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1
EDITORIAL
FICHA TÉCNICA Caríssimos leitores, DIRETOR E EDITOR-CHEFE Bruno Santos CO-EDITOR-CHEFE Pedro Lopes Silva EDITORES ASSOCIADOS MINUTO VMER Isabel Rodrigues PÓSTER CIENTÍFICO Ana Isabel Rodrigues André Abílio Rodrigues Solange Mega NÓS POR CÁ Catarina Tavares Monique Pais Cabrita FÁRMACO REVISITADO Catarina Monteiro JOURNAL CLUB Ana Rita Clara O QUE FAZER EM CASO DE André Abílio Rodrigues CUIDAR DE NÓS Sílvia Labiza EMERGÊNCIA INTERNACIONAL Eva Motero Rúben Santos ÉTICA E DEONTOLOGIA Teresa Salero
Encontramo-nos no final da pandemia que tem marcado as nossas vidas pessoais e profissionais nos últimos tempos. Uma batalha sem precedentes ao nível do desenvolvimento da medicina, testando as nossas capacidades de resiliência, adaptação e organização mental e laboral. Enquanto vamos aliviando a guarda nesta luta de inimigo invisível, novas dificuldades nos assolam pelo estado de guerra actual, ainda sem previsão de terminus ou das reais consequências. Mantendo o foco da nossa revista na actualidade, entrevistámos, na rubrica Emergência Internacional, o nosso colega Andriy Krystopchuk da Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, antigo médico das nossas VMER´s. De alma ucraniana e nacionalidade portuguesa, esteve na frente de várias iniciativas de ajuda internacional inicial à Ucrânia, essencialmente focado na ajuda às equipas médicas em cenário de guerra. Nós por cá investimos na formação em ecografia no pré-hospitalar, com a concretização do segundo módulo de formação, ao mesmo tempo que discutimos na nossa tertúlia, as potencialidades desta tecnologia nas viaturas médicas. Saber o que os outros sentem ao acompanhar-nos de perto é sempre uma boa forma de
LEGISLAÇÃO Ana Agostinho Isa Orge
nos auto-avaliarmos e melhorar a nossa performance. Os estágios dos alunos de
CARTAS AO EDITOR Catarina Jorge Júlio Ricardo Soares
podem ser acompanhados nesta edição.
TERTÚLIA VMERISTA Nuno Ribeiro
Tão importante como cuidar dos outros é cuidar de nós! A exigência das nossas profissões,
MITOS URBANOS Christian Chauvin VOZES DA EMERGÊNCIA Ana Vieira Rita Penisga Solange Mega UM PEDACINHO DE NÓS Ana Rodrigues Teresa Castro TESOURINHOS VMERISTAS Pedro Oliveira Silva
medicina nas nossas VMER´s trazem-nos um relatório de histórias e sentimentos que
aliadas aos horários noturnos e cargas horarias elevadas fazem de nós pessoas de alto risco de contrair ou desenvolver doença grave. Nesta edição da rubrica Cuidar de nós são abordados os riscos e as formas de prevenção de Acidente Vascular Cerebral. Estes e outros artigos de interesse poderão ser consultados nesta edição da LIFESAVING. Termino com um agradecimento especial a todos aqueles que tornam a realização desta revista possível, e o fazem consistentemente há 24 edições, bem como a todos os
CONGRESSOS VIRTUAIS Pedro Oliveira Silva
autores convidados a participar neste projeto
INSTANTÂNEOS EM EMERGÊNCIA MÉDICA Solange Mega Teresa Mota
Bem hajam.
Pedro Lopes Silva
BEST SITES Bruno Santos
CO-EDITOR-CHEFE Enfermeiro VMER pgsilva@chalgarve.min-saude.pt
BEST APPS Pedro Lopes Silva ILUSTRAÇÕES João Paiva
Momentos de inspiração
FOTOGRAFIA Pedro Rodrigues Silva Maria Luísa Melão Solange Mega
"O segredo da felicidade está na liberdade; o segredo da liberdade está na coragem"
AUDIOVISUAL Pedro Lopes Silva
Péricles (494 a.C.-429 a.C.) Célebre e influente estadista, orador e estratega da Grécia Antiga.
DESIGN Luis Gonçalves (ABC) PARCERIAS
Periodicidade Trimestral
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Linguagem Português ISSN 2184-1411 2
Propriedade: CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE Morada da Sede: Rua Leão Penedo. 8000-386 Faro Telefone: 289 891 100 | NIPC 510 745 997
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4
ÍNDICE
MINUTO VMER
09
Uso do Octreótido na Hemorragia Digestiva Alta em contexto Pré-hospitalar
13
Atropina
17
Comparison of Clinical Outcomes with Initial Norepinephrine or Epinephrine for Hemodynamic support after returnos Spontaneous Circulation
21
Hemorragia Incontrolável
23
Prevenção do AVC, é cada vez mais Tempo de Mudança de Comportamento
27
A Resposta Humanitária na Ucrânia - Entrevista a Andriy Krystopchuk
35 39 43
JOURNAL CLUB
O QUE FAZER EM CASO DE
CUIDAR DE NÓS
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
TERTÚLIA VMERISTA
"Ecógrafo na VMER, qual a melhoria mais significativa na tua Opinião ?" NÓS POR CÁ
Ecografia Clínica no Pré-Hospitalar – Módulo II – Protocolo Blue e Feer NÓS POR CÁ
Emergência Médica…Pelo Olhar de um Estagiário de Medicina UM PEDACINHO DE NÓS
Pedro Rodrigues Silva
46
TESOURINHO VMERISTA
46
CONGRESSOS E CURSOS
47
FRASE MEMORÁVEL
48
BEST SITES
49
BEST APPS
51
PÁGINAS ABC
59
PÁGINAS APEMERG
67
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
70
ESTATUTO EDITORIAL
5
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32
FÁRMACO REVISITADO
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6
Descarregue através do QR CODE os nossos Algorritmos
Algoritmos LIFESAVING “O que fazer em caso de...”
organização:
Os 22 trabalhos já publicados, sob a forma de algoritmos, pretendem transmitir conceitos simples de abordagem de múltplos cenários de emergência médica, numa linguagem e grafismo dirigidos à Comunidade.
apoio FNAC
7
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A rubrica “O que fazer em caso de...” (emergência), é publicada trimestralmente, mantendo presença assídua desde a estreia da Revista LIFESAVING, a 5 de Agosto de 2016.
Indice
8
MINUTO VMER
MINUTO VMER
USO DO OCTREÓTIDO NA HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA EM CONTEXTO PRÉ-HOSPITALAR Luís Miguel Relvas1 . Interno de Formação Específica do 2º ano de Gastroentorologia do CHUA - Hospital de Faro
A hemorragia digestiva por varizes
Habitualmente o diagnóstico de
pressão portal e das varizes através
esofágicas é uma das complicações
hemorragia digestiva alta não deixa
da redução do fluxo sanguíneo no
mais frequentes e mais graves da
dúvidas, perante os sintomas com
território esplâncnico. O uso destes
hipertensão portal associando-se a uma
que se apresenta. É, contudo,
fármacos é de eficácia comprovada,
elevada morbimortalidade que ronda os
importante distinguir entre uma
tanto na redução da hemorragia
35% por cada episódio de hemorragia .
hemorragia digestiva varicosa e não
quanto no risco de recidiva2-5.
São várias as causas de hipertensão
varicosa, considerando que as
Atualmente, os fármacos vasoativos
portal, mas no nosso meio a cirrose
abordagens destas diferem entre si.
de maior disponibilidade no mercado
hepática é a principal, sendo a
Perante um doente com hemorragia
são o octreótido, a somatostatina, a
deterioração da função hepatocelular
digestiva, importa avaliar a presença
vasopressina e a terlipressina.
(por progressão natural da doença ou
de sinais de doença hepática crónica
A escolha do fármaco ideal neste
causado pelo aparecimento de
(como por exemplo, ginecomastia,
contexto, deve levar em consideração o
complicações) um dos fatores de risco
esplenomegália, ascite, presença de
impacto na sobrevida dos doentes.
para o aparecimento de hemorragia .
colaterais em cabeça de medusa),
Apesar da maioria dos autores
As varizes esofágicas são um achado
com o intuito de identificar uma
considerar a terlipressina como o
frequente na cirrose hepática e
possível rotura de varizes .
fármaco preferencial, o seu uso é
surgem como resposta a um aumento
A intervenção terapêutica numa
desaconselhado em determinado tipo
do gradiente de pressão portal. Este
hemorragia digestiva alta deve
de doentes, entre eles, os que
gradiente deverá estar aumentado
assentar em três pilares fundamentais:
apresentam doença cerebrovascular,
acima de 10 mmHg para que se
reposição de volémia, profilaxia das
patologia vascular periférica,
desenvolvam as varizes esofágicas.
complicações e medidas para
cardiopatia isquémica, fibrilação
Foram identificados alguns fatores
conseguir a hemóstase .
auricular e idade avançada (> 70 anos)5.
que se relacionam com maior risco de
Quanto às modalidades terapêuticas
A somatostatina e os seus análogos
hemorragia, entre eles: o alcoolismo
para controlo da hemorragia varicosa
são usados principalmente para tratar a
ativo, o calibre e extensão das varizes
temos várias possibilidades, que
hemorragia ativa. No nosso meio, o
esofágicas, a presença de red spots
passam por tratamento
fármaco mais comum é o octreótido.
na endoscopia e a insuficiência
farmacológico, endoscópico e/ou
Este é um octapéptido sintético,
hepática avançada. Tal como
derivativo portossistémico (TIPS ou
estruturalmente análogo à
acontecia para o aparecimento das
shunt cirúrgico) .
somatostatina, embora com uma
varizes, existe também uma relação
A intervenção farmacológica na
semivida mais prolongada. O octreótido
entre o gradiente de pressão e a
hemorragia digestiva alta por varizes
liga-se aos recetores da somatostatina
ocorrência de hemorragia, que deverá
esofágicas inclui, entre outros, fazer
nas células endoteliais, induzindo uma
ser superior a 12 mmHg .
uso de fármacos que diminuam a
rápida e prolongada vasoconstrição
1-3
2, 3
2-4
1
1, 2
1, 4
9
Indice
1
Indice
10
MINUTO VMER
que vai ser responsável por um
varicosa, antes mesmo da realização
BIBLIOGRAFIA
aumento na resistência da
de exame endoscópico2,4,7. Desta forma,
1.
vascularização esplâncnica, diminuindo
seria viável ponderar o uso de
gastrointestinal bleeding in adults [Internet].
o fluxo sanguíneo portal. Entre outras
vasoconstritores no contexto
Waltham: UpToDate; 2022.
ações, o octreótido também inibe a
pré-hospitalar em Portugal? Alguns
secreção ácida e de pepsina ao nível do
países, como o caso da França,
1º Consenso da Sociedade Brasileira de
estômago, evitando desta forma a
instituíram a administração de
Hepatologia. Gastroenterol Endosc Dig. 2011 jul/
dissolução de coágulos formados no
fármacos vasoativos em contexto de
set;30(Supl 2):10-30
local da hemorragia6,7.
emergência pré-hospitalar em doentes
O octreótido é habitualmente
com hemorragia digestiva8.
Gastroenterology Organisation Global Guidelines:
administrado por via endovenosa ou
O seu uso baseia-se em alguns
Varizes Esofágicas. World Gastroenterology
subcutânea, com biodisponibilidades
estudos, que demonstram que a
Organisation; 2015 Janeiro.
semelhantes. Em contexto de
administração de drogas vasoativas
hemorragia, a dose inicialmente
permite a cessação da hemorragia em
administrada é de 50 mcg em bólus,
75 a 80% dos casos, indicando que
seguido de perfusão a 50 mcg/hora.
perante a suspeita de hemorragia por
varices and variceal hemorrhage in cirrhosis. N
Está indicado o seu uso por 2 a 5 dias
rotura de varizes esofágicas,
Engl J Med 362:823–32
para melhor controlo da hemorragia4,6.
mesmo no atendimento
O octreótido têm um perfil de
pré-hospitalar, deveriam ser
for Gastrointestinal Hemorrhage from Esophageal
segurança excelente sem os efeitos
administrados fármacos vasoativos,
Varices. Acad Emerg Med. 2020 Apr;27(4):339-340
secundários circulatórios sistémicos
permitindo desta forma melhorar a
que são observados com a
qualidade do transporte para o hospital.
Kerlikowske K. Octreotide for acute esophageal
vasopressina/terlipressina. As taxas
Quando comparados os fármacos
variceal bleeding: a meta-analysis.
de complicação com a
disponíveis, concluem que o octreótido
Gastroenterology. 2001 Mar;120(4):946-54
somatostatina e o octreótido são
é superior na redução do risco de
pequenas e incluem hiperglicémia
recidiva comparativamente
hémorragies digestives de l’adulte et de l’enfant,
moderada e cólicas abdominais6.
aos restantes8.
Réanimation 2012 ; 21: 4, 477-492
Apesar de amplamente empregue no
Desta forma, considerando o benefício
tratamento de hemorragia digestiva por
e eficácia demonstrado do octreótido
varizes, nenhum estudo demonstrou
no controlo inicial da hemorragia, este
um benefício claro na
poderá ser um fármaco que facilmente
morbimortalidade no uso do octreótido
se administre em contexto pré-
quando comparado com outros
hospitalar, quando o doente está a ser
fármacos alternativos. Contudo, vários
estabilizado e transportado para um
estudos sugerem que o uso do
centro hospitalar, onde irá ser
octreótido melhora significativamente o
submetido a tratamento endoscópico.
controlo da hemorragia ativa e diminui
Assim, perante um doente com alta
a necessidade de transfusão quando
probabilidade clínica de hemorragia
comparado com outros fármacos
digestiva por varizes esofágicas
vasoativos alternativos6,7.
dever-se-ia iniciar tratamento com
As recomendações atuais sugerem que
octreótido. De futuro, seria de
se deve iniciar o emprego de
considerar o octreótido como um dos
vasoconstritores esplâncnicos o mais
fármacos que deveria estar presente
precocemente possível em doentes sob
na mala médica da viatura
suspeita de hemorragia digestiva
de emergência
2.
