Revista Lifestyle Tattoo - Edição 2

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OLHO POR OLHO

Ano 1|Edição nº 02|SET/OUT

CORPO SUSPENSO

Saiba mais sobre o universo da Suspensão Corporal e confira a

Confira o ensaio de estreia da Lifestyle Girl

ENTREVISTA

Mariana Queiroz

com o expert no assunto

Valnei Santos

E MAIS EVENTOS

Tattoo Ink 2013 S.J. dos Campos

POINT

Karooba Café Tattoo

ENTREVISTA

Fernando Schaefer Banda Worst

CAUSOS E PÉROLAS

Nosso novo colunista Sr. Geléia



EDITORIAL O Brasil está vivendo uma fase inédita no mercado de tatuagens. Parece que finalmente o conceito de “aberração” saiu de cena para dar lugar ao reconhecimento de lifestyle sem cobranças e preconceitos. Vocês vão entender melhor do que estamos falando com a matéria sobre o evento Tattoo Ink São José dos Campos que rolou no final de agosto. Para provar como estamos bonzinhos, fizemos um ensaio fotográfico com a vencedora Miss Tattoo Ink 2013 Jessica Aparecida em nosso site. A revista ainda reservou uma dica irada para curtir uma tarde de sábado entre amigos na Vila Madalena. Queremos mostrar um pouco sobre a rotina de quem respira bike por toda São Paulo.

Deborah Benetti Editora Chefe deborahcbenetti@gmail.com

EXPEDIENTE

Diretor Comercial: Raphael Rosa Diretor de Criação: José Junior Editora Chefe: Deborah Benetti Jornalista: Brian Stecco Direção de Arte: Simone Ferres Redatores: Diego Martins e Diogo Dias Fotógrafos: Daniel Correa, Erik Yuji, Fernando Bentes e Renata Pitteri Fotos de Capa: Fernando Bentes e Frank Carvalho Agradecimentos: aos nossos colaboradores, que mais uma vez entraram de cabeça com a Revista, e dedicaram um bom tempo para produzirmos essa segunda edição. Agradecer ao Ronaldo Sampaio (Snoopy) que tem sem-

Mas as novidades não param por aí. O músico e jornalista Felippe Camargo acabou de chegar de viagem da Europa e montou uma coluna especial sobre a loja de discos Concerto, de Amsterdam. Separe o mapa nas mãos e bora riscar seu próximo destino de férias. E você já pensou como seria um estúdio de tatuagem e piercing que fica integrado com um bar de três geladeiras recheadas de cervejas gourmets? Separe seu copo especial e deguste nossa matéria sobre o Karooba Tattoo, um espaço de tradição e novidades na Zona Leste da capital. E claro, a nossa equipe aproveitou para comer os hambúrgueres caseiros preparados com a receita secreta da casa. Mas fiquem tranquilos riscados, nós identificamos ao menos um ingrediente e vamos te contar. Bom, a revista tem muitas entrevistas com profissionais para que você fique por dentro dos estúdios do nosso Brasil. Escolha um momento tranquilo do seu dia para começar a leitura. Uma vez que a primeira página da Lifestyle estiver aberta, será impossível não folhear até a última. Nos vemos na próxima edição!

pre nos indicado umas matérias, e como costumamos falar, é nosso Consultor. Agradecer ao Paulo Karooba, Fabio Cavalcante e toda a equipe do Karooba, a equipe do Tag and Juice, ao Valnei Santos, ao Victor Peralta e Gaby Peralta, que sempre que precisamos nos auxiliam, e apoiam nossa Revista, ao Fernandão, Ryu Vargas e a família Ryu que nos deu a oportunidade de cobrir o evento organizado por ele, e a Mariana Queiroz que disponibilizou um grande tempo para a produção desse belo ensaio.

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COLABORADORES

Brian Stecco

Diogo Dias

Felippe Camargo

Diego Martins

23 anos, jornalista. Fez sua primeira tattoo aos 18 anos e desde então não parou. Entre seus estilos favoritos está o Old School e as chicanas em preto e cinza. De esquerda, Brian adora política, futebol e uma cervejinha gelada no fim do dia. b.stecco@hotmail.com

É redator, músico e agitador do rock independente. Acha que a música é uma manifestação divina ou extraterrestre, porque coisa coisa boa assim não pode ter vindo do homem. diogodias.tgu@gmail.com

Jornalista, produtor musical, DJ (dedica-se ao projeto Koala) e apaixonado por viajar. Curte pesquisar sobre o universo musical e culturas diferentes, em especial a holandesa - a qual se identifica bastante. Nas horas vagas, aprende sobre cervejas especiais com a namorada. felippecamargo77@gmail.com

Redator, humorista, publicitário, amante da sétima arte, apaixonado por música, urbano. Acha que ser engraçado, ter bom humor e não se levar muito a sério, são sintomas de inteligência funcional. Afirma que se sua mãe não tivesse lhe negado o peito seria um ser humano melhor. diegotmds@gmail.com

Daniel Correa

Luiz Fernando Bentes

Renata Pitteri

27 anos, fotógrafo free lancer, fã de filmes de terror e suspense, adora assistir e pesquisar os Behind the scenes. Não dispensa um bom e velho rock’n roll, e de vez em quando arrisca algumas palhetadas para relaxar. augusto.correa19@yahoo. com.br

Vulgo Mano. Fotógrafo no Studio Luís Crispino. Apaixonado por arte e fotografia. Bom boêmio, nunca nega um convite para uma gelada. Apreciador de um bom som como rap e rock. Apaixonado por tattoo, fez a primeira com 20 anos de idade. luizfbentes@gmail.com

26 anos, é produtora de vídeo e tudo que lhe instiga. Fotógrafa por hobby & job Conectada a arte e cultura, amante de música, rock n’roll e apreciadora de artistas independentes. Adora uma boa conversa, bom humor, é piadista, e uma novidade é sempre bem vinda. repitteri@gmail.com

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ÍNDICE

13 {

20 {

CAPA }

SUSPENSÃO CORPORAL

EVENTOS } TATTOO INK

São José dos Campos

7 { ESPECIAL } TATTOO NO CINEMA 18 { CURIOSIDADES } MAQUIAGEM DEFINITIVA 26 { PORTIFA } MILTON TOLLER 28 { POINT } KAROOBA 29 { STUDIO} PRIMO TATTOO 30 { LIFESTYLE } TAG AND JUICE 36 { MAPA RISCADO } AMSTERDÃ 47 { NA AGULHA } DIOGO DIAS 48 { CAUSOS E PÉROLAS } SR. GELÉIA

38 { LIFESTYLE GIRL }

32{ 44{

ENTREVISTA } VALNEI SANTOS

ENTREVISTA } FERNANDÃO Worst

MARIANA QUEIROZ ED.2 SET/OUT

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[ ESPECIAL ]

T

ARTE NA A ARTE

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TEXTO Diego Martins

atuagem e Cinema... artes distintas, mas que muitas vezes caminharam juntas. Se tatuagem é sinônimo de liberdade, rebeldia, atitude, nada melhor que usá-las para ajudar a dar personalidade a um personagem. Selecionei dez filmes com personagens marcantes, que se destacaram não só por suas atuações, mas também por suas peles riscadas. Sei que o foco é falar das tattoos, mas como apaixonado por cinema só selecionei filmes que assisti, gostei e indicaria. Deixei alguns bem legais de fora, já que procurei ser eclético na seleção, com gêneros distintos que agradem a todos os gostos. Fiz um resumo bem direto de cada filme, pra galera saber o que esperar. Então fique tranquilo, não é mais uma dessas resenhas chatas, depreciativas e afetadas, escritas por pseudo intelectuais metidos a crí-

ticos. Não sou crítico, também não me considero um cinéfilo, sou só um cara que ama cinema, do tipo que consegue assistir um filme que gostou, dezenas de vezes. Procuro assistir de tudo sem preconceitos, desde Almodóvar, Woody Allen e Kubrick passando por Spielberg, Ridley Scott, J.J Abrams até Clint Eastwood, Martin Scorsese, Tarantino... e por aí vai. Acho que filme bom, é filme bom e pronto! Na minha opinião, cinema tem que ser feito para o grande público e não só pra um nicho elitizado, tudo tem um papel importante. Efeitos especiais que conseguem realizar façanhas somente possíveis em nossas imaginações, roteiros muito bem pensados com diálogos elaborados e argumentos convincentes, atuações que tocam, uma fotografia perfeita e tudo mais que compõe esse universo. Onde sonhos são fabricados e tudo se torna possível.

