Por outro lado, este valioso instrumento de comunicação promoverá a partilha das ideias e conhecimentos, de forma completa, rigorosa e assertiva. Proprietário: Centro Hospitalar Universitário do Algarve, E.P.E. NIPC: 510 745 997 Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro N.º de registo na ERC: 127037 Diretor: Dr. Bruno Santos Editor-Chefe: Dr. Bruno Santos Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro Sede da redação: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro Periodicidade: trimestral
TIPO DE CONTEÚDOS Esta publicação periódica pretende ser uma compilação completa de uma seleção de matérias científicas e técnicas atualizadas, incluídas em grande diversidade de Rubricas, incluindo: – “Nós Por Cá” – Âmbito: Dar a conhecer a realidade de atuação das várias equipas de ação pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Poderá incluir também a descrição sumária de atividades, práticas ou procedimentos desenvolvidos localmente, na área da emergência médica – Dimensão: 500 palavras; – “Tertúlia VMERISTA” – Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante – Dimensão: 250 palavras;
– “Minuto VMER” – Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos, ou de aspetos práticos relacionados com Equipamentos utlizados no dia-à-dia. Dimensão: 1000 palavras; – “Fármaco Revisitado” – Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar, ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER. – Dimensão: 500 palavras; – “Journal Club” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Nós e os Outros” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a atuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. -Dimensão: 1000 palavras; – “Ética e Deontologia” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Legislação” – Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. – Dimensão: 500 palavras; – “O que fazer em caso de…” – Âmbito: Informação resumida, mas de elevada qualidade, para leitores não ligados à área da saúde, ou da emergência médica -Dimensão: 500 palavras; – “Mitos Urbanos” – Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. -Dimensão: 1000 palavras;
ESTATUTO EDITORIAL
PREVISÃO DO NÚMERO DE PÁGINAS: 50; TIRAGEM: – não aplicável para a publicação eletrónica, não impressa em papel.
ONDE PODERÁ SER CONSULTADA: Pode ser consultada no site do CHUAlgarve, no setor “Comunicação”, no domínio http:// www.chualgarve.min-saude.pt/ lifesaving/, e adquirida gratuitamente por subscrição nesse mesmo site. Não dispomos ainda de um site oficial para organização dos nossos conteúdos, de modo que atualmente todas as Edições estão a ser arquivadas no Repositório Internacional ISSUU, onde poderão ser consultadas gratuitamente (https://issuu.com/lifesaving). Marcamos presença ainda noutras plataformas de divulgação (Facebook, Instagram, Twiter e Youtube).
N.º 1 do art.º 17.º da Lei de Imprensa: Garanta de liberdade de imprensa: 1 - É garantida a liberdade de imprensa, nos termos da Constituição e da lei. 2 - A liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações. 3 - O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura
DIVULGAÇÃO DA LIFESAVING: A LIFESAVING será difundida no site do Centro Hospitalar do Algarve (no setor média e imagem), e sua Intranet, com possibilidade da sua subscrição para receção trimestral via e-mail. Inserida on-line no repositório de publicações ISSUU, adquirindo um aspeto gráfico otimizado para tornar a leitura ainda mais agradável. Será também difundida na página de Facebook da VMER de Faro, página própria com o nome LIFESAVING.
81
Indice
– “Cuidar de Nós” – Âmbito: Discussão de diferentes temáticas, de caráter psicológico, emocional, metabólico, físico, recreativo, centradas no autocuidado e bem estar do profissional da emergência. -Dimensão: 500 palavras; – “Pedacinho de Nós” – Âmbito: Dar a conhecer, em modo de entrevista, os profissionais da Equipa das VMER de Faro e Albufeira ou outros Elementos colaboradores editoriais da LIFESAVING. – Dimensão: 500 palavras; – “Vozes da Emergência” – Âmbito: Apresentar as Equipas Nacionais que desenvolvem trabalho na Emergência Médica, dando relevância a especificidade locais e revelando diferentes realidades. – Dimensão 500 palavras; – “Emergência Global” – Âmbito: publicação de artigos de autores internacionais, que poderão ser artigos científicos originais, artigos de opinião, casos clínicos ou entrevistas, pretendendo-se divulgar experiências enriquecedoras, além fronteiras; – “Tesourinhos VMERISTAS” – Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da experiência dos Profissionais da VMER. – Dimensão: 250 palavras; – “Congressos Nacionais e Internacionais” – Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica – Dimensão: 250 palavras; palavras; – “Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar” – Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica pré-hospitalar -Dimensão: 250 palavras
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82
ERRATA
ERRATA
Na página 29 da Edição nº 22 da Revista LIFESAVING (de 5 de Novembro de 2021) foi omitido acidentalmente o nome do Autor e respetiva Afiliação, na sequência da publicação do artigo "Alimentação: um caminho para a saúde e performance", referente à Rubrica CUIDAR DE NÓS. Pelo lapso, pedimos desculpa ao Autor, e fazemos aqui a reposição integral da informação: Autor: Ruben Correia
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Afiliação: Nutricionista, Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) – Unidade de Faro
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