3.
4.
Saltzman JR. Approach to acute upper
Hemorragia Digestiva Alta Varicosa. Relatório do
Labrecque D, Dite P, Fried M, et al. World
Franchis R. Baveno VII – Renewing consensus in portal hypertension. J Hepatol. 2021. 53:762–8
6.
7.
8.
Garcia-Tsao G, Bosch J (2010) Management of
Li JJ, Chao P, Gernsheimer J, Verma R. Octreotide
Corley DA, Cello JP, Adkisson W, Ko WF,
Prise en charge par le réanimateur des
EDITORA
ISABEL RODRIGUES Médica VMER CODU
REVISÃO
COMISSÃO CIENTÍFICA
11
Indice
5.
Indice
12
FÁRMACO REVISITADO
ATROPINA
Francisco Salgado-Seixas1 Médico Interno de Formação Específica em Anestesiologia e da VMER do Centro Hospitalar Universitário do Porto
INTRODUÇÃO
FORMA DE APRESENTAÇÃO
distribuição varia entre 2 a 4L/kg.
A atropina consiste numa mistura
E CONSERVAÇÃO
Atravessa as barreiras
racémica constituída por
Ampolas de 0,5mg/mL (1mL). As
hematoencefálica e placentar.
concentrações equimolares de
ampolas de atropina devem ser
atropina (S)- e (R)-. O princípio ativo é
armazenadas a temperatura inferior a
obtido através de plantas
40ºC, preferencialmente à
pertencentes à família Solanaceae,
temperatura ambiente.
nomeadamente da Atropa belladonna
•
Metabolismo: hidrolise hepática (metabolismo de fase I) e tecidual.
•
Excreção: maioritariamente através da urina (13%-50% inalterada). Apresenta uma
(uma planta mortal).
POSOLOGIA
Dentro dos fármacos anticolinérgicos
•
Adultos: 0,5mg intravenoso/
semivida de eliminação de 2h30min.
(antagonistas da ação da
intraósseo. Se necessário, repetir
acetilcolina), a atropina é considerada
administração a cada 3 a 5
FARMACODINÂMICA
um fármaco antimuscarínico por inibir
minutos até um total de 3mg.
Os efeitos farmacodinâmicos da
competitivamente a ação da
(guidelines European
atropina são decorrentes do
acetilcolina a nível dos recetores
Ressuscitation Council (ERC))
antagonismo competitivo a nível dos
Pediatria: 0,02mg/kg intravenoso/
recetores muscarínicos. A literatura
recetores nicotínicos, pensa-se que o
intraósseo, até ao máximo de
descreve cinco subtipos de recetores
seu efeito não seja clinicamente
0,5mg/kg. (guidelines ERC)
(M1, M2, M3, M4 e M5) que se
muscarínicos. No que respeita aos
•
significativo, sobretudo nas
encontram distribuídos pelo sistema
doses recomendadas.
FARMACOCINÉTICA
A sua aplicação clínica é, dessa
•
nervoso central (córtex, hipocampo,
Absorção: rapidamente absorvida
substância nigra), miocárdio,
forma, decorrente do efeito
pelo trato gastrointestinal.
brônquios, glândulas salivares, olhos,
parassimpaticolítico observado a
Quando administrada por via oral,
estômago, bexiga e restantes órgãos
nível cardíaco, brônquico, oftálmico e
apresenta uma biodisponibilidade
com músculo liso. Essa mesma
das glândulas salivares. No contexto
de 10-25%. Também pode ser
distribuição pelos diferentes órgãos e
pré-hospitalar, a sua administração
administrada por via
sistemas, bem como o seu papel na
intravenosa encontra-se indicada para
intramuscular, sendo que a
fisiologia e farmacologia, ainda são
o tratamento de bradicardia com
absorção e pico de ação são
alvo de estudo.
sinais de gravidade clínica e reversão
menos previsíveis e dependentes
dos efeitos muscarínicos da
do local de administração.
- Efeitos cardiovasculares: a nível
Distribuição: apresenta uma
cardíaco, a atropina inibe
ligação às proteínas plasmáticas
competitivamente a ligação da
de 14-22%. O volume de
acetilcolina aos recetores M2 e
intoxicação por organofosforados.
•
13
Indice
1
bloqueia os efeitos vagais nos
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
A atuação da atropina apenas permite
nódulos sinusal e auriculoventricular,
No que respeita à prestação de
a reversão dos efeitos muscarínicos
promovendo um aumento da
cuidados diferenciados no pré-
da intoxicação, nomeadamente:
frequência cardíaca;
hospitalar, a atropina apresenta como
salivação, lacrimação, diurese,
- Efeitos pulmonares: através da
indicações terapêuticas:
defecação, emese, broncorreia, broncospasmo, bradicardia e miose. A
inibição competitiva dos receptores M3, a atropina apresenta efeitos
1 – Tratamento de bradicardia com
dose inicial de atropina deverá ser de 2
broncodilatadores e previne a
sinais de gravidade clínica
a 5mg intravenosa ou intraóssea. Caso
broncoconstrição induzida por
Entenda-se como gravidade clínica a
não seja observada resposta clínica, a
reflexos vagais;
presença de sinais sugestivos de
dose deverá ser dobrada a cada 3-5
- Efeitos nas glândulas salivares: os
choque, isquemia do miocárdio,
minutos até os sinais muscarínicos
efeitos antimuscarínicos da atropina
síncope ou insuficiência cardíaca.
mostrarem melhoria (secreções
a nível das glândulas salivares
Perante um quadro de bradicardia
respiratórias e broncoconstrição). De
promovem a inibição da secreção de
com sinais de gravidade, a dose de
notar que taquicardia e midríase NÃO
saliva e xerostomia. O mesmo efeito é
atropina administrada deverá ser de
são marcadores fidedignos de eficácia
observado nas glândulas sudoríparas;
0,5mg por via intravenosa ou
terapêutica, uma vez que podem ser
- Efeitos gastrointestinais: através do
intraóssea, podendo ser
tradutores de hipoxemia sustentada,
antagonismo dos recetores M2 e M3,
readministrada a cada 3-5 minutos
hipovolémia ou estimulação simpática
a atropina promove a inibição da
até um total de 3mg.
decorrentes do quadro clínico. Para as
contração gástrica bem como a
A utilização de atropina para
crianças, a dose administrada deverá
inibição da secreção de ácido
tratamento de bradicardia em
ser de 0,05mg/kg.
gástrico. Os seus efeitos
crianças deverá ser considerada caso
parassimpaticolíticos manifestam-se
haja suspeita de aumento do tónus
EFEITOS SECUNDÁRIOS,
ao longo do restante trato
vagal. Perante um quadro de
INTOXICAÇÃO E INTERAÇÕES
gastrointestinal, com redução da
bradicardia primária instável em
MEDICAMENTOSAS
contração do esfíncter esofágico
crianças, a dose administrada deverá
Os efeitos secundários mais comuns
inferior, redução da secreção exócrina
ser de 0,02mg/kg até um máximo de
são decorrentes das propriedades
do pâncreas e redução do
0.5mg por dose.
antimuscarínicas da atropina,
Indice
peristaltismo intestinal;
incluindo:
- Efeitos oculares e visuais: o
2 – Tratamento de intoxicação por
•
Xerostomia e anidrose;
bloqueio muscarínico a nível ocular
organofosforados
•
Visão turva e fotofobia;
promove o relaxamento dos músculos
Os organofosfatos (presentes, por
•
Rubor e aumento da temperatura
da íris e corpos ciliares, com
exemplo, em inseticidas), assim como
consequente dilatação e paralisia da
os carbamatos (fisiostigmina,
•
Obstipação e retenção urinária;
acomodação/reatividade à luz
neostigmina, piridostigmina), são
•
Alteração do estado de
(midríase);
inibidores potentes das
- Efeitos no sistema nervoso central:
colinesterases. Ambas as classes
os efeitos farmacodinâmicos da
promovem o aumento da
Podem ocorrer reações de
atropina no sistema nervoso central
concentração de acetilcolina nas
hipersensibilidade manifestadas,
não se encontram completamente
sinapses neuronais e na placa
maioritariamente, por rash cutâneo.
elucidados. Contudo, pensa-se que o
motora. Dessa forma, a intoxicação
A intoxicação por atropina pode ser
bloqueio muscarínico se encontre
por estes agentes apresenta-se com
decorrente de erro ou dose excessiva
associado a alterações no
sintomatologia decorrente da ação
na administração do fármaco ou por
comportamento, disfunção cognitiva
excessiva da acetilcolina nos
consumo não-intencional ou
e delirium.
recetores muscarínicos e nicotínicos.
recreativo (inalado) de plantas da
14
cutânea;
consciência e delirium.
FÁRMACO REVISITADO
família Solanaceae. A intoxicação por
CONTRAINDICAÇÕES
BIBLIOGRAFIA
atropina leva à exacerbação dos
Não se encontram descritas
1.
efeitos supracitados, podendo
contraindicações absolutas para a
Sep 12]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island
culminar em colapso cardiovascular
administração de atropina. Contudo, o
(FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan.
e paragem cardiorrespiratória. O
risco-benefício deve ser ponderado
tratamento consiste na
em determinadas populações e
2022]. Available from: https://www.accessdata.
administração de fisostigmina e de
quadros clínicos, nomeadamente:
fda.gov/drugsatfda_docs/
barbitúricos/diazepam.
•
Doença cardíaca isquémica;
label/2015/021146s015lbl.pdf
No que respeita a interações
•
Insuficiência cardíaca congestiva;
medicamentosas, a atropina reduz a
•
Taquicardia;
K, Wiener-Kronish J. Miller's Anesthesia. 9th ed.
velocidade de absorção de mexiletina
•
Hipertensão arterial;
Elsivier; 2019.
(utilizada para tratamento de
•
Doentes idosos e grávidas;
arritmias, dor crónicas e rigidez
•
Doença pulmonar crónica;
Mikhail's Clinical Anesthesiology, 6e. New York,
muscular) sem que, contudo, reduza a
•
Glaucoma agudo;
N.Y.: McGraw-Hill Education LLC.; 2018.
sua biodisponibilidade oral relativa.
•
Disfunção gastrointestinal e
Este atraso na absorção pode ser
2.
3.
4.
5.
McLendon K, Preuss CV. Atropine. [Updated 2021
[Internet]. Accessdata.fda.gov. 2022 [cited 2 April
Gropper M, Cohen N, Eriksson L, Fleisher L, Leslie
Butterworth J, Mackey D, Wasnick J. Morgan &
UpToDate [Internet]. Uptodate.com. 2022 [cited 2
genitourinária;
April 2022]. Available from: https://www.uptodate.
evitado com a co-administração
•
Miastenia gravis;
com/contents/organophosphate-and-carbamate-
intravenosa de metoclopramida.
•
Exposição ambiental a calor;
poisoning?search=atropine-drug&source=search_
•
História de hipersensibilidade.
result&selectedTitle=2~145&usage_
POPULAÇÕES ESPECIAIS
type=default&display_rank=1
As populações frágeis, nomeadamente
6.
ERC Guidelines [Internet]. Cprguidelines.eu. 2022
os doentes idosos, são particularmente
PONTOS-CHAVE
[cited 2 April 2022]. Available from: https://
suscetíveis aos efeitos secundários a
•
cprguidelines.eu/
A atropina é um fármaco
nível gastrointestinal, genitourinário e
anticolinérgico cuja
do sistema nervoso central.
farmacodinâmica é decorrente
No que diz respeito à gravidez, não há
da inibição competitiva dos
estudos relativos aos seus efeitos
recetores muscarínicos nos
teratogénicos. Sabe-se, no entanto, que
diversos órgãos e sistemas; •
Scarth E, Smith S. Drugs in Anaesthesia and Intensive Care. 5th ed. Oxford University Press; 2016.
As indicações clínicas para
causando taquicardia fetal e redução
administração de atropina, no
da variabilidade da frequência cardíaca.
contexto pré-hospitalar, consistem no tratamento da bradicardia com sinais de gravidade e na intoxicação por organofosfatos; •
Não existem contraindicações absolutas para a administração de atropina. Contudo, em determinadas populações
EDITORA
(nomeadamente idosos e grávidas), o risco-benefício deve ser avaliado de forma cautelosa, sobretudo perante administrações off-label
CATARINA MONTEIRO Médica VMER
15
Indice
atravessa a barreira placentar,
7.
Indice
16
JOURNAL CLUB
JOURNAL CLUB
Ana Rita Clara1 Médica de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, Médica SHEM-SUL
INTRODUÇÃO
MÉTODOS
estatisticamente significativos e
O retorno da circulação espontânea
Estudo retrospectivo de um único
apenas os dados das comparações de
(ROSC) após uma paragem
centro universitário, terciário com nível
AD vs NA foram reportados na análise
cardiorespiratória (PCR) em contexto
1 de trauma, de doentes com PCR
final. Para controlar a distribuição
extra-hospitalar tem uma incidência
pré-hospitalar ou PCR no departamento
anormal de variáveis confundentes,
anual até 32%.1,2 A American Heart
de urgência, entre 1 de janeiro de 2015
foram realizadas modelos de
Association estabeleceu guidelines de
e 31 de agosto de 2017.
regressão univariada e multivariada.