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TOP

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Filmes que marcaram épocas e peles

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m Dusk Till Dawn) - (199

Um drink no inferno (Fro George Clooney

Uma das tattoos mais copiadas é a do personagem de George Clooney em Um Drink no Inferno. Um tribal que fecha o braço inteiro e termina no pescoço. Hoje já banalizada por bombados de academia, pit bulls metidos a machões e gogo boys (pra mim tudo a mesma coisa). Mas em 1996 foi um bom artifício para apagar a imagem do médico galã e bom partido do seriado Plantão Médico, e deixá-lo com cara de um perigoso bandido. O ladrão de bancos e assassino Seth Gecko. O filme é muito bom. Dirigido por Robert Rodriguez, que fez coisas bem legais como a Balada do Pistoleiro, Era uma vez no México, Sin City (em parceria com Frank Miller), entre outros. Ainda tem Quentin Tarantino (do qual sou muito fã, e ficar falando o quanto ele é foda seria mera redundância) que além de atuar, co-produziu e roterizou o filme. Quer mais um motivo pra assistir? Tem uma cena sensacional em que Salma Hayek (em sua melhor forma) dança só de lingerie e uma cobra no pescoço. Ela sensualiza na frente de Richard Gecko (Tarantino) que fica olhando hipnotizado com uma cara de babaca impagável (própria dele). Ela enfia o dedão do pé na boca dele e derrama cerveja pela perna, o fazendo beber. Precisa falar mais alguma coisa?

992)

ca (Romper Stomper) - (1

Skinheads - A Força Bran Russell Crowe

Antes de ganhar o Oscar por Gladiador, Russell Crowe já mandava muito bem como protagonista. Em Romper Stomper ele impressiona pela ótima atuação. O que também impressiona são as tatuagens do seu personagem. Em especial a do braço. Ossos negros de caveira que fecham dos punhos até a base do seu crânio, o que dá um toque ainda mais sinistro ao violento líder de uma gangue de jovens neonazistas que tem a intenção de limpar o bairro de imigrantes orientais. É um filme com muita violência explícita, mas os conflitos não se limitam apenas aos físicos, há também os psicológicos. Um bom roteiro, com boas atuações e um final que surpreende. Vale muito a pena ver.

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(2008)

O Procurado (Wanted) Angelina Jolie

Com suas caras (a maioria de garota má) e bocas Angelina Jolie aparece cheia de tatuagens e mais sensual do que nunca. Algumas tatuagens são dela, outras foram criadas especialmente pra o filme. Há uma cena muito boa em que ela sai de uma banheira nua e por 6 segundos podemos dar uma bela conferida... nas tattoos. O procurado conta a história de Wesley (James McAvoy) um cara frustrado, típico perdedor. Ele é recrutado por uma assassina chamada Fox (Jolie) a entrar para a “Fraternidade”. Uma organização liderada por Sloan (Morgan Freeman) composta de um grupo de assassinos muito fodas, que desafiam as leis da gravidade, atiram balas em curva, e matam sem dó nem piedade. O filme é repleto de cenas de ação e efeitos especiais, e abusa do direito de ser inverossímil, então não procure lógica. Só curta o filme.

ar) - (1991)

Cabo do Medo (Cape Fe Robert de Niro

Robert De Niro, Nick Nolte, Jessica Lange e Juliette Lewis. Atores sensacionais dirigidos por ninguém menos que Martin Scorcese. Cabo do Medo é um thriller do caralho, não se trata só de suspense, é um terror psicológico com uma narrativa que cria uma puta tensão no espectador. Destaque para de Niro, é claro, que está muito foda. Com o corpo cheio de tatuagens (algumas bem sinistras), seu personagem Max Cady é de dar medo. Um psicopata, violento, estuprador e sádico, mas também muito inteligente, cínico e sensual. Depois de passar 14 anos preso, vai atrás do seu advogado, por culpá-lo pela sua condenação. O cara entra na cadeia analfabeto, aprende a ler, estuda as leis e se torna um cara culto. Vai vendo. Sai da cadeia e vai atrás do advogado e de sua família. Toca o terror neles, mas sem ultrapassar os limites da lei, fazendo o advogado (Nolte) entrar em desespero, já que não pode colocar ele de volta na cadeia. Se ligou?

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000)

Amnésia (Memento) - (2 Guy Pearce

Um thriller envolvente e intrigante no qual o personagem de Guy Pearce (Leonard) ao tentar impedir o assassinato de sua mulher, sofre um trauma e fica com uma rara e incurável perda de memória. Leonard fica obcecado em se vingar do assassino, o que se torna muito difícil, porque embora consiga lembrar de momentos antes do acidente, não consegue lembrar dos últimos 15 minutos presentes. Para manter recordações importantes de sua vida, ele escreve os acontecimentos em pedaços de papel e chega a tatuar nomes e frases em seu corpo. Aminésia, foi primeiro sucesso do muito bom Christofher Nolan (que fez filmes sensacionais como O Grande Truque e A Origem, além de ter criado a trilogia Batman). O filme nos traz uma narrativa muito criativa, não linear, e com uma ótima montagem que vai nos revelando a história de trás para frente.

Reino de fogo (Reign of

Fire) - (2002)

ey

Matthew McConaugh

Na minha opinião, o melhor filme sobre dragões já feito. Dinâmico, com muita ação, e dragões bem convincentes e assustadores. O tatuado da vez é Matthew Mcconaughey, que em mais um filme deu um jeito de tirar a camisa. Novas... Bem, pelo menos as tattoos do cara ficaram bem legais, com tribais desenhados por todo o corpo e dragões no peito, que combinaram bem com seu personagem Van Zan, um americano caçador de dragões, implacável, insensível, machão, fodão... típico, né. A história é a seguinte: tá rolando uma obra subterrânea em Londres e acidentalmente eles despertam um dragão adormecido há séculos. Vinte anos depois o mundo virou cinzas, os dragões tomam conta de tudo e a raça humana foi quase extinta. O protagonista é Christian Bale. Ele lidera uma comunidade de humanos, e tenta mantê-los vivos em meio aos ataques dos dragões.

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an History X ) - (1998)

na (Americ A Outra história America Edward Norton

Até hoje a melhor atuação de Edward Norton. No filme ele interpreta Derek, líder de uma gangue neonazista. Violento e xenofóbico, o de praxe. Até que ele vai parar na prisão. Lá ele se fode , amadurece, e sai um homem mudado, disposto a mostrar para seu irmão (que estava seguindo seus passos) que esse não é o melhor caminho a seguir. O visual do personagem é o de sempre, careca e tatuado. Mas o que se destaca é a suástica tatuada no peito. Um simples símbolo, mas que representa tudo que tem de mais escroto, mais errado, mais abominável no comportamento humano dentro de uma sociedade. Acho que o cara poderia tatuar um pinto na testa e mesmo assim não incomodaria tanto, ou pelo menos... não agrediria tanto. O filme tem um bom roteiro, com diálogos ótimos e argumentos tão convincentes que chega a ser difícil tomar partido ou mesmo odiar o protagonista. Duvida? Então assista.

Alpha Dog - (2006) Justin Timberlake

Com o corpo cheio de tatuagens, Justin Timberlake, ainda estreante no mundo do cinema, interpreta Frankie, um jovem desajustado que se torna cúmplice do sequestro de um garoto. A situação é encarada com diversão, até que ela foge do controle. O filme é um drama baseado na história real do traficante Jesse James Hollywood, que aos 25 anos estava na lista dos mais procurados do FBI. Foi preso no Rio de Janeiro, acusado de sequestro e assassinato. A história teve alguns nomes e fatos trocados (provavelmente por conta de direitos de imagem). Jesse James Hollywood por exemplo virou Johnny Trulove. O filme é uma crônica sobre a vida de alto padrão das famílias californianas: onde se tem pais displicentes com os excessos dos filhos, e jovens que vivem em clima de festa regada com drogas e sexo.

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[ ESPECIAL ] pendables) - (2012)

Os Mercenários (The Ex Sylvester Stallone

Sylvester Stallone, fez um puta sucesso nas décadas de 80 e 90, mas já em meados de 2000 só fez filme ruim. Sumiu da mídia e ficou um tempo esquecido. Tentou voltar com sequências forçadas de Rambo e Rocky. Não deu muito certo. Então teve uma puta ideia: reunir todos os fodões que fizeram sucesso nas décadas de 80 e 90 (alguns já esquecidos), escrever um roteiro bem clichê, com diálogos cheios de tiradinhas e chavões batidos, acrescentar um monte de explosões, tiros, e morte pra caralho e voilá: Mercenários. Ele aparece bem em forma pra sua idade e com umas tattoos nervosas, (detalhe, as tattoo são dele) e deu tão certo que rendeu uma sequência que é bem mais legal que a primeira, é tipo... um mais do mesmo. Se for assistir, aconselho pular logo pro segundo filme. É um filme de ação forçado, que exala testosterona pela tela, mas é legal ver Stallone, Schwarzenegger, Bruce Willis, Van Damme, Chuck Norris e Dolph Lundgren. Os caras que eram os fodões daquela época, todos juntos. Nostálgico.

ght of the Hunter) - (1955)

he Ni O mensageiro do Diabo (T Robert Mitchum

Entrou na lista porque antes do Ozzy tatuar seu nome nas juntas de seu dedo e outras milhares de pessoas fazerem esse tipo de tattoo, o personagem desse filme que é da década de 50, já tinha feito isso. Um fanático religioso e matador de viúvas que escreveu amor em uma mão e ódio na outra. Sinistro.

