Lifestyle Tattoo - Edição 6

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Ano 1|Edição nº 06|mai/jun

Doce Potência O Vrummm mais charmoso de SP:

Cherry Rat,

em clima de rockabilly no ensaio da Lifestyle Girl

Copa Riscada

O que não saiu sobre a Copa você vê aqui

A Voz

E mais

Confira o “Dom” de Paulinho Lima

EVENTOS

Confira o que rolou no Tattoo Show RS

LIFESTYLE

Um rolê com os Scooteristas

TÉCNICA REFINADA

A simbologia da Tattoo Maori

TATTOO TERAPIA Estreia do reality que é diferente de tudo o que você já viu



EDITORIAL Salve riscados! É com grande satisfação que toda a equipe da redação apresenta a mais nova edição da Revista Lifestyle Tattoo. Durante nossa tradicional reunião de pautas, temas específicos foram debatidos até que toda a linha editorial estivesse com a sua cara. Como sempre friso aqui, todas as matérias são exclusivas para a leitura personalizada dos leitores. Como a Copa vai rolar no próximo mês, nós recrutamos uns especialistas em futebol para compartilhar algumas curiosidades, como por exemplo, a escalação dos jogadores tatuados que desembarcarão no país. Todo mundo tem interesse em conhecer tatuadores especializados, não é? Por conta disso, o novo colaborador Fernando Szabo foi até o estúdio The Wall entrevistar o tatuador Pablo Azevedo. A matéria tá cheia de desenhos estilo

Deborah Benetti Editora Chefe MTB: 64133 deborahcbenetti@gmail.com

maori para os fãs de traços personalizados, e claro, fotos iradas da querida Renata Pitteri. E quem é fã de blues e jazz, prepare-se: nossa equipe foi até o show de Dom Paulinho Lima, aquele participante do The Voice que mandou Marvin Gaye com classe! A entrevista ficou a cara dele: divertida e inteligente. E como a nação brasileira se amarra numa cervejinha, a matéria de Curiosidades encontrou cinco pessoas que riscaram desenhos relacionados à cerveja. Tem cada história por trás disso, que você vai terminar a leitura doido para riscar mais algum desenho na pele. Falando ainda sobre cerveja, Point vai mostrar os dois irmãos apaixonados por música jamaicana e vitrolas que fundaram um boteco pra lá de diferente em São Paulo. Uma novidade nesta edição é a parceria da Revista Lifestyle Tattoo juntamente com o estúdio Gelly´s Tattoo. Os caras de lá, montaram um reality show com sátiras dos grandes programas de tatuagens internacionais. Muita baboseira e som pesado pra você relaxar! E para completar o time editorial, nossos colunistas soltaram a boca no trombone e destilaram suas ideias em cada página. Já separou o tempo para a leitura sagrada? Agora é só curtir. Enjoy!

EXPEDIENTE Diretor Comercial: Raphael Rosa Diretor de Criação: José Junior Editora Chefe: Deborah Benetti Direção de Arte: Simone Ferres Jornalistas: Brian Stecco, Fernando Szabo, Jéssica Marques, Mariana Alcântara, Nathalia Abreu e Vanessa Feltrin Redator: Diogo Dias Revisão: Maria Clara Paes Style: Ane Francotti Make Up: Maicon Freitas e Tatiana Záborszky Fotógrafos: Daniel Correa, Fernando Bentes

Renata Pitteri e Tiago Tavares Foto de Capa: Fernando Bentes

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COLABORADORES

Brian Stecco

Diogo Dias

Fernando Szabo

Daniel Correa

23 anos, jornalista. Fez sua primeira tattoo aos 18 anos e desde então não parou. Entre seus estilos favoritos está o Old School e as chicanas em preto e cinza. De esquerda, Brian adora política, futebol e uma cervejinha gelada no fim do dia. b.stecco@hotmail.com

É redator, músico e agitador do rock independente. Acha que a música é uma manifestação divina ou extraterrestre, porque coisa coisa boa assim não pode ter vindo do homem. diogodias.tgu@gmail.com

31 vulgo Feu. Agente de atividades culturais e músico. Apaixonado por carros e instrumentos - ambos vintage, fez sua primeira tattoo aos 17 e não parou mais, acredita na música como meio de formação e também de transformação. Toca guitarra e canta na banda Suíteluxo. feuszabo@gmail.com

27 anos, fotógrafo free lancer, fã de filmes de terror e suspense, adora assistir e pesquisar os Behind the scenes. Não dispensa um bom e velho rock’n roll, e de vez em quando, arrisca algumas palhetadas para relaxar. fb.com/Daniel.Correa.Fotografo

Renata Pitteri

Luiz Fernando Bentes

Mariana Alcântara

Leandro Faria

26 anos, é produtora de vídeo e tudo que lhe instiga. Fotógrafa por hobby & job. Conectada a arte e cultura, amante de música, rock n’ roll e apreciadora de artistas independentes. Adora uma boa conversa, bom humor, é piadista, e uma novidade é sempre bem vinda. repitteri@gmail.com

Vulgo Mano. Fotógrafo no Studio Luís Crispino. Apaixonado por arte e fotografia. Bom boêmio, nunca nega um convite para uma gelada. Apreciador de um bom som, como rap e rock. Apaixonado por tattoo, fez a primeira aos 20 anos de idade. luizfbentes@gmail.com

Jornalista, 25 anos. Vive em meio ao mundo de tattoos - namorado e padrinho são tatuadores - e nunca para de se encantar com o universo da arte no corpo. Viciada em Friends e Harry Potter, não dispensa shows de rock e está sempre pensando no próximo desenho a ser tatuado. alcantaramarii@gmail.com

Estudante de Design, ama a vida urbana, a arte e as subculturas. No tempo livre gosta de apreciar futebol, cerveja e Punk Rock. leandrofaria@outlook.com

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ÍNDICE

24 { 32 {

CAPA } copa riscada

42 {

especial mães

LIFESTYLE }

Scooteristas

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{ LIFESTYLE GIRL } Cherry Rat

estilo }

especial } 06 {censo tattoo

80 {

UNS RIFFS }

dom paulinho lima

10 { eventos } tattoo show rs 20 { curiosidadeS } cerveja com tattoo 30 { portifa } jefferson margutti 40 { point } boteco pratododia 41 { studio } be yourself 55 { entrevista } wagner maximus 66 { mapa riscado } marrakesh 76 { adornamentos } RON GARZA 86 { na agulha } Mudhill 88 { causos e pérolas } tattoo terapia eterno ao 90 { agulhada } ódio futebol moderno


[ ESPECIAL ]

Censo Tattoo

Quem são os

tatuados do Brasil?

perfill dos riscados e o que mudou nos gostos Saiba qual o perfi e preferências deles ao longo das décadas TEXTO Mariana Alcântara

J

ovens com nível superior e bons salários, este é o perfil dos tatuados no Brasil atualmente. A constatação vem do 1° Censo de Tatuagem do Brasil, realizado pela Revista Superinteressante em 2013, os resultados foram divulgados na edição de Março. A pesquisa com certeza não abrange todos os tatuados do país, mas com uma amostragem de 80 mil entrevistados dá um bom panorama da tatuagem no Brasil. É evidente que nos últimos anos ver tatuados é algo cada vez mais comum. Se antes as tatuagens eram escondidas, hoje muitos optam por locais mais aparentes como antebraços, pés, pescoço ou mãos. O tatuador Leco Duarte, que exerce a profissão há mais de 30 anos acompanhou bem esta evolução. Natural de Laguna, cidade litorânea de Santa Catarina, com 50 mil habitantes, conta que no início a tatuagem era algo muito mal visto.

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“Na mente das pessoas tatuagem era coisa de marinheiro e presidiário. Tive que ter muita determinação para virar um profissional, pois fazia uma tatuagem por mês e olhe lá”, conta Leco. Com o tempo e a mudança para Florianópolis, capital de Santa Catarina, o tatuador viu o cenário mudar. “Em 1997 vim para Floripa trabalhar com o primeiro tatuador da cidade, Stoppa. Nesta época o que nós mais fazíamos eram as tattoos de book, o cliente vinha, escolhia o desenho na pasta e reproduzíamos, era mais raro o pessoal vir com referências e ideias prontas. Na grande maioria os desenhos eram tribais, animais com referência ao litoral, como tartarugas e golfinhos”, explica Leco. No Censo da Superinteressante, essa relação de desenhos em cada época fica bem evidente. Nos anos 70, a mitologia era o tema preferido pelos tatuados, enquanto na década de 80 foram os animais. Nos anos 90 eram os tribais


que faziam sucesso, já na década de 2000 e de 2010 as tattoos de símbolos foram as mais escolhidas. Os animais foram o tema mais atemporal, estão presentes desde os anos 80 entre os três primeiros tipos de tattoo preferidos. Os times de futebol ficaram com uma porcentagem pequena no total, 0,5%, e entre eles o clube mais tatuado é o Corinthians, com 24,5%. Considerando nível de escolaridade e média dos salários, os tatuados superam a média dos brasileiros. Enquanto 61,2% das pessoas com tatuagem é formada ou está cursando o nível superior, 14,8% do total de brasileiros tem esta mesma escolaridade. Já nos salários, 37% dos tatuados recebe mais de R$ 3 mil, no Brasil a renda média

Noto que atualmente vem cada vez mais mulheres procurar tattoos e elas não querem apenas frases ou símbolos pequenos, são trabalhos grandes que antigamente apenas homens faziam Leco, sobre as mudanças ao longo dos anos no perfil perfil do público e nos desenhos

Leco tatuando uma senhora, prova da popularização e desmarginalização da tatuagem

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é de R$ 1.507. Os resultados ainda apontam que a maioria dos tatuados têm entre 19 e 25 anos (48,2%), no Brasil as pessoas nesta faixa etária somam aproximadamente 9%. “Hoje eu tatuo pessoas de todos os níveis sociais, isso mudou bastante nos últimos anos. Do gari ao doutor, trabalhadores de todas as classes querem os desenhos pelo corpo e o preconceito diminuiu também, fazendo as pessoas reconhecerem a tatuagem como arte. Outra coisa que noto também é que atualmente vem cada vez mais mulheres procurar tattoos e elas não querem apenas frases ou símbolos pequenos, são trabalhos grandes que antigamente apenas homens faziam”, diz Leco. Os resultados da pesquisa também demonstram que as mulheres estão entre a maioria dos tatuados, 59,9%. Entre elas, os locais preferidos são braços (16%), costas (14,2%) e ombros (10%). Os símbolos são os principais tipos de tatuagem escolhidos pelas mulheres (20,4%), seguidos por animais (15,4%) e frases (15%). Já entre os homens, os temas de tattoos mais realizados são os símbolos (18,5%), mitologia (15%) e animais (10%). Os locais escolhidos deles são braços (27,5%), ombro (14,5%) e panturrilhas (10,3%). E tattoo também é coisa de família! De acordo com o Censo, 69% dos entrevistados responde-

ram que mais alguém da família tem tatuagem. Destes, são riscados os irmãos (38,4%), pais (19,2%), companheiros (15,3%) e filhos (1,5%). “É legal ver que hoje em dia muitos filhos fazem suas primeiras tattoos junto aos pais. Desta forma os pais ja veem que o estúdio é asséptico, tem uma boa estrutura, os materiais usados são esterilizados e os produtos são aprovados pela Anvisa. Muitas vezes acabam saindo com o seu primeiro desenho também ou, já são tatuados e podem indicar aos filhos o tatuador de sua confiança”, conta Leco.

Mais na rede: Resultados - super.abril.com.br/1o-censo-tatuagem-brasil Leco Tattoo - fb.com/TattooManiaLeco

Confira alguns resultados apresentados no Censo:

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[ EVENTOS ]

Tattoo Show RS

co RA co es

por

os

lados

todos

Desde os cobiçados prêmios do evento, aos solidários de doadores de alimentos e aos que pulsaram forte com as emoções da apresentação de suspensão corporal TEXTO Vanessa Feltrin FOTOS Tiago Tavares s olhinhos curiosos de Natália Rodrigues, 8 anos, observaram admirados todos os 54 estandes da Tattoo Show RS em meados de abril. A mistura de cores e estilos, além da liberdade de ter o corpo como uma tela viva, fez da pequena moradora do bairro Navegantes, em Porto Alegre, mais uma fã do mundo dos tatuados. Distribuindo sorrisos, a menina percorreu os corredores da convenção no Centro de Eventos Casa do Gaúcho com a ideia de que ao crescer ficará ainda mais envolvida com o universo da

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arte corporal. Como a mãe Denise, a irmã Bruna e o sobrinho Rafael, a garota teve contato direto com mais de 300 profissionais que se reuniram nos dias 12 e 13 abril no Parque Harmonia, na capital do Rio Grande do Sul, para respirar arte. Nem mesmo o frio que chegou forte conseguiu afastar a média de quatro mil visitantes que ficaram hipnotizados com as novidades e trabalhos bem elaborados por artistas dos três estados do sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Peru, Uruguai e Argentina. A pausa só existia para degustar o bom churrasco e o inseparável chimarrão - típicos recepcionistas gaúchos.