Suporte Avançado de Vida Cardíaca
Os critérios de inclusão foram: adultos
(ACLS) na abordagem de doentes com
com pós-PCR com ROSC mantida,
RESULTADOS
ROSC. Estas recomendações incluem a
com necessidade de vasopressores.
Foram seleccionados 452 doentes e 93
manutenção de uma pressão arterial
Os critérios de exclusão foram:
preencheram os critérios de inclusão.
média de ≥65 mmHg, utilizando
doentes com idade inferior a 18 anos,
Dos 93 doentes, 45 receberam NA, 42
reposição volémica e agentes
doentes com historial médico
receberam AD e 6 receberam DA. Os
vasopressores, como noradrenalina
incompleto ou indicação de não
dados demográficos foram
(NA), adrenalina (AD) ou dopamina
reanimação, doentes sem recuperação
semelhantes entre os grupos. A
(DA).3 No entanto, não fazem nenhuma
da circulação espontânea, uso de
incidência de re-PCR foi
recomendação sobre qual o melhor
medicação vasopressora antes da
significativamente mais elevada no
agente vasopressor, apesar das
PCR ou doentes que foram
grupo de AD, ainda antes do início do
inúmeras diferenças nos perfis
transferidos de outra instituição.
vasopressor (AD 20/42, 52,4% vs. NA
farmacológicos e eficácia nos
O outcome primário foi definido como
12/45, 26,7%; P = 0,049). A mediana
diferentes tipo de choque.4,5,6.
um conjunto de objectivos após ROSC:
das doses iniciais de perfusão no grupo
Não existem estudos comparativos
estabilidade hemodinâmica e
AD foi tendencialmente superior do que
avaliando o uso de diferentes
prevenção da PCR ou morte.
no grupo da NA (mediana NA [IQR] 0,10
agentes vasopressores nos doentes
As características base e os
mcg/kg/min [0,05, 0,30], mediana AD
após ROSC.
resultados foram comparados entre os
[IQR] 0,28 mcg/kg/min [0,10, 0,40] ]; P =
Os autores definem como objectivo
grupos usando o Wilcoxon rank-sum
0,052). As doses máximas de
do estudo avaliar retrospectivamente
test para variáveis contínuas e ordinais
vasopressores alcançadas foram
a eficácia e segurança da AD, NA e
e um Fisher test para variáveis
semelhantes entre os grupos (NA
DA, como vasopressores iniciais,
categóricas. Devido ao reduzido
mediana [IQR] 0,4 mcg/kg/min [0,3, 0,5],
usados na abordagem dos doentes
número de casos no grupo DA, não
AD mediana [IQR] 0,51 mcg/kg/min [0,3,
após ROSC.
foram encontrados dados
0,5]; P= 0,507).
17
Indice
1
hospitalização. Houve uma tendência para taxas significativamente mais elevadas de outcome primário no grupo AD quando avaliado durante toda a hospitalização (P=0,051). O outcome individual de morte ao longo de toda a hospitalização também apresentou tendência a ser significativamente maior no grupo AD (P=0,055). Os resultados de segurança, relativamente ao desenvolvimento de Figura 1. Adaptado de Weiss A, Dang C, Mabrey D, Stanton M, Feih J, Rein L, Feldman R. Comparison of Clinical Outcomes with Initial Norepinephrine or Epinephrine for Hemodynamic Support After Return of Spontaneous Circulation. Shock. 2021 Dec 1;56(6):988-993.
significativos entre os grupos, apesar
O outcome primário foi alcançado de
Sobrevida a curto prazo de doentes de
de documentada uma taxa mais
forma mais significativa nos doentes
acordo com agente vasopressor
elevada de arritmia no grupo AD em
com NA (AD 21 /42, 50% vs. NA 10/45,
utilizado. Entre os doentes tratados
comparação com o NA. Isto pode
22,2%; P = 0,008). No entanto, não se
com NA, 61% durante a hospitalização,
dever-se à pequena amostra do estudo.
manteve após as primeiras 6h pós-
e dos doentes tratados com AD, 83%
Ainda não está claro qual o melhor
ressuscitação (AD 30/42, 71,4% vs. NA
durante a hospitalização.
agente vasopressor nos doentes que necessitam de suporte
25/45, 55,6%; P = 0,182), ou durante a
Indice
arritmias, não foram estatisticamente
hospitalização (AD 40/42, 95,2% vs. NA
DISCUSSÃO
hemodinâmico com ROSC após PCR.
36/45, 80%; P = 0,051). Na amostra
Neste pequeno estudo retrospectivo
Infelizmente, devido à baixa inclusão
analisada, o número de re-PCR nos
de doentes pós-ROSC admitidos no
de doentes com DA neste estudo, os
doentes com AD foi superior
departamento de urgência, a AD teve
autores não conseguir retirar
comparando com NA (AD 14/42, 33,3%
um desempenho pior
conclusões sobre sua segurança ou
vs. NA 7/45, 15,6%; P = 0,079).
comparativamente com a NA no que
eficácia nesta abordagem.
A AD teve taxas de incidência mais
concerne à manutenção do estado
elevadas de choque refractário,
hemodinâmico após-ROSC. No grupo
LIMITAÇÕES
re-PCR ou morte, bem como
com AD a taxa de re-PCR foi superior
A natureza retrospectiva deste estudo
mortalidade hospitalar mais elevada
ainda antes do início com terapêutica
cria várias limitações, sobretudo a
em comparação com NA, no entanto,
vasopressora, provavelmente
presença de variáveis confundentes.
os dados não foram estatisticamente
indicando tratar-se de um grupo mais
Adicionalmente, um número de
significativos. (Fig 1.)
grave de doentes. Nestes doentes foi
variáveis que não foram possíveis de
Os doentes do grupo AD foram mais
aplicado o modelo de regressão
recolher podem interferir com os
propensos a receber outro agente
multivariada, mostrando um odds
resultados (por exemplo, subtipos de
vasopressor adicional para controlar
ratio significativamente superior
choque…). Não foi possível controlar
o choque em comparação com NA
relativamente ao choque refractário,
o número de vasopressores usados
(AD 27/42, 64,3% vs. NA 18/45, 40%;
re-PCR ou morte no grupo de doentes
nem as doses usadas inicialmente
P = 0,032).
com AD.
antes de adicionar um segundo
Não foram observadas diferenças
No geral, a diferença de incidência do
agente vasopressor, apesar de ser um
significativas nas taxas de
outcome primário verificou-se apenas
estudo multicêntrico com prováveis
desenvolvimento de taquiarritmia
à admissão no departamento de
recomendações internas. O estudo
entre os grupos (AD 9/42 21,4%vs.NA
urgência, não se mantendo às 6 horas
teve uma amostra relativamente
4/45 8,9% P = 0,136).
após-ROSC ou durante a
pequena. Os doentes foram incluídos
18
JOURNAL CLUB
durante guidelines de ACLS diferentes,
BIBLIOGRAFIA
as de 2010 e 2015. Os dados pré-
1.
4.
Overgaard CB, Dzavik V: Inotropes and
Benjamin EJ, Muntner P, Alonso A, Bittencourt MS,
vasopressors: review of physiology and clinical
hospitalares encontravam-se bastante
Callaway CW, Carson AP, Chamberlain AM, Chang
use in cardiovascular disease. Circulation
incompletos e sem uma causa
AR, Cheng S, Das SR, et al.:, American Heart
118(10):1047–1055, 2008.
identificada para a PCR.
Association Council on Epidemiology and
5.
De Backer D, Biston P, Devriendt J, Madl C,
Prevention statistics Committee and Stroke
Chochrad D, Aldecoa C, Brasseur A, Defrance P,
CONCLUSÃO
Statistics Subcommittee. Heart disease and
Gottignies P, Vincent JL, SOAP II Investigators.
Nos doentes com ROSC após PCR
stroke statistics-2019 update: a report from the
Comparison of dopamine and norepinephrine in
abordados no serviço de urgência
American Heart Association. Circulation
the treatment of shock. N Engl J Med
(extra-hospital e intra-hospitalar) e
139(10):e56–e528, 2019. Erratum in: Circulation.
362(9):779–789, 2010.
com necessidade de suporte
Jan 14;141(2):e33, 2020.
Levy B, Clere-Jehl R, Legras A, Morichau-
Haukoos JS, Witt G, Gravitz C, Dean J, Jackson DM,
Beauchant T, Leone M, Frederique G, Quenot JP,
com adrenalina, apresentaram taxas
Candlin T, Vellman P, Riccio J, Heard K, Kazutomi T,
Kimmoun A, Cariou A, Lassus J, et al.: Epinephrine
mais elevadas de re-PCR, morte ou
et al.:, Colorado Cardiac Arrest & Resuscitation
versus norepinephrine for cardiogenic shock after
necessidade de um segundo agente
Collaborative Study Group; Denver Metro EMS
acute myocardial infarction. J Am Coll Cardiol
vasopressor. Os resultados são
Medical Directors. Out-ofhospital cardiac arrest in
72(2):173–182, 2018.
limitados pela natureza inerente do
denver, colorado: epidemiology and outcomes.
estudo retrospectivo. Os dados
Acad Emerg Med 17(4):391–398, 2010.
sugerem a hipótese de existir
2.
3.
Link MS, Berkow LC, Kudenchuk PJ, Halperin HR,
disparidade nos outcomes dos
Hess EP, Moitra VK, Neumar RW, O’Neil BJ, Paxton
doentes com base no agente
JH, Silvers SM, et al.: Part 7: adult advanced
vasopressor inicial selecionado para
cardiovascular life support: 2015 American Heart
manter a estabilidade hemodinâmica
Association Guidelines Update for
pós-ROSC. Deverão ser realizados
Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency
estudos prospectivos controlados
Cardiovascular Care. Circulation 132(18 Suppl
para avaliar qual a melhor estratégia
2):S444–S464, 2015.
vasopressora após PCR
EDITORA
ANA RITA CLARA Médica de Medicina Intensiva - CHLC, Médica SHEM-SUL
19
Indice
hemodinâmico, quando estabilizados
6.
Indice
20
O QUE FAZER EM CASO DE
As Hemorragias maciças, em contexto de trauma (acidentes de viação, ferimentos com arma de fogo ou
O QUE FAZER EM CASO DE...
arma branca, entre outros), constituem a principal causa de morte evitável nos Estados Unidos da
HEMORRAGIA INCONTROLÁVEL
América. Todos os anos morrem naquele país aproximadamente de 20.000 a 30.000 pessoas devido a hemorragia que poderia ter sido controlada. Neste sentido, o Departamento de Segurança dos Estados Unidos da América — U.S. Department of Homeland Security - criou uma campanha de sensibilização à população intitulada “Stop the Bleed”, com o objetivo de aconselhar e formar os cidadãos sobre as estratégia para atuação neste tipo de cenários. Achámos interessante como este país prepara os seus cidadãos para lidarem com este tipo de fenómeno. Por essa razão, nesta edição, decidimos partilhar em forma de algoritmo, os procedimentos
André Abílio Rodrigues 1
recomendados perante uma hemorragia incontrolável.
Enfermeiro VMER, SIV
CONSCIENTE
1
INCONSCIENTE
Algoritmo SBV (Ligar 112)
ASSEGURAR CONDIÇÕES DE SEGURANÇA (Local, Reanimador, Vítima) PRESSÃO MANUAL DIRETA
HEMORRAGIA INCONTROLÁVEL
NÃO
KIT de Primeiros Socorros disponível?
• • •
Expor o ferimento e aplicar imediatamente Pressão Direta; Utilize roupa ou tecido limpo; Efetue uma pressão firme.
SIM
REALIZAR “WOUND PACKING” (“encher o ferimento”) Onde é o ferimento? Braço e Perna
• •
Pescoço, ombros ou virilhas
Encher o ferimento com ligadura hemostática, ligadura simples, compressas ou roupa limpa; Aplicar pressão de uma forma firme e direta.
SIM SIM
Torniquete Disponível?
N ÃO
SIM
Aplicar TORNIQUETE • • • • •
Retirar a roupa do membro em causa; Colocado a 5 cm acima da Hemorragia; Rodar até parar a Hemorragia; Nunca deve ser aliviado; Apontar a hora da sua aplicação;
LIGUE 112 • Informe a sua localização com pontos de referência; • Informe tipo, e localização do ferimento; • Informe se faz medicação antiagregante plaquetária ou anticoagulante, ou se tem alguma doença sanguínea, com por exemplo hemofilia; • Responda a todas as questões solicitadas; • Siga as instruções do operador; EDITOR
BIBLIOGRAFIA
4.
https://www.dhs.gov/stopthebleed http://nstbm.opmd.co/ https://www.dhs.gov/publication/stop-bleedtourniquet https://www.bleedingcontrol.org/~/media/
5. 6.
bleedingcontrol/files/stop%20the%20bleed%20 booklet.ashx National Association of Emergency Medical Technicians. Prehospital Trauma Life Support. PHTLS , 8ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier; 2017 Programa de edição de fotos: Painnt®
ANDRÉ ABÍLIO RODRIGUES Enfermeiro SIV/VMER
21
Indice
1. 2. 3.