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[ EVENTO ]

Organização e Jurados do Tattoo Ink São José dos Campos 2013

HERMANOS E IRMAOS Todos estavam reunidos em um domingo ensolarado para prestigiar a arte. O Vale do Paraíba parou para acompanhar os trabalhos dos melhores artistas nacionais e latino americanos TEXTO Raphael Rosa com colaboração de Deborah Benetti FOTOS Fernando Bentes

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A

ntes de mais nada, é preciso ser dito algo importante à você leitor. Difícil para um marketeiro falar como jornalista. Mas como aqui na Lifestyle Tattoo toda dedicação é voltada para o foco da arte, a reportagem foi criada através das experiências de um admirador de tatuagens. Portanto, vamos ao que interessa. A equipe de campo acompanhou mais um evento reunido por profissionais e fãs: o Tattoo Ink São José dos Campos. O espaço ExpoValeSul recebeu em seus stands 70 tatuadores brasileiros de primeira qualidade interagindo e trocando técnicas com mais 14 países do mundo a fora. Os três dias de evento (30, 31 e 1/09) reuniu o público curioso e antenado com as tendências e estilos de desenhos. O planejamento do organizador peruano Ryu Vargas, foi feito por quase um ano. Sua experiência de morar em mais de 6 países e conhecer as tra-

dições e suas tatuagens, ajudaram o Tattoo Ink SJC abrir espaço para profissionais cheios de criatividade e sede de tinta. O clima estava ótimo para fazer networking e ajudar aqueles que ainda tinham dúvidas sobe o tema. Para a surpresa de todos, não havia somente os estúdios montados para riscar o pessoal. O conceito de misturar os conceitos com lifestyle roubou a cena com a Exposição de motos e carros nas linhas clássica e esportiva, e um extravagante stand de óculos da patrocinadora Chilli Beans. Ao longo dos dias, a Tattoo Ink SJC transformou-se num grande palco de apresentações. Teve o entrosamento animado entre jovens talentos ao lado de veteranos riscados; O “desfile” do aposentado Roberto Matrigani, um simpático senhor de 65 anos, que tinha todos os olhares da exposição voltados para seu físico. Vestido apenas de sunga e faixa na cabeça, ele exibia com orgulho seu corpo coberto de cores e formas tatuadas; O casal Victor e Gaby Peralta, diretamente da Argentina; e o venezuelano Emilio Gonzalez.

Minha primeira tatuagem foi aos 17 anos. As demais, só fiz depois de aposentado Roberto Matrigani que é de Sorocaba, sobre suas dezenas de tatuagens

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GALERIA LIFESTYLE

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Acompanhamos de perto a performance apresentada pelos artistas Thiago Soares, Luciano Iritsu e o Jorge Peña. Eles buscaram a expressão corporal para jogar com a imaginação do público ao interpretar o ritmo dos instrumentos em cena. Uma apresentação realmente incrível com sensações novas e sem iguais no corpo e na mente. Outro momento marcante do evento foi o concurso Miss Tattoo Ink 2013. Lindas garotas tatuadas e adeptas de perfurações participaram com muita graça e estilo. Os jurados tiveram a árdua missão de avaliar trabalhos excelentes, que foram divididos nas categorias selecionadas pela organização da disputa. Quem levou o prêmio para casa foi Jessica Aparecida. A gata fez um ensaio especialmente para a Lifestyle Tattoo, que você pode conferir clicando na foto dela ao lado. Afinal, a próxima edição do Tattoo Ink já começou a agitar os seus pauzinhos, e nós estamos mais ansiosos pela chegada do evento, do que pela Copa do Mundo.

Mais na rede: Tattoo Ink - www.inktattooconvention.com.br Tattoo Ink - www.facebook.com/Tattoo-Ink-Convenção- Internacional-Brasil

Performance de Suspensão com Thiago Soares e Luciano Iritsu

FINAL DO MISS

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Clique aqui para ver o ensaio com a Miss Tattoo Ink 2013 Jessica Aparecida

TATTOO INK

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[ CURIOSIDADES ]

MAQUIAGEM DEFINITIVA Acordar feia nunca mais! A não ser que você já seja feia TEXTO Diego Martins

I

sso é para vocês meninas... e meninos meio meninas, que ficam putas com aquelas mocinhas da novela que acordam com o rosto perfeito, lindas, com a maquiagem intacta como se dormissem em plástico bolha. Mas na vida real a gente sabe que não é assim, né mano! A mulher que se deita a noite não é a mesma que se levanta de manhã, isto é fato. Sobrancelhas tortas... olhos borrados... pele oleosa... Isso são algumas consequências de dormir maquiada. Por outro lado, as consequências de você tirar sua maquiagem antes de dormir é acordar com olheiras, lábios ressecados e o pior, o seu rosto como ele realmente é. Aquele que você ficou por uma hora camuflando com toda maquiagem que agora deve estar empastada em algodões no cesto de lixo. Mas pra tudo na vida tem um jeito, e nesse caso uma saída é a maquiagem definitiva, que é o processo em que a mulher realiza uma maquiagem permanente. Tipo uma tattoo, mas que agride bem menos por atingir uma parte mais superficial da pele. Micropigmentação é o nome desta técnica. O processo é o seguinte: é feito um desenho no rosto com maquiagem normal que serve como guia, os caras usam um aparelho chamado dermógrafo com agulhas descartáveis e especiais. É o mesmo esquema de uma tattoo, com uma maquininha eles injetam a tinta na sua pele, o procedimento leva em média 2 horas. E com o passar dos anos pode ser retocada.

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E olha só que legal, pras minas que tem a pele um pouco zoada, com cicatrizes e estrias, a maquiagem definitiva também serve para dar uma camuflada na bagaça. Outro ponto positivo, é que se por acaso fizerem uma cagada no seu rosto e você ficar meio parecida com a Regina Casé, dá para remover a maquiagem com laser. O foda é que se a cagada for na sobrancelha, o processo também arrancará os pêlos. Essa técnica já existe há algum tempo no Brasil, com muitos lugares especializados. Então pesquise bem, escolha uma clínica profissional e credenciada e fique bela, porque brincadeiras à parte, toda mulher deve se sentir bonita.


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[ CAPA ] [ CAPA ]

Através de intervenções corporais extremas, pessoas expressam sua personalidade, seus valores e Lifestyle

TEXTO Brian Stecco FOTOS Frank Carvalho, Elvio Junior e Fernando Bentes


Exposição fotográfica de Frank Carvalho chamada Go Up Movement


D FRANK CARVALHO

entre as técnicas de intervenções corporais, poucas são tão extremas quanto à suspensão. É uma antiga prática indígena e hindu de ser suspendido por meio de ganchos atravessados na pele com diversas finalidades. Era usada como ritos de passagem, de cura, de penitência e praticada também para aperfeiçoar o controle da mente sobre o corpo. Hoje em dia, tomando como base a heterogeneidade dos praticantes e todos os aspectos que implicam em sua realização, não é possível generalizar o motivo de sua prática. Arte, adrenalina, dor, conhecimento das limitações do corpo ou puro show fazem parte dos porquês de se realizar a suspensão. Mesmo no underground universo da modificação corporal, muitos dos “modificados” ainda enxergam a suspensão como algo sem sentido, já que diferentemente das tatuagens, escarificações, implantes subcutâneos ou dos piercings, a suspensão é algo momentâneo e que, como muitos diriam, não modifica permanentemente o corpo. O que muita galera não

Suspensão feita durante o 1º Inter Hook em Jundiaí

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enxerga são as infinitas variantes que levam as pessoas a isso. Tem a ver com a biografia de cada um, o que somos, o que fazemos, o que queremos, o que gostamos, o que nos instiga. Isto está embasado na construção da singularidade de cada um, de fazer com o seu corpo o que convém e que te faz feliz. Esse é o discurso de quem pratica. Victor Peralta, 43, uruguaio residente na Argentina e adepto fervoroso do body modification fez sua primeira suspensão há quatro anos conta: “Quando estamos suspensos, uma felicidade imensa nos invade e a sensação é extremamente prazerosa. É uma droga totalmente natural sem ter que injetar nenhum tipo de substância no corpo. Adrenalina e endorfina. Posso voar! Quando me abaixam sinto que poderia atropelar um touro, tamanha a força que se experimenta”. E ainda completa: “O prazer supera a dor”. Muitas vezes a suspensão é feita em forma de show. Música, luzes e outros adereços externos criam o clima. Há alguns anos atrás um grupo de suspenders realizou uma apresentação durante a Virada Cultural de São Paulo. Enquanto as bandas tocavam e o público circulava