Solidariedade também foi o nome dos que passaram pela Tattoo Show RS. Além de pagar os R$ 12 de acesso à Casa do Gaúcho, a maioria levou alimentos não-perecíveis para doar às crianças e aos adolescentes em situação de risco acolhidos pela Ação Social Aliança (ASA) do Rio Grande do Sul. Sueli Alves Flores, 42 anos, não deixou a máquina fotográfica descansar nenhum minuto. Prestigiando pela primeira vez um evento de tatuagem, a auxiliar de serviços gerais adorou registrar todos os momentos da visita. Junto ao esposo Reinaldo Patrício Júnior, 31 anos, ela saiu de Viamão, cerca de 30 quilômetros de Porto Alegre, com o objetivo de captar novas ideias para futuras tatuagens. “É a primeira vez

que participo de uma convenção e estou adorando a novidade. Tenho uma tatuagem com o nome de meus filhos e toda essa atmosfera só desperta ainda mais a vontade de fazer novas tatuagens”, comenta, entre um clique e outro. Até o Batman, famoso homem-morcego, registrou presença no evento. Responsável pelo espaço reservado às crianças, o super-herói se dividia entre brincadeiras, desenhos, pinturas e esculturas com massinha de modelar. Tudo para garantir a tranquilidade dos pais e a alegria dos pequenos que desde cedo já participam ativamente desse mundo e aprendem que ter tattoo, piercing, alargadores, implantes, escarificação, língua bifurcada e olhos pintados não modifica o caráter, a essência de cada um.

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Novidades na organização A Tattoo Show RS apresentou uma série de novidades neste ano. A começar pelo nome. Intitulada anteriormente como Expo Tattoo RS, a convenção chega a sua quarta edição toda reformulada. O encontro que acontecia em outubro, a partir de agora se firma em abril. E já tem data no calendário de 2015: dias 10, 11 e 12 abril no Centro de Eventos Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia, na receptiva Porto Alegre. A organização do evento continua com Valdir Salaberry Neto, o Neto Tattoo, 34 anos. Tatuador há 15 anos e proprietário de dois estúdios na Capital Gaúcha, Neto conta que a aceitação do evento é tamanha que ano que vem a Tattoo Show RS entra definitivamente para o hall dos eventos internacionais. “Todos os anos contamos com a participação de artistas renomeados do Brasil e do exterior, mas, já para a próxima edição, o objetivo é contar com uma maior participação de tatuadores estrangeiros reconhecidos mundialmente”, destaca. Em função dos preparativos para a Copa do Mundo, em 2014 a Tattoo Show RS contou apenas com dois dias de evento, mas voltará ao formato original, com três dias de integração, no próximo ano. Já a troca de outubro por abril se deu como garantia de maior comodidade ao público e aos expositores. “O clima influenciou

na mudança. No mês de outubro, em Porto Alegre, já é muito quente e tem dias em que o calor é insuportável. Além disso, no final do ano há muitas outras convenções ocorrendo quase que simultaneamente, o que torna inviável a participação dos profissionais em vários desses eventos. Antecipando a nossa, recebemos os artistas e o público com mais conforto e disponibilidade”, ressalta. A forma como os trabalhos são julgados por categorias também sofreu alterações: não são mais premiados os primeiro, segundo e terceiro lugares. Agora, a Tattoo Show RS premia os dois melhores de cada categoria, sem distinção. “Todo o sistema do evento mudou. Desde o formato de divulgação, credenciamento, dinâmica de organização, julgamento e datas”, diz. “Durante dez anos, viajei e participei de outras convenções somente como tatuador. Hoje, como organizador, tenho uma boa bagagem e compreendo melhor a necessidade dos expositores; sei do que gostam e do que não gostam. A intenção é sempre aprimorar”, completa Neto. Essa edição teve patrocínio do Painful Pleasures, distribuidor de material de tattoo e piercing; e apoio da Touch, que fez sorteios de relógios e óculos; da Inside Master, como responsável pela confecção das camisetas do evento; e da Nany Festa, com a cobertura fotográfica.


Troféu de coração A Tattoo Show RS premiou os dois melhores profissionais de cada uma das 18 categorias concorrentes. E os troféus, representando o Sagrado Coração, chamaram a atenção de todos que passaram pelo Centro de Eventos Casa do Gaúcho no Parque Harmonia. Expostos no palco, os corações emitiam luzes em simulação aos batimentos cardíacos. “Eles batem na mesma frequência do coração humano. E, conforme a bateria vai enfraquecendo, esses

batimentos vão diminuindo gradativamente”, explica Neto Tattoo, organizador da convenção. O troféu é obra de Alessandro Amorim, artista plástico de Caxias do Sul, cidade da Serra Gaúcha e segunda maior do Rio Grande do Sul. O tatuador José Tiago, da Tattoo Comics, de Novo Hamburgo/RS, foi o vencedor da categoria Melhor do Evento e, além do troféu, ganhou um estande na Tattoo Week SP 2014, a ser realizada entre 18 e 20 de julho.

Casal com mais modificações corporais Quem pensa que são as muitas modificações corporais que chamam primeiro a atenção quando Gabriela e Victor Hugo Peralta estão em cena está bem enganado. O que cativa a todos, antes de qualquer coisa, é a simpatia da dupla. Carismáticos, a argentina e o uruguaio ocupam páginas do Guinness World Records, o livro dos recordes, com muito merecimento. Juntos, es-

tampam a edição 2014 como o casal mais modificado do mundo. Gabriela tem mais de 40 piercings e 70% do corpo tatuado, incluindo a esclera, isto é, a parte branca dos olhos. Já Victor, que também tem os olhos coloridos, possui 90% da pele coberta por tatuagens. Os dois têm várias tatuagens em comum e, além das tattoos com os mais variados

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temas, trazem no corpo piercings, alargadores, implantes, escarificações e línguas bifurcadas. “No espaço que sobrou, vamos preencher com mais arte. Nossa intenção é quebrar o próprio recorde registrado pelo Guinness Book. Já fizemos

Acima: Victor Peralta em apresentação de suspensão corporal e ao lado: Gabriela Peralta, esbanjando simpatia e carisma

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todo tipo de modificação possível, agora só nos resta repetir as técnicas”, conta, entre risos, Gabriela - enquanto Victor se preparava para realizar uma suspensão corporal em uma tirolesa com 30 metros de extensão, inédita em convenções.


Doação de alimentos A Tattoo Show RS, além de proporcionar a interação entre artistas e o encontro com o público simpatizante de modificações corporais, é um evento que estimula a solidariedade. Os visitantes que passaram pelo Centro de Eventos Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia, garantiram, mais uma vez, grande ajuda com a alimentação de cerca de cem crianças e adolescentes atendidos pela Ação Social Aliança (ASA) do Rio Grande do Sul. Angariaram, em apenas dois dias, oitocentos quilos de alimentos - divididos basicamente entre arroz, feijão, macarrão, farinhas de trigo e de milho e açúcar. Ano passado, em três dias, foi arrecadada uma tonelada de alimentos. A ASA-RS trabalha, desde junho de 2010, com o acolhimento de crianças e adolescentes em situação de risco. A instituição administra casas lares e de passagem que atendem crianças de

zero a seis anos, encaminhadas pelos Conselhos Tutelares e Juizados da Infância, e adolescentes em situação de drogadição e/ou em cumprimento de medidas sócio-educativas. A entidade atua em parceria com a prefeitura de Porto Alegre e com o suporte de igrejas evangélicas. Interessados em ajudar os meninos e meninas da ASA-RS podem encaminhar alimentos não-perecíveis, material de higiene, fraldas descartáveis, brinquedos e material escolar para a sede da instituição que fica na rua Dario Borba Brossard, 39, Parque Santa Fé, Porto Alegre/RS. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 9 às 12h e das 13h30 às 18h. Mais informações podem ser obtidas via telefone (51) 3366-4679. Lançamento de livro Jorge Victor Zanotto, 28 anos, aproveitou a primeira participação em convenções do Rio Grande do Sul para lançar o primeiro livro. O trabalho, em formato de sketchbook, reúne estudos do tatuador de Curitiba, no Paraná, feitos entre 2012 e 2013. Vindo do mundo da ilustração, Zanotto tatua há três anos e destaca o quanto é importante desenhar e, sobretudo, criar para sempre oferecer um serviço diferenciado e exclusivo aos clientes. Os desenhos do livro de 52 páginas foram criados em um misto de estilos, com ênfase para o New School. O sketchbook foi confeccionado em parceria entre o artista, a editora Pixel Art Books e o Thrash Tattoo Supply.

Detalhe do artista Jorge Victor Zanotto lançando seu 1º livro

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Vendas Convenção de tatuagem também é sinônimo de negócios. E para Renato Pastina, o Thrash, 39 anos, é a oportunidade perfeita para divulgar ainda mais o seu trabalho. Thrash tem duas lojas (uma em Curitiba e outra em Porto Alegre) e trabalha, exclusivamente, com material para tatuagem e piercing. E em eventos como a Tattoo Show RS aproveita para conhecer clientes que mantém contato o ano inteiro somente pela internet. “A convenção é a chance que o pessoal do interior encontra para nos visitar pessoalmente. Assim, podem ver e tocar o produto, conferir a qualidade e estreitar laços de amizade e confiança”, explica. Thrash participa de convenções nos três estados do sul e em São Paulo, além de entregar material para o Brasil inteiro. Mesmo sem revelar valores, ele afirma que as participações em eventos de tatuagem e piercing compensam. “A participação paga os gastos com o estande, além de trazer divulgação e algum lucro”. Na Tattoo Show RS ele aproveitou para apresentar novos produtos a antigos e a potenciais clientes. Entre os

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materiais, mostrou uma caixa com 80 lencinhos umedecidos que substituem o papel toalha e, por conter extrato de hamamelis, ajudam a acalmar a pele e diminuir a vermelhidão. Outra novidade é uma espécie de pomada, semelhante a manteiga de cacau, que substitui a vaselina, já que não é a base de petróleo. Alvaro Luiz Vieira de Abreu, 36 anos, também é outro profissional que colhe bons frutos com as participações em convenções. Empresário do ramo de piercing, o morador de Cachoeirinha, cidade vizinha a Capital Gaúcha, vende peças esterilizadas e embaladas individualmente para joalheiras, lojas e estúdios e, durante eventos de convenção, também trabalha com vendas para o consumidor final. “Na convenção passada, aqui em Porto Alegre, comercializamos entre três e quatro mil joias. Nesse ano, as vendas giraram em torno de quatro a cinco mil peças, sendo que 1,5 mil piercings ficaram para o público em geral e, no mínimo, o dobro para pedidos de estúdios. Um ótimo retorno.”


Profissionais e amantes das modificações corporais Não basta ter no corpo uma obra de seu tatu- cluídos grandes trabalhos em apenas um final de ador ou body piercer preferido. Na hora de par- semana. A aprendiz de tatuador Débora Iglesias, ticipar da convenção ou disputar uma das cate- 22 anos, suportou quase quinze horas de agulhagorias da Tattoo Show RS, cliente e profissional das para levar em suas costas mais uma obra do viram mais que amigos: tornam-se uma equipe. tatuador e amigo Fillipe Pacheco, 30 anos. “ApreQue o diga a gaúcha Cassiane Goulart, 21 anos. sentei uma referência de caravela e ele fez uma Com cerca de oitenta argolinhas (captivs) distri- releitura. Juntou flores, lemes, borboleta e caranbuídas ao longo das costas e dos braços, a ga- guejo e criou essa arte para mim no estilo em rota embarcou numa viagem mitológica guiada que eu mais gosto: o old school”, explica a moça pela tatuadora e body piercer Natalia Klippel, de cabelos roxos. Fillipe, por sua vez, ressalta a 27 anos, a Naty. O trabalho, minuciosamente importância de se envolver com o trabalho desde arquitetado, transformou Cassiane numa ninfa o nascimento da ideia, o que o torna mais divere conquistou o troféu na categoria Body Play. tido e prazeroso. Tatuador há dez anos, Nilton Vargas, 30 anos, “A gente se preocupou muito com toda a produção. Desde a construção do formato das asas salienta que a criação e o desenvolvimento de aos elementos para a confecção dos adereços uma tatuagem vão além das técnicas e das expara orelhas e trajes, além da maquiagem e da periências profissionais do artista. Para ele, o momento de vida pelo qual tatuador e cliente postura no palco”, destaca Naty. A força de vontade e a superação de limites passam e o grau de doação de ambos é fator imtambém guiam os que se aventuraram a ver con- prescindível para o ótimo resultado do trabalho.

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“Acredito cem por cento no profissional que ele é e acho que todos devem ter total confiança nos artistas que escolhem. Confio tanto que deixei a ideia livre e só fui ver o desenho no dia em que fui tatuado. Essa sintonia é muito importante porque vou carregar o desenho para sempre”, explica o vendedor Rodrigo Corrêa Alves, 32 anos, morador de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. Na ocasião, Nilton tatuou na coxa direita de Rodrigo uma mulher devorando um coração. No ano passado, o profissional ganhou a categoria Melhor do Dia com uma tatuagem neo-tradicional

de valquíria no braço esquerdo do vendedor. Entre os tatuados na convenção, a estudante de Administração Priscila Palacci, 28 anos, optou por um desenho carregado de mistério e delicadeza. E saiu da Tattoo Show RS com uma tatuagem colorida de um olho e rosas no braço esquerdo. Foi o tatuador Daniel Toledo, 33 anos, o responsável pela primeira e, agora, segunda tatuagens da moça. Já Bárbara Goerl Rumpel, 24 anos, desfila desde então com uma mandala na cabeça. A tatuagem feita por Juliano Torres, 28 anos, foi uma das ganhadoras na categoria Pontilhismo.