Indice
22
CUIDAR DE NÓS
CUIDAR DE NÓS
PREVENÇÃO DO AVC, É CADA VEZ MAIS TEMPO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO. Isa Nzwalo1 1
IFE Medicina Geral e Familiar, UCSP Olhão
O AVC continua a ser uma das principais causas de morte prematura, de incapacidade permanente e de perda de qualidade de vida em Portugal. Tem-se verificado uma tendência documentada para redução da sua incidência, morbilidade e mortalidade que é resultante do melhor controlo dos fatores de risco nos cuidados de saúde primários, da evolução dos tratamentos de fase aguda e do acesso à reabilitação de qualidade. Apesar do seu início abrupto, o período de “incubação” na maioria das pessoas que sofrem um AVC é bastante longo. Um conjunto de fatores de risco atuam de forma sinérgica ao longo do tempo, Efetivamente, na maioria das pessoas,
Figura 1: Principais fatores de risco do AVC (in American College of Cardiology, 2021)
cerca de 80%, o AVC pode ser evitado
para o controlo dos principais fatores de
com fibrilhação auricular como forma
se os fatores de risco forem
risco modificáveis. Existem ferramentas
de prevenir o AVC isquémico. Com
controlados. Na presença de fatores de
de avaliação do risco individual
muito raras exceções, o risco
risco não modificáveis como a idade,
do AVC.
protrombótico é sempre bastante
sexo masculino, história familiar ou
O “Stroke Riskometer” é uma aplicação
superior ao risco das complicações
raça, a atenção deve ser redobrada,
endossada pela “World Stroke
hemorrágicas associadas aos
justificando-se uma intervenção
Organization” que permite, de forma
hipocoagulantes utilizados na
precoce com objetivo de reduzir a
individual, estimar o risco de AVC a 5
prevenção do AVC em doentes com
ocorrência do AVC. Esse objectivo é
ou 10 anos (Figura 2). Esta ferramenta
fibrilhação auricular.
alcançável através do controlo dos
tem sido usada como estratégia para
O tratamento dos fatores de risco
fatores de risco modificáveis (Figura 1).
incentivar a prevenção do AVC.
como a hipertensão arterial sistémica,
No entanto, todas as pessoas deveriam
Recomenda-se de forma universal, o
a diabetes mellitus, e a dislipidemia, de
estar educadas e consciencializadas
uso de hipocoagulantes nos doentes
acordo com as recomendações
23
Indice
propiciando o aparecimento do AVC.
Indice
24
CUIDAR DE NÓS
Figura 2: In: Stroke Riskometer™
internacionais, deve ser a regra. O
BIBLIOGRAFIA
combate ao sedentarismo, a
1.
3.
Kleindorfer, D. O., Towfighi, A., Chaturvedi, S.,
Pandian, J. D., Gall, S. L., Kate, M. P., Silva, G. S.,
Cockroft, K. M., Gutierrez, J., Lombardi-Hill, D.,
promoção da alimentação saudável e
Akinyemi, R. O., Ovbiagele, B. I., Lavados, P. M.,
Kamel, H., Kernan, W. N., Kittner, S. J., Leira, E. C.,
do exercício físico aeróbico (pelo
Gandhi, D., & Thrift, A. G. (2018). Prevention of
Lennon, O., Meschia, J. F., Nguyen, T. N., Pollak, P.
menos 150 minutos por semana), a
stroke: a global perspective. Lancet, 392(10154),
M., Santangeli, P., Sharrief, A. Z., Smith, S. C., Jr,
perda do peso em excesso, a
1269–1278. https://doi.org/10.1016/
Turan, T. N., & Williams, L. S. (2021). 2021
eliminação do consumo excessivo do
S0140-6736(18)31269-8;
Guideline for the Prevention of Stroke in Patients
Toyoda, K. (2016). Heterogeneous Causes of
With Stroke and Transient Ischemic Attack: A
entre as medidas de maior impacto
Stroke: Select Emerging Risk Factors. In:
Guideline From the American Heart Association/
para a redução da ocorrência do AVC.
Ovbiagele, B. (eds) Ischemic Stroke Therapeutics.
American Stroke Association. Stroke, 52(7),
O stress, a poluição do ar ambiental e
Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-
e364–e467. https://doi.org/10.1161/
os distúrbios do sono como insónia,
319-17750-2_11
STR.0000000000000375
álcool e a cessação tabágica, estão
2.
síndrome de apneia do sono ou síndrome de pernas inquietas, são fatores de risco emergentes de AVC, devendo por isso, merecer também a
EDITORA
nossa atenção
25
Indice
SILVIA LABIZA Enfermeira VMER Heli INEM
Indice
26
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
"A RESPOSTA HUMANITÁRIA NA UCRÂNIA - ENTREVISTA A ANDRIY KRYSTOPCHUK"
de um tirano com cidades
sentimento e desejo de ser útil e
arrasadas, cidades abandonadas,
de dar voz aos que agora estão a
Nesta edição, como não poderia
filas de refugiados nas fronteiras
ser roubados e assassinados. Não
deixar de ser, a nossa rubrica será
e hospitais desabastecidos,
temos que descrever o orgulho
dedicada à Ucrânia, é impossível
sobrelotados e impotentes.
que temos no seu trabalho, vamos
ficarmos impávidos e serenos e
apresentar o Dr. Andriy e como ele
não sentir empatia com os que
Mas é nos tempos difíceis que
conseguiu gerir a situação nesses
estão a perder tudo o que tinham
aparecem os valores que dão
primeiros momentos.
e por vezes a vida de amigos e
grandeza ao ser humano, a
familiares. Muitos são obrigados a
empatia, a solidariedade e o
(LS) 1. Como chegou a Portugal e à
fugir do conflito com malas às
perdão. É neste contexto que
medicina?
costas e o peso das recordações
tivemos o privilégio, e ao mesmo
na bagagem. Poucas coisas
tempo a dor, em entrevistar o Dr.
Olá, sou Andriy natural da Ucrânia
pessoais e no fundo de um
Andriy Krystopchuk da Unidade de
nasci numa pequena aldeia Luki que
pequeno bolso, escondida, a verde
Cuidados Intensivos Polivalente
fica perto da cidade Lviv.
esperança de poder voltar a
(UCIP) Centro Hospitalar
refazer as suas vidas.
Universitário do Algarve –
Terminei em 1998 o curso de
Hospital de Faro (CHUA).
medicina na cidade Uzgorod. Após o
No mundo moderno a guerra
internato e não vendo grandes
representa o completo fracasso
Este colega de alma ucraniana e
perspetivas de emprego optei pela
da humanidade, representa a
nacionalidade portuguesa segue
emigração. Emigrei em 2001 com a
incapacidade dos povos em
de perto a guerra do Donbas
minha esposa para Portugal e ficámos
construir um futuro harmonioso e
desde o seu início em 2014. Após
na aldeia de Rosário perto de
próspero numa aldeia global cada
início da invasão, em larga escala,
Almodôvar. Inicialmente exerci várias
vez mais pequena e pelos vistos
de todo o território ucraniano em
funções que não têm nada ver com
mais perigosa.
fevereiro de 2022, iniciou um
medicina. Trabalhei como padeiro,
trabalho de ajuda humanitária
barmen, motorista, auxiliar de ação
desde o Algarve.
médica, enquanto aprendia português.
A velha Europa tem uma guerra no seu berço, no seu átrio do Mar
Finalmente em 2005 depois de passar
Negro, e com ela veio a maior
Como já dissemos os grandes
por muita burocracia e vários
crise humanitária desde a
valores aparecem das pequenas
problemas com o reconhecimento do
segunda Guerra Mundial. A
coisas e nos piores momentos,
diploma, consegui reunir todos
Ucrânia vê o seu povo a servir de
assim este trabalho tão
documentos e fazer o exame de
escudo humano perante a loucura
importante apareceu de um
ingresso ao internato médico. Fiz o
27
Indice
Estimados leitores,
internato geral em Beja e em 2006
Os hospitais devido a falta de
bem e tenho muitos colegas. Lviv tem
iniciei a especialidade da medicina
financiamento sempre tiveram
750 000 habitantes e cerca de 300
interna no Hospital de Faro onde
poucas reservas de todo o tipo
000 refugiados registados, embora de
exerço, até a data, como médico nos
material hospitalar. Com a guerra
facto haja muitos mais. Aqui os
cuidados intensivos.
essas falhas logísticas agravaram
hospitais dividiram-se em três
mais. Não tenho números nem
grandes grupos territoriais o que
(LS) 2. Pode falar um pouco do
estatísticas exatas, tanto mais que
permitiu otimizar o esforço logístico e
sistema de saúde ucraniano antes da
existe um setor privado em
a distribuição do material. Quando
invasão? Como estava organizado o
crescimento.
começou a guerra um grupo sacrificou
serviço de urgência? Era um sistema
material hospitalar para os outros
flexível e robusto para atender a
(LS) 3. Numa catástrofe há um
dois grupos, depois com a ajuda de
população?
desequilíbrio entre as necessidades e
voluntários como eu, assim como
meios, isso gera o caos. O difícil num
com a ajuda estatal de outros países
É difícil e ingrato falar do sistema
primeiro momento é organizar o
renovou-se os aprovisionamentos
médico ucraniano tendo em conta
caos, como é que se organizaram
desse primeiro grupo hospitalar.
que eu emigrei em 2001 e que desde
nesses primeiros momentos os
esta altura já foram feitas inúmeras
hospitais para o atendimento?
Indice
reformas e mudanças que
(LS) 4. Organizou, logo de início, um ponto logístico porque sabia realmente
acompanharam o desenvolvimento
Do reportado anteriormente e na
o que estava a passar lá, pode
civil e económico ucraniano. O facto
tentativa de melhorar o
descrever como é que desenvolveu
é que na Ucrânia não há falta de
aprovisionamento e a distribuição do
essa ajuda? Quais as entidades com as
hospitais e existiam excesso de
material hospitalar em muitas cidades
quais está envolvido?
médicos, contudo há uma carência
da Ucrânia os hospitais organizaram-
de material hospitalar e penso que
se em grupos. Cito o exemplo, da
Quando começou a guerra eu não
isso permanece igual.
minha cidade Lviv que eu conheço
podia ficar de lado, desde 2012 que
28
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
ajuda de particulares e pequenas clínicas que responderam ao meu apelo no Facebook. Primeiro com a ajuda dos meus compatriotas arranjou-se um camião que levou comida e medicamentos para um campo de refugiados. Posteriormente enviamos material através da Polónia para Kviv com o apoio do estado ucraniano e autarquia local. Como expliquei anteriormente os hospitais ficaram organizados em três grupos e eu colaboro com a associação de hospitais número 2, cujo presidente, o Dr. Andriy Myskiv, conhecedor desta entrevista, agradece fortemente o apoio espontâneo e desinteressado do Algarve. Apesar de nunca nos termos encontrado, só comunicamos por telefone, criamos uma forte relação e posteriormente descobri que os nossos pais estudaram na mesma universidade. Felizmente chega ajuda de vários países sendo esta redistribuída para tenho a nacionalidade portuguesa,
quinto dia da guerra que o meu
conflito. Num contexto de guerra não
mas a obviamente que o meu
amigo me telefonou a perguntar se
existe a frase, “isto é meu”, mas sim
coração é ucraniano. A minha
podia enviar-lhe “algumas” sondas
“onde o material é mais útil” ou onde
primeira ideia era voltar à Ucrânia e
nasogástricas. No final do dia eu já
“pode salvar mais vidas”
ajudar em qualquer coisa, mas
tinha elaborado numa folha A4 uma
rapidamente percebi que talvez
lista com material que estava em
(LS) 5. Com o passar das semanas a
conseguisse ser mais útil aqui,
falta. Depois comecei a atuar. De
situação vai-se detiorando, sendo
tentando ajudar na recolha de
facto, aqui no Hospital de Faro
vários os hospitais bombardeados,
material. Liguei aos meus amigos e
(CHUA) e no Hospital Particular do
como é que se assiste a população?
familiares e perguntei-lhes em que
Algarve foram muito recetivos e
podia ser útil. Eles foram muito
gentis quando eu pedi ajuda. Ambas
Sim de facto, numa guerra total, um
nobres e disseram não precisavam
administrações responderam e
inimigo não tem contemplações e
de nada. Depois começaram os
entregaram material de imediato sem
tudo o que possa contribuir para a
bombardeamentos, começaram a
barreiras burocráticas. Agradeço
vitória é realizado. Aterrorizar a
morrer pessoas, interromperam-se as
muito pela sua generosa ajuda e
população, destruir as
cadeias de abastecimentos e foi no
solidariedade. Recebi ainda muita
infraestruturas, impossibilitar o
29
Indice
os hospitais mais afetados pelo
Indice
30
EMERGÊNCIA INTERNACIONAL
têm meias tonalidades. Quem incentiva a destruição, a morte indiscriminada, o ódio entre países e comete crimes contra humanidade, deve ser punido. Infelizmente, para já, o Ocidente apenas observa e dá ajuda para a defesa, alimentação e medicina, tendo medo de comprometer-se mais abertamente. Contudo a loucura desta invasão não se limita ao território ucraniano e não devemos esquecer os países ocupados por exércitos pró-russos cuja liberdade popular é perto de zero. Que este artigo seja um manifesto pela liberdade, sem esquecer a que o próprio povo russo perdeu. (LS) Obrigada por tudo Andriy, desejamos-te muita força e coragem de ajuda, considera que a resposta é
estratégia conhecida pelas
adequada, suficiente e a tempo?
hierarquias russas e não é primeira vez que eles fazem isso.
Não posso avaliar situação nas fronteiras e nos campos de
Não estou no local e por isso não
refugiados, mas pessoalmente
posso relatar a realidade. Mas
conheço muitas pessoas que
daquilo que me relatam os meus
expressaram vontade de ir trabalhar
colegas, muitas pessoas das cidades
nesses campos e tiveram que
bombardeadas e da linha da frente
enfrentar todo tipo de burocracias e
estão a ser transportados para
dificuldades para lá chegar, tanto da
cidades ocidentais, relativamente
parte dos governos como da parte das
mais seguras, como Lviv ou Ivano-
próprias organizações humanitárias.