ELVIO JUNIOR

pessoas eram suspensas pelos ganchos espetados na pele e se balançavam há alguns bons metros do solo. Hard Core puro! Victor Peralta que junto com sua esposa realiza exibições de suspensão em convenções de Tattoo e outros eventos, diz que sua preparação é bem natural: “Sei que tenho um show e automaticamente a felicidade me invade e é só disso que eu preciso para desfrutar ao máximo e brincar bastante uma vez que eu estou no ar”. Obviamente nem tudo é festa e curtição. Para realizar este procedimento é necessária a presença de um profissional experiente e o uso de materiais esterilizados e de qualidade. Valnei Santos, suspender de Recife, que teve seu primeiro contato com suspensão humana há dez anos conta que na cena brasileira “temos ótimos profissionais, ótimos grupos de suspensões, é um pais muito forte. Estamos muito bem em relação a outros países que já visitei e pude trabalhar. Temos muito material bacana, mesmo com as dificuldades de achar, por exemplo, agulhas, todo mundo sempre dá um jeito e sempre aparece. Hoje em dia começam com polias de duralumínios (mesmas usadas em escaladas) e acho isso muito importante essa segurança”. Mesmo com uma cena em expansão e com um bom nível de profissionalismo se percebe que a aceitação social ainda é difícil. Muitas vezes o medo do desconhecido, do diferente, a falta de informação e o moralismo marginalizam a cultura do body modification. Victor alega que “as pessoas me olham assombradas, com medo pelo desconhecido, alguns julgam ou pré julgam sem conhecer”. Isso geralmente ocorre por falta de percepção de que cada pessoa é um ser único e assim, busca sua identidade. Alguns gastam cinco mil reais com bolsas de marca e outros enfiam ganchos na pele. A questão é que os valores expressados simplesmente na forma de se vestir não bastam e surge a necessidade de se expressar pelo corpo, através da carne, através das modificações e intervenções extremas.

Apresentação na Tattoo Ink 2013 com o casal Peralta Victor e Gaby

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ALGUMAS POSIÇÕES DE SUSPENSÃO ANTI-CRISTO

CADEIRA

COMA

FRANK CARVALHO

ANJO

Suspensão feita durante o 1º Inter Hook em Jundiaí

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ASTRONAUTA

CRUCIFIX

BAILARINA

ROSTO


FERNANDO BENTES

Apresentação na Tattoo Ink 2013 com Luciano iritsu e Thiago Soares


[ PORTIFA ]

Milton Toller

DE ENCHER OS OLHOS os trabalhos de Milton Toller. Ele vai muito além do desenho no papel, fazendo verdadeiras obras de arte. Ainda é tatuador, músico e professor. Tá bom ou quer mais?

M

ilton Toller nasceu em São Bernardo do Campo (SP) e fez seus primeiros “rabiscos” em blocos de sulfite dados pelos pais. Aos 9 ou 10 anos de idade, seus primos lhe mostraram vários discos de bandas da época, mas um em especial “mexeu” com ele: The Number of The Beast (Iron Maiden). Daí em diante, a palavra de ordem era CHOCAR e nada melhor do que o desenho para conseguir isso. Sua professora de Artes chegou a ir em sua casa para ver se era maltratado de alguma forma, pois ela achava estranho uma criança de 10 anos desenhar tantos diabos, corpos mutilados, guerras e coisas bizarras - sempre adorou filmes de terror - e músicas só serviam trilhas sonoras de filmes de ficção. Aos 11 anos começou a aprender bateria para contrariar a mãe que não o deixava aprender violino (a escola era longe e ela não o deixava

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ir de ônibus). Na adolescência, já desenhava e tocava bateria bem, então como qualquer garoto, seu sonho era ser um rockstar. A outra alternativa, caso o rock não desse certo era ser desenhista/ilustrador. O mundo foi mudando e ouviu dizer que no futuro desenhos seriam feitos no computador. Como sempre foi ligado em tecnologia e futurismo (e em ETs , lógico!) tudo desse universo o fascinava e foi atrás do aprendizado. Achava o máximo saber que uma máquina podia desenhar, ele se achava o próprio “Dick Deckard” sentado na frente de um computador resolvendo problemas do futuro (menos caçar Androids). Tudo aconteceu muito rápido: o avanço da tecnologia a favor do desenho ele, e ao mesmo tempo, aprendendo a desenhar à mão livre e nos computadores também. Em 2000 começou a dar aulas. Tinha um Curriculum bom e um Portfólio grande, com muitos desenhos fantasiosos. Isso chamou a atenção de alguns amigos que começaram a “pilhar” para que ele começasse a tatuar. Até que um dia foi numa loja e comprou um kit básico, naquela época onde tinha que soldar as próprias agulhas e onde descobriu seu lado SADO (tatuou a própria perna para testar o novo equipa-


mento de trabalho). A dor com o desenho, o sofrimento pela arte, tudo mudou, de novo! Descobriu que achava legal demais isso, ficou feinha a tattoo, mas foi um marco na sua história. Então passou a desenhar mais ainda e viu que era um mundo diferente. Tatuar não era desenhar, era novo e tinha um desafio gigante pela frente. Fazia de graça, testava na galera, queria ser o melhor, desistia às vezes porque precisava de grana e arte gráfica lhe rendia um pouco mais. Não queria trabalhar em estúdio, pois achava sacal fazer as coisas que as pessoas pediam. Queria fazer seus desenhos nas pessoas. Hoje em dia é professor de desenho artístico, ilustração a mão livre, ilustração digital e quadrinhos na Academia Brasileira de Artes, e designer e ilustrador freelancer de algumas agências e empresas de São Paulo. Além disso é músico e faz suas composições em casa. Logo mais trará novidades desse projeto musical.

GALERIA LIFESTYLE

Mais na rede: Milton Toller - www.toller.com.br Banda Skull Partition Root - www.facebook.com/ SkulkPartitionRoot

Arte feita em poltrona que fica na ABRA Brooklin

Clique nas imagens para ver mais trabalhos

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[ POINT ]

Karooba

Requinte

na arte e no paladar

TEXTO Deborah Benetti FOTO Renata Pitteri

I

magine a cena: você passa pela calçada de um estúdio de tattoo e piercing, e continua andando. Em menos de um metro tem um bar construído todo com peças ecológicas e uma geladeira cheia de cervejas especiais e gelada. Qual a sua primeira reação? Encostar-se ao balcão, claro. Foi nesse clima que a Lifestyle Tattoo bateu um papo animado com o pessoal do Karooba Café Tatto. Ponto de encontro da galera tatuada da Zona Leste da capital, o dono Paulo Karooba sabe da importância de tratar bem os seus clientes. E como sabe. São três geladeiras com mais de 40 rótulos importados e nacionais. Enquanto o seu estúdio funciona na parte da direita do local, a esquerda fica por conta do seu funcionário “beer man” Fábio Cavalcante. É ele quem comanda a cozinha e o balcão animado do point. O negócio deu tão certo que eles apostam no happy hour de sexta e sábado até meia noite. No cardápio matador de laricas tem os famosos hambúrgueres caseiros acompanhados de fritas: bacon (R$17,00) e frango (R$17,00). O primeiro é feito com 200 g. de bacon moído com uma generosa porção de cebola caramelizada no shoyu e queijo chedder. Para harmonizar,

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Para ver mais fotos Clique Aqui peça a Founders All Day IPA (R$12,90) e descubra o prazer das notas frutadas seguidas de um amargor final. Já a massa de carne de frango moída leva ingredientes secretos, mas nós identificamos um: o alecrim. A montagem do lanche é feita com pão integral de hambúrguer, cream cheese, rúcula e tomate seco por cima. Salivou? Espere até você experimentar esta delícia acompanhada da cerveja belga La Corne Du Bois Des Pendus Blond (R$20,00). Uma explosão de sabores na boca.