Confira o nome dos vencedores e as categorias concorrentes no quadro a seguir: New School Douglas Scherer Heráclito Tattoo Studio - RS Manoel Machado Tattoo Mawh - RS Old School Wagner Basei Heráclito Tattoo Studio - RS Régis Paz Paz Tattoo - RS Comics Eduardo Reis Verani Tattoo - RS Juliano Pereira Veniversum Tattoo Studio - RS Realismo Rafael Giovanoli Verani Tattoo - RS Fernando Tampa Origem Tattoo Studio - RS Tribal Felipe Soares Buena Arte - RS Ibrahim Barboza Ibrahim Tattoo - RS Pontilhismo Ibrahim Barboza Ibrahim Tattoo - RS Juliano Torres Edu Tattoo - RS

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Melhor Costas Samurai Standoff Samurai Tattoo - RS Rafael Giovanoli Verani Tattoo - RS Colorido Clayton Dias Verani Tattoo - RS Marcelo Sancho Ritual Tattoo - RS Black and Grey Adriano Viana Verani Tattoo - RS Beto Chaves Adiction Arts Tattoo - RS Portrait Marquinho André Marquinho André Studio - RS Robson Santos Santa Tattoo - RS Oriental Chiara Abreu Veniversum Tattoo Studio - RS Dinho Bagé Tattoo Studio - RS Desenho Série Preto e Branco Goi Xavier Goi Xavier Marcos Nash Nash Tattoo - Argentina


Piercing Body Play Naty Klippel Naco’s Tattoo Studio - RS Piercing Exótico Deise Jokers Extreme Art - RS Melhor de Sábado Josiane Moraes Carvalho Bagé Tattoo Studio - RS

Melhor de Domingo Nato Style Tattoo e Piercing - RS Melhor do Evento José Tiago Tattoo Comics - RS

Mais na rede: fb.com/tattooshow.rspoa

GALERIA LIFESTYLE

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[ curiosidades ]

Cerveja com tatuagem

Desce uma, por favor! Nao, risca uma (sic) tattoo! TEXTO Deborah Benetti FOTOS Daniel Correa

Q

uando o assunto é cerveja, todo mundo tem alguma história para compartilhar. Pode ser um porre memorável ou alguma emoção vivenciada ao lado do líquido etílico, o fato é: quem se amarra na bebida de verdade, vive quase exclusivamente para ela. Há quem trabalhe como mestre cervejeiro, quem atue como redator de bebidas, quem crie a identidade visual dos rótulos, ou quem somente comercialize para o público. Afinal de contas, o mundo cervejeiro tem espaço de sobra para os fanáticos por lúpulos,

Yogi, 37 anos 20

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maltes e cereais, processo de fabricação e o próprio lifestyle. Mas será que você é tão louco por cerva como eles? Fomos até a loja de cervejas especiais localizada no bairro da Saúde, a Cervejoteca, para conhecer cinco riscados com o mesmo gosto em comum: tatuar desenhos relacionados à cerveja. Num clima de boteco, cada entrevistado mostrou com orgulho sua tattoo e explicou o seu significado. Abaixo, você terá a oportunidade de conhecer um pouco sobre essa curiosidade que envolve duas paixões nacionais: cerveja e tatuagem! Cheers!


Luis Nascimento,32 anos

Sou um dos sócios da Escola e Cervejaria Sinnatrah. Lá a gente dá cursos sobre cervejas e vendemos tudo para fazer cerveja caseira. Tenho duas tatuagens, uma em cada perna. Na panturrilha da direita é um símbolo dos mestres cervejeiros muito utilizado na Alemanha: uma tina com lúpulo, pás e cevada. Na panturrilha da esquerda é um balde de fermentador de cerveja, pois é algo que usamos muito na Sinnatrah e achei uma forma bacana de homenagear. Eu fiz no Baratatto Tattoo com o profissional Rogério Reis. Cada tatuagem foi feita em 3 sessões, pois é uma mania (sic) que tenho e não sei explicar direito. Na realidade, acho que eu gosto de riscar, sombrear e pintar em fases diferentes.

Essa tattoo tem 10 meses. Fiz no estúdio Markone Tattograff, do grande Markone, um amigo de longa data. Eu queria fazer um lúpulo, que é uma planta que além de trazer o amargor, conserva a cerveja. E quem gosta de cerveja amarga e forte, tem uma ligação incrível com ele, assim como eu tenho. A sessão demorou 1 hora e meia, pois apesar de parecer simples, é um pouco complexo fazer as partes retas nas laterais. Uma curiosidade foi que fiquei de levar o decalque, mas deu pau na impressora. Daí eu tirei de uma lata de cerveja do Brooklyn, a Six Point Resin, que por hora é a minha favorita porque é uma Imperial IPA que tem muito lúpulo. Eu estava bebendo e assim que notei o desenho, adorei na hora. A parte em volta do símbolo remete a impressão de uma aura, como se ‘endeusasse’ o lúpulo. O Markone pegou a lata, fez um free hand e ficou maravilhoso! Tenho um amigo que é sócio do Home Sweet Beer, um clube de cerveja por assinatura. Quando ele fez o crowdfunding beer (fabricação de cerveja que não tem no mercado) em parceria com Six Point e Invicta, teve um evento no Empório Alto de Pinheiros. Lá, os caras da própria cerveja homenageada com a tattoo piraram tanto no desenho que acabaram compartilhando em sua conta do Instagram.

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Maira Kimura, 33 anos

Sou cervejeira e mais um monte de coisa na Cervejaria 2cabeças. Sou uma das sócias, junto com o Salo Maldonado e Bernardo Couto. Minha tattoo fica na perna esquerda. Na verdade ela dá uma volta começando na frente e vai até a parte de trás da batata da perna - terminei tem um pouco mais de um ano. Quando morei em Paris e na Inglaterra, comecei a fazer cerveja e aí já estava com muita vontade de fazer uma tatuagem para simbolizar essa fase nova na minha vida. Mudei completamente de carreira, trabalhava com marketing, algo nada a ver com a atual fase. Como uma boa cervejeira, amo lúpulos. Fiz muita pesquisa de tatuadores e desenhos para fazer algo que eu realmente fosse gostar. O estúdio escolhido foi o Banzai Tattoo, localizado na Tijuca. Fiz com o tatuador Lucio e dividimos em cinco sessões até finalizar. Na hora do decalque, levei um monte de desenhos com coisas de lúpulos, pois queria algo muito estilizado e com pegada de realismo, afinal, o Lucio trabalha muito com isso. Aprovei de primeira e ficou irado! O torno dela é bem fraco, mas tem bastante sombra em torno do verde, com uns lúpulos mais novos que outros. Estou apaixonada por ela!

Allan Gimenes, 27 anos

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Alex Gimenes, 29 anos vulgo a Beera

Sou sócio do Boteco Prato do Dia juntamente com o meu irmão Allan. Nosso bar fica no bairro Santa Cecília e recebe uma galera underground de Sampa. Tem uma festa bimestral que faço há 2 anos chamada Let It Burn, de musica jamaicana contando a história da evolução do estilo musical. Em homenagem ao aniversário de festa, fiz esta tatuagem, que é um símbolo do rótulo da cerveja jamaicana Red Stripe, por sinal, muito vendida no bar. Fiz um trocadilho com os nomes da festa e da cerveja: coloquei ‘Let it Burn’ dentro da garrafa. Afinal de contas, para mim são boas lembranças para sempre lembradas. Fiz no mesmo estúdio que o meu irmão, o Nave Tattoo. E o tatuador também foi o mesmo, o Zeca Evolução. A sessão não passou de 1 hora e meia com o decalque tirado na hora mesmo.

Sou sócio do Boteco Prato do Dia, um pico voltado para a cultura do vinil. Lá, nós colocamos 20 rótulos de cervejas para começar a atiçar a turma que frequenta nosso espaço. A partir disso, fiz uma tatuagem unindo o útil ao agradável. Vou explicar: sou apaixonado pela cultura jamaicana e tenho uma Crew chamada Gimenes Sounds. A logomarca do meu projeto musical é um copo americano simples porque gosto muito de cerveja. E na cultura jamaicana, o louro simboliza o protesto de toda a trajetória na História dos jamaicanos espalhados pelo mundo. A tattoo tem uns 2 meses e fiz no estúdio Nave Tatto (Galeria Ouro Fino) com o tatuador Zeca Evolução. A sessão demorou 2 horas e 30 minutos. A parte pintada de vermelho é criação do tatuador, que usou para dar mais destaque. No final, o copo americano que é algo incluído na cultura brasileira acabou combinando com o desenho.

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[ CAPA ]

Copa do Mundo riscada

O que a História daS CopaS

tem de mais

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! a r ago a r t os A gente te m

E 1

TEXTO Deborah Benetti nquanto todo mundo está agitando as bandeiras para lá e para cá, nós mostramos fatos e situações que marcaram a História da Copa Mundial. Muitas curiosidades, fatos e situações

inusitadas já passaram ao longo dos anos por diversos estádios. Coisas que merecem ser relembradas, afinal o nosso país acaba de deixar mais uma marca histórica no mundo do futebol. Confira o que desenterramos para você:

A 1° edição da Copa do Mundo foi em 1930 no Uruguai e contou com sete países da America Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. youtube.com/watch?v=FdDcsgbpVWw

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Torcedor à juiz! Quase isso, durante uma partida entre Kuwait e França em 1982, um torcedor apitou da arquibancada confundindo os jogadores que cobravam um ataque. O time árabe bobeou e o francês Alain Giresse meteu a bola no gol. Inesperadamente, o presidente da federação da Arábia, o sheik Fahad Al-Ahmad Al-Sabah, invadiu o campo e retirou todos os seus jogadores. O árbitro soviético Miroslav Stupar decidiu anular o gol de Giresse, mesmo sem haver qualquer irregularidade. Foi a primeira e única vez que uma pessoa das bancadas conseguiu mudar a decisão de um árbitro. youtube.com/watch?v=iZP_yx3O1FE

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O gol de mão de Maradona. O gol “MANO DE DIOS” fez da partida Argentina x Inglaterra de 1986 um dos jogos mais memoráveis. O Estádio Azteca serviu de palco para a artimanha argentina. Após o zagueiro Steve Hodge chutar a bola para o alto, Maradona correu na direção do goleiro Peter Shilton e, com o punho cerrado, pulou e usou a mão para jogar a bola por cima do adversário, que era vinte centímetros mais alto que Maradona. Ao final do jogo, questionado se tinha feito o gol com a mão, Maradona respondeu: “Lo marqué un poco con la cabeza y un poco con la mano de Dios”. youtube.com/watch?v=6VXbqA1YRqY

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Semáforo para dentro dos campos! Os cartões vermelhos e amarelos foram criados a partir de uma parada no sinal fechado das ruas inglesas. Nos anos 60, durante as quartas-de-final da Copa do Mundo na Inglaterra, o capital argentino foi expulso do campo enquanto tentava argumentar sobre um lance cobrado. O juiz alemão não entendia o espanhol e com o dedo indicador, mandou o jogador para fora da partida. Depois disso, A FIFA e o chefe dos juízes do Mundial, perceberam que precisavam de um aviso não-verbal para os jogadores. E foi durante o trânsito que sacaram a ideia das cores vermelho e amarelo para ser adotada dentro de campo. youtube.com/watch?v=ro_dp4s1gAE

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A primeira transmissão de TV ao vivo no Brasil foi durante a Copa Mundial no México de 1970, via Embratel. O presidente Médici foi uma das poucas pessoas que acompanharam a transmissão colorida do jogo entre Brasil e Inglaterra pelo televisor. Na época, a transmissão era feita com quatro câmeras responsáveis por captar os lances polêmicos. Hoje, o país está equipado com 34 câmeras por partida para transmitir em alta resolução aos 211 países que assistirão a Copa de 2014. youtube.com/watch?v=xpIaNEidYaE

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Cabeçada do Craque. O francês Zinedine Zidane fez história na Copa de 2006. Foram falar da sua irmã bem no meio de campo e ele perdeu a cabeça. O zagueiro italiano Marco Materazzi fez gracinhas e acabou levando uma forte cabeçada de Zidane no peito. O resultado todo mundo sabe: o craque foi expulso de campo e a Itália venceu na cobrança de pênalti, após o empate de 1x1. youtube.com/watch?v=FRDpZoJy8PI

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Garrincha leva olé de cachorro! Foi mesmo que você leu! A cena hilária ocorreu na Copa do Mundo no Chile de 1962, quando o animal invadiu o jogo do Brasil contra a Inglaterra. Garrincha correu pra cima do cão, mas levou um olé daqueles. Quem salvou a partida foi o inglês Greaves, que não era tão habilidoso no campo como nosso craque, mas que teve sucesso ao agarrar o animal. youtube.com/watch?v=0E8qRvOBgvI

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Taça FIFA. Sabia que aquela taça dourada levantada pelo capitão do time campeão tem cravada em sua base o nome de cada país ganhador deste troféu a partir de 1970? Até o momento seis campeões foram gravados: Alemanha (1974, 1990), Argentina (1978, 1986), Brasil (1994, 2002), Itália (1982, 2006), Espanha (2010) e França (1998). Os espaços para serem preenchidos na base vão até 2038. youtube.com/watch?v=qUPrXYvJAJU

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Você sabe qual é o total de gols marcados em todas as Copas do Mundo da FIFA até 2010? Exatos 2.208 gols. youtube.com/watch?v=tteo1dQmf6s