Frankivsk que se encontram perto da
Tenho orgulho em fazer parte da
fronteira polaca, se é que, neste
nação Ucraniana e vou fazer tudo o
momento, após uma declarada
que é possível para que o meu povo e
ameaça nuclear, se pode considerar
irmãos não sejam destruídos ou
“seguro” a algum local no meu país.
subjugados. Agradeço a todas as pessoas do mundo que ficaram do
(LS) 6. Há medida que o tempo
lado da Ucrânia ajudando como
passa, aparecem corredores
sabem e como podem. Hoje o
humanitários que terminam nas
Ocidente vive um momento de
fronteiras onde a comunidade
definição, está muito claro que os
internacional tem instalado postos
crimes que se estão a cometer não
para reconstruir as vidas e sociedade de um país destroçado pela guerra. Se há lições que podemos aprender é que os países estão solidários com os que sofrem, com os que lutam pelo seu país, pela sua casa, pela sua família e querem viver em prosperidade com a Europa e com o Mundo, numa globalização.
EDITORA
EVA MOTERO Médica VMER
EDITOR
RUBEN SANTOS Enfermeiro VMER
31
Indice
tratamento de civis e militares é uma
TERTÚLIA VMERISTA
"ECÓGRAFO NA VMER, QUAL A MELHORIA MAIS SIGNIFICATIVA NA TUA OPINIÃO ?"
r uma “Permite faze da mais adequa m ge da or ab a ima de traum vít te en do ao ajudar a e o, pl em ex por bito 4 H 4T no âm descartar os r exemplo po , co íti cr te do doen to” “preenchimen no âmbito do a p.e.)” gi ra or em (h do doente os Telma Sant usão dade de excl “A possibili doras de ça ea am es de lesõ a.” vida no traum ho
Ana Agostin
Indice
contin ua VNI e v mos a ter um e ventila ntilador que bousignac, fa çã mesm o não invas z também iva aV existem MER (…) Qu na an sedaç dificuldades do ão n doente e analgesia a correcta de alg s, un entuba especialme nte os s d aborda os (...) Quan do a gem d a vítim grave ad é fe dificuld ita com alg e trauma uma ade (... estas ) Q uando refl constr exões é para coloco uir sucess mos uma eq o u qualid e com a me ipa de ad lh são pa e possível. E or ra a eq s uipa e tas críticas para m im
32
“A ecografia , e para ser mais correcto, o método PO CUS (point-of-car e ultrasoun d) tem demonstrado que pode se r uma mais valia na emergência pre-hospita lar. Contudo, e apesar de ha ver já estudos real izados sobr e esta mais valia no estrangeiro , em que as necessid ades e os re cursos são diferent es, será que é o que nos necess itamos? Se rá que estamos pr eparados pa ra a sua utilização? Eu penso qu e não. Tendo em co nta que o PO CUS é usado frequ entemente para
rua, diagnostica na diferenciação ja utilização se a su a e qu requer iciente. Na ef e isa ec pr rápida, ão pode a má utilizaç verdade, a su vítima, quer a ra pa l cia ser prejudi nóstico sto sem diag em tempo ga ado, quer ut ec ex to en feito e tratam s errados. em diagnóstico emente a cent Já vivenciei re CUS quente do PO utilização fre mês estágio de 1 eu m o te an (dur u papel se do e l) ae em Isr Mas emergência. importante na uipas estão eq as ss no as repara, o que Será que é iss preparadas? do an Qu ? os m necessita
. (…) incluo nela porque me o que er eb rc pe Devíamos melhorar e devíamos tos procedimen ar iz rm ifo un de ito je s. Em entre todo Ecografia na o.” conclusão. a nã … mas aind m si ER VM Rui Pina
clínica no “A Ecografia ente lar é finalm ita sp ho épr e entre nós, ad id al re a um rno ao não há reto após anos de passado!!, ...
TERTÚLIA VMERISTA
“A poss ib recurso ilidade de ter m s à toma de apoio obje ais da de d tivos ecisão área tã numa op como é arca dos me sm o pré-h ospitala os segura mente possib r, acrésc ilita u im cuidad o significativo m os que se pres aos tam.” Catarin a Tavare s
pelo autado o será p cujo ritm to que cada um en investim u uso e se faça no ento, e entendim o na formação , açã quipa particip como E a. Mas, , s o n contínu ros apoia deverem o experiências, e nd a h il rt a p arreiras ndo as b a assinala s, na perspetiv ó ade dificuld solver. S re e ir rrig rar.” de as co eremos melho od assim p antos
Bruno S
EDITOR
NUNO RIBEIRO Enfermeiro VMER TIP
33
Indice
assistênci a médica na VM em que julg amos ser qu ER ase inalcançáv el, mas qu e sabí ser utilizada internaciona amos com sucess lmente, o demonst rado e ganhos ineg áveis em qu assistenci alidade al. Não deve remos assim desa proveitar es ta oportunida de de pode rmos fazer mais pelos noss os doentes.(.. .) Como qu alqu "novo" equi pamento na er VMER, terá necess aria de adaptaçã mente um tempo o e aprend izagem,
Indice
34
NÓS POR CÁ
NÓS POR CÁ
ECOGRAFIA CLÍNICA NO PRÉ-HOSPITALAR – MÓDULO II – PROTOCOLO BLUE E FEER
Catarina Tavares1 Enfermeira VMER, Heli INEM
A área dos cuidados de saúde é uma
à cabeceira, sobretudo nas unidades
equipamentos ultraportáteis,
área humana e de interacção humana
de cuidados intensivos e serviços de
demonstraram a possibilidade de os
que deve ser garantida e até
urgência com múltiplas utilizações,
ver introduzidos na prática clínica
privilegiada, contudo é também cada
desde avaliações cardíacas sumárias,
pré-hospitalar no contexto da
vez mais uma área de progresso
guia de colocação de dispositivos
emergência médica, como uma
científico e tecnológico galopante que
endovasculares, avaliação pulmonar,
ferramenta com acurácia e segura que
não pode ser descurado. Estes
abdominal e até no contexto da
auxilia o diagnóstico no contexto da
avanços tecnológicos são tão
paragem cardiorespiratória.
pessoa em situação crítica, visando o
desafiantes, como motivadores de
A sua crescente transportabilidade e
melhor tratamento e o benefício dos
consideráveis ganhos nos cuidados a
consequente acessibilidade, tornaram
cuidados. Foi neste sentido que, como
prestar às pessoas.
a Eco nos últimos anos numa
noticiámos no número anterior da
A Ecografia clínica passou nos
importante ferramenta clínica com
LIFESAVING, se iniciou nas Viaturas
últimos anos, de laboratórios de
inúmeras aplicações que acresentam
Médicas de Emergência e Reanimação
ecografia sofisticados e pouco
valor à prática clínica no contexto da
(VMERs) do Centro Hospitalar e
acessíveis muito associados aos
pessoa em situação crítica no
Universitário do Algarve (CHUA) um
serviços de radiologia ou cardiologia,
contexto hospitalar.
projecto de introdução da Ecografia
para equipamentos portáteis a utilizar
Esta evidência, e a última geração de
Clínica nestes meios.
35
Indice
1
Indice
36
equipamentos técnicos a serem
e no dia 23 de Março em Portimão o
introduzidos, para a obtenção de
Módulo 2 do Curso de Ecografia
imagens padrão, tendo em vista a
Clínica no Pré-Hospitalar, que
aquisição de competências na sua
explorou o Protocolo BLUE e FEER,
identificação. Estes propósitos e
que pretende dar resposta sobretudo
objectivos foram facilitados pela
à patologia Pulmonar e ao contexto
entrega de referencial bibliográfico
da paragem cardiorrespiratória.
prévio e pela inicial da demonstração
Este segundo módulo decorreu de
dos resultados obtidos no módulo 1.
forma dinâmica e entusiasmada por
Realçamos ainda que os
parte dos participantes, que
equipamentos já estão disponíveis
beneficiaram de uma formação com
nas VMER de Faro e Albufeira, e que
uma componente teórica prática
já têm sido incluídos na prática clínica
“hands on” na exploração dos
de forma satisfatória
EDITORA
CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM EDITORA
MONIQUE PAIS CABRITA Enfermeira VMER
37
Indice
Decorreu no dia 16 de Março em Faro
Indice
38
NÓS POR CÁ
NÓS POR CÁ
EMERGÊNCIA MÉDICA… PELO OLHAR DE UM ESTAGIÁRIO DE MEDICINA Joana Teixeira1 Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas
A EXPECTATIVA
nada melhor do que aproveitar os
PRIMEIRO IMPACTO
O privilégio de no plano curricular do
recursos pedagógicos existentes.
Segunda-feira, 8 da manhã, Hospital
último ano do Mestrado em
Escusado será dizer que tudo isso
de Faro, na chegada a base, confesso,
Medicina, poder escolher um estágio
condicionou a minha decisão, queria
estava desejosa de me
opcional no sentido de viver uma
que o meu estágio opcional fosse o
vestir de amarelo fluorescente, qual
experiência “out of doors”, é algo
mais intenso possível e por isso
capa vermelha qual quê, a cor dos
que perspetivei
escolhi a VMER. A expectativa de
heróis é fluorescente.
aproveitar ao máximo.
viver situações de elevado stress e
Na minha mente fazia todo o sentido
conseguir atuar de forma eficaz era
Na primeira saída a ocorrência era
escolher uma área da Medicina não
para mim um grande desafio, algo
uma PCR, comecei logo a fazer uma
explorada por mim até à data - a
que queria explorar e perceber se era
check list do que fazer, do que sabia,
experiência em pré-hospitalar. Os
ou não capaz de o fazer. Felizmente
do que não sabia, do algoritmo, dos
colegas que já o haviam feito
tudo se organizou nesse sentido,
ritmos desfibrilháveis, dos não
relatavam que tudo era impactante e
Faculdade, INEM, tutores, regentes
desfibrilháveis, quando fazer
de um conteúdo pedagógico incrível,
da cadeira do Estágio Opcional e
medicação, em que ciclo, enfim, a
para além disso os estudos
restante pessoal. Veio a resposta e
cabeça começou a trabalhar a mil à
(Hobgood C., Anantharaman V.,
sim, era possível, ia fazer o meu
hora, mesmo assim a menos
Bandiera G., Cameron P., Halperin P.,
estágio opcional onde
velocidade do que a viatura da VMER.
Holliman J., Jouriles N., Kilroy D.,
mais desejava…
Já no local e junto do doente a
Mulligan T., Singer A., 2011) indicam
vontade de agir era muita, queria
2
que há uma necessidade crítica e
Não podemos negar que desde
aplicar o que sabia, fazer a
crescente de médicos de
muito cedo existe a fantasia de que
abordagem que havia treinado na
emergência médica em todo o
nos “tinónis” vão os heróis, que
minha mente duas mil e quinhentas
mundo e que para responder a essa
dentro de qualquer ambulância se
vezes em dois minutos e meio, olhava
necessidade os médicos devem ser
faz “magia”, que se salvam vidas e
para o Enfermeiro que agilmente fazia
treinados para fornecer cuidados de
que se vive uma adrenalina ímpar.
milhares de coisas ao mesmo tempo
emergência eficazes.
Quer queiramos quer não essa
e ainda conseguia responder
memória basal cria em nós o desejo
eficazmente aos pedidos do médico
Sendo que atualmente (Hobgood C.
de ajudar e de fazer o papel de
que por sua vez desempenhava e
et al., 2021) não há um padrão
“heróis” nem que seja só por um dia,
delegava outras tantas, e eu olhava,
internacional reconhecido de
esta era a minha expectativa, ajudar
nem sabia por onde começar, ou
currículo que defina os padrões
a salvar vidas fora do hospital, que
melhor, se devia sequer começar.
mínimos básicos para a educação
afinal é onde tudo começa.
Todos sabiam como se posicionar e
2
em medicina de emergência,
quando entrar sem atrapalhar, sem
39
Indice
1
condicionar o trabalho do outro e só
A REALIDADE
nada arbitrária e tal como acaba uma
pelo olhar falavam, o enfermeiro sabia
Todos os dias tive a oportunidade de
pauta e se inicia outra, também de
do que o médico precisava antes de
trabalhar com equipas diferentes, no
sai de uma ocorrência e se responde
este o dizer e o que preparar antes de
primeiro e único dia em que tive na
a outra de forma tão organizada
lhe ser pedido, enfim, limitei-me a
SIV pude aprender sobre a logística,
como a anterior. Nos entretantos,
observar e a aprender.
os recursos, a organização e algumas
repõe-se o material usado, conversa-
funções e responsabilidades
se sobre o ocorrido e se houver
Nos estágios pelos quais fui
desempenhadas pelos diferentes
tempo recuperam-se energias
passando ao longo do curso, os
profissionais de saúde. Nos restantes
psicológicas, emocionais e físicas.
tutores muitas vezes diziam, “watch
dias estive na VMER e pude perceber
Nas saídas realizadas dei-me conta
one, do one, teach one”, primeiro ver,
a realidade desta.
da insensibilidade com que os
Indice
depois fazer o procedimento e por
recursos são requisitados e a
último autonomizar outros. Mas este
A forma de atuar está organizada
necessidade de educar a população e
ensino na emergência médica
como uma orquestra, em que cada
afins para a utilização dos mesmos.
pré-hospitalar não se pode aplicar,
um é expert a manobrar a sua
É nossa obrigação quer enquanto
aqui é saber observar sem questionar,
arte e que em nada se interpõe à
civis quer enquanto profissionais de
aprender a estar sem atrapalhar e
atuação do outro, aqui apenas se
saúde ter bom senso e consciência
saber responder apenas quando é
dispensa o maestro, de resto a
da escassez quer de recursos
necessário e não quando se julga ser.
banda toca de forma síncrona, em
humanos quer de recursos logísticos,
40
NÓS POR CÁ
para responder àquelas que são
mais fácil aceitar a realidade
BIBLIOGRAFIA
verdadeiras emergências médicas.
do que trabalhar para a transformar, é
1.