Karooba Café Tattoo Rua Isidro Tinoco 87 - Tatuapé (São Paulo/SP) (11) 2225-1832 www.facebook.com/KaroobaTattoo


[ STUDIO ] Primo Tattoo

MUDE A COR DA SUA PELE

PRIMO

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rimo (31) começou sua carreira artística com 14 anos de idade, fazendo personalização em capacetes, peças de motos, celulares, em qualquer objeto que era possível demonstrar a arte. Com a facilidade de desenhar e desenvolver trabalhos que envolvesse cores, começou a tatuar devido a pedidos de amigos que acreditaram na sua arte. Se dedicou e se especializou, passando anos de sua vida estudando desenhos, cores, simetrias, pele, cicatrização, todo o contexto que se dirige a arte da Tattoo. Não tem um único estilo, mas tem uma preferência pela arte Maori e por trabalhos coloridos. Até hoje busca conhecimentos e novidades que cercam esse mercado monstruoso em que se tornou o mundo colorido. Hoje, com seu Studio bem localizado em Jundiaí (SP), disponibiliza ao público um ambiente aconchegante, estilo praieiro, com salas amplas, um espaço para relaxar ou até mesmo apreciar um “drink”, com um atendimento que faz você se sentir em casa. Good Vibrations! Vale a pena conhecer.

Primo Tattoo Studio Rua Bela Vista, 134 - Jd. Bela Vista (Jundiaí/SP) (11) 4522-5449 www.instagram.com/primo_tattoo_studio www.facebook.com/pages/ Primo-Tattoo-Stúdio/533075470059465

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[ LIFESTYLE ]

Tag and Juice

MAGRELAS

BEM TRATADAS

A Tag and Juice Lifestyle Shop & Gallery é uma ótima opção para a galera que curte customizar sua bike e que aprecia arte e uma boa música TEXTO Deborah Benetti FOTOS Renata Pitteri

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s ruas escondidas e as vielas arborizadas da Vila Madalena abraçam a loja esportiva Tag and Juice como se formassem um time. Logo na entrada, a paixão pela ideia de coletividade entre os frequentadores mistura-se com os hits do DJ em plena tarde de sábado. Pra quem ainda não ouvir falar, a Tag and Juice é o projeto cultural que o curador de artes Billy Castilho sempre sonhou em ter: um espaço para exposições de peças únicas com a irreverência no cenário das artes plásticas. Seu sócio, Pablo

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Gallardo, estava entediado com a antiga rotina de trabalho e a falta de opção de lazer na cidade e então resolveu agregar suas experiências vividas anos atrás na Austrália e na Ásia: personalizar bikes com histórias das pessoas em um lugar estruturado com Wi-Fi e clima amigável. Dessa mistura boa nasceu o negócio que eles carinhosamente chamam de Lifestyle. Encontro de jovens tatuados, descolados e muito simpáticos, o ambiente funciona como loja de peças e customização de bicicletas, e também, como um centro de exposições, venda de livros e roupas estudadas sobre a mente perspicaz de Billy Castilho. “O público de São Paulo


Da esq. para dir., os sócios Billy Castilho e Pablo Gallardo, criadores do Tag and Juice

está reclicando seus conceitos e gostos e nós sentimos isso. Aqui a rotina é a pura mescla de comportamento, onde um cliente entra para consumir algo de nossa cozinha ou simplesmente para comprar pedais”, analisa o diretor de arte. Os australianos tem a forte tradição de montar suas magrelas com peças minuciosamente planejadas para agregar conforto, beleza e principalmente, a personalidade de quem vai pedalar. Foi com esse pensamento que Pablo descobriu o prazer em trabalhar rodeado de pessoas legais com um bom papo sobre bike e arte urbana. “A ideia é criar conexão entre pessoas desconhecidas que se sentem em casa e passam a interagir com todo o meio da Tag and Juice. Junto ao meu sócio, buscamos agregar laços de prazer entre a cultura, a música e o lifestyle paralelo a situação caótica da cidade, através de nossas viagens pelo mundo”. Sua permanência pela Ásia serviu para compreender o valor da cultura de construir manualmente algo que servirá para o estilo de vida do ser humano partindo do princípio do prazer de realizar uma meta.

Tag and Juice Lifestyle Shop & Gallery Rua Gonçalo Afonso, 99 - Vila Madalena (São Paulo/SP) (11) 2362-6888 www.tagandjuice.com.br www.facebook.com/TagAndJuiceLifestyleShopGallery

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De cima para baixo: a fachada do Tag and Juice, parte interna do local e o DJ mandando um som no happy hour

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[ ENTREVISTA ]

Valnei Santos

NOVOS CAMINHOS O expert em Suspensão Corporal nos conta porque está desiludido com a arte de “suspender corpos”, a influência da Era Digital e seus planos para o futuro

V

alnei Santos tem 38 anos e apesar de ter nascido em São Paulo, fez sua carreira em Recife. São mais de 10 anos de experiência, principalmente na arte de “suspender corpos”. Aos poucos vai se dedicando a “riscar corpos”. Confira a entrevista na íntegra:

suspensões, e com isso aprender um pouco mais da técnica na prática e...aqui estou eu. Foi muito difícil por conta da falta de internet, informação, distância e por morar no Nordeste, mas acho que essa dificuldade, que me faz amar tanto isso, me dedicar tanto. Hoje está tudo na mão, é só abrir o Facebook, Youtube, que tá tudo lá!

LT - Como começou sua história no mundo das modificações corporais? Valnei Santos - Bom, NÃO foi amor à primeira vista: a primeira vez que vi uma foto de suspensão, acho que como todo mundo, fiquei meio chocado, me pareceu loucura, na época, não tinha internet como hoje, estou falando de uns 19 anos atrás, quando vi a primeira foto, depois de meses, vi outras e de repente, um dia, comecei a perceber, um certo brilho nos olhos das pessoas que estavam suspensas, isso me levou a pesquisar e descobrir que aquilo não era efeito de drogas ( como todo mundo pensa ), então, fiquei com uma pulga atrás da orelha, e decidi que ia experimentar um dia, e nisso começaram as pesquisas, até que em 2003, tive um convite do Gastão, que trabalhava com isso na época, peguei um buzão, e depois de 36 horas, estava em BH, onde pude ver as primeiras

LT - Quais caras foram ou são suas maiores influências? Valnei Santos - Com certeza, André Fernandes e Gastão, por que foram as pessoas, com quem pude sair do mundo imaginário e entrar no mundo real da suspensão, foram os caras que me ensinaram os primeiros passos e me ajudaram a chegar onde estou hoje, fora eles: Allen Falkner, que com toda certeza, é a maior influencia para mim em tudo relacionado a suspensão humana, tudo mesmo, desde materiais, a comportamento, e depois deles, vem o Stelarc, pela ousadia e pelo visionismo na década de 70.

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LT - Qual a importância de participar de encontros e Workshops? Valnei Santos - Teve muita coisa da minha vida, que levei quase uma década para aprender, foram atra-


vés de erros, que aprendi a fazer as coisas certas: material errados, agulhas erradas, cordas erradas, nós errados e por aí adiante. Tudo isso, que levei anos, a pessoa aprende hoje em segundos num Workshop e até mesmo em um encontro, tudo está tão fácil acesso, que as pessoas não valorizam isso. Está tudo na mão: é apenas ir em um encontro, ver uma suspensão, ir num workshop , ou melhor: abrir o Youtube, está tudo lá, para qualquer pessoa. Está tão fácil as coisas, que as pessoas não sentem necessidade de pagar um Workshop, acham que é desperdício de dinheiro, por que podem aprender no Youtube. Essa semana, vi fotos em um Facebook, de um cara usando cateter para fazer suspensão. Estamos em 2013, não é possível mais ver isso, nos tempos de hoje, com tantas informações e tão fácil acesso. Essa facilitação, com toda certeza, deixou a suspensão meio vulgar, meio sem sentindo, virou literalmente coisa de criança, em vez de fortalecer, acho que pioraram as coisas, por que ninguém que fazer suspensão, por prazer, como forma de autocontrole: galera quer mesmo, é fazer para ter status e likes no Facebook, isso com toda certeza, está fazendo eu me distanciar do mundo da suspensão: não quero fazer mais Workshops nem palestras, não meto a mão em querer fazer encontros, me desanimei literalmente com essa facilidade que estamos tendo. A suspensão hoje, vem em segundo plano, a segurança vem em terceiro plano e por aí vai, em primeiro plano, vem o status e a fama que a suspensão pode trazer. Fico de cara, com tantos idiotas trabalhando com isso e dando até mesmo Workshops, vejo pessoas “famosas” no mundo da suspensão humana, que nem entendem de ancoragem de cordas, triste isso.