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Entre 1930 a 2010, 472 árbitros apitaram os jogos mundiais da Copa. Para a edição de 2014, a FIFA recrutou 25 trios de profissionais. Dessa leva, existe um trio brasileiro formado por Sandro Meira Ricci, com os auxiliares Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Van Gasse. youtube.com/watch?v=ebEJu7wzifw

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TEXTO Brian Stecco

om o passar dos anos é possível perceber que o número de pessoas tatuadas aumenta nas mais diversificadas esferas sociais. No âmbito futebolístico não poderia ser diferente: é comum um jogador de futebol apresentar não uma ou duas, mas inúmeras tatuagens pelo corpo. Às vésperas de uma Copa do Mundo que reúne os melhores atletas dos trinta e dois países classificados, o destaque não é apenas das cores nas camisas e bandeiras – as peles coloridas e desenhadas também sobressaem. Brasil, Argentina, França, Portugal, Itália, Croácia e Espanha são algumas das seleções classificadas para a Copa que possuem em seu plantel figuras carimbadas, ou melhor, figuras rabiscadas, além de serem os jogadores que atuam em alguns dos melhores times do mundo. Quer saber quem são os representantes da classe tatuada no maior evento esportivo do mundo? Vamos começar pelos donos da casa: a sele-

ção brasileira! Dentro desse elenco é mais difícil encontrar alguém que não seja tatuado do que alguém que ostente algum trampo na pele. O lateral direito do Brasil e do Barcelona, Daniel Alves, além de tattoos no peito e barriga exibe os dois braços praticamente fechados onde, símbolos religiosos como a virgem Maria e um coração sagrado aparecem, todas em estilo preto e cinza. O maior rival do time da casa, não só em Copas, também traz uma bela contribuição nesse tema: o atacante argentino Ezequiel Lavezzi, mostra um quê de genialidade na pele. O cara tem o braço fechado, mas nada chama tanta atenção quanto à foto do Maradona tatuado na barriga fazendo embaixadinha. Só por essa tatuagem ele, com certeza, ganhou a simpatia do hincha argentino antes mesmo de mostrar seu talento em campo. E como muita gente sabe: é deus no céu e D10S – Maradona – na terra! Os yankees, que nunca foram nenhuma potência no futebol entram nessa lista porque

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possuem o jogador que, talvez, seja o mais tatuado dessa edição do evento da FIFA. O volante do time alemão Shalke 04 e da seleção Estadunidense Jermaine Jones, tem a parte de cima do corpo quase fechada. Nota-se que ele é um homem muito apegado à família - Jermaine apresenta o rosto dos filhos e os nomes de sua esposa e de seu irmão compondo parte de suas dezenas de tattoos. Se o tópico dessa matéria fosse moda ou abordasse a eficácia dos shampoos anticaspa, ou até qual a melhor pose a ser feita antes de bater uma falta, com certeza o representante da equipe portuguesa aqui presente seria Cristiano Ronaldo! Porém, como o foco aqui é tattoo, citaremos o Raul Meireles: ele é um dos jogadores mais tatuados do mundo e em questão de estilo, deixa o garoto propaganda de cosméticos no chinelo! Tem dragão fechando as costas, pescoço e mãos tatuadas, os dois braços cobertos, duas caveiras no peito etc. Meireles é, realmente, um gibi ambulante! Já a seleção italiana tetracampeã mundial e algoz do Brasil na copa de 82 tem um jogador que leva o espírito de defensor gravado na pele. Trata-se do volante do Roma, Daniele De Rossi. O meia defensivo tem na batata da perna a representação de uma placa de sinalização de trânsito onde entende-se que é “permitido dar carrinho”. Uma clara alusão às grotescas discussões em que se pretendia proibir esse tipo de jogada. França! Todo brasileiro sente um arrepio na espinha quando “França” e “Copa do mundo” aparecem na mesma sentença. Quem não se lembra da final 98, onde os franceses, donos da casa, massacraram a seleção canarinho de Zagallo? Ou as derrotas de 1986 e 2006 sofridas para a Le Bleu? Enfim, esqueçamos o passado e falemos sobre o presente! O elenco francês conta com o lateral direito Mathieu Debuchy, que atua no Newcastle. Debuchy optou por fechar seu braço esquerdo com o estilo das tribos neozelandesas Maori,

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um dos estilos mais antigos de tatuagem. Símbolos religiosos, naipes do baralho, flores, letras japonesas, preto e cinza. O croata Mario Mandzukic parece ser um cara bem eclético com as tattoos. Atacante do atual campeão mundial de clubes Bayern de Munique, Mandzukic é o principal jogador da Croácia nessa Copa. Ele está no grupo do Brasil e fará o jogo de abertura com a seleção verde e amarela em 12/06/14. A taça do mundo que é cobiçada por tantos, passou pelas mãos de poucos, pela pele então, de menos gente ainda. É o caso de um zagueiro da Espanha, atual campeã mundial. Após se consagrar campeão com sua seleção na última edição da Copa, o defensor do Real Madrid, Sérgio Ramos, marcou para sempre o seu feito ao tatuar o troféu tão almejado em sua panturrilha. Ramos ainda ostenta diversos outros desenhos no corpo, como a Virgem Maria e a data de nascimento de seus pais e irmãos. Futebol e tatuagem caminham lado a lado. Milhões de torcedores ao redor do mundo homenageiam seus times tatuando suas cores, escudos ou ídolos, mas a coisa não é tão fácil assim quando um jogador se identifica com uma equipe e tenta demonstrar isso na pele. Situações embaraçosas e até engraçadas já aconteceram: caso do ex-jogador holandês Andy Van Der Meyde, promessa do Ajax na época. Confiante no futuro pela equipe de Amsterdã, ele decidiu gravar o nome do clube na perna, porém anos depois, acabou sendo contratado pelo PSV, time arquirrival do Ajax.

Detalhe da tattoo do holandês Van Der Meyde


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Douglas Mazzola

[ PORTIFA ]

Jefferson Margutti

Conheça o trabalho do artista plástico e tatuador que reproduz obras de arte na pele e no papel TEXTO Jéssica Marques atural de São Paulo, Jefferson Vieira Margutti é apaixonado pela cidade e pela arte. Criado na Zona Leste e hoje com um ateliê no bairro do Carrão, o tatuador e artista plástico pensa em migrar para os arredores boêmios da terra da garoa. Uma das principais marcas do artista é o trabalho com as cores e a reprodução de obras de arte. Margutti estudou conceitos de pintura na Academia Brasileira de Arte (Abra) de onde trouxe influências tradicionalistas. Fez cursos de história da arte e recentemente participou de um workshop sobre os caminhos da abstração ministrado pela artista Maria Pacca. A relação com o papel e a caneta surgiu

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logo cedo na vida de Margutti: com a curiosidade de qualquer criança de sete anos, experimentou abrir publicações bíblicas do seu avô e começou a reproduzir os desenhos que ali via, mais tarde foram os fascículos encontrados em bancas de jornal que o apresentou a grandes artistas, um deles, o pintor e escultor Michelangelo. Ainda adolescente fez a sua primeira tatuagem, de onde nasceu o interesse de se tornar um tatuador. Com a ajuda do seu pai, que inicialmente não levou a ideia muito a sério, conseguiu os primeiros materiais para começar. Desde então, o artista se dedica à evolução do seu trabalho. Segundo ele, não foi uma tarefa fácil se


adaptar. “A pele, diferente de uma folha de papel ou de uma tela de pintura, apresenta diferentes texturas e cores, o que exigiu muita prática para o meu crescimento”, conta. Hoje, Jefferson Margutti faz seu nome e se destaca pelas suas obras - na pele e no papel.

Para ele, a arte não tem limite.

Mais na rede: flickr.com/photos/margutti fb.com/jeffersonvieiramargutti

Jefferson Margutti em ação no ateliê que leva seu nome, localizado em São Paulo

arquivo pessoal

GALERIA LIFESTYLE

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[ LIFESTYLE ]

Scooteria Paulista


Graxa , Fumaรงa e Banana Acompanhamos de perto o lifestyle dos Scooteristas, fechando o dia com chave de ouro em um show da lenda do reggae Roy Ellis TEXTO Leandro Faria FOTOS Fernando Bentes


D

esde que o Rock é Rock, havia sempre um veículo associado ao gênero musical. Nos EUA em meados dos anos 50 eram as pick-ups Chevy’s e motocicletas de altas cilindradas. Nos anos 60 a Invasão Britânica apresentou os Minis e as Scooters. E foi assim pra sempre, nenhuma outra novidade do mercado automobilístico atingiu tamanho prestígio entre jovens Rockeirosm quanto naquela época. As Vespas e Lambretas são, sem sombra de dúvidas, as responsáveis pela popularização e prestigio das Scooters – essas surgiram logo após

a II Guerra, como uma alternativa de baixo custo para o automóvel na Itália devastada pós-guerra. A princípio foi projetada como um meio de transporte para as grandes massas, e em pouco tempo tornou-se um fenômeno despertando paixão e criando um lifestyle para essas pessoas. Alguns anos depois, nasceu o primeiro Scooter Club da Historia: o Vespa Club Roma, que serviu de inspiração para os fãs de outros locais fazerem o mesmo. Estima-se que até hoje tenha existido mais de 50 mil Clubes e Crews de Scooters/Motonetas ao redor do mundo.

Scooteria Paulista* Em Abril de 2010 no bairro da Mooca era fundada a Scooteria Paulista, com o intuito de unir os proprietários e amantes de motonetas em São Paulo. Diferente dos costumes e tradições brasileiras: um clube com trilha sonora, pois até hoje metade dos membros da casa são músicos ou foram: Fabio Much aterroriza os bares da city com sua banda Oskarface, e a outra metade pode não ser formada por músicos, mas são amantes da boa música também! Aquela que tem suas raízes no passado e nunca se perdeu: Jazz, Ska, Oi!, Rockabilly, Soul e R&B. Por separar as Scooters “New Generation”

(aquelas de plástico) das Old School, a Scooteria Paulista foi e é muito mal falada até hoje por quem não conhece a verdadeira história e tradição que eles tentam resgatar e manter. Separando o joio do trigo: ficamos no passado e na tradição dos motores clássicos, dos motores de 02 Tempos - uma tecnologia em extinção, devido às leis ecológicas etc. Com elas, essa galera vai às ruas, às estradas e quem sabe um dia pro céu ou pro inferno. Ao longo desses anos, a Scooteria Paulista soma mais de 70 viagens em solo nacional, 20 eventos autorais e algumas viagens internacionais.


Almanaque Motorino* O Almanaque Motorino é um Fanzine Scooteria Paulista. No tamanho de um gibi tradicional, impresso em preto e branco com a intenção de resgatar o “Do it yourself” e foi inspirado em Fanzines ingleses dos Scooterboys dos anos 80, como o The Ralliest, e Scooter and Scooterist. O Almanaque Motorino vai para sua quinta edição - trazendo música, comportamento, historias de veteranos, e principalmente, notícias do universo old scooter. Quem quiser adquirir escreCaso você seja proprietário de motoneta e queira

*

Marcio Fidelis é o fundador da Scooteria Paulista e criador do Almanaque Motorino

um dia ser um membro da casa manifeste-se! Envie email para: scooteriapaulista@gmail.com

A Música

A musicalidade no Scooterismo tem como principal influência o movimento Mod (abreviatura de Modernismo) uma subcultura que teve origem em Londres no final da década de 50 e alcançou seu auge nos primeiros anos da década de 60. E elementos significativos da subcultura Mod incluem moda (ternos italianos bem justos, parca, etc), música (incluindo Jazz, Soul , Ska e R&B ) e motonetas (geralmente Lambreta ou Vespa).

O Mod serviu de base para o movimento Skinhead - com menos ênfase nas tendências da moda, e com o cabelo raspado bem curto, mantendo a música negra (Ska Jamaicano, Soul etc.) Os Scooterboys assim como os Skinheads tiveram escola entre os Mods, mas se firmaram mesmo durante a proliferação das tribos urbanas da virada da década de 60 pra 70.


A Música em São Paulo

Estivemos presente com a galera da Scooteria Paulista no show de uma das maiores lendas do Reggae, o cantor Roy Ellis, também conhecido como Mr. Symarip. O cantor de origem Jamaicana se apresentou pela primeira vez no Brasil na Clash Club, sábado dia 10 de maio. Em sua nova turnê: “The Boss Is Back”, Roy Ellis levou o publico ao delírio ao tocar seus clássicos como Skinhead Girl e Skinhead Moonstomp. Sempre bem humorado o cantor dançou com o publico, e durante uma das mu-

Ecos de 69

A única radio em São Paulo que tem espaço para esse público atualmente é a Antena Zero com o programa Ecos de 69 que vai ao ar toda quinta às 23h e é apresentado por Deni Roque. Confira no site: www.antenazero.com

sicas chegou até a atirar algumas bananas. “Sim, foi ideia minha.”, respondeu Roy quando perguntei de quem foi a brilhante ideia. No meio dessa farra toda estava o Crew da Scooteria Paulista (Marcio Fidelis, Rafael Piera, Fábio Much, Favero, China , Leika,Francini Cabrera, Vitor Hugo, Diego Pontes e Cintia) que não perderam a oportunidade de convidar o Boss (Roy Ellis) para algumas fotos em suas Scooters.