Precisamos educar tanto a
mais fácil dizer só “ámen” em vez de
Disparidade de gênero na medicina e onde
população em geral como rever e
fazer a oração, no entanto alguns
estamos agora na medicina de emergência? The
melhorar a formação dada aos
autores (Özgür, T., Zeynep, T. , 2010)3
American Journal of Emergency Medicine.
colegas que recebem e triam as
apontam que os serviços de
Volume 54, abril de 2022, páginas 17-21.
chamadas recebidas, sendo que
emergência médica e que os
existe margem de melhoria no
próximos médicos, por receberem
Cameron P., Halperin P., Holliman J., Jouriles N.,
sistema implementado para a
instrução mais dirigida neste sentido,
Kilroy D., Mulligan T., Singer A. (2011).
otimização dos recursos existentes.
como simulações, serão cada vez
International Federation for Emergency Medicine
2.
EmreAtiş S. , Bozan O., Bildik B., Mistik Y. (2022).
Hobgood C., Anantharaman V., Bandiera G.,
Model curriculum for medical student education
PARA MEDITAR
in emergency medicine. African Journal of
É interessante notarmos, que os
Emergency Medicine. 1, 139–144.
estudos (EmreAtiş S. , Bozan O., Bildik
3.
Özgür, T., Zeynep, T. (2010). Aplicações de
B., Mistik Y. , 2022)1
simulação na educação médica de emergência.
mostram que, embora a presença de
Procedia - Ciências Sociais e Comportamentais.
mulheres na área médica tenha
Volume 9, 2010, Páginas 1825-1829.1-
aumentado, há uma menor representação das mesmas na emergência médica, o que nos leva a meditar por que razão é uma escolha maioritariamente masculina ou se por sua vez não há “espaço” para o sexo feminino. De todas as experiências vividas, não
mais competentes na aplicação
destaco as skills técnicas nem a
prática dos seus conhecimentos bem
organização nem logística das
como nas suas habilidades de
infraestruturas nem das viaturas,
comunicação e de autoconfiança.
destaco a componente humana em
Agradeço a todos os que partilharam
que deixámos de acreditar que a
esta experiência comigo, que me
maior parte dos profissionais de
orientaram, que me ensinaram e que
saúde tem, temos visto refletido nos
me mostraram o que eu quero ser, o
seus rostos e na sua abordagem o
exemplo que quero seguir, sim,
cansaço de quem move mundos e
aquele que não vem em nenhum
fundos para continuar a dar de si.
capítulo do Harrisson nem do Cecil
Afinal queremos tanto humanizar os serviços de saúde que muitas vezes nos esquecemos que aqueles que o
EDITORA
representam são humanos, que se cansam, que falham, que sentem, que choram e que são mais resilientes do que aquilo que muitos julgam. sistema do que tentar mudá-lo, é
CATARINA TAVARES Enfermeira VMER Heli INEM
41
Indice
É mais fácil dizer que a culpa é do
Indice
42
“UM PEDACINHO DE NÓS”
UM PEDACINHO DE NÓS Ana Rodrigues1, Teresa Castro 2 2
Enfermeira das VMER de Faro e Albufeira, Enfermeira da VMER de Albufeira
Nesta rubrica iremos dar a conhecer
O curso de licenciatura em
No final de 5 ou 6 meses a recibos
um pouco do Pedro Rodrigues Silva.
Enfermagem foi realizado no Porto,
verdes, conseguiu entrar num curso
Nascido e criado na cidade da
em 4 anos. Sobre a cidade do Porto
para Enfermeiro SIV e durante 2 anos
Marinha Grande, distrito de Leiria,
diz-nos que adorou as pessoas e a
fez parte da equipa que abriu o meio
junto à praia, próximo ao Pinhal de
tradição académica, tanto que acha
SIV em Vila Real de Santo António.
Leiria, e por consequência, em torno
que os 4 anos passaram muito
Apesar de ter adorado, a
de histórias e lendas do Rei D. Dinis.
rápido. O seu percurso académico foi
precariedade desse vínculo laboral,
Uma cidade de sonho.
marcado pela paixão ao doente
obrigou-o a procurar melhores
Nasceu na Primavera de 1985 e a
crítico e é desta forma que inicia os
condições. Aceitou entao uma
infância foi passada entre as praias
primeiros passos como profissional.
proposta do Hospital de Faro para a
de águas geladas, as grandes ondas
Esta foi a sua única prioridade,
UCI Neonatal e Pediátrica.
do Oeste e os bosques do Pinhal.
aceitava trabalhar em qualquer parte
Inicialmente bastante apreensivo e
Adorava comer umas bagas
do país, desde que fosse nessa área.
com reservas em relação ao doente
deliciosas típicas do pinhal de Leiria
Para tal fez umas férias de três
critico pediátrico, mas rapidamente
a que chamavam “camarinhas” e de
semanas a que chamou de “rally dos
se apaixonou pela área. Passados 11
passear de bicicleta até à praia pelo
Hospitais” onde conheceu Portugal e
anos continua a fazer parte da
meio dos pinheiros.
entregou currículos de Norte a Sul.
mesma equipa e a colaborar com
43
Indice
1
Indice
vários projetos. Atualmente é
projeto de ambulância de Transporte
mar... mas a maior razão para me
também formador na área
Interhospitalar Pediátrica do Algarve
manter pelo Sul foi sem dúvida o
Pediátrica, algo que suplantou as
e pouco depois em meados de
percurso profissional em ascensão
suas expetativas.
Setembro terminou o curso VMER e
que me motivou sempre a ficar, e
Mas a emergência médica e o
iníciou funções na VMER de Faro. E
também por ter constituído família”.
pré-Hospitalar continuavam-lhe no
muito gostamos de o ter por cá, um
“sangue” e quando saíu da SIV não
enfemeiro com competências na
E fora da farda que hobbies
descansou enquanto não consegui
vertente pediatríca é sempre muito
tem o Pedro?
entrar para a equipa da VMER.
bem vindo!.
Gosta de fazer muitas coisas, mas
O ano de 2014 foi profissionalmente
Escolheu o Algarve para viver e
tendo nascido e vivendo em zonas
revelador, em Fevereiro terminou a
trabalhar, confessa que “qualquer um
com mar ao lado de casa, as
formação de especialidade em
se apaixona pelo Algarve, desde o
atividades aquáticas fazem parte
Pediatria, em Abril juntou-se ao
clima, às paisagens, a gastronomia, o
das suas escolhas. Praticou natação
44
“UM PEDACINHO DE NÓS”
de competição durante 12 anos, e
veículo de 2 rodas com dois jovens,
Nota das Editoras:
nadar continua a ser uma atividade
em que a primeira coisa que vê
Neste mundo desafiante como é o
que o ajuda a libertar stress e acalma
quando abre a porta da VMER é um
pré-hospitalar, numa fase em que
os pensamentos. Desde que vive no
pedaço lateral de capacete, sinónimo
estamos, perante o flagelo de uma
Algarve que também se interessa
de muita energia envolvida empregue
guerra ainda antes de termos saido
pela prática do KiteSurf, apesar de
no crâneo do utilizador. Um rapaz
de uma pandemia, em que não
actualmente não disponibilizar tanto
adolescente baleado em que após
sabemos bem o que nos espera no
tempo para o praticar como gostaria.
agravamento brusco e sistemático
futuro, que as equipas continuem
Nos últimos anos tem-se dedicado
de parâmetros vitais e manobras de
coesas e a dar o melhor de si a cada
aos passeios de duas rodas e de
reanimação prolongadas no passeio
vitima. Bem Haja a todos os que
Autocaravana pois são uma bela
da sua rua, o óbito foi declarado com
perdem um pouco do seu tempo a
forma de conhecer o nosso país
a família a assistir.
conhecer a nossa familia da VMER
mais de perto e de diversão familiar.
Considera que os momentos felizes
Faro e Albufeira
A fotografia também é uma atividade
são escassos e não tem memoria de
que lhe desperta grande interesse e
ter acontecido nos seus turnos. ”Mas
ocupa grande parte do seu tempo
há todo uma espécie de “bichinho”
livre… “conseguir passar sentimentos
que precisamos alimentar, um tal
e emoções para uma imagem
gosto pelo pré-hospitalar, que nos faz
fotográfica exige entrega, dedicação
sentir muito bem, depois de uma
e é um desafio muito aliciante”.
ativação em que sabemos que
Muitas das belíssimas fotografias
fizemos o melhor para a vítima, e que,
presentes nas nossas edições da
se sobreviver, foi porque ajudámos e
revista LIFESAVING são criação dele.
fizemos a diferença na vida daquela pessoa. E essas situações elevam-
Teve algumas situações complicadas
nos para um nível de grande
no préhospitalar que o marcaram e
ansiedade associado à obrigação de
não esquece, entre elas um acidente
dar uma resposta imediata e é isso
multivítimas com 7 pessoas nas
que nos preenche, alimenta o tal
profundezas da serra algarvia, após
“bichinho” do Pré-Hospitalar e nos faz
um capotamento de um veículo
alcançar o sentimento de missão
turístico todo o terreno em que a
cumprida. Desempenho a minha
evacuação das vítimas era feita de
profissão com grande orgulho e
tractor agrícola. Um grande
dedicação e adoro pertencer a esta
queimado após explosão de uma
familia. Obrigado.”
EDITORA
fuga de gás. Rendez-vous com a VMER Portimão, prematuro de 28 ANA RODRIGUES Enfermeira VMER Heli INEM
semanas que acabara de nascer num hotel do Barlavento, sendo necessário reverter uma situação de paragem respiratória, bradicardia,
EDITORA
hipoglicémia e hipotermia num ser humano de 700 gramas, dentro de uma ambulância na berma da estrada, esta última situação na TIP TERESA CASTRO Enfermeira VMER
45
Indice
Algarve. Acidente de viação num
TESOURINHO VMERISTA
Pedro Oliveira Silva 1 1
Médico VMER
Esta é uma saída que, como muitas outras, cotadas como muito graves na sua avaliação primária, mas que ao chegar ao local nada corresponde à realidade. Esta é só o pináculo quer na gravidade quer na realidade contrastante experienciada pela equipa de emergência. Eram cerca das 23:00, quando a SMS
Congressos e Cursos
feito o varrimento visual pela estrutura, onde não concebemos nenhuma vítima, sendo que o dito familiar, após inquisição, nos diz que a emergência era para ele, e apenas se sentia mal disposto! Sendo que a realidade era bem mais dócil que a informação passada, retornámos novamente à base!
1.º CONGRESSO DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DO CHUC | 19 a 20 de maio de 2022 | Centro de Congressos do CHUC 7.ª REUNIÃO DA EUSPP: «URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA» | 27 de maio de 2022 | Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu XII CONGRESSO NACIONAL DE QUEIMADOS | 16 a 18 de junho de 2022 | Hospital da Prelada, Porto
EDITOR
PEDRO OLIVEIRA SILVA Médico VMER CODU
Indice
nos orienta para uma PCR no domicílio, sendo esta presenciada, num jovem de 60 anos, ao qual se estaria a fazer SBV. Com toda a instância que a situação merece, chegamos a casa do doente sendo recebidos por um suposto familiar que nos abriu a porta. Indagamos o senhor da localização da vítima, tendo
46
TESOURINHO VMERTISTA
FRASE MEMORÁVEL
"Cada guerra deixa o nosso mundo pior do que estava antes. A guerra é o falhanço da política e da Humanidade, uma vergonhosa capitulação, uma pungente derrota diante as forças do mal", escreveu o Papa Francisco na rede social Twitter, a 25 de Fevereiro de 2022, no mesmo dia em que as tropas russas invadiram a Ucrânia."
Fonte: Radio Renascença on-line. Fonte: https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2022/02/25/a-guerra-e-o-falhanco-da-politica-e-da-humanidade-diz-o-papa/274086/
"Não posso dizer bom dia, nem boa tarde nem boa noite, porque para alguns este dia é mau e para muitos este dia é o último", foram palavras do discurso de Volodymir Zelensky, Presidente da Ucrânia, ao participar em direto, por videochamada, na reunião extraordinária do Parlamento Europeu, que decorreu a 1 de Março de 2022, em Bruxelas.
Fonte: Expresso on-line | 1 de Março de 2022
47
Indice
Fonte: https://expresso.pt/guerra-na-ucrania/2022-03-01-o-discurso-de-volodymir-zelensky-que-conquistou-uma-ovacao-de-pe-no-parlamento-europeu--em-ingles-
BEST SITES
COREultrasound Este é um site que apresenta ao visitante um conjunto de inúmeros vídeos e podcasts relativos à avaliação ultrassonográfica de vários
órgãos e sistemas, ajuda a reconhecer importantes particularidades e padrões patológicos
https://www.coreultrasound.com/
The POCUS Atlas O Atlas Point of Care Ultrasound (POCUS) é uma plataforma de partilha de material educacional gratuito de ultrassom. Nesta plataforma
poderemos encontrar uma vasta uma coleção de imagens ecográficas de cariz educacional. O acesso é gratuito, e tem revisão de pares
EDITOR
Indice
BRUNO SANTOS Médico VMER
48
https://www.thepocusatlas.com/
BEST APPS
BEST APPS A Educação e a prevenção são a chave do sucesso nos problemas de saúde. Saber prevenir antes de acontecer e saber como actuar quando acontece são os nossos maiores trunfos. O uso da tecnologia ao nosso dispor é sempre uma mais-valia para ambos os casos e estas duas aplicações são bom exemplo disso.