LT - Como você acha que está a suspensão humana no Brasil? Temos um nível de profissionalismo muito grande ou acha que falta muito ainda em relação aos países que já visitou? Valnei Santos - Estamos muito bem em relação a outros países que já visitei e pude trabalhar, estamos ótimos: muito material bacana, mesmo com as

dificuldades de achar, por exemplo, agulhas, todo mundo sempre dá um jeito e sempre aparece, as pessoas hoje em dia, já começam com polias de duralumínios (mesmas usadas em escaladas) e acho isso muito importante a segurança. Por outro lado, vejo muita pressa em fazer as suspensões, tipo: vejo que a pessoa pega 05% de informações que conseguiu, e já marca de suspender alguém, sem menor conhecimento nos outros 95%, e por aí vai. Lá fora, às vezes passo um ano sem ir em determinado país, quando volto, as pessoas ainda não começaram a fazer, por que ainda não se sentiram seguras, querem mais informações e etc. Claro que, eu falando assim, parece que suspensão no Brasil é uma zona só: temos ótimos, ótimos profissionais, ótimos grupos de suspensões, é um pais muito forte, não apenas na suspensão humana, mas em tattoo e piercing, mas, as pessoas que estão começando agora, tem que ter um pouco mais de calma e informações, repito: está tudo fácil demais e tem o tal do ego!

LT - E em relação ao pré-conceito e desinformação? Valnei Santos - Cara, isso não me atinge, nunca me atingiu! Lembro em 2003, eu telefonando para umas pessoas em São Paulo atrás de ganchos, e os caras me negando informações de vendas, por eu ser de Recife (na verdade sou criado em Recife, nasci em São Paulo), e não acreditarem que no Nordeste, poderia ter suspensão. LT - Quais as diferenças que você vê entre as cenas do Norte/Nordeste e Sul/Sudeste do Brasil? Valnei Santos - Meu berço para suspensão humana, foi Recife e depois outros Estados do Nordeste: fazia muitas e muitas, de uma maneira assustadora, e vi crescer muito em outros Estados. No momento, não vejo muitas pessoas interessadas em serem suspensas, ou aprenderem a fazer suspensão, quer dizer, até vejo, desde que seja de graça ( hahahahaha), tipo, não levam em consideração, o monte de grana gasta para se conseguir um bom equipamento, o tempo que se perde, para fazer uma suspensão, é praticamente o dia todo para

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se fazer uma boa suspensão, até chegar no local, procurar um bom lugar e por aí vai. Não faço muitas suspensões hoje no Nordeste por isso: por conta dessa desvalorização no trabalho! Não cobro horrores de caro, muitas vezes nem cobro: peço para a pessoa comprar algumas coisas que preciso, mas nem isso querem! Querem que seja de graça, por que o que querem mais, é ter status e curtidas no Face. Antigamente, era mais complicado a internet, então, muita gente que me procurava, era por que realmente queria sentir a sensação de ser suspensa, de sentir isso literalmente na pele, tô meio desanimado, o quanto o Facebook, está mudando a cabeça e a visão das pessoas para pior.

LT - Você tem feito umas tattoos ultimamente. Pegou gosto pela coisa? Pretende se dedicar as funções de piercer/suspender e tatuador? Valnei Santos - Poxa, sempre dei umas rabiscadas no papel, sempre gostei de desenhar, mas meio sem pretensão alguma, e por outro lado, tinha uma cobrança muito grande de clientes, para começar a tatuar, por que diziam: ah, você já fez modificações, não tem por que ter medo, confio em você! Era legal por uma parte, em saber dessa confiança que eu passava pra eles, antes mesmo de tatuar, mas por outro lado, era uma pressão danada: tattoo é uma enorme responsabilidade. Foi muito difícil vencer o medo e começar a tatuar, fiz o primeiro trabalho, em fevereiro do ano passado (2012) e tomei gosto. De lá pra cá, não parei mais! Estou amando esse novo caminho, cada traço, é um grande desafio! Sobre piercing e suspensão, quero dar uma sumida da cena: fazer um ou outro trabalho, mas nada como antes, quero me dedicar menos a isso, ando meio desanimado como já disse antes, estou vendo muito ego, muita irresponsabilidade e poucos trabalhos bons. Na verdade, quero começar de novo, como era no começo: poucos trabalhos, para poucas pessoas, tudo no controle, sem fugir tanto, como no momento. Você acaba se envolvendo na cena demais, ama tanto o negócio que acaba se envolvendo demais e tudo acaba se misturando: a parte pessoal com a parte profis-

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sional, mistura tudo, e quando vê: não tem tantos amigos como você imagina, e tem mais gente torcendo contra você, do que você pode acreditar. Por outro lado, vejo pessoas se dedicando quase 24 horas por dia, para tentar arrumas as coisas, caso do Snoopy, que faz de tudo, coisas imagináveis, para tentar organizar tudo, fazer que a coisa seja mais “adulta”, mas chega meio mundo de moleque e caga tudo! Muita gente quer ser seu amigo, para compartilhar o que você tem a passar, com o tempo, elas aprendem, e com o tempo, querem destruir até seu nome, querem seu conhecimento e seu lugar, chega disso! Acho que já colaborei demais, já fiz minha parte, que venha a nova geração!

LT - Vimos que você curte muito Johnny Cash, inclusive tem até uma tattoo do cara na perna. Qual a ligação da música com seu trabalho e o que costuma tocar no estúdio, enquanto tatua? Valnei Santos - Puts, Cash é foda. Também não foi amor à primeira vista, até achei meio chato, mas fui entender mesmo, quando comecei a traduzir as letras dele, são impressionantes, ele é foda! Ah, quando tiver meu cantinho, poderei escutar o que gosto o dia inteiro, mas por enquanto, trabalho para outras pessoas, em ambiente mais comercial, então, maneiro um pouco no gosto pessoal. Mas acho muito importante a música no dia a dia, ajuda a criar, a sair do desânimo, ajuda elevar o espírito, e Johnny Cash então, tem que ter todo dia! Mais na rede: Valnei Santos - www.facebook.com/valneihook



[ MAPA RISCADO ]

CONCERTO AMSTERDÃ

UMA VERDADEIRA BIBLIOTECA MUSICAL

TEXTO e FOTOS Felippe Camargo

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ntrar numa grande loja de discos é sempre um momento de muita alegria e excitação pra quem gosta de ouvir música e pesquisar sobre esse universo. E ainda se essa loja for localizada em Amsterdã, na Holanda - cidade a qual eu me sinto pertencido -, essa experiência pode ser ainda melhor porque a energia, o clima e a arquitetura daquele lugar inspiram arte, poesia e liberdade como em nenhum outro. Durante uma recente viagem a capital holandesa em julho de 2013, tive a oportunidade de visitar a loja Concerto, praticamente uma biblioteca musical que vende CDs, discos de vinil e DVDs (novos e usados) separados por três grandes seções. Para se ter uma ideia, a loja tem três portas de entrada pela calçada. No alto de cada entrada, há uma placa personalizada indicando quais gêneros musicais você irá encontrar se passar por aquela porta. E tem mais.

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Além do piso de entrada, a loja tem um andar para cima e outro para baixo. E cada seção tem seu próprio som ambiente. Imaginou?! Na seção de Pop/Rock pode-se encontrar álbuns de bandas clássicas e mais modernas, além de algumas relíquias como por exemplo uma coleção de três CDs com vários hits do cantor Jerry Lee Lewis. Também é possível encontrar álbuns de bandas de Post-Rock e Hardcore que não encontramos facilmente no Brasil, como Hot Water Music, The Mercury Program, Jawbreaker, Sense Field, Strung Out e muitas outras. Os fãs de Metal também ficariam felizes ao passar por essa seção. São muitos CDs das mais variadas bandas: Iron Maiden, Metallica, Mega Death, Sepultura, Slayer e por aí vai. Os DVDs também estão nesta seção. Na seção de World/Soul/Dance/Roots/ Jazz é possível encontrar desde lançamentos de artistas do mainstream da House Music e do Techno, até álbuns de produtores que fazem parte do underground e flertam com gêneros como Deep House, Downtempo


e Nu-Jazz. Álbuns de artistas como Nor Elle, Monte La Rue, Sven Van Hees, The Dinning Rooms, Terry Lee Brown Jr e Trentemoller podem ser encontrados nesta seção se você tiver paciência para vasculhar tudo de A a Z e não é pouca coisa, viu?! Nesse “bloco” da loja também estão os discos de Jazz, Soul e Rn’B. A terceira e última seção é aonde ficam os famosos “Second Hand”, ou produtos usados - em segunda mão. Lá você pode encontrar as maiores diversidades no universo da música. Desde lançamentos de Jazz, Reggae e Blues, até Rock, Eletrônico e vertentes. É uma sensação incrível. Eu já havia visitado essa loja duas vezes em outras viagens para Amsterdã e comprado álbuns como o “Calypso” e “Gemini” do artista holandês Sven Van Hees, um dos ícones quando se fala em Downtempo, Trip-Hop e Nu-Jazz. Desta vez, entrei direto pela seção de “Second Hand” e já separei dois CDs para levar. Gostaria de destacar o álbum “Boulevard”, uma obra prima do St. Germain - nome artístico do produtor francês Ludovic Navarre. O disco é de 1997 e mostra uma ruptura nos limites entre o orgânico e o eletrônico. Esse álbum une bases de House, Soul e Reggae a sonoridade jazzística de pianos e instrumentos de sopro como saxofone, trombone, trompete e flauta. O outro CD usado que eu comprei foi o álbum “Do You Like My Tight Sweater”, do Moloko. E o preço? Em média 5 Euros cada CD.