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Mais na rede: Scooteria - scooteriapaulista.blogspot.com.br Roy Ellis - symarip.com/


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[ POINT ]

Boteco Pratododia

amigos

VInis e uma

gelada

S

TEXTO Deborah Benetti

e você é fã de vinil e acha que o melhor jeito de dançar é de maneira clássica, então você é do tipo de pessoa que está sempre em busca de points personalizados pela cidade. Olha só que notícia boa: localizado na Rua Barra Funda, 34 Centro - São Paulo/SP, próximo à estação Marechal Deodoro do metrô, o Boteco Pratododia abre suas portas de terça a domingo sempre com um evento voltado à música, aquela saindo dos toca discos. Lá o pessoal fica muito livre para dançar bastante e se deliciar com as opções do cardápio de bebidas nacionais e importadas. Os sócios Alex Gimenes e Allan Gimenes adoram a cultura das amadas bolachas e das músicas jamaicanas. Juntos, eles fazem dois projetos: o Old is Cool e Let it Burn, que lotam a casa com personalidades da noite paulistana. Os estilos que embalam as festas são Ska, Reggae, Música Brasileira e Rocksteady. E quando a noite jamaicana domina

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as pistas, o bar não fica para trás! O Boteco Pratododia teve a sacada de introduzir um pouco mais da cultura que adoram, expandindo para dentro dos copos americanos da galera. Então, durante os eventos típicos, o espaço vende a cerveja carro chefe da Jamaica, a Sixpoint, por um preço justo e digno de outros goles (sic). Agora você já sabe para onde ir quando bater aquela vontade de ouvir vitrola cercado de gente legal e bebida gelada. Afinal, não é todo dia que encontramos uma ‘raridade’ dessas, não é mesmo? Corre lá, o Boteco Pratododia tem sempre alguma história cultural para compartilhar com os clientes através da boa e velha música.

Boteco Pratododia Rua Barra Funda, 34 - São Paulo/SP (11) 2371-8517 botecopratododia.org fb.com/BotecoPratododia


[ STUDIO ]

Be Yourself Tattoo

seja VOCÊ MESMO

L

ocalizado no Centro de Jundiaí, o Studio Be Yourself Tattoo nasceu no ano de 2013 e tem como tatuador Léo Trad (Batman) que atua no ramo da tatuagem desde 2002 , com passagens por vários outros Studios em diversos estados do Brasil e com uma coleção de prêmios em várias convenções. As especialidades que se podem encontrar no Studio são as tatuagens realistas e trabalhos detalhados, resultado das influências do Batman, que vão desde ilustradores como Alphonse Mucha até tatuadores como o Nikko Hurtado. Desde o painel com dezenas de grandes nomes da historia até o tapete da recepção, tudo foi escolhido a dedo pelo tatuador e por sua esposa Thai Fernandes, que além de dermopigmentadora (maquiagem definitiva), administra o negócio. “A família foi o grande pilar na realização desse sonho, apoiaram e opinaram em cada detalhe, foi de uma importância imensurável”, revela Batman. O nome Be Yourself remete à proposta do Studio, em tratar cada cliente como único, trazendo a eles, trabalhos exclusivos. Seu ambiente vai do visual retrô e confortável da recepção, contando com wi-fi, televisão e frigobar ao ambiente clínico

com

ESTILO

da sala de procedimento, com o padrão de segurança exigido pela vigilância sanitária. Outro grande diferencial do Be Yourself Tattoo é o atendimento personalizado e com horário marcado para orçamento, a fim de entender com perfeição o projeto do cliente e criar um vínculo que influenciará no resultado final do trabalho.

Be Yourself Tattoo Rua Baronesa do Japí, 142 - Jundiaí/SP (11) 2449-4414 fb.com/studiobeyourselftattoo instagram.com/beyourselftattoo

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Wagner Maximus

MAXIMo O da arte I

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[ ENTREVISTA ]

Os trabalhos realistas desse ‘gladiador’ das agulhas ganham destaque na mídia internacional e conquistam cada vez mais admiradores TEXTO Fernando Szabo FOTOS Renata Pitteri

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im de tarde de um sábado cinza e frio na cidade de São Paulo, trânsito habitual, porém sem garoa – finalmente cheguei ao local da matéria. Pelo lado de fora é possível observar a parte de dentro do lugar através da parede de vidro por um instante cheguei a pensar “Será que estou no lugar certo?”. O Maximus Art Tattoo, na Vila Olímpia, tem uma decoração bem diferente do que geralmente vemos nos estúdios de tattoo. Com um papel de parede preto e branco

estilo retrô e um lustre imponente (à La Tarantino) o estúdio tem um estilo de ateliê de arte: intimista e agradável. Wagner Maximus, tatuador proprietário e fundador do estúdio: um cara simples, sujeito gente fina que viveu altos e baixos no mundo da tattoo, já ganhou vários prêmios (embora ele não ligue muito para isso), já foi “cobaia” para amigos tatuadores iniciantes, já tatuou o próprio corpo, e claro, tem história para contar! E é isso o que você confere nas próximas linhas desta entrevista:

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LT - Wagner, porque o nome Maximus? Wagner Maximus - É por causa do filme Gladiador, pelo Maximus do filme. Foi por conta de um período muito difícil da minha vida, foi uma fase de superação sabe? Eu tinha quebrado financeiramente e como profissional já não tinha muito valor. O nome Maximus veio como forma de motivação pessoal, e também por conta de um diferencial. Só Wagner ficaria muito comum, então acabei naquele momento da minha vida integrando as duas coisas. LT - Quando foi seu primeiro contato com a tattoo? Wagner Maximus - Foi em 1993, através de uma maquininha caseira de tattoo. Meu irmão tinha um amigo que tatuava a galera com uma máquina caseira, e sempre que eu sabia que iria rolar uma sessão de tattoo com o meu irmão e esse brother, eu cabulava aula para tentar ver a parada - fiquei muito envolvido com aquilo. Pedi a máquina emprestada ao cara várias vezes, mas ele não queria porque meu irmão tinha dito para não emprestar. Ele tinha medo que eu fizesse alguma besteira em alguém e tal, e que eu arrumasse problemas com aquilo. LT - Qual foi o desfecho desta história com essa tal maquininha caseira? Wagner Maximus - Eu enchi o saco do cara até que um dia ele deixou a maquina comigo, um bilhete com o telefone dele e as instruções de uso (risos). Eu juntei uns amigos e comecei a tatuar a galera. Eram desenhos bem básicos, mas como sempre gostei muito de desenhar, a coisa foi rolando entre os brothers e assim fiz as minhas primeiras tattoos. Era uma maquina bem toscona, caseira mesmo, sabe? Eu usava tinta Xadrez - aquelas usadas para pintar parede e quando a galera questionava sobre a tinta, eu falava “A cor vai ficar mais viva cara, o preto vai ficar mais preto” (risos) e assim foi... Depois, junto com alguns amigos, compramos outra máquina de tattoo e uns equipamentos aí a coisa começou a tomar um corpo e foi seguindo, foi assim que a coisa toda começou.

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LT - Muita coisa aconteceu nesses vinte e tantos anos de tattoo e hoje em dia você é um tatuador conceituado. Com quais estilos de tattoo você mais se identifica? Wagner Maximus - Com o realismo. Gosto muito deste estilo de desenho! Atualmente tenho feito muitos trabalhos com pontilhismo que também tem me fascinado, é uma arte única que requer muita precisão e dedicação. LT - Ao que você associa sua evolução nesses estilos enquanto profissional e artista? Wagner Maximus - Dedicação e muito estudo. Eu estudo muito, às vezes passo horas e horas olhando cada detalhe de um determinado desenho, os traços, o estilo, vejo vídeos das técnicas -

Algumas das tattoos que possui, inclusive as que serviu como ‘cobaia’ para amigos aprenderem a técnica


enfim, me preparo bastante para os trabalhos mais difíceis. Hoje em dia faço qualquer tipo de tattoo/ estilo, mas sempre me preparo antes para que o resultado fique à altura do esperado pelo cliente e por mim mesmo.

LT - Você trabalha bastante com cobertura de tattoos - que é um estilo complicado! Alguns tatuadores nem fazem esse tipo de trabalho, como é isso? Wagner Maximus - Sim, a princípio não se trata de cobrir e sim de restaurar o desenho. Se a pessoa fez a tattoo um dia, em algum memento aquilo teve um significado para ela então , sempre sugiro primeiro a restauração do desenho, o que em algumas situações resolve o problema e os clientes geralmente ficam satisfeitos com o resultado. Quando se trata de uma cobertura mesmo, estudamos um melhor desenho e uma melhor técnica para que seja feita - geralmente utilizo tinta branca em determinadas partes do desenho, pois se assemelha ao tom da pele, para poder depois entrar com o novo desenho.

Em alguns casos mais complicados sugiro primeiro algumas sessões de laser para clarear o desenho atual e assim conseguir um melhor resultado na nova tattoo. Cobrir uma tattoo é mais complicado do que fazer uma tattoo nova, pois você não tem a pele “limpa” e sim uma pele que já foi tatuada, então a dificuldade é muito maior!

LT - Quais outros estilos de tattoo você gosta de trabalhar? Wagner Maximus - Gosto de todos esses que falei: o Realismo, Pontilhismo, gosto do Maori também. Mas se pudesse escolher um estilo eu escolheria o estilo Trash, acho fantástico - porém é um estilo que não tem muita procura, mas eu adoro! LT - O seu estúdio é bem diferente dos estúdios convencionais: o estilo e os detalhes. Me fale sobre essa concepção? Wagner Maximus - Prezo pela questão da diferenciação. Não há mais aquele estereótipo do bad boy, do roqueiro ou drogado da tattoo, sabe?

Alguns trabalhos do Maximus

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Detalhe do ambiente interno do Studio, localizado na Vila Olimpia em São Paulo

O foco era não ter poluição visual, nada de quadros na parede ou imagens de capas de revista etc. Queria um ambiente clean, me inspiro muito em clínicas de estética - elas possuem um ar de limpeza, segurança, claridade e tal. Então, tentei transportar essa idéia para cá, já que são dois ambientes no estúdio: a parte da recepção/ espera e a parte do estúdio onde são feitas as tattoos mesmo. Sempre busquei criar um conceito e os meus estúdios sempre foram reconhecidos por isso.

LT - E os desenhos que estão na sua pele? Fale um pouco sobre as suas tattoos. Wagner Maximus - Tem algumas aí espalhadas, tenho tattoos que amigos fizeram quando estavam aprendendo a tatuar e eu deixei os caras testarem a técnica em mim, eu já testei agulhas em mim mesmo (mostrando borrões de tinta nos braços), minha esposa já me tatuou e eu mesmo já me tatuei algumas vezes – mas a que eu mais gosto são as dos meus filhos: tenho o nome deles tatuado (Brandon e Brian). E esta

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aqui é especial (apontando para o antebraço esquerdo) o rosto do meu filho mais velho em estilo realismo que eu mesmo fiz. Quando me separei da mãe dele esta era a única foto que eu tinha, então resolvi fazer! Ele tinha dois anos na época hoje ele tem onze.

LT - Qual o envolvimento dos seus filhos com a tattoo? Você os tatuaria? Wagner Maximus - Cara, o mais velho não se interessa muito! O mais novo, esse vai ser zica! (risos). Sim, eu os tatuaria. Quando eles tiverem mais de 18 anos, se não for por modismo e se estiverem convictos do desenho e tal. Desenharia uma bela tatuagem! Não sou nem um pouco favorável a tatuar menores de idade e acho que a ANVISA está ai para melhorar as coisas para todo mundo. LT - Você já foi premiado em algumas convenções, me fala um pouco sobre isso? Wagner Maximus - Eu saí num blog gringo de tattoo


o (http://fuckyeahqualitytattoos.tumblr.com/) com uma tatuagem realista do rosto do Ayrton Senna e foi bem legal porque esse site só tem os tatuadores gringos mais tops e fui o único brasileiro. Ganhei alguns prêmios também em Salvador, Sorocaba, Vitória no Espírito Santo, enfim. Eu não ligo muito para os prêmios em si. As convenções aconteciam anualmente, depois eram duas por ano e hoje tem várias convenções ao longo do ano. Perdeu um pouco da magia da coisa! Eu não julgo os caras que participam e concorrem, acho que eles aprendem e melhoram como profissionais, mas antes os tatuadores se encontravam e trocavam ideia sobre várias coisas, hoje em dia o foco é mais na competição em si e não no encontro, na convenção como era antes.

LT - O fato de você ter um estúdio com esse conceito muda os clientes ou as pessoas que procuram por uma tattoo? Wagner Maximus - Sim, há muito tempo atrás eu tatuava por grana, hoje em dia sei que o que mais vale é a qualidade do trabalho e um bom trabalho demora e não é barato, as pessoas que procuram por esse tipo de trabalho sabem disso. Não tem como ser uma coisa rápida, sabe? Eu não faço pizza! (risos) - isso está diretamente ligado a qualidade do trabalho. Hoje vejo que o dinheiro é conseqüência de um bom trabalho. Hoje eu tenho outros tatuadores que trabalham no estúdio e eu não atendo mais ‘a porta’, clientes interessados em fazer uma tattoo, não por ser melhor

do que os outros caras, mas eu procuro atender quem procura pelo meu nome, que conhece o meu trabalho, entende? Me vejo futuramente num prédio fechado, num prédio comercial onde cada vez mais vou atender pessoas que procuram especificamente por mim ou por determinado tipo de trampo - acho que esse seja o futuro da tattoo. Hoje em São Paulo e acredito que no Brasil, existe mais estúdios de tatuagem do que padaria (risos).