STROKERISKOMETER Esta aplicação permite calcular o
probabilidade de ter um AVC.
risco individual de AVC considerando
É um novo instrumento para ajudar
a idade, género, raça, estilo de vida e
as pessoas e os profissionais de
outras condições de saúde que
saúde a reduzir o risco de AVC
diretamente influenciam a
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.strokeriskometer
STOP THE BLEED A hemorragia não controlada pode
técnicas recomendadas para
ser fatal em poucos minutos. Esta
possivelmente salvar vidas em caso
aplicação ajuda-o a aprender as
de emergência.
https://play.google.com/store/apps/details?id=edu.usuhs.stb
EDITOR
49
Indice
PEDRO LOPES SILVA Enfermeiro VMER Heli INEM
Indice
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve 50
ABC COLAB - O PRIMEIRO LABORATÓRIO COLABORATIVO NA ÁREA DA SAÚDE NO ALGARVE O Laboratório Colaborativo do
Este laboratório pretende ainda
Os CoLAB visam promover a
Algarve Biomedical Center Research
potenciar e acelerar a investigação
colaboração entre instituições de
Institute (ABC CoLAB) é um dos seis
na área do envelhecimento, através
ciência, tecnologia e ensino superior
Laboratórios Colaborativos (CoLAB)
da criação de produtos ou sistemas
e o tecido económico e social,
recentemente aprovados pela
de maior valor acrescentado,
designadamente as empresas, o
Fundação para a Ciência e a
orientando as suas actividades para
sistema hospitalar e de saúde, as
Tecnologia (FCT).
a criação de emprego qualificado e
instituições de cultura e as
de valor económico e social no
organizações sociais, assim como a
O ABC CoLAB visa dedicar-se ao
espaço intermédio do sistema
criação, directa e indirecta, de
estudo e desenvolvimento de
de inovação.
empregos de alto valor acrescentado
soluções integradas para o
em Portugal, através da
envelhecimento e rejuvenescimento,
O ABC CoLAB irá constituir-se como
implementação de agendas de
adequando as prioridades e o tipo de
uma associação sem fins lucrativos,
investigação e de inovação
respostas nas áreas da saúde, da
da qual fazem parte o ABC-RI
orientadas para a criação de valor
acção social, da educação e da
(AD-ABC), Câmaras Municipais de
económico e social.
formação ao longo da vida, do
Loulé e Albufeira, CinTurs e CEFAGE
trabalho e da participação cultural e
(Universidade do Algarve), ISCTE-IUL,
cívica em função do território, das
Instituto Português do Sangue e da
necessidades e das dinâmicas da
Transplantação, Vodafone, Algardata,
população, segundo informação
Garvetur, Premivalor, Sea4Us e
fornecida pelo Algarve Biomedical
Instituto de Ciências Nucleares
Center Research Institute (ABC -RI).
Aplicadas à Saúde (ICNAS).
51
Indice
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve
ABC – MEDALHA DE HONRA L’ORÉAL PORTUGAL PARA AS MULHERES NA CIÊNCIA O prémio da 18ª edição Medalhas de
Entre os quatro projectos vencedores
Honra L’Oréal Portugal para as Académico está SARA CARVALHAL, Centro de Investigação e Formação Biomédica do Algarve Mulheres na Ciência distingue cada
investigadora do ABC, que viu o
vencedora com um prémio no valor
projecto científico no qual trabalha
de 15 mil euros, como incentivo à
ser um dos premiados, entre mais de
sua pesquisa e ao trabalho
72 candidatas que foram a avaliação
desenvolvido nas áreas da saúde e
por um júri científico, presidido pelo
ambiente. Uma iniciativa que visa,
Professor Alexandre Quintanilha.
de forma mais ampla, contribuir para uma ciência e uma sociedade mais
Sara Carvalhal encontra-se a estudar
inclusivas e equitativas.
o efeito dos erros na divisão celular nas doenças raras no seu próprio
Indice
laboratório no ABC.
52
Foto - Barlavento
INAUGURAÇÃO DO OBSERVATÓRIO NACIONAL DO ENVELHECIMENTO EM ALTE O Observatório Nacional do
foco constante na monitorização de
Sales, que reconheceram a
inaugurado no dia 21 de Março de
longo do tempo, como devemos agir
O aumento da esperança de vida da
2022, na aldeia de ALTE, nas antigas
e como podemos actuar de forma a
população portuguesa e o desafio de
instalações da Escola Profissional
minimizar o impacto que vamos ter
promover um envelhecimento ativo e
Cândido Guerreiro.
nos indicadores do envelhecimento
saudável no país, faz com que seja
Esta iniciativa que congrega três
português.
necessário a implementação de
instituições de ensino (ABC –
Na inauguração esteve presente a
políticas associadas à longevidade
Algarve Biomedical Center, NOVA
ministra do Trabalho, Solidariedade
com bases científicas de forma a
Medical School da Universidade Nova
e Segurança Social, Ana Mendes
promover o envelhecimento cada
de Lisboa e Universidade do Porto)
Godinho, e o secretário de Estado
vez mais ativo e saudável ao longo
surge da necessidade de existir um
Adjunto e da Saúde, António Lacerda
da vida.
53
Indice
Investigação e Formação do Algarve Envelhecimento (ONE) foi Centro Académico comode nos estamos a comportar aoBiomédica importância deste projecto.
1AS JORNADAS DAS TECNOLOGIAS DA SAÚDE DO CHUA De 1 a 3 de Abril de 2022, decorreu
profissionais e alunos das áreas de
mediante a apresentação de
em Portimão as 1as Jornadas das
intervenção, das várias profissões,
comunicação livre oral ou poster.
Tecnologias da Saúde do CHUA.
de divulgarem experiências, estudos
Participaram cerca de 200
Esta iniciativa possibilitou a
ou trabalhos desenvolvidos no
profissionais, tendo o ABC feito
oportunidade a todos os
âmbito da sua atividade profissional
parte da comissão organizadora.
Indice
Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve
54
ABC - ESTRUTURA DE APOIO DISPONÍVEL PARA UCRANIANOS O ABC em parceira com a Faculdade
informações e contatos úteis.
E-mail para inscrição nos apoios
de Ciências Biomédicas e de
A estrutura de apoio foi criada para
disponibilizados:
Medicina do Algarve estão a
os ucranianos que chegam a
abc.medhelp@abcmedicalg.pt
disponibilizar, entre outros apoios,
Portugal, mas também para a
O ABC também trabalha em
avaliações médicas gratuitas aos
comunidade que já se encontra no
articulação com as várias
refugiados que cheguem da Ucrânia.
país. O apoio clínico, psicológico e
entidades regionais e com a
Foram disponibilizadas informações
emocional prestado aos ucranianos
Câmara Municipal de Loulé, no
de apoio nas duas línguas em
afetados pela guerra e uma das
apoio à comunidade ucraniana.
português e ucraniano, com as
finalidades presentes nesta parceria.
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Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve
1º ENCONTRO DE BOAS PRÁTICAS PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL DA REGIÃO DO ALGARVE
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de Investigação Formação Biomédica do Algarvena região por 167 O evento realizou-se no diaCentro 18 de Académico soluções e abordagense para a implementadas março, no Grande auditório Caixa
melhoria da qualidade de vida da
parceiros e promotores.
Geral de Depósitos, no Campus de
população sénior.
O Encontro contou com cerca de 160
Gambelas da Universidade do Algarve.
Foram submetidas 55 boas práticas
participantes de todos os municípios
A iniciativa foi promovida pelo Algarve
por promotores e copromotores dos
da região, que elegeram a melhor boa
Active Ageing (A3) e pelo Projeto PSL
16 municípios do Algarve, distribuídas
prática por categoria. Ao longo do dia
(POCTEP-Interreg) em parceria com a
pelas quatro categorias a concurso:
estiveram em exposição todas as
CCDR Algarve e o ABC, com vista a
Saúde (21 candidaturas), Território
boas práticas a concurso que não
divulgar as melhores práticas do
Inclusivo (9 candidaturas), Coesão e
passaram à final, de forma a promover
Algarve no âmbito do envelhecimento
Participação Social (21 Candidaturas)
uma troca de experiências entre
ativo e saudável, fomentando o
e Economia Grisalha (4 candidaturas).
instituições e municípios da região.
debate na procura de melhores
As 55 boas práticas são
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Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve
No âmbito do evento foram ainda
para a Longevidade e Vida
fotografia “Envelhecimento
anunciados os vencedores do
Autónoma”.
Saudável e Ativo para a
Concurso de Fotografia
As 10 melhores fotografias
Longevidade e Vida Autónoma”.
“Envelhecimento Saudável e Ativo
integraram a exposição de
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Mourão C, Cartaxo V, Marques N.
– Entrada grátis em webinares formativos a organizar pela APEMERG; – Descontos nos eventos a organizar pela APEMERG; – Participar na Assembleia Geral da APEMERG, nos termos definidos nos estatutos; – Prioridade na participação em projectos educacionais e estudos que a associação vier a promover; – Convites para entrada em eventos de parceiros na área do doente crítico.
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– Descontos em eventos realizados pelos nossos parceiros".
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APEMERG
APEMERG
HIGHLIGHTS ICE 2022 Daniela Cunha1, Sílvia Ribeiro2 1 2
Associada nº 24 APEMERG Associada nº 341 APEMERG
No passado dia 1 de Abril de 2022, decorreu em Faro, no Teatro das Figuras, o International Congress on Emergency (ICE), Congresso anual da Associação Portuguesa de Médicos e Enfermeiros de Emergência (APEMERG) após um interregno de 2 anos devido à pandemia. Este Congresso contou com a presença de vários profissionais e especialistas nacionais e internacionais na área da emergência médica. Do programa constaram temas como: Emergências Pediátricas e Obstétricas, Cuidados Paliativos, Emergências Traumatológicas, Medicina de Catástrofe, Emergências Médicas e o Programa ECMO. Após a sessão de abertura a cargo da Dra. Vera Mondim, pelas 9h, teve início a mesa dedicada às “Emergências Pediátricas
Esta primeira mesa foi moderada
que deu a palavra ao Enfermeiro
e respetivo modo de atuação, tendo
pelo Dr. Francisco Abecasis, pediatra
Pedro Lopes e nos apresentou quais
dado principal ênfase ao parto que
do Centro Hospitalar Lisboa Norte,
as possíveis complicações do parto
ocorre em ambiente pré-hospitalar.
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e Obstétricas".
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Ainda nesta mesa o pediatra Dr.
não pediatras” numa abordagem
as faixas etárias quer em
Pedro Nunes apresentou um
de “desmistificação” do que é o
ambiente pré-hospitalar quer em
“manual de sobrevivência para
tratamento da criança de todas
ambiente hospitalar.
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APEMERG
De seguida deu-se continuidade ao programa com a mesa “Out of the Box: critically ill or palliative, who cares…“ moderada pela Dra. Fátima Teixeira, coordenadora regional de Cuidados Paliativos do ACES Sotavento. Contou com a presença da Enfermeira Catarina Pazes, Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos que nos apresentou uma visão da realidade em Portugal e com o Enfermeiro Jaime Astray que nos mostrou a realidade espanhola de uma equipa de intervenção comunitária em cuidados Paliativos. Após o coffee-break, onde os congressistas puderam assistir a várias demonstrações de materiais e equipamentos relacionados com a assistência às vítimas em ambiente préhospitalar e hospitalar que se encontravam expostos, o Enfermeiro Tiago Amaral, do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (Hospital São José), moderou a mesa “Emergências Traumatológicas” com o Dr. Carlos Durão a criar impacto na reflexão “E se soubesse o resultado da autópsia?” destacando a importância para que as lesões potencialmente fatais sejam correta e atempadamente
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identificadas.
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APEMERG
O iníco da tarde foi dedicado à mesa “Medicina de Catástrofe” moderada pelo Enfermeiro Luís Gonçalves da Força Aérea Portuguesa, com a palestrante Gila Hyams, enfermeira no Rambam Health Campus de Israel que começou por apresentar o hospital onde trabalha como uma das principais referências do país. Segundo a mesma dada a conjuntura política em que Israel está envolvido, o hospital já está preparado para medicina de catástrofe uma vez que os bombardeamentos são frequentes. Após mostrar imagens do funcionamento normal do hospital, nomeadamente do serviço de urgência e do fluxograma do plano de catástrofe, mostrou a forma como se organizam e re-organizam os espaços da instituição como por exemplo a capacidade de transformação do parque de estacionamento de veículos automóveis, localizado no sub-solo da instituição, numa área com capacidade para receber doentes críticos. Esta área terá sido utilizada recentemente para receber os utentes com COVID-19. Terminou a apresentação apresentando os diferentes programas de formação, nomeadamente os programas de intercâmbio internacional (o último grupo Português que integrou uma formação em conjunto esteve em Israel em 2010) e “desafiou” os presentes para irem conhecer
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a instituição.
A penúltima mesa dedicada às “Emergências Médicas” contou com a presença do Dr. João de Sousa Bispo que falou sobre “precordialgia... should I stay or should I go?" que analisou vários exemplos de ECG e que tipo de abordagem poderia ou deveria ser a recomendada, e com a presença do Dr. Luís Cabral do serviço regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores que nos apresentou o ABC em Emergências Médicas, tendo enfatizado a importância da avaliação primária da vítima quer para o diagnóstico como para o tratamento.
A moderação desta mesa ficou à responsabilidade do Dr. Jorge Miguel Mimoso do Centro Hospitalar Universitário do Algarve.