Como amante da boa música e colecionador de CDs, também comprei alguns álbuns lacrados. É o caso dos discos “Repack” do produtor alemão Terry Lee Brown Junior, “Our Girl In Havana” do artista espanhol Buscemi, “Rough Cuts” do suíço Parov Stelar e “Music By Cavelight” do produtor americano Blockhead. Entre essas compras, gostaria de destacar justamente o álbum instrumental do Blockhead. Lançado pela gravadora britânica Ninja Tune em 2004, esse disco marcou a estreia da carreira solo do produtor novaiorquino Tony Simon. Pra quem nunca ouviu falar nele, T. Simon - como é conhecido - é responsável por criar uma fusão musical entre o Hip-Hop e o Rock, a partir da produção de bases eletrônicas e experimentalismos. Os CDs originais custaram em média 8 Euros. Como Chegar Eu estava no albergue Stayokay Vondelpark, que fica próximo a praça de Leidseplein - centro antigo de Amsterdã. Poderia ter ido de bonde, mas eu sempre prefiro ir caminhando ou de bicicleta para todo lugar que eu vá na cidade. Se você não conhece a cidade, a minha primeira dica é: compre um mapa. Em seguida, procure o histórico canal chamado Keizersgracht no mapa e acompanhe a margem dele no sentido de Rembrandtplein, que é outra famosa praça da cidade. Quando chegar na rua Utrechtsestraat, vire a direita e siga pela calçada. Você vai ver a loja a sua direita - fica quase na esquina.

Concerto Amsterdam Utrechtsestraat, 60, 1017 VP Amsterdã/Holanda (11) 2362-6888 http://www.platomania.eu

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[[LIFESTYLE LIFESTYLE GIRL GIRL]]

Mariana Queiroz

Os OLHOS VERM D

essa vez na primeira edição da Lifestyle Girl. Por trás dos olhos vermelhos de Mariana Queiroz, está uma garota doce e meiga. Confira esse ensaio cheio de estilo e atitude. FOTOS Fernando Bentes


MELHOS voltaram




Para ver esse olhar de perto visite o Studio onde essa gata trabalha

Tattooine R. Humberto I, 83 Vila Mariana (11) 3213-5015


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[ UNS RIFFS ]

Fernando Schaefer Baterista Worst

A BATERA SOFRE NA MAO DELE Um dos maiores nomes da bateria brazuca conversa com a LifeStyle Tattoo e conta como foi sua mais recente turnê na Europa, fala sobre seu projeto atual, o Worst, e claro, sobre tatuagem TEXTO Diogo Dias FOTOS Erik Yuji

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om 26 anos de estrada, Fernando Schaefer se tornou um dos mais importantes bateristas da cena underground mundial. Passou por bandas como Korzus, Pavilhão 9, Rodox e The Silence. Hoje está a todo o vapor com o Paura e seu mais novo projeto, o Worst.

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Fernandão – como é conhecido – nos recebeu no seu apartamento em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, para falar um pouco da carreira, a recente turnê com a banda americana First Blood e sua relação com a tatuagem.


LT - E aí Fernando, você não para né cara? Fernando Schaefer - Orra! Aqui no Brasil né mano? É foda! LT - Você tava lá na gringa? Fernando Schaefer - Sim. Fiz uma tour com o First Blood, uma banda americana de hardcore. O líder dos caras começou essa banda há 10 anos, ele tocava no Terror, tá ligado? Conheci ele há um tempo, por causa da cena hardcore e tal. Um mês antes dessa tour rolar, eu mandei um e-mail pra ele, do nada, falando “mano você sabe que eu gosto das tuas músicas pra caralho e sei tocar todas”. Joguei um verde, né. Saber eu não sabia direito. Falei “Se precisar de um batera, me dá um toque!”. Porque você sabe como é turnê, né mano? Ai ele falou “Ah meu, o batera é meu brother, toco com ele desde criança, mas se qualquer coisa se precisar de você, te chamo”. Três dias antes da tour o batera quebrou o pé. Caiu e quebrou o pé. Então, os caras me ligaram perguntando “E aí mano, vamos fazer a tour?”. Eu falei “Demoro!” Quando fui ver, eram 29 shows em 30 dias. Foi punk mano!

desses dias. Concordamos. Cheguei lá pensando que não ia ter ninguém, porque os caras tiveram só dois dias pra divulgar. Mas quando entramos no pico, tinha uns 250 muleques. E o pior, é que o First Blood faz em média 4 turnês por ano na Europa. Eles passam várias vezes nos mesmos lugares, e a galera sempre vai!

LT - Conta um pouco sobre como começou essa correria toda. Como começou a tocar? Fernando Schaefer - Cara, minha casa tinha muitos instrumentos de percussão. Meu pai sempre gostou. Eram 6 homens, fora eu e minhas outras 3 irmãs, e todos os irmãos jogavam um futebol. Sempre depois do futebol, rolava uns pagodes, e os meus irmãos estavam sempre envolvidos. Então, lá em casa sempre teve uns pandeiros, surdinhos, tamborim. Desde pequeno tive contato.

LT - Essa tour rolou onde? Fernando Schaefer - Na Europa. 12 países mano. Fizemos a tour inteira de van. Apesar de ter umas camas, foi cansativo. Imagina você indo em 29 shows no mês? Ir pra tocar então! Passamos por Finlândia, República Tcheca, Eslováquia, Alemanha, Inglaterra, Holanda, e assim vai. Foi power mano! LT - E como é tocar pra galera de lá? Fernando Schaefer - Mano, a banda é straight edge, então vai a galera que curte essa pegada, um som pesado. Fiquei surpreso mesmo é com a quantidade de merchandising das bandas que a galera compra. E também toda semana tem show, cara. Nessa tour, por exemplo, tínhamos 2 dias de folga. Aí a agência que estava organizando, disse dois dias antes de começar, que tinha um cara na Alemanha que queria a banda em um

Detalhe de algumas tattoos do Fernandão

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LT - E sempre tocando metal, hardcore... Fernando Schaefer - Sempre som pesado, cara. Fiz aula com o Flavio Pimenta, um dos primeiros caras a tocar com dois bumbos em São Paulo. Mas também tive muita influência dos bateras de fusion, o que me ajudou a não ser um músico que só toca punk rock. Então, esse lance do jazz, me ajudou muito a ser o batera que eu sou hoje.

LT - Agora você está com o Worst, como está esse projeto? Fernando Schaefer - Isso, com o Worst e com o Paura. Com o Paura, estou terminando de gravar o disco novo. Deve sair daqui dois meses. Gravamos um DVD, que deve sair em breve também. Mas o Worst é o meu projeto principal. O som que é 100% a minha praia, o que eu curto mesmo tocar. Até porque estou bem envolvido, desde as letras, os materiais de divulgação da banda e tudo mais. E mesmo com só dois anos, o Worst está num patamar legal. No último show tinha mais de 200 muleques mano. Dá pra sentir que a banda está numa evolução bacana.

LT - O que deve ter ajudado a tocar em tantas bandas de pegadas diferentes, né? Fernando Schaefer - Com certeza. Me ajudou muito. Não sou um cara que transpareço ter essa versatilidade, mas tenho. Se precisar eu sei tocar outras coisas. Fica mais fácil de tocar algumas linhas que pra alguns parece complicado. Porque fusion é um bagulho foda cara. Mas na hora de escolher, fiquei com o Metal.

LT - Já estão rolando shows pelo Brasil? Como você está vendo a cena underground? Fernando Schaefer - Cara, rola. Tem coisas legais em Goiânia, Curitiba tem uma cena legal de hardcore; Porto Alegre, Recife. O foda é que ainda tem muita gente chamando a gente pra tocar de graça. A gente esbarra muitas vezes em bandas que topam tocar na faixa e acabam sucateando o mercado, entendeu? E aí quando

ARQUIVO PESSOAL

Quando tinha uns 12 anos, falei pro meu velho comprar uma batera e ele me deu. Com 15 anos comecei a estudar mesmo, forte. Em dois anos dei uma evoluída foda e com 19 anos eu entrei no Korzus. E foi a partir daí que tudo começou.