LT - Como você analisa o panorama da tattoo hoje, no Brasil e no mundo? Wagner Maximus - Vejo essa migração para algo mais fechado, onde as pessoas vão procurar especificamente pelo artista. Tenho visto muitos tatuadores bons no Brasil, muita gente mandando super bem em todo canto do país. Tem muita coisa interessante por aí! Mas ainda continuo me espelhando nos tatuadores da gringa, não por preconceito e sim pela visão deles de trabalho, eles possuem outro conceito de tatto, é diferente sabe? Eu gosto muito dos trabalhos do Nazareno Tubaro, do Norm e do Dmitriy Samohin - são grandes artistas da tatuagem e uma grande inspiração para o meu trabalho.

Mais na rede: maximusarttattoo.com.br fb.com/MaximusArtTattoo instagram.com/MAXIMUSARTTATTOO

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técnica refinada

Feu

Fernando Szabo é produtor de eventos e atividades culturais, apaixonado por música, carros e instrumentos estilo vintage. É guitarrista e vocalista da banda de Rock/Ska Suíteluxo. A cada duas edições nos mostrará tatuadores com suas técnicas refinadas. fb.com/suiteluxo

tradição maori

muito

viva

Pablo Azevedo é um dos artistas mais conceituados ao falarmos de tattoos Maori. Entenda mais sobre as simbologias ligadas ao estilo FOTOS Renata Pitteri

J

á passava das 21 horas quando cheguei ao estúdio The Wall em Osasco, local escolhido para a entrevista, ao subir as escadas da entrada do lugar fui recepcionado por um caloroso “E aí malandragem, como é que vai?”. O Pablo já estava lá com a sua coleção de

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máquinas de tattoo, sua guitarra Jennifer 1989 e, claro, uma cerveja gelada em mãos! Nascido no Rio de Janeiro, músico e artista de essência, Pablo Azevedo, 42 anos, é um tatuador à moda antiga. O cara sempre buscou a “desmarginalização” da tattoo, levando-a ao patamar artístico, mas por coincidência ou ironia do destino as primeiras tattoos que viu na vida foram num parente ex-detento. Pablo ficou hipnotizado com aquilo “Como pode tinta na pele?”, daí em diante começou uma história de total envolvimento, ou como ele mesmo diria: de muito respeito ao lifestyle da tattoo.

Com mais de 20 anos no mundo da tatuagem, Pablo Azevedo fez seu primeiro rabisco num primo em 1988, e no método mais arcaico: agulhas enroladas com linha. De lá para cá, muita água rolou e muitas histórias foram contadas na pele da galera. Sim, segundo Pablo as tattoos contam a história de vida de uma pessoa! “É como se fossem os capítulos do livro da vida, saca?”. Depois de muito trabalho e estudo sobre o assunto, hoje o cara é um dos mais conceituados no segmento Maori - estilo que exige conhecimento e técnicas específicas para um bom resultado na pele.

FEU - Quais as principais características da tattoo Maori? Pablo Azevedo - As Maoris, por serem desenhos tribais são muito fortes e tem a questão da simbologia muito presente, cada tattoo pode ter vários elementos e cada um deles tem um significado ou relação específica. Geralmente as tattoos têm muitos detalhes e são bem elaboradas até chegarmos ao desenho final.

FEU - Quais os elementos mais frequentes nos desenhos Maori? Pablo Azevedo - Tem vários, mas cada um deles geralmente tem mais de um significado ou relação. Por exemplo, o tubarão tem a ver com força, com um lance positivo de ir para cima, a tartaruga tem a ver com longevidade e sabedoria, a raia também, mas geralmente está ligada à família. Tudo isso está muito relacionado com o que a

É como se fossem os capítulos do livro da vida Pablo, sobre os registros de momentos através das tatuagens



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pessoa acredita e/ou procura para a sua vida e com a crença de cada um.

FEU - Dizem que as tattoos Maori são muito difíceis de fazer, por que esse conceito? Pablo Azevedo - A grande dificuldade de uma tattoo Maori é que, geralmente, o decalque precisa ser feito diretamente na pele com caneta. Por exemplo, uma tattoo grande num lugar específico do corpo precisa ser adaptada para ficar bacana, não dá para simplesmente imprimir qualquer desenho da internet e jogar no corpo, entende? Não vai ficar bom! Por conta disso se vê algumas tatuagens Maori mal feitas, pois foram riscadas por pessoas que não dominam a técnica e/ou fazem simplesmente pela grana. O desenho precisa ser adaptado para cada situação/ local para que fique como a pessoa gostaria, além disso, parte dos detalhes menores geralmente são feitos no free hand isso exige uma confiança mútua entre o tatuador e o tatuado, precisa haver uma conexão, uma sintonia.

FEU - O que te fascina no estilo Maori de tattoo? Pablo Azevedo - A autenticidade, assim como nas tattoos orientais. Os desenhos são cheios de simbologia e espiritualidade e isso geralmente reflete nas pessoas que procuram por esse tipo de tatuagem. Os índios Maoris mais antigos e respeitados tinham o rosto tatuado. Por exemplo: aquilo era conquistado por mérito, ou seja, eles faziam por onde merecer, saca? Era merecimento por liderança, sabedoria, bravura etc. É um estilo de tattoo muito forte, mas infelizmente se deturpou um pouco, como todos os outros por conta de modismos, enfim. É um processo natural, mas a maioria das pessoas que procuram esse tipo de desenho são realmente envolvidas e tem isso no seu estilo de vida. FEU - Quais os tatuadores que você mais admira e são influência para você? Pablo Azevedo - Jun Matsui que é brasileiro, o Shige e o Filip Leu, porque são verdadeiros artistas. Eu gosto desses caras não apenas pelos

alguns trabalhos do pablo

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trabalhos fantásticos que eles fazem, mas pela filosofia de vida deles. São artistas de verdade e se dariam bem em qualquer coisa que fizessem.

FEU - E os tatuados, os caras que também vivem o lifestyle da tattoo? Pablo Azevedo - Bom, são vários: o Brandon Boyd do Incubus, o Jonh Frusciante (ex e eterno guitarrista do Red Hot Chilli Peppers) pelo envolvimento com a tattoo. Ambos têm desenhos fortes, de muita simbologia e significado. Os brasileiros também: os Irmãos Cavalera (Max e Igor), o Falcão do Rappa que tem “Jesus Cristo” tatuado, o Tico Santa Cruz que tem “Santo Forte”, o Chorão que tinha “Marginal Alado” enfim, tem muita gente! FEU - Voltando a falar do lifestyle da tattoo, a música e a tatuagem estão diretamente ligadas? Pablo Azevedo - Totalmente! A maioria das pessoas que gostam de tattoo tem um forte envolvimento com a música - seja tocando, ouvindo ou indo a shows e festivais de música. As duas coisas acabam se permeando, saca? Não é uma regra, mas faz parte de um mesmo estilo de vida ou estilo de ser. Reparo muito nas tattoos da galera na rua (risos) deve ser mania de tatuador! Acompanho as tattoos dos caras das bandas que mais gosto e, recentemente, consegui subir ao palco num show da banda P.O.D. que é uma grande influência para mim, até tive a honra de cantar um som com os caras e pude ver as tattoos dos caras de perto - foi demais! FEU - Você ganhou alguns prêmios importantes na tattoo, como é que foi isso? Pablo Azevedo - Cara, foram dois prêmios: o primeiro foi na convenção internacional em Mar Del Plata na Argentina em 2011 - onde eu nem iria participar, foi apenas para ver os outros tatuadores, mas acabei me inscrevendo e ganhei o segundo lugar. Nem recebi o prêmio na hora, pois no momento da premiação estava vendo os outros caras que gosto tatuar (risos). O segundo

prêmio foi no mesmo ano, na convenção Tattoo Week onde ganhei o primeiro lugar. Uma coisa interessante nesse prêmio foi que na hora da premiação eu subi ao palco junto com o Shige, um tatuador que admiro muito e que também estava sendo premiado. Foi uma honra para mim!

FEU - Quando você não faz uma tattoo? Pablo Azevedo - Muitas vezes, eu não faço quando há qualquer tipo de dúvida por parte da pessoa, não faço nada que de alguma maneira possa prejudicar a pessoa naquele momento ou no futuro. Não faço nenhuma tattoo que se refira de modo negativo a religião ou a espiritualidade. Esse, algumas vezes, é o ponto negativo de se trabalhar num estúdio convencional de tattoo - é por isso que estou partindo para algo mais restrito na tattoo, tipo um ateliê. FEU - Uma tattoo pode mudar a vida de uma pessoa ou é só estética? Pablo Azevedo - Pode mudar sim, sem dúvida! Algumas pessoas fazem apenas pela questão estética, por modismo, influência ou por terem visto em alguém etc, mas a maioria das tattoos que faço rola um contexto, uma simbologia e eu acabo fazendo parte daquele momento, daquela história - é como se fossem portas, ou porteiras (risos) que se abrem. As tattoos contam a história de vida daquela pessoa e, geralmente, dizem muito sobre o momento da vida dela ou algo que elas passaram. Uma coisa engraçada é que essa representação nem sempre é feita por tattoos de fechamentos de braço ou costas, dragões enormes e tal, pode ser uma única frase, saca? Mas com um significado, um peso tão grande para a pessoa, uma positividade tão forte que acaba influenciando positivamente a minha própria vida também! Mais na rede: Pablo Azevedo - fb.com/pablo.azevedo.980 Estudio The Wall - fb.com/estudiothewall

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[ MAPA RISCADO ]

Pra lá de Marrakesh Conheça a agitada e encantadora ‘Cidade Vermelha’

Q

TEXTO Patricia Serwy FOTOS Samuel Magnaboschi

uando eu e meu noivo decidimos ir para Marrocos – Marrakesh, não tínhamos certeza do que encontraríamos. Pesquisamos muito, conversamos com amigos que já visitaram a cidade etc. O alerta em geral foi: tomem cuidado, eles cobram por tudo! Ficamos receosos, mas pensamos que era exagero. Decidimos então checar com os próprios olhos. Entrar em Marrocos é um pouco complexo: ao desembarcar é perceptível a presença de muitos policiais. Para passar pela imigração precisamos preencher um enorme formulário. Saímos do aeroporto e pegamos um ônibus para o centro da cidade, durante o caminho a paisagem me chamou atenção – é um pouco praiana com terra vermelha por quase toda a cidade e coqueiros contornando a estrada. Ao descermos tive a impressão de estar em algum vilarejo muito pobre, não sabia que o nosso hostel ficava ali. O choque cultural foi grande

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a ponto de eu questionar o que estava fazendo naquele lugar. As ruas sujas, cheias de carros, motos, bicicletas, vendedores querendo nos vender de tudo,


crianças pedindo dinheiro, e os pedestres disputando lugar com tudo isso. O tempo todo tem alguém falando com você na rua, convidando para entrar nas tendas, oferecendo seus produtos etc. Uma poluição visual e sonora que eu nunca havia presenciado! Logo descobrimos que a maioria das ruas não tem semáforo e as faixas de pedestres são praticamente ilustrativas. É preciso muita agilidade e coragem para atravessar uma rua. Entrando na Medina, nos deparamos com adolescentes e crianças tentando adivinhar de qual país nós éramos, nos indagando em até cinco idiomas. Depois de uns 15 minutos sem sucesso, decidimos pedir ajuda - todas as ruas parecem iguais, é um labirinto! No hostel fomos bem recebidos, o preço é ótimo (em média € 10,00 com café da manhã). Bem localizado, próximo a praça Djemaa el-Fna (praça da morte - onde aconteciam as execuções antigamente). Na praça tem de tudo um pouco e por preços bem em conta. Bijuterias em torno de € 5,00, lojas de couro e tecido. Se você negociar, consegue ótimos preços. Há muitos músicos, dançarinos, macacos adestrados, tatuadores de henna, todos querendo sua atenção e principalmente seus dirhams (moeda de Marrocos).

Para tirar uma foto com o encantador de serpentes pagamos cerca de 120,00 dirham (€ 10,00). Sim, paga-se por tudo! É de praxe jantar em algum restaurante da praça. Para quem aprecia o por do sol, sugiro os que têm varanda. A alimentação lá também é em conta. A comida típica é o Tajine: espécie de ensopado cozido, servido em uma panela feita de barro (tajine). Pode ser de frango, carne de vaca ou peixe. Inclui legumes e temperos, um pouco forte para o nosso paladar, mas saboroso! Referente a bebidas, o clássico é o chá de menta. Quando alguém te oferecer esse chá não recuse, pois é considerado ofensa! Se for beber água, somente mineral. Essa viagem para Marrocos foi a minha melhor e pior experiência! A cidade é extremamente agitada e isso me chamou a atenção. Em alguns momentos jurei nunca mais voltar lá, mas quando chegou a hora de partir, senti saudade. Fiquei assustada com a forma que disputam a atenção dos turistas, mas depois entendi que é uma forma de sobrevivência, afinal é o comércio local que movimenta a cidade.