Por fim assistimos à mesa “Out-of-hospital ECPR” moderada pelo Dr. Roberto Roncon, do Centro Hospitalar Universitário de São João, contou com a presença de Christelle Dagron do SAMU Paris e membro da equipa de ECMO que nos apresentou uma descrição da
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realidade daquela cidade.
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APEMERG
Ao longo do Congresso os presentes foram questionando os palestrantes, partilhando as suas próprias experiências. O encerramento do Congresso esteve a cargo de Tiago Carvalho, presidente da APEMERG, que por motivos profissionais, ficou impossibilitado de a encerrar presencialmente, deixando assim uma mensagem motivadora em diferido, estimulando os palestrantes para que tenham um olhar crítico construtivo sobre a emergência. Salientou que a APEMERG está no caminho científico da emergência médica com este tipo de ações e simultaneamente apresentou as principais conclusões e desafios.
A APEMERG evidencia o sucesso do evento como uma das referências da área e promete o seu regresso em 2023, na cidade
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de Lisboa, a 14 de Abril.
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CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO – Novembro de 2021
A Revista LIFESAVING (LF) é um órgão de publicação pertencente ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e dedica-se à promoção da ciência médica pré-hospitalar, através de uma edição trimestral. A LF adopta a definição de liberdade editorial descrita pela World Association of Medical Editors, que entrega ao editorchefe completa autoridade sobre o conteúdo editorial da revista. O CHUA, enquanto proprietário intelectual da LF, não interfere no processo de avaliação, selecção, programação ou edição de qualquer manuscrito, atribuindo ao editor-chefe total independência editorial. A LF rege-se pelas normas de edição biomédica elaboradas pela International Commitee of Medical Journal Editors e do Comittee on Publication Ethics.
respectivos autores. A LF reserva-se o direito de publicar ou não os artigos submetidos, sem necessidade de justificação adicional. A LF reserva-se o direito de escolher o local de publicação na revista, de acordo com o interesse da mesma, sem necessidade de justificação adicional. A LF é uma revista gratuita, de livre acesso, disponível em https://issuu.com/lifesaving. Não pode ser comercializada, sejam edições impressas ou virtuais, na parte ou no todo, sem autorização prévia do editor-chefe.
3. Direitos Editoriais Os artigos aceites para publicação ficarão propriedade intelectual da LF, que passa a detentora dos direitos, não podendo ser reproduzidos, em parte ou no todo, sem autorização do editor-chefe.
2. Informação Geral A LF não considera material que já foi publicado ou que se encontra a aguardar publicação em outras revistas. As opiniões expressas e a exatidão científica dos artigos são da responsabilidade dos
4. Critérios de Publicação 4.1 Critérios de publicação nas rúbricas
originais em qualquer das categorias em que se desdobra, de acordo com os seguintes critérios de publicação: Nós Por Cá - Âmbito: Dar a conhecer a realidade de actuação das várias equipas de acção pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Dimensão: 250 palavras. Tertúlia VMERISTA - Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante. Dimensão: 250 palavras. Minuto VMER - Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos. Dimensão: 1000 palavras Fármaco Revisitado - Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER. Dimensão: 500 palavras
A LF convida a comunidade científica à publicação de artigos
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1. Objectivo e âmbito
Journal Club - Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. Dimensão: 500 palavras
Cuidar de Nós - Âmbito: Diferentes temáticas, desde psicologia, emocional, metabólico, físico, laser, sempre a pensar no auto cuidado e bem estar do profissional. Dimensão: 500 palavras.
Nós e os Outros - Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a actuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. Dimensão: 1000 palavras
Pedacinho de Nós - Âmbito: Dar a conhecer os profissionais das equipas de emergência pré-hospitalar. Dimensão: 400 palavras.
Ética e Deontologia - Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. Dimensão: 1000 palavras Legislação - Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. Dimensão: 500 palavras O que fazer em caso de... - Âmbito: Informação resumida mas de elevada qualidade para leigos em questões de emergência. Dimensão: 500 palavras.
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Mitos Urbanos - Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. Dimensão: 1000 palavras.
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Tesourinhos VMERISTAS - Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da nossa experiência enquanto VMERistas. Dimensão: 250 palavras Congressos Nacionais e Internacionais - Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica. Di-mensão: 250 palavras. Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar - Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica préhospitalar -Dimensão: 250 palavras Cartas ao Editor - Objetivo: comentário/exposição referente a um artigo publicado nas últimas 4 edições da revista promovendo a discussão e visão crítica. Poderão ainda ser enviados observações, casuísticas particularmente interessantes de temáticas atuais que os autores desejem apresentar aos leitores de forma concisa.
- Instruções para os autores: 1. O corpo do artigo não deve ser subdividido; sem necessidade de resumo ou palavras-chave. 2. Deve contemplar entre 500 a 1000 palavras, excluindo referências, tabelas e figuras. 3. Apenas será aceite 1 figura e/ou 1 tabela. 4. Não serão aceites mais de 5 referências bibliográficas. Devendo cumprir as normas instituídas para revista. 5. Número máximo de autores são 4. Instantâneos em Emergência Médica - Âmbito: Fotografias em contexto pré-hospitalar, contextualizadas nas diversas áreas da Emergência. - Formato: Título; Autores – (primeiro nome, último nome, título, categoria profissional opcional); imagem em formato JPEG com resolução original); Legenda explicativa com breve enquadramento ou breve comentário acerca do sentido da imagem para o Autor. – máx. 100 palavras. É de a responsabilidade dos autores respeitar a POLITICA DE PRIVACIDADE, De acordo com o art. º13.º do Regulamento Europeu de Proteção de Dados Pessoais Reg. UE 201/679. Os Autores são responsáveis por respeitar e obter o consentimento de imagem, quando necessário ( n.º 1 do artigo 79.º do C.C).
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
Posters em Emergência Médica - Âmbito: Apresentação sumária de Póster científico original, sobre a temática da Emergência pré e intra-hospitalar, e do doente crítico. Dimensão: 800 a 1000 palavras. Limite de tabelas e imagens: 6
5. Referências Os autores são responsáveis pelo rigor das suas referências bibliográficas e pela sua correta citação no texto. Deverão ser sempre citadas as fontes originais publicadas. A citação deve ser registada empregando a Norma de Vancouver
4.2 Critérios gerais de publicação
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O trabalho a publicar deverá ter no máximo 120 referências. Deverá ter no máximo 6 tabelas/ figuras devidamente legendadas e referenciadas. O trabalho a publicar deve ser acompanhado de no máximo 10 palavras-chave representativas. No que concerne a tabelas/ figuras já publicadas é necessário a autorização de publicação por parte do detentor do copyright (autor ou editor). Os ficheiros deverão ser submetidos em alta resolução, 800 dpi mínimo para gráficos e 300 dpi mínimo para fotografias em formato JPEG (.Jpg), PDF (.pdf). As tabelas/figuras devem ser numeradas na ordem em que ocorrem no texto e enumeradas em numeração árabe e identificação. No que concerne a trabalhos científicos que usem bases de dados de doentes de instituições é necessário fazer acompanhar o material a publicar do consentimento da comissão de ética da respectiva instituição. As submissões deverão ser encaminhadas para o e-mail: revistalifesaving@gmail.com
Estatuto Editorial
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A Revista LIFESAVING é uma publicação científica e técnica, na área da emergência médica, difundida em formato digital, com periodicidade trimestral. Trata-se de um projeto inovador empreendido pela Equipa de Médicos e Enfermeiros das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) de Faro e de Albufeira, pertencentes ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, e que resultou da intenção estratégica de complementar o Plano de formação contínua da Equipa. A designação “Lifesaving”, que identifica a publicação, é bem conhecida por todos os profissionais que trabalham na área da emergência médica, e literalmente traduz o desígnio da nobre missão que todos desempenham junto de quem precisa de socorro – “salvar vidas”. Esta Publicação inovadora, compromete-se a abraçar um domínio editorial pouco explorado no nosso país, com conteúdos amplamente dirigidos a todos os profissionais que manifestam interesse na área da emergência médica. Através de um verdadeiro trabalho de Equipa dos vários Editores da LIFESAVING, e
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aproveitando a sua larga experiência em Emergência Médica, foi estabelecido o compromisso de apresentar em cada número publicado, conteúdos e rubricas de elevada relevância cientifica e técnica no domínio da emergência médica. Por outro lado, este valioso instrumento de comunicação promoverá a partilha das ideias e conhecimentos, de forma completa, rigorosa e assertiva. Proprietário: Centro Hospitalar Universitário do Algarve, E.P.E. NIPC: 510 745 997 Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro N.º de registo na ERC: 127037 Diretor: Dr. Bruno Santos Editor-Chefe: Dr. Bruno Santos Morada: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro Sede da redação: Rua Leão Penedo, 8000-386 Faro Periodicidade: trimestral
TIPO DE CONTEÚDOS Esta publicação periódica pretende ser uma compilação completa de uma seleção de matérias científicas e técnicas atualizadas, incluídas em grande diversidade de Rubricas, incluindo: – “Nós Por Cá” – Âmbito: Dar a conhecer a realidade de atuação das várias equipas de ação pré-hospitalar através de revisões estatísticas da sua casuística. Poderá incluir também a descrição sumária de atividades, práticas ou procedimentos desenvolvidos localmente, na área da emergência médica – Dimensão: 500 palavras; – “Tertúlia VMERISTA” – Âmbito: Pequenos artigos de opinião sobre um tema fraturante – Dimensão: 250 palavras;
– “Minuto VMER” – Âmbito: Sintetização para consulta rápida de procedimentos relevantes para a abordagem de doentes críticos, ou de aspetos práticos relacionados com Equipamentos utlizados no dia-à-dia. Dimensão: 1000 palavras; – “Fármaco Revisitado” – Âmbito: Revisão breve de um fármaco usado em emergência pré-hospitalar, ou que poderia ser uma mais valia a sua implementação na carga VMER. – Dimensão: 500 palavras; – “Journal Club” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos pertinentes relacionados com a área da urgência e emergência médica pré-hospitalar e hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Nós e os Outros” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre a atuação de equipas de emergência préhospitalar não médicas. -Dimensão: 1000 palavras; – “Ética e Deontologia” – Âmbito: Apresentação de artigos científicos ou artigos de opinião sobre questões éticas desafiantes no ambiente pré-hospitalar. -Dimensão: 500 palavras; – “Legislação” – Âmbito: Enquadramento jurídico das diversas situações com que se deparam os profissionais de emergência médica. – Dimensão: 500 palavras; – “O que fazer em caso de…” – Âmbito: Informação resumida, mas de elevada qualidade, para leitores não ligados à área da saúde, ou da emergência médica -Dimensão: 500 palavras; – “Mitos Urbanos” – Âmbito: Investigar, questionar e esclarecer questões pertinentes, dúvidas e controvérsias na prática diária da emergência médica. -Dimensão: 1000 palavras;
ESTATUTO EDITORIAL
PREVISÃO DO NÚMERO DE PÁGINAS: 50; TIRAGEM: – não aplicável para a publicação eletrónica, não impressa em papel.
ONDE PODERÁ SER CONSULTADA: Pode ser consultada no site do CHUAlgarve, no setor “Comunicação”, no domínio http:// www.chualgarve.min-saude.pt/ lifesaving/, e adquirida gratuitamente por subscrição nesse mesmo site. Não dispomos ainda de um site oficial para organização dos nossos conteúdos, de modo que atualmente todas as Edições estão a ser arquivadas no Repositório Internacional ISSUU, onde poderão ser consultadas gratuitamente (https://issuu.com/lifesaving). Marcamos presença ainda noutras plataformas de divulgação (Facebook, Instagram, Twiter e Youtube).
N.º 1 do art.º 17.º da Lei de Imprensa: Garanta de liberdade de imprensa: 1 - É garantida a liberdade de imprensa, nos termos da Constituição e da lei. 2 - A liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações. 3 - O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura
DIVULGAÇÃO DA LIFESAVING: A LIFESAVING será difundida no site do Centro Hospitalar do Algarve (no setor média e imagem), e sua Intranet, com possibilidade da sua subscrição para receção trimestral via e-mail. Inserida on-line no repositório de publicações ISSUU, adquirindo um aspeto gráfico otimizado para tornar a leitura ainda mais agradável. Será também difundida na página de Facebook da VMER de Faro, página própria com o nome LIFESAVING.
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– “Cuidar de Nós” – Âmbito: Discussão de diferentes temáticas, de caráter psicológico, emocional, metabólico, físico, recreativo, centradas no autocuidado e bem estar do profissional da emergência. -Dimensão: 500 palavras; – “Pedacinho de Nós” – Âmbito: Dar a conhecer, em modo de entrevista, os profissionais da Equipa das VMER de Faro e Albufeira ou outros Elementos colaboradores editoriais da LIFESAVING. – Dimensão: 500 palavras; – “Vozes da Emergência” – Âmbito: Apresentar as Equipas Nacionais que desenvolvem trabalho na Emergência Médica, dando relevância a especificidade locais e revelando diferentes realidades. – Dimensão 500 palavras; – “Emergência Global” – Âmbito: publicação de artigos de autores internacionais, que poderão ser artigos científicos originais, artigos de opinião, casos clínicos ou entrevistas, pretendendo-se divulgar experiências enriquecedoras, além fronteiras; – “Tesourinhos VMERISTAS” – Âmbito: Divulgação de situações caricatas, no sentido positivo e negativo, da experiência dos Profissionais da VMER. – Dimensão: 250 palavras; – “Congressos Nacionais e Internacionais” – Âmbito: Divulgação de eventos na área da Emergência Médica – Dimensão: 250 palavras; palavras; – “Best Links/ Best Apps de Emergência Pré-hospitalar” – Âmbito: Divulgação de aplicações e sítios na internet de emergência médica pré-hospitalar -Dimensão: 250 palavras
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