“Quebrando tudo” pela banda Worst

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você vai tocar, o cara fala “mas não sei quem tocou de graça”. É um puta trampo meu! Eu só faço isso da vida. Dou aula de batera, tenho as minhas bandas, faço workshop, então eu vivo disso. Tem muita coisa que incomoda. Aqui todos os seus amigos querem entrar de graça no teu show mano. Isso afunda o underground. Lá na gringa não tem isso. A gente tava com o Matias, batera do Ramshaw Burn numa tour que eu fiz com o Paura na Europa. E ele é conhecido pra caralho. Falamos pra ele entrar no show com a gente, como se fosse da banda. Ele se recusou e disse “Não, eu vou pagar. É isso que mantém o bagulho”.

LT - Cara e essas tattoos, sempre curtiu fazer? Fernando Schaefer - Na verdade, quando comecei a fazer tattoo, rolava mais aquele lance Metal. Umas caveiras e tal. Mas depois eu conheci o Murilo, dono do Black Jack, e ele tinha várias

NA AGULHA

tattoos orientais do Leds. E lá era o único lugar, na época, que fazia uns trampos orientais legais. E eu muleque, pirei! Como tocava direto no Black Jack com o Korzus, conheci os caras do Leds e comecei a fazer várias orientais. Até que em 1996, o Ivan Szazi veio pro Brasil e trouxe o oriental tradicional. Depois que eu fiz minha primeira tattoo com ele, o cara virou meu tatuador oficial. Mas faço uns trampos com outros caras também. O Mauro Landim fez a da cabeça. O Ivan, o Mauro e o Júnior do Tattoo Point fizeram as minhas costas. E faço umas coisas mais escritas com o Marconi. Fiz uma no dedo com ele não faz 5 dias. Mas tenho várias tattoos pra fazer, arrumar umas cagadas e tal.

Mais na rede: Fernando Schaefer - www.fernandoschaefer.com Banda Worst - www.worsthcsp.com Banda Paura - www.reverbnation.com/paura3rdworld

Diogo Dias

Diogo Dias é vocalista da banda Vapor e amante de boa música. A cada edição indicará uma banda de categoria. diogodias.tgu@gmail.com

Hellbenders

O stoner porrada do Cerrado Muita gente não sabe. Mas Goiânia tem uma das cenas de rock mais fortes e estruturadas do Brasil. Pode acreditar! Fui pessoalmente conferir. E é de lá que emana o som alto do Hellbenders.

O quarteto acabou de lançar o álbum Brand New Fear, produzido pelo Miranda - que tirando a Gaby Amarantos, só fez coisa boa. Raimundos que o diga. O álbum também saiu em vinil, versão que recomendo fortemente. O single que dá nome ao disco está disponível no canal de Youtube do caras. Confere lá que é rock de verdade, com influência stoner pesada e muito Capa do álbum Brand New Fear riff bom.

Para ouvir: www.hellbenders.tnb.art.br www.youtube.com/watch?v=YNuvYOBVpaY

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CAUSOS E PÉROLAS

Sr. Geléia

Cesar Vaz ou simplesmente Sr. Geléia, é proprietário e tatuador do Studio Gellys Tattoo. Divide seu tempo no vocal da banda Trovadores de Bordel. A cada edição nos contará um causo ou peróla do que viveu nos estúdios. gellystatoo@gmail.com

Aprendiz Mentiroso Ao ser convidado para escrever nessa coluna, além de ficar honrado com o convite, fiquei muito preocupado em arrumar um tema. Algo que não fosse chato para adoradores e simpatizantes de tattoo, mas também com uma certa utilidade para profissionais e interessados a entrar no ramo. Apesar da minha experiência, acho que estamos sempre aprendendo como tatuadores, e seria muita arrogância achar que poderia ensinar algo para alguém. Mas estar no ramo me trouxe de bagagem histórias, casos absurdos de clientes, tatuadores ou até mesmo aprendizes e suas aventuras pelos estúdios. Fatos que presenciei ou que chegaram a mim por meio de outras pessoas, verdade ou não, podem não só divertir, mas ensinar como se comportar em várias situações do nosso dia a dia. Um dos casos mais absurdos, foi de um candidato a vaga de tatuador. Num belo dia, enquanto eu estava fora da loja, chegou um rapaz procurando emprego, e com ele trazia um álbum de fotos de tatuagens feitas por ele. Alguns dos mais experientes da minha equipe nesse dia estavam na recepção. Receberam o rapaz e foram conferir o trabalho do menino. O moço parecia ter uns 19 a 20 anos, sem parecer ter muita experiência, mas suas fotos não, nelas tinham trabalhos realmente em alto nível, sombras , traços, aplicações de cores modernas e realismos coloridos dificílimos. Por um momento, os rapazes da minha equipe ficaram impressionados, um deles chegou até a pensar já em fazer o rosto da mãe dele com esse menino.

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LIFESTYLE TATTOO | ED.2 SET/OUT

Mas alguma coisa estava errada, os desenhos que ele trazia eram dois realismos de iniciantes de cursos, bem feios, e algumas tentativas de desenho de heróis piores ainda. Numa delas, parecia que a assinatura tinha sido mudada, alterada. Ao responder as primeiras perguntas sobre os trabalhos ele já dava respostas furadas de quem não entendia o que estava falando. E a certa altura, um dos tatuadores da equipe reconheceu um dos trabalhos trazidos pelo garoto (reveladas em filme fotográfico, num daqueles álbuns antigos de fotos) como o trabalho de um artista estrangeiro.Ele foi até um computador, e achou em menos de dois minutos a mesma foto, ainda com a mesma data registrada no canto da foto. Confrontando o garoto sem acusa-lo, ele disse que tinha usado a foto apenas de base pra fazer o trabalho dele. Mentiroso. Nesse momento eu cheguei, e meus companheiros me explicaram, sem ele perceber, a tentativa de enganar do sabidão. Mas como eu adoro ver onde o ser humano pode chegar, acalmei minha equipe que já queria dar uma surra no menino (pois não se rouba a autoria de trabalhos de outros tatuadores, é absurdo), e fui dar corda para a mentira do maluquinho. Sentamos pra conversar e ver até onde ele ia. No meio da conversa, onde ele ainda disse que tinha 30 máquinas de tattoo entre outras besteiras, ficamos acertados que realmente ele tinha trabalhos incríveis nas fotos. Mas eu teria de ver ele tatuando, então se ele trouxesse alguém, e fizesse um trabalho daqueles, estaria na minha equipe no dia seguinte. E o bobão foi embora feliz da vida prometendo voltar com um cliente. Meus tatuadores ficaram loucos, pois todos os profissionais do ramo sofreram muito e estudaram muito para ser enganados e passados pra trás por malandrões que querem pular etapas e passar na frente dos outros, não por calos e suor, mas sim roubando e enganando. Mais surpresos ainda ficamos nós, quando o tal moço ligou dias depois dizendo que traria um cliente para o teste. Mas aí já é assunto pra próxima coluna, e como não sei ainda o quanto posso escrever, com a certeza de que já estourei o limite, voltamos na próxima edição da revista Lifestyle Tattoo com a saga do Tatuador ladrão de fotos de tattoo de alto nível.


AGENDA

As dicas que você precisa para curtir o melhor rolê CONVENÇÕES DE TATTOO 3º EXPO TATTOO TABOÃO DA SERRA

28 e 29 de setembro CEMUR - Praça Nicola Vivilechio Taboão da Serra (SP) skip.roberto@hotmail.com 1ª CONVENÇÃO DE RIO VERDE

4, 5 e 6 de outubro Módulo Esportivo - Av. Brasília, s/n Rio Verde (GO) 2º GUARULHOS FEST TATTOO

5 e 6 de outubro Club Santa Luzia - R. Álvares de Castro, 172 Maricá (RJ)

25, 26 e 27 de outubro Internacional Eventos - R. João Cavalari, 133 Guarulhos (SP) www.facebook.com/guarulhosfesttattoo

EXPOSIÇÕES

VIRADA RENASCENTISTA - 3ª EDIÇÃO

ARTE STATION

BEER EXPERIENCE

Ótimas atrações musicais e mais de 500 rótulos de cervejas especiais, entre importadas e nacionais. 27, 28 e 29 de setembro Bienal do Ibirapuera - São Paulo (SP) www.beerexperience.com.br/sp

Escutar o melhor da música eletrônica e ao mesmo tempo estar frente a frente com obras de Leonardo da Vinci, Caravaggio, Michelangelo, Ticiano ou Rafael, um ótimo programa. 8h de sábado, 21/09, às 22h de domingo, 22/09 CCBB - R. Álvares Penteado, 112 - São Paulo (SP) www.bb.com.br/portalbb/ page511,128,10168,1,0,1,1.bb?codigoMenu=990 4&codigoEvento=5307&codigoRetranca=187

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