Equity Point Hostel 80, Derb El Hammam Mouassine Marrakech Medina equity-point.com

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Motores e

Cereja

Ao bom som de motores de carros e do Rockabilly, descobrimos a doçura de Cherry Rat. Dona de uma voz potente, a bela não descuida do visual entre os shows com sua banda e sua loja no estilo dos anos 50. Mas não se engane, essa DOCE MULHER sabe mostrar toda sua FORÇA, como vocês podem conferir no ensaio a seguir FOTO Fernando Bentes MAKE UP Maicon Freitas style Ane Francotti








Agradecimentos especiais ao Claudio do Garage Code Rua Ponta Delgada, 43 - Vila Olimpia e ao Lex Tattoo da loja Top Cat Rua Frei Caneca, 63 - Consolação


ADORNAMENTOS

Snoopy

Ronaldo Sampaio, mais conhecido pela alcunha de Snoopy, é piercer profissional desde 1998. É o Diretor Fundador da ATPB - Associação dos Tatuadores e Perfuradores do Brasil. Juntou-se a nós para desbravar o universo da perfuração. piercer-snoopy.blogspot.com.br

BODY ARTIST - RON GARZA Reconhecido como um dos inovadores no Reino da Arte do Corpo, Ron Garza é o artista que viaja o mundo atrás de modificações corporais fora do Sul da Califórnia. Ele é conhecido por sua bela arte em escarificação e também por sua paixão por viagem, escrita e fotografia. Frequentemente, o artista é citado como fonte de inspiração para outros artistas graças as suas obras de vanguarda das últimas duas décadas. Isto foi demonstrado quando seu colega Keith Alexander da convenção “Scar Wars 2” o premiou por suas contribuições ao longo dos últimos 18 anos de arte! Vale ressaltar que foi a única vez que tal prêmio foi dado na história. Além disso, Ron Garza tem recebido muita atenção por ser um dos 3 piercers ocidentais que tem a sorte de participar do festival vegetariano Phuket e ter a honra de perfurar todos os médiuns espíritas em 3 anos consecutivos. Você certamente já o viu por aí. Pode ter sido no show Mindfreak ajudando a suspender Criss Angel; revistas, sites e programas de televisão como o Discovery Channel, National Geographic Channel, Learning Channel, Travel Channel, e Ripley Believe It or Not, entre outros. Confira agora a entrevista com o fundador da Living the Dream Productions e conheça sua história.

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RS - Há quanto tempo trabalha como profissional de arte no corpo? Ron Garza - Em 1992 eu comecei a trabalhar em uma loja de tatuagem, mas só em 1994 que começou a popularizar o piercing. Desde então, venho trabalhando dentro da indústria da arte do corpo. RS - Como surgiram seus vídeos e DVDs? Ron Garza - Nessas duas décadas trabalhando em estúdios, eu assisti muitos aspectos e fui aprendendo muito sobre o corpo humano, sobre joias e muitas maneiras diferentes de fazer piercings. Eu pensei que seria uma coisa boa para dar de volta à indústria que tem me dado tanto! Nos DVDs eu tento explicar alguns dos princípios muito importantes que você precisa para ser capaz de executar uma boa perfuração free hand. Originalmente eram apenas em inglês, mas vi um desejo dos países latino-americanos, então aproveitei minhas habilidades de língua espanhola e fiz uma versão em espanhol também.

RS - O que te fascina em Scarnification e Brandings? Ron Garza - Vi pela primeira vez sobre scarnification no livro Modern Primitives. Esse livro mudou a minha vida aos 17 anos de idade. Vivendo aquela angústia de um adolescente crescendo, eu costumava me cortar para criar desenhos de chamas em torno dos pulsos, crânios com a boca aberta e não apenas palavras ou linhas. Quando eu vi a escarificação sendo feita como uma modificação muito rústica, vi que faltava arte. Criei o meu próprio corte e instintivamente comecei a fazer desenhos. Hoje, é tudo isso que você vê em mim. Um dos maiores elogios que já recebi foi de Shannon Laratte dizendo que eu era o único a trazer o conceito de arte para a escarificação. Para mim, isso solidificou meu envolvimento e me deixa muito orgulhoso. RS - Comente sobre sua experiência com a Suspensão Corporal Ron Garza - A minha principal inspiração é a foto de Fakir pendurado em uma árvore no livro

Viagem do artista a Tâilandia, inclusive com a realização de alguns trabalhos por lá

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Modern Primitives. Eu sabia que ia suspender a partir daquilo, em 1991. Eu procurei alguém para me ensinar as técnicas, mas em 1993 conheci Allen Faulkner. Ele me fez todos os tipos de perguntas enquanto eu dirigia seis horas para assistir uma de suas suspensões antes de sequer pensar em me suspender. Depois de esperar por anos por sua ajuda, procurei o Bear para me explicar alguns locais para a colocação dos ganchos. Com a ajuda de outro piercer, fiquei suspenso pelas vigas do estúdio em que eu trabalhava. Eu apenas pulei de uma escada e foi uma maneira horrível de suspender, mas era 1996 e simplesmente não havia muita informação por aí. Depois disso, continuei procurando mais informações e Allen Faulkner me levou a sério e temos sido amigos muito mais próximos desde então. Hoje, só faço suspensões que estou afim, como o vídeo “Born Villain”, de Marylin Manson; também fiz outra suspensão para Black Sabbath, que é mostrada nos telões laterais do palco em sua turnê atual. Eu realmente gosto desses tipos de suspensões nos dias de hoje.

RS - Pesquisando sua alquimia, eu notei que você e John Durante participaram de alguns rituais em diferentes cidades. Ron Garza- Originalmente eu entrei nesse meio por motivos espirituais, mas depois das primeiras vezes eu não encontrei nada espiritual nele. Eu só achei que fosse extremamente divertido. Isso me levou até a Tailândia para o Phuket Vegetarian Festival. Os participantes ou médiuns espíritas são “possuídos” por diferentes deuses. Eu fui olhar em seus olhos e ver se eles estavam realmente possuídos. Durante o evento, fiquei hospedado no templo chinês Thai ortodoxa mais hardcore da ilha. O templo onde originou o Festival e por três anos fui assistente de sacerdotes e Perfurador dos médiuns espíritas. Andei nas procissões com eles e também andei sobre fogo. Estou escrevendo um livro sobre a minha experiência durante o Phuket. Espero voltar lá este ano para ver todos e quem sabe, já levar o livro pronto.

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RS - Poderia citar algumas empresas que têm bons materiais destinados para aplicação no corpo? Ron Garza - Empresas que eu gosto de usar? Eu realmente gosto do Industrial Strength Body Jewelry e também da NeoMetal. Eles estão liderando a indústria com suas novas ideias e ambas as empresas fazem grandes e belas joias. RS - Os seus canais do YouTube são direcionado para Piercings, mas vemos a banalização das nossas práticas por pessoas não treinadas. Como você vê esses eventos nos tempos modernos? Ron Garza - Eu não assisto a esses vídeos e também não deixo meus clientes realizarem os procedimentos banais espalhados pela internet. Há muito trabalho ruim e eu não quero fazer parte disso. A maioria das pessoas sérias que postam os vídeos são bons profissionais. Os clientes que aparecem dizendo que assistiram algo parecido percebem a diferença entre o que viram na internet e que fazemos de fato dentro de ambiente apropriado. RS - Eu gostaria de dizer que existem profissionais no Brasil que te admiram. Pretende conhecer o nosso país? Ron Garza - Uau. Estou impressionado que as pessoas sequer sabem o meu trabalho no Brasil. Foi uma honra ser convidado para esta entrevista. Gostaria muito de visitar a América do Sul e passar algum tempo no Brasil. Estou muito feliz de ver muitas pessoas trabalhando em conjunto e criando a sua própria organização com LBP. Se existe alguma coisa que eu possa fazer para ajudar, por favor, me avise! Espero que eu possa trabalhar com alguns de vocês em breve. Talvez possamos definir alguma coisa em 2015? Mais na rede: www.rongarza.com fb.com/Garzabodyart


alguns trabalhos do ron garza

Detalhes de escarificações realizadas pelo artista

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[ UNS RIFFS ]

Dom Paulinho Lima

a voz

Com seu timbre marcante, Dom Paulinho se consolida como um dos maiores nomes da Soul Music nacional TEXTO José Junior com colaboração de Deborah Benetti FOTOS Fernando Bentes

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D

om Paulinho Lima é um artista paulistano que canta e toca bateria (aprendeu de forma autodidata). O “Dom” é músico há 35 anos, mas só esse ano conseguiu gravar seu primeiro disco através da Universal Music. Nesse trabalho de estreia ele traz onze faixas clássicas da soul music nacional e gringa, interpretadas anteriormente por, entre outros mestres, Marvin Gaye e Tim Maia. A visibilidade em seu trabalho veio notada-


LT - De onde veio seu interesse pela música e quais as principais referências que teve ainda criança? Dom Paulinho - O interesse veio desde muito pequeno. Como minha mãe também era cantora, cresci cercado pela música. Com certeza ela foi minha maior influencia e referência, mas nomes como Cartola, Stevie Wonder, Tommy Dorsey e Ray Charles. LT - Quais são seus maiores ídolos e influências? Dom Paulinho - Stevie Wonder, Cassiano, Carlos Dafé, Ray Charles. Também gosto muito de Djavan e Tom Jobim. LT - Como é seu contato com o Tony Tornado? E como foi a história do surgimento de seu nome artístico? Dom Paulinho - Atualmente, estou aguardando Tony Tornado em meu show para dividir BR3 comigo. Uma vez estávamos nos apresentando no mesmo festival. Tony Tornado costumava chamar todos por “Dom”. Foi quando eu disse para ele: “E aí, Dom!?”e ele respondeu: “Dom é você! Do jeito que você canta, Dom é você!” A partir desse dia, incluí “Dom” ao meu nome artístico.

mente com a participação na 2ª edição do The Voice Brasil da Rede Globo, em 2013. Por pouco, Dom Paulinho não levou o prêmio maior do reality: foi eliminado na semifinal, após Lulu Santos considerar que ele havia cometido um erro na canção BR3, um clássico dos anos 70. Na entrevista a seguir, Dom Paulinho Lima conta-nos o que mudou em sua vida após o reality, fala sobre música, carreira, internet e ainda escala a banda dos sonhos. Confira:

LT - Em algum momento você pensou em desistir da música? Dom Paulinho - Desistir, nunca! Mas houve uma época em que a música foi um pouco Madrasta Má comigo. Então comecei a fazer alguns bicos como segurança. Mas não durou muito tempo. A música sempre falou mais alto aqui dentro. LT - O que mudou na sua vida após a participação no The Voice Brasil? Já está impossível andar nas ruas? Dom Paulinho - Mudou muita coisa! Após a exposição na vitrine da Rede Globo consegui desenvolver um trabalho mais profissional, tanto que um grande amigo se tornou meu empresário e sócio na Dom Music! No dia a dia não ficou impossível andar nas ruas, mas sempre aparece

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alguém que me reconhece, pede para tirar foto, etc. Eu uso transporte público, eu pego metrô e a estação mais próximo à minha casa fica dentro do Shopping Tucuruvi. No dia seguinte à minha saída do The Voice, foi bem difícil andar... mas foi uma delícia. É um carinho muito grande. Hoje em dia, esse “assédio” é maior nos shows. Fiz um show recentemente em Guarulhos que não me deram sossego! (risos). Não

Detalhe de show de Dom Paulinho Lima em São Paulo

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conseguia andar, nem comer nada!! Toda hora alguém me puxava para tirar uma foto. Mas cada flash vale muito! É a forma que o público tem de demonstrar o carinho e admiração por um artista. Eu me sinto honrado.

LT - O que acha que faltou para que vencesse a competição? Dom Paulinho - Concentração na hora de cantar a


música. Eu confundi uma estrofe nos ensaios e fiquei com aquilo na cabeça pra não errar, mas acabei errando outra parte. É triste, mas acontece...

LT - Como é para você, depois de 35 anos de carreira, conseguir gravar um primeiro CD e em uma grande gravadora? Dom Paulinho - Nossa, quando fui eliminado do The Voice, fui pro camarim, fiquei triste, bravo, foi uma

mistura de emoções que já nem lembro. Foi quando chegou um sujeito, que não consigo por nada lembrar o nome, e disse: Ei, não fica assim! A Universal quer gravar com você desde que você subiu no palco pela primeira vez nesse programa. Liga pra esse número e fala com tal pessoa. Aí qualquer tristeza passa, afinal, fui um vencedor. O prêmio do programa era R$ 500.00, um carro e a gravação do CD. Consegui a gravação do CD e com trabalho bem feito sei que posso conseguir os outros prêmios.

LT - Em sua opinião, o que falta para que o R&B, o Soul e a Black Music cheguem às grandes mídias? Dom Paulinho - Ouvidos dispostos. Hoje em dia temos músicos bons e nem tão bons fazendo sucesso pelo simples fato da música ser comercial. Mesmo que a música não tenha conteúdo, a batida pega, fica na cabeça das pessoas e é isso o que elas consomem e querem consumir. Bandas e músicos de Soul Music, temos de sobra, mas sem o reconhecimento, principalmente da população. Aqui em São Paulo, existem casas específicas de Soul Music e sempre vai muita gente. LT - Se você formasse a banda dos seus sonhos, quais os artistas que chamaria? Dom Paulinho - Pode sonhar mesmo? (risos): Bateria: Dennis Chambers, Guitarra: Van Halen, Baixo: Nathan East, Teclado: Herbie Hancock, Percussão: Sheila E., Backing: Chaka Khan, Phil Perry, Philip Bailey, Trombone: Boccato, Trompete: Arturo Sandoval, Saxofone: Michael Brecker e Direção Musical: Stevie Wonder. LT - Como surgiu o convite para participar da peça teatral Minhas Sinceras desculpas? Dom Paulinho - Conheço o Marcinho Eiras e o Edu faz tempo. Um dia me convidaram e eu fui. (risos) LT - Como você vê a rapidez da informação gerada através da internet e das redes sociais? Você é um cara que interage bastante com seu público através dessas mídias? Dom Paulinho - É uma coisa muito doida. O Facebook

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é o que eu mais uso. E é muito rápido mesmo! Antes da minha ultima apresentação no The Voice eu tinha umas 30 mil curtidas. Acordo no dia seguinte com quase 90 mil! Vai falar que isso não é fantástico!?

LT - Recentemente, tivemos a perda de um dos maiores nomes da MPB, o Jair Rodrigues. Qual o tamanho dessa perda e como foi ter convivido com o cara? Dom Paulinho - Eu já toquei bateria duas vezes em shows do Jair Rodrigues. Além do talento imenso, o respeito e a simplicidade que ele tratava todo mundo era uma coisa incrível. A alegria que ele carregava não tem como explicar. Só conhecendo pra saber. Com certeza é uma perda sem tamanho.

LT - Você tem alguma tattoo? Dom Paulinho - É... não tenho nenhuma tattoo. LT - Para encerrar: o que tem a dizer aos seus fãs? Dom Paulinho - OBRIGADO!!! Por cada mensagem que recebi no momento mais difícil, os abraços, os elogios, a força, o apoio, por tudo!!! Agradeço aos meus fãs simplesmente por serem meus fãs! Obrigado galera, de coração mesmo! Vocês são muito mais que demais!!! LT - E ao Lulu Santos? Dom Paulinho - Obrigado por tudo! Mais na rede: www.dompaulinholima.com.br fb.com/DomPaulinhoLima

Em nossa edição de um ano traremos uma playlist exclusiva do meeestre das

pickups

20/jul Aguardem ! LIFESTYLE TATTOO | ED.6 MAI/JUN

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Diogo Dias

MATEUS RIGOLA

NA AGULHA

Diogo Dias é vocalista da banda Vapor e amante de boa música. A cada edição indicará uma banda que vale a pena ser ouvida. fb.com/vapor.sp.rock

Mudhill

O único perigo é seu fone não aguentar De novo volto essa humilde coluna ao cenário independente de São Paulo. Não é por nada, mas o bicho está pegando por esses lados outra vez. Finalmente! Depois de tenebrosos tempos estamos vendo novas bandas e projetos se destacarem por sua qualidade, conquistando público e espaço. Uma das bandas que têm ganhado cada vez mais destaque tanto do público, quanto da crítica - que fico claro que sou público e não crítica - é o Mudhill. Os caras lançaram em 2013 o EP Danger, com 4 músicas para audição em streaming. Um aperitivo para o disco full, previsto para o começo de 2015. Eles misturam influências de extremo bom gosto vindas diretamente dos já saudosos anos 90. Isso dá pra perceber logo na primeira música do EP. Do it yourself pega os fãs de Dinosaur Jr. pelo coração. A sonoridade e as melodias claramente tiveram seu tempo de maturação. As primeiras ideias para o Mudhill surgiram logo após o término do Shed e do EP Danger, 2013

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LIFESTYLE TATTOO | ED.6 MAI/JUN

Ludovic, que eram encabeçadas pelo Zeek Underwook, um dos nomes mais ativos do cenário alternativo de São Paulo. Então Zeek juntou Hugo Falcão (seu companheiro das bandas anteriores) e Brunno Carvalho para registrar algumas composições ainda em 2008. Mas por conta de projetos paralelos, essa formação não durou. Apenas em 2012 o Mudhill conseguiu retomar as atividades com a entrada do baixista Ali Zaher e do batera Rodrigo Montorso. No mês passado toquei com os caras no festival Howlin Fest e pude ver de perto que o Mudhill não está de brincadeira. Eles tocam alto e as músicas compõe um show e tanto. Fica aqui o toque. Ouça EP Danger e vá a um show deles. Pode ir de camisa xadrez de flanela, combina.

Para ouvir: mudhill.bandcamp.com fb.com/Mudhillband


LIFESTYLE TATTOO | ED.6 MAI/JUN

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CAUSOS E PÉROLAS

Sr. Geléia

Cesar Vaz ou simplesmente Sr. Geléia, é proprietário e tatuador do Studio Gelly’s Tattoo. Divide seu tempo no vocal da banda Trovadores de Bordel. A cada edição nos contará um causo ou peróla do que viveu nos stúdios. gellystatoo@gmail.com

TATTOO TERAPIA

uma resposta brasileira Quando começaram esses reality shows de tatuagem no início de 2000, achei interessante: a tatuagem ficará mais popularizada levando pessoas que não conhecem tattoo pra dentro dos estúdios, sem o risco e o medo de ter que fazer uma tattoo ou ser pressionado e, com isso, conhecerão os procedimentos os diminuindo as lendas e os mitos que cercam o ramo. Na primeira vez que vi Miami Ink foram logo 3 programas seguidos, quase chorei - fiquei até depressivo! No começo não entendia porque eles tinham separado tantas histórias tristes e de desgraça, ou homenagem a entes mortos para escolher os temas de tattoo. Depois de refletir, entendi que sendo um produto para TV tem que vender para a maioria das idades e, sendo um programa de tattoo os jovens assistiriam com certeza. Aliviaram nos temas, romantizaram as escolhas para os mais velhos, tornando tudo simbólico e menos agressivo possível. O foco era agradar papai, mamãe e avós! Não parando por aí e deixando a tattoo de lado, começou uma tendência de fazer uma novela da vida dos tatuadores - algo bem exagerado, claro! Envolvia boates, carros, brigas, cachorros, apren-

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LIFESTYLE TATTOO | ED.6 MAI/JUN

dizes alvos e muito mais. Tudo que, de fato, tira o foco de profissionais de verdade. Uma tendência que seguiria em outros programas como LA Ink que, além de tentar transformar a moça Kat Von D em deusa tende a ser mais novela ainda. Hoje a coisa perdeu o controle e outras versões apareceram: escolas de tatuadores com iniciantes aprendendo, competições com tatuadores concorrendo a prêmios e reconhecimento de títulos inventados, seriados detonando as tatuagens ruins das pessoas e prometendo cobrir tudo, entre outros e muitas outras coisas que ainda podem inventar. Mas nada disso atingiria os profissionais ou o ramo e só divulgaria cada vez mais a tatuagem, até começar a aparecer nos estúdios os clientes influenciados pelos programas, desde os que tentam enfiar milhares de significados numa tattoo só ou pegar algum estilo clássico de tatuagem como Oriental, Tribal, Old School e misturar com alguma coisa pessoal dentro, como a cara do próprio cachorro em tribal ou os nomes da família toda no corpo do dragão, uma pin up old school com o rosto da sua Vó, entre outros absurdos.


Para tentar amenizar esses mitos, orientar os clientes e até tirar sarro desses programas, a produtora Coletivo 21 em parceria com os estúdios Gelly’s Tattoo e apoio da Revista Lifestyle Tattoo criaram o seriado TATTOO TERAPIA: uma sátira dos reality shows de tatuagem aberto para todos assistirem a hora que quiserem no You Tube. Durante a série, tatuadores da marca Gelly’s Tatoo dão dicas e contam casos do dia a dia. No primeiro episódio temos participação especial do Sr. Flavio Eduardo Cavichioli (atualmente baterista dos Corazones Muertos, e ex-integrante dos Forgoten Boys e Pin Ups) e do Sr. Duduco Fralda (músico de bandas como Blind Pigs e Ratos de Porão) como nossos clientes para histórias absurdas e tatuagens engraçadas, além de outras loucuras com máquina de tatuagem.

Tentando fazer as pessoas entenderem que os simbolismos mudam, as pessoas mudam e as dores passam, mas a beleza e a harmonia de desenhos bonitos ficam para sempre quando permitido aos profissionais criarem trabalhos livres sobre suas escolhas. Normalmente um tatuador profissional pode antecipar modismos, arrumar maneiras melhores de simbolizar algum ente ou momento e até conseguir que mesmo incluindo as homenagens ou referências das pessoas fique algo harmonioso e que vá envelhecer dignamente.

Clique Aqui para acessar o vídeo: 1º episódio do Tattoo Terapia youtube.com/watch?v=EMrvT6sIIX0

www.gellys.porextenso.com www.facebook.com/gellystatoo

LIFESTYLE TATTOO | ED.6 MAI/JUN

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AGULHADA

Brian Stecco

Ódio eterno a futebol modern Mercantilização, elitização, mídia, ídolos artificiais, cifras exorbitantes, regulamentos, estatutos, arenas, afastamento crônico do torcedor, marketing excessivo. Essas são algumas das células componentes do câncer que é o futebol moderno e que vieram para substituir antigos valores que levaram o futebol a se tornar algo mais do que um esporte – valores como: honra, tradição, sangue, suor e lágrimas! A questão é: o futebol virou mercado. Os clubes assumiram caráter de empresa, jogadores viraram mercadoria e torcedores são meramente consumidores de um produto, de um espetáculo extremamente plastificado. E quando algo é tratado dessa forma, o dinheiro manda e ponto final! É claro que os horários dos jogos são decididos pelo o canal de TV que arrendou o direito de transmissão. Foda-se que o jogo acaba tarde em dias de semana porque só pode começar depois da novela e quem depende do transporte público para ir ao estádio pode ficar sem ter como voltar pra casa! Óbvio que regras são criadas para benefício de empresas. O atacante do seu time fez aquele baita golaço e tirou a camisa pra comemorar? Cartão amarelo nele! Ou você acredita que o patrocinador do seu time vai correr risco de não mostrar sua marca estampada na camisa justo no momento mais importante do jogo, onde todas as câmeras estão voltadas para sua marca na hora que a rede balança? Não é bom para os negócios! O termo arena vem sendo implementado e martelado incessantemente!

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LIFESTYLE TATTOO | ED.5 MAR/ABR

Arena: excludente, seletiva, elitizada - muito menos democrática que um estádio com acentos de concreto. O Corinthians – meu time de coração, diga-se de passagem- que se autodenomina o “time do povo” acaba de inaugurar sua Arena que será palco de abertura da Copa do Mundo. Arena essa que beneficiará e terá muito mais atrativos para aqueles que ficarem no-frio-setor VIP. É bom pros negócios atrair pessoas de maior poder aquisitivo. “Esbranquiçar” o cenário e tornar o futebol novamente em cultura erudita. Padrão FIFA. O futebol moderno sente a necessidade de criar falsos ídolos e colocá-los na mídia, endeusar aquele que nem sequer chegou a ser anjo. E qual é o motivo de tudo isso? A resposta é óbvia: faz bem aos negócios. Vender camisas, vender a chuteira-colorida-assinada, fazer um trilhão de comerciais para, é claro, vender qualquer coisa que seja e, assim, criar uma falsa simpatia. Hoje em dia esse tipo de jogador já chega ao clube com o status de ídolo. Antes, ídolo não era o craque goleador, era ídolo aquele cara dedicado que deixava no campo sangue, suor e lágrimas! Assim como qualquer sistema em que o capital manda, o ser humano é deixado de lado para que cada vez mais lucro seja obtido. O futebol está inserido nesse sistema e tudo que nele acontece é ressonância do que ocorre fora dele. Ódio eterno ao mundo moderno seria um brado mais lógico. Como diz um grande amigo meu “O futebol já morreu e nós não passamos de necrófilos”.


AGENDA

Com barulho de maquininha ou não. As dicas para você curtir o melhor rolê! CONVENÇÕES DE TATTOO

EXPOSIçÕes

CAmpinas Expo Tattoo

2e6em8

06, 07 e 08 de junho Av. Imperatriz Dona Tereza Cristina, 11 Campinas (SP) expotattoocampinas.jimdo.com

A exposição apresenta fotos, pinturas e objetos que refletem o novo significado dado pela dupla de artistas “6emeia“ (Anderson Augusto e Leonardo Delafuente). Bueiros, postes, tampas de esgoto, caixas de luz, calçadas e outros espaços públicos são transformados pela dupla. De terça à domingo das 08:00 às 20:00 Rua Hungria, 1000 Jardim Paulistano - São Paulo (SP) (11) 3818-8800 www.hebraica.org.br

2º Jundiaí Tattoo Festival

De 12 a 15 de junho Parque da Uva Jundiaí (SP) fb.com/events/656061551127870 1ª Expo Tattoo Vale do Aço

21 e 22 de junho Ipaminas Esporte Clube Ipatinga (MG) (31) 3821-0602 2ª Expo Tattoopeba

05 e 06 de julho Parque de exposição de Paraopeba Paraopeba (MG) fb.com/ExpoTattoopeba

teatro

4° Tattoo Week SP

ELIS, A MUSICAL

18, 19 e 20 de julho Expo Center Norte (pavilhão Amarelo) São Paulo (SP) sp.tattooweek.com.br

Laila Garin revive Elis Regina (1945-1982) e interpreta mais de 20 músicas que ficaram famosas na voz da cantora. Faixas como “Arrastão” e “O Bêbado e a Equilibrista” integram as cenas do espetáculo, que trazem outros personagens da MPB como Jair Rodrigues, Tom Jobim e César Camargo Mariano. Quintas 21h, sextas 21h30, sábados 16h e 20h30 e domingos 15h e 19h. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722 Jardim Dom Bosco - São Paulo (SP) (11) 5693-4000

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